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FACULDADE FAIPE

ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA

BRUNO ALMEIDA FERNANDES

VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES

Sinop, 2021
BRUNO ALMEIDA FERNANDES

VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES

Monografia apresentada ao Curso Latu Sensu de


Ortodontia do Instituto de Ensino Superior FAIPE – para
obtenção do Titulo de Especialista em Ortodontia.

Orientador

SINOP, MT
2021
Ficha catalogo verso da anterior
Bruno Almeida Fernandes

TECNICAS PARA VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES

Monografia apresentada ao instituto de Ensino Superior – FAIPE para


obtenção do título de Especialista em Ortodontia

Banca Examinadora:

_______________________________

Orientadora: Profª. Ms. Germana Vieira Sousa

_______________________________

Professor

_______________________________

Professor

Data 20/11/2021

Nota: ____________
RESUMO

A perda de dentes precocemente é um problema com alta frequência,

sendo uma das principais causas de inclinação dos dentes posteriores,


que vem a gerar diversas complicações na cavidade bucal. Devido as
complicações, a necessidade de tratamento se tornou imprescindível.
Diante disso, este trabalho vem com o objetivo de apresentar uma
revisão de literatura sobre a verticalização de molares inferiores e as
maneiras mais efetivas para sua realização, assim como demonstrar as
diferentes formas de tratar com o intuito de minimizar os efeitos
colaterais. Foi concluído que a técnica utilizando cantilever duplo com
ancoragem em mini-implante se mostrou como a técnica mais efetiva no
controle do efeito colateral de extrusão dentária.

Palavras-Chave: Verticalização Dentaria. Dente Molar. Ortodontia Corretiva.


ABSTRACT

Early tooth loss is a problem with high frequency, being one of the main
causes of posterior tooth inclination, which generates several complications in
the oral cavity. Due to complications, the need for treatment became essential.
Therefore, this work aims to present a literature review on the uprighting of
mandibular molars and the most effective ways to perform it, as well as
demonstrate the different ways to treat in order to minimize side effects. It was
concluded that the technique using double cantilever with mini-implant
anchorage proved to be the most effective technique in controlling the side
effect of tooth extrusion.
1 INTRODUÇÃO

A inclinação de molares inferiores é uma condição muito comum em


pacientes adultos (ALINE CHAVIER,2006), e sempre foi um grande desafio
para os ortodontistas. Perante uma inclinação mesial de molares inferiores
permanentes em pacientes adultos, geralmente há grande necessidade de
recuperação da posição original, não importando as razões que levaram os
dentes a adotar esta posição (MATA et al.,2015).

As causas mais frequentes da inclinação de molares, seriam a perda


precoce de molares decíduos, erupção ectópica, impacção de segundo e
terceiro molar, presença de anquilose severa e hipodontia de pré molares.
(MATA et al.,2015).

A perda precoce do primeiro molar permanente pode gerar distúrbios


na ATM, reduz a capacidade mastigatória em 50%, destruição dos tecidos de
suporte, migração do segundo molar permanente para mesial do lado perdido,
extrusão (DIAS, 2017). Como consequências mais frequentes a dificuldade de
higienização, gengivite e periodontite, aparecimento de cáries nas superfícies
de contato distal, o aparecimento de defeitos ósseos verticais e de bolsa na
região mesial dos molares, e falta de espaço protético para reabilitações
(MATA et al.,2015).

Associado à inclinação mesial, acompanham os defeitos intraósseos


verticais e bolsas infra ósseas na região mesial dos molares, a migração distal
dos pré-molares, extrusão do molar antagonista, contatos prematuros em
relação cêntrica, interferências oclusais nos movimentos de lateralidade e
protrusão, além de dificultar a confecção de próteses, quando a inclinação é
excessiva.

Quando esses dentes perdidos não são substituídos dentro de um


determinado intervalo de tempo, há uma tendência dos dentes vizinhos
migrarem para o espaço vazio. O dente localizado distalmente ao local da
extração migra mesialmente (DIAS, 2017).

A verticalização de molares é uma terapia ortodôntica de grande


validade para os procedimentos de Prótese, Periodontia e ImplantODONTIA,
pois importantes benefícios podem ser conseguidos durante a movimentação
de molares inclinados (JANSON; JANSON; PEREIRA.; 2001).

Dependendo da gravidade do problema, tem como soluções


recomendadas a verticalização de molares, com abertura ou fechamento do
espaço, ou ainda, a extração do elemento dental. A extrusão é uma das
consequências mais comum em casos de verticalização, pois produz contatos
prematuros e abertura de mordida. (TATSUMO SAKIMA et al., 1999).

Por meio dessas técnicas de verticalização pode-se alcançar, a


recuperação de espaço, reposição protética do elemento ausente, com
implantes ou prótese, fechamento do espaço, eliminar colapso oclusal e
problema periodontal subsequente. (TATSUMO SAKIMA et al., 1999).

Impedir a extrusão é a maior dificuldade mecânica ao se verticalizar um


molar, devido a todas as mecânicas para verticalizar gerarem extrusão.
Apesar destas dificuldade a literatura descreve biomecânicas específicas para
verticalização que não gerariam extrusão e ainda permitiria a intrusão do
dente (LOCKS; LOCKS; LOCKS; 2014).

Desta forma, este artigo vem com o objetivo de trazer diferentes


maneiras para resolver uma má oclusão tão comum no dia a dia do
ortodontista, que seria a inclinação dos molares inferiores, utilizando técnicas
de verticalização com ancoragem absoluta ou não.
2 REVISÃO DE LITERATURA

A verticalização de molares para sua correta posição determina a


normalização da situação oclusal funcional e periodontal, possibilitando o
alinhamento das raízes perpendicularmente ao plano oclusal, de forma que
resista melhor às forças oclusais (CARDOSO; BARONE.; ).

2.1 CAUSAS DA INCLINAÇÃO DENTAL

As causas mais frequentes da inclinação mesial de molares, seriam:

 a perda precoce de molares decíduos e tardia de primeiros


molares permanentes,
 impacção de segundo e terceiro molar,
 erupção ectópica,
 presença de anquilose severa,
 hipodontia de pré molares,
 comprimento insuficiente do arco e
 presença de odontomas (CARDOSO; BARONE.; ).

2.2 CONSEQUÊNCIAS DAS INCLINAÇÕES DENTÁRIA

Mesmo com causas tão comuns e frequentes no dia a dia do


ortodontista as consequências são de alta gravidade, podendo levar à perda
do elemento dental, dentre essas consequências podemos citar a inclinação
de molares, causando a dificuldade de higienização adequada, a retenção da
placa bacteriana com gengivite e periodontite subsequente, surgimento de
cáries na superfície distal do segundo molar e aparecimento de defeitos
ósseos verticais e bolsa na região mesial dos molares (MATA et al.,2015).

Outras mudanças também de grande impacto seriam o aparecimento


de contatos prematuros em relação cêntrica, interferências nos movimentos
excêntricos, diminuição do espaço para os dentes, migração distal e rotação
dos pré molares, extrusão do molar antagonista, colapso oclusal,
deslocamento anterior mandibular com contato anterior dos dentes superiores
e inferiores, trauma oclusal e abertura de diastemas nos dentes superiores
anteriores (MATA et al.,2015).

Devido às causas tão frequentes, e consequências tão severas tem se


procurado maneiras de se corrigir essa mal oclusão. Vários tipos de aparelhos
podem ser utilizados para a verticalização de molares, estes aparelhos podem
ser divididos em duas unidades básicas, uma de ancoragem e outra ativa. A
unidade de ancoragem deverá ser estável o suficiente para que, na parte
ativa do mecanismo, o molar possa ser verticalizado com o mínimo de efeitos
colaterais (ALCANTRA.;2006).

São muitos os aparelhos que podem ser utilizados como forma de


ancoragem, aparelhos removíveis, arcos linguais bandados ou colados,
aparelhos fixos com braquetes, mini-implantes e mini-placas de titânio
instaladas cirurgicamente (utilizando as corticais ósseas como ponto de apoio
e por isso contendo vantagens sobre aqueles que se apóiam nos arcos
dentários). Entretanto, a necessidade de intervenções cirúrgicas e custos
mais elevados são fatores que ainda limitam a ancoragem esqueletal na
clínica ortodôntica (ALCANTRA.;2006).

2.3 ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO

2.3.1 Possibilidades de movimentação

2.3.1.1 Manter a raiz em sua posição e distalizar a coroa

2.3.1.2 Mesializar a raiz e manter a coroa em sua posição

2.3.1.3 Mesializar a raiz e distalizar a coroa

2.3.1.4 Manter a raiz distal na sua posição e distalizar a coroa

2.3.1.5 Verticalização com extrusão tanto da raiz mesial quanto da raiz distal

2.3.1.6 Verticalização com ancoragem em mini-implante na região retromolar,


com direção intrusiva

2.3.1.7 Verticalização com mesialização da coroa e das raízes

2.3.2 Possíveis mecânicas empregadas

2.3.2.1 Mini Implantes na região do Trígono Retromolar

A utilização dos mini-implantes surgiu como uma alternativa para


resolver a falta de ancoragem adequada, a qual não permite a movimentação
da unidade de reação. É possível realizar movimentos de retração, intrusão,
distalização, estabilização, mesialização, verticalização, tracionamento, entre
outros, utilizando-os como unidade de ancoragem. Para realização da
verticalização, o mini implante pode ser instalado na região do trígono
retromolar, para verticalização do segundo molar inferior. Deve-se realizar
bandagem e cimentação deste elemento dentário e utilizada uma ligadura
elástica em corrente, como forma de ativação. O sistema é encaixado em
uma das extremidades no mini-implante e na outra em um botão soldado na
banda do segundo molar inferior na face mesial (Tagawa et all.; 2014).
(Tagawa et all.; 2014)

2.3.2.2 - Mini Implante na Região Intra Alveolar com Cantilever

Para verticalização do dente 37, o mini implante pode se instalado na


região entre os dentes 32 e 33, e confeccionado uma mola de fio retangular
de TMA. Na extremidade mesial do tubo molar, o fio foi dobrado para baixo, e
no mini-implante foi confeccionado uma alça com helicoide circundando-o. A
ativação ocorre por meio de dobras no segmento inserido no tubo molar e o
segmento anterior, apoiado no mini-implante (Assumpção.; ).

2.3.2.3 Arco lingual modificado


Constitui na utilização de um arco lingual com ganchos para
tracionamento e verticalização dos dentes 37 e 47. Foi realizada colagem de
botão na região oclusal (o mais mesial possível) desses dentes, e instalação
de elástico corrente unindo o botão ao gancho do arco lingual (Totti et all.;
2010).

(Totti et all.; 2010)

2.3.2.4 Cantilever- mola

Utiliza-se para a confecção do cantilever, o fio de TMA, por conta de


suas propriedades de resiliência, realizando dobras no fio que acarretará em
angulações para gerar a verticalização do dente. Podendo ser curto , que
gerará maior força de verticalização e de extrusão, ou longa gerando grande
força de verticalização e pequena extrusão (TATSUMO SAKIMA et al., 1999).

Cantilever longo (20mm) (TATSUMO SAKIMA et al., 1999).


Cantilever curto (10 a 15mm) (TATSUMO SAKIMA et al., 1999).

As vantagens do procedimento de verticalização, quando realizado


com sucesso, pudemos constatar a melhora na higienização, preparo correto
de pilares, melhora na forma do pôntico, eliminação ou redução de lesões
periodontais na mesial do dente inclinado, melhora na proporção coroa/raiz,
espaço adequado para confecção de implantes e contato oclusal adequado
com dentes no arco oposto, evitando a extrusão (CARDOSO; BARONE.; ).

2.3.2.5 Cantilever Duplo com ancoragem em mini implante

O mini implante deve ser instalado em região de gengiva inserida,


posicionado entre o canino e o 1º pré-molar ou entre o 1o e 2o pré-molares.
Para realização da mecânica deve-se realizar a cimentação da banda com
tubo duplo no molar e bráquetes nos dentes canino e pré-molares colados de
forma passiva. Um segmento de aço inoxidável (.019 x .025”) foi adaptado
sobre a cabeça do mini-implante e nos bráquetes compondo a unidade
reativa. A unidade ativa foi composta por dois 24 cantiléveres (TMA .017
x .025). O cantilever de verticalização consiste em um segmento de fio com
uma das extremidades inserida no tubo do molar enquanto a outra
extremidade será apoiada no fio de ancoragem. O de intrusão, tem uma das
extremidades inserida em tubo cruzado, posicionado no fio de ancoragem
entre os pré molares, enquanto a outra extremidade será amarrada ao tubo
do molar. Tendo desta maneira um controle adequado extrusão do molar, e
pelo ponto de ancoragem ser no mini implante reduzirá os colaterais nos
dentes (BATISTA., 2018).
(BATISTA., 2018).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Capa > v. 1, n. 2 (2012) > Cardoso

Verticalização de Molares Inferiores


Guilherme Alves da Silva Cardoso, Triuze Yano Barone

http://www.rvacbo.com.br/ojs/index.php/ojs/article/view/37

Cantilever duplo

Pegar imagens

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