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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

INTEGRAÇÃO MULTIDISCIPLINAR I

ALANA DE SOUZA ROSÁRIO PANTOJA

ANA BEATRIZ DE SOUZA ALVES

MARCOS GABRIEL MENDONÇA BESSA

MARIA RAQUEL SOUZA DA SILVA

PEDRO HENRIQUE BARROS OLIVEIRA DA SILVA

POLIANA GONÇALVES DE JESUS

ANATOMIA E IMPLANTODONTIA

BELÉM

2022
ALANA DE SOUZA ROSÁRIO PANTOJA

ANA BEATRIZ DE SOUZA ALVES

MARCOS GABRIEL MENDONÇA BESSA

MARIA RAQUEL SOUZA DA SILVA

PEDRO HENRIQUE BARROS OLIVEIRA DA SILVA

POLIANA GONÇALVES DE JESUS

ANATOMIA E IMPLANTODONTIA

Trabalho apresentado para obtenção de


nota parcial na disciplina Integração
Multidisciplinar I, no curso de graduação
em Odontologia da Universidade Federal
do Pará.

Orientadora: Dra. Vânia Castro Correa

BELÉM
2022
SUMÁRIO

ASPECTOS GERAIS DA IMPLANTODONTIA ...................................................................................................4


CASOS EM QUE A IMPLANTODONTIA É APLICADA ...................................................................................4
ASPECTOS ANATÔMICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA IMPLANTODONTIA ..................................5
MAXILA ........................................................................................................................................................................5
MANDÍBULA .................................................................................................................................................................7
CIRURGIA AVANÇADA À IMPLANTODONTIA...............................................................................................8
ENXERTO ÓSSEO ..........................................................................................................................................................8
LEVANTAMENTO DA M UCOSA DO S EIO ÓSSEO ..........................................................................................................9
LATERIZAÇ ÃO DO NER VO ALVEOLAR INFERIOR .......................................................................................................9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................... 11
ASPECTOS GERAIS DA IMPLANTODONTIA

A anatomia é a base para o planejamento da realização de procedimentos da implantodontia


osseointegrada, pois é necessário se ter conhecimento de:

• onde estruturas importantes estão localizadas, para serem preservadas;


• qualidade do tecido ósseo de diversas regiões;
• anatomia radiográfica determinando o melhor posicionamento do implante.

CASOS EM QUE A IMPLANTODONTIA É APLICADA

Com o desenvolvimento da implantodontia, como especialidade, e com a crescente confiança


nos implantes osseintegrados, as indicações dos implantes deixaram de ser exclusivas para os
inválidos bucais, ou seja, os desdentados totais. São também opções terapêuticas dos pacientes
desdentados, dos pacientes com anomalias congênitas, como também pacientes mutilados e
sequelados cirúrgicos devido a acidentes ou enfermidades malignas. Atualmente, usam-se
implantes osseintegrados também com finalidades ortodônticas.
A opção terapêutica conservadora deve sempre ser considerada pelo odontologista. Entretanto,
quando o prognóstico para os dentes não é bom, a extração dentária deve ser prescrita o quanto
antes, pois conservá-los pode provocar uma perda importante dos tecidos de sustentação.
Os fatores etiológicos para a perda de um dente são variáveis. Eles podem ser de origem
• traumatológica (fratura de coroa, com ou sem avulsão, fissura radicular);
• iatrogênica (problemas endodônticos);
• bacteriana (cárie);
• inflamatória (agressão ao periodonto);
• genética (agenesia dos dentes definitivos com reabsorção da raiz do dente temporário).
A perda de um dente está sempre associada a uma reabsorção óssea, que pode, no entanto, variar
em intensidade, no sentido vestibulolingual e/ou vertical.

Diversas situações são as indicações para implantes dentários:


• ausência de um único dente entre dentes adjacentes saudáveis;
• agenesia dentária;
• falta de retenção para uma prótese móvel;
• instabilidade de uma prótese móvel;
• desconforto funcional com as próteses móveis;
• recusa psicológica de uma prótese móvel;
• hábitos parafuncionais que comprometem a estabilidade de uma prótese móvel;
• localização e número inadequados de pilares residuais;
• ausência de pilares dentários para uma prótese fixa;
• demanda de um tratamento conservador (recusa de mutilação de dentes saudáveis).

ASPECTOS ANATÔMICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA IMPLANTODONTIA

Maxila

As maxilas são as regiões para a implantodontia de mais complexidade, visto que as


características estéticas e funcionais do paciente, como o sorriso, bem como o grau de exposição
gengival do paciente, são determinantes para o sucesso do procedimento.
Os aspectos anatômicos das maxilas mais relevantes para a implantodontia são: tamanho do
canal incisivo, localização da espinha nasal anterior, assoalho do seio maxilar e o tipo ósseo da
região na qual se quer realizar o procedimento.
O canal incisivo, ou forame incisivo, está localizado entre as raízes dos incisivos centrais
superiores, ou acima dos seus ápices. Por ter uma grande variação, tanto no tamanho quanto no
formato, ele é de extrema importância para o estudo de caso para a colocação de implante nas
regiões dos incisivos centrais, visto que é nele que acontece a inervação e vascularização da
parte anterior do palato, pelo feixe vasculonervoso nasopalatino.

Figura 1: À esquerda, imagem radiográfica na qual a seta aponta para o forame incisivo (Fonte: CLIM – Clínica de
Imaginologia Odontológica). À direita, representação de uma imagem radiográfica demonstrando a localização do forame
incisivo (Fonte: Unasus UFMA).
Tanto o assoalho do seio maxilar quanto a posição da espinha nasal do paciente são relevantes
para a implantodontia pois, em casos de pacientes desdentados por longo período, há um
avançado processo de reabsorção óssea, levando até a pneumatização do seio maxilar, o que
diminui a área disponível para realizar o implante.

Figura 2: Esquema para representação da localização da cavidade nasal e do seio maxilar (Fonte: ImplArt Blog)

Figura 3: A espessura do seio maxilar pode inviabilizar o implante dentário na região (Fonte: Delano Maia Odontologia

Por fim, quanto ao tipo ósseo, na região maxilar, predominam os ossos do tipo III e IV. O osso
tipo I é formado por cortical densa e pouco trabeculado, o tipo II possui cortical densa
combinada com trabeculado grosso, o tipo III tem cortical fina e trabeculado grosso e o tipo IV
é mais esponjoso deles com quase nada de cortical e osso trabecular fino. Para que haj a uma
melhor fixação e osseointegração de uma região com implante, o mais indicado é o osso do tipo
II, visto que o muito esponjoso (tipo IV) dificuta o travamento inicial, e um osso muito denso
(tipo I) terá pouca vascularização para a formação de osso ao redor do implante.
Figura 4: Classificação de Misch, demonstrando os 4 tipos ósseos. (Fonte: Dental Cremer)

Figura 5: Localizações dos tipos osseos da maxila e da mandíbula. (Fonte: Dental Cremer)

Mandíbula

A mandíbula apresenta-se como uma região menos complexa para tratamento de implantes
dentários, quando comparado à maxila. Entretanto, o processo de reabsorção óssea, após um
procedimento de exodontia ou a queda do dente, é gradativo e pode atingir níveis avançados.
A anatomia da mandíbula apresenta fatores que limitam e restringem a região para
procedimentos de implantes dentários. O canal da mandíbula nasce no forame mandibular,
situado na face medial do ramo, e atravessa o corpo do osso com obliquidade anteroinferior,
até a região dos dentes pré-molares. Por esse canal passa o feixe vasculonervoso alveolar
inferior que dá origem a ramos mentonianos.
A integridade dessa região é de extrema importância, já que desempenham um papel sensorial
fundamental. Sobre a questão estética, os implantes mandibulares não apresentam grandes
transtornos, uma vez que não há uma exposição gengival significativa em relação a mandíbula.
Outro ponto anatômico a ser levado em consideração é a estrutura óssea. Na mandíbula há
predominância de osso cortical, denso, compacto, que fornece força mecânica e proteção, e com
pouco espaço medular. Na região anterior da mandíbula, há presença de uma lâmina vestibular
delgada, enquanto na região dos dois últimos molares a relação se inverte, apresentando uma
espessura cortical lingual bem maior.

CIRURGIA AVANÇADA À IMPLANTODONTIA

Visando a correção de extensas reabsorções ósseas, faz-se necessário técnicas de cirurgias


avançadas, as quais estão relacionadas a implantodontia. Algumas delas estão listadas e
descritas a seguir:

Enxerto Ósseo

Este procedimento tem como principal objetivo preparar a região periodontal mediante a
reposição de osso do paciente no caso de perda óssea. Vale destacar que estas intervenções são
feitas no osso alveolar, aquele no qual a raiz dentária se mantém fixa.

Ele é uma pequena cirurgia que pode ser feita no próprio consultório do cirurgião dentista
dependendo de onde o enxerto é feito. O cirurgião fará uma pequena abertura na gengiva na
área onde é necessário preencher o osso alveolar. Ali, ele posiciona o tecido ósseo que será
enxertado, podendo ser em bloco ou em pó. Ele fixa esse tecido no local e faz a sutura da
gengiva. Em um período de, aproximadamente, 4 meses, o próprio organismo se encarrega de
cicatrizar o tecido ósseo por meio do processo de osseointegração, no qual o bloco ou os
fragmentos de tecido serão incorporados ao osso alveolar do paciente, formando uma só
estrutura. Apenas após todo o processo supracitado é que se há uma base óssea para poder
implantar o pino e, posteriormente, alocar a prótese do dente.

Figura 6: À esquerda, fragmentos de tecido ósseo usados no enxerto ósseo. À direita, blocos de tecido ósseo usado no
enxerto ósseo
O enxerto ósseo pode ser do tipo:
• Alógeno: quando o tecido ósseo é obtido de outra pessoa.
• Xenógeno: tecido provém de outra espécie.
• Sintético: quando é criado em laboratório.

Levantamento da Mucosa do Seio Ósseo

O levantamento da mucosa do seio ósseo tem como finalidade corrigir a deficiência em altura
de tecido ósseo decorrente da atrofia do processo alveolar e da pneumatização do seio maxilar,
permitindo a instalação de implantes com comprimento adequado.

Ele é um procedimento cirúrgico que possibilita por meio de enxerto ósseo na cavidade do seio,
o aumento do volume vertical da porção posterior da maxila, permitindo a colocação de um
implante dentário em um segundo tempo cirúrgico ou em conjunto. Vale salientar que o
procedimento de levantamento de seio maxilar com enxerto ósseo é uma cirurgia muito
executada, cujo objetivo é o ganho vertical em região posterior de maxila.

Figura 7: Procedimento de levantamento da mucosa do seio ósseo através de enxerto ósseo. (Fonte:Revista de Odontologia
da UNESP)

Laterização do Nervo Alveolar Inferior

A laterização do nervo alveolar inferior permite com que se crie uma janela óssea e no
deslocamento do nervo para a inserção de implantes através do canal mandibular.
Esse procedimento oferece a possibilidade de reabilitação com implantes na área edêntula
posterior da mandíbula, nos casos em que a perda em altura do rebordo alveolar impossibilitaria
a instalação de implantes de comprimento regular sem cirurgias reconstrutivas prévias.

Figura 8: Procedimento de laterização do nervo alveolar inferior. (Fonte: ImplantNews)


REFERÊNCIAS

MIGUEL CARLOS MADEIRA. Anatomia da face: bases anatomofuncionais para a


prática odontológica. Sao Paulo, Sp: Sarvier, 2012.
DAVARPANAH, Mithridade; MARTINEZ, Henry; KEBIR, Myriam; et al. Manual de
implantodontia clínica. Porto Alegre: Artmed, 2003.
LEITE, Horácio Faig; MADEIRA, Miguel Carlos; RIZZOLO, Roelf J. Cruz; “Anatomia da
Cavidade Oral”, p. 25 -60. In: Sistema Digestório: Integração Básico-Clínica. São Paulo:
Blucher, 2016.
TRINDADE, Paulo Alceu Kiemle; SUEDAM, Valdey; SUEDAM, Ivy Kiemle Trindade.
171-Levantamento de seio maxilar com instalção simultânea de implantes e enxerto
ósseo autógeno: relato de caso. Revista de Odontologia da UNESP, v. 36, n. Especial, p. 0-
0, 2013.
BETONI JUNIOR, Walter; ESTEVES, Jônatas Caldeira; QUEIROZ, Thallita Pereira.
Lateralização de nervo alveolar inferior: compreendendo e desmistificando a técnica
cirúrgica. ImplantNews, p. 376-381, 2012.
RODOLFO, Luiz; CREMER, Dental. Implantes: qual a diferença entre cirurgia na maxila
e mandíbula? Blog Dental Cremer. Disponível em:
<https://blog.dentalcremer.com.br/principais-diferencas-da-cirurgia-de-implantes-na-maxila-
e-na-mandibula/>. Acesso em: 4 set. 2022.
GIOVANELLA, Fernando. O que é implante zigomático? Fernando Giovanella. Disponível
em: <https://www.fernandogiovanella.com/post/o-que-%C3%A9-implante-
zigom%C3%A1tico>. Acesso em: 4 set. 2022.
Perda óssea: saiba quais são as principais causas e como tratar! Blog Odontoclinic - Um
sorriso muda tudo. Disponível em: <https://blog.odontoclinic.com.br/saude-bucal/perda-
ossea/>. Acesso em: 4 set. 2022.
Enxerto Ósseo No Implante Dentário | Clínica de Implantes. Benatti Odontologia | Clínica
Odontológica, Dentista Av. Paulista. Disponível em:
<https://benattiodontologia.com.br/tratamentos-dentarios/implantes-dentarios/enxerto->.
Acesso em: 4 set. 2022.
Enxerto do osso dental para perdas ósseas em dentes e gengiva retraída. Implante
Dentário e Prótese Dentária. ImplArt. Disponível em: <https://www.implart.com.br/enxerto-
osseo-dentario/>. Acesso em: 4 set. 2022.

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