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1.INTRODUÇÃO
2.REVISÃO
Segundo Esposito et al. (2009) diversos materiais podem ser utilizados para o
aumento vertical de rebordo. Dentre estes materiais podemos citar:
Cada um destes materiais de enxerto citados pode ser utilizado com cada uma
das técnicas, unicamente ou em conjunto, gerando uma grande variedade de
protocolos clínicos possíveis, que podem tornar complicada a seleção da melhor
opção cirúrgica.
Após avaliar oito ensaios clínicos randomizados sobre qual seria a técnica ou
material utilizado em aumento de altura de rebordo que oferecesse menores danos e
melhores resultados, Esposito et al.(2009), em revisão sistemática, concluíram que
não existem evidências suficientes para tal afirmação. Outras conclusões destes
autores foram que: (a) blocos de substitutos ósseos podem ser alternativas mais
viáveis que osso autógeno (principalmente os coletados de sítios extra-orais),
4
Fig.e –Fig.f
Osteotomias
– Bloco dehorizontal
osso equino (2mm
interposto
acima entre
do canal alveolar) eósseo
o segmento oblíquas,
e a base
gerandomandibular.
a segregação de segmento
Fixação com placa e
ósseo da mandíbula
parafusos (BOLLE
(BOLLE et al,
et al, 2018).
2018).
6
Tawil & Younan (2003) em uma avaliação clínica de implantes com superfície lisa
da marca Nobel Biocare® onde compararam implantes de 6, 7, 8, 8.5 em 10mm, não
encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes
comprimentos avaliados. Os autores instalaram 269 implantes em maxilas e
mandíbulas de 110 pacientes e proservaram por um período que variou de 12 a 92
meses, em intervalos de 6 meses a um ano entre manutenções. Os arcos inferiores
da amostra de pacientes receberam 63 implantes curtos (6, 7 e 8mm) e 176
implantes convencionais (8.5 e 10mm); a maioria destes implantes (231) sendo
instalada em regiões posteriores. As próteses deste trabalho foram suportadas
apenas por implantes do mesmo comprimento, excluindo-se a combinação com
implantes mais longos.
8mm ou menos, para este trabalho, foram instalados 27 implantes curtos, com uma
perda dentre estes implantes, o que totaliza 96,3% de taxa de sobrevivência
cumulativa, ainda maior do que as dos implantes regulares. Dentre os implantes
regulares, 21 foram instalados em mandíbulas que receberam enxertos, com duas
perdas neste grupo.
Os autores citam revisão de literatura (JUNG et al., 2008 apud LAI et al., 2013)
que estipulava taxas de sobrevivência de 96.8% para implantes convencionais
suportando coroas unitárias, ressaltando que a diferença com o seu trabalho possa
ser explicada em função de diferentes sistemas de implantes, com diferentes
tratamentos de superfície, terem sido usados na revisão de Jung et al. (2008).
O comprimento mínimo abaixo do qual certamente ocorreria a falha de um
implante não é consenso na literatura. Alguns trabalhos avaliaram diferentes taxas
de sobrevivência de implantes com diferentes comprimentos.
Os pesquisadores concluem que a utilização de implantes curtos de 6 e 8mm
com superfície SLA Straumann® em regiões posteriores de mandíbulas oferece
resultados altamente confiáveis, devendo-se proceder com cautela quando da
instalação em tipos ósseos menos densos.
O trabalho de Lai et al. em 2013 é corroborado por um ensaio prospectivo
multicêntrico realizado por Slotte et al. em 2015, com implantes SLA Straumann ® de
4mm de comprimento. Os implantes foram instalados em 28 pacientes com a
finalidade de suportar próteses fixas parafusadas de 3 a 4 elementos, com um
implante por elemento (implantes unidos) na região posterior de mandíbula. Após o
tratamento, os pacientes foram avaliados através de radiografias periapicais
padronizadas – para mensurar níveis de perda óssea marginal – e exames clínicos,
como o índice de sangramento à sondagem e índice de placa, em cada implante.
Além disso, responderam a um questionário de satisfação e relataram possíveis
complicações relacionadas aos implantes tais como infecção, dor e parestesia.
Oclusão, estabilidade da prótese e mobilidade dos implantes também foram
checados. O acompanhamento foi realizado semestralmente, por três anos, e
anualmente, até o período de 5 anos após o carregamento.
Cinco anos após a carga, considerando-se as desistências, 77 implantes foram
avaliados. Destes, 71 apresentavam-se em plena função, o que determinou uma
taxa de sobrevivência de 92.2%. A média de perda óssea marginal peri-implantar só
foi estatisticamente significativa quando comparou-se a radiografia realizada no dia
do carregamento com a de proservação de um ano: 0.44mm, representando a
remodelação óssea inicial ao redor dos implantes. Nos anos 2, 3 e 5, as médias de
perdas ósseas registradas (comparadas com a baseline) foram de 0.57mm, 0.55mm
e 0.53mm, respectivamente, valores estatisticamente insignificantes após o primeiro
ano de avaliação. Foram avaliadas 272 faces de implantes quanto ao sangramento à
14
sondagem, das quais 250 (91.9%) não apresentaram sangramento. Quarenta e nove
implantes (69%), não apresentaram placa. Em relação ao índice de satisfação, todos
os sujeitos classificaram a aparência e o conforto com as novas próteses como
“Excelente”, com exceção de dois indivíduos que classificaram a aparência como
“Boa”. Todos relataram a função mastigatória como “Excelente”. Os autores
concluem que implantes de 4mm de comprimento com a superfície SLActive ® podem
ser utilizados com previsibilidade no suporte a próteses fixas em pacientes com
ótimo controle de placa.
Com o objetivo de avaliar os resultados clínicos e radiográficos de implantes
curtos suportando próteses unitárias em regiões posteriores de mandíbula e maxila,
Rossi et al. publicaram um estudo prospectivo em 2015. Nas regiões posteriores de
mandíbula, os autores instalaram 28 implantes Straumann ® de 6mm de comprimento
com tratamento de superfície SLActive ® e acompanharam anualmente os seguintes
critérios de avaliação: scores de placa bacteriana, sangramento à sondagem,
profundidade de sondagem, reabsorção de osso marginal peri-implantar (avaliada
radiograficamente), e sobrevivência dos implantes instalados. A taxa de proporção
coroa-implante também foi calculada, através de mensurações nas radiografias
periapicais.
tipo ósseo compacto (osso tipo I) que pode ter a vascularização prejudicada, e
talvez, ao fato de o paciente ser fumante.
3.PROPOSIÇÃO
4.METODOLOGIA
5. RESULTADOS
A maior diferença entre os dois grupos se deu quando o quesito avaliado foram
as complicações: 27 complicações ocorreram em 22 pacientes do grupo enxertado,
contra 9 complicações em 8 pacientes do grupo submetido à instalação de implantes
curtos, diferença considerada estatisticamente significativa (p<0.001). As
complicações variaram de deiscência de suturas, parestesia temporária do nervo
alveolar inferior até fratura do bloco de enxerto.
Após cinco anos de proservação, o ensaio clínico perdeu cinco pacientes, por
diversas razões. Até este tempo de observação, um paciente do grupo controle
apresentou falhas em 3 implantes. Já, no grupo de teste, um paciente apresentou
falhas em 2 implantes, de forma que não se constatou diferenças estatisticamente
significativas entre estes dois grupos relativas ao quesito “Falhas de implantes”
(p=1.000). O estudo registrou três falhas nas próteses no grupo de pacientes
enxertados, contra uma falha nas próteses do grupo de implantes curtos, o que
também tornou esta diferença estatisticamente insignificante (p=0.625).
Com relação às falhas nas próteses os autores relatam apenas uma falha em
cada grupo, resultando em diferenças estatisticamente insignificantes entre estes
(p=0.970). O grupo enxertado apresentou apenas um paciente com um implante
perdido enquanto o grupo dos implantes curtos contou com dois pacientes perdendo
dois implantes, o que também fez com que as diferenças entre os grupos não
fossem estatisticamente significativas neste quesito (p=0.579).
Média de Média de
Tempo de Número de Número de
alteração óssea alteração óssea
proservação Comprimento Complicações Complicações
peri-implantar peri-implantar
Estudo após dos implantes Mandíbulas Implantes
em mandíbulas com implantes
carregamento de teste (mm) Enxertadas Curtos
enxertadas§ curtos§
(meses) (Pacientes) (Pacientes)
(mm) (mm)
Felice et al. (2019)a 60 6 14(9) 3(3) 2.11‡ 1.34‡
Felice et al. (2019)b 60 5 12(10) 11(6) 2.10‡ 1.72‡
Felice et al. (2018) 96 6.6 27(22)* 9(8)* 2.46‡ 1.58‡
Espósito et al.
(2019) 60 5 17(17)* 10(9)* 1.70‡ 1.22‡
Bolle et al. (2018) 12 4 12(9)* 2(2)* 0.77‡ 0.51‡
*diferença estatisticamente significativa entre grupo de teste e controle, para complicações
‡diferença estatisticamente significativa de alterações ósseas peri-implantares, entre grupo teste e controle
§no tempo máximo de proservação
6. Discussão
Como o ensaio foi realizado com um design do tipo “split-mouth”, ou seja, todos
os pacientes experimentaram as duas alternativas terapêuticas estudadas, foi
realizado um questionário sobre a preferência dos mesmos em relação aos
procedimentos realizados. Os pacientes foram unânimes quanto a preferência pelos
implantes curtos.
correriam um risco sério de falha. Desta forma, é essencial a comparação das taxas
de sobrevivência dos implantes curtos com os implantes longos suportados por osso
enxertado. Segundo os autores, períodos de proservação mais longos, da ordem de
10 anos, são fundamentais para embasar este modelo de trabalho com melhores
evidências científicas.
Por outro lado, o fato de os implantes curtos terem perdido uma média de 0.9mm
a menos de osso marginal do que os implantes convencionais no período avaliado,
pode indicar resultados promissores. Os autores não tem uma explicação de por que
houve uma maior perda de osso marginal no grupo controle, mas conjecturam que
pode ter sido em função do procedimento de enxertia. Reconhecem o tamanho
reduzido da amostra, bem como o curto período de proservação como os principais
fatores limitantes deste trabalho. Uma hipótese válida a ser estudada em ensaios
futuros envolve o impacto que a falta de circulação sanguínea do osso enxertado
exerce na reabsorção óssea peri-implantar.
2019b; ESPOSITO et al., 2019). Em três amostras (FELICE et al., 2018; ESPOSITO
et al., 2019; FELICE et al., 2019a) observou-se diferenças estatisticamente
significativas na reabsorção óssea peri-implantar entre os grupos, a partir de três
anos pós-carregamento. Em uma amostra (FELICE et al., 2019b) a diferença entre
os grupos se deu aos 5 anos pós-carga, enquanto que em outra amostra (BOLLE et
al., 2018) foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos quanto à
reabsorção de osso marginal peri-implantar já no momento do carregamento
(TABELA 3). De qualquer forma, são necessários mais estudos para determinar em
que momento do processo reabilitador começamos a perceber diferenças
estatisticamente significativas entre uma terapêutica e outra.
Tabela 3. Comparativo da reabsorção óssea peri-implantar (em mm) por períodos após a instalação, por amostra de
pacientes em grupos teste e controle.
7.CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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