Você está na página 1de 32

FACULDADE SETE LAGOAS – FACSETE

Gustavo Dias Granero

CAUSAS E EFEITOS DO BRUXISMO EM PACIENTES REABILITADOS COM


IMPLANTES ÓSSEO-INTEGRADOS

SÃO PAULO
2021
Gustavo Dias Granero

CAUSAS E EFEITOS DO BRUXISMO EM PACIENTES REABILITADOS COM


IMPLANTES ÓSSEO-INTEGRADOS

Monografia apresentada ao Curso de


Especialização Lato Sensu da Faculdade Sete
Lagoas – FACSETE, como requisito parcial
para a conclusão do Curso de especialização
em Implantodontia.
Orientador: Prof. Dr. Dario Paterno Jr.

SÃO PAULO
2021
FACULDADE SETE LAGOAS-FACSETE

Monografia intitulada “Causas e efeitos do bruxismo em pacientes reabilitados


com implantes ósseo-integrados” de autoria do aluno Gustavo Dias Granero,
aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:

_______________________________________________
Prof. Orientador

_______________________________________________
Prof. Examinador(a)

_______________________________________________
Prof. Examinador(a)

SÃO PAULO

2021
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho com muito carinho aos meus pais, Idelmo Granero e
Rosângela Moroni Dias Granero.
AGRADECIMENTOS

De imediato a Deus, por ter me proporcionado condições e saúde para


realizar o meu sonho.

A minha família por toda dedicação e paciência contribuindo diretamente


para que eu pudesse concluir o curso que tanto almejei.

Em especial ao meu orientador Prof. Dário Paterno e aos demais


professores do Curso de Especialização em Implantodontia que sempre estiveram
dispostos a ajudar e contribuir para um melhor aprendizado.

A NEO (Núcleo de Estudos Odontológicos) por ter me dado a chance e


todas as ferramentas que me permitiram chegar ao final desse ciclo de maneira
satisfatória.
RESUMO

O hábito parafuncional conhecido como bruxismo foi um tópico muito discutido e


estudado na Odontologia no decorrer dos anos, onde sempre houve um
questionamento se o mesmo é um fator de risco para pacientes reabilitados com
implantes ósseointegrados. Este assunto se tornou muito controverso, onde alguns
autores citaram que o bruxismo pode causar a perda do implante, danos aos tecidos
periimplantares e nas próteses instaladas e outros falharam ao tentar encontrar uma
resposta semelhante. Existem evidências de que o bruxismo prejudica a
ósseointegração e causa muitos problemas como fratura do material da prótese, do
pilar e/ou do parafuso e pode causar até a perda do implante, destruindo os tecidos
periodontais. Procedimentos clínicos para o controle do bruxismo estão sendo cada
vez mais praticados, como placas oclusais, aplicação de toxina botulínica,
laserterapia, fisioterapia e até medicações, o que eventualmente corrobora para uma
maior longevidade dos implantes e das próteses instaladas sobre implantes.

Palavras-chave: bruxismo; implante; oclusão; hábito parafuncional.


ABSTRACT

The parafunctional habit known as bruxism has been a much discussed and studied
topic in dentistry over the years, where there has always been a question as to
whether it is a risk factor for patients rehabilitated with osseointegrated implants. This
issue has become very controversial, where some authors have cited that bruxism
can cause implant loss, damage to peri-implant tissues and prostheses, and others
have failed to find a similar answer. There is evidence that bruxism impairs
osseointegration and causes many problems such as fracture of the prosthesis
material, abutment and / or screw and can even cause implant loss, destroying
periodontal tissues. Clinical procedures for the control of bruxism are increasingly
being practiced, such as occlusal plaques, botulinum toxin application, laser,
physiotherapy and even medications, which certainly corroborates the longevity of
implants and implants.

Palavras-chave: bruxism; implant; oclussion; parafunctional habit.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8

2 PROPOSIÇÃO.................................................................................................. 10

3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 11


3.1 Bruxismo (Definição e Diagnóstico) ............................................................. 11
3.2 Etiologia do Bruxismo .................................................................................... 12
3.3 Bruxismo e Implantes Dentários ................................................................... 12

4 DISCUSSÃO..................................................................................................... 26

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 29
8

1 INTRODUÇÃO

Em 2013, o bruxismo foi definido como um hábito parafuncional de


movimento do sistema mastigatório caracterizado, entre outros, por ranger e apertar
os dentes, durante o sono, bem como quando a pessoa está acordada (BASIC;
MEHULIC, 2004). Esta parafunção pode provocar um aumento nas forças
musculares, causando sobrecargas que podem levar a disfunções
temporomandibulares, problemas periodontais, desgaste dos dentes e falha de
restaurações em dentes naturais e implantes dentários (OKESON, 1996; THORPY,
1990).
Atualmente, devido ao crescente número de reabilitações dentárias com o
uso de implantes ósseointegrados, é previsível que o número de complicações
associadas a esses também aumente. Nas últimas décadas, o bruxismo tem sido
estudado extensivamente, e muitos trabalhos de pesquisa e revisão foram
publicados buscando uma afirmação se o bruxismo é realmente um fator de risco
para implantes dentários.
As complicações do complexo implante-prótese podem ser biológicas ou
técnicas (LOBBEZOO et al., 2006). As complicações biológicas afetam os tecidos
periimplantares, e são definidas e mensuradas por profundidade, sangramento e/ou
supuração a sondagem e perda óssea marginal ao longo do tempo (PJETURSSON
et al., 2007). As complicações técnicas afetam a integridade mecânica do implante e
seus componentes protéticos, podendo ser definidas como: fratura do implante ou
fratura de componentes da prótese, como fratura do pilar, afrouxamento do parafuso
ou fraturas da cerâmica; ou também, perda de retenção da prótese, perda da
vedação do orifício do parafuso ou fratura do material de revestimento (HEITZ-
MAYFIELD et al., 2014).
Embora o bruxismo seja considerado um fator crítico no sucesso do
implante, não há prova científica de que o mesmo é uma contra-indicação definitiva
para tratamento com implantes, desde que seja dada a devida atenção a fatores de
controle (LOBBEZOO et al., 2006, MISCH, 2002).
Há dois pensamentos entre os pesquisadores sobre o efeito do bruxismo
nos implantes dentários. Um pensamento é que o próprio hábito é suficiente para
causar falhas a longo prazo, enquanto o segundo pensamento é de que o bruxismo
é um termo amplo e existem diferentes etiologias e atividades motoras por trás dele.
9

Em um estudo sobre desgaste oclusal, perda óssea e índices periodontais, não


foram encontradas perdas ósseas ao redor dos implantes dentários (ENGEL;
WEBER, 1995).
O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão na literatura pertinente
sobre a associação entre o bruxismo e o risco de falha dos implantes e próteses
sobre implantes, bem como complicações, taxa de sucesso e longevidade.
10

2 PROPOSIÇÃO

Muito se discute atualmente sobre se o bruxismo é realmente um fator de


risco para o sucesso de implantes dentários. A proposta desta revisão de literatura é
de investigar os possíveis riscos e efeitos do bruxismo em tratamentos realizados
com implantes dentários.
Tema contemporâneo deve ser olhado sob a ótica de uma busca
constante por melhores e mais longevos resultados.
11

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Bruxismo (Definição e Diagnóstico)

Em 2013, houve um consenso sobre a definição de bruxismo onde o


definiram o mesmo como uma atividade muscular mastigatória repetitiva,
caracterizada por apertar ou ranger os dentes e / ou apoiar e empurrar a mandíbula,
podendo ocorrer durante o sono (bruxismo do sono) ou acorado (bruxismo em
vigília). Além disso, foi proposto um sistema de classificação para determinar a
probabilidade de que uma determinada avaliação do bruxismo realmente produza
um resultado válido. Mais recentemente, em 2018, discutiram a necessidade de um
consenso atualizado com os seguintes objetivos: (i) esclarecer melhor a definição de
2013 e desenvolver definições separadas para o sono e o bruxismo em vigília; (ii)
determinar se o bruxismo é um distúrbio e não um comportamento que pode ser um
fator de risco para certas condições clínicas; (iii) reexaminar o sistema de
classificação de 2013; e (iv) desenvolver uma agenda de pesquisa. Concluiu-se que:
(i) São atividades musculares mastigatórias que ocorrem durante o sono
(caracterizadas como rítmicas ou não-rítmicas) e vigília (caracterizadas por contato
repetitivo ou sustentado com os dentes e / ou apoio ou empuxo da mandíbula),
respectivamente; (ii) em indivíduos saudáveis, o bruxismo não deve ser considerado
um distúrbio, mas um comportamento que pode ser um fator de risco (e / ou protetor)
para certas consequências clínicas; (iii) abordagens não instrumentais
(notavelmente autos-relatos) e abordagens instrumentais (notavelmente
eletromiografia) podem ser empregadas para avaliar o bruxismo; e (iv) pontos de
corte padrão para estabelecer a presença ou ausência de bruxismo não devem ser
utilizados em indivíduos saudáveis; em vez disso, as atividades musculares
mastigatórias relacionadas ao bruxismo devem ser avaliadas pelo comportamento
contínuo.
Um sistema de classificação para o diagnóstico do bruxismo foi sugerido,
onde foi dividido em três tópicos, os quais são "possível", “provável” e “definitivo”. O
bruxismo "possível" deve se basear em autorrelato, por meio de questionários e / ou
do sistema anamnésico. O Bruxismo “provável” deve ser basear em autorrelato mais
a parte de inspeção de um exame clínico. O Bruxismo “definitivo” deve ser basear no
12

autorrelato, exame clínico e gravação polissonográfica, de preferência junto com


gravações de áudio / vídeo (LOBBEZOO et al., 2013).
3.2 Etiologia do Bruxismo

Os fatores que podem desempenhar um papel na etiologia do bruxismo


podem ser divididos em três categorias: morfológicas, fisiopatológicas e fatores
psicossociais.
Tudo que já foi publicado na literatura até agora sobre a etiologia do
bruxismo é difícil de se interpretar. Em parte, isso se deve ao persistente desacordo
sobre a definição e diagnóstico desse distúrbio. No entanto, há um consenso geral
sobre os fatores multifatoriais da etiologia do bruxismo. No passado, fatores
morfológicos, como discrepâncias oclusais e desvios na anatomia dos ossos da
região orofacial, eram consideradas os principais fatores causadores do bruxismo.
Hoje em dia, pensa-se que esses fatores desempenham apenas um pequeno papel
(fatores oclusais). O foco recente é mais sobre os fatores fisiopatológicos. Por
exemplo, o bruxismo foi sugerido como sendo parte de uma resposta de excitação
do sono, o evento motor oral precedendo ou seguindo a excitação. Além do que, o
bruxismo parece ser modulado por vários neurotransmissores no sistema nervoso
central (dopaminérgico). Além disso, fatores como medicamentos, drogas (ilícitas),
genética, trauma e doenças neurológicas e psiquiátricas podem estar envolvidas na
etiologia do bruxismo. Fatores psicosociais como estresse e personalidade também
são frequentemente mencionados em relação ao bruxismo. Contudo, as pesquisas
realizadas sobre esses fatores chegaram a resultados ambíguos e necessitam de
mais atenção, sendo que o bruxismo parece ser regulado principalmente pelo
sistema central, e não periférico (LOBBEZOO et al., 2006).

3.3 Bruxismo e Implantes Dentários

O Bruxismo é geralmente considerado uma contra-indicação para


implantes dentários, embora a evidência para isso seja geralmente baseada apenas
na experiência clínica. Estudos sobre a possível relação de causa e efeito entre
bruxismo e falha do implante não produzem resultados consistentes e específicos.
Isso se deve em parte à grande variação na literatura em termos de aspectos
técnicos e biológicos do material de estudo. Embora ainda não haja provas da
13

sugestão de que o bruxismo cause sobrecarga de implantes dentários e de suas


supra-estruturas, recomenda-se uma abordagem cuidadosa. Existem algumas
orientações práticas para minimizar a chance de falha do implante, além da
recomendação de reduzir ou eliminar o próprio bruxismo, essas diretrizes referem-se
ao número e dimensões dos implantes, ao desenho dos padrões de oclusão e
articulação e à proteção do resultado final com uma placa de estabilização oclusal
rígida (LOBBEZOO et al., 2006).
Tosun, Karabuda e Cuhadaroglu (2003) realizaram um estudo com o
objetivo de utilizar uma análise polissonográfica para confirmar o bruxismo do sono e
avaliar os achados clínicos em pacientes que possuíam implantes dentários. O
estudo se baseou na análise retrospectiva de 368 pacientes com um total de 838
implantes dentários instalados. Dezenove pacientes que apresentaram
complicações mecânicas, como fraturas de implantes ou pilares, afrouxamento de
parafuso, desgaste e/ou dano da superfície oclusal foram selecionados para análise
polissonográfica para monitorar os sintomas do sono. Seis pacientes no grupo de
estudo foram identificados como portadores de bruxismo do sono. Como resultado,
os episódios eletromiográficos do bruxismo do sono foram 20% contrações
voluntárias dos pacientes enquanto estavam acordados, sendo que a maioria dos
episódios de bruxismo (80%) foi observada em estágios leves do sono. Apenas 5%
dos episódios de bruxismo foram detectados durante o movimento rápido de
fechamento dos olhos. As gravações do estágio do sono foram semelhantes em
todos os indivíduos e os episódios de bruxismo não causaram excitações. Os
pacientes desconheciam seus hábitos parafuncionais noturnos. Apesar da proteção
com placas de mordida, todos os pacientes relataram que o bruxismo não
desapareceu. Concluíram que como possíveis hábitos parafuncionais oclusais
podem ocorrer em qualquer estágio do tratamento odontológico, os riscos no
resultado do tratamento devem ser considerados e que o estudo polissonográfico é
um método eficaz e de baixo custo para confirmar hábitos parafuncionais oclusais
durante o sono.
Sarmento et al. (2012) realizaram uma revisão na literatura com o objetivo
de identificar fatores de risco no planejamento de reabilitação com implantes
dentários em indivíduos com bruxismo. A literatura utilizada foi pesquisada no
Medline, incluindo apenas estudos em inglês. Os tópicos discutidos foram etiologia
do bruxismo e suas implicações em implantes dentários, considerações
14

biomecânicas sobre a sobrecarga em implantes dentários e métodos para evitar a


ocorrência de sobrecargas em próteses suportadas por implantes. A reabilitação de
bruxômanos usando próteses implanto-suportadas, utilizando implantes com
comprimento e diâmetro adequados, bem como posicionamento adequado, parece
ser um tratamento confiável, com riscos reduzidos de falha. O controle do bruxismo
através do uso de uma proteção noturna por um dispositivo rígido de estabilização
oclusal (placa) é altamente indicado. Concluíram que embora esteja claro que a
reabilitação com implantes de pacientes com bruxismo requer planejamento e
acompanhamento adequados, ensaios clínicos randomizados são necessários para
fornecer evidências confiáveis sobre o sucesso a longo prazo dessa modalidade de
tratamento.
Manfredini, Poggio e Lobbezoo (2014) realizaram uma revisão sistemática
na literatura sobre o papel do bruxismo como fator de risco para as diversas
complicações em reabilitações implanto-suportadas. Foi realizada uma busca no
banco de dados Medline da National Library of Medicine para identificar todos os
artigos revisados por pares na literatura inglesa que avaliam o papel do bruxismo,
conforme diagnosticado com qualquer outra abordagem diagnóstica (ou seja,
avaliação clínica, questionários, entrevistas, polissonografia e eletromiografia), como
um fator de risco para complicações biológicas (falha do implante, mobilidade do
implante e perda óssea marginal) ou mecânicas (complicações ou falhas de
componentes pré-fabricados ou supra estruturas fabricadas em laboratório) em
implantes dentários reabilitações apoiadas. Os artigos selecionados foram revisados
de acordo com um resumo estruturado dos artigos em relação a quatro questões
principais, a saber, "P" - pacientes / problema / população, "I" - intervenção, "C" -
comparação e "O" - resultado. Um total de 21 artigos foram incluídos na revisão e
divididos entre aqueles que avaliam complicações biológicas (n = 14) e aqueles que
relatam complicações mecânicas (n = 7). Em geral, a especificidade da literatura
para o diagnóstico de bruxismo e para o estudo dos efeitos do bruxismo em
implantes dentários foi baixa. Do ponto de vista biológico, o bruxismo não se
relacionou com a falha do implante em seis artigos, enquanto os resultados dos oito
estudos restantes não permitiram tirar conclusões. Quanto às complicações
mecânicas, quatro dos sete estudos produziram uma relação positiva com o
bruxismo. Concluíram que é improvável que o bruxismo seja um fator de risco para
15

complicações biológicas em implantes dentários, embora haja algumas sugestões


de que pode ser um fator de risco para complicações mecânicas.
Göre e Evlioğlu (2014), com o intuito de avaliar os efeitos das forças do
bruxismo em implantes, realizaram uma análise dinâmica feita sob dois esquemas
oclusais diferentes. Foi utilizado um corte de região posterior de mandíbula de
caninos até segundo molar, onde 3 implantes dentários cilíndricos foram instalados
suportando uma prótese parcial fixa de 5 elementos. Todos os cálculos foram feitos
individualmente para cada componente, sendo eles: coroas de porcelana, pilares,
parafusos, implantes e osso. Foram realizadas forças de função em grupo (toda a
prótese) e na direção da guia canina. Tensões máximas foram encontradas na
oclusão da função de grupo. O carregamento da função de grupo pode resultar em
excesso de tensão nos componentes em comparação com a carga de orientação
canina. De acordo com os resultados deste estudo os pacientes bruxômanos com
próteses implanto-suportadas são incentivados a utilizar a guia canina. Concluíram
que as tensões nos implantes, pilares, parafusos concentram-se principalmente ao
redor do pescoço dos componentes e que uma prótese parcial fixa retida por
implante onde as forças são colocadas em grupo podem resultar em tensões
excessivas nos componentes em comparação com as forças de orientação canina
em um cenário onde existe bruxismo. Os resultados deste estudo devem ser
confirmados por outros estudos clínicos longitudinais para revelar o potencial do
bruxismo nas próteses e nos implantes que as suportam.
Shek, Plesh e Curtis (2014) realizaram um relato de caso clínico onde
dois protocolos (superior e inferior) sobre implantes foram instalados sob carga
imediata para reabilitar os arcos completamente desdentados e um paciente com
bruxismo. Para a realização desse caso, não consideraram os movimentos
mandibulares involuntários como um fator de risco para o tratamento. O paciente
estava insatisfeito com uma prótese removível inferior e queria uma prótese fixa,
além de apresentar um histórico de uso de medicações neurolépticas. Foram
realizadas as exodontias dos dentes inferiores remanescentes. Foi realizada a carga
imediata e o paciente perdeu 3 dos 6 implantes instalados. A paciente continuou
tendo problemas com suas próteses definitivas, à medida que os sintomas de seus
movimentos involuntários da mandíbula pioravam.
Yamaguchi et al. (2014) realizaram um estudo com o objetivo de
estabelecer um modelo biomecânico que simulasse um protocolo sobre implantes de
16

carga imediata personalizados para pacientes distintos e esclarecer o efeito da


instalação e rigidez de uma prótese provisória na resposta biomecânica na interface
osso-implante. Modelos tridimensionais de análise de uma prótese total do arco
superior suportada por quatro implantes que foram submetidos a carga imediata
foram criados a partir de dados de tomografia computadorizada. Movimentos e
forças no osso ao redor dos implantes que simulavam o bruxismo do sono foram
realizados nesses modelos. Foram investigados os efeitos do ângulo de colocação
do implante (vertical ou inclinado), do reforço da restauração provisória (com ou sem
reforço) e do comprimento do implante nas forças exercidas em cada implante, além
da tensão média equivalente do osso ao redor do implante. Como resultado
obtiveram que um implante mais longo e uma prótese rígida com reforço têm o
potencial de reduzir os deslocamentos do implante e o estresse ósseo associado; no
entanto, a rigidez da prótese teve um efeito muito mais significativo sobre esses
parâmetros. Concluíram que a rigidez das próteses provisórias deve ser aprimorada
com reforços, o que pode garantir a uma melhor osseointegração, reduzindo os
micromovimentos induzidos por carga dos implantes.
Chrcanovic, Albrektsson e Wennerberg (2015) realizaram uma meta-
análise para verificar se não existe diferença nas taxas de falha do implante,
infecção pós-operatória e perda óssea marginal após a inserção de implantes
dentários em pacientes bruxômanos em comparação com não bruxômanos. Os
critérios de elegibilidade incluíram estudos clínicos, randomizados ou não. Dez
publicações foram incluídas com um total de 760 implantes inseridos em pacientes
com bruxismo (49 falhas; 6,45%) e 2989 em pacientes que não tem bruxismo (109
falhas; 3,65%). Devido à falta de informação, não foram possíveis meta-análises
para os resultados "infecção pós-operatória" e "perda óssea marginal". Foi
encontrada uma taxa de risco de 2,93 (intervalo de confiança de 95%, 1,48-5,81; P =
0,002). Concluíram que esses resultados não podem sugerir que a instalação de
implantes dentários em bruxômanos afete as taxas de falha do implante devido a um
número limitado de estudos publicados, todos caracterizados por um baixo nível de
especificidade, e a maioria deles lida com um número limitado de casos sem um
grupo controle. Portanto, o efeito real do bruxismo na osseointegração e
sobrevivência de implantes ósseointegrados ainda não está bem estabelecido.
Zhou et al. (2016) realizaram uma revisão de literatura sistemática de
meta-análise para investigar a relação causal entre bruxismo e falha do implante
17

dentário. Esta revisão conduziu uma pesquisa eletrônica sistemática de literatura no


MEDLINE (PubMed) e (EmBase) em Novembro de 2013 sem restrições de ano e
idioma. Enquanto isso, uma busca de todas as referências relevantes dos estudos
incluídos também foi realizada. Extração de informações do estudo e avaliações de
qualidade metodológica foram realizadas por dois revisores de forma independente.
Onde houve discordância, uma discussão foi feita e os problemas não resolvidos
foram resolvidos consultando um terceiro revisor. A qualidade metodológica foi
avaliada usando a ferramenta Newcastle-Ottawa Scale. O risco relativo (OR) com
intervalo de confiança de 95% (IC) foi agrupado para estimar o efeito relativo do
bruxismo nas falhas dos implantes dentários. O modelo de efeitos fixos foi utilizado
inicialmente; se a heterogeneidade era alta, o modelo de efeitos aleatórios era
escolhido para a meta-análise. As análises estatísticas foram realizadas usando o
Review Manager 5.1. Nesta revisão de meta-análise, os dados extraídos foram
classificados em dois grupos com base em unidades diferentes. As unidades foram
baseadas no número de próteses (grupo A) e no número de pacientes (grupo B). No
grupo A, a OR total combinada de bruxômanos versus não bruxômanos para todos
os subgrupos foi de 4,72 (IC 95%: 2,66-8,36, p = 0,07). No grupo B, a OR total
combinada de bruxômanos versus não bruxômanos para todos os subgrupos foi de
3,83 (IC 95%: 2,12-6,94, p = 0,22). Concluíram que as próteses em pacientes
bruxômanos apresentaram uma maior taxa de falhas, logo sugere-se que o bruxismo
é um fator contribuinte para complicações técnicas / biológicas e desempenha um
papel importante na falha do implante dentário.
Mijiritsky et al. (2016) realizaram um relatório clínico retrospectivo com o
objetivo de descrever o uso da toxina botulínica tipo A como tratamento pré-
operatório em pacientes portadores de bruxismo que foram submetidos a instalação
de implantes dentários sob carga imediata. Para reduzir as forças oclusais em
pacientes com bruxismo, a toxina botulínica tipo A foi introduzida antes do
procedimento de colocação do implante. Os pacientes foram acompanhados e a
sobrevida do implante e o nível ósseo peri-implantar foram avaliados em cada visita
periódica de acompanhamento, assim como efeitos adversos. Foram avaliados um
total de 26 pacientes (13 no grupo teste e 13 no grupo controle), com bruxismo, com
idade média de 59,15 ± 11,43 anos. O tratamento no grupo teste precedeu a injeção
de toxina botulínica tipo A. Nos arcos superiores foram instalados de 8 a 10
implantes, enquanto o arco inferior foram instalados 6 implantes. Todas as cirurgias
18

transcorreram sem intercorrências e nenhum efeito adverso foi observado. O tempo


médio de acompanhamento foi de 32,5 ± 10,4 meses (variação de 18 a 51). No
grupo de teste, nenhuma falha no implante foi registrada. Um paciente apresentou
perda óssea de 1 a 2 mm em torno de 4 dos implantes; os demais implantes
apresentaram nível ósseo estável. No grupo controle, 1 paciente perdeu 2 implantes
e outro demonstrou perda óssea de 2 mm em torno de 3 implantes. Concluíram que
o uso pré-operatório de toxina botulínica em pacientes com bruxismo parece ser
uma técnica que merece atenção, porém outros ensaios clínicos randomizados em
larga escala e a longo prazo ajudarão a determinar o benefício adicional dessa
modalidade de tratamento sugerida.
Yadav et al. (2016) realizaram um estudo de análise retrospectiva para
avaliar as complicações que ocorrem nos implantes dentários em pacientes com e
sem bruxismo. O estudo incluiu 1100 pacientes que foram tratados e reabilitados
com implantes dentários em 21 consultórios odontológicos de Ghaziabad (Índia) de
2004 a 2014. Para confirmar o diagnóstico de bruxismo foi realizada análise dos
registros clínicos, fotografias, além de uma reavaliação clínica dos pacientes, que
retornaram para acompanhamento. A estimativa das complicações mecânicas foi
realizada apenas nos casos que ocorreram falhas nas superfícies de restauração
dos implantes dentários. Todos os resultados foram analisados pelo software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e dois módulos foram utilizados
para avaliar o nível de significância. Todos os implantes instalados foram colocados
na região anterior da maxila, porém havia uma diferença significativa comparando os
dois grupos quanto às dimensões dos implantes dentários utilizados. Na
comparação do total de casos de falha do implante entre o grupo bruxômanos e não
bruxômanos, foi obtido um resultado estatisticamente significativo, assim como com
base nos parâmetros de saúde, hipertensão, diabetes e tabagismo. Como conclusão
desse estudo citaram que o sucesso do implante dentário é significativamente
afetado pelo bruxismo e uma atenção especial é necessária durante do
planejamento do tratamento bruxômanos.
Chrcanovic et al. (2016) realizaram um estudo retrospectivo com o
objetivo de investigar a associação entre o bruxismo e o risco de falha do implante
dentário. O estudo contou com 2.670 pacientes que receberam 10.096 implantes em
uma clínica especializada. Os dados relacionados ao implante e ao paciente foram
coletados e uma estatística descritiva foi utilizada para descrever os pacientes e
19

implantes. Uma análise paramétrica de sobrevida de efeitos mistos foi usada para
testar a associação entre bruxismo e risco de falha do implante, ajustando-se a
vários fatores secundários em potencial. Critérios de um recente consenso
internacional (LOBBEZOO et al., 2013) e da Classificação Internacional de
Distúrbios do Sono (classificação internacional de distúrbios do sono, revisada:
manual de diagnóstico e codificação, American Academy of Sleep Medicine,
Chicago, 2014) foram usadas para definir e diagnosticar o bruxismo. O número de
implantes com informações disponíveis para todas as variáveis totalizou 3.549,
colocados em 994 pacientes, com 179 implantes relatados como falhas. As taxas de
falha do implante foram de 13,0% (24/185) para bruxômanos e 4,6% (155/3364)
para não bruxômanos (P <0,001). O modelo estatístico mostrou que o bruxismo era
um fator de risco estatisticamente significativo para a falha do implante (HR 3 · 396;
IC 95% 1 · 314, 8 · 777; P = 0,012), bem como o comprimento, diâmetro do
implante, superfície do implante, quantidade óssea D em relação à quantidade A,
tipo de osso 4 em relação a tipo 1 (classificação de Lekholm e Zarb), tabagismo e
ingestão de inibidores da bomba de prótons. Concluíram que o bruxismo possa estar
associado a um risco aumentado de falha do implante dentário.
Chrcanovic et al. (2017) realizaram um estudo para analisar as
complicações do tratamento com implantes dentários em um grupo de pacientes
com bruxismo em comparação com um grupo de não bruxômanos. Os pacientes
diagnosticados como bruxômanos foram identificados em um grupo de pacientes
tratados consecutivamente com próteses implanto-suportadas em uma clínica
especializada, com base nos sinais e sintomas de bruxismo listados mais recentes,
de acordo com a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono. Um sistema de
classificação de diagnóstico de bruxismo "possível", "provável" e "definitivo" foi
usado de acordo com um consenso internacional publicado recentemente. Um
modelo de correspondência caso-controle foi utilizado para combinar os bruxômanos
com um grupo de não bruxômanos, com base em cinco variáveis. Dados
relacionados a implantes, próteses e pacientes foram coletados, bem como 14
complicações mecânicas, e comparados entre os grupos. Concluíram que este
estudo sugere que o bruxismo pode aumentar significativamente a taxa de falhas do
implante e a taxa de complicações mecânicas e técnicas das restaurações
suportadas por implantes, mas que outros fatores de risco também podem ter
influenciado os resultados.
20

Chitumalla et al. (2018) realizaram um estudo com o objetivo de


esclarecer as complicações em implantes dentários em pacientes com bruxismo.
Este estudo retrospectivo de 5 anos foi realizado em 450 pacientes que receberam
640 implantes dentários durante o período e foram acompanhados por 5 anos, de
junho de 2010 a junho de 2016. Entre esses pacientes, 124 eram bruxômanos. As
radiografias dentárias ou os registros recuperados dos pacientes foram avaliados
quanto à presença de complicações como fratura do implante, fratura de cerâmica,
afrouxamento do parafuso, fratura do parafuso e decementação da coroa. Em 240
pacientes do sexo masculino e 210 do sexo feminino, foram inseridos 380 implantes
e 260 implantes, respectivamente. A diferença foi estatisticamente não significativa
(P = 0,1). Um total de 145 fixações do tipo parafuso e 130 do tipo cimentado tiveram
complicações. A diferença foi estatisticamente não significativa (P = 0,5).
Complicações foram vistas em coroa única (45), próteses parciais (125) e próteses
completas (105). A diferença foi estatisticamente significante (P = 0,012). A
complicação comum foi a fratura da cerâmica (70) na fixação do tipo cimentada e a
fratura da cerâmica (85) na fixação do tipo parafuso. A diferença foi estatisticamente
significante (P = 0,01). Quarenta e duas coroas simples apresentaram decência, 85
próteses parciais apresentaram fratura de cerâmica / porcelana e 50 próteses
completas apresentaram fratura de cerâmica / porcelana. A taxa de falhas foi de
42,9%. A taxa de sobrevivência de implantes dentários em homens com hábito de
bruxismo foi de 90% após 1 ano, 87% após 2 anos, 85% após 3 anos, 75% após 4
anos e 72% após 5 anos. A taxa de sobrevivência de implantes dentários em
mulheres com hábito de bruxismo foi de 92% após 1 ano, 90% após 2 anos, 85%
após 3 anos, 75% após 4 anos e 70% após 5 anos. A diferença entre os sexos foi
estatisticamente não significativa (P = 0,21). Concluíram que o bruxismo é um hábito
parafuncional que afeta a taxa de sobrevivência de implantes dentários e que se faz
necessário seguir certos protocolos específicos em pacientes com bruxismo para
evitar as complicações em desenvolvimento.
Borges Radaelli et al. (2018) citaram que um dispositivo oclusal é
frequentemente recomendado para pacientes com bruxismo para proteger
restaurações suportadas por implantes e prevenir a perda óssea marginal, mas que
ainda faltam evidências científicas para apoiar esse tratamento. O objetivo deste
estudo tridimensional de elementos finitos (3D) foi avaliar a influência de um
dispositivo oclusal de resina acrílica, comprimento do implante e profundidade de
21

inserção na distribuição de tensões com cargas funcionais e parafuncionais. Um


software de design auxiliado por computador foi usado para construir 8 modelos. Os
modelos foram compostos por uma seção óssea mandibular, incluindo o segundo
pré-molar e o primeiro e o segundo molares. As profundidades de inserção (nível
ósseo e subcrestal de 2 mm) foram simuladas no primeiro molar. Três dentes
maxilares antagonistas naturais e a colocação ou não de um dispositivo oclusal
foram simulados. Foram aplicadas forças funcionais (axial 200-N e 10-N oblíqua) e
parafuncional (axial 1000-N e oblíqua 25-N). A análise de elementos finitos (FEA) foi
usada para determinar o estresse principal máximo para o osso cortical e trabecular
e von Mises para implante e pilar protético e a concentração de estresse foi
observada nas interfaces pilar-implante e implante-osso. A colocação do dispositivo
oclusal alterou o padrão de distribuição do estresse e reduziu os níveis de estresse
do carregamento parafuncional em todas as estruturas, exceto no osso trabecular.
Implantes com profundidades de inserção subcrestal reduziram o estresse na
interface implante-pilar e osso cortical ao redor do pilar, enquanto o estresse
aumentou no osso em contato com o implante. Concluíram que a carga
parafuncional aumentou os níveis de estresse em todas as estruturas quando
comparada à carga funcional. A utilização de um dispositivo oclusal resultou nos
menores níveis de estresse no pilar e no implante e na distribuição de estresse mais
favorável entre o osso cortical e trabecular. Sob carga parafuncional, um dispositivo
oclusal foi mais eficaz na redução da distribuição do estresse para implantes mais
longos inseridos no nível ósseo. Subcrestalmente, a inserção do implante produziu
as condições biomecânicas mais favoráveis na interface pilar-implante e na
superfície coronal do osso cortical, principalmente quando não havia dispositivo
oclusal.
Thymi et al. (2018), com intuito de explorar como o bruxismo é tratado
pelos especialistas em implantodontia na prática clínica diária, realizaram um estudo
onde nove entrevistas foram realizadas na Holanda e a análise temática foi
conduzida usando uma abordagem baseada em framework. Tratamentos com
implantes dentários em pacientes com bruxismo era uma prática geralmente bem
aceita, sendo que muitas vezes eram esperadas complicações, a maioria de menor
impacto. Atitudes contraditórias surgiram sobre o tema bruxismo, sendo um fator
etiológico para perda óssea peri-implantar e perda de ósseointegração. As opiniões
sobre o plano de tratamento ideal variaram, embora a importância das
22

características de oclusão e articulação da superestrutura tenha sido repetidamente


apontada. Da mesma forma, as opiniões sobre dispositivos de proteção variaram,
em relação à necessidade e escolha de material. O bruxismo foi diagnosticado
principalmente pelo exame clínico, juntamente com a anamnese do paciente e a
intuição do clínico. Havia pouca atenção para o bruxismo que ocorria durante o dia.
O bruxismo geralmente não era considerado uma contra-indicação para tratamentos
implantológicos por especialistas em implantodontia. As opiniões sobre a interação
entre bruxismo e perda óssea / perda de ósseointegração variaram, assim como as
opiniões sobre o plano de tratamento ideal. Concluíram que é necessário
compreender melhor até que ponto e em que circunstâncias o bruxismo do sono e /
ou acordado podem ser vistos como fatores causais para a ocorrência de
complicações nos implantes orais.
Dias de Lima et al. (2019) realizaram um estudo clínico onde avaliaram o
efeito precoce da reabilitação oral com implantes dentários e bruxismo noturno na
força oclusal máxima (MOF), antes da adaptação sensório-motora. Uma amostra
consecutiva foi composta por 127 pacientes, divididos em três grupos, de acordo
com seu estado dentário: G1- prótese total fixa suportada por implante (IFCD), em
oposição a uma pequena prótese fixa ou dentição natural; G2- IFCD opondo-se a
uma prótese total; e G3 - prótese fixa pequena ou dentição natural nos dois arcos.
Os dados clínicos foram coletados após a instalação da prótese: condições
sistêmicas e de saúde bucal, MOF, bruxismo autorreferido e gravidade do bruxismo
(baixo, moderado, grave). Os dados foram analisados pelos testes ANOVA e Tukey-
Krammer. O estado dental e a interação sexo-bruxismo tiveram efeito significativo no
MOF. O G1 apresentou MOF maior que G3, mas o G2 não foi significativamente
diferente de G1 e G3. Homens com bruxismo tiveram o maior MOF. Os níveis de
gravidade do bruxismo não tiveram efeito significativo no MOF. Os resultados
sugerem que o MOF varia em função do estado dental e da interação sexo-
bruxismo. No entanto, a presença e a gravidade do bruxismo isoladamente não
afetam a MOF.
Borges Radaelli et al. (2018) citaram que um dispositivo oclusal é
frequentemente recomendado para pacientes com bruxismo para proteger
restaurações suportadas por implantes e prevenir a perda óssea marginal e faltam
evidências científicas para apoiar esse tratamento. Devido a isso fizeram um estudo
tridimensional de elementos finitos (3D) com o objetivo de avaliar a influência de um
23

dispositivo oclusal de resina acrílica (placa), comprimento do implante e


profundidade de inserção na distribuição de tensões com cargas funcionais e
parafuncionais. Um software de design auxiliado por computador foi usado para
construir 8 modelos. Os modelos foram compostos por uma seção óssea
mandibular, incluindo o segundo pré-molar e o primeiro e o segundo molares. As
profundidades de inserção (nível ósseo e subcrestal de 2 mm) foram simuladas no
primeiro molar. Três dentes maxilares antagonistas naturais e a colocação ou não de
um dispositivo oclusal foram simulados. Foram aplicadas forças funcionais (axial
200-N e oblíqua 10-N) e parafuncional (axial 1000-N e oblíqua 25-N). A análise de
elementos finitos (FEA) foi usada para determinar a tensão principal máxima para o
osso cortical e trabecular e von Mises para implante e pilar protético. Os resultados
mostraram que a foi observada concentração de estresse nas interfaces pilar-
implante e implante-osso. A colocação do dispositivo oclusal alterou o padrão de
distribuição do estresse e reduziu os níveis de estresse do carregamento
parafuncional em todas as estruturas, exceto no osso trabecular. Implantes com
profundidades de inserção subcrestal reduziram o estresse na interface implante-
pilar e osso cortical ao redor do pilar, enquanto o estresse aumentou no osso em
contato com o implante. Concluíram que a carga parafuncional aumentou os níveis
de estresse em todas as estruturas quando comparada à carga funcional. Um
dispositivo oclusal resultou nos menores níveis de estresse no pilar e no implante e
na distribuição de estresse mais favorável entre o osso cortical e trabecular. Sob
carga parafuncional, um dispositivo oclusal foi mais eficaz na redução da distribuição
do estresse para implantes mais longos inseridos no nível ósseo. Subcrestalmente,
a inserção do implante produziu as condições biomecânicas mais favoráveis na
interface pilar-implante e na superfície coronal do osso cortical, principalmente
quando não havia dispositivo oclusal.
Melo et al. (2019), com o objetivo de sintetizar o conhecimento disponível
sobre o bruxismo do sono (SB) e o bruxismo em vigília (AB), realizaram uma revisão
de revisões sistemáticas publicadas anteriormente (SR). Nesse trabalho
investigaram qualquer resultado relacionado ao bruxismo separados em um
processo de duas fases. As pesquisas foram realizadas em sete principais bancos
de dados eletrônicos e uma pesquisa parcial da literatura em três bancos de dados.
O risco de viés incluído foi avaliado usando a ferramenta da Universidade de Bristol.
Dos 1038 estudos disponíveis, 41(SR) foram incluídos. Os achados sugeriram que
24

(a) entre os adultos, a prevalência de AB foi de 22% a 30%, a SB (1% a 15%) e a SB


entre crianças e adolescentes (3% a 49%); (b) fatores consistentemente associados
ao bruxismo foram uso de álcool, cafeína, tabaco, alguns medicamentos
psicotrópicos, acidificação esofágica e fumo passivo; sinais e sintomas da disfunção
temporomandibular apresentaram associação plausível; (c) dispositivos portáteis de
diagnóstico apresentaram valores globais mais altos de especificidade (0,83-1,00) e
sensibilidade (0,40-1,00); (d) o bruxismo pode resultar em complicações
biomecânicas em relação aos implantes dentários; no entanto, as evidências foram
inconclusivas em relação a outras restaurações dentárias e impacto periodontal; (e)
os aparelhos oclusais foram considerados eficazes para o tratamento do bruxismo,
embora as evidências atuais tenham sido consideradas fracas em relação a outras
terapias. Como conclusão, taxas de prevalência mais altas foram encontradas em
crianças e adolescentes do que em adultos. Fatores associados e efeitos do
bruxismo nas estruturas estomatognáticas foram consideravelmente heterogêneos e
inconsistentes. Foi encontrada uma boa precisão geral em relação aos dispositivos
portáteis de diagnóstico. A eficácia das intervenções foi quase inconclusiva em
relação à maioria das terapias disponíveis, com exceção dos aparelhos oclusais.
Chochlidakis et al. (2020) citaram que as próteses dentárias tipo protocolo
fixas ao implante (IFCDPs) são amplamente utilizadas na reabilitação de pacientes
completamente desdentados; no entanto, informações limitadas estão disponíveis
sobre a relação entre complicações protéticas e fatores de risco associados ao
paciente e relacionados à prótese. O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a
complicação protética e as taxas de sobrevida dos IFCDPs após um período médio
de observação de 3 anos e meio. Os participantes elegíveis foram identificados por
uma revisão eletrônica de prontuários. O estudo consistiu em uma revisão do
prontuário odontológico e uma consulta única onde um exame clínico abrangente foi
realizado, incluindo uma revisão do histórico médico e odontológico, exame clínico e
radiográfico, fotografias intraorais, questionário de satisfação do paciente e análise
oclusal. Parâmetros protéticos e fatores de risco foram avaliados, incluindo tempo
com a prótese instalada, bruxismo, uso de guarda noturna (placa), material da
prótese, número de implantes, comprimento do cantilever e modo de retenção da
prótese. A associação entre esses parâmetros protéticos e fatores de risco e as
complicações protéticas observadas foram avaliados. Foram incluídos 37
participantes (idade média de 62,35 ± 10,39 anos) com 48 IFCDPs. Trinta e oito
25

próteses eram de resina metal-acrílica (grupo MR), enquanto 10 eram de metal-


cerâmica (grupo MC). Cinco das 48 próteses falharam durante o período de
acompanhamento, uma taxa de sobrevida acumulada de 88%. Complicações
menores foram mais frequentes do que complicações maiores. A complicação menor
mais frequente foi a perda do material do orifício de acesso ao parafuso (5,18% /
ano), enquanto a complicação maior mais frequentemente observada foi o desgaste
maior do material protético (5,85% / ano). Foi encontrada uma associação
significativa entre não usar placa e pequenas fraturas, perda de material do orifício
de acesso e fratura da estrutura. Pequenas lascas foram significativamente
associadas ao bruxismo, enquanto a dentição oposta afetou significativamente o
número total de complicações protéticas. Concluíram que altas taxas de
sobrevivência foram observadas com os IFCDPs de RM e MC e não foi encontrada
diferença significativa entre os grupos RM e MC em termos de satisfação do
paciente, bem como número total de complicações protéticas.
26

4 DISCUSSÃO

Hoje em dia, uma das maiores preocupações clínicas na implantodontia é


a longevidade do implante instalado e da sua respectiva prótese que foi
confeccionada. As complicações que podem prejudicar a longevidade do implante
são biológicas ou técnicas, onde nas complicações biológicas os tecidos
periimplantares são comprometidos, e nas complicações técnicas as próteses
confecionadas sobre esses implantes são danificadas de alguma forma (HEITZ-
MAYFIELD et al., 2014; LOBBEZOO et al., 2006; PJETURSSON et al., 2007).
Achados de complicações técnicas (mecânicas) foram encontrados em
revisões sistemáticas (MELO et al., 2019; ZHOU et al., 2016) e trabalhos de estudo
retrospectivo (CHITUMALLA et al., 2018; CHRCANOVIC et al., 2017; YADAV et al.,
2016) onde as complicações mais significativas estaticamente foram em próteses
parciais, seguido por próteses totais e depois coroas únicas, analisando todos os
tipos de complicações como fratura da cerâmica, decência de fixação cimentada ou
soltura em fixação parafusada. Não houve diferença significativa entre sexo
masculino e feminino. Os riscos no resultado do tratamento com implantes dentários
em pacientes bruxômanos devem ser considerados (TOSUN; KARABUDA;
CUHADAROGLU, 2003) e uma atenção especial é necessária durante o
planejamento dos tratamentos (YADAV et al., 2016). Em contrapartida
(CHOCHLIDAKIS et al., 2020) altas taxas de sobrevivência foram encontradas em
próteses do tipo protocolo em um período de 3 anos e meio, comparando
bruxômanos e não bruxômanos a diferença encontrada não foi significativa.
Foram encontradas evidências de que é improvável que o bruxismo seja
um fator de risco para complicações biológicas em torno dos implantes dentários,
embora haja algumas sugestões de que pode ser um fator de risco para
complicações mecânicas (MANFREDINI; POGGIO; LOBBEZOO, 2014; MELO et al.,
2019), entrando em consenso com que a utilização de uma placa de mordida rígida
(dispositivo oclusal) resultou em menores níveis de estresse no implante e nos
pilares protéticos, sendo eficaz na redução da distribuição de cargas em implantes
mais longos inseridos em nível ósseo (BORGES RADAELLI et al., 2018; MELO et
al., 2019; YAMAGUCHI et al., 2014). Como alternativa mais recente de tratamento
temos a aplicação de toxina botulínica tipo A que parece ser uma técnica que
merece atenção, porém mais ensaios clínicos randomizados em larga escala são
27

necessários para podermos afirmar o benefício adicional dessa modalidade de


tratamento (MIJIRITISKY et al., 2016).
No quesito complicações biológicas a perda óssea ao redor dos implantes
é o fator mais comum para ser analisado, causando a perda dos implantes
instalados ou prejudicando a ósseointegração. A maioria dos autores concluíram que
o bruxismo afeta a taxa de sucesso dos implantes (CHITUMALLA et al., 2018;
CHRCANOVIC et al., 2016; CHRCANOVIC et al., 2017; MIJIRIITISKY et al., 2016;
SHEK; PLESH; CURTIS, 2014; YADAV et al., 2016; ZHOU et al., 2016). Porém em
um estudo de meta-análise realizado por (CHRCANOVIC; ALBREKTSSON;
WENNERBERG, 2015) os resultados encontrados não sugerem que a instalação de
implantes em pacientes bruxômanos afete a taxa de falha dos implantes devido a
um número limitado de estudos publicados, com baixa especificidade e a maioria
com casos limitados e sem grupo controle.
28

5 CONCLUSÃO

Analisando os trabalhos mais atuais, mostrados na literatura pode-se


concluir que em sua maioria, o bruxismo é um fator de risco para instalação de
implantes dentários, embora a evidência para isso seja geralmente baseada apenas
na experiência clínica. Embora alguns autores tenham falhado em encontrar
evidências, o que pode se observar é que a utilização de um dispositivo oclusal pós-
tratamento mostra-se um adjunto para maior longevidade dos implantes e
componentes protéticos. No entanto, torna-se difícil avaliar esta questão pelo fato de
existir poucos trabalhos a longo prazo. Estudos sobre a possível relação de causa e
efeito entre bruxismo e falha do implante não produzem resultados consistentes e
específicos. Isso se deve em parte à grande variação na literatura em termos de
aspectos técnicos e biológicos do material de estudo. Embora ainda não haja provas
da sugestão de que o bruxismo cause sobrecarga nos implantes dentários e em
suas supra estruturas, recomenda-se uma abordagem cuidadosa. Existem algumas
orientações práticas para minimizar a chance de falha do implante, além da
recomendação de reduzir ou eliminar o próprio bruxismo, essas diretrizes referem-se
ao número e dimensões dos implantes, posicionamento e de oclusão além de
realizar a proteção do resultado final com uma placa de estabilização oclusal rígida.
29

REFERÊNCIAS

BASIC, V.; MEHULIC, K. Bruxism: an unsolved problem in dental medicine.


Acta stomatologica Croatica, v. 38, p. 93–96, 2004.

BORGES RADAELLI, M. T.; IDOGAVA, H. T.; SPAZZIN, A. O.; NORITOMI, P. Y.;


BOSCATO, N. Parafunctional loading and occlusal device on stress distribution
around implants: A 3D finite element analysis. The Journal of prosthetic
dentistry, v. 120, n. 4, p. 565–572, 2018.

CHITUMALLA, R.; HALINI KUMARI, K. V.; MOHAPATRA, A.; PARIHAR, A. S.;


ANAND, K. S.; KATRAGADDA, P. Assessment of Survival Rate of Dental Implants in
Patients with Bruxism: A 5-year Retrospective Study. Contemporary clinical
dentistry, v. 9, n. 2, p. S278–S282, set. 2018.

CHOCHLIDAKIS, K.; EINARSDOTTIR, E.; TSIGARIDA, A.; PAPASPYRIDAKOS, P.;


ROMEO, D.; BARMAK, A. B.; ERCOLI, C. Survival rates and prosthetic
complications of implant fixed complete dental prostheses: An up to 5-year
retrospective study. The Journal of prosthetic dentistry, v. 124, n. 5, p. 539–546,
2020.

CHRCANOVIC, B. R.; ALBREKTSSON, T.; WENNERBERG, A. Bruxism and Dental


Implants: A Meta-Analysis. Implant dentistry, v. 24, n. 5, p. 505–516, out. 2015.

CHRCANOVIC, B. R.; KISCH, J.; ALBREKTSSON, T.; WENNERBERG, A. Bruxism


and dental implant failures: a multilevel mixed effects parametric survival analysis
approach. Journal of oral rehabilitation, v. 43, n. 11, p. 813–823, 2016.

CHRCANOVIC, B. R.; KISCH, J.; ALBREKTSSON, T.; WENNERBERG, A. Bruxism


and dental implant treatment complications: a retrospective comparative study of 98
bruxer patients and a matched group. Clinical oral implants research, v. 28, n. 7, p.
e1–e9, 2017.

DIAS DE LIMA, G.; OZKOMUR, A.; VILLARINHO, E. A.; DE LIMA COLTRO, M. P.;
VIGO, A.; SHINKAI, R. Early Effect of Implant-Supported Rehabilitation and
Nocturnal Bruxism on Maximum Occlusal Force: A Cross-Sectional Study. The
European journal of prosthodontics and restorative dentistry, v. 27, n. 2, p. 84–
89, 2019.

ENGEL, E.; WEBER, H. Treatment of edentulous patients with temporomandibular


disorders with implant-supported overdentures. The International journal of oral &
maxillofacial implants, v. 10, n. 6, p. 759–764, 1995.

GÖRE, E.; EVLIOĞLU, G. Assessment of the effect of two occlusal concepts for
implant-supported fixed prostheses by finite element analysis in patients with
bruxism. The Journal of oral implantology, v. 40, n. 1, p. 68–75, 2014.
30

HEITZ-MAYFIELD, L. J.; NEEDLEMAN, I.; SALVI, G. E.; PJETURSSON, B. E.


Consensus statements and clinical recommendations for prevention and
management of biologic and technical implant complications. The International
journal of oral & maxillofacial implants, v. 29, p. 346–350, 2014.

LOBBEZOO, F.; AHLBERG, J.; GLAROS, A. G.; KATO, T.; KOYANO, K.; LAVIGNE,
G. J.; DE LEEUW, R.; MANFREDINI, D.; SVENSSON, P.; WINOCUR, E. Bruxism
defined and graded: an international consensus. Journal of oral rehabilitation, v.
40, n. 1, p. 2–4, 2013.

LOBBEZOO, F.; BROUWERS, J. E.; CUNE, M. S.; NAEIJE, M. Dental implants in


patients with bruxing habits. Journal of oral rehabilitation, v. 33, n. 2, p. 152–159,
2006.

LOBBEZOO, F.; VAN DER ZAAG, J.; NAEIJE, M. Bruxism: its multiple causes and
its effects on dental implants - an updated review. Journal of oral rehabilitation, v.
33, n. 4, p. 293–300, 2006.

MANFREDINI, D.; POGGIO, C. E.; LOBBEZOO, F. Is bruxism a risk factor for dental
implants? A systematic review of the literature. Clinical implant dentistry and
related research, v. 16, n. 3, p. 460–469, 2014.

MELO, G.; DUARTE, J.; PAULETTO, P.; PORPORATTI, A. L.; STUGINSKI-


BARBOSA, J.; WINOCUR, E.; FLORES-MIR, C.; DE LUCA CANTO, G. Bruxism: An
umbrella review of systematic reviews. Journal of oral rehabilitation, v. 46, n. 7, p.
666–690, 2019.

MIJIRITSKY, E.; MORTELLARO, C.; RUDBERG, O.; FAHN, M.; BASEGMEZ, C.;
LEVIN, L. Botulinum Toxin Type A as Preoperative Treatment for Immediately
Loaded Dental Implants Placed in Fresh Extraction Sockets for Full-Arch Restoration
of Patients With Bruxism. The Journal of craniofacial surgery, v. 27, n. 3, p. 668–
670, 2016.

MISCH, C. E. The effect of bruxism on treatment planning for dental implants. Dent
Today, v. 21, n. 9, p. 76-81, set. 2002.

OKESON, J. P. Orofacial pain. Guidelines for assessment, diagnosis and


management. Chicago, Il: Quintessence Publishing Co, Inc., 1996.

PJETURSSON, B. E.; BRÄGGER, U.; LANG, N. P.; ZWAHLEN, M. Comparison of


survival and complication rates of tooth-supported fixed dental prostheses (FDPs)
and implant-supported FDPs and single crowns (SCs). Clinical oral implants
research, v. 18, n. 3, p. 97–113, 2007.

SARMENTO, H. R.; DANTAS, R. V.; PEREIRA-CENCI, T.; FAOT, F. Elements of


implant-supported rehabilitation planning in patients with bruxism. The Journal of
craniofacial surgery, v. 23, n. 6, p. 1905–1909, 2012.
31

SHEK, J. W., PLESH, O., & CURTIS, D. A. Immediately loaded implants in a patient
with involuntary mandibular movements: a clinical report. The Journal of prosthetic
dentistry, v. 112, n. 1, p. 14–17, 2014.

THORPY, M. J. Parasomnias. In: THORPY, M. J. International classification of


sleep disorders: diagnostic and coding manual. Rochester, MN: Allen Press, p.
142–185, 1990.

THYMI, M.; ROLLMAN, A.; VISSCHER, C. M.; WISMEIJER, D.; LOBBEZOO, F.


Experience with bruxism in the everyday oral implantology practice in the
Netherlands: a qualitative study. BDJ open, v. 4, p. 17040, 2018.

THYMI, M.; VISSCHER, C. M.; YOSHIDA-KOHNO, E.; CRIELAARD, W.;


WISMEIJER, D.; LOBBEZOO, F. Associations between sleep bruxism and (peri-)
implant complications: a prospective cohort study. BDJ open, v. 3, p. 17003, abr.
2017.

TOSUN, T.; KARABUDA, C.; CUHADAROGLU, C. Evaluation of sleep bruxism by


polysomnographic analysis in patients with dental implants. The International
journal of oral & maxillofacial implants, v. 18, n. 2, p. 286–292, 2003.

YADAV, K.; NAGPAL, A.; AGARWAL, S. K.; KOCHHAR, A. Intricate Assessment


and Evaluation of Effect of Bruxism on Long-term Survival and Failure of Dental
Implants: A Comparative Study. The journal of contemporary dental practice, v.
17, n. 8, p. 670–674, 2016.

YAMAGUCHI, K.; ISHIURA, Y.; TANAKA, S.; BABA, K. Influence of the rigidity of a
provisional restoration supported on four immediately loaded implants in the
edentulous maxilla on biomechanical bone-implant interactions under simulated
bruxism conditions: a three-dimensional finite element analysis. The International
journal of prosthodontics, v. 27, n. 5, p. 442–450, 2014.

ZHOU, Y.; GAO, J.; LUO, L.; WANG, Y. Does Bruxism Contribute to Dental Implant
Failure? A Systematic Review and Meta-Analysis. Clinical implant dentistry and
related research, v. 18, n. 2, p. 410–420, 2016.

Você também pode gostar