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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ-PROJECTO
LUANDA, 2023
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ-PROJECTO
LUANDA, 2023
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO
O presente trabalho insere-se no programa de projecto de fim do curso de Licenciatura
em Direito. Este projecto é parte fundamental dos requisitos para a obtenção do título de
Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Belas. Todavia,
não falaremos, aqui, exaustivamente sobre a cadeira no seu todo e sim "Autoridade
paternal e seu exercício no ordenamento jurídico angolano" .
É de conhecimento geral que o direito da família é o ramo do direito que com mais
frequência sofre transformações. Este facto deve-se ao carater íntimo e pessoal desta
vertente do direito. O mundo dos afetos e dos sentimentos não é um ideal linear e
constante. Assistese, assim, a uma mudança na composição das famílias, e,
concomitantemente, no pensamento da sociedade .
Face a esta realidade, compreende-se que não seja fácil definir um conceito estanque
de família. Aliás, isso mesmo é demostrado pela redação do artigo 35º da CRA, no qual
a família é um “núcleo fundamental da organização da sociedade”, cabendo ao estado e
à sociedade a sua proteção, garantindo-se, assim, a realização pessoal dos seus
membros.
O Direto de Família ou, se quisermos dizer «os direitos de família» são em geral os
direitos que tutelam os interesses das pessoas que fazem parte da comunidade familiar.
A Família pode assim ser definida como um grupo social relacionado entrem si por
obrigações e direitos recíprocos.
2.1 Conceito
Com vista a prossecução dos fins para cujo a realização se atribui a autoridade paternal
a lei prevê, o dever de obediência dos filhos em relação aos seus pais. É estatuido no art.
137.º do CF, o principio genérico de que os filhos devem obediência dos pais. A lei
estabelece, porém, as linhas orientadoras desse dever, pós no art.137.º, nº 1 menciona
que: «os filhos menores devem obediência à legítima autoridade paternal», o que quer
enfatizar que essa autoridade tem que ser exercida dentro da finalidade legal para qual é
atribuída (o interesse do menor), pós se não for torna-se ilegítima e como tal não há que
pedir ao filho obediência.
No art. 80º (Infância) da actual CRA, vem consagrado no nº 2 «As políticas públicas no
domínio da família da educação e da saúde devem salvaguardar o princípio do superior
interesse da criança como forma de garantir o seu pleno desenvolvimento fisíco
psíquico e cultural » .
Aliás, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança no seu art. 12.º, nº
1, já refere à criança «(...) o direito de expressar as suas opiniões livremente sobre todos
os assuntos relacionados com a criança (...)» e no art. nº2, o de expressar livremente a
sua opinião em todos os assuntos que lhe digam respeito «(...)processo judicial ou
administrativo (...)» e «o direito a que as suas opiniões sejam tidas em conta, de acordo
com a sua idade e maturidade» -
No CC, a expressão legal era «poder paternal» significando que era um poder
espescialmente exercída pelos pais o qual era o elemento hierarquicamente superior da
família, quer em relação à mulher quer em relção aos filhos. À mãe era atribuída uma
posição secundária de mera conselheira nos assuntos que dissessem respeito aos filhos.
No Direito Europeu procura-se uma nova expressão – «autoridade paternal», para evitar
que o conceito contenha em si um conceito descriminatório à mãe.