Você está na página 1de 25

Complicações Buco-sinusais,

Causas e Tratamentos
Larissa Rêgo
Carlos Ferreira

Curso de especialização em
implantodontia 7
Módulo 8
Difícil estabilização primária

A colocação de implantes Contato alvéolo e implante


na região posterior da
maxila é uma prática clínica
comum, mas essa área
requer um cuidado especial,
sendo que devido as suas
particularidades alguns
acidentes podem ocorrer
com maior facilidade.
Seio maxilar
 Desenvolvimento
embrionário a partir da 2
semana
 Evolução rápida até os 3
anos e lenta até os 7
 Pneumatização avança com
idade
 Pode aumentar com
extração dos dentes
 Maior dos seios paranasais.
 Espaço pneumático, bilateral, no
terço médio da face.
 Apresenta um formato piramidal
quadrangular
 5 paredes,
 superior ou teto
 inferior ou assoalho do seio maxilar,
correspondente ao processo alveolar
da maxila, surge ao redor dos
primeiros e segundos molares
superiores, pode apresentar septos
ou cristas dentro da cavidade
sinusal.
 Parede anterior, fossa canina
 Parede mesial é a parede nasal
lateral e separa o seio da cavidade
nasal
Baixa densidade óssea
O osso mais mole, D4, é
frequentemente encontrado na região
posterior da maxila (cerca de 40%),
principalmente nas regiões de molares
ou aquelas que receberam elevação de
seio maxilar (onde quase dois terços
dos pacientes possuem osso D4)

CLASSIFICAÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA


PROPOSTA POR MISCH
Baixa densidade óssea
 A densidade do osso disponível em um sítio
desdentado é um fator determinante no plano de
tratamento,
 Projeto do implante,

 Abordagem cirúrgica,

 Tempo de cicatrização

 Carga inicial progressiva

sobre o osso durante a


reconstrução protética.
 Difícil estabilização primária

 Contato alvéolo e implante


Comunicação Buco- Sinusal
 Continuidade, entre a cavidade oral e
o seio maxilar

 Origem traumática, as fraturas


alvéolo-dentárias ou as do terço
médio da face

 Anomalias de desenvolvimentos ou
doenças infeciosas. ( Anatomia do
seio maxilar, existência de
periapicopatias )

 Causas iatrogênicas (manobras


bruscas exodontias de molares)
onte: Google imagens

Existências de
Excesso de força Não levantamento
comunicação
Falta de quando da prévio de seio
buco-sinusal
planejamento instalação manual maxilar muito
prévia e não
de implantes pneumatizado,
tratada

Principais causas na implantodontia


Implantes X Seio maxilar

Implantes que migram para o assoalho do


seio maxilar podem atuar como corpo
estranho e podem causar complicações
graves e devem ser removidos o mais rápido
possível.
RAGHOEBAR et al., 2004
Consequências
 Sinusite maxilar aguda ou
crônica

 Fístula

 Infecção local dos tecidos ao


redor do implante deslocado
para o interior do seio maxilar é
a reação adversa mais comum e
pode causar extensa reabsorção
do osso circundante
 A migração do implante do interior do seio
maxilar para os seios etmoidal ou esfenoidal
pode ocorrer. Também o risco teórico do
implante se mover para a nasofaringe
comprometendo a via aérea.
Técnicas de tratamento
Remoção do implante
 sucção através da própria

abertura do alvéolo
 cirurgia através da fossa

canina
 via endoscópica

 Retalho vestibular de
Rehrmann 1930
 Retalho vestibular de Moczair
 Retalho rotacional palatino
A abordagem de Caldwell-Luc modificada
 Confecção uma janela óssea
na parede anterior do seio
maxilar.
 Realizar a remoção do
fragmento
 Reposição do osso
removido e do retalho
abatido
 Corpo estranho no assoalho
do seio maxilar

Consequência indesejada a retração dos tecidos moles das mucosas


alveolar e jugal, como também, a parestesia do nervo infra-orbitário
Acesso por via endoscópica
 Embora a endoscopia seja
minimamente invasiva,
 pode não permitir uma boa
visão global do seio maxilar e
realmente não é apropriada para
remoção de corpos estranhos
maiores
 permite a preservação da
mucosa ciliar, da parede anterior
do seio e do nervo infraorbital
 Apresenta uma limitação
significativa quando o implante
dentário posiciona-se na parte
antero-inferior do seio.
Retalho vestibular de Rehrmann
 2 incisões vestibulares

 A incisão tem uma forma


trapezoidal

 Suturada nas margens


palatinas do defeito.

 Comunicação de menor
dimensão
Retalho vestibular de Moczair
 Retalho mucoperiosteal vestibular

 Deslocado na largura do dente distalmente,

 utiliza a papila do dente adjacente, que roda sobre o defeito.

 A profundidade do sulco vestibular é minimamente influenciada


em comparação com o método de Rehrmann.

 Técnica simples e com uma taxa de sucesso grande (95,7% )

 Desvantagem um suprimento sanguíneo baixo


Retalho rotacional palatino
 Consiste em 2 incisões paralelas, uma ao longo da
margem gengival e outra perto da linha média palatina;

 Descola-se o retalho, garantindo a inclusão da artéria


palatina maior;

 Roda-se o retalho lateralmente, com o intuito de cobrir a


comunicação;

 sutura-se, livre de tensão, nas margens da comunicação;

 Vantagens, não levar á redução da profundidade do


vestíbulo maxilar;

 Menos difícil e vulnerável de quebrar do que um retalho


vestibular uma vez que a espessura da mucosa do palato é
mais consistente e ainda porque a inclusão da artéria
palatina maior, impede o comprometimento vascular.

 Desvantagens, a desnudação da área exposta, que


cicatriza por 2ª intenção e dor pós operatório;
Retalho da língua
 Retalhos palatinos e vestibulares falham e para
comunicações bucosinusais superiores a 1,5 cm.
 Podem ser obtidos a partir da parte ventral,
dorsal ou laterais da língua, bem como da base
anterior ou posterior
 vantagem um suprimento vascular rico, devido
ao facto do tecido lingual ser bastante
vascularizado pelas artéria lingual e suas
ramificações.
 Desvantagem, o retalho estar em constante
mobilidade consequência dos pacientes terem de
falar e deglutir.
 A técnica normalmente tem que ser realizada com
anestesia geral, a sintomatologia dos pacientes
no final do procedimento é de dor, edema,
hematoma, perda temporária da sensibilidade da
língua e por vezes surgem alterações gustativas e
da fala
Corpo adiposo de bichat (bola de
bichat)
 A utilização deste corpo
adiposo para o
encerramento de
comunicações oroantrais e
comunicações oronasais foi
descrito pela primeira vez
por Egydi em 1977. 46–48
O corpo adiposo de bichat é
uma massa lobulada de
gordura de forma esférica,
encapsulada por uma fina
camada de tecido
conjuntivo, sendo
constituída por 1 corpo
central e 4 processos:
vestibular, pterigopalatino,
temporal superficial e
L- PRF
 L- PRF, é um biomaterial de enxertos
autógeno

 consistindo numa matriz de fibrina,


com concentrados de plaquetas, fatores
de crescimento, citocinas
 A membrana é colocada dentro da
 A fibrina atua como uma primeira comunicação bucosinusal e de
resposta, um papel importante no seguida sutura-se. Normalmente,
processo de coagulação. passado 1 semana, removem-se
as suturas e é possível observar-
 Acelerar a cicatrização e a se uma total epitelização e
regeneração óssea em procedimentos cicatrização do local da extração.
cirúrgicos como fechamento de  L- PRF é um método simples e
comunicação buco-sinual. garante bons resultados no
tratamento de comunicações
oroantrais com um diâmetro
menor ou igual a 5mm e com
baixo risco de complicações
Enxertos ósseos

 Grandes comunicações bucosinusais,

 Múltiplas tentativas de encerramento das comunicações falharam;

 Pacientes afetados por atrofia maxilar, requerendo aumento do seio,


antes da colocação de um implante

 Extraído em locais intraorais( sínfise mandibular, tuberosidade, ou


ramo anterior) já em locais extraorais (osso da crista ilíaca) ;

 Mini placas ou parafusos podem ser inseridos para uma fixação


interna.
Regeneração óssea guiada
 O tecido ósseo tem como potencial reconstruir a sua estrutura
original através de processos de renovação e remodelação.

 Um dos procedimentos para obter melhores resultados é a


regeneração guiada dos tecidos.

 Membranas muito utilizada em encerramento de comunicações


bucosinusais é a Bio-Guide, de colágeno e é reabsorvida dentro de
24 semanas.

 Frequentemente é usado em simultâneo com o Bio-oss®, material


de enxerto ósseo,

 A técnica de regeneração óssea guiada é relativamente simples e


minimamente invasiva.
Combinação de tratamento de
sinusites e comunicações bucosinusais
 Admitindo a sinusite associada a uma etiologia dentária, é muito
importante tratar a infeção existente e tratar de igual modo a causa
dentária, a fim de evitar complicações e prevenir recidivas.
 A literatura explana a possibilidade de realizar uma abordagem
cirúrgica simultânea, aplicando um tratamento para curar a sinusite, e
caso esteja associada a uma comunicação bucosinusal, é
imprescindível outro tratamento para fechar esta comunicação.
 combinação das 2 técnicas, teve uma alta taxa de sucesso.
 combinação de um retalho da bola adiposa de Bichat e abordagem
endoscópica é um procedimento cirúrgico seguro e eficaz para o
encerramento de grandes fistulas oroantrais e erradicação de doença
sinusal.
Planejamento

 Evitar o seio e posicionar os implantes anteriormente,


posteriormente ou medialmente
 Colocar os implantes e perfurar o assoalho sinusal
 Utilizar implantes subperiosteais
 Realizar osteotomia horizontal, enxerto ósseo
interposicional e implantes endosteais
 Levantar o assoalho sinusal durante a colocação do
implante
 Realizar enxerto através de abordagem pela parede
lateral do seio com colocação simultânea ou tardia do
implante
REFERÊNCIAS
 INTERCORRÊNCIA COM IMPLANTES EM SEIO MAXILAR:
RELATO DE CASO
 Sinusitis Due to the Presence of a Dental Implant Inside the Maxillary
Sinus
 Misch, Carl E. O Editor Implantes dentais contemporâneos / Carl E.
Misch ; [tradução Izabella de Jesus Pasolini]. - Rio de Janeiro : Elsevier,
2008.

Você também pode gostar