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Arquivos de Biologia Oral (2006) 51, 1-9

www.intl.elsevierhealth.com/journals/arob

A influência do micro-movimento no tecido

diferenciação em torno imediatamente carregado
implantes cilíndricos de titânio torneados
M. De Coomana, *, K. Vandamme J. Duyck , L. Geris b , H. Van Oosterwyck b ,
uma

c
, J. Vandersloten b , R. Puers c , I. Naert uma

Departamento de Odontologia Protética, Grupo de Pesquisa BIOMAT, Universidade Católica de Leuven,

uma

Kapucijnenvoer 7, B-3000 Leuven, Bélgica

b
Departamento de Engenharia Mecânica, Divisão de Biomecânica e Projeto de Engenharia,
Universidade Católica de Leuven, Celestijnenlaan 100A, B-3001 Heverlee, Bélgica
c
Departamento de Eletrotécnica, ESAT-MICAS, Universidade Católica de Lovaina,
Kasteelpark Arenberg 10, B-3001 Heverlee, Bélgica

Aceito em 9 de abril de 2005

PALAVRAS-CHAVE Resumo
Animal;
Câmara óssea; Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de vários graus de
Titânio; deslocamento do implante na diferenciação do tecido ao redor imediatamente carregado
Implantar; implantes cilíndricos de titânio torneados.
Carregamento imediato Desenho: Os experimentos foram conduzidos em câmaras ósseas de amostragem repetidas
colocado na tíbia de 10 coelhos. Os tecidos podem crescer nas câmaras ósseas através
perfurações. Devido à sua estrutura dupla, os tecidos dentro da câmara podem ser
colhidas deixando a câmara intacta. Isso permitiu vários experimentos dentro
o mesmo animal. As câmaras continham um implante de titânio torneado cilíndrico que
foi carregado de maneira bem controlada. Em cada uma das 10 câmaras, quatro experimentos
foram conduzidos com as seguintes condições de teste: carga imediata do implante por
induzindo 0 (controle), deslocamento do implante de 30, 60 e 90 mm, 800 ciclos por dia em uma
frequência de 1 Hz, duas vezes por semana durante um período de 6 semanas. Histológica e
análises histomorfométricas foram realizadas em metilmetacrilato histológico
Seções. Uma ANOVA foi realizada no conjunto de dados.
Resultados: O volume total de tecido foi significativamente menor no controle sem carga
doença. A fração de volume ósseo, por outro lado, foi significativamente maior no
sem carga e deslocamento do implante de 90 mm, em comparação com o deslocamento do implante de
30 mm. A densidade óssea aumentou com o aumento do micro-movimento com
valores para as condições de teste de 60 mm e 90 mm em comparação com a situação sem carga.

* Autor correspondente. Tel.: +32 16 332468/74; fax: +32 16 332309.

Endereço de e-mail: Joke.Duyck@UZ.KULeuven.ac.be (J. Duyck).

0003–9969/$ — veja a capa nº 2005 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.

doi:10.1016/j.archoralbio.2005.04.003
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2 J. Duyck et ai.

A chance de ter contato osso-implante diminuiu em caso de micro-movimento na interface tecido-

implante.
Conclusão: A magnitude do deslocamento do implante teve um efeito estatisticamente significativo na
diferenciação tecidual ao redor de implantes cilíndricos de titânio torneados imediatamente carregados.
O micro-movimento do implante teve um efeito prejudicial no contato osso-implante em um regime de
carga imediata.
# 2005 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.

Introdução geometria do implante, características da superfície, etc.

Com a introdução do princípio da osseointegração1 no
tratamento do edentulismo, um período de cicatrização
sem carga para implantes orais foi o protocolo padrão.
Uma profunda evolução do desenho do implante, das
dimensões do implante, da técnica cirúrgica e das
condições biomecânicas da prótese, levou a que a prática
clínica se desloque cada vez mais para a carga imediata
dos implantes orais.2 A redução do tempo de tratamento
necessário tem um importante impacto psicossocial e
econômico para os pacientes, o que leva a um crescente
interesse de clínicos e pesquisadores.
Apesar dos resultados promissores relatados,3— a carga
14
imediata e precoce do implante é mais crítica em
comparação com a carga convencional tardia do
implante.15—18 Embora a carga prematura não pareça
inibir a osseointegração, é provável que as condições de
carga mecânica em torno dos implantes orais são
decisivos para o prognóstico. Atualmente, os processos
de adaptação óssea em torno de implantes carregados
prematuramente são insuficientemente compreendidos.
O conhecimento alargado da diferenciação tecidual e
adaptação óssea em torno de implantes carregados
imediatamente sob diferentes condições de carga é
essencial se se pretender um prognóstico igual ao dos
implantes carregados tardiamente.
Um desses parâmetros mecânicos revelados é o
micromovimento na interface osso-implante. Na literatura,
o movimento do implante em relação ao osso circundante
é apontado como um parâmetro crucial no prognóstico
da osseointegração do implante . .22-25 Este limite é
estabelecido em vários níveis pelos diferentes
pesquisadores. Os estudos, no entanto, são difíceis de
comparar devido às diferenças na configuração do
estudo, por exemplo, diferentes técnicas cirúrgicas,
condições de carga do implante, geometria do implante,
superfície do implante e local de implantação (relacionado
à qualidade do osso).
A carga do implante leva tanto a micromovimentos na
interface osso-implante quanto à transferência de forças
para os tecidos circundantes. A proporção de
micromovimento e transferência de força depende do
grau de osseointegração e de outros fatores, como
Por exemplo, uma carga aplicada centralmente não
coincide necessariamente com o micromovimento na
interface osso-implante quando a direção do movimento
do implante difere daquela da interface osso-implante.
Além disso, os tecidos entre as roscas ou porosidades
dos parafusos são protegidos do impacto total da carga
aplicada centralmente, levando a menos micromovimentos
na interface osso-implante.
O objetivo deste estudo foi investigar a influência do
micromovimento do implante na diferenciação do tecido,
na ausência de outros fatores de influência, como
variações na geometria do implante (por exemplo, rosca,
porosidade), rugosidade da superfície, etc.
Materiais e métodos
Metodologia da câmara óssea 26
O modelo de câmara óssea (Fig. 1) consistia
principalmente de dois cilindros ocos, que se encaixavam
exatamente um no outro. Em uma primeira etapa, o
cilindro externo - chamado de câmara óssea externa (a)
- foi instalado na tíbia proximo-medial dos coelhos
brancos da Nova Zelândia sob condições assépticas e
foi permitido osseointegrar. A câmara óssea tinha um
diâmetro externo de 1 cm e, em média, 9 mm – de uma
altura total de 12 mm – foram inseridos no osso.
Durante este período de cicatrização, a câmara óssea
externa foi preenchida com um cilindro de Teflon sólido
(h) para evitar o crescimento do tecido através das três
perfurações (c). Após 3 meses de cicatrização, este
cilindro de Teflon foi removido e substituído por um
cilindro interno, denominado câmara óssea interna (b).
Esta câmara óssea interna estava em contato próximo
com a câmara óssea externa e apresentava perfurações
(c) que combinavam com esta última. Isso permitiu o
crescimento do tecido na cavidade central da câmara
óssea. O implante de teste (d), localizado no centro da
câmara óssea, foi carregado de maneira bem controlada
por meio de um dispositivo de carregamento externo
(atuador), que foi fixado ao implante no ponto (e). Durante
o carregamento do implante, o implante de teste deslizou
em um rolamento de Teflon (f). Vários parafusos (g)
conectaram todos os componentes. Após o experimento, o implante de
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A influência do micromovimento na diferenciação tecidual
Figura 1 Desenho esquemático e imagem do modelo da câmara óssea: (a) câmara óssea externa; (b) câmara óssea interna; (c)
perfuração; (d e e) implante de teste; (f) Rolamento de teflon; (g) parafuso de fixação; (h) Cilindro de teflon.
os tecidos foram colhidos removendo a câmara óssea interna
da externa. Um próximo experimento poderia começar depois
com uma nova câmara óssea interna colocada na externa.
Para maior comodidade dos pesquisadores, o animal foi
imobilizado durante a aplicação da carga. O movimento
adicional do animal não influenciou a carga do implante uma
vez que o atuador foi conectado ao implante de teste.
O dispositivo de carregamento ou atuador consistia em
um piezo tradutor (pré-carregado closed loop LVPZT trans
lator, P-841.60, ALT, Eindhoven, Holanda), que pode induzir
um deslocamento de até 90 mm e uma célula de carga (XFTC
100-M5M- 1000N, GS Sensors SARL, Les Clayes sous Bois,
França) com capacidade de 1000 N em tração e 100 N em
compressão. O deslocamento foi controlado por um medidor
de tensão na própria pilha piezo. Um controle de malha
fechada garantiu o deslocamento necessário. A carga pode
ser aplicada com uma frequência de até 50 Hz. O atuador foi
controlado por software escrito em ''Test Point''. Os parâmetros
de carga que foram definidos para este estudo foram
deslocamento do implante de teste (0, 30, 60 e 90 mm),
frequência de carga (1 Hz) e número de ciclos de carga (800).
Tanto a entrada (parâmetros de carga definidos) quanto a
saída (forças aplicadas e deslocamento do implante de teste)
foram registradas e visualizadas na tela do computador
durante a aplicação da carga e salvas em um arquivo.
Os implantes foram transformados em titânio cp e
descontaminados por imersão em HF (4%) por 30 s, após o
que foram neutralizados em HNO3 20%, enxaguados com
água desmineralizada, limpos com metanol (100%) e
esterilizados. Os implantes tinham um valor Ra de 0,45 mm.
Informações sobre animais
Antes da instalação da câmara óssea externa, os animais
foram pré-anestesiados com Cetamina (Ketamine 1000
CEVA1, 0,12 ml/kg de peso corporal, Ceva Sante Animale,
Bélgica) e Xilazina (Vexy
3
lan1, 0,12 ml/kg de peso corporal, Sanofi, Bélgica).
Durante a cirurgia, eles receberam Propofol (Dipri van1 1%,
8 ml/h, Astra Zenica, Bélgica) como anestésico intravenoso.
No pós-operatório, os animais receberam Buprenorfina como
analgésicos (Temgesic1, Reckit & Coleman, EUA, 0,05 mg/
kg de peso corporal IM) e antibióticos (300.000 UI/Injeção IM-
ad perf./Benzylpenicillum natricum 600 mg/Continen tal
Pharma, Bélgica) foram administrados no peroperatório e
quatro dias consecutivos no pós-operatório.
Para retirada da câmara óssea interna e substituição por
uma nova, os animais foram anestesiados com cetamina e
xilazina. Os experimentos foram aprovados pelo comitê de
ética local para ciência animal de laboratório e foram
realizados de acordo com os regulamentos e diretrizes belgas
de bem-estar animal.
Design de estudo
Dez coelhos brancos fêmeas maduros da Nova Zelândia
foram selecionados para este estudo. Devido à reutilização
da câmara óssea externa, todas as (quatro) condições de
teste puderam ser avaliadas nos mesmos animais. A influência
dos seguintes quatro regimes de carregamento foi avaliada:
1. Oitocentos ciclos de carga de 30 mm de deslocamento do
implante a uma frequência de 1 Hz, aplicados duas vezes
por semana, durante um período de 6 semanas.
2. Oitocentos ciclos de carga de deslocamento do implante
de 60 mm na frequência de 1 Hz, aplicados duas vezes
por semana, durante um período de 6 semanas.
3. Oitocentos ciclos de carga de deslocamento do implante
de 90 mm na frequência de 1 Hz, aplicados duas vezes
por semana, durante um período de 6 semanas.
4. Sem carga (controle) durante 6 semanas
A duração total do estudo foi de 24 (4 6) semanas e as
condições experimentais foram randomizadas no tempo.
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4 J. Duyck et ai.

Histologia e histomorfometria culae e medula óssea) em relação ao volume total

de tecidos (ver Fig. 2).
Após a colheita, a câmara óssea interna - contendo os Densidade óssea (BD%): soma de todas as
implantes de teste e seus tecidos circundantes - foi trabéculas ósseas individuais (tanto mineralizadas
fixada em uma solução de formalina tamponada com como não mineralizadas/osteóide) em relação ao
CaCO3. Na preparação para as seções de solo, os volume ósseo total (osso + medula óssea) (ver Fig. 2).
espécimes foram desidratados em uma série graduada Contacto osso-implante (BIC%): comprimento da
de etanol e embebidos em metilmetacrilato e polimerizados. superfície do implante em contacto com o osso
Todas as secções foram cortadas perpendicularmente (mineralizado e não mineralizado) em relação ao
ao longo eixo da câmara óssea. Oito cortes histológicos comprimento total do implante (ver Fig. 3).
foram submetidos a análises adicionais. Cinco seções A origem dos cortes foi cegada durante suas análises
foram selecionadas no nível das perfurações, juntamente tológicas e histomorfométricas.
com três seções acima das perfurações. Estas secções
tinham cerca de 100 mm de espessura e foram Estatisticas
trituradas até cerca de 25 mm e finalmente coradas
com azul de Stevenel e vermelho picrofushin. Os dados foram importados no SAS (software SAS/
Análises histológicas foram realizadas para STAT, SAS Institute Inc., NC, EUA). Foi realizada uma
descrever geralmente os tecidos ao redor dos implantes. análise de variância (ANOVA) tendo como variável
As análises histomorfométricas foram feitas por meio dependente um dos parâmetros histomorfométricos e
de um microscópio de luz (Leitz Laborlux S, Wet zlar, como variável independente: animal experimental (1 !
Alemanha) conectado a um PC, equipado com um 10), condição de teste (deslocamento do implante de
sistema de vídeo (Pro-Series High Performance CCD 0, 30, 60 ou 90 mm) e número de seção (1 ! 8). O nível
Camera, Media Cybernetics, LP, EUA) e sistema de de significância foi estabelecido em 5%.
análise de imagens. (Image Pro Plus1 3.0.01.00, Media Uma análise específica foi feita para o contato osso-
Cyber netics, LP, EUA). implante devido à sua baixa incidência. Uma ANOVA
Os seguintes parâmetros foram definidos nos cortes foi inadequada devido à falta de distribuição normal.
histológicos bidimensionais: Essa análise foi feita em duas etapas. Primeiramente,
foi feito um modelo de regressão logística, que calculou
Volume total do tecido (TTV%): todos os tecidos a chance de ocorrer contato osso-implante. Na segunda
(osso, tecido fibroso, medula óssea, ...) em relação etapa, foi realizada uma análise de variância no
ao volume total da câmara óssea interna (ver Fig. 2). subconjunto de dados onde foi observado o contato
Fração de volume ósseo (BVF%): quantidade de osso-implante.
osso (mineralizado e não mineralizado) (= trabe ósseo

Figura 2 Ilustração das medidas histomorfométricas: (a) volume total de tecido [TTV = os tecidos disponíveis na câmara
óssea/(área da câmara óssea interna a área do implante de teste) 100)]; (b) fração do volume ósseo [BVF = (volume
ósseo e osteóide/todos os tecidos disponíveis na câmara óssea) 100] e densidade óssea [BD = (soma do osso e
trabéculas osteóide/volume ósseo) 100].
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A influência do micromovimento na diferenciação tecidual 5

Figura 3 Corte histológico representativo de uma câmara óssea interna contendo uma variedade de tecidos: osso (B), osteóide
(O), tecido medular (BM) e tecido fibroso (FT). (a) Amplia a combinação de trabéculas ósseas mineralizadas (vermelho) e
trabéculas osteóides (verde). Os osteoblastos como mostrado em (b) ilustram o processo ativo de aposição óssea. (c) Ilustra o
osso em contato com o implante de teste.

Resultados condições de teste. O deslocamento do implante de 60

micrômetros induziu significativamente mais TTV do que o
Inflamação aguda foi observada em 10 amostras, devido à deslocamento do implante de 30 mm.
presença de bactérias Gram-negativas. Essas amostras foram O BVF foi semelhante para a condição de teste sem carga e
excluídas do conjunto de dados devido à grande influência da o deslocamento do implante de 90 mm, mas ambos foram
infecção nos tecidos dentro da câmara óssea. significativamente maiores do que o deslocamento do implante de
30 mm. O BD foi maior para a condição de teste de 60 e 90 mm.
As câmaras ósseas não infectadas foram preenchidas com Esta diferença com a condição de teste sem carga foi
uma combinação de tecido ósseo, fibroso, conjuntivo e de medula estatisticamente significativa.
óssea (Fig. 3). O osso entrou na câmara óssea através da
aposição óssea do osso pré-existente fora da câmara. Não foi
observada formação óssea de novo. Além do osso mineralizado
(vermelho), também foi observado osso/osteóide não mineralizado
(verde) na maioria das amostras, indicando que ainda havia
processos ativos de formação óssea (Fig. 3). A proporção de
osteóide em relação à quantidade total de tecido ósseo não foi
significativamente diferente entre as condições de teste.

Os valores para o TTV, BVF e BD para as diferentes condições

de teste estão ilustrados nas Figs. 4— 6. TTV significativamente Figura 4 Box plot do volume total de tecido (TTV). As condições
menor foi observado na condição de teste sem carga em de teste que estão relacionadas com um elogio diferem
comparação com a carga estatisticamente significativas.
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6 J. Duyck et ai.
Figura 5 Box plot da fração de volume ósseo (BVF).
As condições de teste que estão conectadas com um elogio
diferem estatisticamente significantes.
Figura 6 Box plot da densidade óssea (BD). As condições de teste que
estão relacionadas com um elogio diferem estatisticamente significativas.
O contato osso-implante ocorreu raramente e se
ocorreu, o percentual foi bastante baixo (28,4 15,7%).
Como já mencionado anteriormente, uma análise dupla
foi usada por esse motivo. Os resultados do modelo de
regressão logística, que calculou a chance de ocorrer
contato osso-implante, é apresentado na Fig. 7. A
chance de ocorrer contato osso-implante foi maior na
situação sem carga. Este último diferiu significativamente
com a condição de carga de 30 mm e 90 mm. Os
valores do BIC para essas amostras que apresentaram
BIC não foram comparados porque a incidência de
Figura 7 A porcentagem de amostras histológicas que demonstraram
contato osso-implante (BIC). A incidência de BIC foi significativamente
maior para a condição sem carga em comparação com a condição de
carga de 30 mm e 90 mm.
o contato osso-implante diferiu significativamente entre
as diferentes condições de carga.
O efeito do animal experimental foi significativo para
todos os parâmetros histomorfométricos, exceto para
BIC. Em outras palavras, os tecidos da câmara óssea
foram significativamente influenciados pelo animal
hospedeiro.
Também o local do corte histológico (acima versus
ao nível das perfurações) teve efeito significativo em
todos os parâmetros histomorfométricos, exceto BD.
Os valores foram geralmente maiores para os cortes na
parte inferior da câmara óssea em comparação com os
cortes que foram feitos acima das perfurações.
Discussão
A alta previsibilidade e o sucesso da terapia
convencional de implante oral em dois estágios
inspiraram muitos médicos e pesquisadores a seguir a
tendência de encurtar o tempo de tratamento e, assim,
diminuir o desconforto do paciente. Embora os
resultados com carga de implante precoce ou imediata
sejam promissores, muitos fatores que podem influenciar
o resultado do tratamento (por exemplo, fatores
relacionados à cirurgia, hospedeiro, implante e oclusão)
devem ser considerados e analisados antes da generalização do trata
De todos os fatores envolvidos, a estabilidade primária
parece ser o fator determinante mais importante para o
prognóstico de implantes carregados imediatamente .
carregamento do implante durante a fase de cicatrização.
Essa carga mecânica do implante pode levar a
micromovimentos na interface osso-implante. Em
estudos clínicos e experimentais em animais onde os
implantes são carregados imediatamente, é difícil fazer
a distinção entre os fatores específicos que influenciam
a cicatrização. A atual metodologia das câmaras
ósseas26 supera essa preocupação. A principal
vantagem deste último é que permite avaliar a influência
de um parâmetro específico, por exemplo, micro-
movimento na interface tecido-implante, mantendo
todos os outros fatores constantes.
O fato de o animal experimental como tal ter um
efeito estatisticamente significativo no resultado das
análises histomorfométricas, ressalta a importância de
repetir as diferentes condições de teste dentro do
mesmo animal. Isso foi possível graças à reutilização
da câmara óssea.
No entanto, a metodologia precisa ser interpretada em
seu próprio contexto, levando em consideração as
diferenças entre a realidade clínica e as condições da
câmara óssea.
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A influência do micromovimento na diferenciação tecidual
Uma grande diferença entre a situação clínica e o modelo
de câmara óssea aqui é que neste último há uma lacuna de
2,5 mm a ser preenchida entre o implante e o leito ósseo do
implante, o que implica que o implante carregado imediatamente
é inicialmente completamente cercado por um coágulo de
sangue apenas sem qualquer contato direto com o osso
hospedeiro. É evidente que é necessário mais tempo para
obter uma quantidade clinicamente comparável de osso dentro
da câmara óssea e em contato com os implantes de teste. No
entanto, a duração dos experimentos foi mantida curta para
poder interceptar a influência do micro-movimento no processo
de diferenciação tecidual ao redor de implantes carregados
imediatamente. De fato, quando os experimentos teriam durado
até que todas as condições de teste atingissem um equilíbrio,
havia uma chance de que, eventualmente, todas as quatro
condições de teste atingissem a mesma situação final,
obscurecendo assim o efeito do micromovimento na
diferenciação do tecido. A presença de osteóide e sinais de
formação óssea ativa na maioria das amostras de tecido
confirmaram que os processos de diferenciação tecidual ainda
não atingiram um equilíbrio. Devido ao tempo limitado de
cicatrização, os valores absolutos dos parâmetros
histomorfométricos não devem ser comparados com os de
outros estudos. Eles só podem servir para comparar as quatro
condições de teste deste estudo em particular.
O volume total de tecido foi medido nas câmaras ósseas
para ver se a carga do implante afetou a formação de tecidos
na cavidade da câmara óssea.
As outras medidas histomorfométricas foram feitas para avaliar
a influência da carga do implante sobre a formação óssea
(fração de volume ósseo), a qualidade do osso (densidade
óssea) e a capacidade do osso de aderir ao implante (contato
osso-implante). ). Esses parâmetros são considerados
relevantes na situação clínica.
O volume total de tecido nas câmaras ósseas foi
significativamente menor para as condições de teste sem carga
em comparação com as condições de teste com carga (Fig. 4),
o que provavelmente se deve ao fato de que o movimento do
implante inicialmente ajudou a espalhar sangue e células ao
redor da câmara óssea.
A fração de volume ósseo, por outro lado, foi maior para a
condição de teste sem carga em comparação com as condições
de teste onde os implantes foram carregados com um
deslocamento de 30 ou 60 mm. O deslocamento do implante
de 90 mm atingiu novamente o mesmo nível de BVF que a
condição de teste sem carga (Fig. 5). Esses resultados sugerem
que a introdução de estresse mecânico dentro da câmara
prejudica o crescimento ósseo na câmara óssea. Aumentar
ainda mais os níveis de estresse, no entanto, não inibiu ainda
mais o crescimento ósseo. Pelo contrário, parecia estimular o
crescimento ósseo, o que corresponde ao que é geralmente
aceito
7
em biologia óssea, nomeadamente que — dentro de certos
limites — a carga mecânica estimula a formação óssea.27,28
A razão pela qual uma pequena carga mecânica de implante
(deslocamento do implante de 30 mm) é menos favorável em
termos de crescimento ósseo, em comparação uma carga de
implante mais alta, no entanto, precisa ser mais investigada.
Embora os valores absolutos das diferenças na densidade
óssea entre as diferentes condições de teste tenham sido
pequenos (Fig. 6), há um aumento da densidade com o
aumento do deslocamento do implante. Isso está de acordo
com vários estudos que demonstraram que o aumento da
carga mecânica leva ao aumento da densidade óssea.29—31
O contato osso-implante, o critério de sucesso final para
implantes orais, foi alcançado em apenas 14% das amostras
de tecido. Considerando o tempo limitado de cicatrização e as
imagens histológicas de formação óssea ativa, é provável que
tenha havido uma evolução para uma osseointegração mais
frequente e mais densa dos implantes. Os valores do contato
osso-implante revelaram uma influência negativa do micro-
movimento na osseointegração, que foi estatisticamente
significante em 6 semanas. Muitos pesquisadores já
demonstraram que o micromovimento na interface influencia a
diferenciação do tecido e que o micromovimento excessivo
compromete a osseointegração do implante.22—25 Søballe et
al.24,25 compararam a diferenciação tecidual em torno de
implantes cilíndricos pulverizados com plasma de titânio poroso
imediatamente carregado versus imobilizado. em fêmures de
cães. Micromovimentos de 150 mm levaram à interposição de
tecido fibroso, enquanto os implantes imobilizados
osseointegraram. Quando os implantes foram imobilizados
após 4 semanas de carregamento do implante, no entanto, o
tecido fibroso pouco diferenciado ainda pode ser substituído
por aposição óssea direta. Isso novamente ressalta a influência
considerável do micro-movimento na cicatrização do tecido ao
redor dos implantes.
Embora pareça haver um consenso de que o micromovimento
excessivo prejudica a osseointegração, os pesquisadores não
concordam sobre qual nível de micromovimento é considerado
excessivo. Isso é
difícil comparar os estudos,22-25 porque não apenas o
deslocamento do implante, mas também outras variáveis, como
geometria do implante, características da superfície e local do
implante, desempenham um papel importante. Para evitar viés,
esforços foram feitos no estudo atual para investigar apenas o
efeito do micro-movimento. O micromovimento aplicado
axialmente correspondeu ao micromovimento na interface, pois
os implantes eram cilíndricos, não porosos e deslocados na
direção de seu longo eixo. O valor Ra dos implantes foi
semelhante ao valor Ra de implantes virados medidos por
Wennerberg.32 Em outras palavras, este estudo aplicou
micromovimentos bem controlados e demonstra que um
micromovimento como
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8 J. Duyck et ai.
pequeno como 30 mm já prejudica o contato do osso
com a superfície do implante.
Esse achado não significa necessariamente que o
efeito estimulante dos estímulos mecânicos no
osso27,28 não se aplique ao redor dos implantes. De
fato, Piatelli et al.,33 Nkenke et al.35 e Meyer et al.34
confirmaram histologicamente que a carga imediata do
implante como tal não compromete o processo de
osseointegração. Como já mencionado anteriormente,
muitos outros fatores influenciam o prognóstico de
implantes de carga imediata. Por exemplo, além da
carga mecânica do implante, também é importante uma
boa transferência de força do implante para os tecidos
circundantes. Esta transferência de força é ditada pela
rugosidade e geometria do implante. A transferência de
força é otimizada no caso de superfícies de implantes
rugosas e no caso de implantes em forma de parafuso
versus implantes cilíndricos.36 Nos estudos mencionados
acima,33—35 implantes em forma de parafuso foram
usados. Piatelli et al.33 e Nkenke et al.35 também
imobilizaram os implantes com a superestrutura
protética, minimizando assim os micromovimentos na
interface osso-implante. Surge a necessidade de mais
pesquisas sobre a influência específica de todos os
parâmetros envolvidos. Tais estudos estão em andamento.
Em conclusão, fica claro que a magnitude do
micromovimento na interface influencia significativamente
a diferenciação do tecido ao redor dos implantes
carregados imediatamente. Este efeito varia para os
diferentes parâmetros histomorfométricos nas
proximidades do implante. O efeito do micro-movimento
na interface, no entanto, é negativo, prejudicando a
osseointegração.
Reconhecimentos
O Fundo para Pesquisa Científica--Flandres é
totalmente reconhecido por apoiar financeiramente J.
Duyck e H. Van Oosterwyck como bolsistas de pós-
doutorado e pelo financiamento deste estudo (1.5.098.04).
Referências
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