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Fissuras labiopalatinas

Enxerto secundário

Fissura labiopalatina: A maioria dos estudos considera as fissuras labiopalatinas como defeitos
de não fusão de estruturas embrionárias. Ou seja, tanto o lábio como palato (“céu da boca”)
são formados por estruturas que, nas primeiras semanas de vida, estão separadas. Estas
estruturas devem se unir para que ocorra a formação normal da face. Se, no entanto, esta
fusão não acontece, as estruturas permanecem separadas, dando origem às fissuras no lábio
e/ou no palato. As fissuras faciais são estabelecidas na vida intrauterina, no período
embrionário (ou seja, até a 12a. semana de gestação), e apresentam grande diversidade de
forma pela variabilidade na amplitude e pelas estruturas afetadas no rosto.

Tipos de fissura:

Enxerto ósseo: O enxerto ósseo é o tratamento de escolha das fissuras alveolares. O enxerto
primário1 é realizado nos primeiros anos de vida, interferindo no crescimento maxilar. O
enxerto secundário é realizado antes da irrupção do canino permanente e o secundário
tardio, ou terciário2, após essa irrupção. O secundário apresenta resultados superiores ao
terciário. A crista do ilíaco tem sido usada como área doadora devido à facilidade de acesso
para obtenção do enxerto, quantidade suficiente do mesmo e bom resultado pós-operatório,
permitindo a movimentação ortodôntica dos dentes vizinhos à área enxertada.

1
Argumenta-se que a agressividade resultante deste enfoque precoce prejudica ainda mais o crescimento maxilar e,
justamente pelo seu caráter contraditório e contraproducente, foi rejeitado pelo HRAC-USP, assim como tem sido abandonado
por muitos dos centros que o praticavam.
2
Está indicado principalmente para facilitar a reabilitação protética e periodontal, além de favorecer o fechamento de fístula
buconasais persistentes. Apresenta o inconveniente de não resolver problemas de perda óssea nos dentes adjacentes à
fissura e, ocasionalmente, provocar reabsorção radicular progressiva no terço cervical dos dentes adjacentes à fissura,
principalmente o canino.
Crista do ilíaco
Nos dias de hoje, o enxerto ósseo constitui realidade inquestionável no protocolo de
tratamento dos principais centros mundiais de reabilitação de pacientes portadores de
fissura.
As cirurgias plásticas primárias, realizadas nos primeiros meses (queiloplastia3) e
anos de idade (palatoplastia4), reparam o defeito no tecido mole, deixando uma fissura
alveolar residual. O osso medular enxertado preenche a fissura alveolar residual
incorporando-se anatomicamente ao osso adjacente, tornando-se indistinguíveis na imagem
radiográfica após um período médio de 3 meses. Essa incorporação estrutural foi
comprovada histologicamente em macacos rhesus jovens e parece ocorrer com maior
velocidade em pacientes mais jovens.
O benefício mais importante do enxerto ósseo secundário, do ponto de vista
ortodôntico, é que, além do padrão estrutural adquirido na radiografia, o osso
recém-enxertado assume para si as funções do osso alveolar, permitindo inclusive a migração
espontânea do canino adjacente em formação e em irrupção ativa. O dente ao irromper traz
consigo o periodonto de sustentação e proteção, mantendo na maior parte das vezes uma boa
altura do septo ósseo interdentário, razão pela qual os resultados periodontais são superiores
quando o enxerto ósseo precede o aparecimento do canino na cavidade bucal.

3
O procedimento que melhora o aspecto visual dos lábios é chamado de queiloplastia e visa o aumento, diminuição ou
correção de imperfeições nos lábios, como, por exemplo, assimetrias, sequelas decorrentes de trauma ou alterações
congênitas, como a fissura labial.
4
cirurgia plástica que reconstitui o palato.

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