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VICTOR DUARTE DE SOUSA

TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES DE TITÂNIO E COROAS DE


DISSILICATO DE LÍTIO COM DIFERENTES ALTURAS: ANÁLISE IN SILICO

CAMPINAS
2022
VICTOR DUARTE DE SOUSA

TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES DE TITÂNIO E COROAS DE


DISSILICATO DE LÍTIO COM DIFERENTES ALTURAS: ANÁLISE IN SILICO

Dissertação apresentada ao Centro de


Pós-Graduação / CPO São Leopoldo
Mandic, para obtenção do título Mestre
em Odontologia.
Área de Concentração: Prótese Dentária
Orientador: Prof. Dr. Milton Edson
Miranda

CAMPINAS
2022
C.P.O. – CENTRO DE PESQUISAS ODONTOLÓGICAS
SÃO LEOPOLDO MANDIC

Folha de Aprovação

PARA: Victor Duarte de Sousa

Curso: Mestrado em Odontologia – área de concentração: Prótese Dentária

Título do trabalho acadêmico: “TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES DE


TITÂNIO E COROAS DE DISSILICATO DE LÍTIO COM DIFERENTES ALTURAS:
ANÁLISE IN SILICO”

Data defesa:

Informamos que aquela dissertação ou tese acima apontada foi apresentada por seu
titular a Diretoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, perante a Comissão
examinadora abaixo nominada, e cumpriu todas as exigências feitas por aquela
Comissão tendo sido aprovada e recebido a competente liberação sob a supervisão
da docência da orientação.

Campinas, de de 2022.

Prof. Dr.

Membro

Prof. Dr.

Membro

Prof. Dr.

Membro
Dedico esse trabalho aos meus familiares que
sempre acreditaram que no estudo podemos
crescer e evoluir sem depender de outras
pessoas.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, por me conceder saúde e disposição para evoluir

nessa jornada, e por abençoar meus familiares para que eles possam caminhar

junto comigo.

A minha esposa Luciana e ao meu filho Enzo, pela compreensão e

sacrifício deles em mudar a rotina nas semanas de curso, acreditando sempre na

minha evolução profissional.

Não poderia deixar de agradecer a minha querida mãe Virginia e a minha

irmã Fernanda, que na minha ausência, não medem esforços para me substituir nas

tarefas logísticas do meu filho Enzo.

Ao meu pai Welton, que me inspirou na profissão e que, mesmo de longe,

está sempre torcendo por mim.

Aos meus mestres, que serviram de exemplo e inspiração profissional

Guaracilei Vidigal, Edson Jorge, Altair Andrade e Hyung Joo Lee.

Ao meu orientador Rafael Vitti, que com bastante paciência, me ensinou a

pensar de uma forma teórica científica, bem diferente da minha rotina totalmente

clínica.

Aos demais professores, que tiveram sua contribuição para meu

desenvolvimento. Aos colegas de turma, pelos momentos agradáveis e por todo

conhecimento compartilhado.

E a todos que direta e indiretamente contribuíram com meu mestrado.

MUITO OBRIGADO !!!


RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar, por meio do método de elementos finitos (MEF), as
tensões geradas na coroa, implante e tecidos ósseos circundantes por implantes
instalados na mandíbula com diferentes proporções coroa-implante. Foram
posicionados virtualmente, implantes de titânio conexão tipo hexágono externo com
medidas de 4,0 mm de diâmetro por 11,0 mm de altura, em blocos simulando osso
mandibular. Em seguida, foram instalados intermediários em titânio e
confeccionadas coroas em dissilicato de lítio de alturas 8 mm, 10 mm ou 12 mm
para cada implante. Após a confecção dos modelos, foram aplicadas forças de 100N
verticais (90°) e oblíquas (45°) sobre as coroas simulando as que atuam na cavidade
bucal, sempre nas vertentes triturantes dos primeiros molares. Os resultados nos
mostram que em relação ao intermediário a tensão máxima principal foi menor no
intermediário da coroa de 8 mm, depois de 10 mm e de 12 mm. A tensão mínima
principal também foi semelhante a tensão máxima principal, sendo que o menor
valor foi no intermediário da coroa de 12 mm, seguido pelo de 10mm e de 8mm. Em
relação a tensão de von Mises nos implantes foi maior na coroa de 12 mm, depois
de 10 mm e de 8 mm. Em relação ao tecido ósseo, a tensão stress ratio em osso
cortical foi muito semelhante nas coroas de 8 mm, 10 mm e 12 mm. Já a tensão
stress ratio em osso medular foi maior na coroa de 12 mm, depois de 10 mm e de
8 mm. Conclui-se que a coroa de altura 8 mm teve um melhor desempenho com
implantes de altura 11 mm e a proporção coroa-implante em região posterior de
mandíbula, apresentaram influência significativa na distribuição de tensões nos
intermediários, implante e no osso peri-implantar. Pode-se sugerir que a proporção
coroa-implante aumentada influencia negativamente o sistema prótese-implante.
Palavras-chave: Métodos de Elementos Finitos (MEF). Pilares. Transmucoso.
Proporção coroa-implante. Von Mises.
ABSTRACT

The aim of the study was to evaluate, by means of the finite element method (FEM),
the stresses generated in the crown, implant and surrounding bone tissues by
implants installed in the mandible with different crown-implant ratios. They were
virtually positioned, external hexagon-type titanium connection implants measuring
4.0 mm in diameter by 11.0 mm in height, in blocks simulating mandibular bone.
Then, titanium abutments were installed and crowns were made of lithium disilicate
with heights of 8 mm, 10 mm or 12 mm for each implant. After making the models,
vertical (90°) and oblique (45°) forces were applied to the crowns, simulating those
acting in the oral cavity, always on the grinding slopes of the first molars. The results
show us that in relation to the intermediate the maximum principal stress was lower
in the intermediate of the 8 mm crown, after 10 mm and 12 mm. The minimum main
tension was also similar to the maximum main tension, with the lowest value being in
the middle of the 12 mm crown, followed by the 10 mm and 8 mm. Regarding the von
Mises tension in the implants, it was higher in the 12 mm crown, after 10 mm and
8 mm. Regarding bone tissue, the stress ratio in cortical bone was very similar in the
8 mm, 10 mm and 12 mm crowns. The stress ratio in medullary bone was higher in
the 12 mm crown, after 10 mm and 8 mm. It was concluded that the 8mm height
crown had a better performance with 11 mm height implants and the crown-implant
ratio in the posterior region of the mandible had a significant influence on the stress
distribution in the intermediates, implant and peri-implant bone. It can be suggested
that the increased crown-to-implant ratio negatively influences the prosthesis-implant
system.
Keywords: Finite Element Methods (FEM). Pillars. Transmucosal. Crown-to-implant
ratio. Von Mises.
DIVULGAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO

O objetivo deste estudo foi avaliar as tensões geradas na coroa, no implante e no


osso por implantes instalados na mandíbula com diferentes proporções coroa-
implante. Foram posicionados virtualmente, implantes em blocos simulando osso
mandibular. Em seguida, foram instalados intermediários e confeccionadas coroas
de alturas 8 mm, 10 mm ou 12 mm para cada implante. Podemos observar neste
trabalho que os resultados obtidos nos mostram que a tensões nos intermediários foi
aumentando de acordo com o tamanho da coroa sobre implante, quanto maior a
coroa, maior a tensão. Nos implantes, quando a coroa sobre implante aumenta a
tensão diminui. A tensão ficou estável no osso cortical, mas aumentou no osso
medular quando se aumentou a coroa sobre implante.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................9

2 ARTIGO....................................................................................................................12

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................28

REFERÊNCIAS...........................................................................................................29

ANEXO A – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO OU APROVAÇÃO DO ARTIGO NA


REVISTA ONDE CONSTE O NOME DE TODOS OS AUTORES DO TRABALHO.31

ANEXO B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA.............................32


9

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, um dos tratamentos amplamente utilizados na Odontologia

para reabilitar pacientes desdentados totais ou parciais são os implantes dentários,

que vem se tornando cada vez mais um tratamento bastante confiável e com ótimo

prognóstico (Laurell et al., 2011; Quaranta et al., 2014). Antigamente, utilizavam-se

mais implantes nas regiões anteriores em arcadas totalmente desdentadas, e

acreditava-se que os implantes mais longos possuíam uma taxa de sucesso mais

elevada por ter uma maior área contato com o osso e uma melhor relação coroa-

implante (Annibali et al., 2012).

Porém, há algumas condições que inviabilizam a instalação de implantes

longos de comprimento maior ou igual a 10 mm em áreas desdentadas na região

posterior da mandíbula, como a proximidade com o nervo alveolar inferior e na

maxila, como o assoalho do seio maxilar (Misch et al., 2006; Annibali et al., 2012;

Monje et al., 2014). Para solucionar estes casos clínicos, há algumas técnicas, como

a lateralização do nervo alveolar inferior, o levantamento de seio maxilar e o uso de

implantes zigomáticos. Toda via, essas técnicas aumentam o custo, a morbidade e o

tempo de tratamento (Sotto-Maior et al., 2016; Thoma et al., 2016). Para tornar o

tratamento nestes casos mais objetivo, favorável e diminuir as desvantagens, utiliza-

se implantes curtos (≤8 mm) nas reabilitações, principalmente em mandíbula

(Garaicoa-Pazmiño et al., 2014).

O problema que pode ocorrer é em relação à proporção coroa-implante,

pois coroas maiores do que os implantes podem gerar danos mecânicos

(afrouxamento de parafusos) e biológicos (falha na osseointegração) na reabilitação


10

protética (Sadid-Zadeh et al., 2015). A relação coroa-implante é, anatomicamente,

delimitada pelo ombro do implante (limite entre a coroa e o implante). Já

clinicamente, o nível ósseo é utilizado como limite que separa a coroa do implante

(Garaicoa-Pazmiño et al., 2014).

Os implantes curtos podem ser instalados tanto na mandíbula quanto na

maxila. O resultado é mais favorável na maxila quando instalamos implantes com a

mesma geometria e comprimento e usamos a mesma técnica cirúrgica, pois o osso

da mandíbula é mais rígido e cortical e por isso pode apresentar trincas e fraturas

pelas cargas oclusais (Villarinho et al., 2017).

É de suma importância averiguar a influência da proporção coroa-

implante na distribuição de tensões nos componentes protéticos e no osso adjacente

ao implante, pois as tensões acumuladas no osso podem estar relacionadas com

perda óssea significativa e, consequentemente, com uma maior taxa de insucesso

clínico (Ramaglia et al., 2019).

Uma condição protética que influencia diretamente no sucesso dos

implantes é a proporção coroa-implante. A proporção ideal ainda é um assunto

bastante discutido na Odontologia (Grant et al., 2009): entre 0,5 - 1 (Rangert et al.,

1997; Telleman et al., 2011), entre 2 – 3 (Blanes et al., 2009), deve ser 2 (Birdi et al.,

2010), deve ser menor que 1, mas não maior que 2 (Tawil et al., 2006), 1,6 é a

proporção ideal (Urdaneta et al., 2010), não podem ultrapassar a proporção de 1

(Misch et al., 2006; Romeo et al., 2006). Por isso, é necessário considerar alguns

fatores que devem ser favoráveis para que a proporção coroa-implante seja

aceitável, tais como a orientação das forças e a distribuição das cargas (Tawil et al.,

2006). Também tem que se verificarem os critérios de planejamento oclusal quando

esses fatores são desfavoráveis. Pois é importante que cargas oclusais incidam o
11

mais próximo do longo eixo do implante para evitar a formação de uma alavanca

(Misch et al., 2006).

Uma das maneiras de se diminuir a transmissão das forças ao tecido

ósseo é a proporção coroa implante, pois o aumento da altura da coroa pode

aumentar a carga mecânica sobre ela (Bahat et al.,1996; Papavasiliou et al.,1996;

Schwarz, 2000; Misch, 2005).

Alguns autores afirmam em seus estudos que quando a coroa aumenta

em 1 mm, a força pode aumentar em até 20 % (Misch, 2005; Bidez et al., 2008).

Alguns estudos relataram que falhas ocorreram em implantes por causa

da proporção coroa-implante, houve deslocamento da coroa de maior altura, quando

aplicada cargas oblíquas (Kwan et al., 2004; Schulte et al., 2007).

Observaram também em estudos que é necessário o controle das forças

oclusais e da parafunção, pois condições desfavoráveis de proporção coroa-

implante, podem levar a perda óssea ao redor do implante. Por isso sugerem que

outros estudos avaliem essa proporção, incluindo diferentes desenhos de implantes

e descrição da qualidade óssea onde esses implantes estão situados (Fugazzoto et

al., 2004; Schulte et al., 2007).


12

2 ARTIGO

O artigo científico exposto nesta seção será submetido ao periódico

REVISTA IMPLANT NEWS.

TENSÕES GERADAS POR IMPLANTES DE TITÂNIO E COROAS DE DISSILICATO DE


LÍTIO COM DIFERENTES ALTURAS: ANÁLISE IN SILICO

AUTORES

Victor Duarte de Sousa


Mestrando em Prótese e Reabilitação Oral – SLMandic; Especialista em Implantodontia –
UNIGRANRIO; Especialista em Endodontia – UNIGRANRIO

Ricardo Armini Caldas


Doutor em Clínica Odontológica – Área de Prótese Dental pela FOP-UNICAMP; Professor
Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Jonathan Leão de Souza Lima


Mestrando em Prótese e Reabilitação Oral – SLMandic; Especialista em Implantodontia –
ABO-MG; Professor Disciplina de Prótese Fixa e Removível UNIFENAS; Professor
Especialização Implantodontia ABO-MG.

Milton Edson Miranda


Doutor pela Universidade de São Paulo; Professor do curso de Pós-graduação do Centro de
Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic.

William Cunha Brandt


Doutor em Materiais Dentários e Aperfeiçoamento em Endodontia Clínica pela FOP-
UNICAMP. Professor da Pós-graduação em Implantodontia da Universidade de Santo
Amaro – UNISA.
13

Rafael Pino Vitti


Doutor em Materiais dentários pela FOP-UNICAMP; Professor do Curso de Odontologia do
Centro Universitário da Fundação Herminio Ometto.

RESUMO
O objetivo do estudo foi avaliar, por meio do método de elementos finitos (MEF), as tensões
geradas na coroa, implante e tecidos ósseos circundantes por implantes instalados na
mandíbula com diferentes proporções coroa-implante. Foram posicionados virtualmente,
implantes de titânio conexão tipo hexágono externo com medidas de 4,0 mm de diâmetro
por 11,0 mm de altura, em blocos simulando osso mandibular. Em seguida, foram instalados
intermediários em titânio e confeccionadas coroas em dissilicato de lítio de alturas 8 mm, 10
mm ou 12 mm para cada implante. Após a confecção dos modelos, foram aplicadas forças
de 100N verticais (90°) e oblíquas (45°) sobre as coroas simulando as que atuam na
cavidade bucal, sempre nas vertentes triturantes dos primeiros molares. Os resultados nos
mostram que em relação ao intermediário a tensão máxima principal foi menor no
intermediário da coroa de 8 mm, depois de 10 mm e de 12 mm. A tensão mínima principal
também foi semelhante a tensão máxima principal, sendo que o menor valor foi no
intermediário da coroa de 12 mm, seguido pelo de 10 mm e de 8 mm. Em relação à tensão
de von Mises nos implantes foi maior na coroa de 12 mm, depois de 10 mm e de 8 mm. Em
relação ao tecido ósseo, a tensão stress ratio em osso cortical foi muito semelhante nas
coroas de 8 mm, 10 mm e 12 mm. Já a tensão stress ratio em osso medular foi maior na
coroa de 12 mm, depois de 10 mm e de 8 mm. Conclui-se que a coroa de altura 8mm teve
um melhor desempenho com implantes de altura 11 mm e a proporção coroa-implante em
região posterior de mandíbula, apresentaram influência significativa na distribuição de
tensões nos intermediários, implante e no osso peri-implantar. Pode-se sugerir que a
proporção coroa-implante aumentada influencia negativamente o sistema prótese-implante.
Palavras-chave: Métodos de Elementos Finitos (MEF). Pilares. Transmucoso. Proporção
coroa-implante. Von Mises.

ABSTRACT
The aim of the study was to evaluate, by means of the finite element method (FEM), the
stresses generated in the crown, implant and surrounding bone tissues by implants installed
in the mandible with different crown-implant ratios. They were virtually positioned, external
hexagon-type titanium connection implants measuring 4.0 mm in diameter by 11.0 mm in
height, in blocks simulating mandibular bone. Then, titanium abutments were installed and
crowns were made of lithium disilicate with heights of 8 mm, 10 mm or 12 mm for each
implant. After making the models, vertical (90°) and oblique (45°) forces were applied to the
14

crowns, simulating those acting in the oral cavity, always on the grinding slopes of the first
molars. The results show us that in relation to the intermediate the maximum principal stress
was lower in the intermediate of the 8 mm crown, after 10 mm and 12 mm. The minimum
main tension was also similar to the maximum main tension, with the lowest value being in
the middle of the 12 mm crown, followed by the 10 mm and 8 mm. Regarding the von Mises
tension in the implants, it was higher in the 12 mm crown, after 10 mm and 8 mm. Regarding
bone tissue, the stress ratio in cortical bone was very similar in the 8 mm, 10 mm and 12 mm
crowns. The stress ratio in medullary bone was higher in the 12 mm crown, after 10 mm and
8 mm. It was concluded that the 8 mm height crown had a better performance with 11mm
height implants and the crown-implant ratio in the posterior region of the mandible had a
significant influence on the stress distribution in the intermediates, implant and peri-implant
bone. It can be suggested that the increased crown-to-implant ratio negatively influences the
prosthesis-implant system.
Keywords: Finite Element Methods (FEM). Pillars. Transmucosal. Crown-to-implant ratio.
Von Mises.

INTRODUÇÃO
Atualmente o tratamento de pacientes com próteses sobre implantes vem
aumentando muito na Odontologia, isso devido ao crescimento de pesquisas sobre os
mecanismos biológicos da osseointegração1, e muitas das vezes é o tratamento escolhido
para reabilitar pacientes desdentados totais e parciais1-3.
Na mandíbula temos um osso cortical mais denso e espesso e um osso trabecular
mais irregular e denso. Já o osso cortical da maxila é uma lâmina fina e o osso trabecular
regular, com menor densidade. Um osso denso é aquele que possui uma maior quantidade
de massa em relação ao volume, respectivamente com melhor desempenho na absorção e
propagação das tensões provenientes das cargas mastigatórias4. Em geral, após ocorrer
perda de dente, a alteração da densidade é maior na região posterior da maxila e menor na
região anterior da mandíbula.
A utilização de implantes curtos tem sido uma alternativa para facilitar a restauração
protética em mandíbulas atróficas. Atualmente os estudos apontam que os implantes curtos
podem alcançar o mesmo sucesso dos implantes de tamanho convencional5. Porém, o uso
de implantes curtos pode ter como resultado uma proporção coroa-implante desfavorável,
sendo que a coroa fique maior que o implante, atuando como potencial gerador de danos
mecânicos e biológicos6.
Há uma grande diferença da força oclusal entre os dentes naturais podem ser
submetidos (torno de 100 micrometros) e os implantes dentários (em média 10
micrometros). Devido à presença do ligamento periodontal, no dente conseguimos
15

compensar pequenos graus de má adaptação de uma prótese, enquanto nos implantes a


movimentação é de extrema limitação, pois estão osseointegrados e não possuem
ligamento periodontal7. Por isso, tensões podem ser geradas pelo mínimo desajuste
protético, resultando muitas vezes em reabsorção óssea ao redor do implante8.
Alguns fatores podem gerar modificações mecânicas e/ou biológicas que levam à
complicações e falhas em médio e longo prazo, como oclusão, relação coroa-implante, força
de mordida, presença de bruxismo e qualidade óssea no local do implante1,9.
O objetivo deste estudo será avaliar as tensões geradas na coroa, implante e
tecidos ósseos circundantes por implantes instalados na mandíbula com diferentes
proporções coroa-implante. A hipótese deste estudo é de que não há diferença nas tensões
geradas nas estruturas no intermediário protético, no implante e no tecido ósseo peri-
implantar independente do comprimento da coroa sobre implante.

MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Odontologia da São Leopoldo Mandic (protocolo 2021-0328) recebendo a
dispensa de submissão pela Plataforma Brasil (Anexo A). A pesquisa foi realizada com
ensaio in silico para avaliar a distribuição de tensões em implante, intermediário e tecido
ósseo em uma reabilitação implantosuportada (implante em titânio 11 x 4 mm) com
intermediário em titânio e coroa em dissilicato de lítio com alturas de 8 mm, 10 mm e 12 mm.
O delineamento experimental está disposto no quadro abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 - Delineamento experimental.

Unidade experimental Modelos virtuais simulando um implante com coroa unitária.

1) Altura da coroa (3 níveis):


Fatores em estudo
- 8 mm, 10 mm e 12 mm.

1) Tensão máxima principal e tensão mínima principal,


Variável resposta
tensão de von Mises e stress ratio.

A metodologia da análise por elementos finitos foi realizada em três etapas: pré-
processamento (criação do modelo computacional), processamento (cálculo matemático da
simulação de elementos finitos) e pós-processamento (coleta e análise dos resultados).
No pré-processamento foi realizada a construção dos modelos geométricos e
acréscimo de dados pertinentes das propriedades físico-mecânicas dos materiais utilizados
nas construções dos modelos. Para essas construções foi necessário configurar a
simulação com informações representativas de todos os materiais analisados, como módulo
16

de elasticidade, e definir as condições de contorno, com o objetivo de reproduzir as


condições reais. As estruturas dos modelos foram divididas em um número finito de
elementos, os quais foram interconectados por pontos nodais que se encontram no sistema
de coordenadas tridimensional, sendo o conjunto resultante denominado malha.
Modelos tridimensionais foram criados para simular uma situação clínica com
ausência do primeiro pré-molar inferior (elemento 34). Imagens da mandíbula dentada
artificial foram obtidas por meio de tomografia computadorizada (i-CAT Cone Beam 3D
Dental Imaging System, Imaging Sciences International, Hatfield, PA, EUA) para a
construção dos modelos ósseos. Os carregamentos oclusais foram aplicados
computacionalmente com intensidades de 250N a 45º (oblíquo) e 90º (vertical) ao longo eixo
da estrutura. As imagens dos componentes protéticos foram obtidas por meio de banco de
dados. Os modelos em elementos finitos foram construídos com auxílio do software
SolidWorks (SolidWorks Corporation, Concord, MA, EUA).
Para o processamento, todos os modelos foram importados para um software de
análise de elementos finitos (ANSYS Workbench 14.0; Swanson Analysis Inc). Todos os
materiais foram considerados isotrópicos, homogêneos e linearmente elásticos, sendo
importados para o software os valores do módulo de elasticidade e do coeficiente de
Poisson (Tabela 1). Todos os contatos foram considerados intimamente unidos (sem atrito).

Tabela 1 - Propriedades mecânicas dos materiais utilizados.


Material Módulo de Elasticidade (GPa) Coeficiente de Poisson
Osso cortical 13,7a 0,30a
Osso esponjoso 1,37a 0,30a
Titânio 115a 0,33a
Dissilicato de lítio 68b 0,24b
a10; b11

Algumas medidas foram tomadas para evitar erros de concentradores de tensões


existentes nas malhas, principalmente em áreas críticas, como interface implante-
intermediário e/ou implante-tecido ósseo. Essas medidas consistiram no refinamento das
interfaces entre os sólidos com tamanho máximo dos elementos de 0,3 mm, fator de
crescimento de elemento de 1,5 e elementos sendo tetraedros de 10 nós. A malha discreta
de elemento finito foi gerada para cada estrutura com elementos tetraédricos de 10 nós com
três graus de liberdade para cada nó. As malhas para a análise de elementos finitos foram
geradas e sua integridade avaliada quanto à qualidade dos elementos nas regiões de
interesse.
17

Por fim, o pós-processamento consistiu na análise dos modelos utilizando os


resultados que foram obtidos e avaliados por meio das tensões máxima principal (tração) e
mínima principal (compressão), da tensão de von Mises e stress ratio. Todas essas análises
ocorreram de forma quantitativa e qualitativa.

RESULTADOS

A figura 1 representa a tensão máxima e mínima principal nos intermediários das


coroas de altura 8 mm, 10 mm, 12 mm.

Figura 1 - Distribuição das tensões nos intermediários: (A) máxima principal em 8 mm, (B)
mínima principal em 8 mm, (C) máxima principal em 10 mm, (D) mínima principal
em 10 mm, (E) máxima principal em 12 mm, (F) mínima principal em 12 mm.

8 mm

A B

10 mm

C D

12 mm

E F
18

Em relação ao intermediário a tensão máxima principal foi maior no intermediário da


coroa de 12 mm e está mais localizada na região da base de encaixe da plataforma do HE.
Sendo que o menor valor de tensão máxima principal foi no intermediário da coroa de 8 mm,
aumentando um pouco no intermediário da coroa de 10 mm e sendo o maior valor no
intermediário da coroa de 12 mm. A tensão mínima principal também foi semelhante a
tensão máxima principal, sendo que o menor valor foi no intermediário da coroa de 12 mm,
seguido pelo da coroa de 10 mm e da coroa de 8 mm e sua maior localização também foi na
região da base de encaixe da plataforma HE. Pequenas diferenças podem ser observadas
nas distribuições dessas tensões entre os intermediários avaliados e eles apresentam
valores similares em todas as tensões avaliadas.

A figura 2 representa a tensão de von Mises nos implantes com as coroas de altura
8 mm, 10 mm, 12 mm.

Figura 2 - Distribuição das tensões de von mises nos implantes: (A) em 8 mm, (B) em 10
mm, (C) em 12 mm.

// C

Em relação à tensão de von Mises nos implantes foi maior na coroa de 12 mm,
depois na coroa de 10 mm e em seguida na coroa de 8mm, e está mais localizada na base
da plataforma do implante HE, sendo que a tensão vai se dissipando ao longo do eixo do
implante, sendo maior até na região média do mesmo. Os valores são bem similares nos
três tamanhos de implante, aumentando quando se aumenta seu tamanho.
A figura 3 representa a tensão de stress ratio no osso cortical e medular das coroas
de altura 8 mm, 10 mm, 12 mm.
19

Figura 3 - Distribuição das tensões stress ratio no osso: (A) cortical em 8 mm, (B) medular
em 8 mm, (C) cortical em 10 mm, (D) medular em 10 mm, (E) cortical em 12 mm,
(F) medular em 12 mm.

8 mm

A B

10 mm

C D
12 mm

E F

Em relação ao tecido ósseo, a tensão stress ratio em osso cortical foi muito
semelhante nas coroas de 8 mm, 10 mm e 12 mm, não apresentando diferenças
significativas e está mais localizada na região cervical vestibular do implante HE. Já a
tensão stress ratio em osso medular foi maior na coroa de 12 mm, depois na coroa de
10 mm e em seguida na coroa de 8 mm, e está mais localizada na região cervical vestibular
20

do implante HE. Os valores são bem similares nos três tamanhos de coroas sobre implante,
aumentando quando se aumenta seu tamanho.

Quadro 2 - Distribuição das tensões.

INTERMEDIÁRIO INTERMEDIÁRIO INTERMEDIÁRIO


COROA DE 8MM COROA DE 10MM COROA DE12MM

TENSÃO MÁXIMA
~62.45 MPa ~69.36 MPa ~76.27 MPa
PRINCIPAL

TENSÃO MÍNIMA
~-195.34 MPa ~-208.14 MPa ~-220.94 MPa
PRINCIPAL

IMPLANTE IMPLANTE IMPLANTE


COROA DE 8MM COROA DE 10MM COROA DE 12MM

TENSÃO DE VON
~324.55 MPa ~288.54 MPa ~252.53 MPa
MISES

OSSO CORTICAL OSSO CORTICAL OSSO CORTICAL


COROA DE 8MM COROA DE 10MM COROA DE 12MM

TENSÃO STRESS
~0.81842 MPa ~0.81842 MPa ~0.81842 MPa
RATIO

OSSO MEDULAR OSSO MEDULAR OSSO MEDULAR


COROA DE 8MM COROA DE 10MM COROA DE 12MM

TENSÃO STRESS
~0.32358 MPa ~0.40405 MPa ~0.48452 MPa
RATIO

DISCUSSÃO
A hipótese deste estudo foi rejeitada, pois verificamos que as tensões geradas nas
estruturas no intermediário protético, no implante e no tecido ósseo peri-implantar foram
diferentes de acordo com o tamanho de cada coroa sobre implante, sendo elas de 8 mm,
10 mm e 12 mm.
Podemos observar que a tensão máxima principal e a tensão mínima principal nos
intermediários das coroas sobre implantes de 8 mm, 10 mm e 12 mm, foi aumentando de
acordo com o tamanho da coroa sobre implante, quanto maior a coroa, maior a tensão.
Porque quando se aumenta a coroa, aumentamos a sua proporção coroa-implante, logo as
tensões sofridas na coroa geram uma maior tensão no implante, levando ao movimento de
alavanca e podendo gerar uma perda óssea ao redor do implante. E o movimento de
alavanca está relacionado com a orientação das forças e a distribuição das cargas, o ideal é
que as cargas oclusais incidam o mais próximo do longo eixo do implante para preservar de
21

uma formação de alavanca. As tensões máximas e mínimas se localizam principalmente na


base de encaixe do intermediário, pois é o local onde ocorre o atrito do intermediário com o
implante e causam as tensões1, 12.
Nos implantes usamos a tensão de von Mises pois eles apresentam características
13
dúcteis . Na tensão de von Mises nos implantes, quando a coroa sobre implante aumenta (8
mm, 10 mm e 12 mm) a tensão diminui. Isso acontece porque neste estudo usamos um
implante de 11 mm, logo mesmo a maior coroa (12 mm) teve uma boa proporção coroa-
implante, sendo que as demais coroas foram menores que o implante (8 mm e 10 mm), e a
tensão foi melhor dissipada ao longo do implante 12. O que também influencia na distribuição
das tensões no implante é a sua geometria de corpo único, que traz vantagens como
ausência de fendas entre intermediário e implante e consequentemente micromovimentos
na região cervical dos mesmos14. E se localiza na base da plataforma e primeira rosca do
implante onde há a conexão para o pilar, porém vai se dissipando ao longo do eixo do
implante, sendo maior até na região média do mesmo. Isso ocorreu porque a conexão e o
atrito do pilar com a superfície interna do implante causam tensões na região da rosca e a
tensão tende a concentrar-se nas regiões onde existe materiais com módulos de
elasticidade diferentes12, 15.
A tensão stress ratio ficou estável no osso cortical, mas aumentou no osso medular
quando se aumentou a coroa sobre implante (8 mm, 10 mm e 12 mm), porque é o local
onde está em contato direto com o implante, logo as tensões geradas pelo aumento da
coroa são diretamente transferidas para o osso medular e podem causar perda óssea ao
redor das roscas do implante. E comparando os dois ossos, as tensões foram mais altas
para o osso cortical, pelo fato de a cortical óssea possuir módulo de elasticidade cerca de 7
a 10 vezes maior que o osso medular 12,16. E está mais localizada na região cervical
vestibular do implante, pois a tensão gerada no implante e no componente está mais
localizada no encaixe entre eles e é gerada ao longo do eixo implante, o que é transferido
ao osso, principalmente na região cervical próxima às primeiras roscas do implante e isso
gera o risco de perda óssea ao redor dos implantes, o que pode comprometer a estabilidade
mecânica do mesmo, por isso a importância de analisar o stress ratio17.
Em outros trabalhos, o pilar sob carga axial, demonstrou valores crescentes com o
aumento da altura da coroa, principalmente na porção interna do mesmo e a localização se
concentrou na porção mais fina do pilar (porção externa) e próximo às pontas das roscas
(porção interna)18. Neste estudo, em relação ao intermediário a tensão também aumentou
quanto maior a coroa sobre implante e está mais localizada na região da base da plataforma
do implante.
Em um estudo, considerando o implante, o modelo com coroas de 12 mm
apresentou valores numéricos de tensão aproximados quando comparados ao mesmo
22

implante no modelo com coroas de 8 mm. O pico de tensão está localizado na região interna
do implante em contato com o pilar na transição implante-pilar 19. Em outro estudo, em
relação ao implante sob carga axial, a diferença dos resultados quantitativos com o aumento
da altura da coroa foi insignificante e está localizado onde o pilar se conecta18. Já neste
estudo, os valores das tensões vão diminuindo nos três tamanhos de coroas sobre implante
8 mm, 10 mm e 12 mm, quando se aumenta seu tamanho.
Em outros trabalhos, tanto o osso cortical quanto o osso medular apresentam
valores numéricos aproximados de tensão das coroas de altura de 12 mm quando
comparados às coroas de 8 mm19. Os resultados sob carga axial em relação ao tecido ósseo
foram maiores com o aumento da altura da coroa 18. Neste estudo também observamos que
a tensão em osso cortical foi muito semelhante nas coroas sobre implantes de 8 mm, 10 mm
e 12 mm, e em osso medular os valores são bem similares nos três tamanhos de coroas
sobre implante, aumentando um pouco quando se aumenta seu tamanho.
Outros estudos nos mostraram que o pico de concentração de tensão no osso
cortical foi localizado na região cervical, próximo às primeiras roscas do implante. Já para o
osso medular, o pico foi localizado na área adjacente ao osso cortical e na superfície interna
do tecido ósseo em contato com as roscas do implante 19. O pico de tensão foi localizado na
parte interna do implante18. Neste estudo, está mais localizada na região cervical vestibular
do implante, pois a tensão gerada no implante e no componente está mais localizada no
encaixe entre eles e é gerada ao longo do eixo implante.
Assim, em outros estudos, implantes com comprimento menor que 10 mm
apresentam maiores percentuais de falhas, relacionando as perdas destes implantes ao
aumento da altura da coroa19. Logo, as tensões geradas pelo aumento do comprimento da
coroa sobre implante, podem causar direta ou indiretamente perda óssea ao redor das
roscas do implante, sendo prejudicial e causando até mesmo sua perda17.
Os resultados precisam ser analisados com cuidado, pois o formato do implante e a
qualidade óssea são fatores que influenciam no tratamento e não foram abordados. E
também este estudo teve uma limitação por ter sido realizado in silico, pois muitas
condições in vivo não são possíveis de serem reproduzidas in silico e neste trabalho foi
testado apenas algumas vaiáveis, como as diferentes proporções coroa-implante e em meio
bucal temos outros fatores e forças atuantes e por isso futuros estudos testando outras
variáveis como tipos de implantes, coroas, reabilitações múltiplas, implante anterior, entre
outros, são necessários para corroborar com o resultado do presente estudo.
Este trabalho teve significância clínica, pois o resultado mostra que para
reabilitação de dente posterior inferior com implante longo e de titânio é bom o dentista
tomar cuidado com a altura da coroa, é melhor utilizar uma coroa menor, com altura de
8 mm por exemplo, pois em geral, quanto maior a coroa, maior a tensão gerada.
23

CONCLUSÃO
Com base nos resultados do presente estudo, conclui-se que a coroa de altura
8 mm teve um melhor desempenho com implantes de altura 11 mm e a proporção coroa-
implante em região posterior de mandíbula, apresentaram influência significativa na
distribuição de tensões nos intermediários, implante e no osso peri-implantar. Pode-se
sugerir que a proporção coroa-implante aumentada influencia negativamente o sistema
prótese-implante.

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diferentes alturas de coroas protéticas suportadas por um implante ultracurto usando
análise tridimensional de elementos finitos. Int J Prosthodont. 2020;33:81-90.
19. Jonas LO, Costa NM, Silva HD, Querido LB, Borges JM. Influência da proporção da
coroa por meio de análise de elementos finitos em próteses parcias fixas sobre
implantes curtos. Ciências Odontológicas: Desenvolvendo a Pesquisa Científica e a
Inovação Tecnológica. 2020;14:137-161.
25

Campinas,30 de maio de 2022

Termo de Cessão de Direitos Autorais

Nós, Victor Duarte de Sousa, Ricardo Armini Caldas, Rafael Pino Vitti, Milton Edson
Miranda e Jonathan Leão de Souza Lima, autores do trabalho intitulado “Tensões
geradas por implantes de titânio e coroas de dissilicato de lítio com diferentes alturas:
análise in silico”, o qual submetemos à apreciação da revista ImplantNews para nela ser
publicado, declaramos concordar, por meio deste suficiente instrumento, que os direitos
autorais referentes ao citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da revista
ImplantNews a partir da data de sua submissão, sendo vedada qualquer reprodução, total
ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a
prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida junto à revista ImplantNews.
Declaramos serem verdadeiras as informações do formulário de Conflito de interesse. No
caso de não aceitação para publicação, essa cessão de direitos autorais será
automaticamente revogada após a devolução definitiva do citado trabalho, mediante o
recebimento, por parte do autor, de ofício específico para esse fim.

_______________________________________
Victor Duarte de Sousa

_______________________________________
Ricardo Armini Caldas

_______________________________________
Jonathan Leão de Souza Lima

_______________________________________
Milton Edson Miranda

_______________________________________
William Cunha Brandt

_______________________________________
Rafael Pino Vitti
26

Conflito de interesse Sim Não

Eu recebi apoio financeiro para pesquisa dado por


organizações que possam ter ganho ou perda com a X
publicação deste trabalho
Eu, ou os membros da minha família, recebemos honorários
de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por
X
organizações que possam ter ganho ou perda com a
publicação deste trabalho
Eu, ou os membros da minha família, possuímos ações ou
investimentos em organizações que possam ter ganho ou X
perda com a publicação deste trabalho
Eu recebi honorários de apresentações vindos de
organizações que possam ter ganho ou perda com a X
publicação deste trabalho
Você está empregado pela entidade comercial que patrocinou
X
o estudo?
Você possui patentes ou royalties, trabalhou como
testemunha especializada, ou realizou atividades para uma
X
entidade com interesse financeiro nesta área? (forneça uma
descrição resumida)

_______________________________________
Victor Duarte de Sousa

_______________________________________
Ricardo Armini Caldas

_______________________________________
Jonathan Leão de Souza Lima

_______________________________________
Milton Edson Miranda

_______________________________________
William Cunha Brandt

_______________________________________
Rafael Pino Vitti
27

Nota de esclarecimento

Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por
organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os
membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos
como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste
trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter
ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de
apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda
com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que
patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como
testemunha especializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse
financeiro nesta área.
28

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o implante dentário é a melhor opção para repor dentes

perdidos. É necessário um bom planejamento para obter resultados satisfatórios no

tratamento.

Há muitos fatores de risco para a longevidade do implante, e um

importante fator é como as forças mastigatórias atuam e são transmitidas ao

implante, intermediário, coroa e osso. Uma das características importantes a serem

observadas é a proporção coroa-implante, pois uma proporção desfavorável pode

comprometer a vida útil do implante, levando a perda óssea circundante.

Uma boa distribuição de tensões é indispensável para o sucesso da

reabilitação. E uma boa proporção da coroa-implante permite uma boa biomecânica

relacionada à alavanca. Pois quanto maior a coroa em relação ao implante, maior a

força de alavanca que ela fará sobre ele, maior será a perda óssea e menor tempo

de vida terá este implante.

Nos estudos encontrados na literatura não há uma regra em relação à

proporção da altura da coroa sobre o implante. Por mais que este trabalho teve

significância clínica e observamos que o melhor é termos uma boa proporção coroa-

implante, observamos também que todas as alturas de coroas (8 mm, 10 mm,

12mm) foram possíveis de serem utilizadas, pois a diferença das forças transmitidas

ao osso são insignificantes. Por isso, mais estudos com esta temática devem ser

realizados para corroborar com este resultado.


29

REFERÊNCIAS1

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Misch CE, Steignga J, Barboza E, Misch-Dietsh F, Cianciola LJ, Kazor C. Short
dental implants in posterior partial edentulism: a multicenter retrospective 6-year
case series study. J Periodontol. 2006 Aug;77(8):1340-7.
Monje A, Suarez F, Galindo- Moreno P, García-Nogales A, Fu JH, Wang HL. A
systematic review on marginal bone loss around short dental implants (<10 mm) for
implant-supported fixed prostheses. Clin Oral Implants Res. 2014 Oct;25(10):1119-
24.

1
De acordo com o Manual de Normalização para TCCs e Monografias do Grupo São Leopoldo
Mandic de 2022, baseado no estilo Vancouver, e abreviatura dos títulos de periódicos em
conformidade com o Index Medicus.
30

Papavasiliou G, Kamposiora P, Bayne SC, Felton DA. Three dimensional finite


element analysis of stress distribution around single tooth implants as a function of
bony support prosthesis type, and loading during function. J Prosthet Dent. 1996
Dec;76(6):633-40.
Quaranta A, Piemontese M, Rappelli G, Sammartino G, Procaccini M. Technical and
biological complications related to crown to implant ratio: a systematic review.
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region: A prospective clinical and radiographic study Clin Implant Dent Relat Res.
2017 Aug;19(4):671-80.
31

ANEXO A – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO OU APROVAÇÃO DO ARTIGO

NA REVISTA ONDE CONSTE O NOME DE TODOS OS AUTORES DO

TRABALHO
32

ANEXO B – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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