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FACULDADE CATHEDRAL DE ENSINO

SUPERIOR CURSO DE DIREITO

A EFETIVIDADE DA GUARDA COMPARTILHADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Trabalho da disciplina do Estatuto da


Criança e do Adolescente, turma 3C,
Curso de Bacharel em Direito. RA: 46011

Orientação: Professor: Rafael Penal ribeiro


Boa vista-RR
Outubro de 2022
A EFETIVIDADE DA GUARDA COMPARTILHADA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Aline Vitória Santos Peres

Resumo

O objetivo deste estudo é conhecer a guarda compartilhada e suas consequências


na vida de um menor. Refere-se às questões de autoridade familiar e aos critérios
legais para seu uso, suspensão, extinção ou afastamento. Aborda a guarda de uma
forma geral e define o seu conceito. Analisa a guarda compartilhada, abordando o
conceito e desenvolvimento da instituição, suas vantagens e desvantagens para os
menores, e o efeito da guarda compartilhada em seu psiquismo. Ressalta que a
guarda compartilhada é um meio de exercício do poder paternal conferido aos pais
que desejam continuar o relacionamento com os filhos após a ruptura familiar, e que
tal instituição não está expressamente prevista na legislação brasileira, mas é
confirmada pelos tribunais nacionais, sempre que a relação do casal após a
separação o permita e desde que respeite o princípio do interesse dos menores.
Palavras-chave: guarda – guarda compartilhada – ruptura familiar.
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho demonstra a necessidade que o menor tem de


ser criado e educado no seio familiar, obtendo considerações acerca da vantagem e
desvantagem, e suas consequências para a criação dos filhos. Visa esclarecer que o
instituto da guarda compartilhada, deve ser considerado como um tipo de guarda
cabível e aplicável em nosso direito que serve como uma garantia de igualdade de
direitos e deveres que os pais têm em relação aos seus filhos menores, direito de
conviver e o dever de proteger.

A guarda compartilhada pode ser entendida como a situação jurídica


em que ambos os pais legalmente divorciados mantêm a guarda e a
responsabilidade pelo filho, alternando-se durante certos períodos. É por isso que a
guarda compartilhada permite que pais e filhos convivam todos os dias, para que
não haja distância entre eles, pois este é um contato essencial para o
desenvolvimento moral e psicológico dos menores.

A finalidade desses sobre o direito de guarda compartilhada é priorizar


os interesses do menor e do adolescente em razão das consequências após o
divórcio, o que acarreta principalmente a participação conjunta dos pais no cotidiano
da criança e na sua fase de crescimento e formação. Na Lei n.º 11.698/08, de 13 de
junho de 2008, esse reconhecido instituto está explicitamente incluído no Código
Civil. Desde então, a guarda da criança em conexão com o divórcio passou por um
novo desenvolvimento. Diante disso, a guarda compartilhada vem com o objetivo de
manter os laços familiares entre pais e filhos, mesmo com a separação dos pais,
possibilitando, assim, que ambos os participem de forma conjunta da vida dos filhos.

Assim sendo, o trabalho conceituará o poder familiar, e apresentará as


hipóteses de suspensão, destituição e extinção desse instituto, irá tratar acerca do
instituto da guarda e suas modalidades, irá conceituar a guarda compartilhada
propriamente dita, em consonância com o princípio do melhor interesse da criança,
serão especificados os aspectos positivos, negativos e psicológicos da guarda
compartilhada.

2. PODER FAMILIAR.
Antes de começarmos a tratar sobre a guarda compartilhada devemos
falar sobre o poder familiar e os seus contextos, para melhor compreendermos o
assunto aqui abordado. Entende-se por poder familiar tudo o que forem obrigações
dos pais para com os filhos, ou seja, é o conjunto de direitos e deveres que tem a
finalidade de propiciar o desenvolvimento integral de sua personalidade e promover
à educação, à saúde e o bem-estar da criança e adolescente. Estes Direitos
fundamentais estão assegurados pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo
227:
Art. 227- “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

O poder familiar é irrenunciável, intransferível, inalienável, imprescritível, e


decorre tanto da paternidade natural com o da filiação legal e da socioafetiva. As
obrigações que dele fluem são personalíssimas. Com o os pais não podem
renunciar aos filhos, os encargos que derivam da paternidade também não podem
ser transferidos ou alienados (DIAS, 2013, P.436).
Convém ressaltar que o poder familiar é um caminho de mão dupla, uma
vez que estabelecem direitos, mas também deveres, visando preservar
exclusivamente o interesse dos filhos. O artigo 21 do Estatuto da Criança e do
Adolescente reforça que:
Art. 21- “O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo
pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a
qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência”.

Podemos observa que o poder familiar não pode ser transferido à terceiro.
É inalienável no intuito de que não pode ser transferido pelos pais a título gratuito,
com ressalva no caso de delegação do poder familiar. E também é imprescritível,
pois ainda que não possa ser exercido pelos titulares por qualquer circunstância,
trata-se de situação imprescritível.
Diante disso, concluímos que o poder familiar e um conjunto de direitos e
deveres que compete aos pais, referente à pessoa e aos bens dos filhos menores,
buscando, sempre o melhor interesse deles, pois e função dos pais e cuidar e zelar
dos filhos menores não podendo renunciar e nem transferir a outras pessoas tais
obrigações.

3. PODER FAMILIAR: SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E PERDA.

Em relação á suspensão do poder familiar, ocorre na medida em que os


pais abusam do seu poder de autoridade, causando maus-tratos, ou qualquer
relação degradante e prejudicial á integridade dos filhos, arruinando bens que e
pertencentes a eles. Está escrito na Lei 10.406/02, em seu artigo 1.637 a Suspensão
do Poder Familiar:
Art. 1.637- “se o pai ou a mãe abusar de sua autoridade, faltando
aos de veres a ele inerente ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz,
requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar à medida que lhe
pareça reclamada pela segurança do menor e seus afazeres atem
suspendendo o poder familiar, quando convenha”.

A Suspensão do poder familiar pode estar direcionada somente a um dos


filhos do casal, como também a todos, e assim o Juiz poderá modificar a situação da
suspensão assim que necessário, na maneira que for modificando a situação dos
fatos, pois em relação há genitores que cometeram crimes que a pena exigiu da
exceda dois anos, estes estão suspensos do poder familiar, é o que elucida o
paragrafo único do artigo do código civil supracitado. (DIAS, 200, p.393)
Se tratando á perda do poder familiar, os pais perdem a titularidade da
guarda, ou seja, deles será retirado o direito à guarda de seus filhos por
determinação judicial. Elencada no artigo 1638, do Código Civil Brasileiro:
Art. 1.638 - “Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a
mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em
abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV -
incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente” .

A perda do poder familiar também acontece quando se completa a


maioridade, quando a criança ou adolescente estão para adoção, quando foi feita a
emancipação dos filhos e pela morte, nesses casos a perda do poder familiar e a
menos severa, já que em determinadas situações aceita-se que ele volte para o
genitor, desde que presentes o convívio afetivo.
Em relação à extinção do poder familiar podemos afirmar que é a forma
mais objetiva, pois e a perda definitiva do poder familiar. A Extinção do poder familiar
de acordo com o artigo 1.635, do Código Civil de 2002, são causas de extinção do
poder familiar:
Art.1635- “Extingue-se o poder familiar: I - Pela morte dos pais ou
do filho; II - Pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; III -
pela maioridade; IV - Pela adoção; V - Por decisão judicial, na forma do
artigo 1.638”.

A perda do poder familiar é causada pela perda dos direitos e


responsabilidades parentais e pode ser extinta naturalmente ou por ordem judicial. A
forma natural é adquirida quando os pais ou o menor morrem, mas ambos os pais
devem estar mortos para a extinção; quando o menor atinge a maioridade por isso
se extingue o poder da família, porque já não necessita da proteção dos pais; após a
adoção de um menor, esses direitos e obrigações são automaticamente transferidos
para os adotantes. Por fim, outra forma de suspensão do poder familiar é a hipótese
da emancipação, que deve ser feita por via pública para a aquisição da capacidade
cívica antes da maioridade.
Ressalte-se, portanto, que essas normas visam garantir os princípios da
dignidade da pessoa humana e do bem-estar da criança e do adolescente.

4. GUARDA.

A guarda é o dever e o direito dos pais para com seus filhos tendo sempre
como objetivo a proteção e criação dos filhos para um melhor desenvolvimento da
criança e do adolescente. A relação de companhia dos pais junto aos filhos
menores, além de dever é de extrema importância, pois a intenção é sempre buscar
defender e proteger seus interesses, como também, propiciar a esses filhos,
alimentação, saúde, educação, lazer e bem-estar, como também, convívio familiar
de maneira digna e sócia afetiva. (CARVALHO, 1995, p.145).
O estatuto da criança e do adolescente, através do Art. 33 estabelece
que:
Art. “33-A guarda obriga a prestação de assistência
material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiro, inclusive aos pais”. (LEI 8.069,
1990).
Nesse contexto, no processo de guarda, sempre deve prevalecer o
melhor interesse da criança e do adolescente, garantido o convívio com ambos os
pais detentores de sua guarda de forma que haja desenvolvimento saudável do
menor.
Diante disso, observa-se que a guarda e importante para o
desenvolvimento social e psíquico do menor. Sua definição, portanto, pode ser
estipulada tanto pelos pais, no momento do divórcio, quanto pelo juiz, que
observando cada caso concreto, deve decidir o melhor para criança, buscando qual
topo de guarda e qual dos pais e o mais adequado em atender os interesses dos
filhos menores e garantir a sua estabilidade e sua formação.

5. GUARDA COMPARTILHADA.

A Guarda Compartilhada é a responsabilização recíproca e o exercício de


direitos e deveres da mãe e do pai que não mais residem sob o mesmo teto, ou seja,
ambos os genitores têm o poder de decidirem sobre a vida da criança.
A Guarda compartilhada surgiu com a finalidade de atender a igualdade
entre homens e mulheres, com relação ao poder familiar após a ruptura conjugal e
visa principalmente, minimizar o sofrimento dos filhos após a separação dos pais,
onde foi devidamente regulamentado com o advento da Lei 11.698 de 13 de junho
de 2008 e, após, pela Lei 13.058/2014, ampliando os artigos 1.583 e 1.584 do
referido diploma, com o propósito de proteger os interesses da criança e
adolescente, garantindo aos genitores a participação ativa no desenvolvimento ético,
moral, educacional e psicológico do menor. A nova disposição do artigo 1.584, §2º
do Código Civil regulamenta:

Art. 1584, §2º- “Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores
declarar ao magistrado que não de seja a guarda do menor.”

Este modelo, priorizando o melhor interesse dos filhos e a igualdade dos


gêneros no exercício da paternidade, é uma resposta mais eficaz à continuidade das
relações da criança com seus dois pais na família dissociada, semelhantemente a
uma família intacta. A guarda compartilhada passou a ser a modalidade preferível no
ordenamento jurídico, devendo, inclusive, sua aplicação ser incentivada pelos juízes.
(GAGLIANO GLIANO E FILHO, 2011).
Portanto, a guarda compartilhada resulta do poder familiar, onde os filhos
de pais separados permanecem sobre a autoridade de ambos, em igualdade, que
vêm a tomar decisões conjuntas pertinentes à sua criação, e partilhar as
responsabilidades do dia-a-dia de educa-lo, desse modo, mesmo após a dissolução
do casamento, os deveres relativos à autoridade parental permanece.
Por conseguinte, a guarda compartilhada visa tutelar o direito do filho à
convivência frequente com os pais, bem como o direito desse de desfrutar da
convivência assídua com o filho, perpetuando o seu patrimônio genético, cultural e
familiar. Isso porque é direito dos filhos menores receberem a visita de seus pais,
bem como também é um direito dos pais em relação aos filhos.
Uma vez adotada a Guarda Compartilhada, cabe aos pais definir a
custódia física dos filhos e o regime de convivência a ser adotado, com regras bem
definidas para não gerar imprecisões futuras. Mesmo quando a guarda é
compartilhada, a criança pode continuar morando em um só lugar, isso é até
recomendado, para que esta não viva sendo transferida de uma casa para a outra.
Como já mencionado, o que é igualmente dividido no regime de guarda
compartilhada é a responsabilidade sobre a vida da criança, não o local de
residência. Porém, é preciso ressaltar que essa modalidade de guarda não priva em
nenhum momento o menor da companhia de seus genitores, garantindo-lhe o
acesso livre à casa de ambos.
Sendo assim a partir do momento que um dos pais possui a custódia
física do filho o outro fica obrigado a prestar alimentos ao filho, ou seja, a pagar
pensão alimentícia. A necessidade do filho e a possibilidade do genitor obrigado a
prestar alimentos e a razoabilidade do valor pago em relação à condição social do
alimentando. Diante disso é preciso destacar que o genitor que possui a custódia
física do filho que receba pensão alimentícia ou que possua bens, este deve
administrá-lo visando a sua exclusiva utilização para o bem-estar e a manutenção do
seu filho, prestando contas, sempre que solicitado, ao alimentante ou mesmo a
justiça.
Concluímos que o principal objetivo da guarda compartilhada é fazer com
que os pais tenham igualdade de direitos quando forem decidir alguma coisa em
relação aos filhos, fazendo com que assim, sejam preservados os direitos e deveres
inerentes à autoridade da mãe e do pai, ela também é utilizada para ser mantida a
convivência dos pais com o menor, de modo que os laços sejam mantidos e
fortalecidos, como se estivessem juntos, cuidando dos filhos.

6. GUARDA COM PARTILHADA PERANTE O ECA.

A lei n.º 8.069/90 também conhecida como ECA, dispõe sobre a guarda
de crianças e adolescentes, fazendo referência à colocação dos mesmos que se
encontra em situações de risco em família substituta, quando terminada a fase de
destituição do poder família. A guarda é, há um tempo, um direito, como o de reter o
filho no lar, conservando-o junto a si, o de reger sua conduta, o de reclamar de quem
o detenha, o de proibir-lhe companhias nefastas e de frequentar determinados
lugares, o de fixar-lhe residência e domicílio e, a outro, como o de providenciar pela
vida do filho, de zelar por sua segurança e saúde e prover ao seu futuro (WADYR
GRISARD FILHO 2002, p.47 e 48).
O Estatuto da criança e do Adolescente se pauta na primazia ao “melhor
interesse do menor”, daí pode-se extrair a importância da guarda compartilhada,
tanto que o ECA foi mais além do que apenas prever sanções para o abandono
familiar, e aludiu que é motivo para requerer a guarda, o fato de um dos genitores
não estar prestando total assistência à criança/adolescente, não há direito à guarda
da mãe ou do pai de maneira isolada, ambos tem o dever legal e social de
compartilhar a responsabilidade e os direitos que os obriga à criação, educação e
sustento dos filhos .
Outro ponto importante a ser mencionado, é que ao inserir na ECA
dispositivos que sugerem a ideia de guarda compartilhada, tende-se a superar o
costume existente no Brasil de que na dissolução do matrimônio, a guarda dos filhos
deve ficar com a mãe, partindo da premissa de que é natural que eles sejam criados
pelas mães, que por terem carregado por meses no ventre tende a ser mais
responsável e amorosa com os filhos, pensamento que não merece prosperar, ora, e
sabido que há necessidade por parte do menor de que ambos os genitores estejam
por dentro do que tem relação à vida do menor, sendo que a guarda compartilhada
influenciará na responsabilidade civil dos pais pelos. Alguns artigos do Estatuto da
Criança e do Adolescente tem relação com a guarda compartilhada, e, ao decorrer
vários deveres e obrigações, objetivando o melhor interesse da criança bem como a
convivência familiar, e um desenvolvimento saudável do menor.

7. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA.

Fica claro que a maioria dos pesquisadores brasileiros é a favor da


instituição do cuidado conjunto, pois traz muitos benefícios aos pais e principalmente
aos filhos pequenos. Com a guarda compartilhada, o pai, que geralmente se torna
apenas hóspede após o divórcio, volta a ter um papel realmente importante e efetivo
na vida dos filhos, assim como acontecia na vida conjunta dos pais.
A principal vantagem dessa guarda é que reduz significativamente o risco
de perda do vínculo e da proximidade entre pais e filhos, pois a espera conjunta
pode trazer equilíbrio entre as necessidades do menor, visto que aguarda
compartilhada consegue trazer um equilíbrio entre a necessidade que o menor tem
de conviver com os pais, e entre a divisão dos cuidados com o menor entre os pais,
de maneira que tanto o pai quanto a mãe estejam comprometidos com a vida dos
filhos, mesmo após a separação do casal. Outro benefício importante da guarda
compartilhada é amenizar os sentimentos ruins que a separação dos pais pode
causar e causar algum prejuízo ao menor.
No entanto, a guarda compartilhada também pode causar danos ao
menor, por exemplo, confusão em sua educação no ambiente em que o menor se
encontra devido à separação dos pais. Os diversos ambientes em que a criança ou
adolescente passarão a frequentar, a ausência de uma referência concreta de lar,
em razão de ter mais de uma casa em que o menor viverá, pode dificultar sua
identificação de lar, de um ambiente que se sinta bem e acolhido, (FERNANDA
SCHEEBELI E MARIA CRISTINA MANANDRO, 2012, P.76). Além disso, vale
ressaltar que de acordo com a maioria dos tribunais, deve-se mencionar que se os
pais não possuem uma relação harmoniosa, para que possam tomar e compartilhar
decisões importantes relacionadas ao cotidiano da criança, a guarda compartilhada
pode causar diversos danos aos pais desenvolvimento físico e emocional de uma
criança ou jovem da seguinte forma.
No entanto, ao determinar que seja assumida a guarda compartilhada de
menor, o juiz deve sempre analisar os aspectos positivos e negativos, ressaltando
que também são considerados os melhores interesses da criança e do jovem ser ao
analisar o estado de saúde dos menores, devem ser levados em consideração os
motivos pelos quais o casal terminou o relacionamento. Dependendo do motivo da
rescisão, fica claro que tipo de custódia é prestado e deve ser analisada. Porque a
vida e o bem-estar do menor estão nas mãos do magistrado nesse momento. A
guarda compartilhada traz muitos benefícios tanto para a criança quanto para os
pais, mas é importante estar disposto a cuidar da criança, manter um bom
relacionamento e comunicação com os e garantir que os melhores interesses da
criança sejam de responsabilidade dos pais, garantindo que a criança que existe
está à frente de tudo.

8. EFEITOS DA GUARDA COMPARTILHADA NO PSICOLÓGICO DO MENOR.

O princípio fundamental da guarda compartilhada é manter o vínculo da


criança com os pais e fazê-los ficar próximos de seus filhos e envolvidos em todos
os acontecimentos de suas vidas, com este tipo de convivência ativa, cria-se a
proximidade de pai e filho mesmo após a separação dos pais e, assim, melhores
ambientes para o desenvolvimento dos menores. A partir daí, cria-se a proximidade
de pai e filho para criar um ambiente psicologicamente saudável.
A criança então forma honestamente sua própria opinião sobre seu pai,
não afetada pelas observações e sentimentos de sua mãe. Como resultado, se o
vínculo pais-filhos for fortalecido mesmo após a separação, a criança crescerá em
um ambiente saudável e contribuirá para um desenvolvimento mental saudável. A
ciência psicológica concorda que a presença dos pais é essencial para o bom
desenvolvimento emocional das crianças, mas esses pais precisam ser
psicologicamente "inteiros" e as crianças são privilegiadas em espírito, espaço deve
ser ocupado.
Para os filhos, o divórcio dos pais é visto de duas formas, por um lado, o
conflito que existia anteriormente para o dia a dia do casal é bastante reduzido, o
que pode ser bom para o desenvolvimento do filho pequeno então
consequentemente e um lado positivo. No entanto, como ponto negativo, destaca a
falta de contato rotineiro com o pai ou a mãe (dependendo de quem está com o
menor) e, consequentemente, a família do pai ou da mãe, de rejeição, como um dos
pais estarem menos presente na vida da criança. Quando reconhecido, a relação
com os filhos e a qualidade do tempo que os pais passam com eles tendem a ser
muito melhores, com bons resultados para a família mesmo que os pais sejam
divorciados.  
Hoje, é imperativo buscar maneiras de garantir uma relação de
parentalidade harmoniosa e minimizar a turbulência mental e emocional do divórcio.
Bem compreender o processo relacional dos sujeitos envolvidos, nos ambientes
social e familiar que vivenciaram e as transformações que se operaram em suas
individualidades, é tarefa de que se deve ocupar a pesquisa sócia (BEMFICA, 2001,
p. 62). Fica estabelecido que as equipes profissionais devem intervir quando
necessário para elaborar relatórios sobre o que é melhor para a criança e
aconselhar e orientar as famílias quando necessário. Vem sendo retratados no art.
151 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (BRASIL, 1990).

Art. 151- “Compete à equipe Interprofissional dentre outras atribuições que


lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e
outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária,
assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico”.

A guarda compartilhada surge, portanto, com o objetivo de amenizar os


danos psicológicos causados pelo divórcio ou separação dos pais. A guarda
compartilhada significa que as responsabilidades são divididas entre o pai e a mãe.
Desta forma, aumenta-se a disponibilidade e a qualidade do tempo com a criança,
melhorando a relação parental mesmo à distância na vida dos menores.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que aqui foi estudado, está mais que comprovado que o
modelo da guarda compartilhada estabelecido na Lei 13.058/1- é a melhor escolha
para garantir uma relação mais próxima entre os filhos e ambos os pais, o que
também permite um melhor desenvolvimento, como a satisfação dos pais por serem
mais visíveis (pelo menos em longo prazo) quando as responsabilidades são
igualmente compartilhadas, o que os ajuda a parar de discussões acaloradas para
conquistar o amor da criança, o que reduz o conflito e a paternidade.
O trabalho investigou e destacou aspectos positivos e negativos da
guarda compartilhada, podendo assim afirmar que são vantagens da guarda
compartilhada o convívio de forma igualitária com ambos os pais, além do menor
não ter que escolher com qual deles quer ficar e também podemos afirma que tem
suas desvantagens, como, por exemplo, a possibilidade do menor ficar no centro
dos conflitos dos pais recém-separados, pois quando estes não têm diálogo e nem
maturidade suficiente para lidar com a guarda compartilhada, prejudicam o menor.
Foi demonstrado através do presente trabalho, que a guarda
compartilhada, além da proteção aos filhos, deve minimizar os traumas e as
consequências negativas que a separação possa causar, porque ela é estruturada
de forma a conservar os laços que uniam pais e filhos antes da ruptura do casal. A
condição principal para a sua fixação é o bom relacionamento entre os pais e a
consciência de que o interesse a ser preservado, na separação, é o do menor, e não
o deles próprios. Assim, ambos os pais devem continuar igualmente envolvidos e
responsáveis pelo cuidado com o interesse e bem-estar dos filhos após a separação
do casal. Nesse sentido, a dificuldade dos pais em manter uma relação harmoniosa
após a separação é o principal entrave para o estabelecimento da guarda
compartilhada pelos tribunais, pois o objetivo é que ambos participem da
implementação das novas cobranças.
Portanto, concluímos que hoje o modelo ideal de guarda é a guarda
compartilhada porque proclama a igualdade dos pais no desenvolvimento da família,
impõe responsabilidades conjuntas quanto à educação, desenvolvimento e
estabilidade.
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