Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Laís Helena Pinheiro Nakagawa
2
RESUMO: O tratamento ortodôntico tem sido procurado por pacientes com
uma alta prevalência por motivos de estética e por distúrbios orofaciais, causados
pela má oclusão. A mordida cruzada posterior é uma má oclusão que deve ser
tratada assim que diagnosticada, pois ela não irá se autocorrigir e pode interferir no
crescimento e desenvolvimento crânio orofacial. Ela possui diversas classificações,
mas neste trabalho, será abordado apenas mordida cruzada posterior unilateral
funcional, esquelética e dentária nas dentaduras decídua e mista. Diversos autores
indicam o uso de aparelhos precocemente, entre eles estão as placas de expansão
até os aparelhos Hyrax e Hass. Todos os autores citados, apresentam resultados
positivos e poucos apresentam recidiva. Este trabalho visa elaborar uma revisão de
literatura sobre a mordida cruzada posterior unilateral nas dentaduras decíduas e
mistas, dando ênfase à mordida cruzada posterior funcional, esquelética e dentária,
avaliando: o momento para iniciar o tratamento, eficácia dos tratamentos, recidiva e
aparelhos mais utilizados.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
INTRODUÇÃO
4
É importante perceber no exame clínico, se há alguma interferência oclusal
desviando a mandíbula para uma posição inadequada, a qual recebe o diagnóstico
de mordida cruzada posterior funcional. O paciente apresentará assimetria fácil por
desvio em lateralidade da mandíbula. Esta má oclusão deve ser corrigida quando
diagnosticada, pois resulta em diversas sequelas, como mudanças compensatórias
na articulação temporomandibular e assimetria esquelética. 5,9
Este trabalho visa elaborar uma revisão de literatura sobre a mordida cruzada
posterior unilateral nas dentaduras decíduas e mistas, dando ênfase à mordida
cruzada posterior funcional, esquelética e dentária, avaliando: o momento para
iniciar o tratamento, eficácia dos tratamentos, recidiva e aparelhos mais utilizados.
REVISÃO DA LITERATURA
Por meio de vinte e nove crianças, foi realizado um estudo sobre expansão
maxilar da mordida cruzada posterior unilateral funcional. O tratamento foi realizado
com o aparelho quadrihélice modificado, sem helicoides na região anterior, durante
quatro semanas. A ativação foi única e antes da cimentação do aparelho, seguida de
quatro semanas de contenção e mais doze semanas de pós-contenção. Apenas um
dos vinte e nove pacientes necessitou de uma nova ativação para a correção da
mordida cruzada. 12
7
Para Moskowitz 19, esta má oclusão deve ser corrigida precocemente, com o
uso de aparelho ortodôntico capaz de expandir bilateralmente o arco dentário
superior e/ou expansão do palato via disjunção sutural (exemplos: aparelho fixo do
tipo Hyrax e placa de expansão com parafuso expansor palatino com recobrimento
oclusal, o qual minimiza interferências oclusais).
Foi realizado um estudo por Sandikçioglu e Hazar 21, no qual eles observaram
as mudanças após a expansão maxilar na dentadura mista, com a utilização de três
aparelhos (plano removível para expansão maxilar semi-rápida, aparelho
quadrihélice para expansão maxilar lenta e o aparelho fixo tipo Hyrax para expansão
rápida da maxila) em 3 grupos de crianças, as quais apresentavam mordida cruzada
posterior unilateral dentária. As idades das crianças variavam de 6 a 9 anos. O
aparelho removível tinha um parafuso expansor central, grampos de Adams nos
primeiros molares permanentes e arco vestibular entre os caninos. Os pacientes
foram instruídos a usar o aparelho período integral, exceto durante as refeições, e a
ativar o parafuso todos os dias com ¼ de volta. Esta ativação foi suspensa após a
expansão necessária até para a sobrecorreção, e o mesmo aparelho foi usado para
a contenção por 7 meses. Já o aparelho quadrihélice estava soldado nas bandas
dos primeiros molares permanentes. A ativação do aparelho foi feita nos helicoides
anteriores e laterais nas semanas seguintes. Após a expansão, o aparelho foi
mantido na boca passivo por mais 3 ou 4 meses. Por último, indicou-se a ativação
do aparelho fixo Hyrax duas vezes ao dia e após a expansão, foi preservado passivo
por mais 3 meses. O resultado foi de que o quadrihélice e o Hyrax apresentaram um
tratamento de maior sucesso, à respeito do período de tratamento, métodos de
8
aplicação, cooperação do paciente, resultados esqueléticos e dentários. Nenhum
aparelho apresentou recidiva no período de contenção.
Por meio de um estudo realizado, pode-se verificar que 50% das mordidas
cruzadas tratadas na dentadura decídua tem sido retratada na dentadura mista
precoce ou tardia. Apesar disso, é uma má oclusão que deve ser corrida
precocemente pois a correção espontânea é rara. 25
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, por
meio de artigos científicos e bibliografias com o tema de mordida cruzada posterior
unilateral em dentição mista e decídua, por meio do google acadêmico, Scielo,
Lilacs, biblioteca virtual e física da Universidade São Francisco (Campus Bragança
Paulista).
DISCUSSÃO
Moskowitz 19, Petrén et al 23, Teixeira et al 24, Bartzela e Jonas 25, Petrén e
Bondemark 27, a mordida cruzada posterior unilateral deve ser corrigida
precocemente, pois a correção espontânea é rara. O tratamento precoce é
fundamental para evitar os efeitos deletérios sobre o complexo dento-facial, e
restabelecer a normalidade do crescimento e desenvolvimento do sistema
mastigatório.
11
Oliveira e Ortellado utilizaram pistas diretas planas para a correção da
mordida cruzada posterior unilateral funcional, em 2 meses de tratamento. Este
procedimento pode ser contraindicado para pacientes que prolongarem sinais
significativos ou sintomas de uma desordem temporomandibular desenvolvida após
a fabricação da pista. Relataram que quando se usa este método, é necessário um
desgaste seletivo em decíduos, atuando em dentadura mista ou decídua. 15
12
Sndikçioglu e Hazar 21 pediram para o paciente ativar o parafuso 2 vezes por
dia, com ¼ de volta cada, durante 3 semanas até obter uma sobrecorreção. O
aparelho permaneceu como contenção, resultando num período total de tratamento
de 4 a 9 meses.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
14
10. COELHO, P. M., SILVEIRA, O. dos S., ANDRADE, E. L. S. P. de.,
VIDIGAL, B. C. L., GOMES, J. M., A importância do diagnóstico e intervenção
precoce no tratamento das maloclusões em odontopediatria, Arquivo Brasileiro de
Odontologia v.9 n.1 2013
11. Schroder U, Schroder I. Early treatment of unilateral posterior crossbite in
children with bilaterally contracted maxillae. Eur J Orthod. 1984; 6: 65-69.
12. Lindner A, Henrikson CO, Odenrick L, Modéer T. Maxillary expansion of
unilateral cross-bite in preschool children. Scand J Dent Res. 1986; 94: 411-418.
13. Granath L, Petersson SO. A modified palatal arch for treatment of
unilateral functional cross-bite in the primary dentition. Eur J Orthod. 1994; 16 (1): 35-
40.
14. Silva Filho OG, Ferrari Junior FM, Aiello CA, Zopone N. Correction of
posterior crossbite in the primary dentition. J Clin Pediatr Dent. 2000; 24 (3): 165-180
15. Oliveira HA, Ortellado G. Pistas direta planas para a correção de mordida
cruzada posterior. J Bras Orthodon Ortop Facial. 2001; 6 (31): 15-19.
16. Bittencourt MAV, Bologenese AM. Correção da mordida cruzada posterior
unilateral funcional na dentição decídua. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê
(Curitiba) 2002; 5 (28): 451-456.
17. Matta ENR, Machado RBL, Silva PA. Quadrihélice – Aspectos dentários
da sua utilização em mordida cruzada posterior funcional. R Dental Press Ortodon
Ortop Facial (Maringá) 2003; 8 (1): 45-50.
18. Ribeiro Junior HC, Souchois MW, Campos V, Mello HAS. Tratamento
precoce da mordida cruzada posterior functional. Arq Odontol (Belo Horizonte) 2004;
40 (2): 149-158.
19. Moskowitz EM. The unilateral posterior functional crossbite – An
opportunity to restore form and function. NY State Dent J (Nova York) 2005; 36-39.
20. Lin YTJ. Treatment of unilateral crossbite using modified palatal arch: casa
report. J Clin Pediatr Dent. 1997; 21 (3): 187-191.
21. Sandikçioglu M, Hazar S. Skeletal and dental changes after maxillary
expansion in the mixed dentition. Am J Orthod dentofacial Orthop (St Louis) 1997;
111 (3):321-327.
22. Almeida MR, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR. A utilização da barra
transpalatina modificada na correção da mordida cruzada unilateral de molares. J
Bras Ortodon Ortop Facial (Curitiba) 2001; 6 (36): 510-524.
23. Petrén S, Bondemark L, Soderfeldt B. A systematic review concerning
early orthodontic treatment of unilateral posterior crossbite. Angle Orthod (Nova
York) 2003; 73 (5): 588-596.
24. Teixeira LR, Sprenger PR, Moreira TC, Bolognese AM. Tratamento de
mordida cruzada posterior com sistema de ancoragem recíproca. RBO. 2003; 60 (4):
232-235
25. Bartzela T, Jonas I. Long-term stability of unilateral posterior crossbite
correction. Angle Orthod (Nova York) 2007; 77 (2): 237-243.
15
26. Cozzani M, Guiducci A, Mirenghi S, Mutinelli S, Siciliani G. Arch width
changes with a rapid maxillary expansion appliance anchored to the primary teeth.
Angle Orthod (Nova York) 2007; 77 (2): 296-302.
27. Petrén S, Bondemark L. Correction of unilateral posterior crossbite in the
mixed dentition: A randomized controlled trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop (St
Louis) 2008; 133 (6): 790.e7-790.e13
16