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Resumo
2. PODER FAMILIAR.
Antes de começarmos a tratar sobre a guarda compartilhada devemos
falar sobre o poder familiar e os seus contextos, para melhor compreendermos o
assunto aqui abordado. Entende-se por poder familiar tudo o que forem obrigações
dos pais para com os filhos, ou seja, é o conjunto de direitos e deveres que tem a
finalidade de propiciar o desenvolvimento integral de sua personalidade e promover
à educação, à saúde e o bem-estar da criança e adolescente. Estes Direitos
fundamentais estão assegurados pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo
227:
Art. 227- “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Podemos observa que o poder familiar não pode ser transferido à terceiro.
É inalienável no intuito de que não pode ser transferido pelos pais a título gratuito,
com ressalva no caso de delegação do poder familiar. E também é imprescritível,
pois ainda que não possa ser exercido pelos titulares por qualquer circunstância,
trata-se de situação imprescritível.
Diante disso, concluímos que o poder familiar e um conjunto de direitos e
deveres que compete aos pais, referente à pessoa e aos bens dos filhos menores,
buscando, sempre o melhor interesse deles, pois e função dos pais e cuidar e zelar
dos filhos menores não podendo renunciar e nem transferir a outras pessoas tais
obrigações.
4. GUARDA.
A guarda é o dever e o direito dos pais para com seus filhos tendo sempre
como objetivo a proteção e criação dos filhos para um melhor desenvolvimento da
criança e do adolescente. A relação de companhia dos pais junto aos filhos
menores, além de dever é de extrema importância, pois a intenção é sempre buscar
defender e proteger seus interesses, como também, propiciar a esses filhos,
alimentação, saúde, educação, lazer e bem-estar, como também, convívio familiar
de maneira digna e sócia afetiva. (CARVALHO, 1995, p.145).
O estatuto da criança e do adolescente, através do Art. 33 estabelece
que:
Art. “33-A guarda obriga a prestação de assistência
material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiro, inclusive aos pais”. (LEI 8.069,
1990).
Nesse contexto, no processo de guarda, sempre deve prevalecer o
melhor interesse da criança e do adolescente, garantido o convívio com ambos os
pais detentores de sua guarda de forma que haja desenvolvimento saudável do
menor.
Diante disso, observa-se que a guarda e importante para o
desenvolvimento social e psíquico do menor. Sua definição, portanto, pode ser
estipulada tanto pelos pais, no momento do divórcio, quanto pelo juiz, que
observando cada caso concreto, deve decidir o melhor para criança, buscando qual
topo de guarda e qual dos pais e o mais adequado em atender os interesses dos
filhos menores e garantir a sua estabilidade e sua formação.
5. GUARDA COMPARTILHADA.
Art. 1584, §2º- “Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores
declarar ao magistrado que não de seja a guarda do menor.”
A lei n.º 8.069/90 também conhecida como ECA, dispõe sobre a guarda
de crianças e adolescentes, fazendo referência à colocação dos mesmos que se
encontra em situações de risco em família substituta, quando terminada a fase de
destituição do poder família. A guarda é, há um tempo, um direito, como o de reter o
filho no lar, conservando-o junto a si, o de reger sua conduta, o de reclamar de quem
o detenha, o de proibir-lhe companhias nefastas e de frequentar determinados
lugares, o de fixar-lhe residência e domicílio e, a outro, como o de providenciar pela
vida do filho, de zelar por sua segurança e saúde e prover ao seu futuro (WADYR
GRISARD FILHO 2002, p.47 e 48).
O Estatuto da criança e do Adolescente se pauta na primazia ao “melhor
interesse do menor”, daí pode-se extrair a importância da guarda compartilhada,
tanto que o ECA foi mais além do que apenas prever sanções para o abandono
familiar, e aludiu que é motivo para requerer a guarda, o fato de um dos genitores
não estar prestando total assistência à criança/adolescente, não há direito à guarda
da mãe ou do pai de maneira isolada, ambos tem o dever legal e social de
compartilhar a responsabilidade e os direitos que os obriga à criação, educação e
sustento dos filhos .
Outro ponto importante a ser mencionado, é que ao inserir na ECA
dispositivos que sugerem a ideia de guarda compartilhada, tende-se a superar o
costume existente no Brasil de que na dissolução do matrimônio, a guarda dos filhos
deve ficar com a mãe, partindo da premissa de que é natural que eles sejam criados
pelas mães, que por terem carregado por meses no ventre tende a ser mais
responsável e amorosa com os filhos, pensamento que não merece prosperar, ora, e
sabido que há necessidade por parte do menor de que ambos os genitores estejam
por dentro do que tem relação à vida do menor, sendo que a guarda compartilhada
influenciará na responsabilidade civil dos pais pelos. Alguns artigos do Estatuto da
Criança e do Adolescente tem relação com a guarda compartilhada, e, ao decorrer
vários deveres e obrigações, objetivando o melhor interesse da criança bem como a
convivência familiar, e um desenvolvimento saudável do menor.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo que aqui foi estudado, está mais que comprovado que o
modelo da guarda compartilhada estabelecido na Lei 13.058/1- é a melhor escolha
para garantir uma relação mais próxima entre os filhos e ambos os pais, o que
também permite um melhor desenvolvimento, como a satisfação dos pais por serem
mais visíveis (pelo menos em longo prazo) quando as responsabilidades são
igualmente compartilhadas, o que os ajuda a parar de discussões acaloradas para
conquistar o amor da criança, o que reduz o conflito e a paternidade.
O trabalho investigou e destacou aspectos positivos e negativos da
guarda compartilhada, podendo assim afirmar que são vantagens da guarda
compartilhada o convívio de forma igualitária com ambos os pais, além do menor
não ter que escolher com qual deles quer ficar e também podemos afirma que tem
suas desvantagens, como, por exemplo, a possibilidade do menor ficar no centro
dos conflitos dos pais recém-separados, pois quando estes não têm diálogo e nem
maturidade suficiente para lidar com a guarda compartilhada, prejudicam o menor.
Foi demonstrado através do presente trabalho, que a guarda
compartilhada, além da proteção aos filhos, deve minimizar os traumas e as
consequências negativas que a separação possa causar, porque ela é estruturada
de forma a conservar os laços que uniam pais e filhos antes da ruptura do casal. A
condição principal para a sua fixação é o bom relacionamento entre os pais e a
consciência de que o interesse a ser preservado, na separação, é o do menor, e não
o deles próprios. Assim, ambos os pais devem continuar igualmente envolvidos e
responsáveis pelo cuidado com o interesse e bem-estar dos filhos após a separação
do casal. Nesse sentido, a dificuldade dos pais em manter uma relação harmoniosa
após a separação é o principal entrave para o estabelecimento da guarda
compartilhada pelos tribunais, pois o objetivo é que ambos participem da
implementação das novas cobranças.
Portanto, concluímos que hoje o modelo ideal de guarda é a guarda
compartilhada porque proclama a igualdade dos pais no desenvolvimento da família,
impõe responsabilidades conjuntas quanto à educação, desenvolvimento e
estabilidade.
REFERENCIAS