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Thayná Campideli1
Vanessa Viana Azevedo Torres2
RESUMO
A mordida cruzada posterior é uma maloclusão que depois de instalada não se autocorrige,
necessitando de uma intervenção o mais rápido possível. Pacientes com essa maloclusão
geralmente apresentam uma atresia maxilar, carecendo de uma disjunção da sutura palatina
mediana para sua correção, que pode ser conseguida por meio da expansão rápida da maxila.
Existem diversos aparelhos que podem ser utilizados para promover a abertura da sutura
palatina mediana, sendo os mais utilizados os disjuntores Haas e Hyrax, que apresentam
características e indicações diferentes. O objetivo deste estudo é compreender a relevância
clínica nas possibilidades de tratamento da mordida cruzada posterior, especificamente
utilizando a expansão rápida da maxila para corrigir a discrepância entre maxila e mandíbula
por meio de uma revisão de literatura. Depois de coletar os dados e analisá-los, pode-se
concluir que a expansão rápida da maxila com os disjuntores Haas e Hyrax traz resultados
satisfatórios na correção da mordida cruzada posterior, sendo necessário o conhecimento do
profissional sobre a etiologia e a origem da maloclusão, as possibilidades de tratamento, a
aplicação do correto protocolo da disjunção e a cooperação do paciente.
Palavras-chave: mordida cruzada posterior. Atresia maxilar. Expansão rápida da maxila. Hass.
Hyrax.
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Graduando em Odontologia pela Universidade de Rio Verde, Campus Rio Verde, GO.
thaynacampideli@academoco.unirv.edu.br
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Orientadora, Mestre em Odontopediatria. vanessaviana@unirv.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a elaboração da presente revisão literária foi realizada uma estratégia de busca
nos bancos de dados Scielo, Google Acadêmico e Pubmed. As palavras-chave utilizadas
foram: “atresia maxilar”, “expansão rápida da maxila”, “rapid maxillary expansion”, “Hass”,
“Hyrax”, “mordida cruzada posterior”, “posterior crossbite”, “respiração bucal”, “hábitos
deletérios” e “Capelozza”.
4 REVISÃO DE LITERATURA
Quando o indivíduo apresenta um ou dois dentes posteriores com uma inclinação axial
incorreta e não é observada uma atresia maxilar ele possui uma mordida cruzada posterior de
origem dentária. Já quando o arco superior apresenta uma dimensão menor que a do arco
inferior temos uma atresia maxilar e como consequência é possível observar uma mordida
cruzada posterior de origem esquelética, que pode ser uni ou bilateral (CAPELOZZA FILHO;
SILVA FILHO, 1997a; LOCKS et al., 2008).
maloclusão Classe II do lado cruzado e Classe III do lado oposto. Se o problema não for
corrigido o indivíduo pode apresentar uma assimetria facial, pois as estruturas da articulação
temporomandibular (ATM) realizam uma remodelação para que a se consiga ter o máximo de
contato entre os dentes (FERREIRA et al., 2007).
A respiração bucal altera a posição da mandíbula deslocando-a para baixo e para trás
e a língua se posiciona mais inferior e anteriormente sem contato com a abóboda palatina
provocando uma alteração no crescimento dos arcos dentários, desenvolvimento vertical da
face, atresia maxilar e perda do equilíbrio muscular. Para corrigir esse hábito é necessário a
intervenção de uma equipe multidisciplinar (otorrinolaringologista, ortodontista e
fonoaudiólogo), deve-se informar ao paciente e/ou responsável as alterações que este hábito
pode provocar em seu desenvolvimento para iniciar o tratamento o mais rápido possível
visando ter melhores resultados (MARCHESAN, 1998).
A sucção é realizada por bebês e crianças pequenas para suprir uma necessidade
fisiológica de nutrientes. Durante o hábito de sucção do dedo e/ou chupeta cria-se uma
barreira mecânica impedindo o desenvolvimento vertical normal dos incisivos superiores e
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inferiores, tira a língua da sua posição normal (língua se retrai) alterando o desenvolvimento
normal do palato e provocando a lingualização dos dentes inferiores anteriores e
vestibularização dos dentes superiores anteriores. Normalmente esse hábito não acarreta uma
maloclusão se interrompido entre os 18 meses aos 2 anos, depois desse período passa a ser
considerado um péssimo hábito, pois nessa idade quase todos os elementos dentários decíduos
estão presentes na cavidade oral da criança tornando o hábito de sucção desnecessário. Se
persistir após os 4 anos de idade (principalmente no período de erupção dos incisivos
permanentes) pode prejudicar o correto desenvolvimento da oclusão (SILVA, 2006; DE
ALBUQUERQUE et al., 2010).
Figura 3 – Mordida cruzada posterior unilateral com desvio de mandíbula e linha média inferior em
MIH
Segundo De Freitas Oliveira (2019), Dos Santos Dias (2020), Evangelista (2018) e
Prudente e Costa (2019) os aparelhos utilizados na expansão lenta da maxila (ELM) são
divididos em fixos e removíveis. Como exemplo de aparelhos fixos temos: do tipo W-Arch ou
de expansão “W”, quadrihélice, tipo Spring Jet, tipo Niti Expander. Já dentre os aparelhos
removíveis temos: a placa de expansão removível ou placa de expansão tipo Schwarze e o
tipo Coffin.
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De acordo com Quaglio et al. (2009) o aparelho mais utilizado na expansão rápida da
maxila (ERM) é o Hyrax, mas o aparelho Haas e McNamara também são uma opção como
citado no trabalho de Evangelista (2018).
Tanto a expansão rápida da maxila quando expansão lenta tem como objetivo corrigir
a discrepância transversal da maxila. Entretanto essas técnicas possuem indicações e
protocolos diferentes (EVANGELISTA, 2018).
O aparelho utilizado para promover a expansão faz com que o paciente tenha
comprometimento da fonação, da deglutição, da mastigação e da higienização bucal, durante
o período de ativação pode haver desconforto ou dor na cavidade oral ou na face e
desconforto estético devido ao diastema entre os incisivos centrais. Podendo ocorrer dor nos
primeiros dias após à ativação e o aparelho interfere de forma leve e transitória na deglutição
e mastigação segundo relatos de pacientes (MIRANDA, 2019).
Segundo Carvalho (2019), Machado Júnior (2006) e Souza (2019) caso o paciente já
apresente uma maturação esquelética talvez seja necessário realizar intervenção cirúrgica que
será a chamada expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC).
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Na dentição mista, em região posterior, o disjuntor Haas possui duas bandas adaptadas
nos segundos molares decíduos ou primeiros molares permanentes. Na porção anterior o
canino decíduo não recebe banda, sendo substituída pela extensão da barra de conexão que
abraça este dente semelhante a um grampo em “C” (CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO,
1997a).
4.1.5 Protocolo
Segundo Ferreira et al. (2007) a quantidade de ativação varia em cada caso, podendo
ser de 1/4 a 4/4 por dia. É preconizado que se tenha uma sobrecorreção devido a possibilidade
de recidiva após a contenção.
Capelozza Filho e Silva Filho (1997b) diz que os diastemas entre os incisivos centrais
superiores tendem a se corrigir depois que o disjuntor é estabilizado devido a memória das
fibras gengivais estriadas, onde primeiramente as coroas se aproximam e depois as raízes.
Através de radiografias periapicais verifica-se que esse movimento não provoca iatrogenias.
Tanaka, Orllena e Ribeiro (2004) recomendam que em pacientes com ate 14 anos seja
feita quatro ativações iniciais de 1mm e posteriormente duas ativações de 0,5mm por dia. Em
pacientes entre 15 e 18 anos realizar duas ativações iniciais e uma ativação por dia. Pessoas de
20 a 25 anos, uma ativação inicialmente e uma ativação dia sim, dia não. Em pacientes com
mais de 25 anos é preciso ter cuidado na ativação, sendo que, recomenda-se fazer uma
ativação inicialmente e uma ativação dia sim, dia não, se o paciente sentir muito desconforto o
parafuso é ativado duas vezes por semana. Depois de se atingir a disjunção desejada o
aparelho é estabilizado e permanece passivamente na cavidade por um período mínimo de 3
meses, para que ocorra a neoformação óssea da sutura palatina mediana. Antes de instalar o
aparelho é importante avisar para o paciente e/ou responsável que é normal sentir dificuldade
durante a alimentação até se adaptar com o aparelho.
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Um estudo feito por David et al (2009), que avaliou 17 pacientes com idade ente 7 e
22 anos submetidos a expansão rápida da maxila, foi possível observar que nos adultos houve
uma dificuldade de abertura da sutura palatina mediana. Por este motivo a idade é um fator
muito importante que deve ser considerado antes de iniciar o tratamento, pois assim que os
ossos esqueléticos se fundem o prognóstico do tratamento da mordida cruzada posterior
esquelética por meio da expansão rápida da maxila com disjuntores torna-se desfavorável.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
The posterior crossbite is a malocclusion that after being installed does not autocorrect,
requiring an intervention as soon as possible. Patients with this malocclusion usually present a
maxillary atresia, requiring a disjunction of the median palatine suture for its correction, that
can be achieved through rapid maxillary expansion. There are several devices that can be used
to promote the opening of the median palatine suture, and the most used are the Haas and
Hyrax devices, which have different characteristics and indications. The aim of this study is to
understand the clinical relevance in the possibilities of treatment of posterior crossbite,
specifically using rapid maxillary expansion to correct the discrepancy between maxilla and
mandible through a literature review. After collecting the data and analyzing it, it can be
concluded that the rapid maxillary expansion with the Haas and Hyrax devices brings
satisfactory results in the correction of the posterior crossbite, being necessary the
professional's knowledge about the etiology and origin of the malocclusion, the possibilities
of treatment and the correct protocol application of the disjunction, and the patient’s
cooperation.
Keywords: Posterior crossbit. Maxillary atresia. Rapid maxillary expansion. Haas. Hyrax.
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REFERÊNCIAS
LOCKS, A. et al. Mordida cruzada posterior: uma classificação mais didática. Revista Dental
Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, v. 13, n. 2, p. 146-158, 2008.