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Revisão de literatura / Literary review

IMPRESSÃO TRIDIMENSIONAL NA ODONTOLOGIA:

UMA REVISÃO DE LITERATURA
THREE DIMENSIONAL PRINTING IN DENTISTRY:
A LITERATURE REVIEW
Rafael do Nascimento Silva1, Danielle Lago Bruno de Faria2.

1. Graduando do curso de odontologia pelo Centro Universitário Tabosa de Almeida ASCES-UNITA - Caruaru, PE, Brasil.
2. Doutora em odontologia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Professora do curso de odontologia do Centro Universitário Tabosa de Almeida
ASCES-UNITA - Caruaru, PE, Brasil.

Palavras-chave:
Impressão Tridimensional.
Tecnologia Odontológica. CAD-CAM.
RESUMO
Devido ao avanço tecnológico e a busca da excelência do tratamento, a prototipagem rápida (PR)
tornou-se realidade na odontologia com uso de exames de imagem, sendo a tomografia computa-
dorizada a mais utilizada. Assim, é possível analisar com precisão a anatomia do paciente e simular
o procedimento nos biomodelos, resultando na otimização do tratamento. O objetivo do trabalho
é descrever a aplicação dos processos de impressão tridimensional na odontologia. Foi realizada
uma revisão de literatura integrativa utilizando os descritores: Impressão Tridimensional, CAD-CAM
e Odontologia Digital nas bases de dados PubMed e Scielo e nos bancos de dados Europe PMC e
BVS. Os protótipos vem sendo um marco na odontologia moderna, sendo eles réplicas de estrutu-
ras anatômicas que são criados a partir da conversão de imagens 3D obtidas por meio de exames
de imagem, como a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), em ima-
gens reais. As imagens adquiridas são reformatadas por meio de softwares específicos que utilizam
os sistemas CAD e CAM. O biomodelos permite a simulação do respectivo procedimento, evitando
imprevistos no transoperatório, aumentam a segurança e estreita a relação entre o profissional e o
paciente, resultando na maior satisfação no resultado final.

Keywords: ABSTRACT
3D Printing. Dental Technology.
CAD-CAM.
Due to technological advancement and the search for excellence in treatment, the rapid prototyping
(RP) becomes reality in dentistry with the imaging exams, being the computed tomography being the
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most used. Thus, it is possible to accurately analyze the patient’s anatomy and simulate the procedure
on biomodels, resulting in treatment optimization. The objective of the work is to describe the applica-
tion of three-dimensional printing processes in dentistry. An integrative literature review was realized
using the descriptors: Three-dimensional printing, CAD-CAM and Digital Dentistry in the PubMed and
Scielo databases and in the Europe PMC and BVS databank. The prototypes have been a landmark in
modern dentistry, they are replicas of anatomical structures that are created from the conversion of 3D
images obtained through image exams, such as computed tomography (CT) and magnetic resonance
(MR), in real images. The acquired images are reformatted using specific software using the CAD and
CAM systems. The biomodel allows the simulation of the respective procedure, avoiding unforeseen cir-
cumstances during the operation, increasing safety and strengthening the relationship between the
professional and the patient, resulting in greater satisfaction in the final result.

Autor correspondente:
Rafael do Nascimento Silva
E-mail: 2017202161@app.asces.edu.br

INTRODUÇÃO 3D tem tido um avanço significativo através da manufatura

A tecnologia tridimensional (3D), desenvolvido na
engenharia, adentra nas diversas áreas da ciência com novas
técnicas a fim de facilitar a manufatura e melhorar o resultado
dos serviços. A primeira impressão em 3D foi relatada por
Charles Hull em 1988, surgindo o primeiro modelo impresso
por prototipagem rápida (PR), que visava à obtenção prévia do
produto e assim, viabilizar o planejamento da construção do
objeto, evitando custos excessivos e erros de produção1.
Desde então, a técnica tem sido melhorada e
amplamente utilizada na saúde. Na odontologia, a tecnologia
aditiva (MA) e da prototipagem rápida e vem revolucionando
o trabalho dos cirurgiões-dentistas. Praticamente, só era
possível realizar impressão de protótipos por meio de serviços
terceirizados. Com a modernização, métodos mais exequíveis
foram aplicados à técnica permitindo que os profissionais
a incorporassem na prática clínica2.
A PR e a MA são métodos os quais é possível gerar
um uma cópia em tamanho real da estrutura anatômica do
paciente com alta precisão a partir de imagens tridimensionais
virtuais obtidas por exames de imagem, como a TC e scanners
intraorais. Os modelos auxiliam no diagnóstico, permitem

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um aprimoramento no planejamento e a pré-visualização do

tratamento em implantes com confecção de guias cirúrgicos,
na instalação de próteses, em cirurgias buco-maxilo-faciais,
em alinhamentos ortodônticos e em próteses maxilo-faciais3.
Os biomodelos permitem a melhor análise da
anatomia e das dimensões reais do paciente, das patologias,
dos defeitos ósseos, de fratura facial e de seios paranasais.
Portanto, há uma redução nas etapas do procedimento
e nos custos de materiais para realizá-lo, menor tempo
cirúrgico, menor agressão aos tecidos, diminuição do risco
de contaminação no transoperatório, melhor cicatrização e
por fim, aperfeiçoamento no resultado. Além disso, há maior
confiança no profissional por ampliar a comunicação com
o  paciente e proporcioná-lo maior conforto e segurança.
Apesar da maior acessibilidade atual, o custo para implantar
a técnica no consultório ainda é alto4,5.
São diversas as técnicas de fabricação. Entre
Figura 1 – Fluxograma da seleção dos artigos
elas estão a estereolitografia (SLA), a sinterização seletiva
a laser  (SLS), a impressão tridimensional (3D printing),
a modelagem por deposição fundida (FDM), o processamento RESULTADOS
digital de luz (DLP) e o Poyjet. Os modelos são criados a partir
de imagens bidimensionais (2D) que são geradas por meio
Técnicas de Manufatura Aditiva
de tomografia computadorizada e scanner intraoral e estes
definem a qualidade da imagem tridimensional. É possível As técnicas de PR têm processos semelhantes.
utilizar a ressonância magnética, no entanto, esse exame é mais O  protótipo virtual é formado em softwares CAD a partir de
solicitado para criar protótipos de tecidos moles. As imagens imagens bidimensionais em cortes axiais no formato DICOM 42
são processadas e transformadas em imagens tridimensionais (Digital Imaging and Communication in Medicine) que são
processadas e convertidas em imagens 3D com formato em STL
e manufaturadas por máquinas por meio do sistema Computer-
(Standard Language Triangulation). Em seguida, o protótipo real
Aided Design/Computer-Aided Manufacturing (CAD/CAM)3,6.
é feito por sobreposição de camadas de determinado material
sob comando de softwares CAM e, após o processamento,
MATERIAIS E MÉTODOS é realizado o acabamento. A maior diferença está no material –
líquidos, sólidos e em pó – e no indutor da reação de
Foi desenvolvido um trabalho de revisão de polimerização – calor, luz ultravioleta, laser ou elétron7,8.
literatura integrativa qualitativa de caráter descritivo e analítico Estereolitografia a Laser (SLA): é a técnica mais
por meio de pesquisa bibliográfica. Para isso, foram utilizados utilizada devido a sua precisão, a boa lisura superficial e
os seguintes descritores: Impressão Tridimensional, CAD-CAM a  alta resistência. O biomodelo é criado com resina líquida
e Odontologia “AND”. Os trabalhos foram pesquisados nos fotopolimerizável e de baixo peso molecular composta
bancos de dados BVS e Europe PMC e nas bases de dados por monômeros, fotoiniciadores e aditivos. O material é
PubMed e Scielo. Foram encontrados 2.057 trabalhos nos adicionado em uma plataforma na qual se solidifica por
resultados da pesquisa. reação a luz ultravioleta (UV) emitida por galvanômetros
Os trabalhos incluídos foram os publicados entre com comprimento de onda entre 385 nm e 405 nm. Essa luz
2015 e 2020, em idiomas inglês e português de periódicos reflete em um espelho que se move para formar a imagem
pré-determinada sobre a plataforma e o modelo vai criando
nacionais e internacionais com avaliação cega por pares.
forma por sobreposição de secções transversais. Em seguida,
Também foram incluídas revisões de literatura, estudos originais,
o modelo é imerso em solvente para eliminar os monômeros
monografias e um livro que traziam os tipos de prototipagem
residuais e então, todo objeto é fotopolimerizado para
rápida e o seu uso na odontologia. Foram excluídos os trabalhos
alcançar a cura completa da resina. Devido a sua precisão,
que abordavam superficialmente o tema.
o  modelo pode ser usado para produzir guias cirúrgicos de
Foi feita a leitura exploratória dos títulos com implantes, coroas totais, alinhadores ortodônticos e permite
aplicação dos critérios de elegibilidade e 116 trabalhos a visualização de estruturas internas como, por exemplo os
foram selecionados para próxima etapa, onde foi feita canais neurovasculares e dentes impactados1,9.
leitura exploratória dos resumos, restando 42 trabalhos Processamento Digital de Luz (DLP): é realizada
eleitos. Ao  final, foi realizada a leitura integrativa e 26 foram de forma semelhante a SLA com polimerização de resina
selecionados como objeto de estudo (Figura 1). líquida. Diferencia-se na forma que a luz ultravioleta é aplicada.

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O raio de luz UV é emitido por um projetor diretamente no
material presente no tanque e emite a imagem a ser produzida
em cada camada9. Essa técnica resulta em biomodelos com
superfícies lisas, é relativamente rápida e é mais barata que
a estereolitografia por laser10.
A literatura aponta que durante a cura na SLA
e na DLP, a resina alcança 80% de polimerização, havendo
necessidade de uma exposição do produto fabricado à
luz ultravioleta para completar a polimerização, o que
leva a  contração dimensional devido às potentes ligações
covalentes entre os monômeros. A contração é influenciada
pelos fotoiniciadores do material, pela intensidade de radiação
e pera temperatura de cura11,12.
Além da contração, a SLA e a DLP são técnicas de
alto custo as quais só é possível a manufatura a partir de resina
líquida e por isso, o modelo há monômeros residuais em sua
estrutura que podem causar irritações no epitélio do paciente.
Além disso, os protótipos não apresentam longevidade10.
Sinterização a Laser Seletivo (SLS): aparenta
com a SLA. No entanto, é utilizado um monômero em pó,
o  qual se sintetiza as camadas por indução do calor de
dióxido de carbono emitido pelo laser por dois eixos (x e y)
com temperatura próxima ao ponto de fusão do material.
As  camadas se ligam por reações químicas induzidas pelo
calor. A máquina tem 2 tanques onde se tem o material em
um sendo distribuído para formar as camadas sobrepostas em
outro. Um sistema de roletes controla o fluxo do monômero
para sofrerem ação do laser e das camadas13.
A técnica permite a produção de inúmeras peças
em um curto período. Porém, o modelo produzido por SLS
apresenta dureza e dificulta a perfuração no planejamento
de implantes. É muito útil para próteses dentárias por ser uma
técnica versátil quanto aos materiais, podendo ser estes: nylon,
cera de fundição, poliéter e cerâmicas. A sinterização seletiva
a laser também pode ser realizada com pó de metais, sendo
descrita como fusão seletiva a laser (SLM) ou sinterização
direta de metal a laser (DMLS). Apesar de apresentar muitas
opções de materiais, essa técnica tem um manuseamento da
máquina e pós-processamento dificultoso10.
Fusão Seletiva a Laser: É possível imprimir
modelos metálicos com quase todas as ligas metálicas. O metal
é colocado em uma câmara a vácuo ou com gás inerte para
evitar reação química quando exposto a temperaturas mais
altas. O laser tem o foco mais fino e energia de densidade maior,
resultando em maior acurácia e melhor lisura de superfície,
além de proporcionar boas propriedades mecânicas. Com isso,
não necessita de pós-processamento. Mas, o processamento é
mais lento, com limites de tamanho e mais caro14.
Modelagem por Fusão e Deposição (FDM): é feita
com aquecimento de filamentos de termoplásticos, podendo
ser resina, poliéster e cera. A máquina contém 3 eixos (X, Y e Z)
e 2 bicos extrusores que sofrem movimentação nos eixos X e Y.
O material é aquecido nos orifícios até sua forma semilíquida e
extruído. Há sobreposição de camadas que se solidificam menos
de 1 segundo na plataforma que se movimenta no eixo Z1,15.
O ácido polilático, a acrilonitrila butadieno estireno,
o policarbonato e PEEK – poli (éter-éter cetona) – são os
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polímeros termoplásticos utilizados na técnica16. A qualidade
na FDM depende da velocidade de extrusão do material,
da fluidez do material e do tamanho de cada camada.
Sua precisão é inferior as outras técnicas, tem resistência
variável e apresenta alta porosidade. É muito útil para
fabricar protótipos que não necessitam de muitos detalhes
anatômicos10.
Impressão Tridimensional ou 3D Printing: os
protótipos são formados a base de um agente aglutinante,
pó cerâmico e polímero. Assim como a FDM, também tem
3 eixos: X, Y e Z. O cabeçote com o agente aglutinante se
movimenta nos 2 primeiros e libera o conteúdo sobre o pó
cerâmico e o polímero que se encontram na mesma plataforma
que se movimenta no eixo Z. O material pode ser polimerizado
por radiação ultravioleta, reação química, calor ou secagem.
Assim é formada camada sobre camada em alta velocidade
e por fim, é realizada a infiltração, processo o qual se elimina
as porosidades do modelo. Esta técnica é a que apresenta
o  menor custo. Há possibilidade de criar modelos coloridos
com jatos de tinta na impressão. Contudo, os protótipos
apresentam porosidade superficial1,17.
Polyjet: é a que fornece os resultados mais
precisos devido a sua alta resolução. O material é um líquido
fotossensível translúcido que fica posicionado em um tanque
e é solidificado por emissão de luz ultravioleta. Há uma
variedade de materiais que podem ser utilizados, como resina
acrílica, dependendo da densidade, da dureza e da resistência
do material. O processo é rápido e permite a manufatura de 43
réplicas mais complexas, sendo excelente para guias cirúrgicos
e próteses maxilo-faciais. Além disso, a manutenção do
aparelho é mais simples que muitas técnicas16,17.
Aquisição e Processamento de Imagens
A eficiência da TC está no fornecimento de imagens
em voxel isotrópico, ou seja, as imagens têm unidades
idênticas. Isso faz com que haja maior qualidade e que alcance
resolução máxima. Os cortes axiais são fornecidos em formato
DICOM, no entanto, para serem manipulados e reformatados
em imagens tridimensionais, é necessário que sejam
convertidos para o formato padrão SLT por meio de softwares
específicos de sistema CAD e CAM. Nesse processo, as imagens
axiais ganham cortes sagitais e coronais, dando o formato
tridimensional às estruturas desejadas permitindo que se
estude o seu volume, o diâmetro, a altura e os ângulos. Apesar
das vantagens da TC, há contraindicações para gestantes e
para pacientes alérgicos ao contraste17,18.
Entre as técnicas tomográficas, a tomografia
computadorizada cone bean (TCCB) ou de feixe cônico é
relatada como uma das mais vantajosas por emitir doses
menores de radiação que a tomografia convencional.
As imagens são adquiridas em qualquer um dos planos (axial,
sagital e coronal) de forma mais rápida e com mínima distorção
através de um cilíndro radiográfico, garantindo uma exposição
mais delimitada19.
A tecnologia CAD/CAM beneficia o tratamento por
possibilitar o planejamento virtual e processar imagens para
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imprimir modelos em 3D. As imagens podem ser obtidas por
TCCB, escaneamento ou associação das 2 técnicas. Assim,
pode ser feito o enceramento diagnóstico, simular o sorriso
do paciente e garantir a satisfação do paciente já que permite
que o resultado final é planejado com sua opinião, dentro dos
limites clínicos20.
Segundo Costa, Yasuda, Nahás-Scocate18, há alguns
softwares para download gratuitos na internet para converter
as imagens em modelos tridimensionais e estes presentam
interface prática e funções avançadas. Dentre eles, o 3D Slicer que
está disponível gratuitamente e foi lançado pelo Massachusents
Institute of Technology (MIT), sendo compatível com as mesmas
plataformas Windows e Apple. O ImageJ foi criado pelo Nacional
Institute of Health e é compatível com as plataformas citadas
assim como o ITK/SNAP (www.itksnap.org). Um trabalho cita
o software Invisaling® para realizar planejamento virtuais do
tratamento ortodôntico10.
O InVesalius é um software brasileiro que tem
como desenvolvedor o Centro de Tecnologia da Informação
Renato Archer. É compatível com Windows, Linux e Apple.
O download é gratuito e está disponível em seu próprio site.
Nele, as imagens geradas em DICOM são convertidas para SLT
e manipuladas ao final do processo7.
Biomodelos aplicados na prática odontológica
Cirurgia Bucomaxilofacial: O processo de
manufatura aditiva permite que seja feito um planejamento
virtual que seja simulado no biomodelo representando
a  anatomia do paciente. Com isso, proporciona vantagens
nas cirurgias que se tornam mais previsíveis, menos
invasivas, mais rápidas e consequentemente, com menor
contaminação, além de reduzir a morbidade e facilitar a
orientação do paciente quanto ao seu tratamento17.
É possível planejar ressecção mandibular, pré-
determinar a forma e o comprimento da placa de titânio
e a  quantidade de parafusos para osteossíntese, pré-
determinar dimensões de osteotomias e enxertos, produzir
guias cirúrgicos e reconstruir ATM. É interessante que se
produza o  modelo com material que possa ser esterilizado,
como o nylon, para mantê-lo em sala cirúrgica10.
Implantodontia: O protótipo permite que sejam
obtidas guias cirúrgicas que direcionam a incisão e a perfuração.
Assim, há menor trauma cirúrgico e um posicionamento mais
preciso, o que confere resultados mais satisfatórios. O método
pode tornar a reabilitação mais segura e menos invasiva em
pacientes com epidermólise bolhosa distrófica10,17.
Também há relatos recentes na literatura de implantes
metálicos impressos em 3D com aço inoxidável. Os modelos
são produzidos de forma personalizada e mais rapidamente
e com baixa porosidade, têm baixo custo de fabricação e com
o sistema CAD/CAM, é possível reproduzir os objetos14.
Prótese: Pode-se planejar próteses fixas (PF), parcial
removíveis (PPR) e totais (PT) em softwares CAD. A literatura
aponta maior precisão, custo favorável do processamento
e menor desperdício de material. É possível fazer coroas
de dentes pilares e pontes de próteses fixas. As coroas
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metalocerâmicas são produzidas inicialmente com o modelo
cerâmico posteriormente imerso em metal fundido. A partir do
planejamento, pode ser gerado o modelo e com ele, produzir
um mock-up para prever o resultado do tratamento17,20.
Estruturas metálicas podem ser impressas em
manufatura aditiva com ligas metálicas ou metais puros,
porém a técnica exige maiores processamentos e é mais cara.
Para aquisição de imagens, pode-se associar as técnicas
convencionais com as técnicas de impressão 3D. Primeiro é feito
o escaneamento extraoral do modelo de gesso e em seguida,
a imagem é processada pelos softwares e o modelo é impresso10,17.
Ortodontia: A prototipagem rápida é usada
para colar bráquetes de forma mais precisa e para fabricar
alinhadores dentários, os quais podem ser planejados a partir
do realinhamento virtual dos elementos dentários em softwares
específicos. Além disso, podem ser impressos retentores,
aparelhos para apneia do sono e bráquetes personalizados para
aparelho lingual e o protótipo pode ser utilizado para planejar
o  tratamento de caninos impactados. A manufatura nesses
casos pode ser feita em SLA com resina líquida1,10,20.
Endodontia: Modelos podem ser fabricados em
dentes com sistemas de canais complexos, como o  primeiro
molar superior inferior. O protótipo permite melhor
visualização das estruturas internas do elemento, permite
diagnóstico de lesão apical e de reabsorção radicular1.
Prótese Maxilofacial: A impressão 3D permite
que as próteses sejam produzidas com a riqueza de detalhes
necessárias internamente e externamente. O modelo pode
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ser feito por SLA com o polímero PEEK (éter-éter-cetona).
A técnica confere redução no processamento pós-impressão e
numa rápida produção10.
Cirurgia Ortognática: Os métodos tradicionais de
diagnóstico e planejamento têm limitações em, por exemplo,
casos de assimetria facial. A prototipagem rápida supre essa
limitação permitindo mensuração de assimetrias através dos
modelos. É possível planejar distrações osteogênicas em
tratamento de má-oclusão tipo II e prever o resultado final17.
Farmacologia: Um campo que está crescendo em
materiais produzidos por manufatura aditiva é a farmacologia
através dos meios de administração de medicamentos.
Com a SLA, estão sendo testadas microagulhas e cápsulas
personalizadas de acordo com as necessidades do tratamento.
Os benefícios podem estar na farmacocinética da substância
administrada e na limitação dos efeitos adversos4.
Graduação: A PR pode ser utilizada para fabricar
peças com anatomia complexas, como a anatomia dentária,
em tamanhos aumentados em até 3 vezes, gerando os
macromodelos que são muito úteis para o aprendizado21.
DISCUSSÃO
Os protótipos são úteis para auxiliar diagnóstico,
realizar planejamento, prever as complicações do
transoperatório e os resultados do tratamento, melhorar
a  comunicação entre o profissional e o paciente e aumentar
a confiança de ambos. Além disso, o desperdício de material
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é mínimo e seu processo de fabricação permite produções
simultaneamente. Entre tantos benefícios, a técnica da
manufatura aditiva tem sido adaptada na prática odontológica
tendendo a ser o futuro cenário dos consultórios17,22.
Gholamipour-Shirai et al.8 traz mais vantagens da MA,
como a redução de gastos no processo de fabricação, de
mão-de-obra e do tempo de conclusão do modelo. Apesar da
diversidade de aplicação, algumas características da técnica
precisam ser consideradas de acordo com o objetivo da criação
dos modelos, como o seu emprego nas produções em massa
devido aos limites na velocidade de fabricação.
Um estudo comparou os modelos produzidos por
DLP e por Polyjet com modelos de gesso pedra. Os resultados
apontaram que os protótipos apresentaram precisão suficiente
para substituir a técnica convencional. Entre os métodos de
impressão, a Polyjet obteve maior acurácia que a DLP23.
Quadri et al.1 relatou expectativas superiores
em próteses de impressão 3D quando comparadas com as
próteses convencionais. Também relatou a possibilidade
de produzir coroa total em cerâmica, PPR, modelos para
confeccionar próteses manualmente e estruturas metálicas
por SLM e SLS. Quanto as próteses totais, os autores citaram
o insucesso da técnica na finalização, necessitando de
acabamento convencional. Em outro trabalho17 foram
encontrados resultados satisfatórios no contorno e na textura
da PF. Em  contrapartida, a sombra e a translucidez foram
insatisfatórias. Os autores entrevistaram pacientes que utilizam
PT impressa por MA e os mesmos responderam que estavam
satisfeitos com os resultados estéticos e funcionais e que as
peças eram semelhantes com as convencionais.
Foi feito um estudo in vitro com 5 modelos de um
arco maxilar com preparo de dentes pilares (24 e 26) para PF.
As imagens foram obtidas através de escaneamento intraoral,
processadas pelo software Netfabb (Institut Straumann AG,
Suíça) e a impressão foi feita por 3D Printing. O armazenamento
foi feito em condições semelhantes às da cavidade oral
durante 4 semanas. Após a 3ª e a 4ª semana, os resultados
mostraram alterações dimensionais, porém com relevância
clínica insignificante. Com isso, questiona-se a estabilidade
dimensional da prótese a longo prazo24.
Um dos problemas mais destacados nas próteses
é o monômero residual metacrilato de metila (MMA) liberado
pelo polímero usado para fabricar as peças, o polimetacrilato
de metila (PMMA). A liberação de MMA afeta a estabilidade
dimensional e facilita a aderência de microrganismos. Devido às
altas temperaturas e à pressão elevada na manufatura aditiva,
as cadeias poliméricas são mais longas e têm maiores grau de
conversão que na confecção convencional, o que diminui os
monômeros residuais e a porosidade e confere maior dureza e
resistência ao desgaste. Assim, é possível diminuir a incidência
de estomatite protética25.
Apesar da grande eficiência dos exames de
imagem em 3D para direcionar o tratamento de caninos
impactados, a visualização 2D limita a qualidade perceptiva.
No estudo, foram replicados 5 casos de impactação de canino
superior em protótipo a partir de imagens de TCCB associada
a escaneamento intraoral. Para cada caso, foi gerado um modelo
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convencional de toda arcada e outro impresso exclusivamente
com os elementos dentários que permitia visualizar o dente
impactado. O autor entrevistou ortodontistas que avaliaram
maior percepção e melhor planejamento com a técnica de PR,
o que possibilita seu uso como exame complementar26.
A produção de implantes dentários pode ser feita
por SLS, SLM e DDML (Deposição Direta de Metal à Laser).
No entanto, precisa ser mais estudada e comparada com os
métodos convencionais para poder ser usada com segurança.
Há muitas pesquisas atuando no aperfeiçoamento da técnica7.
Para minimizar o efeito, foi realizado um estudo
para identificar quais regiões da plataforma e quais angulações
do espelho sofrem mais com a contração. Com um cálculo
matemático, foi possível compensar a contração11. Almeida9
verificou que a fotopolimerização após impressão resultou em
aumento na microdureza e na resistência à tração e à flexão.
CONCLUSÃO
Os processos de impressão 3D representam o futuro
dentro da odontologia digital fornecendo soluções mais rápidas,
econômicas e eficazes. Os procedimentos são mais simples,
seguros e previsíveis e há uma maior segurança do operador e
do paciente, gerando confiança e melhor relação profissional.
A manufatura aditiva permite que sejam feitos objetos
personalizados que aperfeiçoam o tratamento por possibilitar 45
a produção individual. No entanto, com os diversos métodos
de impressão e de materiais, o fluxo de trabalho digital se torna
complexo e estabelece uma dificuldade de se obter um protocolo
padrão e de reconhecer a longevidade do tratamento. Portanto,
é necessário que o campo continue sendo estudado para que
seja aprimorado já que é a promessa do futuro na odontologia.
FINANCIAMENTO
Não houve financiamento.
CONFLITO DE INTERESSES
Declaramos que este trabalho não há conflito de interesse.
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