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All content following this page was uploaded by Regis Samot Anderes Dzievieski on 17 November 2018.
Resumo
Dentre as anomalias dentárias tratadas pelos ortodontistas, a Classe II tem grande preva-
lência. Aspectos importantes no seu diagnóstico e planos de tratamentos devem ser conside-
rados, idade, severidade e colaboração do paciente. Vários mecanismos de distalização de mo-
lares são descritos na literatura, o aparelho extrabucal, elásticos intermaxilares e distalizadores
intrabucais. O uso de mini-implante tem sido um importante auxiliar na distalização de mola-
res. Este artigo relatou um caso clínico detalhando os passos para instalação, procedimentos
cirúrgicos, indicações, cuidados com a higiene e complicações mais frequentes na utilização
de mini-implantes. Foi utilizado um mini-implante na região entre pré-molar e molar, e os re-
sultados foram satisfatórios com finalização dentro dos padrões de normalidade ortodôntica.
Descritores: Ortodontia, má oclusão de Angle Classe II, movimentação dentária.
Abstract
Among the dental anomalies treated by orthodontists, the Class II has a high prevalence.
Important aspects in the diagnosis and treatment plans should be considered, age, severity
and cooperation of the patient. Several features, mechanical distal movement of molars are
described in the literature, including the headgear, intermaxillary elastics and intraoral distal-
ization. The use of mini-implants has been an important aid in the distal movement of molars.
In this article we seek to report a case detailing the steps for installation, surgical procedures,
indications, care with hygiene and more frequent complications in the use of mini-implants.
A mini-implant was used in the region between premolar and molar, and the results were
1
CD, Aluno do curso de Pós-Graduação em Ortodontia – CESCAGE.
2
Professor Convidado do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia – CESCAGE.
3
Doutor em Ortodontia – CPO/SLMANDIC, Coordenador de Pós-Graduação em Ortodontia – CESCAGE.
4
Mestre em Odontologia – PUCPR, Coordenador de Pós-Graduação em Ortodontia – CESCAGE.
Introdução e revisão de literatura para cada caso, sistemas que ocupem menor volume
na cavidade bucal, menores custos, favoreçam a higie-
A má oclusão de Classe II é a anomalia dentária nização, simples na instalação e remoção e que sejam
de maior prevalência tratada pelos ortodontistas, e eficientes sob o aspecto biomecânico, sem necessidade
aspectos importantes no seu diagnóstico e planos de da colaboração do paciente para sua execução.
tratamento devem ser considerados, determinando se Estes aspectos podem colaborar para que o orto-
a Classe II é dentária ou esquelética, e ainda, se o pro- dontista utilize cada vez mais o recurso dos MIs como
blema tem origem na maxila, mandíbula ou em am- ancoragem, permitindo controle e reduzindo o período
bas26. A distalização de molares tem se mostrado uma de tratamento sem a necessidade da colaboração do
excelente estratégia para tratar casos sem extração e paciente, tornando-se um benefício para a finalização
consiste no movimento distal dos molares superiores, o de casos.
movimento anterior do arco inferior ou a combinação Desde os primórdios da especialidade, a ancora-
de ambos23. gem ortodôntica tem sido motivo de preocupação para
Na literatura existem inúmeras técnicas de dista- os ortodontistas. Há duas décadas, surgiu um novo
lização, dentre elas, destacam-se os aparelhos extra- conceito de ancoragem em Ortodontia, denominado
bucais, intrabucais. Como exemplo: Jones Jig16, Pendu- ancoragem esquelética, MI foram introduzidos na clíni-
lum, Distal Jet5 e Pendex1. ca ortodôntica com o propósito de servir de ancoragem
Alguns distalizadores removíveis, como o AEB, po- e mostraram-se bastante promissores9. Com o tempo
dem tornar-se ineficientes quando não há colaboração pesquisadores empolgados com os resultados e com a
do paciente, quando isto acontece, os resultados ficam possibilidade de ancoragem máxima sem efeitos cola-
comprometidos, surgindo efeitos indesejados nas uni- terais ajudaram a desenvolver o que conhecemos como
dades de ancoragem e comprometendo a estética. MI9,11,13,22.
Dentro do conceito, o controle de ancoragem é A utilização de MI como ancoragem pode contri-
de suma importância para o tratamento ortodôntico, buir de forma valiosa, além de anular os efeitos cola-
buscamos pela ancoragem absoluta. Nos últimos anos, terais indesejáveis obtidos com a tração extraoral, ou
tornou-se possível realizar movimentos de distalização aparelhos intraorais e a necessidade de colaboração do
com parafusos de diâmetro e comprimento reduzidos, paciente12. Sem risco de movimentação recíproca da
denominados mini-implantes (MI). Os MIs são consi- unidade ativa como reação à ação de forças6,21, simpli-
derados dispositivos temporários de ancoragem, são fica a mecânica ortodôntica, fornece maior previsibili-
confeccionados em liga metálica com grau de pureza dade ao resultado do tratamento, proporciona maior
V e não há o processo de osseointegração. Assim, são conforto e estética ao paciente, reduz o tempo de tra-
classificados como ancoragem absoluta, com a vanta- tamento e possibilita a correção de casos com perdas
gem de serem removidos no momento desejado. Com dentárias4,14,25,27.
isso, vêm surgindo na literatura pesquisas descrevendo Sendo uma nova opção de ancoragem absoluta, os
melhor os efeitos e os benefícios dos diferentes siste- MIs estão indicados para inúmeras aplicações clínicas,
mas distalizadores ancorados em MI. tais como na correção de assimetrias dentoalveolares25;
Segundo Consolaro et al.7 (2008), para evitar uma necessidade de ancoragem máxima; não colaborado-
sobrecarga, a força inicial deve ser entre 150 e 200g, res; ancoragem comprometida por número reduzido
mensurada com o dinamômetro. Podendo essa força de elementos dentários12; movimentação dentária pré-
ser aumentada gradualmente até 350g, relevando-se -protética em pacientes com dentição mutilada; rea-
sempre a qualidade do osso, como a espessura da cor- bsorção radicular ou sequelas de doença periodontal;
tical e a densidade óssea. movimentos dentários considerados complexos para os
Ainda segundo o mesmo autor, pode ocorrer a tratamentos convencionais (por ex.: intrusão de mola-
osseointegração, dificultando a sua remoção e aumen- res e casos assimétricos)3,6,15,18. Para pacientes adultos
tando o risco de fratura do mesmo. Em áreas de osso ou adolescentes, existe a indicação do uso de apare-
pouco denso e corticais finas será necessária a osseoin- lho extrabucal para distalizar molares superiores, tanto
tegração, para estes casos, a liga de titânio utilizada para más oclusões de Classe II como Classe III comple-
tem grau de pureza IV, para aumentar a superfície de tas, essas indicações podem ser substituídas pelo uso
contato ela sofre ataque ácido duplo7. do MI4,14,27.
Relato de caso | Case report
Após a distalização e correção da relação molar, Pacientes que não podem ser submetidos à inter-
inicia-se a retração dos dentes anteriores. A ancoragem venção cirúrgica estão contraindicados, pois apresen-
pode ser realizada indiretamente com a estabilização tam determinados distúrbios metabólicos, como diabe-
do MI à barra transpalatina, utilizando fio de amarrilho te juvenil (tipo 1), distúrbios hematológicos (anemia),
ou até mesmo elástico corrente19. leucopenia (baixa imunidade), leucócitos (defesa redu-
É importante que o ortodontista tenha subsídios zida), portadores de distúrbios ósseos locais e sistêmi-
científicos para selecionar os sistemas mais adequados cos que estão sob tratamento de radioterapia, higiene
3
oral deficiente, presença de espaço insuficiente entre causa inflamatória, os cementoblastos vizinhos reco-
as raízes e pacientes grávidas18. brem novamente a superfície lesada, promovendo nova
A má oclusão Classe II pode ser corrigida de di- deposição de cemento e reinserção de fibras periodon-
versas formas, dependendo da severidade, da idade e tais. Se houver tempo para ocorrer a reabsorção radi-
nível de colaboração do paciente. A ancoragem esque- cular, ela será pequena. Isto ocorre porque a área está
lética com MI tem sido um importante auxiliar na dista- livre de bactérias que, quando presentes, prolongam a
lização de molares, considerado um movimento orto- inflamação indefinidamente, portanto, se o mesmo for
dôntico de complexidade para os sistemas tradicionais removido novo cemento tende a ser depositado7.
de ancoragem18,20. Estas evidências suportam a recomendação: du-
Os MIs são capazes de oferecer ancoragem sufi- rante a colocação dos MIs autoperfurantes, quando
ciente para distalizar todo o arco superior com eficiên- estes tocarem ou resvalarem na superfície radicular, o
cia, principalmente os molares no tratamento das más melhor a se fazer é removê-los e redirecioná-los ou,
oclusões de Classe II20. ainda, replanejá-los, fazendo acompanhamento radio-
Recentemente, com o intuito de descrever a utili- gráfico por até 12 semanas7.
zação de MI na forma de ancoragem e para distaliza- Alguns autores sugerem, para a distalização de
ção de molares superiores e inferiores como dispositi- molares, a utilização de um MI na rafe palatina me-
vos temporários de ancoragem, muitas pesquisas vêm diana, com a aplicação de força através de uma barra
surgindo na literatura4,14,25,26,27. transpalatina2,18.
Deve-se limitar o uso de anestésicos locais infiltra- Da mesma forma que é possível atuar em apenas
tivos, aplicar uma pequena quantidade apenas na área um arco isoladamente, é possível realizar a distaliza-
gengival para possibilitar que o paciente tenha sensi- ção unilateral em grupo, sem efeitos no hemiarco não
bilidade no ligamento periodontal (LPD) e polpa, con- afetado, corrigindo simultaneamente a relação molar e
tudo, o paciente terá a capacidade de informar se está a linha média. Outra grande vantagem da distalização
sentindo algo, isso pode ser um sinal de que o MI esteja molar com MI é o controle do plano mandibular, deter-
próximo à raiz do dente, e o profissional possa, dessa minado pela posição vertical do implante que permite
forma, tomar os passos necessários para reposicionar o incorporar um componente intrusivo, quando neces-
MI ou até mesmo removê-lo. sário25.
Outra opção é usar apenas anestésicos tópicos - Para o sucesso na técnica depende de alguns pon-
Oraqix (Dentsply Pharmaceutical, York, PA, EUA), um tos: seleção do local adequado, distância ou proximida-
anestésico tópico de grande poder8. de das raízes, espessura da cortical óssea, anatomia da
Distalização de molar superior se encaixa para o gengiva, qualidade e/ou densidade óssea, habilidade
paciente que, durante o tratamento, teve perda de an- do cirurgião, condição do paciente, estabilidade inicial
coragem e ainda há necessidade de distalização14,17,24. e higiene bucal7.
Para esse caso, a localização da instalação seria um Há a seguinte fórmula para se calcular a área de
problema, uma vez que os MIs são posicionados entre contato superficial: (2) x (π) x (raio) x (altura). Supondo
raízes. Uma boa opção seria instalar entre o 2º pré- que sejam colocados MI em um osso cortical com 1,5
-molar e o 1º molar, mediante a utilização de sliding mm de espessura e seus diâmetros de 1,2 mm, 1,5 mm
jigs ou molas abertas para transferir a força para uma e 1,8 mm, eles teriam as seguintes áreas de superfície8:
região mais posterior. Este método é indicado para ca- » 1,2 mm = 5,65 mm2 de área superficial;
sos onde é possível fazer o alinhamento e nivelamen- » 1,5 mm = 7,07 mm2 de área superficial ou 125%
to prévio ao início da distalização, pois será necessá- de 1,2 mm de diâmetro;
rio o fio ortodôntico principal como guia para evitar » 1,8 mm = 8,487 mm2 de área superficial ou
o giro dos molares para distal. Segundo Araújo et al.2 150% de 1,2 mm de diâmetro.
(2006),2,12,18,19,20 pode ser utilizado para distalizações Durante a distalização, os dentes anteriores ten-
uni ou bilaterais. Recomenda-se que, nesses casos, se- dem a protruir e mais tarde precisam ser retraídos em
jam extraídos os terceiros molares para que haja menor direção aos molares distalizados, o que pode gerar o
resistência14. movimento dessas unidades para anterior, prejudican-
Segundo Consolaro et al.7 (2008), quando ocorre do o resultado do tratamento23.
o contato do MI na superfície radicular, pode ocorrer a No tratamento ortodôntico da Classe II sem extra-
eliminação dos cementoblastos e as fibras de Sharpey ções, é necessário o movimento do arco superior para
e inicia-se uma reabsorção no local. Toda reabsorção distal, o movimento anterior do arco inferior ou a com-
radicular pode ser iniciada pela remoção dos cemen- binação de ambos26. Na maioria das vezes, a distaliza-
toblastos, mas, para manter-se por semanas, meses ção dos dentes superiores é mais frequente do que a
ou indefinidamente, requer mediadores no local, os mesialização dos dentes inferiores devido à remodela-
mesmos do estresse celular e do processo inflamatório. ção da cortical vestibular óssea ser limitada na região
Quando os mediadores desaparecem, pela remoção da dos incisivos inferiores23.
4
No final dos anos 50, a exodontia dos segundos Já as principais desvantagens descritas são12:
molares permanentes surgiu como uma abordagem - Possível acometimento de nervos e vasos sanguí-
para o tratamento da má oclusão de Classe II (Reid, neos no ato cirúrgico;
1957; Tuley, 1959; Chipman, 1961) . A exodontia de - Irritação da mucosa e hiperplasia gengival devido
molares permanentes oferece a possibilidade de se à má higiene oral;
aproveitar apenas o espaço necessário, sem a preocu- - Possível fratura do mini-implante no momento da
pação de fechar o espaço restante, diminuindo tam- inserção devido ao excesso de força;
bém o trespasse vertical anterior (Reid, 1957; Wates & - Tendência a sofrer pequena inclinação em rela-
Harris, 2001) . ção ao seu eixo no sentido da aplicação da forca;
Para realizar a instalação de MI, existe uma técnica - Incapacidade de resistir às forças de rotação;
radiográfica mais indicada, técnica de Clark. - Aproximação com a superfície radicular que pode
Princípio da paralaxe: ao examinar dois objetos se- ser tocada durante sua inserção, movimentação e
melhantes que se encontram em linha reta, o objeto afrouxamento do MI, cobertura do parafuso pela gen-
mais próximo até certo ponto encobrirá o mais distan- giva adjacente;
te. Se o observador deslocar-se para a direita ou para - Osseointegração;
a esquerda, um dos objetos (mais próximos) deslocará - Mucosite;
em direção contrária e o outro (mais distante) acompa- - Contaminação;
nhará a direção do desvio executado. - Fraturas.
2 3 4
Figuras 2-4 – Fotografias da face – iniciais. 2) Perfil. 3) Frontal. 4) Sorrindo.
5 6 7
6
8 9
Figura 5-9 – Fotografias intrabucais – iniciais. 5) Intraoral direita. 6) Intraoral frontal. 7) Intraoral esquerda. 8) Oclusal superior. 9)
Oclusal inferior.
- Consulta 3: Cimentação das bandas superiores, 19 x 25 e ativando o cursor com maior pressão pra
dentes 16 e 26 e manutenção com fio de aço 0,14; distalização (Figura 15);
- Consulta 4: Cimentação das bandas superiores - Consulta 18: Manutenção com o uso do fio aço
17 e 27, manutenção com o uso do fio de aço 0,16, 19 x 25 e ativando o cursor;
mola helicoidal no próprio arco; - Consulta 19: Manutenção com o uso do fio aço
- Consulta 5: Cimentação das bandas inferiores, 19 x 25, molar distalizado e travado fazendo distaliza-
dentes 36 e 46 e manutenção com fio de aço 0,16 ção de pré-molares;
(Figura 12); - Consulta 20: Manutenção com o uso do fio aço
- Consulta 6: Manutenção com o uso do fio aço 19 x 25, molar distalizado e travado fazendo distaliza-
0,16 e realização de radiografias iniciais do local a ser ção de pré-molares (Figura 16);
instalado o mini-implante; - Consulta 21: Manutenção com o uso do fio aço 19
- Consulta 7: Manutenção com o uso do fio aço x 25, molar distalizado e travado, fazendo distalização dos
0,16; caninos com uso de elásticos de Classe II 3/16 pesado;
- Consulta 8: Cimentação das bandas 37 e 47, ma- - Consulta 22: Manutenção com o uso do fio aço
nutenção com o uso do fio aço 0,18; 19 x 25, molar distalizado e travado fazendo distaliza-
- Consulta 9: Caninos em posição, instalação do ção dos caninos com uso de elásticos de Classe II 3/16
mini-implante, manutenção com o uso do fio aço 0,18 pesado;
(Figura 13); - Consulta 23: Manutenção com o uso do fio aço
- Consulta 10: Manutenção com o uso do fio aço 19 x 25, molar distalizado e travado fazendo distaliza-
0,20 superior e inferior; ção da bateria anterior com travamento de molares e
- Consulta 11: Manutenção com o uso do fio aço pré-molares e caninos com uso de corrente e de elásti-
0,20 (paciente encaminhado para fazer a remoção dos cos de Classe II 3/16 pesado (Figura 17);
3° molares na própria instituição CESCAGE pelo aper- - Consulta 24: Manutenção com o uso do fio aço
feiçoamento de cirurgia oral menor, sem custo); 19 x 25, com uso de corrente, uso de elásticos de in-
- Consulta 12: Manutenção com o uso do fio aço tercuspidação 3/16 em triangulo invertido em ambos
0,20; os lados;
- Consulta 13: Manutenção com o uso do fio aço - Consulta 25: Manutenção com o uso do fio aço
0,20 e distalização dos molares com utilização de um 19 x 25 superior e inferior, com uso de corrente, ajuste
cursor (Figura 14); oclusal pra melhorar o encaixe das cúspides dos mola-
- Consulta 14: Manutenção com o uso do fio aço res e pré-molares;
0,20 e ativado novamente o cursor; - Consulta 26: Moldagens pra contenção;
- Consulta 15: Manutenção com o uso do fio aço - Consulta 27: Removido aparelho e instalada con-
19 x 25 superior e inferior e ativando o cursor; tenção fixa 3x3 inferior e aparelho removível superior,
- Consulta 16: Manutenção com o uso do fio aço realização de fotografias finais (Figuras 18 e 19);
19 x 25 e ativando o cursor; - Consulta 28: Acompanhamento da contenção
- Consulta 17: Manutenção com o uso do fio aço (Figura 20).
Figura 12 – Cimentação das bandas inferiores, mola helicoidal. Figura 13 – Colocação do mini-implante.
8
Resultados do tratamento
Comparando os exames ortodônticos iniciais e
finais do paciente, observa-se resultados compatíveis
com os objetivos propostos.
A colaboração do paciente foi fundamental para
que a conclusão do seu tratamento tivesse um tempo
reduzido, totalizando 27 meses de tratamento orto-
Relato de caso | Case report
dôntico.
Apesar de não ter se submetido a nenhum trata-
mento cirúrgico, além das extrações de terceiros mola-
res, sua aparência facial foi beneficiada, houve melho-
ra no perfil, atingindo um perfil facial reto. Também
houve melhora na postura dos lábios e linha média,
Figura 20 – Acompanhamento da contenção. principalmente durante o sorriso (Figura 21).
9
Os molares superiores foram distalizados para uma malidade, caninos e molares em Classe 1 (Tabela 2).
relação de Classe I com como os caninos, correção da A oclusão final mostrou bom relacionamento en-
sobremordida. tre as arcadas, as quais proporcionaram um equilíbrio
Cefalometricamente, alterações dentárias signifi- funcional e movimentos excursivos da mandíbula sem
cativas foram observadas (Figura 22). interferências, além de boa estética fácil e do sorriso.
Como era esperado, em um tratamento ortodônti- Após a remoção do aparelho houve pequena reci-
co de compensação, pode ser notada uma discreta re- diva mesmo com o emprego de contenção fixa higiêni-
troinclinação dos incisivos superiores (1.NA= 30,59°) e ca inferior de canino a canino e contenção de Hawley
vestibularização dos incisivos inferiores (1.NB= 41,02°). superior removível.
Porém, a finalização ficou dentro dos padrões de nor-
efeitos colaterais indesejados dos demais dispositivos va incomparável para a terapia ortodôntica estética. Marin-
gá: Dental Press Editora. 2012; 343-376.
distalizadores, redução do tempo de tratamento, dis-
20. Marigo G, Marigo M. Tratamento da Classe II, divisão 1,
pensa passos laboratoriais, elimina a necessidade de com auxílio de ancoragem esquelética - relato de caso. Or-
colaboração do paciente, apresenta baixo custo e faci- thodontic Science And Practice, São José dos Pinhais. 2012;
5(19):416-423.
lidade de higienização. Com estes conhecimentos será
21. Padovan LEM, Thomé G, Melo ACM, Assis DSFR, Souza
possível incorporar, com confiança, o uso do MI em PCU. Utilização de microimplantes como ancoragem or-
sua prática diária, obtendo os inúmeros benefícios que todôntica no tratamento das más oclusões. Impant News.
2006 mar/abr; 3(2):163-166.
11
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chorage for treatment of skeletal Class I bialveolar protru-
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