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PRÓTESE TOTAL

Objetivo:

1. Conceitos sobre reabilitação com PT;


2. Equipamentos, instrumentais e materiais usados;
3. Anatomia protética do paciente totalmente edêntulo;
4. Protocolo clinico de atendimento do paciente totalmente edêntulo: diagnóstico e
planejamento, confecção e instalação, controle e ajustes, e orientações ao paciente.
*A prótese total é um dispositivo não biológico que visa substituir a quantidade de osso que o
paciente perdeu, uma vez que quem perde os dentes está em constante processo de
remodelação óssea, e está remodelação induz assimetrias faciais, problemas estéticos,
problemas funcionais e problemas mastigatórios. Além de prejudicar o funcionamento do
sistema estomatognático, pois como o paciente não consegue macetar/triturar o alimento
para entregar para o estomago fazer sua função de forma mais rápida, consequentemente o
estomago vai estar hiperfuncional, levando a problemas de refluxos, intestinais e gástricos.
Portanto, a ideia é: para que perdeu totalmente os dentes é necessário fazer um aparelho
artificial que consiga desempenhar a função completa do sistema estomatognático que é
mastigação, deglutição, fala e estética, além de verificar qual o comportamento desse aparelho
na boca do paciente, ou seja, é necessário ter conhecimento de como se faz um aparelho
adequado e como funciona esse aparelho, levando em conta a retenção, estabilidade e
suporte.

Sempre devemos pensar em como a prótese se retém, aonde ela se retém e quem faz ela
movimentar. Devemos ter isso sempre em mente antes de executar uma prótese total, pois
assim é possível faze-la da melhor forma que é entendendo sobre a musculatura mastigatória,
a anatomia do osso, a anatomia dos músculos, e devemos entender também sobre questões
físicas como a saliva. Uma vez que a prótese total funciona por contato com uma base de
acrílico, a saliva e o rebordo individual.

*Devemos ter a ideia de que esse aparelho móvel vai estar preso na boca através da tríade:
retenção, estabilidade e suporte.

Como uma prótese que é calçada na frente não se solta atrás, sendo ela um artefato móvel?

De onde vem a sensibilidade de uma prótese? Do periósteo, e não da polpa dental como é nos
dentes naturais.

“É a parte da terapêutica cirúrgica que tem como objetivo recolocar, mediante a uma
preparação artificial, um órgão perdido total ou parcialmente ou ocultar uma deformidade.”
Turano et al. 2010

*Pensando em prótese o profissional irá fazer um artefato artificial que vai simular aquilo que
foi perdido.

As próteses podem ser classificadas de acordo com o sistema de fixação e do tipo de


transmissão de esforços.

Classificação das próteses quanto ao sistema de fixação:

Prótese fixa:

 Não solta e geralmente é fixa em dente (é necessário ter dente ou implante);


 É necessário fazer um preparo, que é um desgaste nos dentes, para a substituição de
um dente ou mais;
 São cimentadas ou parafusadas: podendo ser coroa unitária, parcial ou total.

Prótese parcial removível:

 Essa prótese terá uma parte dos dentes e grandes falhas ao longo do rebordo;
 É indicada para casos que geralmente não há a possibilidade de prótese fixa.
Prótese total:

 Essa prótese terá todos os dentes;


 É muco suportada;
 É indicada para paciente totalmente edêntulo.

Classificação das próteses quanto ao tipo de transmissão de esforços:

1. Dento suportada;
2. Muco suportada: exemplo é a PT;
3. Dento-muco suportada;
4. Prótese implanto suportada:
 Prótese fica sobre implante, onde a prótese será parafusada em cima dos implantes.
Neste caso o paciente não consegue retirar a prótese;

E ainda existem a prótese ortodôntica: são os aparelhos ortodônticos móveis; e a prótese


bucomaxilo-facial: ex: prótese ocular, e as próteses faciais.

INTRODUÇÃO A PRÓTESE TOTAL

São próteses maxilares que substituem além de todos os dentes do rebordo alveolar, parte da
fibromucosa gengival e do osso alveolar devidamente reabsorvido pelo processo de
degeneração e envelhecimento. A prótese pode ser uni ou bimaxilar, ou seja, pode ser só
superior ou só inferior ou os dois.

Objetivo da PT:

A prótese vai ajudar a repor tudo aquilo que foi perdido. Não é só dente que repõe, é também
gengiva, osso... E vai devolver função (mastigação), fonética e estética (suporte de lábio,
simetrias faciais por ex.) para o paciente edêntulo. Além de recuperar a dimensão vertical da
oclusão, proteger a ATM e equilibrar o sistema estomatognático.

Indicação da PT:

Paciente desdentados e desdentado parcial com indicação para exodontia total.

Consequência da perda de dentes:

1. Anatômicas: reabsorção do rebordo alveolar. Na maxila a reabsorção ocorre


principalmente de forma horizontal (espessura), e na mandíbula na vertical (altura);
2. Fisiológicas: alteração no padrão da mastigação;
3. Estéticas: assimetrias faciais, perda do suporte labial e inversão labial.

Requisitos da PT ou aquilo que o paciente busca:

1. Mastigatório: devolver função mastigatória;


2. Fonético;
3. Estético;
4. Conforto.

Requisito mastigatório
Para que a prótese desempenhe uma boa função mastigatória ela precisa ter retenção (sentido
vertical) e estabilidade (horizontal/lateral), ou seja, ela não pode estar caindo ou
movimentando no sentido lateral.

Como ter uma boa retenção? (CAI NA PROVA)

 Ter uma boa moldagem que copie todas as áreas de rebordo, de fundo de vestíbulo,
de áreas de freio, de inserções musculares e tecidos moles para que tenhamos uma
prótese que respeite tosas as estruturas anatômicas;
 Estudar a anatomia do rebordo do paciente – ele tem algum tórus ou freio que vá
atrapalhar a retenção e que necessite de cirurgia pré-protéticas;
 Tipo de saliva que vai ajudar na adesão e coesão da prótese;
 Avaliar se a fibra mucosa do paciente está muito flácida devido a reabsorção do
rebordo e se será necessária uma cirurgia pré-protética para promover uma boa
retenção para a prótese;
 *O sistema neuromuscular (musculatura + SNC) e retenções físicas (contato entre
saliva + placa acrílica + fibra mucosa) que seguram a prótese, ou seja, que retém a
prótese.

Como ter uma boa estabilidade? (CAI NA PROVA)

 Montagem dos dentes e;


 Língua.

Requisito fonético

 A espessura do palato da prótese pode influenciar na fala do paciente, pois quando se


pronuncia algumas palavras a língua toca na região do palato. (A prótese vai unir os
dois lados do rebordo por meio do palato);
 Dimensão vertical – quando for construir a posição vertical do paciente a altura do
terço inferior não pode ser aumentada e nem diminuída, pois precisa respeitar a EFL
para que o paciente conseguia reproduzir palavras com “S”. Portanto, quando formos
construir a posição vertical de oclusão do paciente de PT ele será sempre montado em
articulador na posição de relação cêntrica (independe do contato dos dentes). E o que
vai auxiliar na confecção do novo rebordo são os planos de cera, ou seja, os planos de
cera auxiliam a devolver a altura da mordida do paciente;
 Posição dos dentes (EFL: espaço funcional livre) – paciente tem que conseguir
pronunciar palavras com “S”.

Requisito estético – harmonia facial

 Suporte labial;
 Dentes;
 Montagem dos dentes;
 Base da prótese.

Leva a uma harmonia facial, pois devolve preenchimento do sulco nasolabial, ao reestabelecer
a dimensão vertical do paciente o queixo deixa de ficar tão proeminente e dá suporte labial,
além de devolver o sorriso.

Requisito de conforto
 Estética;
 Retenção e estabilidade – precisa estar bem adaptada;
 Relação maxilo-mandibular.

Fatores que influenciam no êxito do trabalho protético:

 Paciente: saúde, idade, cuidados e colaboração;


 Profissional: técnica de confecção.

Limitações da PT:

Retenção/estabilidade dependendo da reabsorção do rebordo e necessidade de cirurgias pré-


protéticas em algumas situações para melhor conforto e adaptação.

As PTs são muco-suportadas e se o rebordo estiver muito reabsorvido teremos pouco suporte
para a prótese, e, portanto, a retenção e a estabilidade da PT podem ficar comprometida. E se
o paciente tiver tórus maxilar/tórus mandibular ou freio labial/lingual será necessário cirurgia
pré-protética para a regularização da região antes.

O padrão de reabsorção óssea do paciente é importante para a construção da prótese, pois a


PT é muco-suportada. Existem fatores que levam a reabsorção óssea como a falta de estímulos
gerada pelo ligamento periodontal e variações individuais. Além disso, existe um padrão de
reabsorção óssea diferente entre a maxila e a mandíbula. Na maxila a reabsorção do rebordo
anterior no sentido horizontal (espessura) é praticamente o dobro do vertical, e no rebordo
posterior as perdas horizontais e verticais são proporcionais. Na mandíbula a reabsorção do
rebordo é predominantemente vertical (altura). É comum observar no arco inferior uma
reabsorção maior do que na maxila, e, portanto, a prótese inferior (da mandíbula) é mais difícil
de se adaptar.

Cirurgias pré-protética: exodontia, alveoloplastia, regularização do rebordo (espículas), tórus,


excesso de tecido mole, frenectomia.

*O paciente de PT volta para alguns ajustes, pois existe a fase de adaptação da prótese. O
sistema neuromuscular (musculatura + SNC) e retenções físicas (contato entre saliva + placa
acrílica + fibra mucosa) que seguram a prótese, ou seja, que retém a prótese.

Etapas da prótese total:

1- Anamnese;
2- Protocolo operatório;
3- Ajustes.
EXAME CLÍNICO DO PACIENTE DESDENTADO TOTAL

Exame clínico = Anamnese + exame físico

Qual o objetivo de fazer o exame clínico minucioso?

Anamnese:

 Identificação do paciente;
 História médica e dental;
 História protética;
 Qual a queixa principal do paciente;
 Planejar consultas de acordo com a necessidade do paciente e verificar medicações ou
doenças que possam interferir no fluxo salivar.

Exame físico:

 Extra-oral;
 Intra-oral.

Exame extra-oral:

 Análise de simetria facial;


 Cor da pele;
 Análise dentolabial – suporte labial, exposição labial e selamento labial;
 Exposição dentaria;
 Presença de queilite angular – indica redução da dimensão do terço inferior da face;
 Curva do sorriso – quando as bordas incisais forma uma curva ascendente que coincide
com o lábio inferior a estética é agradável;
 Profundidade dos sulcos – paciente tem o “bigode chinês” muito marcado;
 Linha média: no momento da montagem dos dentes a prótese precisa respeitar a linha
media do paciente - a união dos 2 centrais precisa acompanhar a linha média;
 Dimensão vertical;
 Altura incisal: o quanto o paciente mostra dos elementos dentários em repouso;
 Avaliação da musculatura e da ATM – fazer a palpação e caso o paciente sinta algo é
reflexo de alterações na tonicidade muscular ou de problemas intra-articulares que,
podem alterar a posição de repouso mandibular e/ou o seu arco de fechamento.

Ainda sendo um exame extra-oral, é necessário averiguar o estado da prótese que o paciente
porventura já utilize, uma observação atenta pode revelar características importantes ao
tratamento, como:

 Higiene e cuidado com prótese – tártaro;


 Espaço protético – PT inferior que não recubra a papila piriforme indica falta de espaço
protético;
 Área chapeável: espaçamento da base da prótese – pode estar encurtada; aumentar
demais a área chapeável piora a adaptação à PT;
 Tolerância a prótese;
 Características estéticas;
 Características dos dentes artificiais;
 Hábitos parafuncionais – presença de desgastes e/ou prótese danificada;
 Relações intermaxilares.

Exame intra-oral:

Plano de tratamento:

 Identificar pontos desfavoráveis;


 Avaliar possibilidade de mudança de condição clínica;
 Avaliar possibilidade de implante dentário;
 O que o paciente quer? O que ele precisa? Como isto pode ser viabilizado?

PLANO DE TRATAMENTO ADEQUADO

Retenção e estabilidade são influenciadas por:

Quantidade e qualidade da saliva;

Ação da musculatura;

Oclusão.

Condições que desfavorecem a retenção e estabilidade das PTs:


Anatomia do rebordo residual;

Problema de coordenação neuromuscular;

Intolerância ao uso da PT.

Tratamentos para estas condições desfavoráveis:

Cirurgia para aumento do rebordo ou aprofundamento do sulco vestibular;

Próteses sobre implantes (a mais indicada) – depende da anatomia do paciente.

Plano de tratamento é calcado em condutas diagnósticas:

História medica e dentária;

Exame clínico e de imagens;

Análise de modelos de estudos

Limitações para a instalação de implantes osteointegráveis (próteses sobre implantes) para


reter PTR

Financeiras;

Psicológicas;

Anatômicas;

Cirúrgicas.

Prótese sobre implante cai na prova?

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