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CLASSE III DE

ANGLE
8º semestre
INTRODUÇÃO
A Classe III de Angle é uma má oclusão caracterizada por discrepâncias dentárias e faciais, muitas vezes
hereditárias, resultando em deformidade facial com o queixo projetado para frente.

Pode ser causada por diversos fatores, incluindo hábitos como chupar dedo, traumatismos e respiração
bucal.

O tratamento ortopédico precoce pode interceptar o crescimento desfavorável da maxila, melhorando as


relações oclusais e faciais, além de promover um ambiente favorável ao crescimento normal.

O diagnóstico precoce, preferencialmente durante a dentadura mista, permite maximizar os efeitos


ortopédicos do tratamento e contribuir para a autoestima.

Fonte: Francisco Stroparo


DIAGNÓSTICO
No tratamento ortodôntico, é crucial considerar o tipo facial e o padrão de crescimento craniofacial
para direcionar o tratamento de forma adequada.

Diagnósticos precoces de má oclusão de Classe III, idealmente durante a dentadura decídua,


permitem uma interceptação mais eficaz.

A má oclusão de Classe III tende a se agravar ao longo do crescimento, sendo menos definida na
infância, exigindo uma observação detalhada de características faciais, oclusais e cefalométricas
para sua identificação precoce.

A documentação ortodôntica básica é crucial fornecendo informações essenciais para diagnóstico,


planejamento e acompanhamento do tratamento. Inclui radiografias, fotografias intra e extra-bucais,
modelos em gesso das arcadas dentárias, análises cefalométricas e modelos computadorizados.
CLASSIFICAÇÃO DA
MALOCLUSÃO
Na Classe III de maloclusão, há uma relação anormal dos maxilares, com todos os dentes inferiores se
sobrepondo mesialmente à posição normal, podendo chegar a um ou mais pré-molares de largura em
casos extremos.

A disposição dos dentes varia, com possível apinhamento, especialmente na arcada superior, e uma
inclinação lingual dos incisivos e caninos inferiores.

A desarmonia no tamanho das arcadas geralmente decorre do desenvolvimento desigual dos ossos
maxilares, levando a desfigurações faciais pronunciadas.

Existem subdivisões, incluindo uma em que apenas uma metade das arcadas está em oclusão mesial,
enquanto a outra metade é normal.

Fonte: Classificação
TRATAMENTO

Aparelho FR3 de Frankel


Expansão rápida da Máscara Facial e Aparelho de Eschler
maxila

Mentoneira Plano Inclinado Tramento Ortodôntico

Cirurgia Ortognática
EXPANSÃO RÁPIDA DA
MAXILA
Sugere-se a intervenção no sentido transversal pois é necessário uma expansão para se adequar à mandíbula. A
abordagem terapêutica consiste no aumento das dimensões transversais da arcada dentária superior através de um
aparelho ortodôntico que libera forças à sutura palatina apoiado nos dentes e/ou mucosa superior.

Os disjuntores de Haas e Hyrax são utilizados pelos ortodontistas. Ambos são fixos e ancorados ao arco superior por meio
de bandas nos primeiros molares permanentes e também nos primeiros pré-molares
MÁSCARA FACIAL
A Máscara Facial é um dispositivo extra-bucal usado para tracionar a maxila para frente, utilizando
elásticos conectados a um aparelho intra-bucal fixado no arco superior.

É um procedimento ortodôntico e ortopédico mecânico, indicado para corrigir maloclusões de Classe III
sem cirurgia. A correção envolve movimentos dentários e esqueléticos, principalmente na maxila.

É recomendado para crianças e adolescentes, especialmente até os 10 anos, durante o período de


desenvolvimento.

A escolha da máscara facial depende do conforto do paciente e da habilidade do profissional, dada a


variedade de marcas disponíveis.
TIPOS DE MÁSCARAS FACIAS

Delaire Petit Turley


É composta por apoios de resina na É composta por apoios acrílicos almofadados com
É feita sob medida para a anatomia do paciente,
região mentual e frontal, conectados espuma, facilmente substituíveis. Esses apoios são
utilizando uma moldagem prévia da face. É
por dois arcos metálicos laterais conectados por uma estrutura metálica de fio de
recomendada para realizar a protração ortopédica da
convergentes em direção ao mento. Ela aço inoxidável, passando pela linha média do
maxila (tração reversa). Sua principal vantagem é a
possui elásticos inseridos em um fio paciente, com uma barra transversal no centro para
adaptação perfeita entre o aparelho e a face,
metálico na altura dos lábios. encaixe dos elásticos de protração. A barra
reduzindo o impacto estético em comparação com
transversal é ajustável verticalmente,
outros tipos de máscaras. Além disso, devido ao seu
proporcionando dinamismo e aumentando a
formato, está menos suscetível a causar ferimentos
intensidade de força, as horas de uso e reduzindo o
devido a uma adaptação incorreta.
tempo total de tratamento.
APARELHO FR3 DE FRANKEL
Este aparelho tem um arco labial modificado, que irá
tocar suavemente na superfície labial do incisivo inferior
e, um aparelho oclusal acrílico para aumentar a
mordida, permitindo um crescimento normal da maxila,
e uma correção do overjet negativo. 10

APARELHO DE ESCHLER
O modo de ação deste dispositivo é prevenir o
desenvolvimento mandibular enquanto elimina fatores
que impedem o crescimento maxilar .O FR3 de Frankel
tem efeitos oclusais, promovendo ajustes na inclinação
dos incisivos e uma rotação posterior da mandíbula.
É constituído por dois escudos vestibulares, sendo estes
colocados longe da maxila com o objetivo de afastar as
forças musculares que restringem o crescimento,
estimulando assim o desenvolvimento anterior da maxila.
MENTONEIRA
A mentoneira é usada em pacientes com prognatismo mandibular (quando a mandíbula está
posicionada à frente do rosto). Ela ajuda a direcionar o crescimento e o deslocamento ósseo, sendo
geralmente parte de um tratamento mais abrangente, especialmente em pacientes jovens, pois a
direção e quantidade de crescimento ósseo são geneticamente determinadas. As forças aplicadas na
mentoneira são direcionadas ao ponto mentoniano e aos côndilos mandibulares, variando de 400 a
500g. O paciente deve usar a mentoneira diariamente por pelo menos 10-14h, evitando pressionar o
lábio inferior para evitar complicações. O prognóstico a longo prazo do tratamento é imprevisível
devido às variações no crescimento mandibular.
PLANO INCLINADO
O tratamento para pacientes com mordida cruzada anterior, com ou sem deslocamento mandibular
funcional, pode incluir o uso do plano inclinado, fixado nos dentes anteriores inferiores com cimento
temporário. A angulação adequada entre o plano inclinado e os dentes anteriores superiores cruzados
é determinada considerando a discrepância vertical entre os dentes cruzados e os adjacentes, bem
como o grau de sobremordida dos dentes envolvidos. Ajustando os ângulos de contato, é possível
controlar a inclinação dos maxilares anteriores cruzados para vestibular.
TRATAMENTO
ORTODÔNTICO
É importante determinar o momento ideal para iniciar tanto a terapia da primeira fase quanto a
ortodontia definitiva da segunda fase.
Iniciar o tratamento após a erupção do segundo molar permanente permite ao ortodontista avaliar o
crescimento pós-tratamento, reduzindo a duração da terapia com aparelho fixo. Devido ao
amadurecimento mais tardio dos meninos, é preferível adiar o início da segunda fase em comparação
com as meninas. A montagem do aparelho fixo pode ser iniciada nos casos favoráveis, visando
compensações dentárias para camuflar a Classe III. Nos casos em que isso não é suficiente, o preparo
ortodôntico para cirurgia deve ser considerado, aguardando a idade ideal para realizar o
procedimento, geralmente em torno dos 18 anos para mulheres e 21 anos para homens.
CIRURGIA
ORTOGNÁTICA
A cirurgia ortognática é uma opção para corrigir o prognatismo quando o tratamento com aparelhos
não é mais eficaz. Envolve o reposicionamento da mandíbula para melhorar a estética facial e a
posição dos dentes. Realizada por um cirurgião buco-maxilo facial no hospital, a cirurgia é feita
internamente na boca, com pequenos parafusos ou placas, evitando cicatrizes visíveis no rosto,
embora em alguns casos possa ser necessário um pequeno corte facial. Após a cirurgia, é necessário
continuar usando o aparelho ortodôntico por pelo menos 3 a 9 meses.
CONCLUSÃO
Após revisão literária, observou-se que as características morfogenéticas da Classe III na
infância tendem a persistir na fase adulta.
A Ortodontia oferece diversas ferramentas e técnicas para tratar diferentes tipos de má
oclusão, facilitando o trabalho do clínico. No entanto, o sucesso do tratamento depende
de um planejamento cuidadoso, considerando tanto a estética facial quanto a posição
dos dentes.
O ortodontista deve estar preparado para diagnosticar, planejar e tratar os pacientes de
forma simples e segura, respeitando os limites das estruturas envolvidas e as preferências
dos pacientes.
É crucial conscientizar o paciente e a família sobre a importância do tratamento precoce
para reduzir a necessidade de cirurgia ortognática no futuro.
OBRIGADA

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