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Braz J Periodontol - December 2011 - volume 21 - issue 04

CONHECIMENTO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS E
ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA SOBRE O ESPAÇO
BIOLÓGICO PERIODONTAL
Evaluation of the knowledge of dentists and dentistry academics about periodontal biologic width

Lorena Rodrigues de Almeida1, Ana Luísa Teixeira Meira2, Renato Casarin3, Sandro Bittencourt4, Érica Del Peloso Ribeiro4
1 Graduada em Odontologia (EBMSP-SSa-Ba-Brasil)
2 Especialista em Periodontia (ABO-Ba), Mestranda em Periodontia (EBMSP- SSa-Ba-Brasil)
3 Professor titular do mestrado em odontologia (UNIP-SP-Brasil)
4 Doutores em Clínica Odontológica, área de Periodontia (FOP/Unicamp-SP-Brasil)

Recebimento: 05/08/11 - Correção: 31/10/11 - Aceite: 10/11/11

RESUMO

O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de Odontologia, clínicos-gerais, periodontistas
e protesistas sobre o espaço biológico periodontal. Este foi um estudo do tipo observacional transversal, que utilizou
de questionário, como único instrumento de coleta de dados. O questionário foi distribuído pessoalmente para 226
indivíduos: 75 alunos do último semestre do curso de Odontologia, 80 clínicos-gerais e 71 especialistas, sendo 35
protesistas e 36 periodontistas. Os resultados mostraram que, de modo geral, os periodontistas são os que mais
conhecem o espaço biológico periodontal, seguidos dos estudantes. Muitos protesistas, apesar de afirmarem lembrar o
que é espaço biológico, souberam menos que os estudantes sobre suas estruturas e seu tamanho. O padrão de resposta
dos periodontistas foi diferente dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de próteses e restaurações, ao
limite cervical dos preparos, às medidas e estruturas do espaço biológico bem como à indicação do aumento de coroa
clínica. Em relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas ocorreram no que tange ao conhecimento do
limite cervical dos preparos e medidas do espaço biológico. Conclui-se que, com o passar do tempo, os clínicos-gerais
esquecem ou ignoram os conhecimentos adquiridos na graduação e que a especialização em Periodontia influencia
positivamente no conhecimento sobre o espaço biológico.
UNITERMOS: espaço biológico, anatomia periodontal, conhecimento. R Periodontia 2011; 21:66-75.

INTRODUÇÃO constituída por uma inserção epitelial e por uma inserção


conjuntiva. Gargiulo et al. (1961) avaliaram as medidas da
A inter-relação entre a Periodontia e a Odontologia junção dentogengival, considerando as fases da erupção e as
Restauradora é um dos temas mais discutidos na faces do dente, obtendo as seguintes médias: profundidade
Odontologia atual. A necessidade da devolução de tecidos do sulco gengival – 0,69 mm, comprimento do epitélio
perdidos e a restauração da função, sem que ocorra uma juncional – 0,97 mm e comprimento da inserção conjuntiva
modificação dos tecidos periodontais, é um dos dilemas – 1,07 mm. Dessas distâncias, a inserção conjuntiva foi a que
mais comuns na clínica diária (Belli, 2002). Nesse contexto, se apresentou mais constante, enquanto que a parte mais
um dos assuntos de maior impacto no cotidiano dos variável foi o comprimento do epitélio juncional. Portanto,
cirurgiões-dentistas é a invasão do espaço biológico. Apesar o espaço localizado coronariamente à crista óssea alveolar
do conceito das distâncias biológicas periodontais ser familiar pode ser arredondado para aproximadamente 3 mm. No
para a maioria dos clínicos, ainda tem seu significado e entanto esta medida pode variar de dente para dente e nas
relevância clínica pouco valorizados (Lima et al., 2006). diferentes faces de um mesmo dente, estando presente em
Em 1959, Sicher descreveu uma união dentogengival toda dentição saudável (Santos & Sartori, 2000).

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Cohen (1962) definiu a junção dentogengival como restabelecido este espaço, mais tarde poderão aparecer
“espaço biológico periodontal”, se referindo à distância lesões do periodonto de sustentação, representadas por
de 2,04 mm entre o fundo do sulco gengival e o topo da perda óssea e formação de bolsa periodontal ou recessão
crista óssea alveolar. Já para Nevins & Skurow (1984) o sulco gengival (Nery, 2009).
gengival também faz parte do “espaço biológico”. Tristão Assim, quando o término “subgengival” é indicado,
(1992) analisou as distâncias biológicas por meio de uma o operador precisa ter o cuidado de colocar a margem
análise histométrica e encontrou resultados semelhantes aos cervical dentro dos limites do sulco gengival histológico,
de Gargiulo et al (1961). Posteriormente, Vacek et al. (1994) que convencionalmente mede aproximadamente 0,5 mm
avaliaram 171 superfícies de dentes de cadáveres e também (Gargiulo et al., 1961). Determinadas condições exigem a
encontraram medidas similares. colocação de margens de restaurações em uma posição além
O sulco gengival é a fenda ou o espaço em torno do do sulco gengival. Estas podem incluir preocupações estéticas,
dente, limitado de um lado pela superfície dentária e do outro necessidade de maior retenção, cárie de raiz, abrasão cervical,
pelo epitélio que reveste a margem livre da gengiva (Itoiz & e sensibilidade radicular (Parma-Benfenati et al., 1985). Para
Carranza, 1997). O epitélio reduzido do órgão do esmalte isso, é necessário restabelecer o espaço biológico em posição
é substituído gradualmente por um epitélio juncional que mais apical, lançando mão de procedimentos cirúrgicos e/ou
participa da inserção entre dente e gengiva e é mais largo ortodônticos (Guênes et al., 2006).
na parte coronária. Ele não está apenas em contato com o Assim, diante da importância do espaço biológico
esmalte, mas fisicamente ligado a este por hemidesmossomas periodontal para a saúde dos tecidos periodontais em
(Borghetti & Monnet-Corti, 2002). O tecido conjuntivo supra- procedimentos restauradores e protéticos, o objetivo
alveolar é constituído, principalmente, de células, fibras, deste estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de
processos nervosos e vasos sanguíneos embebidos em tecido Odontologia, clínicos-gerais e especialistas sobre o mesmo.
conjuntivo denso (Löe et al., 1996). Este trabalho mostra-se de grande relevância diante da sua
A partir da década de 60, foram iniciados diversos aplicabilidade clínica e da pequena quantidade de estudos
estudos com a finalidade de aprofundar os conhecimentos que abordam este tema.
acerca da inter-relação entre os processos restauradores e
o periodonto (Padbury et al., 2003). Silness (1970) realizou MATERIAIS E MÉTODOS
uma pesquisa que indicou que em áreas onde as margens
das restaurações estavam em uma localização subgengival Seleção da amostra
desenvolvia-se gengivite mais severa. Newcomb (1974) O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
analisou 66 coroas anteriores com margens subgengivais e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública,
de diferentes profundidades. Os resultados mostraram que sob o número de protocolo 002/10. Todos os voluntários
quanto mais perto uma coroa com margem subgengival consentiram com a participação no estudo, assinando o
estiver do epitélio juncional, mais provável é a ocorrência de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
inflamação gengival grave. Em 1986, Tarnow et al. (1986) Foram selecionados, aleatoriamente, 226 indivíduos: 75
fizeram uma análise histológica de 13 dentes extraídos que alunos do último semestre do curso de Odontologia (com a
possuíam coroas subgengivais e encontraram presença de intenção de que todos eles já tivessem cursado a disciplina
reabsorção óssea. Orkin et al. (1987) demonstraram que a de Periodontia), dentre estes 16 da Universidade Federal da
gengiva em torno de restaurações subgengivais teve maior Bahia (UFBA), 20 da Escola Bahiana de Medicina e Saúde
chance de sangramento. Pública (EBMSP), 20 da União Metropolitana de Educação e
Nogueira-Filho et al. (2001) concluíram que o término Cultura (UNIME) e 19 da Universidade Estadual de Feira de
supragengival oferece menor frequência de inflamação Santana (UEFS); 80 clínico-gerais e 71 especialistas, sendo 36
gengival associada à falta ou excesso de material restaurador. periodontistas e 35 protesistas. Todos os entrevistados eram
Quando o espaço biológico, compreendido pela inserção residentes no Estado da Bahia.
conjuntiva supracrestal e epitélio juncional, é violado tem-se
como consequência uma resposta inflamatória que resulta Delineamento do estudo
em alterações passageiras ou permanentes destes tecidos, Este é um estudo do tipo observacional transversal, que
representados, clinicamente, pela ocorrência de edema e utilizou de questionário, como único instrumento para coleta
vermelhidão da gengiva com tendência a sangramento, de dados, para avaliação do conhecimento sobre o espaço
dores, alterações funcionais e estéticas. Uma vez não biológico periodontal (Figura 1).

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Figura 1: Questionário aplicado na população estudada.

IDENTIFICAÇÃO

( ) ESTUDANTE -SEMESTRE:
( ) PROFISSIONAL
( )CLÍNICO-GERAL - ANO DE FORMADO:
O SR.(A) CONFECCIONA PRÓTESES OU FAZ PROCEDIMENTOS PERIODONTAIS EM SEU CONSULTÓRIO? ( )SIM ( )NÃO
( )ESPECIALISTA
( )PERIODONTISTA
( )PROTESISTA

QUESTIONÁRIO
Na sua opinião, por que a gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações?

O (A) Sr.(a) costuma realizar preparos subgengivais?


( ) Não ( ) Sim Quando?

Em preparos subgengivais, o Sr.(a) utiliza qual limite cervical dos preparo?


( )0,5mm ( )1mm ( )2mm ( )3mm ou mais ( )quanto necessário

Na sua opinião, o limite cervical dos preparos deve estar no sulco:


( )clínico ( )histológico ( )não se lembra

O Sr.(a) se lembra o que é espaço biológico?


( )Não ( )Sim/Qual o tamanho? Quais as estruturas?

Quando o Sr.(a) realiza aumento de coroa clínica?

Este questionário é uma adaptação do modelo utilizado o nível de significância de 5%.


no estudo de Lima et al. (2006). Cada questionário foi
distribuído pessoalmente pela pesquisadora. Os estudantes RESULTADOS
foram abordados em sala de aula ou em atividades
acadêmicas, enquanto que os profissionais responderam aos Os clínicos-gerais que participaram da pesquisa tinham,
questionários em seus consultórios ou em eventos científicos. em média, 11 anos de formados. Os protesistas concluíram
Após a entrega do questionário o sujeito ficou à vontade para a especialização há, aproximadamente, 8,5 anos e os
respondê-lo, sem estabelecimento prévio de tempo para isso periodontistas há 10 anos, em média.
nem observação da prática do sujeito. Quando perguntados a respeito da inflamação gengival
ao redor das próteses ou restaurações, foi encontrada
Análise estatística diferença estatisticamente significante entre estudantes
Foi realizada uma análise dos dados agrupados segundo e periodontistas. Diferença próxima da estatisticamente
a especialidade, comparando a frequência de respostas às significante foi encontrada na comparação entre clínicos e
perguntas do questionário. As frequências foram comparadas periodontistas (Tabela 1).
pelo teste Exato de Fisher, em uma análise 2x2, considerando Quanto à realização de preparos subgengivais, 38,66%

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dos estudantes, 57,5% dos clínicos gerais, 25% dos Quando perguntados em que situações realizavam preparos
periodontistas e 97,1% dos protesistas afirmaram realizá- subgengivais foi encontrada diferença estatisticamente
los. Nessa comparação, os protesistas realizam mais significante apenas entre clínicos e protesistas (Tabela 2).
preparos subgengivais que todos os outros grupos (p<0,05).

Tabela 1
Distribuição da população estudada, em porcentagem (N), de acordo com a resposta ao questionamento “Na sua opinião, por que a gengiva
inflama ao redor das próteses ou restaurações?”.

RESPOSTAS ESTUDANTES* CLÍNICOS† PERIODONTISTAS*/† PROTESISTAS


Não respondeu 2,66% (2) 2,5% (2) 0% (0) 5,7% (2)
Invasão do espaço biológico 12% (9) 10% (8) 11,11% (4) 8,5% (3)

Acúmulo de placa e/ou má higiene


oral como conseqüência de má 53,33% (40) 53,75% (43) 30,5% (11) 37,14% (13)
adaptação e áreas retentivas

Utilização de material irritante na


2,66% (2) 1,25% (1) 0% (0) 0% (0)
confecção de prótese ou restauração

Preparo incorreto 1,33% (1) 0% (0) 2,77% (1) 0% (0)


Trauma oclusal 0% (0) 0% (0) 0% (0) 0% (0)
Cárie 0% (0) 1,25% (1) 0% (0) 0% (0)
Invasão do espaço biológico +
acúmulo de placa e/ou má higiene
28% (21) 31,25% (25) 55,55% (20) 48,57% (17)
oral como conseqüência de má
adaptação e áreas retentivas
* Diferença estatisticamente significante entre estudantes e periodontistas (p=0,05). † Valor limite de significância estatística (p=0,06) na comparação entre clínicos e periodontistas.

Tabela 2
Distribuição da população estudada, em porcentagem (N), de acordo com a resposta ao questionamento
“Quando realiza preparos subgengivais?”.

RESPOSTAS ESTUDANTES CLÍNICOS* PERIODONTISTAS PROTESISTAS*


Não respondeu 24,1% (7) 30,4% (14) 33,33% (3) 17,6% (6)

Área estética / hiperplasia


55,1% (16) 43,4% (20) 66,66% (6) 64,7% (22)
gengival / coroa curta

Confecção de próteses fixas


17,2% (5) 8,6% (4) 0% (0) 5,8% (2)
(retenção)

Cáries ou fraturas
3,4% (1) 15,2% (7) 0% (0) 0% (0)
subgengivais

Lesões cervicais 0% (0) 2,1% (1) 0% (0) 0% (0)

Quando há invasão do
0% (0) 0% (0) 0% (0) 0% (0)
espaço biológico

Sempre 0% (0) 0% (0) 0% (0) 11,7% (4)


* Diferença estatisticamente significante entre clínicos e protesistas (p=0,04).

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Sobre o limite cervical utilizado nos preparos dentários A maioria também respondeu saber o que é espaço
subgengivais, obteve-se diferença (p<0,05) dos periodontistas biológico periodontal (Figura 4).
para todos os demais grupos (Figura 2). Foram então perguntados sobre o tamanho deste espaço
Ainda com relação à extensão do preparo, quando se (Figura 5) e suas estruturas (Figura 6).
perguntou em que sulco (clínico ou histológico) o limite
cervical do preparo deve estar, a maioria respondeu “sulco
0 clínico” (Figura 3).

0
ESTUDANTES
0 80
* CLÍNICOS
0 70 PERIODONTISTAS
ESTUDANTES
0 60 PROTESISTAS
CLÍNICOS
0 50
PERIODONTISTAS
0 40 PROTESISTAS
0 30

0 20
não 0.5mm 1mm 2mm 3mm ou quanto
respondeu 10 mais necessário

0
não 0.5mm 1mm 2mm 3mm ou quanto
respondeu mais necessário

Figura 2: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao Figura 4: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao
questionamento “Em preparos subgengivais, utiliza qual limite cervical do preparo?” questionamento “O Sr.(a) se lembra o que é espaço biológico periodontal?”
*Diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre periodontistas e todos os demais grupos.
* Diferença estatisticamente significante entre estudantes e clínicos (p=0,02).
90
† Diferença estatisticamente significante entre estudantes e periodontistas (p <0,01).
80 ‡ Diferença estatisticamente significante entre clínicos e protesistas (p <0,001).

70
90 † ESTUDANTES
60
90
80
50
* CLÍNICOS *‡
não respondeu
80
70 PERIODONTISTAS †‡
40 clínico
70
60 *† PROTESISTAS
30 histológico ESTUDANTES
60 *†
50
20 não lembra CLÍNICOS
50
40
10 PERIODONTISTAS
40
30
0 PROTESISTAS
30
20 não 0,5 a 1mm 1 a 2mm 2 a 3mm maior que
respondeu 20 3mm
10
10
0
ESTUDANTES CLÍNICOS PERIODONTISTAS PROTESISTAS 0
não 0,5 a 1mm 1 a 2mm 2 a 3mm maior que
respondeu 3mm
não respondeu Figura 3: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de
acordo com a resposta ao questionamento “Na sua opinião, o limite
clínico Figura 5: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao
cervical dos preparos deve estar no sulco...” .
questionamento “Quanto o espaço biológico periodontal mede?”.
histológico
*Diferença estatisticamente significante entre periodontistas e os
não lembra clínicos (p=0,03). †Diferença estatisticamente significante entre * Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,03).
periodontistas e protesistas (p=0,03). † Diferença estatisticamente significante entre clínicos e protesistas (p=0,04).
‡ Diferença estatisticamente significante entre periodontistas e protesistas (p=0,01).

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Quanto ao tamanho, mais de 50%, em todos os grupos,


responderam entre 2 e 3 mm, mas periodontistas tinham
respostas estatísticamente diferentes de protesistas e clínicos.
Sobre as estruturas que compõe o espaço biológico, clínicos
e protesistas tinham menos de 50% de respostas corretas,
mas diferença estatística foi apenas observada entre clínicos e
periodontistas. Foram consideradas corretas as respostas que
citavam inserção conjuntiva e epitélio juncional, incluindo ou
não sulco gengival. As respostas que não possuíam uma ou
* mais dessas estruturas ou que se referiam a estruturas que
não essas, foram consideradas erradas.
Em relação à resposta sobre quando realizam aumento de
coroa clínica, a maior parte, de todos os grupos, respondeu
que em situações onde há invasão do espaço biológico, com
o intuito de restabelecê-lo (Tabela 3).

Figura 6: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao


questionamento “Quais as estruturas do espaço biológico periodontal?”
* Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,01).

Tabela 3

Distribuição da população estudada, em porcentagem (N), de acordo com a resposta ao questionamento


“Quando realiza aumento de coroa clínica?”.

RESPOSTAS ESTUDANTES* CLÍNICOS† PERIODONTISTAS*† PROTESISTAS

Não respondeu 5,3% (4) 5% (4) 5,55% (2) 0% (0)

Outras 5,3% (4) 1,25% (1) 0% (0) 0% (0)

Tratamento de sorriso gengival e/ou


hiperplasia gengival e/ou estética e/ 8% (6) 0% (0) 0% (0) 2,8% (1)
ou coroa curta

Extensa destruição ou fratura


coronária/ necessidade de retenção/ 21,33% (16) 21,25%(17) 8,33% (3) 20% (7)
preparos subgengivais

Quando há invasão do espaço


40% (30) 37,5% (30) 52,77% (19) 51,4% (18)
biológico, para restabelecê-lo

Para que não haja invasão do espaço


1,33% (1) 7,5% (6) 5,55% (2) 11,4% (4)
biológico

Necessidade estética + quando há


invasão do espaço biológico, para 8% (6) 7,5% (6) 27,77% (10) 8,5% (3)
restabelecê-lo

Não realiza/indica 10,66% (8) 20% (16) 0% (0) 5,7% (2)


* Diferença estatisticamente significante entre estudantes e clínicos (p= 0,003). † Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,007).

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DISCUSSÃO a invasão do espaço biológico, como causa da gengivite ao


redor de prótese e restaurações: 81,33% dos estudantes,
Para que a saúde, a função e a estética do órgão dental 85% dos clínicos, 86,05% dos periodontistas e 85,71% dos
sejam mantidas, há necessidade de se preservar as estruturas protesistas. Os periodontistas foram os únicos que tiveram
que formam a junção dentogengival. Assim sendo, é de 0% de não resposta a essa pergunta, enquanto 2,66% dos
extrema importância o conhecimento anatômico e biológico estudantes, 2,5% dos clínicos e 5,7% dos protesistas não
dos tecidos que envolvem o dente (Jardini & Pustiglioni, 2000). responderam a mesma.
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o De maneira previsível, dos 226 sujeitos entrevistados,
conhecimento de cirurgiões-dentistas, especialistas ou não, os protesistas foram os que mais realizavam preparos
e estudantes de Odontologia a respeito do espaço biológico subgengivais (97,1%), seguidos dos clínicos-gerais (57,5%),
periodontal. estudantes (38,66%) e periodontistas (25%). Segundo o
Em linhas gerais, os periodontistas apresentaram estudo de Lima et al. (2006) com 317 cirurgiões-dentistas,
conhecimento diferenciado em relação ao espaço biológico sendo 65 periodontistas, 42 protesistas e, o restante clínicos-
periodontal quando comparado aos estudantes, clínicos gerais gerais, 77,4% destes, independentemente da especialidade,
e protesistas. Isso foi detalhado na observação de diferenças realizavam preparos subgengivais.
estatísticas entre periodontistas e estudantes quanto à razão A estética, hiperplasia gengival e dentes com coroas
da inflamação ao redor de próteses e restaurações, limite curtas foram os maiores motivos que levaram os clínicos,
cervical dos preparos (extensão), lembrança do conceito de periodontistas, protesistas e estudantes a realizarem preparos
espaço biológico e indicação do aumento de coroa clínica. O subgengivais. Citaram ainda situações que exigem maior
padrão de resposta dos periodontistas também era diferente retenção de prótese fixa, cáries ou fraturas subgengivais.
dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de Apenas protesistas (11,7%) responderam que sempre realizam
próteses e restaurações, limite cervical dos preparos (extensão preparos subgengivais, parecendo não se importar com as
e tipo de sulco envolvido), as medidas e estruturas do espaço reais indicações de sua realização.
biológico e indicação do aumento de coroa clínica. Em Embora muitos profissionais realizem restaurações
relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas com margens subgengivais, os seus efeitos prejudiciais são
ocorreram no que tange ao conhecimento do limite cervical bem documentados (Valderhaug & Birkeland, 1976). Em
dos preparos (extensão e tipo de sulco envolvido) e medidas função disso, a maioria dos periodontistas prefere margens
do espaço biológico. restauradoras supragengivais. Entretanto, é entendido
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, que existem determinadas condições que necessitam da
a maioria dos estudantes e clínicos gerais relataram que a colocação de margens intra-sulculares. Estas podem incluir
gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações devido preocupações estéticas, necessidade de maior retenção,
ao acúmulo de placa associado à higiene oral precária, áreas refinamento de margens pré-existentes, cárie de raiz, abrasão
retentivas e má adaptação de próteses e restaurações. A cervical, e sensibilidades radiculares. No entanto, se nenhum
maioria dos periodontistas (55,55%) e protesistas (48,57%) destes fatores é motivo de preocupação, afigura-se prudente
ainda adicionaram a essa resposta a invasão do espaço colocar as margens de restaurações supragengivalmente, já
biológico. A inflamação da gengiva ao redor das restaurações que a presença de restaurações subgengivais irá resultar em
deve ser decorrente, primariamente, do acúmulo de biofilme e maior acúmulo de placa (Parma-Benfenati etal., 1985; Padbury
invasão do espaço biológico, sendo que, em geral, a irritação et al., 2003). Além disso, o posicionamento das restaurações
mecânica é um fator mínimo. Nesse processo, superfícies em nível supragengival é o ideal para a confecção de um bom
ásperas facilitam a retenção do biofilme bacteriano e a preparo e acabamento das restaurações, bem como possibilita
inflamação gengival severa, tão frequentemente vista próxima uma melhor higienização pelo paciente (Guênes et al., 2006).
a restaurações (Waerhaug, 1960). Diante da necessidade de preparos subgengivais, o
Segundo Padbury et al. (2003), existe um consenso geral conhecimento sobre o limite cervical destes é imprescindível.
de que a colocação de margens de restaurações no espaço Para esse conhecimento, a especialização em Periodontia
biológico periodontal, frequentemente, leva a inflamação levou a um melhor conhecimento sobre o tópico, permitindo
gengival, a perda de inserção clínica e a perda óssea. Assim, que 77% dos periodontistas afirmassem que o limite cervical
pode-se perceber que, no geral, os entrevistados sabem dos preparos subgengivais deveria ser de 0,5 mm. Isso foi
sobre os fatores causadores da inflamação gengival, visto afirmado por 70% dos estudantes, 53% dos clínicos, e 68%
que a maioria citou o acúmulo de placa, associado ou não dos protesistas. Os resultados encontrados no estudo de

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Lima et al.(2006), em que apenas 38% dos entrevistados mesmo dente e ainda, restaurações com margens localizadas
relataram que o limite cervical dos preparos deveria se localizar subgengivalmente apresentam maior inflamação gengival
a 0,5 mm da margem gengival, mostraram que a maioria quando comparadas com dente hígidos. No entanto, outros
dos profissionais não considerava conceitos importantes autores, como De Wall & Castellucci (1993), não consideram
para a manutenção da homeostasia periodontal quando da o sulco gengival como um constituinte do espaço biológico,
realização de preparos e restaurações . visto que o mesmo pode ser invadido por procedimentos
A situação biologicamente ideal seria a de manter o restauradores.
término dos preparos supragengivalmente, sendo que em O respeito ao espaço biológico é, portanto, fundamental
situações estéticas, seria permitido 0,5 mm a 0,8 mm abaixo na preservação da saúde periodontal durante o preparo de
da margem gengival, na região correspondente ao epitélio uma prótese intra-sulcular. Quando este espaço é violado há
sulcular oral sem, no entanto, atingir ou invadir o epitélio como consequência uma resposta inflamatória que resulta
juncional (Nery, 2009). Nevins & Skurow (1974) relataram que em alterações destes tecidos. Desta maneira, podemos
quando margens subgengivais estão indicadas, a restauração ter uma “autocorreção” do espaço biológico, porém de
não deve romper o epitélio juncional ou a inserção conjuntiva. forma totalmente imprevisível e, na maioria das vezes, com
Eles recomendam limitar a extensão da margem subgengival consequências estéticas. Portanto, o espaço biológico deve
a 0,5-1,0 mm porque é impossível para os clínicos detectar ser respeitado ou recriado, por meio de procedimentos de
onde o epitélio sulcular termina e o epitélio juncional começa. aumento de coroa clínica (Nery, 2009).
Assim, fica claro que o término cervical dos preparos deve Existem diversas conseqüências atreladas à cirurgia para
limitar-se ao sulco histológico, que em média é de 0,69 mm aumento de coroa clínica quando esta é feita de maneira
(Gargiulo et al., 1961). displiscente. Portanto, deve-se realizar um diagnóstico de
Apesar disso, chama atenção o fato de que 69% dos invasão de espaço biológico o mais preciso possível, associando
estudantes, 75% dos clínicos, 55% dos periodontistas e 86% ao exame clínico o exame radiográfico interproximal, para
dos protesistas ainda responderam que o limite cervical do evitar indicar procedimentos cirúrgicos desnecessários
preparo subgengival deve estar no sulco gengival clínico. (Neves et al., 2008). Segundo Jardini & Pustiglioni (2000),
Apenas 16% dos estudantes, 14% dos clínicos, 42% dos a importância do conhecimento das medidas do espaço
periodontistas e 11% dos protesistas responderam que o biológico relaciona-se principalmente com o ato cirúrgico para
limite cervical dos preparos deve estar no sulco gengival aumento de coroa clínica.
histológico. De maneira similar, Lima et al. (2006) observaram De maneira geral, o aumento de coroa clínica é realizado
que de 317 cirurgiões dentistas, 101 realizavam os preparos classicamente para restabelecimento do espaço biológico,
no sulco gengival clínico e 49 consideravam o sulco gengival mas também pode ser feito preventivamente em situações
histológico como limite cervical dos preparos, observando que exigem a colocação de margens subgengivalmente
o desconhecimento deles a respeito da diferença entre os (aumento de retenção ou necessidade estética). Para isso,
dois sulcos. pode-se lançar mão de procedimentos cirúrgicos com ou
Os periodontistas (97%) e os protesistas (91%) foram sem osteotomia e ortodônticos, todos estes com indicações
os que mais relataram recordar o que é o espaço biológico específicas, sendo necessário um conhecimento em relação
periodontal, demonstrando parecer haver uma relação entre às limitações, indicações e contra-indicações de cada técnica
o fator especialização e essa declaração. Porém, quando (Guênes et al., 2006).
perguntados sobre as suas estruturas e tamanho, os
estudantes se saíram melhor que os protesistas, mostrando CONCLUSÃO
serem os que mais, realmente, sabiam sobre este espaço
depois dos periodontistas. O termo “espaço biológico” é Pode-se concluir que os periodontistas, de modo geral,
familiar à maioria dos clínicos, mas ainda existe confusão possuem maior conhecimento sobre o espaço biológico
quanto ao seu significado e relevância para os procedimentos periodontal, o que demonstra efeito positivo da especialização
clínicos (Padbury et al., 2003). em Periodontia no entendimento deste assunto. Além disso,
Alguns autores, tais como Gargiulo et al . (1961) e o estudo sugere também que após alguns anos de formados,
Newcomb (1984), consideram o sulco gengival uma estrutura os clínicos-gerais parecem desconhecer, esquecer ou ignorar
integrante das distâncias biológicas, pois os procedimentos conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos enquanto
clínicos não podem ignorá-lo, principalmente por apresentar estudantes. Os estudantes neste estudo mostraram, em
uma medida muito variável nas diferentes faces de um algumas situações, ter um nível de conhecimento similar ao

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dos periodontistas. students about their structures and their size. There was a
difference between the answer pattern of periodontists and
ABSTRACT clinicians regarding the cause of the inflammation around
prostheses and restorations, cervical limit of preparations,
The aim of the study was to assess the knowledge of measures and structures of the biologic width and the
dentistry students, clinicians, periodontists and prosthetists biological indication for crown lengthening procedures.
about the periodontal biological width. This is a cross-sectional Differences between prosthetists and periodontists occurred
study, that used a questionnaire, as an unique instrument in regard to the knowledge of cervical limit preparations and
for data collection. This questionnaire was distributed to 226 measures of the biologic width. It follows therefore that, over
subjects: 75 last semester students of Dentistry, 80 clinicians time, the clinicians forget or ignore the knowledge acquired
and 71 specialists, 35 prosthetists and 36 periodontists. The during the graduation and that specialization in Periodontics
results showed that, in general, periodontists are those who positively influenced knowledge about the biological width.
understand more about the periodontal biological width,
followed by students. Many prosthetists, despite claiming UNITERMS: periodontium, periodontal anatomy,
to remember what is the biological width, knew less than knowledge.

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27- Os autores declaram a inexistência de conflito de interesse e apoio


financeiro relacionados ao presente artigo.

Endereço para correspondência:


Rua Professsor Jairo Simões, 279 - apt. 1204 - Ed. Jatobá – Imbuí
CEP: 41720-375 – Salvador – BA
Tel.: (71) 3232-1547
E-mail: ericapeloso@yahoo.com.br

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