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Full Dent. Sci. 2015; 7(25):55-61.

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Levantamento de assoalho de seio maxilar – técnicas e materiais para


enxertia

Sinus lift – grafting techniques and materials


Humberto Lago de Castro1
Marina Amaral2
Luís Guilherme Scavone de Macedo3
Lafayette Nogueira Junior4

Resumo
Repor dentes perdidos através de implantes dentários é cotidiano nas clínicas odontoló-
gicas. O posicionamento desses implantes em posição ideal nem sempre é possível, devido às
perdas ósseas e às limitações anatômicas que o paciente pode apresentar. Na maxila superior
posterior a presença do seio maxilar pode ser um fator complicador para fixação dos implan-
tes, além de que com a pneumatização do mesmo, pode evoluir a um osso muito delgado
com uma fina camada cortical. Reabilitar esse tipo de paciente através de implantes pode ser
impossível sem a utilização de materiais e técnicas capazes de repor parcial ou total a defi-
ciência óssea, e suportar, em função, os implantes dentários. Atualmente, existem diversos
materiais que podem ser utilizados isolados ou em conjunto com outros para levantamento
do assoalho do seio maxilar, podendo deixar o cirurgião dentista em dúvida de qual material
escolher para cada caso. Esta revisão tem como objetivo transcorrer sobre os materiais de
enxertia disponíveis no mercado, baseado em evidências científicas, a fim de esclarecer para o
cirurgião quais os substitutos ósseos disponíveis para utilização desse tipo de enxertia.
Descritores: Enxerto ósseo autógeno, substitutos ósseos, levantamento de assoalho de
seio maxilar.

Abstract
The treatment with dental implants after teeth loss has become a common practice in
dentistry. However, the appropriate implant positioning can be compromised by bone resorp-
tion and anatomical limitations presented by mandible/maxilla. The presence of maxillary sinus
on posterior region of an edentulous maxilla can hinder maxillary implants, mainly when sinus
pneumatization occurs, leading to an insufficient volume of healthy bone for implant’s pla-
cement. Oral rehabilitation with dental implants in such cases may not be executed without
previous reconstructive surgical techniques associated to materials that will be able to create
adequate bone volume for implant sites. Several materials are available and can be used alo-
ne or combined for maxillary sinus floor elevation. Thus their indications should be clarified
aiming to guide dental surgeons. This literature review aims to discourse about marketed
grafting materials, based on scientific evidence, clarifying which materials are the available for
bone replacement on sinus lift.
Descriptors: Autogenous interpositional bone grafting, bone replacement material, ma-
xillary sinus floor elevation.

1
Esp. em Implantodontia – UNESP, Me. e Dr. do Programa de Pós-graduação em Odontologia Restauradora, Esp. de Prótese Dentária – UNESP.
2
Ma. em Odontologia – UFSM, Dra. do Programa de Pós-graduação em Odontologia Restauradora, Esp. de Prótese Dentária – UNESP.
3
Esp. em Periodontia – UNESP, Me. em Implantodontia – UNISA.
4
Prof. Titular do Depto. de Prótese – UNESP.

E-mail do autor: lagodecastro@yahoo.com.br


Recebido para publicação: 05/06/2012
Aprovado para publicação: 28/08/2012

Como citar este artigo:


Castro HL, Amaral M, Macedo LGS, Nogueira Jr L. Levantamento de assoalho de seio maxilar – técnicas e materiais para enxertia. Full Dent. Sci.
2015; 7(25):42-48.

Artigo de revisão / Review article


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Introdução Revisão de literatura


A Implantodontia proporcionou ao cirurgião-den- Técnicas cirúrgicas
tista mais opções para o tratamento reabilitador do pa- Duas técnicas cirúrgicas clássicas são relatadas na li-
ciente desdentado total ou parcial, visto que até então teratura para realizar a elevação do assoalho do seio ma-
não existiam soluções protéticas fixas capazes de repor xilar: (1) técnica onde se realiza o acesso à cavidade si-
exclusivamente uma estrutura dental sem o desgaste nusal com uma osteotomia na área vestibular da maxila,
ou a intervenção do(s) dente(s) vizinho(s). Dessa forma, criando-se uma janela lateral de acesso14,31 e (2) técnica
pacientes antes portadores de próteses fixas, adesivas do osteótomo, onde não se realiza janelas de acesso e a
ou removíveis passaram a ter mais uma opção de tra- elevação do assoalho do seio maxilar é realizada através
tamento, restabelecendo uma condição estética muito dos alvéolos onde serão instalados os implantes35.
próxima à dos dentes naturais, com maior conforto e Essas técnicas são capazes de contornar problemas
segurança para desenvolver as funções. relativos à pneumatização e à falta de osso alveolar na
Para a fixação de um implante dentário é necessá- região posterior de maxila. A técnica de levantamento
rio uma disponibilidade óssea capaz de garantir estabi- do assoalho do seio maxilar através da confecção de
lidade primária e em longo prazo do implante. A con- uma janela lateral de acesso consiste em uma modifi-
dição ideal para a fixação dos implantes é em posição cação da técnica original de Caldwell-Luc, descrita para
protética ideal, permitindo não somente um resultado tratamento de infecções sinusais. Após a osteotomia e
estético e funcional mais satisfatório, mas proporcio- descolamento cuidadoso da membrana de Schneider,
nando uma condição biomecânica favorável, com a o material de enxerto é inserido no interior da cavidade
escolha do tipo, desenho, tamanho dos implantes e a sinusal auxiliando o deslocamento da membrana para
condição óssea em volume e qualidade adequados2. a porção mais superior. Essa técnica permite um au-
Pensando nessa situação, percebemos que determina- mento maior do volume ósseo, possibilitando a instala-
das regiões da cavidade oral podem apresentar certos ção de implantes de longo comprimento, estando indi-
problemas, como a região de maxila posterior. cada para casos onde há ausência de múltiplos dentes
A região posterior da maxila, devido às suas ca- posteriores. Normalmente, o procedimento é realizado
racterísticas anatômicas, apresenta algumas particula- em duas etapas, uma para realização dos enxertos e
ridades como a presença de um tecido ósseo de baixa uma segunda etapa para instalação dos implantes. En-
densidade, onde encontramos pouca quantidade de tretanto, em determinados planejamentos, ambos os
tecido cortical e maior presença de tecido esponjoso. procedimentos podem ser realizados simultaneamente.
Além disso, a presença do seio maxilar muitas vezes A elevação do assoalho do seio maxilar através
dificulta a instalação dos implantes em uma primeira da técnica do osteótomo, desenvolvida na década de
intervenção, necessitando de técnicas cirúrgicas para 90 por Robert Summers, é uma alternativa à técnica
permitir a reabilitação posterior32.. convencional descrita anteriormente, normalmente in-
Um dos meios de viabilizar osso para posterior dicada no caso de instalação de poucos implantes. A
fixação de implante dentário, na parte posterior da técnica requer uma quantidade óssea remanescente
maxila superior, é através da técnica de levantamento mínima de 5 mm, suficiente para garantir a estabili-
do assoalho do seio maxilar. Esse método permite a dade primária dos implantes, e uma anatomia do as-
estabilização da membrana de Schneider em uma re- soalho do seio levemente achatada no sentido mésio
gião mais elevada, através da interposição de enxerto distal e vestíbulo-lingual. Para uma correta avaliação,
entre esta membrana e o assoalho da cavidade, cor- um exame radiográfico panorâmico e um exame de to-
rigindo a deficiência em altura de tecido ósseo e per- mografia computadorizada são indispensáveis para o
mitindo a instalação de implantes com comprimentos planejamento desse tipo de técnica. O ganho ósseo em
adequados. altura nesses casos limita-se entre 4 a 7 mm35.
O avanço dessa técnica, bem como dos mate-
riais de enxertia, fez com que esse procedimento se Materiais para enxerto ósseo
tornasse menos invasivo, proporcionando ao cirurgião Com o aumento pela procura do tratamento com
dentista tratamentos mais seguros e previsíveis, com implantes osseointegrados, o número de procedimentos
uma menor morbidade e recuperação pós-operatória. para reconstrução prévia à sua instalação também vem
Artigo de revisão / Review article

Porém, a ampla quantidade de materiais para enxertia, aumentando intensamente. Associado a esse fator, te-
e o grande marketing associados a eles, podem dei- mos o advento de um número grande de biomateriais en-
xar o cirurgião-dentista em dúvida sobre o material de contrados comercialmente, levando alguns profissionais
escolha. Sendo assim, esta revisão tem como objetivo a optarem por materiais menos efetivos cientificamente.
discorrer sobre os materiais e técnicas disponíveis para O material de enxertia pode ser de fundamental
a elevação do assoalho do seio maxilar, embasado em importância para o prognóstico do sucesso do enxerto.
pesquisas clínicas bem delineadas. Um exame clínico criterioso, uma anamnese bem efe-
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tuada, um planejamento e técnica cirúrgica apurada, cil acesso ao cirurgião-dentista, podendo ser realizado
não irão apresentar resultados satisfatórios se o ma- no próprio consultório, com baixo grau de morbidade
terial escolhido para enxertia não for biologicamente e com os benefícios de obter osso suficiente para a
ativo, ou seja, biocompatível por não apresentar reação elevação do assoalho sinusal. Vários autores advogam
imunogênica local, e ativo, por promover a substituição por enxertos intrabucais, porém sua quantidade é mui-
por tecido ósseo ao longo dos meses. Segundo alguns to limitada quando necessitamos intervir em ambos os
autores19,38, os enxertos podem ser classificados de seios maxilares, o que tem direcionado os estudos para a
acordo com o seu modo de ação em: utilização de enxertos mistos para aumento de volume.
1. Osteogênicos: aqueles que se referem ao cres- Outro inconveniente frequente é a parestesia da área.
cimento ósseo derivado das células viáveis, Autores relataram uma taxa de 43% de parestesia após
transferidas dentro do enxerto. O osso autó- a remoção de enxerto autógeno da região do mento29.
geno é o único material de enxerto disponível
com propriedades osteogênicas; Enxerto alógeno fresco congelado
2. Osteoindutores: envolvem a formação de osso A busca por um material que pudesse substituir o
novo por novos osteoblastos diferenciados de osso autógeno, permitindo um conforto pós-operató-
células mesenquimais indiferenciadas sob a in- rio maior aos pacientes, fez com que os pesquisadores
fluência de agentes indutores, como a BMP e buscassem alternativas. O uso de enxerto alógeno fres-
fatores de crescimento; co congelado vem sendo pesquisado, principalmente
3. Osteocondutores: o crescimento ósseo se dá na área médica, há muitos anos8. Um dos primeiros
por meio de aposição de vasos e células na trabalhos referentes ao uso de osso alógeno fresco
estrutura física de um determinado material, congelado considerava o material (proveniente de in-
formando um arcabouço para a sustentação divíduos diferentes, porém de mesma espécie) como
da matriz formada. um excelente substituto ósseo27. Desde então, alguns
Para melhor entendimento, dividiremos a discussão autores23,26 investigaram o uso de material alógeno
dos diferentes materiais para enxertia em 3 grupos: en- fresco congelado devido às suas propriedades de possí-
xerto autógeno, alógeno fresco congelado e biomateriais. vel potencial osteoindutivo, por manter suas proteínas
osteoindutivas durante a preparação e processamento
Enxerto ósseo autógeno através do congelamento do enxerto, o que pode re-
O enxerto autógeno consiste na remoção de um sultar em melhor formação óssea e diminuição da rea-
fragmento de tecido ósseo de um indivíduo e inserção bsorção óssea em longo prazo.
em outra região desse mesmo indivíduo, sendo conside- No início da década de 90, Perrott et al.27 (1992)
rado, biologicamente, o “padrão-ouro” por apresentar demonstraram a utilização de enxertos alógenos fres-
células viáveis e fatores de crescimento em seu interior. cos congelados isoladamente e associados com osso
Pode ser removido de diferentes regiões intraorais e ex- autógeno, para reconstrução de maxilas e mandíbulas
traorais, dependendo da quantidade óssea necessária. atróficas. Foram instalados implantes, os quais foram
Os sítios de remoção intraorais mais comumente utiliza- reabilitados proteticamente em períodos que variaram
dos são a região mentoniana, ramo mandibular, tubero- de 3 a 8 meses. Os resultados apresentaram uma taxa
sidade, palato duro e ainda toros ou exostoses. As fon- de sucesso de 96,5% com implantes submetidos à
tes extraorais mais utilizadas são a crista ilíaca anterior e carga funcional, concluindo que o osso alógeno fres-
posterior, tíbia e calota craniana1,4,12,29. co congelado consiste em uma alternativa satisfatória
Em grandes reconstruções ósseas, alguns auto- para reconstruções ósseas.
res1,13 têm recomendado que se trabalhe com enxertos Gapski et al.9 (2006) avaliaram histologicamente e
provenientes de fonte extraoral, como a crista ilíaca, a histomorfometricamente a realização de enxertos em
calota craniana e a tíbia. No entanto, nesses enxertos a seio maxilar com utilização de osso alógeno minerali-
Castro HL, Amaral M, Macedo LGS, Nogueira Jr L.

intervenção no sítio doador é fundamental e, por outro zado. Após biópsia e análise das amostras, obtiveram
lado, a quantidade óssea disponível ainda pode ser li- resultados de 73,3% de formação óssea na área en-
mitada e o grau de morbidade para esse tipo de proce- xertada, enquanto na região não enxertada (de teci-
dimento é altíssimo, provocando possíveis parestesias, do ósseo adjacente) os resultados ficaram em 73,2%,
disestesias, dores, dificuldade de locomoção, fratura de demonstrando não haver diferença estatisticamente
tíbia, hematomas e hemorragias. Além disso, procedi- significante. A região enxertada demonstrou densida-
mentos de enxertos com utilização de fontes extraorais de óssea similar ao osso adjacente. Concluíram que o
necessitam de ambiente hospitalar e de equipe médica, osso alógeno mineralizado pode ser considerado uma
o que aumenta consideravelmente o custo para o pa- alternativa satisfatória ao osso autógeno em casos de
ciente e o tempo operatório11. enxertos em seio maxilar.
O enxerto autógeno obtido da região mentoniana Recentemente, Mazzucchelli-Cosmo et al.23 (2007)
pode ser uma boa alternativa, uma vez que permite fá- demonstraram que os enxertos apresentavam, após
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seis meses, alta densidade óssea, permitindo a insta- sentar reações imunogênicas.
lação e estabilidade inicial dos implantes. Histologica- Atualmente, existe uma gama muito grande de
mente, a biópsia dos enxertos demonstrou um tecido biomateriais disponíveis para a Odontologia, o que
ósseo desenvolvido, vitalizado e mineralizado com la- por vezes confunde o profissional durante a seleção
melas, onde a matriz óssea apresentava lacunas com do melhor material a ser utilizado na cavidade sinu-
osteócitos em seu interior. sal. Os substitutos ósseos denominados xenoenxertos
Pelegrini et al.26 (2008) apresentaram resultados consistem em materiais que são provenientes de es-
clínicos, histológicos e histomorfométricos utilizando o pécies diferentes. Os mais utilizados são as matrizes
osso alógeno fresco congelado particulado em procedi- bovinas mineralizadas (a partir de hidroxiapatita de ori-
mentos de elevação do assoalho do seio maxilar. O ga- gem bovina) e o carbonato de cálcio (proveniente de
nho em volume ósseo clínico foi expressivo, e as caracte- corais)6,11,22.
rísticas histológicas e histomorfométrica demonstraram Os materiais aloplásticos consistem em substâncias
que o tecido formado continha os mesmos componen- que não apresentam potencial imunogênico pelo fato
tes do tecido ósseo, presença de tecido mineralizado de não apresentarem componentes orgânicos, no en-
e células, além de apresentar pequena quantidade de tanto, é sabido que uma pequena reação inflamatória
partícula residual, que mostra o grande potencial de re- quando da utilização desses materiais sempre ocorre.
generação desse material em enxertos do tipo inlay. Esses materiais são sintetizados em laboratório através
Por se tratar de um procedimento de enxerto tipo do processamento de substâncias obtidas da própria
inlay, isto é, em cavidades e, consequentemente, prote- natureza, sendo os mais utilizados os polímeros, bio-
gidos por paredes ósseas, muito se discute assim como cerâmicas (fosfato tricálcio, hidroxiapatitas sintéticas) e
nos procedimentos de regeneração óssea guiada, se o os vidros bioativos36. Podem estar disponíveis em tama-
enxerto particulado promove benefícios quando compa- nho de partículas, textura e formas variáveis15.
rado aos resultados obtidos pelo uso de blocos fixados A hidroxiapatita (HA) é um dos biomateriais mais
no interior da cavidade sinusal. Alguns trabalhos na li- utilizados atualmente. A HA sintética, no entanto,
teratura20 compararam o uso de blocos autógenos pro- pode possuir uma microestrutura e morfologia do cris-
venientes de crista ilíaca e da região do mento, com o tal muito diferente do osso natural, o que poderia pro-
uso de enxertos particulados, e comprovaram que esses duzir uma resposta biológica indesejada34. O osso corti-
enxertos apresentam uma redução do período de repa- cal bovino possui em sua porção inorgânica, cristais de
ração e remodelação. As partículas ósseas de tamanho HA com porosidade, tamanho, forma e propriedades
menor (2x2x2 mm) demonstram mais rápida vascula- físicas semelhantes à HA humana, permitindo um com-
rização, reabsorvem mais rapidamente que partículas portamento mais semelhante à fisiologia da reparação
de tamanhos maiores (5x2x2 mm) e apresentam uma óssea nos humanos25. Em 2004, John;Wenz16 compro-
quantidade maior de osso neoformado em seu redor24. varam que a enxertia de HA de origem bovina (osso
O enxerto em bloco na cavidade sinusal pode ser cortical bovino desproteinizado) promove resposta te-
indicado nos casos onde há ampla ruptura da membra- cidual semelhante à enxertia de osso autógeno ou de
na de Schneider e o cirurgião opta pela continuidade osso alógeno mineralizado (banco de osso), podendo
da cirurgia, ou ainda quando há necessidade de refazer ser utilizado como material de preenchimento ósseo
o teto em cavidades mais amplas e manter o volume substituto, podendo ser considerado um importante
dos enxertos. Nesses casos, é recomendável fixar o candidato a carreador de BMPs.
bloco no interior da cavidade e aguardar um período A HA sintética, o sulfato de cálcio e os vidros bio-
maior para instalação dos implantes osseointegráveis20. ativos são materiais aloplásticos osteocondutores dis-
poníveis em quantidades ilimitadas. Apesar de serem
Biomateriais apenas osteocondutores, estudos apresentam uma alta
Os biomateriais substitutos ósseos, por definição, taxa de sucesso para esses materiais6,22, uma vez que
são compostos utilizados na área médica e odontoló- o fenômeno depende da arquitetura física do mate-
gica que devem auxiliar o reparo ósseo, apresentando rial independente de sua composição química, como
biocompatibilidade com o receptor. Ou seja, não apre- demonstrado por alguns estudos5. Geralmente são
sentar toxicidade, não desencadear reação inflamatória indicados para utilização como complemento ao osso
Artigo de revisão / Review article

expressiva, serem passíveis de esterilização, apresentar autógeno ou alógeno.


baixo/nulo índice de transmissão de doenças, radiopa- O vidro bioativo é amplamente utilizado e também
cidade, facilidade de obtenção e custo acessível10 e, possui características ostecondutoras. A taxa de reab-
ainda, participar do processo de formação do tecido sorção deste material36, bem como da HA11 é mais len-
ósseo. De acordo com a Academia Europeia de Bio- ta quando comparada ao enxerto autógeno e alógeno,
materiais, o termo biomaterial é designado a qualquer sendo assim, a formação óssea ocorre mais lentamen-
droga ou substância natural ou sintética que pode ser te. Por outro lado, a literatura tem preconizado sua uti-
usada na reconstrução de tecidos ou órgãos, sem apre- lização como coadjuvante ao enxerto ósseo autógeno
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para manutenção do volume inicial do enxerto, uma demais estudos, foram utilizados misturas como ma-
vez que pode funcionar como uma barreira, dificultan- terial de preenchimento, como osso autógeno + osso
do a re-pneumatização do seio maxilar13. bovino mineralizado, osso autógeno + HA ou fosfato
Valentini et al.39 (2003) investigaram o índice de tricálcio, osso autógeno + aloenxerto, HA + aloenxerto,
sucesso a longo prazo de implantes instalados em osso bovino mineralizado + aloenxerto, osso autógeno
seios maxilares elevados com o emprego de osso bo- + plasma rico em plaqueta (PRP), aloenxerto + PRP, e
vino anorgânico (Bio-Oss; Geistlich, Wolhusen, Swit- osso bovino mineralizado + PRP. Sendo que, a taxa de
zerland). Para tal, realizaram um estudo retrospectivo sobrevivência dos implantes de acordo com o material
empregando 59 pacientes divididos em quatro grupos: de preenchimento parece não ter influência significante,
Grupo I constituído por pacientes submetidos à cirur- entretanto, comparações são difíceis, devido à amostra-
gia de instalação de implantes concomitante a eleva- gem dos pacientes, número de implantes colocados e o
ção da membrana sinusal e enxerto com associação tipo de superfície do implante.
de osso alógeno desmineralizado seco-congelado em Alguns estudos na literatura compararam pros-
proporção 1:1; Grupo II constituído por pacientes que pectivamente os resultados clínicos dos implantes de
sofreram a instalação de implantes em uma segunda acordo com o material de preenchimento. Um estudo
cirurgia após seis meses (2 estágios), apresentando o comparativo de 5 anos (1996 à 2001), 810 elevações
mesmo material para enxerto; Grupo III representado de seio maxilar foram realizadas e avaliadas num perí-
por pacientes submetidos a cirurgia de 1 estágio en- odo mínimo de um ano41. Em 485 casos, foram insta-
xertados somente com Bio-Oss; e, finalmente, Grupo lados implantes imediatos à elevação e em 325 casos
IV composto por pacientes que sofreram cirurgia de os implantes foram instalados tardiamente (média de
2 estágios enxertados somente com Bio-Oss. Todos 6,5 meses depois). Os materiais utilizados foram osso
os pacientes que apresentaram altura óssea pré-tra- autógeno, osso autógeno + carbonato de cálcio mo-
tamento inferior a 5 mm foram submetidos a cirurgia dificado por polímero (HTR - Bioplant), osso autógeno
de 2 estágios, sendo empregados implantes usinados e + hidroxiapatita originada de algas (Algipore, Friatec),
de superfície tratada, com um total de 183 implantes. osso autógeno + carbonato de cálcio gel extraído de
Apresentaram em seus resultados índices de sucesso coral (Biocoral Gel, Inoteb), osso autógeno + fosfato
de 90% quando houve associação com osso alógeno, tricálcio (Cerasorb, Curasan), fosfato tricálcio (Cera-
e de 96,8% com o uso de osso anorgânico bovino iso- sorb, Curasan) + plasma rico em plaquetas, polímero
ladamente, em um período médio de acompanhamen- (HTR Bioplant), hidroxiapatita (Algipore), carbonato de
to de 6,5 ± 1,9 anos. cálcio (Biocoral Gel, Inoteb) e fostato tricálcio (Cera-
Serra e Silva et al.30 (2006) mostraram resultados sorb). Os resultados obtidos pelos autores indicam que
de um estudo clínico e histológico em humanos com- os materiais utilizados não apresentam uma grande
parando o osso autógeno com uma associação de ma- diferença com relação à taxa de reabsorção (0,5% à
triz óssea orgânica bovina (Gen-OX®) e uma proteína 2,8%). A taxa de perda de implantes variou de 7,4%
óssea morfogenética (BMP) derivada de embrião bovi- a 12,3%, sendo que para osso autógeno a taxa foi de
no (Gen-Pro®), em levantamento do assoalho do seio 12%. Para este aspecto, os resultados mais favoráveis
maxilar. Após um período de 6 a 11 meses, na análise foram encontrados com o fosfato tricálcio associado ao
clínica observaram uma formação óssea mais completa osso autógeno (7,4%) e puro (7,8%).
no seio preenchido com osso autógeno, sendo mais fa- Recentemente, um estudo33 avaliando β-fosfato
vorável à instalação dos implantes quando comparado tricálcio tratado com fator de crescimento recombi-
ao lado teste. Histologicamente, houve um padrão de nante humano (rhGDF-5/β-TCP - densidade: 500 mg
formação óssea menos compacta e menos organizada rhGDF-5 por grama de β-TCP), demonstrou excelen-
no lado onde utilizou-se osso heterógeno bovino e a tes resultados. Foram realizadas avaliações histológicas
proteína óssea bovina morfogenética. do rhGDF-5/β-TCP comparando-o à β-tricálcio fosfato
Castro HL, Amaral M, Macedo LGS, Nogueira Jr L.

e osso autógeno (1:1), num período de 3 a 4 meses,


apresentando resultados qualitativamente similares em
Discussão
relação à nova formação óssea. Esse resultado é mui-
Chiapasco et al.4 (2009) fizeram uma revisão de li- to satisfatório, visto que a utilização de um substituto
teratura abordando o levantamento do assoalho do seio ósseo não combinado ao osso autógeno demonstrou
maxilar através da osteotomia na região do triângulo pi- resultados semelhantes, o que além de diminuir o tem-
ramidal (porção vestibular da maxila), criando-se uma ja- po de espera para a fixação dos implantes diminui a
nela lateral de acesso. Foram selecionados para a revisão complexidade, morbidade e tempo cirúrgico do pro-
59 artigos, sendo que 23 deles utilizaram um material cedimento.
isolado (“puro”) como material de preenchimento (por Outro material muito utilizado é o osso mineral
exemplo, osso autógeno, osso bovino mineralizado, sul- bovino, isoladamente ou associado ao osso autógeno.
fato de cálcio, hidroxapatita (HA), ou aloenxerto). Nos Sabendo-se das desvantagens da remoção do enxerto
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autógeno, Pikdöken et al.28 (2011) investigaram a pos- osso através dos osteótomos apenas (média de 63,3%
sibilidade de utilização da cortical da parede lateral do do remanescente (3 mm), chegando até a 100%), com
seio maxilar no caso de acesso por janela lateral para uma taxa de sucesso de 100% em 12 meses.
elevação do assoalho de seio maxilar, o que é muito Apesar de um estudo publicado em 201140 com
interessante já que não é necessário abrir outra região um acompanhamento de 2 anos, indicando que im-
para remoção de osso autógeno, mas como a quanti- plantes cônicos de 7 a 10 mm de diâmetro e de 7 a 13
dade é insuficiente, foi adicionado osso mineral bovino mm de comprimento são substitutos de enxertos ós-
na quantidade de (4:1). Concluíram após análises cinti- seos, acredita-se que o tamanho desses implantes e o
lográfica, histológica e histomorfométrica que a adição osso disponível realmente não impedem a reabilitação
de 20% de osso autógeno não acelerou a formação sem utilização de materiais de enxertia. Além do que,
óssea em quatro meses, sendo semelhante ao osso mi- nesse estudo, a disponibilidade óssea média da maxila
neral bovino isolado. posterior pré-operatória era de 7 mm, o que pode ser
Quanto a não utilização de material de preenchi- indicado um levantamento de seio atraumático sem
mento na elevação do seio maxilar pela técnica de aber- utilização de materiais.
tura lateral, a literatura é controversa. Porém, alguns Novos biomateriais como partículas de titânio tam-
artigos relatam a manutenção da cavidade apenas pelo bém estão sendo estudados em animais, como possíveis
coágulo, sem utilizar um material de preenchimento substitutos ósseos em seio maxilar18 apresentando resul-
específico, onde a mucosa foi mantida elevada pelos tados semelhantes à hidroxiapatita bovina, sendo um
implantes fixados no mesmo ato cirúrgico, apresentan- material de interesse futuro, pois demonstrou adequada
do uma taxa de sucesso dos implantes, após 12 meses estabilidade tridimensional e osteogênese. No entan-
em função, de 97,7 a 100% de sucesso3,21,37. to, ensaios clínicos são necessários para a utilização, até
Estudos em coelhos comparando sangue (coágulo) porque os efeitos da perfuração das partículas de titânio
vs osso autógeno particulado vs hidroxiapatita bovina17 para instalação dos implantes são desconhecidos.
concluíram que todos permitem a formação óssea, po-
rém o osso autógeno e o coágulo isolados apresentam Conclusões
uma reabsorção muito grande, permitindo a re-pneu-
Quando se trata de procedimentos para elevação
matização do seio maxilar, enquanto que o biomate-
do assoalho do seio maxilar, os substitutos ósseos es-
rial, apresentando reabsorção mais lenta, manteve-se
tão sendo cada vez mais considerados, uma vez que os
mais estável em volume, sendo mais adequado para
resultados são bastante satisfatórios em vista do pa-
prevenir o processo de re-expansão do seio maxilar
drão do defeito ósseo (inlay). Além disso, estão dispo-
e aumentar a densidade dos tecidos regenerados.
níveis em quantidade ilimitada, podendo ser utilizados
Uma criteriosa revisão dos trabalhos publicados uti-
isoladamente ou ainda em combinação com o osso au-
lizando a técnica transalveolar de levantamento de seio
tógeno, o que torna o procedimento mais confortável
foi realizada15. A média da altura de osso subantral foi
ao paciente que não necessita se submeter a um outro
de 6,9 mm, com uma média de sobrevivência dos im-
procedimento para a remoção do osso autógeno.
plantes após 64 meses em função de 96%. A utilização
Durante o planejamento, cabe ao cirurgião-dentis-
de materiais de preenchimento nesta técnica é opcional,
ta avaliar algumas condições pré-operatórias que irão
visto que alguns estudos relatam a elevação do seio sem
garantir o sucesso do procedimento, como disponibili-
a introdução de material, com uma altura óssea inicial
dade óssea residual, volume do seio maxilar, número
média de 6 mm, obtiveram um sucesso clínico de 96%
de implantes a ser instalado, tipo de prótese que será
após 25 meses de função. Vale ressaltar que, com o uso
realizada e, obviamente, buscar um material que tenha
de osteótomos e compactadores ósseos, o osso presen-
embasamento científico e comprovação clínica, com
te na região do alvéolo cirúrgico é redistribuído para a
resultados longitudinais que possam garantir o suces-
região mais apical do implante, ou seja, para a região
so, a segurança e a previsibilidade no procedimento.
antes ocupada pela cavidade do seio maxilar que, muitas
vezes, já é suficiente, não precisando introduzir outro
material. Quando utilizado osso autógeno, em uma altu-
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Artigo de revisão / Review article

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