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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

ALANA FLÁVIA DELLAY

A RELAÇÃO ENTRE O BRUXISMO DO SONO E O


SUCESSO DOS IMPLANTES DENTÁRIOS: UMA
REVISÃO DE LITERATURA

Piracicaba
2021
ALANA FLÁVIA DELLAY

A RELAÇÃO ENTRE O BRUXISMO DO


SONO E O SUCESSO DOS
IMPLANTES DENTÁRIOS: UMA
REVISÃO DE LITERATURA

Monografia apresentada à Faculdade de


Odontologia de Piracicaba da Universidade
Estadual de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para obtenção do título de Especialista
em Prótese Dentária.

Orientador: Mauro Antônio de Arruda Nóbilo

Co-orientadora: Naiara de Paula Ferreira Nóbilo

Piracicaba
2021

Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Marilene Girello - CRB 8/6159
Dellay, Alana Flavia, 1993-
D38r DelA relação entre o bruxismo do sono e o sucesso dos implantes dentários:
uma revisão de literatura / Alana Flavia Dellay. – Piracicaba, SP: [s.n.], 2021.

Del Orientador: Mauro Antonio de Arruda Nóbilo.


Del Coorientador: Naiara de Paula Ferreira Nóbilo.
Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Universidade Estadual
de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

Del 1. Bruxismo do sono. 2. Implantes dentários. I. Nóbilo, Mauro Antonio de


Arruda,1965-. II. Ferreira-Nóbilo, Naiara de Paula,1986-. III. Universidade
Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. IV. Título.

Informações adicionais, complementares

Palavras-chave em inglês:
Bruxism
Dental implants
Área de concentração: Prótese Dentária
Titulação:Especialista
Banca examinadora:
Dimorvan Bordin
Guilherme Henrique Costa Oliveira
Data de entrega do trabalho definitivo: 28-10-2021
AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, que me proporcionou o


espaço e o ensino de qualidade para que eu pudesse concluir a minha especialização.
Agradeço acima de tudo à Deus, que me deu a vida e a cada dia uma oportunidade
nova de ser sempre melhor. Agradeço a minha família e aos meus orientadores
durante essa caminhada, Dr. Mauro Antônio de Arruda Nóbilo e Prof. Dra. Naiara de
Paula Ferreira Nóbilo.
RESUMO

O objetivo nesta pesquisa foi avaliar a associação entre o Bruxismo do sono e


implantes dentários. No início da implementação dos implantes, na década de 90,
sendo Branemark, as taxas de sobrevida de um implante chegaram a ser de 90%.
Entretanto, estudos revelaram que o tabagismo, a diabetes e principalmente o fator
Bruxismo tinham correlação com o sucesso do tratamento com implantes. A partir daí,
a avaliação dos fatores passou a ser mais relevante e de forma mais aprofundada.
Em relação as condições determinantes que interviam durante o tratamento. Ademais,
anos mais tarde, com a evolução, o Bruxismo se tornou fator comum entre os
pacientes, devido ao estresse, ansiedade, com a aparição de sintomas como dores
de cabeça, fadiga de parafusos, apertamento também durante o dia, etc. Esse hábito
para funcional, apesar de ter tido mais importância na atualidade, já é presente desde
os tempos bíblicos. Ele é caracterizado pelo ranger dos dentes durante o período do
sono, por movimentos periódicos e frequentes. Essa condição pode ocorrer também
durante o dia, denominado Bruxismo diurno. Sua etiologia é multifatorial e ocorre por
exemplo com a oclusão traumática e contato prematuro; fatores sistêmicos, como
deficiências nutricionais e síndromes; fatores psicológicos e tensão emocional; fatores
ocupacionais, como a prática de esportes e por fim, fatores hereditários.
Relativamente, a falha no tratamento com implantes dentários apresentou uma
relação indireta na presença de pacientes portadores desse hábito. Apesar disso, a
maioria das pesquisas realizadas até o presente momento não é conclusiva, ou seja,
o acompanhamento é no dia a dia do consultório e no acompanhamento do paciente
tratado.

Palavras-chave: bruxismo noturno, bruxismo x implantes e implantes dentários.


ABSTRACT

The objective of this research was to evaluate the association between sleep bruxism and
dental implants. At the beginning of the implementation of the implants, in the 1990s,
branemark being, the survival rates of an implant reached 90%. However, studies have
revealed that smoking, diabetes and especially the Bruxism factor were correlated with the
success of implant treatment. From there, the evaluation of the factors became more relevant
and more in depth. In relation to the determining conditions that intervened during
treatment. Moreover, years later, with evolution, Bruxism became a common factor among
patients, due to stress, anxiety, with the appearance of symptoms such as headaches, screw
fatigue, tightening also during the day, etc. This habit for functional, although it has had more
importance today, is already present since biblical times. It is characterized by grinding of the
teeth during the sleep period, by periodic and frequent movements. This condition can also
occur during the day, called Daytime Bruxism. Its etiology is multifactorial and occurs for
example with traumatic occlusion and premature contact; systemic factors, such as nutritional
deficiencies and syndromes; psychological factors and emotional tension; occupational factors, such
as sports practice and finally, hereditary factorss. Relatively, failure in treatment with dental
implants presented an indirect relationship in the presence of patients with this habit.
Nevertheless, most of the studies conducted up to the present moment are not conclusive,
that is, the follow-up is in the day-to-day of the office and in the follow-up of the treated
patient.

Key Words: night bruxism, bruxismo x implants and dental implants.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 11
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 12
4. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 13
5. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 19
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 21

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 22

ANEXO 1 – Relatório Turnitin (verificação de originalidade e prevenção de plágio) .. 25


8

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a reabilitação com implantes dentários tem sido muito
utilizada pelos cirurgiões dentistas. Isso porque o acesso e benefício pelos pacientes
se tornou muito grande. Branemark et al., (1969), afirmam que os implantes
osteointegrados são alternativas estética e funcionalmente consagradas na
reabilitação de espaços protéticos unitários ou múltiplos. Além disso, as taxas de
sobrevida publicadas para todos os implantes tiveram uma média bem acima de 90%
Zupnik et al., (2011). Desta forma, a reabilitação protética sobre implantes é bem
indicada e segura, desde que sejam planejados e executados da forma correta,
visando minimizar problemas de rejeição do implante e uso de componentes não
adequados.
Contudo, segundo Zhou et al., (2015), apenas 66,4% dos pacientes estão
completamente livres de qualquer tipo de complicações relatadas após a restauração
das próteses fixas implanto suportadas. O tabagismo e o diabetes não controlados
são os dois fatores de risco conhecidos que afetam a sobrevida do implante (Lindhe e
Meyle, 2008). Por essa razão, é necessário conhecer o histórico do paciente, saber
suas limitações e realizar o tratamento adequando as técnicas de acordo com cada
caso, considerando principalmente, a presença de hábitos para funcionais e hábitos
dietéticos do paciente.
Dentre as limitações do tratamento reabilitador com implantes dentários, o
bruxismo é um dos que, embora ainda não tenha fundamentos científicos suficientes
para comprovar sua influência direta, clinicamente é considerado elemento
preocupante pelos profissionais da área. Schwarz (2000), afirma que, interferências
oclusais e hábitos para-funcionais podem resultar em complicações mecânicas e
biológicas, tais como o afrouxamento ou fratura do parafuso, fratura do material de
revestimento, fratura do implante e perda óssea Peri-implantar. Esses fatores são tão
comuns na rotina clínica, que muitas vezes os pacientes acabam ignorando o
problema, e se sujeitando a procedimentos muito invasivos – e longos, que não obtém
sucesso.
Por isso, cada vez mais, no dia a dia clínico encontram-se muitos pacientes
com sintomas e consequências do bruxismo. Dor exacerbada, fadiga e estresse,
9

levam ao desgaste dos dentes, retração gengival, dores de cabeça, sensibilidade


dentária e perdas dentárias (Santamato et al., 2010).
O bruxismo é definido pela ação de ranger os dentes, ocorrido normalmente
durante o sono. Sendo assim, são realizados movimentos estereotipados e periódicos
com o cerrar dos dentes, decorrentes da contração rítmica dos músculos masseteres
no decorrer do sono (Lobbezoo et al., 2006). Sua etiologia é multifatorial, podendo
conter fatores locais, como a oclusão traumática e contato prematuro; fatores
sistêmicos, como deficiências nutricionais e síndromes; fatores psicológicos, como
conflitos no trabalho e tensão emocional; fatores ocupacionais, como a prática de
esportes e por fim, fatores hereditários (Serralta e Freitas, 2002). Por esses motivos e
por um número consideravelmente alto de pacientes com os sintomas, a maioria
acredita que o sucesso dos implantes depende e exclusivamente da instalação destes.
No que diz respeito as alterações dentárias, aliado ao hábito de ranger os
dentes, alguns autores relacionam as facetas de desgaste como a principal
característica durante o exame intraoral. Para evidenciar essa característica, os
desgastes devem estar regulares, brilhosos e nos movimentos laterais e protrusos
precisam estar coincidentes, podendo resultar ainda, na diminuição da dimensão
vertical de oclusão (Furese et al., 2003). Além disso, deve-se levar em consideração
o histórico do paciente, desde hábitos, como a qualidade do sono, rotina, dieta,
manias, estresse etc.
O termo bruxismo foi inicialmente introduzido na literatura odontológica em
1901, e já na época foi utilizado para indicar “um hábito inconsciente e às vezes
consciente de ranger, apertar e deslizar os dentes, sem objetivos funcionais
aparentes”. Este hábito parafuncional é conhecido desde os tempos bíblicos e faz
alusão ao comportamento e o relaciona com a raiva e frustração reprimidas (Nobilo et
al., 2000). Em vista disso, de forma geral, o histórico do paciente bruxista é respaldado
no estresse diário, em decorrência de problemas respiratórios, insônia e psicológicos.
Sendo assim, no início do tratamento é necessário oferecer ao paciente um tratamento
que diminua o estresse e hábitos que influenciem diretamente a evolução do
apertamento.
O bruxismo também se tornou motivo do excesso de carga oclusal, levando
10

o parafuso do implante à fadiga, podendo resultar em deslocamento ou fratura. Um


estudo feito por Glauser et al., (2011), encontrou uma porcentagem maior de perda de
implantes em bruxistas do que em não bruxistas (41% versus 12%, após um ano).
Carvalho e Mourthé (2005), apresentaram em sua pesquisa que a maior
frequência do apertamento ocorre em mulheres, tendo uma proporção de
aproximadamente 9 mulheres para 1 homem, e que é diminuído conforme a
progressão da idade, preeminente após os cinquenta anos.
Dentre as terapias indicadas para o tratamento e ou estabilização do
apertamento, são indicados agentes farmacológicos, como analgésicos,
tranquilizantes, anestésicos locais, anti-inflamatórios e relaxantes musculares
(Oliveira et al., 2007).
Todavia, ainda existe o bruxismo Diurno ou em vigília, ou seja, que ocorre
durante o dia. Por ser, na maioria dos casos, assintomático e não perceptível pelos
pacientes, acaba dificultando o diagnóstico e tratamento. Contudo, quando avaliado e
diagnosticado corretamente, o controle, nesses casos, depende essencialmente da
colaboração do paciente, facilitando a comunicação entre o profissional e o paciente,
tendo maior sucesso no tratamento de um modo geral. Por outro lado, alguns autores
afirmam que o bruxismo diurno e o bruxismo noturno devem ser entendidos de formas
diferentes, com etiologias e fatores de risco distintas (Johansson et al., 2011).
11

OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a


relação entre o bruxismo noturno e a reabilitação com Implantes dentários.
12

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de literatura realizada a partir da busca de artigos


científicos nos bancos de dados PubMed e MedLine. Os critérios de inclusão foram a
data de publicação (últimos 10 anos) e a língua (português e inglês). Também foram
incluidos trabalhos clássicos da literatura.

Os descritores “bruxismo noturno”, “implantes dentários” e “bruxismo x


implantes” foram pesquisados de maneira individualizada e, também, cruzada nos
mecanismos de busca, onde foi possível encontrar pesquisas relativas ao assunto

Foram identificados 40 artigos com os critérios de inclusão estabelecidos,

sendo todos avaliados pelos respectivos títulos e resumos, e, selecionados os 25


artigos mais relevantes para o presente trabalho.
13

REVISÃO DE LITERATURA

Ser desdentado não promove. prejuízos apenas estéticos, mas também


funcionais e biológicos. Na parte funcional, dificulta a mastigação, a deglutição, afeta
a fala e consequentemente abala o psicológico, devido a baixa autoestima
(Kandasamy et al., 2018). Biologicamente, a ausência de elementos dentários resulta
na alteração dos tecidos moles e reabsorção óssea.
A evolução dos implantes osteointegráveis iniciou em 1952 e
fundamentouse ao longo dos anos, através de diversas pesquisas clínicas e
laboratoriais desenvolvidas sob critérios e controles científicos bem estabelecidos e
fundamentados (Bränemark, 1983). A partir dai, os implantes dentários evoluíram de
forma significante, sendo uma das melhores alternativas de tratamentos para
pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. Estudos revelam que a sobrevida
dos tratamentos com próteses sobre implantes é superior a 90%, quando comparadas
as convencionais, como a prótese fixa e a prótese removível (Cosano, 2019).
Dentre as diversas falhas ocorridas nos tratamentos com implantes
dentários, a sobrecarga biomecânica na reabilitação protética é considerada como a
causa mais comum de fratura de implantes. Essa falha também está relacionada com
a presença do bruxismo e cargas oclusais excessivas (Saracho et al., 2017).
O bruxismo tem sido um fator determinante de discussões entre os
profissionais. A sua interferência nos tratamentos reabilitadores, além de ser alvo de
questionamentos, é visto como limitação para tratamentos protéticos.
O bruxismo noturno ou do sono é o mais comum dentro do grupo da
disfunção temporomandibular, e quando comparado ao bruxismo em Vigília. Se
caracteriza pela ação de apertar os dentes durante o sono e pela atividade motora
involuntária dos músculos mastigatórios (como por exemplo, o masseter e o temporal).
Muitas vezes ainda, envolve dores musculares (Ting-Hsun Lan et al., 2019). É
determinado pelo apertamento dos dentes, evidenciado clinicamente pelo desgaste
das bordas incisais dos elementos anteriores e ou oclusal dos dentes posteriores,
podendo ser sintomáticos ou não (que muitas vezes dificulta o diagnóstico clínico).
De acordo com uma revisão recente, tanto a fisiologia do bruxismo quanto
14

a patologia tem fatores associados causais desconhecidos. Todavia, fatores como


tabagismo, problemas respiratórios e medicamentos são fatores de risco para o
bruxismo (Mesko et al., 2017).
De acordo com a teoria de Olkinuora (Rao e Glaros, 1979), os bruxistas
'sem tensão' são indivíduos que moem mais do que cerram e bruxam no período
noturno, enquanto os bruxistas 'de tensão' são agitadores diurnos cujo hábito é uma
resposta ao estresse (Glaros,1981). Diante disso, é difícil identificar um paciente
bruxista, já que nem mesmo o profissional consegue detectar o tipo e ou a presença
do bruxismo, devido a falta de sinais e sintomas claros pelo paciente.
Presentemente, a polissonografia é um dos exames padrão ouro para o
diagnostico do bruxismo do sono. Este exame discrimina a presença de atividades dos
músculos mastigatórios rítmicos, típicos do bruxismo do sono (Lavigne et al., 1996),
de atividades oro motoras, como deglutição, tosse, dublagem facial, movimentos
corporais, sucção labial, movimentos da cabeça, entre outros. Dessa forma, é possível
fornecer resultados mais precisos. No entanto, para esses resultados é necessário
incluir critérios relevantes de inclusão e exclusão e selecionar grupos de controle e
estudo (Lavigne et al., 2008).
Além disso, o bruxismo implica na previsibilidade do sucesso do tratamento
quando está unido a outros problemas dentários – como a ausência de elementos
fundamentais da mastigação, oclusão alterada, dentes curtos e com restaurações
extensas, entre outros.
O bruxismo do sono é muito comum no dia a dia clínico, e muitos pacientes
não sabem que possuem, já que na maioria dos casos é assintomático.
Quando havia suspeita de que o desequilíbrio oclusal era o principal fator
etiológico do bruxismo, os profissionais indicavam ajustes e placas de estabilização
oclusal (Mesko et al., 2017). Entretanto, esses métodos não têm eficácia comprovada.

Terapias alternativas como relaxamento antes de dormir ou evitar cafeína,


revelam significativas melhoras para o controle do bruxismo, mas não diminui a
atividade muscular. Para isso, outros métodos, que ainda estão em análise e
acompanhamento foram sugeridos, como por exemplo a aplicação de toxina
botulínica.
A etiologia ainda não foi definida, mas foi atribuída a fatores periféricos
(morfológicos), incluindo má oclusão e interferências oclusais. Concomitante a isso,
15

está vinculado ao estresse emocional (Yap e Chua, 2016). Além de tudo, o bruxismo
do sono é identificado em pacientes com distúrbios neurológicos, psiquiátricos e do
sono, e pela utilização de medicamentos ou combinação de ambos. Alguns estudos,
ainda, sugerem problemas familiares e influências genéticas (Kato, 2004).
O diagnóstico do bruxismo é frequentemente realizado com base em
questionários ou informações fornecidas pelo paciente, parceiro de cama e/ou
parentes. A presença de sinais clínicos de desgaste oclusal em padrões em dentes
naturais ou materiais restauradores é frequentemente usado para diagnosticar
bruxismo (Anitua et al., 2017).
O bruxismo do sono tem sido associado a síndrome da apneia obstrutiva
do sono (OSA). Nos achados clínicos, indicaram que 81% das complicações protéticas
ocorreram em pacientes com OSA. Ainda mais, o mais sério das complicações
(implante e fratura de parafuso) tem sido associado ao maior índice de apneia.
Estudos afirmam que é provável que as forças aplicadas a implantes
durante o bruxismo são ainda maiores do que aqueles exercidos em dentes naturais
devido à diminuição propriocepção de implantes. Devido a ausência de ligamento
periodontal nos implantes, que possui um controle sensorial, os mecanoreceptores
são distantes e, portanto, reduz a sensibilidade tátil.
Jokubauskas (2018), atestaram em seu artigo que histórico de bruxismo na
infância, doença do refluxo gastresofágico e polimorfismos genéticos estão fortemente
associados ao bruxismo nos adultos. Ainda afirmam que o bruxismo está presente em
13,7% da população geral.
Muito se tem falado sobre a reabilitação protética com implantes em
pacientes com bruxismo. Alguns estudos sugerem que a sobrecarga oclusal e o
bruxismo podem ser fatores de risco para complicações mecânicas em próteses
implanto suportadas, Chrcanovic (2017), aumentando a perda óssea marginal (Fu et
al., 2012) e taxa de insucesso do implante (Chrcanovic et al., 2017).
O bruxismo é um hábito parafuncional que leva a um desgaste da superfície
oclusal dos dentes, acarretando a perda da dimensão vertical, aumentando a carga
para a articulação temporomandibular, resultando em desordens emporomandibulares
(Kandasamy et al., 2018).
Glaros (1981), afirma que a prevalência do bruxismo chega a quase 20%
dos adultos em geral. Contudo, alguns autores ainda revelam que a relação do
16

bruxismo em casos de implantes ainda não é comprovada por falta de evidências em


estudos de acompanhamento a longo prazo.
Contudo, Zhou et al. (2015), em. seu estudo, expôs que a relação causal
entre o bruxismo e a falha do implante dentário tem impulso da mandíbula, uma vez
que a desordem do sistema mastigatório como atividade muscular repetitiva compete
a mandíbula e contato não funcional dos dentes inferiores (Zhou et al., 2015).
Alguns autores sugerem que, para melhorar a força de distribuição da
prótese, paciente portadores do bruxismo deveriam ser utilizadas próteses metálicas,
que possuem carga alta e assim, alívio do estresse mecânico da prótese sobre os
implantes. Todavia, Melo et al. afirmaram que a relação entre os implantes e a sobre
carga oclusal não é diretamente relacionado a sua falha, por isso, esta afirmação não
se revela conclusiva (Patel et al., 2019).
Bragger (1992) encontraram uma correlação significativa entre bruxismo e
complicações protéticas, mas não com falha de implante. Seis em cada dez bruxistas
tiveram complicações técnicas, enquanto 13 de 75 não-bruxistas tiveram tal
complicação (principalmente fraturas de porcelana). Kinsel et al., 2007, descobriram
que 34,9% dos pacientes apresentando sinais de bruxismo experimentou fratura
cerâmica metálica, contra 18,3% de pacientes sem bruxismo. Isso equivale a 18,9% e
5,1% das unidades odontológicas (próteses sobre implantes com coroas de cerâmica
metálica e dentaduras parciais fixas suportadas por implante) colocadas em pacientes
com e sem bruxismo, respectivamente.
Um estudo mostrou casos de complicações mecânicas em implantes e
apontou que o bruxismo não é por si só o principal causador da fratura de parafuso,
mas sim quando associado a outros fatores, como cantlever, parafusos curtos,
sobrecargas, localização e diâmetro do parafuso e reposição óssea (Balshi, 1966). A
sobrecarga, que é um dos problemas mais comuns nas falhas das próteses é
explicada em consequência a ausência do ligamento periodontal. Quando em dentes
naturais, o ligamento fornece ao sistema nervoso central a percepção sensorial da
sensibilidade tátil dos dentes. Por isso, quando o dente é extraído, o mecanismo de
feedback tátil fica inativo, aumentando o risco de cargas oclusais altas, principalmente
em pacientes que já apresentam para função.
Um recente trabalho avaliou que houve falhas nos implantes em um grupo
onde tinham pacientes bruxistas. Entretanto, os pacientes do grupo apresentavam
condições ósseas menos favoráveis (volume ósseo) em geral (Bornstein et al., 2009).
17

Como a maxila possui, predominantemente, um tipo de osso esponjoso e


trabecular, impossibilita a estabilidade primaria do implante, que é decisivo para a
integração bem-sucedida da osteo integração. Por isso, pesquisadores denotaram
menores taxas de sucesso do implante na maxila do que na mandíbula, principalmente
quando o paciente possui atividade parafuncional, marcado por micro movimentos
induzidos por carga dos implantes durante o período inicial de cicatrização
(Yamaguchi, et al., 2014).
De acordo com Lobbezoo et al. (2017), é recomendável que o bruxismo
seja diagnosticado e tratado previamente a esses tratamentos, diminuindo os riscos
de problemas mecânicos. Uma das alternativas de tratamento compete ao uso de
placas estabilizadoras e aplicação de Botox em casos específicos.
Goiato et al. (2014) afirmam que a instalação de uma placa estabilizadora
é um dos procedimentos que podem ajudar a diminuir a sobrecarga oclusal, a fim de
evitar casos de fratura. Além disso, a placa é utilizada para reduzir os sintomas, como
dor na craniofacial e diminuir a forca dos músculos.
Considerando isso, um estudo realizado por Zuccolotto et al. (1999),
introduziu placas deslizantes posteriores em cima das dentaduras que seguem o
mesmo princípio das talas oclusais. Essas placas são confeccionadas a partir da
resina acrílica autopolimerizável, com superfícies lisas, ajustadas ao aspecto oclusal
dos dentes posteriores maxilares e mandibulares que auxiliam na diminuição da
sintomatologia dolorosa da disfunção temporomandibular. A pesquisa ainda afirma,
que as placas não só promoveram melhor retenção e estabilidade das próteses, como
também propiciou o reestabelecimento da dimensão vertical, relação cêntrica, melhora
da oclusão, estética e função.
Estudos ainda afirmam que implantes com diâmetros maiores pareciam
obter melhores resultados, já que reduzem o cantilever na prótese e melhoram a sua
estabilidade com o antagonista. Ganales et al. (1973) afirma que, com um exame
clinico e correto de plano de tratamento, levando em consideração todas as limitações
do paciente, a previsibilidade do quadro clinico é positiva.
Bragger et al. (1992) encontraram correlação significativa entre bruxismo e
técnica complicações protéticas, mas não com falha do implante. Porém, estudos
mostraram que, baseado no exame clinico, o bruxismo está associado a complicações
técnicas do implante (Lobbezoo et al., 2018).
18

Uma pesquisa revelou que, dentre as falhas de próteses sobre implantes,


a mais frequente causa estava em coroas do tipo cimentadas, seguidas de
afrouxamento do parafuso e fratura de porcelana (Venkatesh et al., 2017).
Os resultados de um recente estudo mostraram que implantes inseridos em
pacientes já diagnosticados com bruxismo, afetaram negativamente o sucesso dos
casos. Contudo, esses dados ainda não apresentam efeito fundamentado, devido a
limitação de casos publicados e sem especificidade (Chrcanovic et al., 2016).
Segundo Johansson et al. (2011), certas condições oclusais ou oclusões
incorretamente modificadas proteticamente não são resultadas por causas potenciais
do bruxismo, nem mesmo que a correção de tais condições é reversível para o
bruxismo. Apesar disso, é necessário considerar a presença do bruxismo uma
limitação para o tratamento, visto que é uma condição desfavorável, que em algum
momento do tratamento pode atrapalhar os resultados finais.
Os aparelhos orais estão disponíveis com diferentes características e
materiais. Por isso, a indicação de cada aparelho é determinada de acordo com a
necessidade de cada paciente. Macedo et al., (2007) mostraram que o uso da placa
oclusal em si é questionável em relação aos resultados do sono, mas que podem
propiciar algum benefício quando se tem desgaste dentário.
19

DISCUSSÃO

No presente trabalho verificou-se que as pesquisas sobre o bruxismo


noturno ainda são incertas. A falta de evidências cientificas é grande e não foi possível
concluir que o bruxismo, seja ele noturno ou diurno, tenha influência direta na falha
dos implantes dentários. Mesmo que em muitos casos clínicos o bruxismo seja
diagnosticado, tendo em vista que é uma para função que afeta e provoca desgaste
dos dentes, alguns autores, tais como Chrcanovic et al, (2017) e Fu et al, (2012)
afirmam que não é possível findar que seja a causa do insucesso do tratamento.
O bruxismo é uma disfunção Temporomandibular sem uma única etiologia
definida, sendo, portanto, multifatorial. Por isto, envolve desde distúrbios psíquicos,
comportamentais e psicológicos, assim como problemas respiratórios e desequilíbrio
de oclusão. O ato de ranger e apertar os dentes ocorre, na maioria dos casos, em
pacientes adultos, tendo uma regressão em idosos.
Além disso, a disfunção temporomandibular está diretamente ligada com
hábitos para funcionais, como a ação de chupar os dedos, morder objetos duros, roer
as unhas etc (Cruz, 2005; Zarrazin, 2020). Ademais, Mesko et al. (2017) acrescentou
que fatores como tabagismo, problemas respiratórios e medicamentos também
interferem no avanço do bruxismo.
O bruxismo, quando diagnosticado pelo profissional e apresentar episódios
de dores musculares, é aconselhável que seja tratado antes de qualquer procedimento
reabilitador. Estabilizar a dor e a para-função auxilia também no sucesso do
tratamento.
O paciente bruxista, além de ser mais frágil a qualquer tratamento protético,
com a relevância do estresse e ansiedade, são pessoas com tendência de históricos
com fases reprimidas na fase inicial da vida, como afirma Seger et al. (1998) e (Nóbilo
et al., 2000).
Outro problema que acarreta o agravo da patologia é o fato da pessoa
estar em contato com os dentes o tempo todo, ou seja, considerando que o normal
seja de no máximo, 2 horas, o patológico fica em contato, pelo menos 10 horas Nóbilo
(2000).
Embora as evidências clínicas corroborem para associar o bruxismo aos
20

problemas protéticos, alguns trabalhos, segundo Oliveira et al. (2007), afirma que nem
todos os pacientes que possuem mal oclusão ou contatos prematuros desenvolvem
bruxismo. Recomenda-se a terapia oclusal para distribuir as forcas mastigatórias e
diminuir os danos causados ao sistema estomatognático.
Para isso, é necessário avaliar de forma cautelosa as características do
paciente, o tipo e estrutura do implante, bem como o número de parafusos,
comprimento e diâmetro. Sugere-se que seja considerado os aspectos do implante
que condizem com as características mecânicas e biológicas do paciente – a fim de
diminuir os ricos de falha no tratamento.
21

CONCLUSÃO

De acordo com a revisão de literatura abordada durante o trabalho, foi


Possível realizar uma revisão de literatura sobre a relação entre o bruxismo noturno e
a reabilitação com Implantes dentários. A partir disso, ficou compreensível que o
bruxismo é um fator determinante que pode estar presente de maneira negativa, não
só na reabilitação com implantes, bem como na saúde bucal do paciente. No entanto,
não foi possível determinar sua influência na falha direta dos implantes. Posto isto, é
plausível que seja realizada uma avaliação que verifique a presença do bruxismo para
que este seja tratado de forma correta para que se obtenha uma preservação do
tratamento realizado.
22

1
REFERÊNCIAS

ANITUA, E.; SARACHO, J.; ALMEIDA, G.Z.; DURAN-CANTOLLA, J.; ALKHRAISAT,


M.H. Frequency of Prosthetic Complications Related to Implant-Borne
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ANEXO – Relatório Turnitin (verificação de originalidade e prevenção de plágio)


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