Você está na página 1de 8

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/321329722

Técnica dos 5 dedos – desmistificando a seleção dos pilares protéticos nas


próteses implanto retidas

Article · January 2017


DOI: 10.24077/2017;933-8591

CITATIONS READS

0 4,730

5 authors, including:

Fernanda Piras
University of São Paulo
2 PUBLICATIONS   9 CITATIONS   

SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Fernanda Piras on 11 November 2018.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Dicas
Técnica dos 5 dedos – desmistificando a seleção dos pilares
protéticos nas próteses implanto retidas
5-Fingers technique: desmystifying the selection of prosthetic abutments in
implanted supported prosthesis
Renato de Freitas1
Amanda Alves de Oliveira2
Paulo Henrique F de Paula3
Moacir Alves de Oliveira Júnior4
Fernanda Furtado Piras5

Resumo
A seleção de pilares protéticos é um desafio para o cirurgião-dentista, sendo essencial
para o sucesso da reabilitação oral sobre implantes, visando à previsibilidade e longevidade.
Essa seleção deve obedecer a um planejamento multidisciplinar reverso para obter sucesso
estético e biomecânico. Este trabalho tem como finalidade apresentar uma técnica idealiza-
da para desmistificar a escolha de componentes protéticos sobre implantes disponíveis no
mercado, auxiliando o cirurgião-dentista a selecionar corretamente os pilares protéticos, bem
como suas indicações e contraindicações. A Técnica dos 5 dedos atribui à cada dedo da mão
um componente protético e também à cada dedo um fator a ser verificado nessa escolha: dis-
tância interoclusal, sulco periimplantar, angulação, elementos isolados ou múltiplos, próteses
cimentadas ou aparafusadas. Permitindo, portanto, uma seleção objetiva e simples.
Descritores: Próteses e implantes, implantes dentários, prótese dentária fixada por im-
plante.

Abstract
The selection of prosthetic abutments is a challenge for the dentist, being essential for
the success of oral rehabilitation on implants, aiming predictability and longevity. This selec-
tion must obey a reverse multidisciplinary planning for aesthetic and biomechanical success.
This work aims to present an idealized technique to demystify the choice of prosthetic com-
ponents on implants available in the market, helping the dentist to correctly select prosthetic
abutments, as well as their indications and contraindications. The 5-fingers technique defines
a prosthetic component to each finger and also to each finger a factor to be checked in this
choice: interocclusal distance, periimplantar sulcus, angulation, isolated or multiple elements,
cemented or bolted prosthesis. Thus allowing an objective and simple selection.
Descriptors: Prostheses and implants, dental prosthesis, implant-supported, dental im-
plants.

1
Me. Dr. Prof. do Departamento de Prótese – FOB/USP, Coord. do Curso de Especialização em Prótese Dentária – EAP/GO.
2
CD – UFG, Pós-graduanda em Prótese Dentária – EAP/GO.
3
CD – UNIP/GO, Pós-graduando em Prótese Dentária – EAP/GO.
4
Esp. em Implantodontia – UNICAMP, Esp. em Prótese Dentária – EAP/GO.
5
Mª. em Reabilitação Oral – FOB/USP.

E-mail do autor: renatofreitas@fob.usp.br


Recebido para publicação: 29/09/2017
Aprovado para publicação: 16/10/2017

85
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
Introdução do planejamento reverso2,14,18,19.
A implantodontia tornou-se alicerce na prática clí- A seleção de pilares é um desafio encontrado pelo
nica diária para resolução de reabilitações dentárias, cirurgião-dentista devido ao arsenal de componentes
pois oferece possibilidade de reabilitação protética disponíveis no mercado, almejando previsibilidade es-
com alta previsibilidade e longevidade9,14,15,18,19. Dessa tética e longevidade do tratamento9,19. Foi idealizada
forma, obtém-se maior resistência, estética9 além do uma técnica para facilitar a seleção dos mesmos de-
restabelecimento da função e fonética2, havendo ca- nominada Técnica dos 5 dedos, na qual, cada dedo da
pacidade de manter a longevidade de todo tratamento mão corresponde a um pilar protético, desmistificando
sobre implantes6. assim essa seleção.
Com o desenvolvimento cada vez maior dessa A técnica consiste em nomear cada dedo da mão
área, a seleção de componentes protéticos também se com um componente. Sendo o dedo mínimo – UCLA,
tornou mais complexa frente a tantas mudanças14,16 e dedo anelar – minipilar, dedo médio – pilar cônico,
deve ser alicerçada em um planejamento multidiscipli- dedo indicador – Munhão Universal, dedo polegar –
nar antes mesmo da instalação dos implantes, através Munhão personalizável (Figura 1). Assim, essa técnica
vai propiciar a seleção de forma simples e objetiva.

Figura 1 – Componentes protéticos. Respectivamente: UCLA, Minipilar, Pilar Cônico, Munhão Universal e Munhão Per-
sonalizável com Tubo Parafuso.

Discussão
Com a crescente utilização de implantes osseinte- do mesmo, evidenciando a importância de instalação
grados, surgiram situações clínicas que necessitavam de abutments9.
de componentes protéticos para melhor resolução me- Entretanto, em alguns casos, os componentes es-
cânica e estética16,19 fugindo da clássica solução com tão em conjunto com a parte protética e as coroas nes-
UCLA. Optando pela melhor opção de pilares, depen- ses casos serão fixadas diretamente na plataforma dos
dendo de fatores específicos de cada caso clínico16. implantes19, chamando de UCLAS. Os pilares podem
Além disso, Lewis et al (1992)11 citaram que os inter- ser pré-fabricados ou personalizados, parafusados ou
mediários são considerados “fusíveis”, uma vez que se cimentados19,18.
forças desfavoráveis são colocadas sobre os implantes, Os UCLAS (Universal Cast to Long Abutment) são
o parafuso da prótese é fraco o suficiente para quebrar conectados diretamente ao implante, sendo assim, não
antes mesmo do próprio implante, protegendo-o. são chamados de intermediários. Quando utilizados
Os pilares intermediários, também chamados de de maneira indiscriminada podem causar transtornos
abutments, funcionam usualmente como elemento como o afrouxamento de parafusos, dificuldade de
de ligação entre a prótese e o implante3,9. Quando os assentamento passivo das estruturas e até a perda
componentes são separados dos implantes e conecta- óssea periimplantar11,19. São indicados para os casos
dos por meio de parafusos, eles podem ser: minipila- de pequeno espaço interoclusal, distância mesiodistal
res, pilares cônicos, munhões Universais e munhões restrita, implantes posicionados superficialmente ou
Dicas / Tips

personalizáveis14. A filosofia atual é manter a prótese mal posicionados, e em casos de prótese parafusadas
longe do tecido ósseo, não promovendo a reabsorção ou quando a altura do tecido gengival esteja limitada,

86
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
já que UCLA não necessita de sulcos periimplantares subtraído 3 mm (SPI - 3 mm)17. O torque do parafuso
altos. (Figura 2). É importante ressaltar também a in- do pilar é de 20N, para implantes cone morse da marca
dicação quando se deseja a diminuição de custos do Neodent, o torque é de 32N. E o parafuso protético
tratamento. Destaca-se também que UCLA pode gerar deve receber torque de 10N6,17,19.
forças deletérias, as quais afetam o sucesso da prótese Além dos minipilares com angulação normal, há
sobre implante, quando não bem indicado12,19. no mercado minipilares com angulações de 17° e 30°,
Para implantes hexágonos externos e cone morse, entretanto deve-se ter cuidado com a estética devido
o torque dado é de 32N, e para hexágonos internos é à cinta metálica, pois o de 17° apresenta cinta mínima
de 20N. Nessa técnica é considerado o dedo mínimo, de 2 mm e o de 30° de 3 mm. Esses recebem torque de
devido à opção de uso em casos de pequeno espaço 15N6,19, o que pode provocar soltura e caso isso ocor-
interoclusal. Algumas empresas, como a Neodent, não ra é difícil voltar na posição que estava anteriormente.
têm o pilar UCLA para o implante cone morse. Nomes comerciais e respectivos fabricantes: Minipilar
Os minipilares são intermediários utilizados em Cônico (Neodent), Mini-Abutment (SIN), Micro Unit
prótese de elementos múltiplos, parafusados em regi- (Conexão), Pilar minicônico (Bionnovation), Multi-unit
ões com pouco espaço interoclusal14, já que eles po- (Nobel Biocare), Sistema Micro-Unit (Titaniumfix)13,17.
dem ser usados com 5 mm de altura da plataforma do Os pilares cônicos são intermediários em próteses
implante ao antagonista, mesmo apresentando várias unitárias parafusadas6,19, onde se requer que a distância
alturas de cintas metálicas15,16,19 (Figura 3). A seleção interoclusal seja de 8 mm e 10 mm para cone morse3,19
da altura da cinta metálica visa à estética e será de- e que os implantes estejam em posição e inclinação
terminada pelo sulco periimplantar (SPI) na vestibular corretas6,17 (Figura 4).

Figura 2 – Características e indica- Figura 3 – Características e indica- Figura 4 – Características e indica-


ções para o componente UCLA. ções para Minipilar. ções para Pilar Cônico.

O torque para aparafusamento desse componente (DIO) de no mínimo 6 mm e sulco periimplantar de 3


é de 20N, mas para implantes cone morse da marca mm (Figura 5).
Freitas R, Oliveira AA, Paula PHF, Oliveira Jr MA, Piras FF.
Neodent é de 32N e o parafuso protético sobre ele é Geralmente, estão disponíveis no mercado em dois
de 10N6. diâmetros: 3,3 mm e 4,5 mm e em duas alturas: 4 mm
Em áreas estéticas deve-se ter atenção para o apa- e 6 mm. Estão disponíveis em 3 angulações: reto (0°),
recimento de cinta metálica, sendo necessário distância 17° e 30°, porém os angulados apresentam como des-
entre a plataforma do implante e margem do tecido vantagem a impossibilidade de toque maior que 15N,
gengival de no mínimo 3 mm, ou seja, obedecendo podendo causar soltura do parafuso e apresentar cin-
a mesma regra: SPI – 3 mm. Nomes comerciais e res- tas metálicas com maior altura, sendo a menor de 2
pectivos fabricantes: Pilar Cônico (Neodent), Abutment mm para angulados de 17° e 3 mm para 30°.
Cônico (Biomet 3i), Abutment Cônico (SIN), Esteticone O munhão universal convencional deve ter torque
(Conexão), Pilar Cônico (Bionnovation), Estético (Nobel para aparafusamento de 32N em implantes cone morse e
Biocare) e Pilar aparafusado (Straumann)13,19. hexágono externo e de 20N em hexágono interno. A sele-
Os Munhões Universais, uma evolução dos pilares ção da cinta metálica também segue a regra da distância
sextavados, encaixam-se nos casos clínicos de próte- entre a plataforma do implante e a margem do tecido
ses unitárias cimentadas19 e com distância interoclusal gengival vestibular menos 3 mm (SPI – 3 mm), referente à

87
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
altura mínima de cinta metálica e margem de segurança. facilidade em remover os excessos de cimentos nos ca-
Por serem indicados para próteses cimentadas não se tem sos de prótese cimentada e apresentam facilidade esté-
a reversibilidade e se deve ter o cuidado para não deixar tica, devido à altura de cinta menor8.
resíduos de cimento, no sulco periimplantar. Podem ser indicados para próteses parafusadas,
Os Munhões Personalizáveis ou individualizados denominadas de Munhão Personalizável com Tubo Pa-
são uma opção encontrada para resoluções de pro- rafuso, que surgiram como alternativa para minimizar
blemas que surgem quando utilizam-se intermediários os problemas de casos de implantes mal posicionados,
angulados6,8 (Figura 6). evitando a falta de reversibilidade das próteses cimen-
São confeccionados a partir de um cilindro UCLA, tadas e a exposição da cinta metálica dos componen-
(por um técnico de prótese dentária), através de um tes angulados6,8,9, principalmente, para reabilitações
enceramento ou pelo sistema CAD-CAM e pode ser extensas por causa da reversibilidade e paralelismo dos
confeccionado em zircônia, titânio, níquel-cromo, cro- munhões. Trata-se de um mecanismo de retenção com
mo-cobalto, dissilicato de lítio8. Algumas marcas têm parafusamento lateral13, com a colação de um encaixe
munhões anatômicos tipo Ti.base, pré-fabricados e de precisão tubo-parafuso7.
com vantagem da biocompatibilidade. A marca comercial Neodent não apresenta o
Os personalizáveis podem sofrer torques maiores, sistema UCLA, entretanto depois do ano de 2016, a
individualização do sulco perrimplantar, bem como marca SIN lançou no mercado a linha UNITITE que tem
personalização da angulação. Eles apresentam maior compatibilidade com a linha EXACT da Neodent.

Figura 5 – Características e indica- Figura 6 – Características e indica-


ções para Munhão Universal. ções para Munhão Personalizável.

Técnica dos 5 Dedos As empresas Emfil (Mult-unit) e Implacil (Cônico


Essa técnica permite nomear cada dedo com o estético) têm esses intermediários, tanto para elemen-
nome dos componentes protéticos e permite associar tos isolados (cilindros não rotacionais), como múltiplos
informações para a seleção de acordo com o formato (cilindros rotacionais).
e posicionamentos dos dedos da mão. O UCLA foi es- Ao selecionar o pilar protético deve-se identificar
tabelecido como o dedo mínimo devido à necessidade inicialmente o tipo de conexão protética existente (He-
de menor distância interoclusal e assim por diante, o xágono Externo, Hexágono Interno ou Cone Morse) e a
Munhão Personalizável estabelecido como o polegar sua respectiva marca comercial, bem como a dimensão
sendo diferente dos outros, sendo individualizado (Fi- da plataforma protética. A biomecânica de cada siste-
gura 7). ma influenciará também no índice de soltura e afrou-
Algumas marcas comerciais não têm todos esses xamento de parafusos, que é maior em tipos hexágono
componentes. Para a marca Neodent essa técnica resu- externo6,19 dando prioridade às próteses parafusadas
me-se na técnica dos 3 dedos apenas, pois não fabri- devido à reversibilidade.
cam componente UCLA e torna-se impossível confec- Outros fatores devem ser verificados a seguir (Fi-
Dicas / Tips

ção de Munhões Personalizáveis com UCLA da mesma gura 9):


marca (Figura 8).

88
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
Figura 7 – Os dedos da mão são no- Figura 8 – Abutments (intermediá- Figura 9 – Fatores que devem ser
meados como pilares protéticos de rios) da marca Neodent. verificados para a seleção dos pilares
acordo com as suas características in- protéticos.
dividuais. Minipilar, Pilar Cônico, Mu-
nhão Universal e Munhão Personalizá-
vel são chamados de intermediários.

1. Distância Interoclusal (DIO)


É necessário analisar a distância interoclusal, des- cinta metálica, 1 mm da cinta da prótese, 1 mm de pro-
de a plataforma do implante até o dente antagonista9 fundidade mínima de SPI de margem de segurança6,9,16.
sendo que esse espaço deve comportar o pilar e seu O UCLA pode ter a altura da plataforma do implante
respectivo cilindro calcinável com espaço para aplica- na mesma do tecido gengival sem prejudicar a estética,
ção de material estético (porcelana, metal, zircônia)6,19 desde que utilize zircônia, porém todos os outros pilares
e deve levar em consideração as seguintes medidas precisam ter uma medida de no mínimo 3 mm6. As me-
apresentadas na Figura 10. didas representadas na Figura 11 devem ser respeitadas.
2. Altura do sulco periimplantar vestibular (SPI) 3. Angulação
A profundidade do sulco periimplantar é um fator Em algumas situações clínicas, os implantes foram
primordial em casos de regiões estéticas9, pois está re- instalados em posições tridimensionais não ideais e re-
lacionada com a altura da cinta metálica do pilar inter- querem componentes protéticos que possam corrigir
mediário. Deve-se medir com sonda periodontal a altura esse posicionamento19,16. Para que o orifício de acesso do
entre a plataforma do implante até a margem do tecido implante não fique em área estética vestibular de coroas
gengival vestibular9. A cinta deve ficar distante ou sub- protéticas, pois há existência de percolação nesses casos
gengivalmente no mínimo 1 mm da margem gengival18 (diferença da resina com a cerâmica). Logo, esses casos
e, preferencialmente, em casos anteriores de no mínimo limitam a seleção dos componentes a uma pequena varie-
3 mm, sendo estes distribuídos em 1 mm da altura da dade de componentes protéticos6,9 (Figura 12).

Freitas R, Oliveira AA, Paula PHF, Oliveira Jr MA, Piras FF.

Figura 10 – Medidas de distância in- Figura 11 – Medidas de sulco pe- Figura 12 – Angulações disponíveis
teroclusal que devem ser leva das em riimplantar vestibular que devem ser para cada componente protético.
consideração para cada componente levadas em consideração para cada
protético. pilar protético.

89
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
Minipilares e Munhões Universais são utilizados Geralmente, as próteses parafusadas são as de
para corrigir essas inclinações, sendo possível em 17° e primeira escolha devido ao fator reversibilidade1,4,6,18.
30°. Entretanto, há limitações, aparecimento de cinta Além de proporcionar facilidade nas sessões de contro-
metálica (normalmente 3 mm para 30o e 2 mm para 17o, le, manutenção, reparos e reposicionamentos17. Como
comprometendo a estética), menor resistência devido à vantagens, esse tipo de prótese tem a possibilidade de
impossibilidade de alto valor de torque, podendo causar reproduzir o contorno gengival no pilar, uniformizando
soltura do parafuso. Uma opção para solução dessas li- o sulco16. Entretanto devido à ausência de superfície
mitações é o uso de Munhões Personalizáveis6,18. oclusal íntegra, forças fora do centro do implante po-
dem ser geradas, comprometendo a distribuição des-
4. Verificar se é isolado ou múltiplo sas1,15, bem como aumentando a incidência de falhas
O que determinará se a prótese será de elementos dos componentes18. Apesar de um sistema ter vanta-
isolados (unitários) ou múltiplos é a quantidade e quali- gens e desvantagens sobre o outro, é importante res-
dade dos implantes na área desdentada. A quantidade saltar que não existe um método superior ao outro em
de elementos protéticos será determinada verificando todos os casos9.
a necessidade de se utilizar um implante para cada Quando se preza pela estética, recomenda-se pró-
dente a ser instalado, porém pode-se ter o número de teses cimentadas1,4,6,10,15,18, no entanto uma dificulda-
implantes menores que o de elementos. (Figura 13). de é a remoção dos excessos de cimento no interior
Importante nesta fase é o planejamento reverso, em do sulco peri-implantar1 comprometendo a saúde dos
que já se deve fazer o planejamento da instalação do tecidos nessa região1,4,6, além do medo de que os pila-
implante com auxílio de guia cirúrgico9,18. res possam vir a afrouxar16, parafusos a fraturar e essa
reparação seja mais difícil, podendo ser sinônimo de
5. Cimentada ou parafusada
perca da reabilitação. Outra limitação é a solubilidade
A opção entre confeccionar uma prótese cimen-
do cimento, que pode formar espaços propícios à colo-
tada ou parafusada interferirá na escolha do tipo de
nização bacteriana6
pilar protético16. Deve ser levado em conta o tipo de
As próteses cimentadas recebem carga no longo
conexão protética, reversibilidade, estabilidade mecâ-
eixo do dente, já que não há resina obliterando a en-
nica, oclusão, estética, adaptação marginal, facilidade
trada de parafuso, e assim sobrecarregando menos as
de remoção do agente cimentante1,5,9,18,19. Seguem na
cristas ósseas, sendo este um ponto positivo15,18.
Figura 14, os respectivos tipos de pilares que podem
ser cimentados ou parafusados.

Figura 13 – Determinação do uso de componentes isola- Figura 14 – Determinação do uso de próteses parafusa-
dos ou múltiplos. das ou cimentadas em cada componente protético.

Conclusões SPI, angulação, elemento isolado ou múltiplo e ele-


A escolha e o conhecimento da conexão protética mento cimentado ou aparafusado.
estão relacionados à longevidade e ao sucesso do tra- A técnica dos 5 dedos desmistifica essa seleção,
balho protético reabilitador. tornando-a mais clara, simples e objetiva para o cirur-
Dicas / Tips

O cirurgião dentista deverá estar atento aos crité- gião-dentista, visando o sucesso das reabilitações pro-
rios para correta seleção dos pilares protéticos: DIO, téticas implantorretidas.

90
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
Referências
1. Almeida EO, Freitas Junior AC, Pellizzer EP. Restaurações
Cimentadas versus parafusadas: parâmetros para a seleção
em prótese sobre implante. Innov. Implant J. 2006 Mai; 1(1).
2. Carvalho NB, Gonçalves SLMB, Guerra CMF, Carreiro AFP.
Planejamento em Implantodia: uma visão contemporânea.
Rev. cir. traumatol. Buco-maxilo-fac, Camaragibe. 2016
Dez; 6(4):17-22.
3. Coelho AB, Telles D. Intermediários e componentes protéti-
cos. In: Telles D, Coelho AB. Prótese sobre implantes.com.
Rio de Janeiro. 2006; 3(1): 34-65.
4. Fernandes Neto AJ, Neves FD, Prado CJ. Prótese implantada
cimentada versus cimentada: a importância da seleção do
intermediário. Robrac. 2002; 11(31):22-26.
5. Freitas R, Oliveira JL, Almeida IRAA, Maia BGF. Parafusar ou
cimentar: qual a melhor opção para as próteses implanto
suportadas. Implant. News. 2007; 4(2),255-60.
6. Freitas R, Oliveira JLG, Martins LM, Almeida Júnior AA, Oli-
veira PCG. Implantes Integrados. São Paulo: Santos. 2009.
7. Freitas R, Barreto I, Barros JPC; Gomes R; Campos Jr MA;
Carvalho, CAR. Procedimentos laboratoriais na confecção
de prótese sobre implante utilizando o sistema tubo-para-
fuso. Full Dent Sci. 2013; 4(16):564-571.
8. Freitas R, Maia P, Manfrin TM, Araujo RI, Gallardo DAP,
Amaral RM, Jourdan MR, Catalan Ca. Cone Morse com In-
dexador (index) – A evolução do cone morse. Innov. Implant
J Biomater Esthet. 2014; 8(1):37-43.
9. Freitas R, Siqueira JTS, Nunes NB, Araujo RISA, Amaral RMA,
Oliveira Júnior MA. Planejamento intelectual da seleção de
pilares protéticos na reabilitação implantorretida. Full Dent
Sci. 2014; 5(19):454-641.
10. Hebel KS, Gajjar RC. Cemented retained versus screw re-
tained implants restorations: achieving optimal occlusion
and esthetics in implant dentistry. J Prosthet Dent. 1997;
77:28-35.
11. Krishnan V, Tony Thomas C, Sabu I. Management of abut-
ment screw lossening: review of literature and report of a
case. J Indian Prosthodont Soc. 2014 Set; 14(3):208-14.
12. Lewis SG, LLAMAS D, AVERA S. The UCLA Abutment: a four
year review. J Prosthet Dent. 1992; 67(4):509-515.
13. Lima JFM, Costa MD, Neto LAO, Freitas R. Alternativa para
resolução protética de reabilitação oral utilizando parafusa-
mento lateral como mecanismo de retenção da prótese fixa
sobre implante: Relato de caso clínico. Full Dent Sci. 2011;
2(7):277-82.
14. Mendes DP. Quando e porque utilizar pilares intermediários
ou abutments UCLA em próteses aparafusadas sobre im-
plantes. Belo Horizonte. 2011.
15. Mish CE. Prótese sobre implantes. São Paulo: Santos. 2006.
16. Neves FD das, Fernandes Neto AJ, Barbosa GAS, Simamoto
Júnior PC. Suggestion of evaluation sequence to the deter-
mination of the abutment in implanted fixed prostheses/
cimented and screwed. PCL, 2003; 5(28):535-48.
17. Rocha PV. Pergunte ao especialista: De que maneira o sis-
tema cone morse pode facilitar a vida do clínico. Prótese Freitas R, Oliveira AA, Paula PHF, Oliveira Jr MA, Piras FF.
News. 2014; 1(2):237-40.
18. Scur ER, Pereira JR, Sanada JT. Próteses dentárias implantos-
suportadas parafusadas e cimentadas: revisão de literatura.
Dent Press Implantol. 2013 Abr/Jun; 7(2):39-48.
19. Zavanelli RA, Magalhães JB, Paula WN, Zavanelli AC. Cri-
térios e Orientações para a seleção de pilares intermediá-
rios em Implantodontia. In: Associação Brasileira de Odon-
tologia; Pinto T, Neves FD, Riesco MG (Org.) Pro-odonto
Implante e Periodontia Programa de Atualização em Im-
plantodontia e Periodontia: Ciclo 9. Porto Alegre: Artmed
Panamericana. 2015; 9-47.

Como citar este artigo:


Freitas R, Oliveira AA, Paula PHF, Oliveira Jr MA, Piras FF. Técnica dos 5
dedos – desmistificando a seleção dos pilares protéticos nas próteses im-
planto retidas. Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.
DOI: 10.24077/2017;933-8591.

91
Full Dent. Sci. 2017; 9(33):85-91.

View publication stats

Você também pode gostar