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ISSN: 2525-8761
RESUMO
Uma das maiores preocupações do ortodontista durante o planejamento e execução do
tratamento ortodôntico é a ancoragem esquelética. Com o advento dos mini-implantes os
problemas relacionados à cooperação do paciente foram solucionados e aparelhos para
ancoragem como Arco Extra Bucal foram substituídos. Outros sistemas também foram
idealizados como as mini placas ou implantes palatinos, contudo os mini implantes
apresentam vantagens como tamanho reduzido, fácil instalação, fácil remoção e baixo
custo. Neste trabalho foi realizada uma revisão da literatura analisando fatores como:
seleção sítio de inserção, modalidades de inserção e protocolo de planejamento cirúrgico.
Este estudo nos mostrou que a ancoragem esquelética com mini implantes é uma
excelente alternativa de tratamento com altos índices de sucesso e de fácil planejamento.
ABSTRACT
One of the biggest concerns of orthodontist during planning and execution of orthodontic
treatment is the skeletal anchorage. With the advent of mini-implants issues related to
patient cooperation were solved and apparatus for anchoring as Extra Arch Buccal were
replaced. Other systems were devised as the Palatal implants or miniplates, however the
mini implants feature advantages such as reduced size, easy installation, easy removal
and low cost. This work was carried out a review of the literature analyzing factors such
as: insertion site selection, insertion modalities and surgical planning protocol. This study
has shown us that the skeletal anchorage with mini implants is an excellent alternative
treatment with high success rates and easy planning.
1 INTRODUÇÃO
O tratamento das mal oclusões com aparelhos ortodônticos necessitam
frequentemente de sistema de ancoragem absoluta. Segundo Melo et al., em 2006, a
ancoragem pode ser definida em Ortodontia como a resistência ao movimento dentário
indesejado e é uma das maiores preocupações do ortodontista durante o planejamento e
execução do tratamento ortodôntico.
Em muitos casos os sistemas convencionais necessitam de cooperação do paciente
e com o advento dos sistemas de ancoragem esquelética como os minimplantes, as
miniplacas ou implantes, o tratamento ortodôntico é simplificado. Os minimplantes
apresentam a vantagem de serem de mais fácil a inserção, com procedimento menos
invasivo, possibilidade de ativação imediata, menor custo, e menor limitação anatômica
para sua inserção. Estes apresentam tamanho reduzido, o que possibilita sua instalação
inclusive entre raízes dentárias, viabilizando seu uso em inúmeras situações clínicas. De
modo geral, os sistemas de miniimplantes comercialmente disponíveis têm como
característica principal a ação de fixação autotravante no momento da instalação. Os
miniimplantes apresentam diversas indicações clínicas, entre elas: retração do segmento
anterior, evitando o uso de aparelho extrabucal como reforço de ancoragem,
verticalização de molares, intrusão de dentes anteriores e até mesmo a intrusão de
molares.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Para critério de seleção dos minimplantes, o espaço disponível entre as raízes, no
sentido mesiodistal, na área cirúrgica eleita, deverá ser, no mínimo, o correspondente ao
diâmetro do implante somado a 1,5 mm. Isso se deve ao fato de o espaço periodontal
radicular possuir, em média, 0,25mm para cada raiz e ser necessário mais 1mm de
margem de segurança. Portanto, no caso de eleição de um miniimplante ortodôntico de
1,4mm de diâmetro, a distância entre as raízes deverá ser de, no mínimo, 2,9mm. Caso
esta distância não esteja disponível, há necessidade de se avaliar a possibilidade de
utilização de posicionamentos anatômicos alternativos, modificar a angulação de
instalação do miniimplante ortodôntico ou, ainda, promover, ortodonticamente, o
afastamento das raízes, de forma a aumentar o espaço para que a fixação do mini-implante
seja realizada com segurança (Prosterman et al.,1995).
Em função do tamanho reduzido dos miniimplantes, eles exibem um grande
número de possibilidades de instalação. Na maxila podem ser instalados, por exemplo,
na região de espinha nasal anterior, áreas edêntulas, e entre raízes de dentes adjacentes,
por vestibular e palatina do osso alveolar. Na mandíbula são comumente colocados na
região de sínfise, área retromolar, áreas edêntulas, assim como entre raízes por vestibular
do osso alveolar (Kanomi, 1997).
No que diz respeito à seleção do comprimento ideal do miniimplante ortodôntico
a ser utilizado, deverão ser levadas em consideração a estabilidade primária e a
preservação das estruturas nobres vizinhas à área operada, como raízes e feixes vásculo-
nervosos (Park et al., 2002).
Como regra geral, quanto mais longo o miniimplante, melhor a área de contato
osso/implante e, conseqüentemente, maior a estabilidade (Celenza; Hochman, 2000).
Como cuidado pós-operatório, os pacientes deverão ser instruídos a manterem
excelente higiene do local, já que um dos fatores relacionados à perda de estabilidade dos
miniimplantes é a presença de inflamação local. Por outro lado, o desconforto é mínimo,
devido às pequenas dimensões do miniimplante e pela técnica não ser muito invasiva
(Kanomi, 1997; Bae et al., 2002).
Tomadas radiográficas periapicais de ótima qualidade, confeccionadas com a
ajuda de posicionadores, são imprescindíveis para avaliação do local indicado pelo
Ortodontista. Eles também dizem que devem ser observadas a forma e a localização das
raízes dos dentes próximos ao local de inserção, além de outras estruturas anatômicas,
como canal mandibular, emergência mentual e seio maxilar. Para eles quando o
planejamento indica a instalação entre raízes, área normalmente com espaço bem
reduzido, alguns autores recomendam a utilização de fio de latão usado como separador
no espaço interdental ou fios guias inseridos dos tubos ou bráquetes dos dentes vizinhos
para serem usados como guias radiográficos para avaliação do espaço presente (Bae et
al., 2003).
A cortical fina da região posterior da maxila requer o uso de miniimplantes mais
longos para aumentar sua estabilidade. Ao instalar um miniimplante na região posterior
da mandíbula deve-se tomar cuidado para que não ocorra um aquecimento ósseo, levando
à perda do mini-implante, assim como ocorre na implantodontia convencional (Kyung et
al., 2003).
O sucesso do tratamento com miniimplantes depende dos seguintes fatores: a)
habilidade do cirurgião; b) condição física do paciente; c) seleção do local adequado; d)
estabilidade inicial e e) higiene bucal (Kyung et al., 2003).
ponto de vista de como a movimentação será realizada. Deve também ser considerado o
modo de aplicação da força, direto ou indireto. Molas pré-fabricadas de níquel-titânio ou
elásticos em cadeia, se estendendo do parafuso até a unidade ativa, geram sistemas de
ancoragem direta. Contudo, a avaliação definitiva da região exata de instalação deverá
ser complementada por meio de radiografias periapicais e em conjunto com o cirurgião.
Devido ao tamanho reduzido dos miniimplantes, não existem restrições em termos de
localização dos mesmos, porém deve-se avaliar a localização das raízes dos dentes
próximos ao local de inserção e estruturas anatômicas, como canal mandibular e seio
maxilar, a fim de evitar danos aos tecidos vizinhos. A definição do comprimento e
diâmetro do miniimplante cabe ao profissional que irá realizar a instalação. A densidade
do osso cortical é um fator essencial para a retenção do miniimplante, e varia de acordo
com os pacientes e também com o local onde será aplicado. A técnica de instalação dos
miniimplantes é, geralmente, um procedimento simples, realizado sob anestesia local, por
meio de infiltração de pouco menos que 1/4 do tubete anestésico, próximo à área definida
como ideal para a instalação dos implantes É realizada perfuração direta do local da
inserção com broca adaptada em contra-ângulo específico para implantes. O diâmetro da
broca utilizada para a perfuração deve ser menor do que o diâmetro escolhido para o mini-
implante, para que seja obtida estabilidade primária do mesmo (resistência mecânica).
Segue-se, então, a inserção do miniimplante, que poderá ser realizada manualmente ou
por meio do contra-ângulo, devendo ser observado o controle do torque de instalação,
conforme determinado pelo fabricante, para que não haja risco de fratura devido ao
diâmetro reduzido. No caso da utilização de implantes auto-perfurantes não há perfuração
com a broca (Melo et al., 2006).
Os miniimplantes são um excelente recurso para o controle da ancoragem
ortodôntica, por proporcionarem adequado controle da força necessária para a
movimentação dental, bem como por apresentarem tamanhos, formas e metodologias de
instalação variáveis, conforme a necessidade de cada paciente e não acarreta qualquer
comprometimento estético. Suas principais vantagens são o baixo custo, fácil inserção,
manipulação e a ausência da necessidade de cooperação do paciente, diminuindo o tempo
de tratamento em até 6 meses. Este recurso como qualquer outro método de tratamento
ortodôntico requer alguns cuidados específicos para evitar fracassos mediante a sua
utilização. Por fim, que ao se utilizar os miniimplantes como forma de ancoragem, as
suas variações (forma, tamanho, locais de inserção e tipo de ativação) devem ser
estudadas com cautela a fim de se evitar erros (Jardim, 2009).
Existem 5 fatores que são importantes para determinar o melhor sítio de instalação
dos mini-implantes. 1- Indicação, sistema usado, e mecânica necessária. 2. O local da
instalação do implante deve idealmente ser em gengiva inserida. Isto prevenirá
desconforto aos tecidos que é um dos motivos de perda dos miniimplantes.. 3. Distância
segura entre raízes. 4. Observar estruturas anatômicas adjacentes como nervo alveolar
inferior, artérias, veias, forame mentual, seios maxilares, cavidade nasal. 5. Espessura
Óssea adequada a fim de obtermos estabilidade primária (Vishal et al., 2011).
3 PROPOSIÇÃO
Através da Revisão da Literatura, este trabalho aborda as principais técnicas
relacionadas à instalação dos miniimplantes na ancoragem ortodôntica e tem como
objetivo facilitar o planejamento cirúrgico dos implantodontistas e ortodontistas
interessados na instalação destes dispositivos.
4 DISCUSSÃO
De acordo com os resultados positivos observados clinicamente, associados às
pesquisas experimentais, em pouco tempo, os mini-implantes seriam empregados de
modo corrente no tratamento ortodôntico, principalmente em pacientes adultos.
Para que os miniimplantes se tornem efetivos como recurso de ancoragem, deve
ser obedecido um planejamento cuidadoso quanto ao sítio de instalação, a definição do
tamanho, a escolha do recurso de ativação do sistema, à quantidade e quanto a direção da
carga necessária para obtenção do movimento dentário e à manutenção da correta higiene
periimplantar (Araújo et al., 2006).
O uso de implantes como forma de ancoragem ortodôntica tem eficácia
comprovada em diversos trabalhos da literatura, apresentando-se como uma opção viável
dentro do caráter custo-benefício ao profissional e paciente, tendo em vista apresentar-se
com baixo custo, eficácia comprovada, dispensa a cooperação do paciente para obtenção
dos resultados almejados, além de não apresentar comprometimento estético.
Na maxila a perfuração seja feita de 20 a 60 graus e na mandíbula de forma
angulada ou perpendicular (Park et al., 2004). Outra corrente de autores orientam que seja
de 30 ou 40 graus e de forma perpendicular (Celenza; Hochman, 2000; Kyung et al.,
2003; Poggio et al., 2006). A broca que deve ser utilizada é a de 1,3 para implantes de
1,6 ou broca de 1,1 para implantes de 1,3 (Padovan et al., 2006).
5 CONCLUSÃO
Graças a seu tamanho reduzido, os miniimplantes, podem ser utilizados em
diversas situações clínicas, não necessitando de cooperação do paciente, exceto boa
higiene.
Os miniimplantes são ótima opção como sistema de ancoragem ortodôntica,
simplificando os tratamentos ortodônticos, de fácil aceitação pelo paciente e é um sistema
que substitui o uso dos aparelhos extra-orais ou outros dispositivos de ancoragem.
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ANEXO
Figura 5 - Perfuração da mucosa e cortical óssea com motor cirúrgico de baixa rotação.