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DIREITO
RIO DE JANEIRO,
2022
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RESUMO
1 - INTRODUÇÃO
2 - DIREITO DE FAMILIA
Para o direito, o conceito de família vai muito além dos laços sanguíneos, pois,
independentemente deste, a família se caracteriza por aspectos emocionais e
socioafetivos. Laços emocionais, legitimados como vínculos legais, potencializam o
reconhecimento legal de novas famílias com estruturas diferentes, múltiplas e
diversas. Desta maneira, para Albuquerque (2004), a nova roupagem do direito de
família em nada se confunde com a conservador, que era patriarcal e hierárquica.
Portanto, visando a construção da felicidade no âmbito familiar, as diversas
possibilidades de composição familiar foram instauradas no ordenamento jurídico
brasileiro com o advento da constituição federal de 1988, que acabou por
constitucionalizar o direito de família. Sendo assim, tais arranjos familiares passaram
a conviver com o conceito de família tradicional, tendo como base o afeto e outros
requisitos para tal.
Antes de adentrarmos ao tema, temos que dissertar acerca do que seria uma
família em nosso ordenamento jurídico. Anteriormente, somente era admitido o
conceito de família tradicional, sendo ele composto pelo genitor, pela genitora e pela
criança, se baseando única e exclusivamente em fatores genéticos, entretanto, com
o passar das eras, tal conceito fora se dissolvendo, calhando, então em outros
diversos modelos na atualidade.
Atualmente, em nosso ordenamento jurídico estão previstos três tipos
familiares distintos, sendo eles a composta por meio do casamento (artigo 226 §1º e
§2º da constituição federal), o através da união estável (previsto no artigo 226, § 3º
da constituição federal) e o modelo de família monoparental (previsto no artigo 226
§4º da constituição federal).
Entretanto, cabe salientar que não somente são considerados tais entidades
familiares, visto que diversas outras são pautadas em aspectos que conceituam uma
família.
Dentre estes, podemos citar a entidade familiar homoafetiva, que é aquela
caracterizada pela relação afetiva de pessoas de mesmo sexo. Um ponto importante
que defende a perpetuação deste modelo familiar é o fato de a procriação não ser
uma base familiar, pois a mesma tem que ser pautada em afeto.
A união homoafetiva é reconhecidamente uma entidade familiar, desde que
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3 - A ALIENAÇÃO PARENTAL
A prática da alienação parental ainda não pode ser classificada como patologia
clínica, pois não consta no Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais - DSM5 (APA,
201) ou no Código Internacional de Doenças - CID-10 (OMS, 1993).
Recentemente, em 2018, a Organização Mundial da Saúde - OMS reconheceu
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(2010), a alienação parental ocorre tipicamente após o divórcio dos pais por meio de
desqualificação endêmica um do outro na presença de seus filhos, prejudicando assim
os menores. Além de alienar os genitores, incentivar a calúnia, a rejeição e o conflito
entre os genitores, a alienação dos genitores também ocorre quando há a dificuldade
de contato e vivência com a criança, com a ocultação de informações relativas a vida
destas, não informar endereções e telefones (MAJOR, 2000, p.15)
Assim sendo, nosso ordenamento jurídico a considera em conformidade com a
lei 12.318/2010, onde esta modifica o artigo 236 da lei 8.069/1990:
Mantendo-se na referida lei, pode-se destacar o seu artigo 3º, que versa sobre
a violação do direito fundamental da criança:
Artigo. 4º da lei pertinente confirma que o processo judicial sobre esta matéria
prevê um procedimento prioritário com celeridade, e ainda confirma que estão
previstas medidas cautelares temporárias para a proteção da integridade psíquica dos
menores.
A prática de alienação de genitores deve ser realizada de acordo com o artigo
6º da Lei nº. 12.318/2010:
disputas pela guarda dos filhos, sendo comum o casal entrar com uma ação judicial
para solucionar os sentimentos conflitantes e as disputas emocionais que surgem
dessa questão, onde as emoções evidentes impedem uma resolução amigável. A
intervenção do Estado é, portanto, necessária para acalmar problemas familiares
como a alienação parental, que devem ser resolvidos através do diálogo e da
compreensão mútua.
A alienação parental é, portanto, uma forma pela qual o responsável legal de
criança ou jovem recorre a outro responsável, mas que acaba prejudicando os
próprios filhos, ignora os interesses e princípios constitucionais da proteção dos
menores, aliviando o sentimento paterno, afetando consequentemente a entidade
familiar.
A alienação parental nem sempre é visível, pois existem disfarçados que
podem se manifestar como atitudes mais simples, sendo a mais comum incitar que o
menor rejeite o outro genitor ou criar outras obrigações que impeçam a convivência
com o genitor.
Com a seguinte constatação da alienação parental, e a impossibilidade da
solução no âmbito familiar, surge a necessidade de uma intervenção estatal, visando
o respeito do interesse do menor envolvido. Atualmente, em nosso ordenamento
jurídico a mediação de conflitos vem ganhando força como uma possível solução para
tal litígio.
Podemos tratar a guarda como sendo uma das mais relevantes consequências
de uma dissolução conjugal, visto que, conforme nosso ordenamento jurídico, o
melhor interesse da criança tem que ser visado. Sendo assim, mesmo que havendo a
hipótese de apenas um dos genitores a possuir, acaba não implicando na perda ou
suspensão do poder familiar do que a não possui.
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De acordo com o ECA (1990), podemos dispor a guarda como sendo de três
formas distintas, sendo elas:
Além do mais, há que se falar também neste instituto envolvendo famílias não
biológicas. Não sendo neste caso a natureza da guarda permanente, podendo sofrer
alterações de forma voluntária ou judicialmente.
possuidora da guarda.
Pode-se classificar a guarda do menor como um conjunto de relações jurídicas
da pessoa para com a criança, podendo este estar sob o poder ou companhia
daquela, como também relacionado a responsabilidade desta para com aquele,
tratando-se de educação, saúde etc. (SANTOS NETO, 1994)
5 - A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Com o fim da vida conjugal, a responsabilidade dos pais para com os filhos
não é afastada, visto que se trata de um laço familiar impossível de ser desfeito. Em
um mundo ideal, o correto seria que ambos os genitores agissem de maneira
consensual com o objetivo de respeitar o interesse da criança, entretanto, não é isso
que ocorre. Aqui no brasil, pesquisas apontam que um enorme percentual das
crianças cujos pais são separados acabam sofrendo com esse mal.
Destarte, cabe salientar que não existe uma fórmula mágica para erradicar o
mal da alienação parental, entretanto, existem algumas medidas possíveis a serem
tomadas a fim de que este não ocorra em nossa sociedade.
6 - CONCLUSÃO
7 - REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias, 5. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
LEITE, Eduardo de Oliveira. Direito Civil Aplicado. v. 5. São Paulo: RT, 2005.
LOBO, Paulo Luiz Netto. Direito Civil: Famílias. São Paulo: Saraiva, 2015.
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Afeto, Ética, Família e o Novo Código Civil. Belo
Horizonte: Del Rey, 2004.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 8. ed. São Paulo: Atlas,
2008.