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RESUMO DE IMPLANTODONTIA

Um dos fatores que influencia na estabilidade primária e no sucesso dos implantes é a densidade óssea do local de inserção. A densidade óssea representa a qualidade e a quantidade de osso que
suportará os dispositivos para ancoragem esquelética, a classificação mais comumente utilizada foi preconizada pelo professor Misch e também por Lekholm e Zarb e se baseia na quantidade de
osso cortical e densidade medular, podendo ser:
• Tipo D I – osso cortical denso com pouco osso trabeculado, é pouco vascularizado. O risco de superaquecimento é maior.
• Tipo D II – osso cortical denso associado com osso trabeculado grosso, tem vascularização adequada
• Tipo D III – osso cortical fino e osso trabeculado grosso
• Tipo D IV – osso cortical fino e osso trabeculado fino/esponjoso com amplos espaços medulares
• Tipo D V – osso imaturo
O melhor osso para implantodontia é o tipo II (até mesmo o III), pois apresenta cortical espessa (permitindo bom travamento) e osso medular denso e organizado (permitindo boa osseointegração).

Em caso de mínima quantidade de osso entre o seio maxilar e o rebordo alveolar pode-se preencher o seio com enxerto para assim ter
mais osso para se colocar o implante, a distância média entre o assoalho do seio para o óstio é de 28,5mm, isso dá uma distância de
preenchimento de seio de até 15mm, para assim não obstruir o óstio e não ter a formação de sinusite. O levantamento do seio maxilar
(técnica da janela óssea) associado à instalação simultânea do implante dentário requer um mínimo de 3 a 4mm (ou 4 a 5mm) de osso
residual.

Regras do planejamento:
➢ Deve-se deixar uma distância de 2mm entre o canal mandibular e o implante;
➢ A distância mínima do forame mentoniano ao implante é de 5mm (devido ao looping anterior, ou alça anterior, do nervo mentoniano;
➢ A distância mínima entre um implante e outro é de 3mm (distâncias menores aumentam a chance de retração de tecido mole,
facilitando o aparecimento de espaços negros na prótese e também aumentam a chance de necrose dos tecidos circundantes).
➢ A distância mínima entre o implante e o dente natural é de 1,5mm;
➢ Com relação ao rebordo alveolar, tem que ter no mínimo 2mm de osso na vestibular do implante e 2mm na lingual/palatina;
➢ O diâmetro padrão de um implante é de 4mm;
➢ A distância horizontal entre a plataforma do implante e a crista óssea não deve ser menor que 3mm e nem maior que 7mm, para assim, ter obtenção de papila gengival;
➢ Idealmente, a plataforma do implante deve estar de 3 a 4mm abaixo da margem mucosa.

Osseointegração: é definida como uma conexão direta estrutural e funcional entre o osso vivo organizado e a superfície de um implante submetido à carga funcional. Seu sucesso depende de:
material biocompatível, implante precisamente adaptado ao sítio ósseo (não de pode deixar o implante muito “apertado” no osso, para assim não haver obstrução total dos vasos), cirurgia
atraumática para minimizar o dano tecidual (usar broca afiada e de alta qualidade em baixa velocidade com rotação da fresa inferior a 2.500rpm, para não aquecer mais do que 56°C, e motor
com alto torque) e cicatrização com tecidos imóveis e sem trauma (imprescindível a estabilidade primária). Os tipos de estabilidade são:
❖ Estabilidade primária – depende da qualidade óssea, técnica cirúrgica e geometria do implante. Estabilidade obtida na colocação do implante. A osseointegração requer longo
❖ Estabilidade secundária – depende da remodelação óssea, material do implante e superfície do implante. período de cicatrização de, pelo o
❖ Estabilidade terciária – depende da biomecânica das forças, geometria das roscas e componentes protéticos. menos, 3 meses para a mandíbula
e de 5 a 6 meses para a maxila.
Partes do implante dentário:
• Corpo do implante – também chamado de fixação, é a parte inserida dentro do osso, pode ter roscas ou não e é comumente fabricado em titânio ou com liga de titânio com rugosidades.
Podem ser de estágio único (projetando-se através do tecido mole imediatamente após a cirurgia) ou de dois estágios (cobertos por tecido mole após a cirurgia).
• Parafuso tapa-implante – parafuso instalado na parte superior da fixação durante a fase de cicatrização após a cirurgia de primeiro estágio.
• Cicatrizador – parafuso em forma de cúpula instalado após a cirurgia de segundo estágio (antes da inserção da prótese). Se projeta através do tecido mole e mede de 2 a 10mm.
• Análogo do implante – são feitos para reproduzirem exatamente a parte superior do implante ou o pilar no modelo de laboratório.
Para que seja considerado ideal, o design do implante deve: permitir estabilidade primária imediata, proporcionar máxima ancoragem superficial, facilitar sua inserção, causar menor trauma
durante a instalação e resistir aos torques de inserção e remoção. O melhor formato é o cônico-cilíndrico, pois é cônico na parte mais apical, proporcionando melhor travamento na parte inferior,
e a parte cilíndrica proporciona melhor paralelismo com as paredes do alvéolo. Implantes com roscas proporcionam maior estabilidade primária, devido a maior área de contato. Em caso de osso
muito esponjoso, se dá preferência a implantes com mais roscas. Em caso de osso tipo I ou II usa-se implante com rosca triangular, para auxiliar no corte do osso denso, já em osso tipo III ou IV
usa rosca quadrada, para aumentar a superfície de contato do implante com o osso esponjoso, favorecendo a dissipação de tensões e o melhor travamento.

Para que ocorra osseointegração é necessário o recrutamento e a diferenciação de células osteoindutoras na interface do implante, que é diretamente influenciado por sua rugosidade e topografia.
O tratamento da superfície pode ser por adição (materiais de silicone, hidroxiapatita, spray de plasma de titânio e o carbono são utilizados como revestimento, produzindo uma superfície
áspera/rugosa ou porosa, porém, o uso desses compostos caiu em desuso, pois existia o “deslocamento” dessa superfície) ou por subtração (através do jateamento ou ataque ácido, produzindo
superfície rugosa). Os implantes usinados apresentam a superfície mais lisa de todos os implantes, sendo considerados os menos favoráveis à osseointegração.

Tipos de plataforma protética (conexão):


➢ Hexágono externo – vantagens: apropriado para abordagem de 2 estágios, mecanismo antirrotacional e compatibilidade com diversos sistemas. Desvantagens: antiestético, micro
movimentos, centro de rotação elevado (causando menor resistência) e micro fenda entre o implante e o pilar (causando reabsorção óssea na cervical do implante).
➢ Hexágono interno – vantagens: facilidade no encaixe do pilar, adequado para uso em 1 estágio e carga imediata, estabilidade, efeito antirrotacional e centro de rotação mais apical (maior
resistência). Desvantagens: dificuldade em se ajustar divergências de angulação entre implantes e paredes mais finas ao redor da área de conexão.
➢ Cone morse – vantagens: melhor adaptação, não tem micro fenda, estabilidade (minimizando os micro movimentos, movimentos inferiores a 150m), melhor fixação antirrotacional e
maior resistência. Desvantagens: ausência de mecanismo de posicionamento protético antirrotacional.
➢ Plataforma Dwitching – componente protético com diâmetro menor que a plataforma do implante, formando um “degrau”. Há um deslocamento da interface entre o componente e
implante no sentido horizontal, direcionado ao centro da plataforma, distanciando-se do osso marginal, reduzindo ou eliminando a esperada remodelação óssea pós restauração, isso
devido ao infiltrado bacteriano, que migra para a região mais interior, proporcionando menor reabsorção.

Implante Zigomático: são implantes com grandes comprimentos que se integram em dois pontos, no osso zigomático e no rebordo alveolar. Indicado para casos de atrésia maxilar e defeitos
maxilares devido a trauma ou tumores. A cabeça da fixação zigomática tem angulação de 45° ou 55° (facilitando a sua emergência oclusal).

A carga imediata é realizada até 72 horas após o procedimento cirúrgico. Carga precoce de 4 a 21 dias. Carga tarde (convencional) de 3 a 6 meses. A carga imediata é indicada quando se tem
torque de 45 a 50 Ncm (alguns autores relatam que valores acima de 32 Ncm são indicadores de boa estabilidade primária para este fim), cujo desenho do implante tenhas roscas não muito
espaçosas, superfície rugosa, comprimento mínimo de 10mm e diâmetro mínimo de 3,5mm. A instalação imediata do implante aumenta a chance de ocorrer infecção. O uso de carga imediata
vale-se do princípio da estabilidade inicial que é dada pelo travamento mecânico do implante. A principal vantagem da instalação de implantes imediatos em alvéolos frescos é a manutenção da
arquitetura óssea e gengival.

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