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As ESPÉCIES DE GUARDA no direito brasileiro são as

seguintes:

1. GUARDA UNILATERAL
A Guarda unilateral se encontra elencada no
artigo 1.583 do Código Civil, que é a espécie de guarda
atribuída a um só dos genitores ou alguém que o substitua,
como consta no referido dispositivo legal:
Art. 1.583. CC - A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1º: Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só


dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e,
por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos
comuns. (BRASIL, 2002).

Ela confere a guarda apenas a um dos pais, enquanto ao outro,


é conferida apenas a regulamentação de visitas, mesmo nesse
contexto, aquele que não detêm a guarda, não se isenta de
exercer o poder familiar, como foi abordado anteriormente,
apenas não reside mais com o filho menor, como leciona o
professor Roberto Carlos Gonçalves, a respeito da previsão
legal e a definição da guarda unilateral:

Compreende-se por guarda unilateral, segundo dispõe


o parágrafo 1º do art. 1583 do Código Civil, com a redação dada
pela Lei n. 11698, de 13 de junho de 2008, “a atribuída a um
só dos genitores ou a alguém que o substitua”.
Essa tem sido a forma mais comum: um dos cônjuges, ou
alguém que o substitua, tem a guarda, enquanto o outro tem, a
seu favor, a regulamentação de visitas. Tal modalidade
apresenta o inconveniente de privar o menor da convivência
diária e contínua de um dos genitores. Por essa razão, a
supramencionada Lei n. 11.698/2008 procura incentivar a
guarda compartilhada, que pode ser requerida por qualquer
dos genitores, ou por ambos, mediante consenso, bem como
ser decretada de ofício pelo juiz, em atenção a necessidades
específicas do filho.
No tocante à guarda unilateral, a referida lei apresenta critérios
para a definição do genitor que oferece “ melhores condições”
para o seu exercício, assim considerando o que revelar aptidão
para propiciar aos filhos os seguintes fatores: “ I - afeto nas
relações co o genitor e com o grupo familiar, II – saúde e
segurança; III – educação” (CC, art. 1583, parágrafo 2º). Fica
afastada, assim, qualquer interpretação no sentido de que teria
melhor condição o genitor com mais recursos financeiros.
(GONÇALVES, p. 266, 267).
A guarda unilateral, também denominada exclusiva, se pauta,
exatamente, no melhor interesse dos filhos, a esse ponto, se
sobressai sobre a guarda compartilhada, visto que, se essa não
atender ao melhor interesse do filho menor, será atribuída a
guarda unilateral, Sobre o mencionado dispõe Paulo Lôbo:

A guarda unilateral ou exclusiva, na sistemática do Código


Civil, e após a Lei n. 11.698/ 2008, é atribuída pelo juiz a um
dos pais, quando não chegarem a acordo e se tornar inviável a
guarda compartilhada, dado a que esta é preferencial. Também
se qualifica como unilateral a guarda atribuída a terceiro
quando o juiz se convencer que nenhum dos pais preenche as
condições necessárias para tal. No divórcio judicial
convencional os pais podem acordar sobre a guarda exclusiva a
um dos dois, se esta resultar no melhor interesse dos filhos;
essa motivação é necessária e deve constar do respectivo
instrumento assinado pelos cônjuges que pretendem o
divórcio.
A Lei n. 11.698/ 20008 indica os seguintes fatores de melhor
aptidão para a atribuição da guarda unilateral a um dos pais:
afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; saúde
e segurança; educação. Essa enunciação não é taxativa, nem
segue ordem de preferência. Não há exigência legal de estarem
conjugados; pode o juiz, ante a situação concreta, decidir que
um deles prefere aos demais. São elementos de ponderação
para o juiz, na apreciação de cada caso em concreto. A
comprovação da ocorrência deles deve ser feita com o auxílio
de equipes multidisciplinares, pois as relações reais de afeto
dificilmente podem ser aferidas em audiência. Quando os pais
nunca tenham vivido sob o mesmo teto, presume-se que tenha
havido maior intensidade de afeto entre a criança e aquele com
quem teve maior convivência, até porque configura sua
referência de lar ou casa.
A lei, acertadamente, privilegia a preservação da convivência
do filho com seu “grupo familiar”, que dever ser entendido
como o conjunto de pessoas que ele concebe como sua família,
constituído de parentes ou não. O juiz não mais pode escolher
entre o pai ou a mãe, apenas. Deve preferir quem, por
temperamento e conduta, possa melhor assegurar a
permanência da convivência do filho com seus familiares
paternos e maternos. A experiência demonstra que, muitas
vezes, quem fica com a guarda estende sua rejeição não apenas
ao outro, mas aos parentes deste, impedindo ou dificultando o
contato do filho com eles, convertendo-se em verdadeira
alienação parental de todo o grupo familiar.(LOBÔ, 2011, p.
192,193).

Com o objetivo, de reforçar ainda mais o conceito de guarda


unilateral e a sua disposição legal, vale ressaltar o que define a
autora Maria Berenice Dias:

A lei define guarda unilateral (CC 1.583 parágrafo 1º): é


atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substituta.
(...)

A guarda unilateral será atribuída a um dos genitores somente


quando o outro declarar, em juízo, que não deseja a guarda do
filho (CC 1.584 parágrafo 2º). Caso somente um dos pais não
concorde com a guarda compartida, pode o juiz determiná-la
de ofício ou a requerimento do Ministério Público. A guarda
unilateral obriga o não guardião a supervisionar os interesses
dos filhos. Para isso, tem legitimidade para solicitar
informações e até prestação de contas, objetivas ou subjetivas,
em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a
saúde física e psicológica e a educação de seus filhos (CC
1.583 parágrafo 5º).
Do mesmo modo, poderá ter os filhos em sua companhia, em
períodos estabelecidos por consenso ou fixados pelo juiz, bem
como fiscalizar sua manutenção e educação (CC 1.589). Tanto
isso é verdade que a escola tem o dever de informar, mesmo ao
genitor que não convive com o filho, sobre a frequência e o
rendimento do aluno, bem como sobre a execução da proposta
pedagógica da escola. (DIAS, 2011, p.523,524).
A guarda unilateral, com o advento da força social, que cada
vez, a guarda compartilhada está agregando, ficará como o
instrumento acessório. Isso se deve a guarda compartilhada,
que atende melhor aos requisitos de inclusão e
comunicabilidade entre os pais da criança e do adolescente.
Essa se torna, de forma natural, o principal e a primeira
solução ao se tratar dos assuntos relacionados à guarda dos
filhos, a guarda unilateral só poderia se ressaltar, quando essa
atender ao melhor interesse do filho menor.

2. GUARDA ALTERNADA
Outra modalidade de guarda, a guarda alternada, essa que não
se encontra disciplinada na legislação brasileira, tem sido
bastante utilizada no mundo prático, em que nessa
modalidade, os pais se alternam na guarda dos filhos, em que
cada um, na sua alternância exerce com exclusividade a sua
guarda, por isso não se confunde com a modalidade
compartilhada, vale ressaltar o disposto pela Autora Maria
Berenice Dias:

(...) guarda alternada: modalidade de guarda unilateral ou


monoparental, caracterizada pelo desempenho exclusivo da
guarda, segundo um período predeterminado, que pode ser
anual, semestral, mensal ou outros. Essa modalidade de
guarda não se encontra disciplinada na legislação Brasiléia e
nada tem a ver com a guarda compartilhada, que se caracteriza
pela constituição de famílias multinucleares, nas quais os filhos
desfrutam de dois lares, em harmonia, estimulando a
manutenção de vínculos afetivos e de responsabilidades,
primordiais à saúde biopsíquica das crianças e dos jovens.
(DIAS, 2011, p.528).
Entre as modalidades de guarda, a guarda alternada é a que
mais se aproxima da guarda compartilhada, porque, na
verdade existe certo consenso, entre os pais, em sua
alternância na guarda, um acordo estipulado entre os pais, algo
inexistente na guarda unilateral, que devido à falta de acordo, é
o que caracteriza a guarda unilateral. A respeito do consenso
existente entre os pais, na guarda alternada, doutrina Paulo
Lôbo:

Uma modalidade que se aproxima da guarda compartilhada é a


guarda alternada. Nesta, o tempo de convivência do filho é
dividido entre os pais, passando a viver alternadamente, de
acordo com o que ajustarem os pais ou o que for decidido pelo
juiz, na residência de um e de outro. Por exemplo, o filho
reside com um dos pais durante o período escolar e com outro
durante as férias, notadamente quando as residências forem
em cidades diferentes. Alguns denominam essa modalidade de
residências alternadas. “Em nível pessoal o interesse da criança
é prejudicado porque o constante movimento de um genitor a
outro cria uma incerteza capaz de desestruturar mesmo a
criança mais maleável”. A doutrina especializada recomenda
que sua utilização deva ser feita em situação excepcional,
porque não preenche os requisitos essenciais da guarda
compartilhada, a saber, a convivência simultânea com os pais,
a corresponsabilidade pelo exercício do poder familiar, a
definição da residência preferencial do filho.

( LÔBO, 2011, p.204).

Uma conseqüência advinda da guarda alternada, em relação a


alternância consecutiva dos lares e somado com o direito de
visita, de um dos pais que não esteja, naquele momento
exercendo a guarda, poderá causar uma sensação de
instabilidade na vida do menor, disciplina Fábio Ulhoa:

Além da guarda unilateral e da compartilhada previstas em lei,


deve-se fazer menção também á guarda alternada, que
corresponde á atribuição periódica da guarda a cada pai. Neste
semestre ou ano, por exemplo, o filho fica com a mãe, e o pai
tem o direito de visita; no próximo, inverte-se, e ele fica com o
pai, e a mãe o vista nos horários e dias previamente definidos.
Esta espécie de guarda nem sempre se tem revelado uma
alternativa adequada para o menor, cuja vida fica cercada de
instabilidade. Não convém seja adotada, a não ser em casos
excepcionais, em que, por exemplo, os pais residem em cidades
distantes ou mesmo em diferentes países. (ULHOA, 2012,
p.241).
Como a guarda unilateral, essa sendo a mais limitada entre as
modalidades de guarda, mesmo assim, ela prevalecerá em
relação às outras, se esta atender o melhor interesse do menor,
que é a máxima no que tange a guarda dos filhos menores. Do
mesmo modo, a guarda alternada irá se sobrepor as outras
modalidades, se está tender melhor os interesses dos filhos,
como o Autor Silvio de Salva Venosa, apresenta:

A modalidade de guarda pode ser alternada a qualquer tempo,


sempre no interesse do menor. Isto significa que a princípio,
quando no fervor do rompimento da convivência conjugal,
pode não ser o melhor momento para a guarda compartilhada
ou para um compartilhamento mais amplo. Após algum tempo,
serenados os ânimos entre os interessados, a guarda
compartilhada pode surgir como uma solução natural (...). Não
se confunde a guarda compartilhada com a guarda alternada, a
qual, mais no interesse dos pais do que dos filhos, divide-se o
tempo de permanência destes com os pais em suas respectivas
residências, nada mais que isso. Essa modalidade está fadada
ao insucesso e a gerar maiores problemas do que soluções.
(VENOSA, 2013, p, 188).

Apesar do problema, que o filho menor poderá enfrentar que é


o da instabilidade, decorrente de um lar alternado, a guarda
alternada, não deixa de compor o arsenal de escolhas em que o
magistrado terá para se ponderar, na observância em atender o
melhor interesse do menor, a guarda alternada é uma realidade
e serve como instrumento de melhor atender os conflitos
referentes à guarda da criança e do adolescente.

3. GUARDA COMPARTILHADA
A guarda compartilhada, entre as modalidades de guarda dos
filhos, é a mais completa entre elas, essa modalidade, que se
predominou em relação às outras, devido, primeiramente a Lei
n. 11.698/ 2008, no qual se consagrou e depois com a Lei
n. 13.058/2014, em relação a Lei n. 11.698/ 2008, que
promoveu o instituto da guarda compartilhada e depois foi
alterada pela Lei n. 13.058/2014, doutrina Paulo Lôbo:
A Lei n. 11.698/2008 promoveu alteração radical no modelo de
guarda dos filhos, até então dominante no direito brasileiro, ou
seja, da guarda unilateral conjugada com o direito de visita; A
lei, com nosso aplauso, instituiu a preferência pela guarda
compartilhada, que somente deve ser afastada quando o
melhor interesse dos filhos recomendar a guarda unilateral. A
guarda compartilhada era cercada pelo ceticismo dos
profissionais do direito e pela resistência da doutrina, que
apenas a concebia como faculdade dos pais, em razão da
dificuldade destes em superarem os conflitos e a exaltação de
ânimos emergentes da separação. Havia difundido
convencimento de que a guarda compartilhada dependia do
amadurecimento sentimental do casal, da superação das
divergências e do firme propósito de pôr os filhos em primeiro
plano, o que só ocorria em situações raras. A lei ignorou esses
obstáculos e determinou sua preferência obrigatória, impondo-
se ao juiz sua observância. A guarda compartilhada não é mais
subordinada ao acordo dos genitores quando se separaram. Ao
contrário, quando não houver acordo “será aplicada” pelo juiz,
sempre que possível na expressa previsão do parágrafo 2º do
art. 1.584 do Código Civil, com a redação dada pela Lei.
N. 11.698, de 2008. (LÔBO, 2011, p. 198, 199).
A guarda compartilhada pode ser requerida pelo juiz, ou pelos
pais, em consenso ou por um deles nas ações litigiosas que
envolvem guarda de filhos menores, nesse sentido, preleciona
Paulo Lôbo:

A guarda compartilhada pode ser requerida ao juiz por ambos


os pais, em comum acordo, ou por um deles nas ações litigiosas
de divórcio, dissolução de união estável, ou, ainda, em medida
cautelar de separação de corpos preparatória de uma dessas
ações. Durante o curso de uma dessas ações, ao juiz foi
atribuída a faculdade de decretara guarda compartilhada,
ainda que não tenha sido requerida por qualquer um dos pais,
quando constatar que ela se impõe para atender às
necessidades específicas do filho, por não ser conveniente que
aguarde o desenlace da ação. A formação e o desenvolvimento
do filho não podem esperar o tempo do processo, pois o seu
tempo é vida que flui.

Também pode ser requerida a guarda compartilhada, conforme


decisão do STJ, pelos parentes com os quais viva a criança ou o
adolescente. No caso, tratava-se de adolescente que vivia com a
avó e um tio, há doze anos, desde os quatros meses de vida. Os
parentes pediram a guarda compartilhada para regularizar
uma situação de fato, para o bem-estar e o benefício da menor
e para poder incluí-la como dependente de ambos. O TJSP
(tribunal de origem), ainda que reconhecesse a possibilidade
da guarda compartilhada, julgou por sua inconveniência
porque a família substituta deveria ser formada a partir do
referencial “casal” – marido ou mulher que se assemelhe.

A guarda compartilhada é exercida em conjunto pelos pais


separados, de modo a assegurar aos filhos a convivência e o
aceso livres a ambos. Nessa modalidade. A guarda é substituída
pelo direito à convivência dos filhos em relação aos pais. Ainda
que separados, os pais exercem em plenitude o poder familiar.
Consequentemente tornam-se desnecessários a guarda
exclusiva e o direito de visita, geradores de “pais-de-fins-de-
semana” ou de “mães-de-feriados”, que privam os filhos de
suas presenças cotidianas. (LÔBO, 2011, p199).

Esta passará a ser exceção, em vez de ser a principal medida


em resolução de conflitos, que tendem a existir em relação a
guarda de filhos menores, aquela que um dia foi considerada
regra geral, a guarda unilateral, de acordo com César Fiuza:

“(...) Cabe ressaltar ainda que, segundo o parágrafo primeiro


do artigo 1.583 do Código Civil, a responsabilidade dos pais
pelos filhos será conjunta na guarda “compartilhada”, seja ela
conjunta, alternada ou uniparental. A se entender literalmente
o dispositivo, isso equivale a dizer que, causando o filho uma
dano a terceiro, este deverá acionar ambos os genitores em
conjunto. Não se trata, pois, de responsabilidade solidária, e
nem subsidiária; é conjunta mesmo. Na guarda unilateral pura,
só o genitor que a detém é responsável pelos danos causados
pelo filho menor, a não ser que o eventus damnitenha
ocorrido, estando o menor na companhia do outro genitor...”
(FIUZA, 2012, p.1088.).
A guarda compartilhada está em crescimento exponencial, é
uma ferramenta, que cada vez irá se aprimorar nas questões de
conflitos familiares, no que for tocante a guarda, será uma
medida de extrema eficiência, tanto para os filhos menores,
que serão protegidos pela mesma e pelos pais, em que ambos,
serão protagonistas no exercício pleno do poder familiar. No
próximo tópico será abordado novamente essa modalidade de
guarda e seus novos aspectos advindos da lei 13.058 de
dezembro de 2014.
A GUARDA COMPARTILHADA E A LEI 13.058/14
Em 22 de dezembro de 2014, o Código Civil de 2002, sofreu
algumas alterações em seus artigos, que determinavam a
guarda dos filhos menores, foi promulgada a Lei n. 13058/14,
que trata especificamente da guarda compartilhada, que já
havia sido tratada na Lei. N. 11.698/08. Ela foi consolidada não
só pela doutrina, mas também pela legislação brasileira, como
principal modelo de guarda. Essa conquistou devidamente a
sua ocupação de destaque, no que consta guarda dos filhos
menores, houve as seguintes alterações do
artigo 1.634 do Código Civil, agora modificado pela
Lei 13.058 de 2014:
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua
situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que
consiste em, quanto aos filhos:

I - dirigir-lhes a criação e a educação;

II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos


do art. 1.584;

III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;

IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem


ao exterior;
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem
sua residência permanente para outro Município;

VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento


autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16


(dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa
idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento;

VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços


próprios de sua idade e condição.’’(BRASIL, 2002).

Vale ressaltar a anterior lei que tratava da guarda


compartilhada, a Lei 11.698/08, que trouxe em seu advento as
primeiras alterações no Código Civil de 2002 , no
artigo 1.584 do Código Civil, alterações feitas anteriormente
pela Lei 11.698/08 e posteriormente pela lei 13.058/14:
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:

I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por


qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio,
de dissolução de união estável ou em medida cautelar;

II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas


do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao
convívio deste com o pai e com a mãe.

§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à


mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância,
a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as
sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a
exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não
deseja a guarda do menor.

§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os


períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-
se em orientação técnico-profissional ou de equipe
interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do
tempo com o pai e com a mãe.

§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento


imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada
poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu
detentor.

§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a


guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele
compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
afetividade.

§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a


prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos
destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$
500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da
solicitação.’’ (BRASIL, 2002).

Com o intuito de reforçar as alterações trazidas ao Código


Civil pela nova Lei da guarda compartilhada, os
artigos 1.585 ao 1.590 do Código Civil de 2002, com as suas
devidas alterações pela nova lei da guarda compartilhada, Lei
13.058/14:
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos,
em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de
fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos,
mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a
oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos
interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a oitiva
da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.

Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em


qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente
da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para
com os pais.

Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos


comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586.
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não
perde o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser
retirados por mandado judicial, provado que não são tratados
convenientemente.

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os


filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o
que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem
como fiscalizar sua manutenção e educação.

Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos


avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou
do adolescente.

Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de


alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores
incapazes.”(BRASIL, 2002).

De acordo com a análise, feita dos artigos, já mencionados,


existe de forma legal o conceito de guarda compartilhada e
como os filhos menores tem amparo no que tange a legislação,
podemos prever de forma bem otimista os avanços sociais a
respeito dessa intrínseca relação familiar, mostrando que pode
haver uma coexistência pacifica em referencia a “posse” dos
filhos, em que pais separados, saibam conviver com o
crescimento dos seus filhos, interagindo na vida educacional e
emocional da criança e do adolescente.

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