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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANIDADE

Curso de Licenciatura em Direito

O PODER PARENTAL

Sergio Romeu Bata:

Xai-Xai, Maio 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANIDADE

Curso de Licenciatura em Direito

O PODER PARENTAL

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curdo de Licenciatura em
Direito do ISCED.

Tutor:

Sergio Romeu Bata:

Xai-Xai, Maio 2022


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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

de constituição”................................................................................................................3

Geral..................................................................................................................................3

Específicos.........................................................................................................................3

Metodologia.......................................................................................................................3

Conceito Poder parental....................................................................................................4

Características....................................................................................................................4

Titularidade do poder familiar...........................................................................................4

Referencias Bibliografia..................................................................................................10
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Introdução

Além de fazerem parte da construção do nosso direito positivo, as primeiras luzes que
acenaram mudanças nas atribuições dos direitos e deveres paternos iluminam, ainda
hoje, a compreensão de todo o instituto. Os cuidados para com os filhos, decorrentes do
exercício do poder familiar e previstos em diversas normas, são atribuídos em primeiro
lugar à família, independentemente de sua forma de constituição, sob a vigilância e a
protecção da sociedade em geral e do Estado. Embora em nossa legislação haja previsão
para a família e as entidades familiares estabelecidas pelo casamento, pela união estável
e pela monoparentalidade, deve-se considerar que, conforme orienta o Professor
Azevedo (2002, p. 321), os “parágrafos do aludido art. 226 não são taxativos, pois não é
o Estado que determina como deva constituir-se a família, mas protege-a sob as variadas
formas de constituição”.

Geral

Debrucar sobre o Poder Parental.

Específicos

Apresentar o conceito do Poder Parental;

Arrolar a sobre a Evolução histórica do Poder Parental;

Metodologia

Para que se tornasse possível a realização deste trabalho recorreu se as referências


bibliográficas. Onde fez˗se a selecção da informação e a posterior escrita.
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Conceito Poder parental

Poder parental é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa
e aos bens dos filhos menores".Os "filhos adquirem direitos e bens, sem ser por via de
sucessão dos pais. Há, pois, que defender e administrar esses direitos e bens; e para este
fim, representa-los em juízo ou fora dele. Por isso, aos pais foi concedida ou atribuída
uma função semipública, designada poder parental ou pátrio poder, que principia desde
o nascimento do primeiro filho, e se traduz por uma série de direitos-deveres, isto é,
direitos em face de terceiros e que são, em face dos filhos, deveres legais e morais"
(AZEVEDO, 2013, p. 211).

Características

O poder parental faz parte do estado das pessoas e por isso não pode ser alienado nem
renunciado, delegado ou substabelecido. Qualquer convenção, em que o pai ou a mãe
abdiquem desse poder, será nula (Idem).

É, portanto, irrenunciável, incompatível com a transação, e indelegável, não podendo os


pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem, já que o poder familiar é múnus público,
pois é o Estado que fixa as normas para o seu exercício. É, ainda, imprescritível, no
sentido de que dele o genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo
perde-lo na forma e nos casos expressos em lei. Outrossim, é incompatível com a tutela,
não se podendo nomear tutor a menor cujos pais não foram suspensos ou destituídos do
poder familiar (Idem).

O artigo 1.630 do Código Civil preceitua que "Os filhos estão sujeitos ao poder familiar,
enquanto menores". Assim, temos que a menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos
completos, extinguindo nessa idade o poder familiar, ou antes, se ocorrer a emancipação
em razão de alguma das causas indicadas no parágrafo único, do artigo 5º, do Código
Civil (Idem).

Titularidade do poder familiar


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De acordo com Gonçalves, (2011), a Constituição Federal, em seu artigo 226, § 5º, ao
dispor que "os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher", coadunam com o expresso no artigo 1.631, do
Código Civil sobre a igualdade completa no tocante à titularidade e exercício do poder
familiar pelos cônjuges ou companheiros. Assim, "durante o casamento e a união
estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o
outro o exercerá com exclusividade" (CC, art. 1.631).

Verifica-se que no caso de filhos havidos fora do casamento, só estarão submetidos ao


poder familiar depois de legalmente reconhecidos, uma vez que o reconhecimento
estabelece, juridicamente, o parentesco. Sendo o exercício do poder familiar conjunto,
preleciona o parágrafo único do aludido artigo que, havendo divergência dos pais, será o
Judiciário que solucionará o desacordo (Idem).

A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações


entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua
companhia os segundos (CC, art. 1.632). Nota-se que, nos casos expostos pelos artigo,
qual seja, a separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável, fará surgir um
modo diferente do exercício do poder parental (Idem).

Surge assim, o sistema de guarda, ficando um genitor com o direito de guarda e o outro
com o direito de visitas, em regra, já que a guarda poderá ser compartilhada, inexistindo
nesse caso o direito de visitas (Idem).

Conteúdo do poder familiar

Segundo BASTOS (1997), Temos como conteúdo do poder familiar os direitos e deveres
que incumbem aos pais, no tocante à pessoa dos filhos menores, e, ainda, no que tange
aos bens dos filhos. Assim, quanto à pessoa dos filhos, preceitua o artigo 1.634, do
Código Civil que:

Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:

Dirigir-lhes a criação e educação;

Tê-los em sua companhia e guarda;


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Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;

Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

Representá-los, até aos dezasseis anos, nos actos da vida civil, e assisti-los, após essa
idade, nos actos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;

Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e
condição (Idem).

No tocante aos bens dos filhos, é o artigo 1.689 do mesmo diploma legal que irá ditar
quais são os direitos e deveres dos pais. Assim, dita o artigo mencionado in verbis:

Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:

São usufrutuários dos bens dos filhos;

Têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade (Idem).

Ainda, traz o artigo 1.693, do Código Civil os bens que são excluídos do usufruto e da
administração dos pais, ditando que, "Excluem-se do usufruto e da administração dos
pais:

Os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;

Os valores auferidos pelo filho maior de dezasseis anos, no exercício de actividade


profissional e os bens com tais recursos adquiridos;

Os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou


administrados, pelos pais; IV - os bens que aos filhos couberem na herança, quando os
pais forem excluídos da sucessão" (Idem).

Extinção e suspensão do poder familiar

A extinção do poder familiar dá-se por fatos naturais, de pleno direito ou por decisão
judicial.
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Dispõe o artigo 1.635 do Código Civil:

Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:

Pela morte dos pais ou do filho;

Pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;

Pela maioridade;

Pela adopção;

Por decisão judicial, na forma do artigo 1.638 (Idem).

No inciso I temos que com a morte dos pais extingue-se o poder familiar, já que
desaparecem os titulares dos direitos. Ainda quanto ao inciso I, no tocante a morte do
filho, a emancipação, tratada no inciso II e a maioridade do inciso III, nota-se que são
incisos que fazem desaparecer a razão do instituto, que é a protecção do filho menor.

A adopção extingue o poder familiar na pessoa do pai natural, transferindo-o ao


adoptante. Assim, é causa de extinção e de aquisição do poder familiar.

O último inciso trata das decisões judiciais, fundamentadas no artigo 1.638 do mesmo
diploma legal, que preceitua que: "perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a
mãe que:

Castigar imoderadamente o filho;

Deixar o filho em abandono;

Praticar aptos contrários à moral e aos bons costumes;

Incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente".

A perda é permanente, mas não pode dizer que seja definitiva, já que os pais podem,
através de procedimento judicial, recuperá-la, desde que provem que a causa que
ensejou a perda não mais exista. É imperativa e abrange todos os filhos, já que as causas
de extinção são bastante graves, colocando em risco toda a prole. Quanto a suspensão, o
código traz as seguintes hipóteses, previstas no artigo 1.637, do Código Civil.
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Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o
Ministério Público, adoptar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do
menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.

Parágrafo único - Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe


condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos
de prisão.

A suspensão é temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária.


Cessada a causa que a motivou, volta a mãe, ou o pai, temporariamente impedido, a
exercer o poder familiar, pois a sua modificação ou suspensão deixa intacto o direito
como tal, excluindo apenas o exercício.

A suspensão pode ser total, envolvendo todos os poderes inerentes ao poder familiar, ou
parcial, especificando qual poder estará impedido de ser exercido. Ainda, a suspensão é
facultativa e pode referir-se unicamente a determinado filho.
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Conclusão

O Código Civil de 2002 trouxe diversas alterações no tocante aos direitos e deveres dos
pais para com seus filhos e com os bens dos mesmos. Primeiramente houve a alteração
de pátrio poder para poder familiar, consolidando a ideia de que tal poder deve ser
exercido, conjuntamente, pelos pais. O poder familiar, devido às suas características, é
importante instituto jurídico, tanto que há diversos direitos e deveres dos pais explícitos
e implícitos na Constituição Federal. Ainda, verifica-se que os filhos possuem, em todos
os artigos explanados, protecção especial, já que, enquanto menores, necessitam de um
maior apoio dos pais. As causas de extinção e suspensão demonstram a importância no
cumprimento dos deveres entabulados aos pais no tocante a criação e educação dos
filhos, cuidados estes, que friso, são direitos constitucionais dos mesmos.
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Referencias Bibliografia
AZEVEDO, Álvaro Villaça (2013). Direito de família. São Paulo: Atlas.

BASTOS, Celso Ribeiro (1997). Curso de direito constitucional. 18. ed. ampl. e actual. São
Paulo: Saraiva.

Gonçalves, Carlos Roberto (2011). Direito Civil Brasileiro, volume 6: direito de


família – 8ª ed. – São Paulo: Saraiva.

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