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Resumo
Por terem dimensões reduzidas os mini-parafusos para ancoragem ortodôntica possuem
poucas limitações quanto ao local de implantação, eles podem ser instalados em praticamente
qualquer lugar da mandíbula ou maxila. Por outro lado, as dimensões reduzidas aumentam a
possibilitam de deformação durante o emprego e a fratura na inserção ou remoção. Neste
trabalho foram testados mini-parafusos comerciais (Conexão Sistemas de Prótese) com
diâmetros de 1,5 e 2,0 mm e comprimento de 6,0 mm. Em ensaios in vivo e in vitro mediu-se
os torques para instalar e remover mini-parafusos da cortical de coelhos e de bovino, os
resultados foram comparados com o limite de resistência à fratura sob torção. Os resultados
mostraram que os mini-parafusos possuem limite de resistência à torção superior ao torque de
instalação em cortical de elevada densidade.
Materiais e métodos
Neste trabalho 18 mini-parafusos comerciais com a designação Ortoimplante
fabricados pela empresa Conexão Sistemas de Prótese (São Paulo, SP) com comprimento de
6,0 mm e diâmetros de 1,5 e 2,0 mm foram submetidos aos ensaios de inserção e de remoção
in vitro e in vivo. Os mini-parafusos foram instalados e removidos, sob refrigeração com soro
fisiológico, na cortical de osso de perna bovina e na cortical da tíbia de coelhos. Os ensaios
de inserção e remoção tiveram como objetivo determinar o torque máximo que ocorre na
instalação e remoção dos mini-parafusos em osso de média (coelho) e elevada densidade
(bovino). 12 (doze) mini-parafusos foram submetidos aos ensaios mecânicos de torção até à
fratura. Os resultados dos ensaios in vivo e in vitro foram comparados.
No ensaio in vivo foram usados 2 coelhos machos saudáveis da raça Nova Zelândia
com idade aproximada de 4 meses e 3 kgf de peso. Foram utilizados 8 mini-implantes com
recomendações éticas e legais delineadas para a experimentação animal. Para tal, os animais
selecionados foram anestesiados e a região da tíbia direita foi tricotomizada de modo que a
área ficasse exposta para a realização do procedimento cirúrgico. A incisão foi realizada
implante.
Figura 1: Chave manual de inserção e remoção dos mini-parafusos presa no cabeçote
do torquímetro digital usado para a inserção in vivo dos mini-parafusos na tíbia dos coelhos e
remoção imediatamente após o sacrifício dos animais.
Resultados
Mostra-se na Tabela 1 os torques de inserção e de remoção dos mini-parafusos da
tíbia dos coelhos, cortical de osso bovino e torque para fraturar as amostras.
No ensaio de torção até a fratura, todos as amostras apresentaram fratura no corpo do
mini-parafusos, entre o primeiro e terceiro filetes. Na análise da superfície de fratura no
MEV, pode-se observar morfologias com características de fratura dúctil, Figura 4.
Discussão
Independente do tipo de cortical e diâmetro dos mini-parafusos, pode-se observar que o
torque de remoção é menor que o torque de inserção. Nos ensaios in vivo, o torque para
remover (5,4 N.cm) os mini-parafusos de 2,0 mm da tíbia do coelho foi 44,5% menor que o
torque de inserção (9,6 N.cm). No ensaio com cortical bovina, o torque de remoção (6,8
N.cm) do mini-parafuso de 1,5 mm foi 45,6% menor do que o de inserção (12,6 N.cm).
Como pode-se observar na Figura 5 os percentuais de redução do torque de remoção em
relação ao torque de inserção dos diferentes mini-parafusos são praticamente iguais.
50
48
46
44
42
C2,0 B1,5 B2,0
80
60
40
20
0
C2,0 B1,5 B2,0
Conclusões
Os ensaios de inserção e remoção in vivo e in vitro em cortical da tíbia de coelho e em
cortical da perna de bovino dos mini-parafusos mostraram que:
a) o torque para remover os mini-parafusos é inferior ao torque para inserir,
independente do diâmetro do mini-parafuso ou qualidade do osso;
b) os mini-parafusos possuem resistência média à torção superior ao torque de instalação
em cortical de elevada densidade e,
c) a inserção dos mini-parafusos de 1,5 mm em osso de elevada densidade requer maior
cuidado do profissional, uma vez que o torque médio de inserção é mais próximo do
limite de resistência à fratura sob torção do que os mini-parafusos de 2,0 mm.
Agradecimentos. Os autores agradecem à Conexão Sistemas de Prótese pelo fornecimento
dos mini-parafusos e a Dra Carla Derech pelas sugestões. O trabalho foi executado com apoio
do CNPq (Processos 472449/2004-4, 400603/04-7 e 500126/2003-8) e FAPERJ (E-
26/151.970/2004)
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