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Implanto 10
Biologia óssea aplicada à
implantodontia
dontia 14
Imaginologia aplicada à
implantodontia
Avaliação pré-operatória em
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implantodontia
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DESCOMPLICANDO A
IMPLANTODONTIA
INTRODUÇÃO A
IMPLANTODONTIA
Histórico
O uso de diferentes materiais de substituição com origem animal, mineral ou humana na tentativa de
substituir elementos dentários perdidos foi comprovado através de uma série de estudos das
civilizações antigas, confirmando a importância dada a dentição. Por conta disto, pode-se observar a
evolução da implantodontia oral em diversos períodos, desde o antigo até os dias atuais.
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Introdução à implantodontia
Implantes
Subperiosteais
O implante subperiosteal surge como uma das
primeiras tentativas de devolver o caráter fixo da
dentição em pacientes edêntulos totais.
⤷ Constituído por armações de metais e ligas
metálicas sob medida para ajustar-se a
maxilas e mandíbulas totalmente edêntulas;
⤷ A técnica incluía a abertura de um retalho
para exposição do osso alveolar, onde em
seguida efetuava-se a sua moldagem para
confecção de um modelo de gesso da
anatomia óssea. Assim se fazia possível a
produção de uma estrutura metálica, a qual
era polida e fixada ao rebordo edêntulo
através de pinos de fixação ou justaposta ao
osso. Implantes Subperiosteais
Implantes
Transosteais ou transmandibulares
Projetados para resolução protética de mandíbula
edêntula com alto grau de reabsorção óssea.
⤷ A técnica é constituída de incisões extra e
intraorais ao nível da basilar e do rebordo
mandibular, necessitando de uma exposição
total do osso da mandíbula através de uma
“reversão” externa do tecido da pele e
mucosa oral;
⤷ Com o osso exposto, perfurações no sentido
basilar para oclusal são efetuadas com
auxilio de brocas e guias metálicos para a
fixação de uma placa com pinos de fixação;
⤷ Os pinos emergem intraoralmente, sendo Implantes Transosteis
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Introdução à implantodontia
Implantes
Endosteais
São implantes que se encontram totalmente
inseridos no osso alveolar, podendo ser divididos
em dois grupos: implantes laminados e agulhados e
os implantes cilíndricos.
Implantes Agulhados
Implantes Laminados
Estes implantes foram desenvolvidos por Linkow
e Chercheve e assim como os implantes agulhados,
este tipo de implante foi bastante utilizado nas
décadas de 60 e 70, tendo esta dominação devido
ao seu formato afilado.
⤷ Eram inseridos na base óssea de mandíbulas
e maxilas através da confecção de uma
fenda cirúrgica, onde o implante era inserido
e adaptado por justaposição;
⤷ A falta de íntimo contato entre osso e a
superfície do implante possibilitava o
desenvolvimento de um encapsulado fibroso
das peças implantadas;
⤷ Como estes implantes permaneciam em
contato direto com uma grande parte óssea,
alguns obtiveram funcionalidade clinica por períodos consideráveis, no entanto, relatórios de
acompanhamento longitudinal apresentam resultados pobres.
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Introdução à implantodontia
Implantes Cilíndricos
Implantes de um estágio
Compostos de uma peça única, onde após a
implantação cirúrgica a porção coronária do
implante atravessa a mucosa, sendo exposto na
cavidade oral.
Osseointegração
É definida como uma conexão estrutural e funcional direta entre osso organizado vivo e a superfície de
um implante submetido a carga.
⤷ Inicia a partir do contato sanguíneo com a superfície do implante e a formação de um coágulo nos
espaços livres entre a linha de perfuração e o material;
⤷ O fibrogênio presente no sangue se deposita sobre o titânio, permitindo o contato das plaquetas à
superfície, onde a degranulação libera elementos de crescimento e atraem células indiferenciadas;
⤷ Durante a formação do coágulo, forma-se uma rede tridimensional de fibrina;
⤷ A células osteogênicas reconhecem a superfície do implante como estável e progridem a
diferenciação em osteoblastos, responsáveis por secretarem a matriz proteica não colagênica,
composta por osteopontina e sialoproteína, que passam por mineralização;
⤷ A aposição óssea produz um osso trançado, com padrão desorganizado das fibras de colágeno
mineralizadas;
⤷ Os osteoblastos são incluídos na matriz óssea e se diferenciam em osteócitos;
⤷ Após as etapas de maturação óssea do osso haversiano, em organização circular concêntrica de
fibras de colágeno, as propriedades mecânicas aumentam.
Regiões do implante
Módulo do rebordo
⤷ Reter o componente protético;
⤷ Zona de transição;
⤷ Plataforma (módulo de crista)
Corpo do Implante
⤷ Design macroscópico – roscas; ÁPICE CORPO DO IMPLANTE INTERFACE PROTÉTICA
⤷ Superfície.
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Introdução à implantodontia
⤷ Edêntulismo total;
⤷ Edêntulismo parcial/unitário;
⤷ Padrão de referência;
⤷ Ampla variedade de componentes;
⤷ Gap implante/abutment;
⤷ Complicações biomecânicas;
⤷ Afrouxamento/fratura do parafuso;
⤷ Maior perda óssea marginal;
⤷ Mudanças na altura e diâmetro.
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Introdução à implantodontia
Osseointegração
A união anatômica e fisiológica do osso remodelado e a face do implante foi denominada de
osseointegração, sendo o reparo ósseo dependente de componentes celulares sanguíneos, suporte
nutricional e estímulos adequados, além de células mesenquimais e fatores de crescimento. A inclusão
de um implante dentário causa injurias ao tecido ósseo, incentivando a migração de células
sanguíneas que buscam reparar o dano, neste viés, é vital que o metal seja biocompatível. Este
processo pode ser subdividido em três fases distintas, mas que se sobrepõem em algum momento,
sendo elas a osteocondução, formação óssea e a remodelação óssea.
Osteocondução
Caracterizado pelo recrutamento e a migração de células osteogênicas para a superfície de um
implante. Neste caso, há a presença de coagulo sanguíneo, fazendo com que a angiogênese preceda
a osteogênese, uma vez que sem a angiogênese, as células osteogênicas não seriam levadas para os
sítios de reparo e remodelação.
⤷ Coágulo sanguíneo;
⤷ Angiogênese;
⤷ À medida que as células perivasculares (osteogênicas) migram para a superfície do implante
durante o processo de osteocondução, elas se diferenciam para tornarem-se secretoriamente
ativas e depositar matriz óssea na superfície do implante;
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Biologia óssea aplicada a implantodontia
Implantes
O desenho da superfície do implante pode provocar um
grande impacto no processo de reparação peri-implantar
e na ancoragem óssea funcional. Superfícies de implantes
rugosas geralmente demonstram um aumento na
deposição óssea em comparação com superfícies polidas
ou menos complexas.
Titânio
Apresenta instabilidade, energia de superfície,
biocompatibilidade, maleabilidade.
• Titânio comercialmente puro (TCP) – grau 1 a 4 – Superfície usinada do implante obtida em MEV.
maleabilidade;
• Liga titânio – alumínio- vanádio (Ti-6AI-4V) -
resistência mecânica;
• TCP X Ti-6AI-4V – espessura da camada de
óxidos.
Superfície
• Usinada;
• Jateada por óxido de titânio ou de alumínio;
• Ataque ácido.
Desenho
• Cilíndrico (sem roscas);
• Parafuso (com roscas).
Qualidade óssea
O tecido ósseo é formado principalmente de colágeno do tipo I e hidroxiapatita, e quando maduro
(lamelar), pode ser classificado quanto a sua organização estrutural: cortical (compacto) e trabecular ou
medular (esponjoso). A qualidade óssea pode ser afetada por alterações morfológicas (colagenases),
processos infecciosos agudos disseminados e sítios infectados.
• D1 (cortical denso): osso compacto homogéneo;
• D2 (cortical poroso): osso com uma camada fina
de osso compacto à volta de um núcleo de osso
trabecular denso;
• D3 (trabeculado grosso): osso com uma camada
fina de osso cortical à volta de osso trabecular
denso, com resistência favorável;
• D4 (trabeculado fino): osso com uma camada
fina de osso cortical, com um núcleo de osso Classificação do tecido ósseo.
trabecular de baixa densidade.
O osso do tipo 2 é considerado o ideal para a colocação de implantes, devido a espessura
considerável do osso cortical que permite uma boa estabilidade primária e o osso trabecular que possui
maior vascularização, comparado ao tipo 1.
Localização dos tipos de tecido ósseo em maxila e mandíbula. Volume de tecido ósseo.
A qualidade óssea é fator de risco para implantes curtos, a densidade oferece travamento mecânico
além de permitir distribuição e transmissão de tensões da prótese para a interface osso/implante. Quanto
menos denso, menos osso estará em contato com o implante. Para diminuir o stress deve-se aliviar a força
oclusal sobre a prótese ou aumentar a área de superfície de contato do implante com o osso.
Volume
• A – abundante; • C – comprometido;
• B – suficiente; • D e E – insuficiente.
Técnica cirúrgica
A cirurgia para a instalação de implantes deve ser a mais conservadora e menos traumática possível,
com ausência de inflamações agudas. O calor gerado pela fresagem na preparação do tecido ósseo
pode produzir certo grau de necrose.
⤷ Limiar de temperatura óssea por minuto – 44 a 47°C;
⤷ Utilizar fresas em bom estado de corte e conservação, pressão, forma da fresa, velocidade e torque
do motos cirúrgico corretamente programados, tempo de fresagem, qualidade do osso e a irrigação
adequada;
⤷ Motor isento de óleo, fresas com bom poder de corte, máximo de 1800 rpm e irrigação;
⤷ Sequencia gradual de fresas sob movimentos intermitentes.
Condições de carga
Técnica de 2 tempos cirúrgicos Técnica de 1 tempo cirúrgico
⤷ Reabertura em 4 meses (mandíbula); ⤷ Cicatrizador.
⤷ Reabertura em 6 meses (maxila).
Esplintagem / Ferulização
⤷ União de 2 ou mais implantes;
Carga imediata em implante.
⤷ Redução de cargas mastigatórias;
⤷ Presença de fatores predisponentes à falha
do implante;
⤷ Efeito mais notável em HE.
Cantiléver
⤷ Extensão de próteses;
⤷ Ausência/deficiência de osso;
⤷ Amplia forças laterais;
⤷ Hábitos parafuncionais, excesso de
comprimento e o design incorreto podem
levar a falhas. Extensão de cantiléver.
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DESCOMPLICANDO A
IMPLANTODONTIA
IMAGINOLOGIA
APLICADA À IMPLANTODONTIA
Divisão didática
⤷ Imagem pré-protética do implante;
⤷ Imagem cirúrgica e interveniente do implante;
⤷ Imagem pós-protética do implante.
Modalidades de imagem
• Radiografia periapical; • Tomografia convencional;
• Radiografia oclusal; • Tomografia computadorizada;
• Radiografia panorâmica; • Imagem por ressonância magnética.
• Radiografia cefalométrica;
Radiografia periapical
Vantagens Desvantagens
⤷ Boa definição de imagem; ⤷ Região limitada;
⤷ Menor custo; ⤷ Distorção/ampliação;
⤷ Amplamente disponível; ⤷ Bidimensional.
⤷ Menor radiação.
Utilizada na fase interveniente e pós-protética.
Radiografia periapical.
Radiografia panorâmica
Vantagens
⤷ Visibilidade ampla;
⤷ Baixo custo;
⤷ Disponibilidade;
⤷ Baixa radiação.
Desvantagens
⤷ Distorção/ampliação;
⤷ Menor nitidez da imagem;
⤷ Bidimensional.
Avaliação pré-operatória
⤷ História médica e familiar; ⤷ Hábitos;
⤷ Exame físico; ⤷ Tratamento interdisciplinar;
⤷ Exames complementares; ⤷ Tratamentos complementares.
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Avaliação pré-operatória em implantodontia
Exames complementares
Além dos exames imaginológicos, os exames laboratoriais possuem importância ao garantir que a
condição pré-operatória seja satisfatória quando se suspeita ou diagnostica-se uma doença durante a
avaliação clinica. Estes exames podem descobrir patologias “ocultas”, que na maioria das vezes são
assintomáticas e só exigem acompanhamento ou que podem interferir no tratamento odontológico.
• Hemograma
É o exame complementar que avalia, quantitativamente e qualitativamente, os elementos presentes
no sangue, auxiliando no diagnóstico de anemias, quantidades de plaquetas, alterações neoplásicas,
processos infecciosos, entre outras alterações.
⤷ Eritrograma – avalia as células vermelhas;
⤷ Leucograma – avalia as células brancas;
⤷ Plaquetograma – contagem de plaquetas.
• Coagulograma
É um conjunto de exames que avalia os mecanismos de hemostasia, sendo fundamental no pré-
operatório de cirurgias de médio e grande porte.
⤷ Deve ser solicitado para investigar sangramentos espontâneos e petéquias.
Diabetes Osteoporose
Doença decorrente do excesso de glicose no Doença sistêmica progressiva caracterizada
sangue, a qual pode evoluir com complicações por baixa massa óssea e densidade do tecido
renais, oculares, vasculares, neurológicas, entre ósseo, que leva o osso a fragilidade e fratura. A
outras. prevalência da osteoporose é aumentada em
⤷ Maior probabilidade a infecções e à pacientes idosos, principalmente no sexo
deficiência de cicatrização; feminino após a menopausa. No entanto, não há
⤷ Pacientes diabéticos podem receber relação de idade e gênero como um critério
tratamento com implantes em todos os determinante para o sucesso dos implantes.
casos de reabilitação, inclusive em áreas ⤷ Diminuição significativa da perda da
enxertadas, não apresentando grau de massa óssea em osso mandibular de
insucesso superior ao da população edentados, mas não na mandíbula
normal, desde que o nível de glicose no dentada;
plasma esteja normal ou próximo ao ⤷ Pode causar perda óssea oral, mas,
padrão; aparentemente, não influencia na
⤷ Não há contraindicação absoluta para a sobrevida de implantes;
instalação de implantes em pacientes ⤷ Não representa risco de fracasso para a
diabéticos. terapia com implantes osseointegrados.
• Exames e condutas odontológicas no paciente que relata ser diabético
Gestação
Uso de bisfosfonatos ⤷ Período gestacional -> 2º trimestre;
Estes fármacos são utilizados em casos de ⤷ Urgência x procedimento eletivo;
osteoporose, doença de Paget, osteogênese ⤷ Fármacos;
imperfeita, câncer (metástases ósseas).
HIV/AIDS
⤷ Pamidronato, ibandronato, alendronato e ⤷ Osseointegração parece não ser afetada;
zoledronato; ⤷ Risco aumentado de peri-implantite;
⤷ Falha de implantes -> turnover ósseo; ⤷ Biossegurança;
osteonecrose; ⤷ Cobertura antimicrobiana–imunossupressão.
⤷ CTx sérico (telopeptídeo carboxiterminal do
colágeno tipo 1) (< 150 pg/mL -> maior Idade
risco); ⤷ Idade avançada não afeta o potencial
⤷ Uso concomitante a outros medicamentos clinico de osseointegração ou a taxa de
(corticoides, quimioterápicos); reabsorção da crista óssea ao redor dos
⤷ Interromper 3 meses antes da intervenção e implantes;
3 meses depois com o consentimento do ⤷ Estrutura óssea remanescente;
médico responsável pelo paciente. ⤷ Avaliar a condição sistêmica e uso de
fármacos.
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