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Eu penso assim

Adilson Luiz Ramos

34 Contenções inferiores
• Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP / SP.

• Residência no setor de Ortodontia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) - USP, Bauru/SP.

• Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP / SP.

• Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP / SP.

• Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá (UEM, PR).

• Ex-editor chefe da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (Dental Press Journal of Orthodontics), de
2003 a 2006.

• Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia.

Como citar esta seção: Ramos AL. Eu penso assim. Contenções inferiores. Rev Clín Ortod Dental Press. 2016 Dez-2017 Jan;15(6):34-41.

Enviado em: 17/10/2016 - Revisado e aceito: 07/11/2016.

DOI: http://dx.doi.org/10.14436/1676-6849.15.6.034-041.epa

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Contenções inferiores

Todos sabemos que, após qualquer tratamento superior por tempo indeterminado. Mas é claro
ortodôntico, temos que colar uma contenção 3 x 3 . 1-8
que as alterações que repercutem no desalinha-
Pesquisas ao longo dos últimos anos conirmam mento dos incisivos inferiores são mais percebidas
essa indicação . O processo de maturidade den-
1-9
pelos pacientes. Inclusive porque, justamente com
tofacial resulta em uma diminuição da distância inter- o avanço da idade, há uma inversão na exposição
caninos, com extrusão dos dentes dessa área e um dos incisivos os superiores icam menos visíveis, em
consequente aumento do apinhamento dentário ao virtude da queda do lábio superior, e os inferiores
longo da vida2-5. Em um acompanhamento de ca- passam a icar mais aparentes9.
sos por até 30 anos após o tratamento ortodôntico, oltando à questão da contenção x , ica a
observou-se que os pacientes que ainda permane- pergunta: qual o desenho de contenção mais apro-
ciam com as contenções mantinham a área pratica- priado, considerando-se o longo prazo? A conten-
mente estável, enquanto muitos daqueles que não ção dita convencional — colada apenas nos cani-
tinham mais o 3 x 3 apresentaram desalinhamento . 8
nos e confeccionada com um io de aço inoxidável
Além disso, observou-se que, embora estatistica- de 0,8mm (pode ser 0,7 ou 0,9mm) — é a mais
mente não signiicativo, aqueles que tin am o x tradicionalmente utilizada (Fig. 1)6,7.
(convencional) apresentavam melhores escores Esse io liso x , colado somente nos caninos,
periodontais (cálculo e índice gengival). Vale res- pode manter estável a distância intercaninos e,
saltar, também, que as arcadas como um todo, e também, controlar parcialmente a movimentação
não somente a região anteroinferior, podem sofrer vertical dos incisivos que ocorre com a idade. Des-
pequenas alterações com a idade, o que implicaria sa forma, propicia uma razoável proteção da área
na indicação do uso de uma placa de contenção contra os efeitos em longo prazo (Fig. 2).
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Figura 1: Contenção 3 x 3 lisa convencional, de aço Figura 2: Acompanhamento de 14 anos após o tratamento
inoxidável, colada somente nos caninos. ortodôntico, mostrando razoável estabilidade nos dentes
anteriores, por meio do uso da contenção convencional.

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Porém, como somente os caninos são colados área papilar interproximal, precisa-se utilizar um con-
e os incisivos icam soltos , podem ocorrer peque- dutor de io dental. an a-se por um lado, com a
nas acomodações de posição, incluindo rotações contenção individual dos dentes na área; mas per-
indesejadas desses dentes, sujeitas a críticas por de-se por outro, pela diiculdade na igieni ação e,
parte do paciente (Fig. 3). consequentemente, no controle de acúmulo de bioil-
Diante disso, alguns autores passaram a re- me (placa e cálculo). Mesmo com essa diiculdade,
comendar a contenção colada não somente nos Artun et al.6 demonstraram que o io trançado colado
caninos, mas também em todos os incisivos infe- poderia proporcionar uma condição de razoável
riores. Para tanto, desde ios retos mais inos até saúde periodontal no longo prazo; mas, obviamen-
ios trançados de diversos calibres foram citados te, a diiculdade para se passar o io era um questio-
na literatura. Dahl e Zachrinson recomendaram o
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namento de colegas e pacientes. Em 2001, Bicalho
io coaxial , como o mais apropriado e e Bicalho11 apresentaram à comunidade ortodôntica
que sofre menos falhas de colagem e/ou fraturas uma contenção modiicada de e 12
, confecciona-
no longo prazo (Fig. 4). da com io , mm e com desen o que facilitava o
Como nesses modelos de contenção todos os acesso livre ao io dental, ao mesmo tempo em que
dentes icam colados, os pacientes passam a ter maior permitia que todos os dentes anteroinferiores fossem
diiculdade na igieni ação, já que, para acessar a colados e estabilizados (Fig. 5).

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Figura 3: Acompanhamento aos 7 anos após o tratamento Figura 4: Contenção coaxial 0,0215” colada no segmento
ortodôntico: a contenção convencional não conseguiu conter anteroinferior (nesse caso, foi colada com ionômero resinoso).
totalmente a estabilidade na região dos incisivos.

Figura 5: Contenção modificada.


Fonte: Bicalho JS, Bicalho KT11, 2001.

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Em um primeiro momento, passamos a recomen- parte dos pacientes demonstrou conseguir manter
dar essa variação, entendendo que poderia ser uma boa qualidade de higiene na área, no longo
um benefício para todos os pacientes, haja vista a prazo (Fig. 6). Entretanto, também notamos que
possibilidade de se fazer uma higiene adequada outros pacientes não tinham o mesmo cuidado ou
e, ao mesmo tempo, garantir a estabilidade de to- não conseguiam manter a área livre de placa e,
dos os dentes anteroinferiores. E, de fato, uma boa consequentemente, o cálculo se instalava (Fig. 7).

Figura 6: Acompanhamento aos 10 após o tratamento


ortodôntico, utilizando contenção modificada. O paciente
manteve um adequado controle de higienização (apenas um
pequeno acúmulo de cálculo entre os incisivos centrais, sem
maiores comprometimentos).

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A B

C D

Figura 7: Duas situações em que os pacientes não conseguiram manter uma higiene adequada da região anteroinferior, utilizando a
contenção modificada. Em A e B, aos 4 anos após o tratamento ortodôntico. Em C e D, após 2 anos de acompanhamento.

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Diante de alguns insucessos, passamos a estudar Também comparamos, em um terceiro estu-


o comportamento dos diversos modelos de conten- do , o comportamento das contenções com io
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ção 3 x 3, em trabalhos comparando os modelos coaxial versus convencional e, obviamente, obser-


convencional, modiicado e com io trançado. Em um vamos que a convencional (que não recebe resina
primeiro trabalho13, constatamos que a contenção nos incisivos) apresentou melhores índices de pla-
convencional permitia, no curto prazo, uma condição ca e cálculo, em comparação à com io trançado
periodontal e de acúmulo de cálculo signiicativamen- colado em todos os dentes. Portanto, pareceu ló-
te mel or do que a modiicada. Mas, como citado gico que a colagem de todos os dentes anteriores,
antes, a convencional não consegue conter todos independentemente do modelo, parece ser menos
os incisivos da mesma forma que a modiicada, que adequada do ponto de vista periodontal.
mantém com resina todos os dentes anteroinferiores Vimos, ainda, que não apenas a condição perio-
unidos ao io. Então, reali amos um segundo traba- dontal em longo prazo é um fator a ser considerado
lho14, comparando a contenção modiicada com a na escolha da contenção, mas também são preocu-
de io trançado — ambas coladas em todos os dentes pantes os eventos inesperados envolvendo a conten-
anteroinferiores. Nessa segunda investigação, a con- ção modiicada e a com io trançado (coladas em
dição periodontal foi mais próxima entre os modelos, todos os dentes anteroinferiores)17-19 (Fig. 8).
mas, ainda assim, a condição de acúmulo de cálculo Alguns autores têm chamado nossa atenção
foi signiicativamente maior na modiicada. Em um tra- para essa possibilidade e, recentemente, um es-
balho realizado por Nishi et al.15, que buscou simular tudo reportou 1,1% de prevalência desse proble-
essa mesma comparação, não houve tal diferença. ma (38 em 3.500 casos)18 — embora seja uma

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A B

C D

Figura 8: Situações inesperadas com o uso de contenções coladas nos dentes anteroinferiores. Em A e B, 5 anos após o
tratamento ortodôntico. Em C e D, após 3 anos de acompanhamento.

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prevalência pequena, o problema resultante é


grave. Essas falhas incluem torques indesejados
devido à distorção do io, bem como a fal a de
algum ponto de colagem e a consequente perda
de alinhamento, causando o deslocamento das
raízes para fora do alvéolo (somado à recessão
gengival). Esses problemas acontecem mais em
pacientes verticais. Os autores recomendaram
que aqueles pacientes que recebem a contenção
3 x 3 colada em todos os dentes devem ser acom-
panhados anualmente, interceptando-se eventuais Figura 9: Contenção em “V” para o diastema mediano.

falhas e efeitos indesejados. Farret et al.19 descre-


veram, recentemente, uma situação grave onde o
incisivo perdeu quase toda a inserção e também inferiores, ao início do tratamento; nesses casos,
foi necessário o tratamento endodôntico desse indico contenção colada em todos os anteroinfe-
dente, que teve sua raiz exposta do alvéolo. riores. Também indico contenção ixa em todos os
Portanto, sugerimos que os pacientes recebam anteriores nos casos de diastema mediano superior
uma instrução, por escrito, para se conscientiza- e nos casos periodontais. Na maioria dessas situa-
rem de eventuais efeitos indesejados, bem como ções, opto por um io coaxial , conformado
para icarem atentos e buscarem o atendimento e revenido, colado passivamente, minimizando-se
frente a qualquer mínimo desalinhamento. os efeitos colaterais futuros. No diastema media-
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Por essas razões, penso que poderíamos esta- no, utili o uma contenção em colada nos dois
belecer uma indicação individualizada dessas con- centrais (Fig. 9). Caso a opção seja pela conten-
tenções 3 x 3. Em alguns casos, poderíamos até ção modiicada11, recomenda-se um cuidado es-
mesmo optar por evitar ixá-las (se assim o pacien- pecial quanto à higienização da própria conten-
te consentir e colaborar), substituindo-as por con- ção. ale ressaltar que a contenção modiicada
tenções removíveis do tipo placa de acetato (ou funciona muito bem na arcada superior, onde não
mesmo uma placa raparound inferior). Isso va- há tanto acúmulo de cálculo, permitindo um melhor
leria para aqueles casos com alta tendência de acesso do io dental.
acúmulo de cálculo e/ou diiculdade em manter Nos casos com histórico de doença periodontal,
a higienização com qualquer contenção colada. o acesso do io dental pela ameia proximal, ou até
Em uma eventual perda de alinhamento, uma mesmo da escova interdental, é mais fácil, sem ne-
correção localizada poderia ser realizada fa- cessidade de modiicações. Assim, min a opção é
cilmente no futuro20, sem se correr o risco de um por simpliicar, utili ando o coaxial ( ig. ).
eventual dano periodontal — o que seria pior. Recentemente, um estudo transversal na Califor-
Hoje, para a grande maioria dos meus casos, nia21 acompanhou, por dois a quatro anos, as con-
voltei a utilizar a contenção convencional 0,8mm tenções trançadas versus as modiicadas (que o
colada apenas nos caninos. São exceção aque- autor c amou de onduladas ), não encontrando
les casos que apresentam muita giroversão, tan- diferenças nos escores periodontais em uma popu-
to na área dos incisivos superiores quanto na dos lação de pacientes adolescentes e adultos jovens.

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A B

C D

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Figura 10: A) Caso com perda óssea anterior e diastemas


anteroinferiores. B) Após o tratamento ortodôntico.
C) Acompanhamento de sete anos pós-Ortodontia — foi realizado
enxerto de recobrimento. D) Contenção trançada colada em todos
os anteroinferiores. E) Sete anos de acompanhamento.

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Curado et al.22 publicaram uma nova opção 4. Eslambolchi S, Woodside DG, Rossouw PE. A descriptive study of

de desenho de contenção, realizando ondulações mandibular incisor alignment in untreated subjects. Am J Orthod
Dentofacial Orthop. 2008 Mar;133(3):343-53.
no sentido lingual, em vez de cervical, como no 5. Mauad BA, Silva RC, Aragón MLSC, Pontes LF, Silva Júnior NG,
modelo de Bicalho11. Assim, a presença do io e Normando D. Changes in lower dental arch dimensions and tooth
alignment in young adults without orthodontic treatment. Dental
da resina ica distante da área gengival. Entretan- Press J Orthod. 2015 May-June;20(3):64-8.
to, ainda não á um estudo de acompan amento 6. Artun J, Spadafora AT, Shapiro PA. A 3-year follow-up study of various
types of orthodontic canine-to-canine retainers. Eur J Orthod. 1997
quanto aos índices periodontais. Mas me parece
Oct;19(5):501-9.
uma opção muito interessante quando á necessi- 7. Bearn DR. Bonded orthodontic retainers: a review. Am J Orthod

dade de colar todos os anteriores. Dentofacial Orthop. 1995 Aug;108(2):207-13.


8. Booth FA, Edelman JM, Proffit WR. Twenty-year follow-up of patients
Vale ressaltar que, independentemente do tipo with permanently bonded mandibular canine-to-canine retainers.
de contenção 3 x 3 na arcada inferior, recomen- Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008 Jan;133(1):70-6.
9. Dahl EH, Zachrisson BU. Long-term experience with direct-bonded
do, também, a contenção superior, que pode ser lingual retainers. J Clin Orthod. 1991 Oct;25(10):619-30.
o Hawley wraparound ou uma placa superior de 10. Vig RG, Brundo GC. he kinetics of anterior tooth display. J Prosthet
Dent. 1978 May;39(5):502-4.
acetato 1mm, com ou sem resina adicional para
11. Bicalho JS, Bicalho KT. Descrição do método de contenção fixa, com
uma desoclusão dos dentes anteroinferiores (depen- livre acesso do fio dental. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001

dendo do padrão facial). Assim, o paciente tam- Fev-Mar;6(5):97-104.


12. Lew KKK. Direct-bonded lingual retainer. J Clin Orthod. 1989
bém utiliza uma placa superior no período noturno, July;23:490-1.
independentemente da opção de 3 x 3 inferior e, 13. Shirasu BK, Hayacibara RM, Ramos AL. Comparação de parâmetros
periodontais após utilização de contenção convencional 3x3 plana
também, independentemente de ter ou não o 3 x 3 e contenção modificada. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial.
colado na região anterossuperior (mantenho uma 2007;12(1):41-7.
14. Lukiantchuki MA, Hayacibara RM, Ramos AL. Periodontal parameters
sobre a outra, se necessário, devido à necessidade
comparison between two orthodontic retainers. Dental Press J Orthod. 41
de controle transversal posterior em longo prazo). 2011 July-Aug;16(4):44.e1-7.
15. Nishi R, Bombardelli C, Nassar PO, Bombonatti R, Busato PMR,
Busato MCA. Avaliação periodontal e de adaptabilidade após utilização
de dois modelos de contenção ortodôntica fixa. Rev Clín Ortod Dental
Press. 2011 Out-Nov;10(5):82-9.
16. Ferreira L, Ramos AL. Parâmetros periodontais de dois tipos de
contenção ortodôntica 3x3: um estudo longitudinal [projeto de
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