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Mod 8: Complicações em cirurgia: prevenção e manejo

Aula 1: Introdução aos acidentes e complicações cirúrgicas


• Cultura da extração ainda é vigente no Brasil

• “Exodontia comum” traz uma falsa sensação de segurança

• Negligência de passos básicos acarretam complicações

• Paciente também irá negligenciar os cuidados pós-operatórios

ACIDENTE CIRÚRGICO: quebra do planejamento cirúrgico durante a sua realização.

COMPLICAÇÃO CIRÚRGICA: intercorrência durante o período pós-operatório.

“A maneira melhor e mais fácil de lidar com complicações cirúrgicas é prevenir que venham
a ocorrer.” (Hupp et al., 2021)

Prevenção | planejamento
• Planejamento aprofundado

• Anamnese cuidadosa ( atenção ás alterações sistêmicas, medicamentos usados, alergias,


histórico de hemorragia, etc)

• Atenção aos exames complementares (auxiliar o exame clínico na tomada de diagnóstico e


plano de tratamento)

• Mudar o planejamento, se necessário

• Orientações pré-operatórias (medicações a serem tomadas ou evitadas, não realizar a


cirurgia em jejum)

• Reconhecer os limites de suas capacidades | treinamento | capacitação

• Encaminhar quando preciso

Ainda assim as complicações podem ocorrer, por diversos motivos. (Hupp et al, 2019)

Prevenção | procedimento
• Bom campo operatório e equipamentos

• Auxiliar, proteção de estruturas anatômicas e agilizar cirurgia e minimizar traumas

• Execução cuidadosa, sem pressa e tranquila

• Respeitar a cadeia asséptica

• Não fazer força excessiva (ter firmeza e manejo de pressão, não força)

• Só suturar após obter hemostasia

• Orientações pós-operatórias
Lesões aos tecidos moles
• Atenção estrita aos tecidos moles

• Realizar retalho adequado

• Não utilizar força para retração dos tecidos

• Extremamente comum

• Forças excessivas para retração | retalho


inadequado

• Afastadores, brocas, alavancas

• Lesões em lábio, língua, retalho cirúrgico

Tratamento: manter a anatomia prévia | antibiótico/anestésico/corticoide tópico |


laserterapia

Prevenção: uso de forças controladas | uso de lubrificantes, no lábio, durante a cirurgia,


alertar pais em casos de pacientes pediátricos sobre o efeito duradouro da anestesia, deve-se
observar se o paciente não está traumatizando tecidos moles, por mordedura por exemplo.

Lacerações | abrasões

X V

Feridas puntiformes
• Segunda lesão mais comum

• Alavanca | descolador

• Motivo: força descontrolada

• Utilizar dedo de apoio

• Tratamento: hemostasia (compressão) |


fechamento da ferida
Fratura radicular

• Problema mais comum associado à exodontia

Fatores predisponentes:

• Forma das raízes (longas, curvas ou divergentes) | Densidade óssea aumentada | Força
excessiva

Prevenção:

• Sempre considerar a possibilidade de fratura

• Modificar técnica operatória se houver maior risco de fratura

• Nunca utilizar forças excessivas

A probabilidade de fratura da raíz é altíssima devido á sua dilaceração, foi feita osteotomia e
odontossesção as quais facilitaram a avulsão do fragmento sem fratura.

Já nesse caso há uma hipercementose, dificultando a


via de saída da raiz.
Ter cuidado com pressão apical principalmente em região de seio maxilar, pois pode acontecer
o deslocamento para dentro do seio!

Quando deixar? Quando remover?

Fragmento menor que 4-5mm de


comprimento

• Raiz deve estar profundamente inserida no


osso

• Evitar exposição da raiz futuramente

• Dente envolvido livre de patologias

• Risco x Benefício

• Dano a estruturas adjacentes

Deslocamentos dentários
• Seio Maxilar

• Espaço infratemporal

• Sublingual

• Submandibular

• Pterigomandibular
• Latero-faríngeo

Proximidade do elemento 28 com o seio maxilar, com


grande risco de deslocamento.

Mais comum: molares superiores > seio maxilar

3 situações:

1.

2.
3.

Grande chance de sinusite de


origem odontogênica!

• Molares inferiores > Espaço submandibular

• Fragilidade do osso cortical lingual


Em alguns dentes a fóvea
submandibular que aloja a
glândula submandibular com
uma curvatura excessiva de
modo que a cortical lingual
seja muito fina, havendo
grandes chances de fraturar e
o dente se perder abaixo da
linha milo-hióidea
(marcação), ocupando o
espaço submandibular.
Deglutição | aspiração
• Posicionar o paciente para expelir o fragmento/dente

• Encorajar o paciente a tossir/cuspir

• Avaliar tosse ou dificuldade respiratória

Deglutição?

Passagem pelo trato gastrointestinal por 2-4 dias

Aspiração?

Engasgo? Manobra de Heimlich

Preocupação: Manter via aérea patente > Administrar O2


suplementar > Cricotireotomia

• Transportar o paciente para serviço de emergência:

• Rx de tórax e abdome

• Remoção do dente: broncofibroscópio

Lesão ao dente adjacente


Causa: manter o foco somente no dente a ser extraído

Fratura ou Deslocamento de restaurações:

• Evitar aplicar força sobre o dente | Uma vez deslocado, assegurar sua posição e reinseri-la |
splintagem (?)

Prevenção:

• Reconhecer potencial de fratura | Avisar o paciente no pré-operatório | Usar alavanca


cautelosamente

• Assistente atento ao uso das alavancas e fórceps

Dentes antagonistas:
• Atenção aos movimentos de tração | Proteger os dentes do arco oposto

Exodontia do dente errado


Causas:

• Relacionado à negligência

• Exodontia indicada por outro profissional

• Uso de sistemas númericos diferentes

Prevenção:

• Focar a atenção no procedimento

• Checar com paciente ou assistente o dente a ser removido

• Conferir prontuário, imagens e encaminhamentos

Tratamento:

• Reposicionar o dente

• Contactar o profissional que indicou a exodontia

• Reconhecimento tardio: re-discutir plano de tratamento

Abordagem da complicação:

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