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MARIA DE FÁTIMA RIBEIRO RODRIGUES

Cirurgiã-Dentista

PREVALÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO ENTRE


DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E OTALGIA
EM PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO
DE OTORRINOLARINGOLOGIA

Dissertação apresentada à
Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da
Universidade Estadual de Campinas para a
obtenção do título de Mestre em Clínica
Odontológica – Área de concentração: Prótese.

Orientador: Prof. Dr. Wilkens A. Buarque e Silva

PIRACICABA

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
Bibliotecária: Elis Regina Alves dos Santos – CRB-8a. / 8099

Rodrigues, Maria de Fátima Ribeiro.


R618p Prevalência da associação entre disfunção
temporomandibular e otalgia em pacientes atendidos em
ambulatório de otorrinolaringologia / Maria de Fátima Ribeiro
Rodrigues. -- Piracicaba, SP: [s.n.], 2010.

Orientador: Wilkens Aurélio Buarque e Silva.


Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

1. Articulação temporomandibular. I. Silva, Wilkens Aurélio


Buarque e. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de
Odontologia de Piracicaba. III. Título.
(eras/fop)

Título em Inglês: Prevalence of the association between temporomandibular


disorders and otalgia in patients seen in the otorhinolaringology service
Palavras-chave em Inglês (Keywords): 1. Temporomandibular joint
Área de Concentração: Prótese Dental
Titulação: Mestre em Clínica Odontológica
Banca Examinadora: Wilkens Aurélio Buarque e Silva, Cláudio Figueiró,
Fernanda Paixão
Data da Defesa: 02-07-2010
Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica

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iii
Dedico este trabalho A minha mãe
Hosana, a vovó Ludovina (in
memoriam) e ao meu marido Luiz, pelo
estímulo e profundo amor a mim
dedicados, e me apoiando em todos os
meus sonhos.

iv
AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao meu orientador, Prof. Dr. Wilkens A. Buarque e Silva, pela compreensão


constante, pela transmissão de conhecimentos, pelo exemplo de profissionalismo
e sabedoria na tomada de decisões.

À Coordenadoria do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da


Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa da coordenadora, Profa. Dra.
Renata Cunha Matheus Rodrigues Garcia, pela seriedade na condução do
programa.

Ao Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas/UFAM,


por meio do Prof. Renato Telles, residentes e médicos assistenciais.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o


apoio a este trabalho ao me permitir fazer parte do grupo de bolsistas do
Programa RH Interinstitucional.

v
AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Campinas, por meio de seu Reitor, Prof. Dr. José
Tadeu Jorge.

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), por meio de seu Diretor Prof.


Dr. Francisco Haiter Neto e do Diretor Associado Prof. Dr. Marcelo de Castro
Meneghim.

Ao Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de


Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, Prof. Dr. Jacks Jorge Junior.

À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da


FOP/UNICAMP, por meio da Prof. Dra. Renata Cunha Matheus Rodrigues
Garcia.

À Coordenação do Curso de Pós-Graduação, área de concentração em Prótese


Dental, por meio do Prof. Dr. Frederico Andrade e Silva.

À Universidade Estadual do Amazonas, por meio da sua Reitora Marilene Corrêa


da Silva Freitas.

À FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) pela


bolsa concedida, viabilizando a realização do curso de Mestrado.

Ao Prof. Dr. José Antonio de Nunes Mello, coordenador dos programas Minter e
Dinter em Clinica Odontológica em Manaus, pelo incentivo para concluir essa
etapa tão importante.

Ao Hospital Universitário Getúlio Vargas, por meio do seu Diretor Raimyson


Monteiro de Souza.

vi
Agradeço a minha mãe, Hosana Ribeiro Rodrigues, pelo exemplo, pelo amor,
pela força e pela vida.

A minha avó, Ludovina Augusta Rodrigues (in memoriam), pelo amor


incondicional, pelos ensinamentos, por ter sido o norte em minha jornada por
tantos e tão valiosos anos.

Ao meu amado esposo, Luiz Carlos Nadaf de Lima, pelo ombro, por ser meu
companheiro, por acreditar em mim e ficar ao meu lado em todos os momentos.

Ao Prof. Dr. Paulo José Benevides dos Santos e a Profª Brigitte Nichthauser
por todo o apoio prestado na execução deste trabalho.

A todos os demais que, ao longo dos anos, contribuíram para que eu conseguisse
realizar mais este sonho. Cada um há seu tempo e de sua maneira são
importantes em minha vida.

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RESUMO

O objetivo nesta pesquisa foi avaliar a associação da prevalência de Desordens


Temporomandibulares (DTM) em pacientes com otalgia, atendidos no Serviço de
Otorrinolaringologia do Ambulatório Araújo Lima da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Amazonas, cujos exames médicos específicos tenham
descartado causas otorrinolaringológicas para tais manifestações e, descrever a
prevalência dos principais sinais e sintomas otológicos em pacientes com
diagnóstico de DTM sem patologia otorrinolaringológica associada. Foram
avaliados 500 pacientes com otalgia. O exame otorrinolaringológico consistiu na
submissão dos pacientes a avaliações de orofaringoscopia, rinoscopia anterior e
otoscopia, com o objetivo de afastar patologias específicas da área. Os pacientes
voluntários com hipótese diagnóstica de desordens temporomandibulares foram
encaminhados para avaliação e diagnóstico diferencial na área odontológica. O
diagnóstico odontológico foi realizado por meio dos exames previstos na Ficha
Clínica do CETASE/FOP-UNICAMP (Centro de Estudos e Tratamento das
Alterações Funcionais do Sistema Estomatognático da Faculdade de Odontologia
de Piracicaba – Universidade Estadual de Campinas). O teste estatístico utilizado
para verificar associações significativas, foi o G-teste. O nível de significância
utilizado no teste foi de 5%. Entre os 500 pacientes avaliados, 94 (18,8%)
apresentaram disfunção temporomandibular (DTM). Para os pacientes que
apresentavam diagnóstico sugestivo de DTM: a amostra foi significantemente
maior para o gênero feminino e na quarta década de vida; a sensação de surdez
ou “ouvido tapado” atingiu 72,3% da amostra estudada, seguido de cefaléia
(53,8%), zumbido (29,8%) e tontura (26,6%). A amostra de pacientes com DTM foi
bastante significativa para dores na nuca e/ou pescoço (79,8%), dores nas costas
(74,5%), dor na região temporal (66,0%), dor na região masseterina (63,8%) e na
região frontal (56,4%). O estalido foi o sinal mais informado (39,4%), seguido de
creptação (10,6%) e sensação de papel amassado (2,1%). O diagnóstico da DTM

viii
é muito controverso, assim como a relação deste com os sintomas otológicos,
sendo muito importantes outros estudos a cerca deste mesmo assunto.

Palavras-chave: articulação temporomandibular, otalgia, desordem


temporomandibular.

ix
ABSTRACT
This objective of this study was to evaluate the prevalence of
temporomandibular disorders (TMD) in patients with otalgia, seen in
the otorhinolaringology Service of the University of Amazon Medical
School, whose specific medical exams have discharged
otorrinolaringologic causes for such manifestations and to describe the
prevalence of main otological signs and symptoms in patients with
TMD diagnosis without otalgia with associated otorhinolaringological
pathologies. This study evaluated 500 patients. The
otorhinolaringological exam was constituted of orophryngoscopy,
rinoscopy and otoscopy to discharge specific otorhinolaringological
pathologies. The voluntary patients with TMD hypotheses were sent for
odontologic evaluation and differential diagnosis. The odontologic
diagnosis was made through exams of the CETASE/FOP – UNICAMP
clinical file (Center of studies and treatment of estomatognatic system
malfunctions of Piracicaba Dental School Campinas State University).
The statistic test used to verify significant associations was G-test. The
level of significance used in the test was 5%. From 500 patients
evaluated, 94 (18,8%) had temporomandibular disfunction wich was
significantly more frequent among women in their forties. The feeling of
deafness or “blocked ear” was present in 72,3% of the sample studied
followed by headache (53,8%), tinnitus (29,8%), dizziness (26,6%).
The sample was very significant for neck pain (79,8%), back pain
(74,5%), pain in the temporal region (66%), pain in the region of the
masseter muscle (63,8%) and frontal sinus (56,4%). The click was the
most reported sign (39,4%) followed by crackle (10,6%) and feeling of
creased paper (2,1%). The diagnosis of TMD is controversial as well
as its relation with otologic symptoms, so other studies are necessary
to evaluate this relationship.

Key words: temporomandibular articulation, otalgia, temporomandibular


disorder

x
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO DA LITERATURA 4
3. PROPOSIÇÃO 19
4. MATERIAIS E MÉTODOS 20
5. RESULTADOS 28
6. DISCUSSÃO 42
7. CONCLUSÃO 48
REFERÊNCIAS 49
ANEXOS 60

xi
1. INTRODUÇÃO
Para o diagnóstico e tratamento da dor, é necessário o conhecimento
profundo de todas as variáveis que podem desencadeá-la, bem como saber quais
mecanismos anatômicos, químicos ou neuronais, patológicos ou não, estão
envolvidos nestas variáveis para se ter sucesso no tratamento das mesmas. Por
este motivo, cada vez mais os profissionais da área de saúde estão dividindo
tarefas para poderem entender melhor as causas que desencadeiam a dor, cada
um desempenhando o seu papel para melhorar a qualidade de vida do paciente.

A sintomatologia dolorosa não se constitui no único fator determinante


para o diagnóstico diferencial das desordens tempormandibulares (DTM), alguns
pacientes podem apresentar sinais clínicos que quando considerados
conjuntamente são indicativos da presença deste tipo de patologia, tais como:
alteração da dimensão vertical da face causada por perda de elementos dentários,
má posição dentária, ausência de guias, alterações funcionais da musculatura
mastigadora, interferências oclusais, alterações intrínsecas e extrínsecas dos
componentes estruturais da articulação temporomandibular (ATM), causas
psíquicas e psico-somáticas (Costen 1937; Silva & Silva 1990; Landulpho et al.,
2002 e 2004; Paixão et al., 2007; Casselli et al., 2007) e distúrbios auditivos
(Molina et al., 2000; Felício et al., 2004; Charlett & Coatesworth, 2007).

Estes últimos foram associados à diminuição da dimensão vertical de


oclusão e conseqüente compressão do ramo principal do nervo aurículo temporal
e do nervo corda do tímpano (Costen, 1937; Weinberg, 1979; Rocabado, 1987;
Silva et. al., 2000, Ramirez et al., 2007), associada ao aumento de tensão no
músculo tensor do tímpano que poderia elevar a pressão intra-labiríntica (Jacob et
al., 2005) e a diminuição do suprimento sanguíneo pelo ramo timpânico da artéria
maxilar (Thonner, 1953), causados muito provavelmente pelo deslocamento
posterior da cabeça da mandíbula durante o fechamento máximo.

1
Opiniões que colaboram com esta hipótese consistem na associação do
sintoma vertigem com alterações do tônus da musculatura cervical e na relação
recíproca dos músculos cervicais e elevadores da mandíbula, na determinação da
postura crânio-oro-facial (Rocabado, 1987).

As desordens temporomandibulares constituem uma patologia que


acomete o sistema mastigatório e é agravada pela função, desta maneira
independentemente da moléstia local envolvendo os dentes e boca o seu
diagnóstico deve ser feito por critérios apropriados (Solberg, 1989; Pavarina et al.,
1998; Felício et al., 2004; Charlett & Coatesworth, 2007).

A DTM é considerada uma síndrome pela diversidade de sintomas a ela


associados, muitas vezes dificultando o diagnóstico em razão das ramificações da
origem da dor e outros sinais e sintomas localizados em áreas distantes da
articulação temporomandibular (Spyrides et al., 1999; Molina et al., 2000; Silva et
al., 2000; Zocoli et al., 2007).

Neste sentido, uma das áreas pouco estudadas nas desordens


temporomandibulares é a sua relação com a sintomatologia otológica e com a
área médica de otorrinolaringologia (Silva et al., 2000).

Superposições de sintomas de dores faciais, na cabeça e na região


cervical podem ser observadas com freqüência, porque os músculos cervicais
podem provocar dor referida para a face e cabeça, que podem ocorrer de forma
concomitante com um excesso de excitabilidade do quinto par craniano em
decorrência da dor e inflamação em estruturas do aparelho mastigador (Molina et
al., 2000; Bonjardim et al., 2005; Carlsson et al., 2006; Charlett & Coatesworth,
2007; Silveira et al., 2007).

Pacientes portadores de DTM, geralmente apresentam dores difusas ou


localizadas numa ou várias estruturas anatômicas adjacentes, inervadas,
principalmente, pelo quinto par craniano, o chamado Nervo Trigêmeo (Paiva neto
et al.,2001).

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A otalgia tem a propensão para induzir vários efeitos excitatórios
centrais incluindo a co-contração dos músculos mastigatórios, assim produzindo
uma restrição da amplitude do movimento mandibular. Nesse sentido, o clínico
pode confundir essa condição patológica com disfunção temporomandibular
(Okeson, 2006).

Como a atividade dos músculos mastigatórios está sob controle dos


centros corticais e do tronco cerebral, o stress emocional pode modificar suas
características, aumentar a sua atividade muscular na posição postural e facilitar o
início de hábitos parafuncionais (Ramirez et al., 2007).

Atualmente não há questionamentos sobre a relação entre


sintomatologia otológica e DTM, mesmo considerando-se as diversas teorias que
buscam correlacioná-las com exatidão. A inervação da face, tanto motora quanto
sensitiva, é profusa, com envolvimento dos nervos trigêmio, facial, vago,
glossofaríngeo e cervical e, a região do pavilhão auditivo demonstra claramente a
relação não compartimentada destas estruturas; uma vez que, nesta pequena
região da face, ocorre a recepção concomitante de toda esta inervação.

Desta maneira, julgamos pertinente a realização de um estudo


direcionado a contribuir com a compreensão do tema, verificando a associação da
prevalência de distúrbios temporomandibulares em pacientes com otalgia, cujos
exames médicos específicos tenham descartado causas otorrinolaringológicas
para tais manifestações e, descrever a prevalência dos principais sinais e
sintomas otológicos em pacientes com diagnóstico de DTM sem patologia
otorrinolaringológica associada.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A presença de sintomas otológicos relacionados à desordem


temporomandibular começou a ser discutida há seis décadas com Costen (1934).
Esse autor relacionava os sintomas como hipoacusia, otalgia, plenitude auricular,
zumbido e vertigem à perda dos dentes posteriores. Afirmava ainda, que o
deslocamento do côndilo mandibular em direção à parede anterior do tímpano
poderia promover a reabsorção condilar. Outra hipótese vinculava os sintomas ao
espasmo doloroso da musculatura. No entanto, em anos subseqüentes sempre
prevaleceu à idéia de que o deslocamento posterior do côndilo mandibular poderia
determinar o aparecimento dos sintomas otológicos, ainda que outras de suas
posições anormais no interior da cavidade glenóide tivessem sido demonstradas
quando se verificaram suas projeções anteriormente à cavidade glenóide ou
superior a essa estrutura, que igualmente promoviam sintomas dolorosos (Costen,
1934; Swartz, 1957; Pereira et al., 2005; Ramirez et al., 2007).

O próprio estado de hipertonia dos músculos faciais poderia


desenvolver a desordem temporomandibular, questionando a unicidade do fator
dentário na mediação da desordem temporomandibular. Atualmente discutem-se
os múltiplos fatores que poderão desencadear essa doença, sendo o
posicionamento dental um fator de grande relevância, mas não o único, deixando
claro que nem a perda dos dentes posteriores e nem o deslocamento posterior do
côndilo seriam as únicas condições desfavoráveis que propiciam sintomas
otológicos, como se acreditou anteriormente (Laskin, 1969).

O nervo trigêmeo é um nervo misto, com o componente sensorial e


motor. Os impulsos sensoriais vêm da maior parte da cabeça e da face, das
mucosas do nariz e da boca, da córnea e das conjuntivas. Os corpos celulares
sensitivos estão localizados nos gânglios de Gasser ou Semilunares, de onde
partem as três divisões sensoriais: oftálmica (sai na fissura orbital superior),
maxilar (sai no forame redondo) e mandibular (sai no forame oval). Sua porção

4
motora tem origem no núcleo motor trigeminal da ponte e inervam os músculos
pterigóideos e masseter. (Carpenter,1978; Brodal, 1984) (Figura 1).

Figura 1. Inervação da face, região do ouvido e pescoço.

Fonte: Netter,1996.

A relação funcional entre as estruturas do ouvido e a articulação


temporomandibular fica demonstrada, a partir dos estágios da formação
embriológica do indivíduo, pois ambas as estruturas derivam da cartilagem de
Meckel. Sob o ponto de vista anatômico, visualizamos com clareza o
relacionamento próximo que inúmeros músculos, participando do movimento da
articulação, mantêm com as estruturas do ouvido. Músculo temporal, masseter,
pterigóideo medial e lateral inserem-se ao seu redor. É do músculo pterigóideo
lateral que provém o ligamento do martelo com a membrana timpânica.
Importante, também, é o relacionamento anatômico que os músculos palatinos
têm com a boca e a tuba auditiva, estrutura anatômica responsável pelo equilíbrio
das pressões entre o ouvido médio e externo (Gardner et al., 1978) (Figura 2).

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Figura 2. Alguns músculos que auxiliam na mastigação.

Fonte: Netter,1996.

Entre as causas e alterações estruturais que podem causar algum tipo


de som articular, as mais freqüentes são os deslocamentos de disco articular para
anterior, alterações estruturais de superfície articular e hipermobilidade do
complexo côndilo-disco, além dos processos degenerativos, que provocam as
crepitações. O relacionamento entre os deslocamentos de disco articular e a
sintomatologia dolorosa da ATM ainda não está bem elucidado. Apesar de
bastante freqüentes em uma população de pacientes com disfunção, não podem
ser considerados como uma condição necessária para iniciar processos
inflamatórios intra-articulares e conseqüente dor (Gay et al., 1987) (Figura 3).

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Figura 3. Relação mandíbula, disco articular e base do crânio.

Fonte: Netter,1996.

A lordose cervical aumentada também é um sinal importante


encontrado em pacientes com DTM. A explicação para a origem de tal alteração
postural foi abordada em diversos estudos. Alguns trabalhos afirmam que ao
realizar a anteriorização da cabeça, o olhar passa a ficar baixo e na tentativa de
nivelar este olhar tornando-o funcional, ocorre o aumento da lordose cervical.
Outros autores explicam que sendo os músculos da mastigação sinérgicos aos da
cervical, um desequilíbrio entre eles, causa forças retrusivas na mandíbula,
alterando o seu posicionamento de repouso e levando a hiperatividade muscular
(Clark et al., 1987).

O posicionamento dos ombros também poderá ser alterado com o


aumento da atividade muscular mastigatória. Observa-se o não nivelamento
destes, podendo estar protuídos ou elevados do mesmo lado da ATM afetada. Isto
ocorre já que a hiperatividade dos músculos da mastigação leva a hiperatividade
da musculatura cervical, determinando assim a contração dos músculos
responsáveis pela elevação e protrusão dos ombros (Rocabado & Tapia, 1987).

A ATM é uma articulação sinovial e, portanto, permite amplos


movimentos da mandíbula em torno de um osso fixo, que é o temporal. É uma

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articulação bilateral, interligada pela mandíbula e interdependente, com
movimentos próprios para cada lado, porém simultâneos, podendo ser
considerada uma única articulação (Douglas,1988; Molina 1995).

A utilidade da aplicação de indicadores padronizados, incluindo o


questionário McGill foi estudado para medir o impacto da dor orofacial na
qualidade de vida de 152 pacientes. Entre as condições estudadas, 48 pacientes
apresentavam DTM, 33 doenças periodontais, 23 próteses e 48 pacientes em
situação de retorno clínico por diversas condições. Os três primeiros grupos de
pacientes relataram diferentes impactos na qualidade de vida e o impacto foi,
particularmente, severo para os portadores de DTM. Os indicadores utilizados
foram sensíveis para diferenciar entre os grupos de pacientes e foram
considerados promissores no acompanhamento da qualidade de vida e na coleta
de dados epidemiológicos (Reisine et al., 1989).

As disfunções temporomandibulares caracterizam-se por uma série de


sinais e sintomas, que incluem dores faciais, limitação de movimentação
mandibular e ruídos articulares. Considerado por muito tempo como um sinal
cardinal e característico das DTM, sabe-se que ruídos articulares da ATM são
freqüentes, mesmo numa população assintomática. Dessa forma, análises
realizadas por meio de ressonância magnética demonstraram que cerca de 30%
de uma população livre de sintomas apresentam algum tipo de ruído articular
(Ishigaki et al., 1992).

A literatura relata evidências científicas de que a sensibilidade na região


cervical pode estar associada à coativação do músculo esternocleidomastoídeo
durante a contração máxima do músculo masseter induzida pela mastigação
(Clarck et al., 1993) e, que o músculo esternocleidomastoídeo pode ser inibido por
meio da estimulação elétrica da gengiva (Browne et al., 1993) demonstrando uma
ação trigeminal sobre o referido músculo.

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Os problemas oclusais são relacionados aos sinais e sintomas da
desordem temporomandibular (DTM), podendo afetar a função mastigatória e
propiciar assimetria funcional do sistema estomatognático (Navarro, 1993).

As desordens temporomandibulares abrangem uma série de problemas


clínicos que envolvem os músculos mastigatórios, componentes articulares ou
ambos. As DTMs caracterizam-se principalmente por dor nos músculos
mastigatórios e na ATM; ruídos durante os movimentos mandibulares; limitação ou
assimetrias nesses movimentos; alterações funcionais e alterações otológicas.
Dependendo da(s) estrutura(s) envolvida(s), alguns desses sinais e/ou sintomas
podem estar presentes (Felício et al.,1994).

A ATM está localizada anatomicamente entre a região distal superior


terminal do osso mandibular e a região inferior e lateral do osso temporal.
Posteriormente, está delimitada pela espinha pós-glenóide, região escamosa do
osso temporal, conduto auditivo externo e região posterior da fossa glenóide;
anteriormente, pelo tubérculo auricular; lateralmente, pela parede lateral externa
da fossa glenóide e músculo masseter e, superiormente, pelo osso temporal e
arco zigomático (Molina,1995) .

Com objetivo de avaliar comparativamente a severidade das disfunções


dolorosas temporomandibulares, por meio da utilização de multitestes de escores
que compõem o índice de disfunção (ID) entre pacientes edentados parciais
unilaterais na mandíbula, todos sintomáticos (n = 68), portadores ou não de
próteses parciais removíveis (PPR). Foram realizadas avaliações acuradas dos
movimentos mandibulares, dos ruídos articulares e da sensibilidade à palpação na
região das articulações temporomandibulares, perfazendo um total de vinte e seis
procedimentos para cada um dos pacientes que participaram dessa investigação.
Foi utilizado um terceiro grupo de pacientes (n = 34), totalmente dentados, que
atuou como controle. Para a comparação dos dados, foram aplicados testes de
análise de variância. Os resultados sugeriram que a maior parte dos sinais e
sintomas das DTMs pode ser avaliada com segurança pela utilização de um

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sistema de escores tipo ID e que o correto emprego das PPR como elementos
reparadores da oclusão poderão evitar ou diminuir significantemente a incidência
dessas desordens em pacientes edentados unilaterais (Gil & Todescan, em 1996).

Os sintomas otológicos são freqüentes em pacientes com DTM e o


tratamento odontológico contribui para a remissão destes. Contudo, a origem e as
possíveis relações dos sintomas otológicos com outras manifestações do
problema não estão totalmente esclarecidas (Keersmaekers et al., 1996).

O termo disfunção temporomandibular é utilizado para reunir um grupo


de doenças que acomete os músculos mastigatórios, ATM e estruturas
adjacentes. É altamente debilitante e altera a perfeita realização de algumas
funções essenciais como mastigar alimentos ou falar adequadamente. Sua
incidência na população vem aumentando consideravelmente, principalmente
entre as mulheres de meia idade, 80% dos pacientes (Tommasi, 1997).

Acredita-se que sinais e sintomas temporomandibulares estão


presentes em grande porcentagem na população dos países examinados.
Entretanto, há discrepância significativa entre os indivíduos com sintoma e os que
buscam tratamento. Em geral, os indivíduos não buscam tratamento para
condições a que não estão acostumados ou não consideram como sendo
importantes, a menos que a dor esteja envolvida (Ash, 1998).

A disfunção temporomandibular abrange vários problemas clínicos que


envolvem a musculatura da mastigação, a articulação temporomandibular e
estruturas associadas. Como sintomas, o paciente pode ter dor na mandíbula e na
região da ATM, dor de cabeça, ruído na articulação, dificuldade para abrir e fechar
a boca, dificuldade para morder e cortar alimentos, mas também ocorre enquanto
a boca está em repouso (Okeson, 1998).

Os distúrbios funcionais do sistema mastigatório são comuns em


crianças e adolescentes, e tendem a aumentar na fase adulta (Alamoudi et al.
1998).

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Um desequilíbrio entre a ATM, articulação alvéolo dentária e a oclusão,
juntamente com a ação desequilibrada dos músculos mastigatórios, levam a esta
disfunção miofascial. Pacientes com DTM apresentam como principal sintoma dor
miofascial associada com função mandibular alterada. A dor normalmente se
localiza na área pré-auricular irradiando-se para a região temporal, frontal ou
occipital. Pode apresentar-se como uma cefaléia, otalgia, zumbido no ouvido ou
mesmo dor de dente. Acredita-se que o espasmo dos músculos da mastigação é o
principal responsável pela sintomatologia dolorosa na DTM e pode ser
desencadeado por distensão, contração ou fadiga muscular. Estas por sua vez,
geralmente são causadas pela hiperatividade muscular, correspondendo a 80% da
etiologia da DTM. A hiperatividade muscular possui como principal causa à prática
de hábitos parafuncionais (bruxismo, onicofagia), sendo agravados e influenciados
pelo estresse emocional (Neville et al, 1998).

Otalgia, plenitude auricular e diminuição auditiva correspondem a


sintomas que estão, muitas vezes, presentes nas DTMs, mas que também
caracterizam algumas patologias do ouvido, como: otite, tumor de orelha média e
disfunção tubária. Da mesma forma, zumbido, diminuição da audição, tontura e
vertigem, podem se manifestar tanto em alterações na ATM como no próprio
ouvido relacionado a problemas centrais ou labirínticos (doença de Menière),
neurinoma do acústico, otosclerose, presbiacusia, trauma acústico e perda
auditiva induzida por ruído – PAIR (Angeli et al.,1999).

Com o objetivo de verificar a relação entre disfunção da articulação


temporomandibular (DTM) e oclusão dental normal e alterada, foram avaliadas 80
mulheres jovens com idade entre 17 e 31 anos, as quais se submeteram à
anamnese e avaliação do aparelho mastigador realizando caracterização da DTM
e a classificação da oclusão dentária nos três planos e eixos anatômicos, sendo
que, não foi levado em consideração se haviam ou não se submetido a tratamento
ortodôntico. Após análise dos dados concluíram que: 1) a DTM ocorreu com maior
freqüência na maloclusão dentária; 2) a incidência de ocorrência de maloclusão de

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Angle foi maior em Classe I, concomitantemente com a ocorrência da DTM em
Classe II, divisão 1ª, porém sem significância estatística; 3) a DTM ocorreu com
maior freqüência na sobremordida anterior normal e na sobremordida posterior
alterada (topo/ausente/aberta), embora estes dados não sejam significativos
estatisticamente; 4) a DTM ocorreu com maior freqüência na sobressaliência
anterior cruzada e posterior alterada (topo/ausente/aberta) unilateral, porém sem
significância estatística, portanto nas sobressaliências alteradas (Vieira &
Paura,1999).

Uma vez que, o ouvido é inervado por vários nervos cranianos e


cervicais diversos, o sintoma de otalgia pode ser bem enganoso. A dor primária
que emana pode surgir por causas diferentes e ser mediada por vias nociceptivas
diferentes. A otalgia tem a propensão para induzir vários efeitos excitatórios
centrais incluindo a co-contração dos músculos mastigatórios. Nesse sentido, o
clínico pode facilmente confudir essa condição patológica com disfunção
temporomandibular (Okeson, 2000; Bruto et al.2000; Manfredi et al., 2001; Okeson
2006).

Em 2000, foram avaliados num período de três meses, 523


pacientes com otalgia no Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Noventa (90) apresentaram DTM isolada (17,2%), com ausência de patologia
otológica, com marcante predominância feminina e de indivíduos na 4á década
de vida (26,7%). Os sintomas freqüentemente associados com DTMs foram:
cefaléia (54,4%), zumbido (51,1%), percepção de ruído de ATM (37,8%) e
alteração de equilíbrio (31,1%). Palpação dolorosa de estruturas
temporomandibulares foi verificada em 55,6% dos casos. Os autores
concluíram que a DTM é uma causa freqüente de otalgia, especialmente em
indivíduos do sexo feminino, na quarta década de vida, e chamam a atenção
dos otorrinolaringologistas para a importância do diagnóstico e manuseio
adequado destes pacientes (D’Antonio, 2000).

12
Na disfunção temporomandibular (DTM) as condições
musculoesqueléticas, quer da região cervical, quer da musculatura da mastigação,
são a maior causa de dor não dental na região orofacial. Por sua origem ser
multifatorial, muitos estudos buscam definir os mecanismos predisponentes,
causais e perpetuantes desta patologia. Entretanto, a avaliação e descrição da dor
relacionada à disfunção da articulação temporomandibular precisam ser melhores
esclarecidas (Magnusson et al., 2000).

Desta maneira, torna-se necessária uma avaliação multidisciplinar para


pacientes que apresentem sintomatologia dolorosa na região da cabeça, face,
auricular e pré-auricular, ruídos nas articulações temporomandibulares e dores na
região de músculos mastigadores (D’Antonio et al., 2000; Manfredi et al., 2001;
Felício et al., 2004; Turcio et al., 2004; Pereira et al., 2005;Charlett & Coatesworth,
2007; Ramirez et al., 2007; Silveira et al., 2007; Zocoli et al., 2007).

Por DTM, se entende que é o termo designado a um subgrupo de dores


orofaciais, cujos sinais e sintomas incluem dor ou desconforto na ATM, nos
ouvidos, nos músculos mastigatórios de um ou ambos os lados, nos olhos, na
face, nas costas e região cervical (Okeson, 2000; Manfredi et al., 2001), embora
sua sintomatologia se apresente de forma variada e associada aos sítios
anatômicos que entram em colapso pela disfunção (Melo & Barbosa, 2009).

A grande variabilidade de movimentos mastigatórios entre os sujeitos


sugere que, os efeitos dos impulsos periféricos sobre os movimentos
mastigatórios diferem de indivíduo para indivíduo e variáveis oclusais podem ou
não influenciar as respostas motoras dos movimentos mandibulares durante a
mastigação, dependendo do padrão de movimento mastigatório individual
desenvolvido (Hatch et al., 2001).

Brincar com a mandíbula (jaw play) é o hábito que causa mais dano e
disfunção temporomandibular. Mascar gomas intensivamente é um fator que
contribui para o aparecimento de sons e dor na articulação, sendo que o som

13
articular pode ser decorrente dos hábitos de mascar gomas, onicofagia, morder
objetos estranhos, mastigar sementes, mastigar gelo e brincar com a mandíbula. A
não ser durante a mastigação, deglutição e fala, a mandíbula deve estar em
posição relaxada, com os dentes separados e a língua em repouso no assoalho
da boca com a porção anterior repousando suavemente contra o palato anterior
(Winocur et al., 2001).

Em 2001, através de questionário subjetivo de sintomas foram


avaliados 126 pacientes portadores de DTM, para verificar a prevalência de
sintomas otológicos na DTM, sua correlação com a dor muscular e a ausência de
dentes posteriores. Realizou-se palpação dos músculos da mastigação: temporal,
masseter, pterigóideo lateral, pterigóideo medial, digástrico, tendão do músculo
temporal e dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Foram feitas
radiografias panorâmica e transcraniana e modelos de gesso das arcadas superior
e inferior dos pacientes. Houve presença de sintomas otológicos em 80% dos
pacientes, sendo que 50% apresentavam dor referida em ouvido; 52% plenitude
auricular; 50% tinitus; 34% tontura; 9% sensação de vertigem; e 10% relataram
hipoacusia. O músculo pterigóideo lateral foi o músculo mais sensível em 94% dos
pacientes, seguido do músculo temporal em 69%, masseter em 62%, digástrico
em 60%, pterigóideo medial em 50%, tendão do músculo temporal e
esternocleidomastóideo em 49% e trapézio em 42% dos pacientes. Houve
significância para dor muscular, e a presença de sintomas otológicos, nos
músculos masseter e esternocleidomastóideo. Os sintomas tinitus, plenitude
auricular e dor referida em ouvido apresentaram alta correlação de significância
entre si. Não houve significância para a ausência de dentição e sintomas
otológicos. 1) Dor referida em ouvido, tínitus, plenitude auricular e tontura foram
prevalentes; 2) os sintomas otológicos presentes na DTM podem estar
relacionados com a dor muscular em masseter e esternocleidomastóideo; 3) não
houve correlação entre os sintomas otológicos e a ausência de dentes posteriores
(Pascoal et al, 2001).

14
Utilizou-se uma ferramenta específica, o Oral Health Impact Profile,
para avaliar 121 pacientes em uma unidade especializada na pesquisa da dor
craniofacial, a fim de mensurar a qualidade de vida destes. Os achados mostraram
um significante impacto na qualidade de vida dos portadores de DTM quando
comparados à população sem queixa de dor. Os relatos de problemas funcionais,
como dificuldade para mastigar determinados alimentos, foram quatro vezes
maiores para os pacientes estudados, e os relatos de depressão nove vezes maior
(Murray et al.,2001).

As disfunções temporomandibulares em crianças também apresentam


etiologia multifatorial, podendo citar hábitos parafuncionais e alterações oclusais
que influenciam na função natural da musculatura mastigatória (Thilander et al.
2002).

A literatura especializada relaciona outros sintomas, os quais incluem


presença de estalido, crepitação, amplitude limitada de movimento e/ou desvios e
dificuldade de mastigação (Ferreira, 2002, Zocoli et al., 2007). Além dessa
diversidade, são citados outros, tais como zumbido, fadiga durante a mastigação,
mordida desconfortável, saltos, edema nos seios da face, assimetria facial e
desgaste dental por hábitos parafuncionais (Ferreira et al., 2009).

A fim de ampliar o entendimento sobre a relação estabelecida - entre


bruxismo do sono (BS) e Disfunção Temporomandibular (DTM) e de verificar a
confiabilidade do diagnóstico clínico de BS, 14 pacientes com DTM e 12 indivíduos
sem DTM (correspondentes em sexo e idade) foram avaliados quanto à presença
de BS, por meio de diagnóstico clínico (executado por três examinadores) e de
avaliação polissonográfica (PSG) de uma noite. Foi realizada avaliação clínica de
DTM (anammese e exame físico, o qual constou de avaliação da dor por EAV,
avaliação objetiva de DTM - índice de DTM, palpação articular e dos músculos
mastigatórios e cervicais) antes e na manhã seguinte ao exame PSG. O objetivo
do estudo foi verificar a presença de associação entre BS e DTM, discutindo
alguns aspectos quanto ao estabelecimento de relação de causa e efeito, e

15
também a confiabilidade do exame clínico, com relação à PSG. Não foi verificada
associação entre BS e DTM, nem entre BS e dor à palpação articular ou muscular
e o exame clínico apresentou sensibilidade de 75 por cento e especificidade de 57
por cento. Todos os pacientes, independente da presença de atividade de
bruxismo na noite anterior, apresentaram sintomatologia dolorosa na manhã
seguinte à PSG. Alguns indivíduos do grupo controle, diagnosticados clinicamente
como bruxômanos, apresentaram leve sintomatologia à palpação dos músculos
mastigatórios e/ou cervicais, apesar de, na noite do exame PSG não terem
apresentado atividade de bruxismo. Concluíram que o fato de alguns indivíduos
com bruxismo não apresentarem qualquer sintomatologia e o de outros com
sintomatologia de DTM, e até piora no quadro clínico, não apresentarem BS
reforça a ausência de associação entre essas entidades (Nunes, 2003).

A DTM geralmente contribui para o agravo da dor de cabeça pré-


existente, cujo desconforto e estresse podem causar tensão nos músculos da
mastigação, podendo se estender aos músculos do pescoço e ombro. A dor
orofacial não é ameaçadora para a vida, mas pode ser extremamente angustiante
para o paciente. É importante conhecer alguns dos fatores que podem contribuir
para o desenvolvimento e manutenção da DTM como, por exemplo, o bruxismo,
lesões, estresse, ansiedade, artrite, procedimentos dentários prolongados e outros
(Pereira et al., 2005).

Objetivando descrever as queixas de dor em portadores de Disfunção


Temporomandibular (DTM) com disfunção da coluna cervical. Participaram desta
pesquisa 14 portadores de DTM miogênica, do sexo feminino, com limitação do
movimento cervical e rotação de pelo menos uma das três primeiras vértebras
cervicais, diagnosticada através de exame radiográfico. A avaliação
multidimensional da dor foi realizada usando uma versão brasileira do questionário
McGill de dor (Br-MPQ). Foi observado que a região mais indicada como dolorosa
foi a região cervical, seguida pela região da cintura escapular e articulação
temporomandibular. Com relação ao padrão temporal da dor, mais da metade dos

16
voluntários anotaram que suas queixas tinham uma característica ritmada,
periódica ou intermitente. A intensidade da dor presente registrada no momento da
avaliação foi classificada como de leve a forte para a maior parte dos participantes
da pesquisa. Nenhuma das dimensões de palavras que descrevem a dor obteve
concordância absoluta entre os voluntários, porém a maioria dos voluntários
escolheu o descritor relacionado à tensão como a expressão que melhor descreve
sua queixa dolorosa. A característica da queixa de dor, dos portadores de DTM e
disfunção da coluna cervical, mostrou que a região cervical é a área mais
freqüentemente indicada e que palavras relacionadas as dimensões afetiva e
emocional, da percepção de dor, podem ser usadas por estes pacientes para
qualificar sua queixa de dor (Pedroni et al., 2006).

Num total de 221 pacientes atendidos no serviço de otorrinolaringologia


do hospital da cidade de Passo Fundo - RS, durante um período de dois meses,
apenas 48 necessitavam de tratamento otorrinolaringológico. Além disso, apenas
21,72% destes últimos apresentaram DTM severa, 19% DTM moderada, 40,72%
DTM leve e 37,56% DTM ausente. É ainda pertinente assinalar que, desses
pacientes que necessitavam de tratamento 72,9% pertencia ao gênero feminino e
somente 27,1% ao masculino (Silveira et al., 2007).

A otalgia pode decorrer de causas otológicas, como otite média, otite


externa, mastoidite, ou de fatores não otológicos, que incluem condições
dentárias, tonsilites, neoplasias, neuralgias e disfunções da articulação
temporomandibular (DTM). Especula-se que as DTM sejam uma das causas mais
comuns de otalgia por motivo não-otológico (Mota et al.,2007).

Os distúrbios da articulação temporomandibular (DTM) são causas


importantes de morbidade na população em geral, tornando-se mais importantes
quando ocasionam sintomas otológicos. Por mais que não seja totalmente
conhecida a exata correlação entre os DTM e a sintomatologia otológica,
encontram-se com grande freqüência sintomas como otalgia (na maioria dos
estudos), tinitus, plenitude auricular, vertigem e tontura em pacientes portadores

17
destas alterações articulares. Prevalece nos indivíduos do sexo feminino e na
quarta década de vida. Mesmo com esta correlação, o mecanismo etiológico é de
difícil avaliação e intervenção. É de fundamental importância um
acompanhamento multiprofissional, bem como um maior número de estudos, para
determinar e reconhecer os mecanismos envolvidos na relação entre articulação
temporomandibular e sintomas otológicos (Zocoli et al., 2007).

A cefaléia é um sintoma que aparece frequentemente associado à


DTM. Estudos epidemiológicos indicam forte associação entre dor de cabeça e
DTM, porém essa interação ainda é passível de discussões. Parece haver uma
importante interação no processamento das dores provenientes das cefaléias
primárias e da DTM. Estudos têm mostrado que a fisiopatologia de ambas está
intimamente relacionada com os núcleos do nervo trigêmeo. Neurônios no núcleo
caudado trigeminal integram informações aferentes vindas de tecidos intra e
extracranianos. Com base nessas investigações, observa-se que, apesar de
vários mecanismos distintos estarem presentes na fisiopatologia das cefaléias e
da DTM, as alterações ocorridas no sistema nervoso central têm fundamental
papel na patogênese dessas queixas. Ainda há necessidade de estudos
populacionais e longitudinais para esclarecer a relação entre a fisiopatologia das
cefaléias e a da DTM (Franco et al., 2008).

18
3.PROPOSIÇÃO
Avaliar a associação da prevalência de Desordens
Temporomandibulares (DTM) em pacientes com otalgia, atendidos no Serviço de
Otorrinolaringologia do Ambulatório Araújo Lima da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Amazonas, cujos exames médicos específicos tenham
descartado causas otorrinolaringológicas para tais manifestações.

Descrever a prevalência dos principais sinais e sintomas otológicos em


pacientes com diagnóstico de DTM sem patologia otorrinolaringológica associada.

19
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Delineamento do estudo

Este estudo caracterizou-se como um estudo descritivo, transversal,


avaliando a freqüência de desordens temporomandibulares em pacientes com
sinais e sintomas otológicos atendidos no serviço de otorrinolaringologia do
Ambulatório Araújo Lima da Universidade Federal do Amazonas.

Termo de consentimento livre e esclarecido para participação em pesquisa

Previamente a realização do estudo, todos os voluntários assinaram o


termo de consentimento para a realização da pesquisa (Anexo 4), de acordo com
a Declaração de Helsinque II, com o Código de Ética Odontológico (CFO 179/93)
e a Resolução no196 de 10/10/1996, do Conselho Nacional de Saúde, do
Ministério da Saúde, aprovados pelos Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Amazonas (Anexo 3).

Seleção da amostra

Foram recrutados 500 pacientes voluntários, de ambos os gêneros e


maiores de 18 anos, atendidos no Serviço de Otorrinolaringologia do Ambulatório
Araújo Lima da Universidade Federal do Amazonas.

A amostra foi calculada em função dos parâmetros estatísticos


preconizados por Lemeshow et al.,1990 (Figura 4).

n = (z1-α/2)2(1-P)

d2

Figura 4. Fórmula para obtenção da amostra.

Fonte: Lemeshow et al.,1990.

20
Onde: n é o número de indivíduos; Z é a área sob a curva normal para o
nível de confiança alfa (α) escolhido de 95%; P é a freqüência esperada de DTM
entre pacientes ORL (22%); d é a precisão (8%).

A partir do número mínimo de 468 pacientes a serem incluídos no


estudo, decidiu-se fazer a aproximação para a centena mais próxima acima, que
resultou em 500 pacientes.

Critérios de inclusão na pesquisa

o Idade entre 18 e 65 anos.


o Apresentação de sinais e sintomas otológicos, cujos exames
médicos específicos tenham descartado causas otorrinolaringológicas.

o Hipótese diagnóstica de desordens temporomandibulares formulada


pelo médico otorrinolaringologista.

Critérios de exclusão na pesquisa

o Histórico de acidente e/ou intervenção cirúrgica por patologias


otológicas.

o Histórico de intervenções cirúrgicas nas ATMS ou estruturas


adjacentes.

Considerações preliminares

Para a obtenção dos resultados, utilizamos os dados oriundos da ficha


de avaliação preenchida pelo otorrinolaringologista (Anexo 5) e da ficha clínica do
CETASE (Anexo 6), sendo esta última preenchida apenas para os pacientes com
DTM. Os dados foram coletados entre julho de 2008 a novembro de 2009.

21
Método utilizado para tabulação dos resultados

Os dados foram digitalizados na planilha Excel®. As análises


estatísticas foram feitas no software R 2.9.2. O nível de significância utilizado no
teste foi de 5%.

Técnica estatística

A amostra deste trabalho foi calculada utilizando métodos estatísticos. Dois


grupos foram tomados. O total de 500 indivíduos foi utilizado. Destes, apenas os
que tiveram diagnóstico positivo em relação à DTM, tiveram análises mais
aprofundadas.

O teste estatístico utilizado para verificar associações significativas, foi


o G-teste.

Realizações dos exames

Os pacientes foram avaliados no serviço de Otorrinolaringologia do


Ambulatório Araújo Lima da Universidade Federal do Amazonas, sendo
submetidos a exames otorrinolaringológicos (ORL) composto de: otoscopia,
rinoscopia anterior e orofaringoscopia (Anexo 5), com objetivo de diagnosticar
causas otorrinolaringológicas que justificassem a queixa do paciente, seguido de
palpação da musculatura mastigatória e cervicofacial. Sendo constatado que as
queixas não eram positivas para doenças otológicas e com diagnóstico sugestivo
de DTM, esses pacientes foram encaminhados para avaliação odontológica. Essa
avaliação era realizada por um mesmo operador (cirurgiã-dentista), todavia o
número de dentes presentes dos pacientes não foi levado em consideração em
nosso estudo.

A avaliação odontológica foi realizada de acordo com o protocolo de


anamnese e de exames previstos na Ficha Clínica do CETASE/FOP-UNICAMP
(Centro de Estudos e Tratamento das Alterações Funcionais do Sistema
Estomatognático/Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Universidade

22
Estadual de Campinas) (Silva et al., 2000; Landulpho et al., 2002 e 2004; Zanatta
et al., 2006; Casselli et al., 2007).

A Ficha Clínica do CETASE (Anexo 6) prevê a aplicação de um


questionário anamnésico e a realização de exames clínicos e físicos, tais como:
teste de resistência (Figura 5); teste de carga (Figura 6); palpação dos músculos
temporal (Figura 7); masseter (Figura 8); esternocleidomastoídeo (Figura 9);
trapézio cervical (Figura 10); suprahioideos (Figura 11) e pterigóideo medial
(Figura 12).

Figura 5. Teste de resistência

23
Figura 6. Teste de carga

Figura 7. Palpação do músculo temporal

24
Figura 8. Palpação do músculo masseter

25
Figura 9. Palpação do músculo esternocleidomastoídeo

Figura 10. Palpação do músculo trapézio cervical

26
Figura 11. Palpação dos músculos suprahioideos

Figura 12. Palpação do músculo pterigóideo medial

Também foi solicitado aos voluntários que relatassem qualquer


antecedente de ordem médica, excluindo-se os otorrinolaringológicos.

Os pacientes que necessitaram de intervenção odontológica foram


encaminhados para a Clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade do
Estado do Amazonas.

27
5. RESULTADOS

Resultados obtidos

Quanto ao diagnóstico médico, tivemos como resultados mais


significativos da amostra a quantidade de indivíduos que apresentavam otite
média crônica: 172 (34,4%), faringite crônica 110 (22%) e para disfunção
temporomandibular (DTM): 94 (18,8%) (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição percentual do diagnóstico do médico


otorrinolaringologista.

Sexo
Total
Diagnóstico do médico otorrinolaringologista Feminino Masculino
n % N % n %
CA-câncer 7 2,06 3 1,86 10 2,00
Faringite aguda 17 5,01 8 4,97 25 5,00
Faringite crônica 74 21,83 36 22,36 110 22,00
OMA-otite média aguda 14 4,13 20 12,42 34 6,80
OMC-otite média crônica 114 33,63 58 36,02 172 34,40
Otite externa 38 11,21 17 10,56 55 11,00
DTM-disfunção temporomandibular 75 22,12 19 11,80 94 18,80
Total 339 100,00 161 100,00 500 100,00

A amostra geral (500 pacientes) foi mais significativa para o sexo


feminino (67,8%) (Tabela 2 e Figura 13).

Tabela 2. Distribuição percentual por sexo.

Sexo N %
Feminino 339 67,8
Masculino 161 32,2
Total 500 100

28
Figura 13. Distribuição percentual por sexo.

A distribuição de homens e mulheres nas faixas etárias foi bastante


desbalanceada. Como a amostra de mulheres foi maior em relação a quantidade
de homens, elas estavam mais presentes em praticamente todas as faixas etárias
(Figura 14).

Piramide Etária Geral - Frequencia

13 (60,65] 8
45 (55,60] 23
41 (50,55] 15
41 (45,50] 20
43 (40,45] 17
31 (35,40] 24
48 (30,35] 16
42 (25,30] 11
24 (20,25] 19
11 [15,20] 8

50 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 60

feminino masculino

Figura 14. Pirâmide etária demonstrada em frequência.

29
Em termos percentuais, a piramide etária da amostra, revelou que a
distribuição de homens e mulheres nas faixas etária tem comportamento similar,
no sentido de crescimento e decrescimento. Ou seja, a maioria dos individuos,
quer seja ele do sexo femino ou masculino, estão na faixa etária de 30 a 60 anos
(Figura 15).

Piramide Etária Geral - Percentual

3.8 (60,65] 5
13.3 (55,60] 14.3
12.1 (50,55] 9.3
12.1 (45,50] 12.4
12.7 (40,45] 10.6
9.1 (35,40] 14.9
14.2 (30,35] 9.9
12.4 (25,30] 6.8
7.1 (20,25] 11.8
3.2 [15,20] 5

15 10 5 0 0 5 10 15

feminino masculino

Figura 15. Pirâmide etária demonstrada em percentual.

A idade média e mediana dos indivíduos na amostra ficou entre 41,63 e


42 anos, respectivamente. A variação dos dados em torno da média ficou em ±
12,54 anos, onde a idade mínima foi 18 anos e a idade máxima 65 anos, sendo
que, 75% dos indivíduos estão entre 18 e 53 anos.

30
Dentre os sintomas otorrinolaringológicos encontrados podemos
destacar o zumbido com 29,8% como o mais mencionado, seguido pelas tonturas
(26,6%) e plenitude auricular (20,2%) (Tabela 3).

Tabela 3. Distribuição em percentual dos sintomas


otorrinolaringológicos.

Sintomas otorrionlaringológicos N %
Sexo
encontrados Sim Não Total Sim Não Total
Feminino 14 61 75 18,7 81,3 100
Plenitude auricular Masculino 5 14 19 26,3 73,7 100
Total 19 75 94 20,2 79,8 100
Feminino 19 56 75 25,3 74,7 100
Zumbido Masculino 9 10 19 47,4 52,6 100
Total 28 66 94 29,8 70,2 100
Feminino 19 56 75 25,3 74,7 100
Tonturas Masculino 6 13 19 31,6 68,4 100
Total 25 69 94 26,6 73,4 100

A cefaléia foi dentre outros sintomas a mais constantemente relatada


(53,8%). Ou seja, mais da metade dos indivíduos que afirmaram ter outros
sintomas apontaram a cefaléia como o principal. (Tabela 4).

Tabela 4. Distribuição percentual de outros sintomas


otorrinolaringológicos.

Outros sintomas Sexo


Total
ORL: Feminino Masculino
N %L %C n %L %C n % %(*)
Cefaléia 5 71,40 6,70 2 28,60 10,50 7 7,40 53,80
dor_garganta 1 100,00 1,30 - 0,00 0,00 1 1,10 7,70
dores_musculares 2 100,00 2,70 - 0,00 0,00 2 2,10 15,40
Hipoacusia 1 100,00 1,30 - 0,00 0,00 1 1,10 7,70
Otorréia 2 100,00 2,70 - 0,00 0,00 2 2,10 15,40
Vazio 64 79,00 85,30 17 21,00 89,50 81 86,20 -
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00 100,00

31
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna; vazio está relacionado aos pacientes que não relataram outros
sintomas otorrinolaringológicos; %(*) consideramos apenas os pacientes que
apresentaram outra sintomatologia otorrinolaringológica.

Em relação aos pacientes com disfunção temporomandibular, o sexo


feminino também predomina sendo mais da metade da amostra (Tabela 5).

Tabela 5. Percentual do sexo nos pacientes com DTM.


Sexo N %
Feminino 75 79,8
Masculino 19 20,2
Total 94 100
No que tange a idade, os indivíduos com DTM independente do sexo
apresentaram média de 45,79 anos e mediana de 48 anos. A variação ficou em
torno de 12,60 anos.

A faixa etária mais freqüente entre as mulheres foi entre 30 a 35 anos.


Enquanto aos homens foi entre 35 a 40 anos. Outro fato digno de menção, entre
as mulheres, foi que a partir dos 45 anos as faixas etárias apresentaram
freqüências equivalentes e principalmente superiores em relação aos homens
(Figura 16).

32
Piramide Etária dos Individuos com DTM - Frequencia

11 (60,65] 2
11 (55,60] 1
11 (50,55] 3
11 (45,50] 2
6 (40,45] 1
2 (35,40] 7
13 (30,35] 2
4 (25,30] 0
5 (20,25] 1
1 [15,20] 0

14 10 8 6 4 2 0 0 5 10 15

feminino masculino

Figura 16. Pirâmide etária da freqüência dos indivíduos com diagnostico


de DTM.

Quando observamos a pirâmide etária em percentual, o sexo masculino


apresenta maior percentual entre 35 a 40 anos (36,8%) em relação ao feminino,
cujo maior percentual foi entre 30 e 35 anos, apenas 17,3% (Figura 17).

33
Piramide Etária dos Individuos com DTM - Percentual

14.7 (60,65] 10.5


14.7 (55,60] 5.3
14.7 (50,55] 15.8
14.7 (45,50] 10.5
8 (40,45] 5.3
2.7 (35,40] 36.8
17.3 (30,35] 10.5
5.3 (25,30] 0
6.7 (20,25] 5.3
1.3 [15,20] 0

40 30 20 10 0 0 10 20 30 40

feminino masculino

Figura 17. Pirâmide etária em percentual dos indivíduos com


diagnostico de DTM.

O G-teste (p-valor = 0,02106) detectou associação entre o sexo e a


idade nos indivíduos com DTM.

Podemos afirmar que 47,9% dos indivíduos não percebiam ruídos nos
ouvidos quando mastigavam ou movimentavam a mandíbula. Por outro lado,
39,4% apresentavam estalidos, 10,6% creptação e 2,1% relataram sensação de
papel amassado. (Tabela 6).

34
Tabela 6. Percentual de indivíduos que sentem ou não algo ao
movimentar a mandíbula.

Quando mastiga ou movimenta a Sexo


mandíbula, percebe algum tipo de Total
Feminino Masculino
ruído nos ouvidos?
n %L %C n %L %C n %
1-não 35 77,80 46,70 10 22,20 52,60 45 47,90
2-estalidos 29 78,40 38,70 8 21,60 42,10 37 39,40
3-creptação 9 90,00 12,00 1 10,00 5,30 10 10,60
4- sensação de papel amassado 2 100,00 2,70 - 0,00 0,00 2 2,10
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna.

A maioria (84,0%) afirmou não sentir travar a mandíbula ao bocejar ou


mastigar intensamente (Tabela 7).

Tabela 7. Porcentagem de indivíduos que ao bocejar ou ao mastigar


sentem travamento na mandíbula.

Quando boceja ou mastiga Sexo


intensamente, sente a mandíbula Total
Feminino Masculino
travar?
n %L %C n %L %C n %
1-não 61 77,20 81,30 18 22,80 94,70 79 84,00
2-constantemente 2 100,00 2,70 - 0,00 0,00 2 2,10
3-esporadicamente 12 92,30 16,00 1 7,70 5,30 13 13,80
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna.

Quanto à dificuldade em abrir ou fechar a boca, a maioria não


apresentava (66,0%), 23,4% sentiam dificuldades esporadicamente e 10,6%
constantemente (Tabela 8).

35
Tabela 8. Percentual de indivíduos que sentem dificuldades em abrir ou
fechar a boca.

Sente dificuldades em abrir ou Sexo


fechar a boca: Total
Feminino Masculino
n %L %C n %L %C N %
1-constantemente 10 100,00 13,30 - 0,00 0,00 10 10,60
2-esporadicamente 18 81,80 24,00 4 18,20 21,10 22 23,40
Vazio 47 75,80 62,70 15 24,20 78,90 62 66,00
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna; vazio está relacionado aos pacientes que não relataram dificuldades
em abrir ou fechar a boca.

72,3% dos indivíduos informaram não perceber deslocamento da


mandíbula durante movimento da mesma, todavia 8,5% percebiam
constantemente e 19,1% esporadicamente (Tabela 9).

Tabela 9. Percentual de indivíduos que ao movimentar a mandíbula


percebe que ela se desloca.

Quando movimenta a mandíbula Sexo


percebe que ela se desloca? Total
Feminino Masculino
n %L %C n %L %C n %
1-não 52 76,50 69,30 16 23,50 84,20 68 72,30
2-constantemente 6 75,00 8,00 2 25,00 10,50 8 8,50
3-esporadicamente 17 94,40 22,70 1 5,60 5,30 18 19,10
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna.

36
No que tange a sensação de surdez ou ouvido “tapado”, 72,3% dos
indivíduos informaram sentir constantemente ou esporadicamente e apenas 27,7%
informou não apresentar (Tabela 10).

Tabela 10. Percentual de indivíduos que tem sensação de surdez ou


ouvido “tapado”.

Sente sensação de surdez ou Sexo


ouvido “tapado”? Total
Feminino Masculino
n %L %C n %L %C n %
1-não. 18 69,20 24,00 8 30,80 42,10 26 27,70
2-constantemente 27 90,00 36,00 3 10,00 15,80 30 31,90
3-esporadicamente. 30 78,90 40,00 8 21,10 42,10 38 40,40
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00
Onde: n é o número de indivíduos; %L é o percentual por linha; %C é o percentual
por coluna.

Quanto a percepção de “apito” ou “zumbido” nos ouvidos, mais da


metade dos indivíduos (67,1%) perceberam constantemente ou esporadicamente
(Tabela 11).

Tabela 11. Percentual de indivíduos que percebem “apito” ou “zumbido”


nos ouvidos.
Percebe “apito” ou “zumbido” nos Sexo
ouvidos ? Total
Feminino Masculino
n %L %C n %L %C N %
1-não 23 74,20 30,70 8 25,80 42,10 31 33,00
2-constantemente 19 82,60 25,30 4 17,40 21,10 23 24,50
3-esporadicamente 33 82,50 44,00 7 17,50 36,80 40 42,60
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00

37
Referente a dores na ATM durante a mastigação, 48,9% dos indivíduos
referiram não sentir, 30,9% sentiam dores bilaterais, 10,6% do lado direito e 9,6%
do lado esquerdo (Tabela 12).

Tabela 12. Percentual de indivíduos que ao mastigar sentem dores nas


ATMs.
Sente dores nas ATMS quando Sexo
mastiga ? Total
Feminino Masculino
n %L %C n %L %C N %
1-não 35 76,10 46,70 11 23,90 57,90 46 48,90
2-direita 7 70,00 9,30 3 30,00 15,80 10 10,60
3-esquerda 7 77,80 9,30 2 22,20 10,50 9 9,60
4-bilateral 26 89,70 34,70 3 10,30 15,80 29 30,90
Total 75 79,80 100,00 19 20,20 100,00 94 100,00

Em relação sintomatologia dolorosa quanto à musculatura informada


pelos pacientes: a sensação de dores na nuca e/ou pescoço (79,8%) foi a
sintomatologia mais relatada, seguida de dores nas costas (74,5%), dor na região
temporal (66%), dor na região masseterina (63,8%), dor na região frontal (56,4%).
Sensibilidade dolorosa nos seios ao toque (26,7%) foi a menos referida, apesar
das respostas dolorosas poderem ser influenciadas por variações dos hormônios
sexuais femininos (Pasinato et al., 2009) e a quantidade geral de mulheres
presentes na amostra ser um valor bastante representativo (79,8%) (Tabela 13).

38
Tabela 13. Distribuição dos percentuais de sensibilidade muscular
relatado pelos pacientes.
Variável sexo Não Sim Total
Feminino 42 33 75
n Masculino 12 7 19
Ao acordar sente sensação de rosto Total 54 40 94
pesado ou cansaço facial ? Feminino 56 44 100
% Masculino 63,20 36,80 100,00
Total 57,40 42,60 100,00
Feminino 45 30 75
n Masculino 10 9 19
Ao mastigar, sente sensação de Total 55 39 94
cansaço ou dor na face ? Feminino 60 40 100
% Masculino 52,60 47,40 100,00
Total 58,50 41,50 100,00
Feminino 27 48 75
n Masculino 5 14 19
Total 32 62 94
Sente dor na região temporal ?
Feminino 36 64 100
% Masculino 26,30 73,70 100,00
Total 34,00 66,00 100,00
Feminino 27 48 75
n Masculino 7 12 19
Total 34 60 94
Sente dor na região masseterina ?
Feminino 36 64 100
% Masculino 36,80 63,20 100,00
Total 36,20 63,80 100,00
Feminino 33 42 75
n Masculino 8 11 19
Total 41 53 94
Sente dores na região frontal ?
Feminino 44 56 100
% Masculino 42,10 57,90 100,00
Total 43,60 56,40 100,00
Feminino 14 61 75
n Masculino 5 14 19
Total 19 75 94
Sente dores na nuca e/ou pescoço ?
Feminino 18,7 81,3 100
% Masculino 26,30 73,70 100,00
Total 20,20 79,80 100,00
Feminino 16 59 75
n Masculino 8 11 19
Total 24 70 94
Sente dores nas costas ?
Feminino 21,30 78,70 100,00
% Masculino 42,10 57,90 100,00
Total 25,50 74,50 100,00
Feminino 55 20 75*
n Masculino - - -
Sente sensibilidade dolorosa nos Total 55 20 75
seios, ao toque ? Feminino 73,30 26,70 100,00
% Masculino - - -
Total 73,30 26,70 100,00

Concernente as conexões anatômicas, a maior prevalência foi a


sensação de surdez (72,3%), seguido de anuviamento visual (64,9%), sensação
de vertigem (63,8%) e sensação de coceira ou corrimento nos ouvidos (63,8%), as

39
últimas apresentaram igual proporção. Todavia, é importante informar que a
maioria dos indivíduos afirmou sentir um ou vários sintomas concomitantemente
(Tabela 14).

Tabela 14. Distribuição dos percentuais das variáveis quanto às


conexões anatômicas.
Variável Sexo Não Sim Total
Feminino 26 49 75
n Masculino 7 12 19
Total 33 61 94
Sente anuviamento visual?
Feminino 34,70 65,30 100,00
% Masculino 36,80 63,20 100,00
Total 35,10 64,90 100,00
Feminino 18 57 75
n Masculino 8 11 19
Total 26 68 94
Sente sensação de surdez?
Feminino 24,00 76,00 100,00
% Masculino 42,10 57,90 100,00
Total 27,70 72,30 100,00
Feminino 24 51 75
n Masculino 10 9 19
Total 34 60 94
Sente sensação de vertigem?
Feminino 32,00 68,00 100,00
% Masculino 52,60 47,40 100,00
Total 36,20 63,80 100,00
Feminino 23 52 75
N Masculino 11 8 19
Sente sensação de coceira ou corrimento Total 34 60 94
nos ouvidos? Feminino 30,70 69,30 100,00
% Masculino 57,90 42,10 100,00
Total 36,20 63,80 100,00

40
O músculo esternocleidomastoídeo foi o mais sensível em 68,09% dos
pacientes, seguido do músculo trapézio cervical 65,96%, masseter em 63,83%,
músculo pterigóideo medial em 60,64%, músculo temporal em 55,32%, músculo
suprahióideos e platisma em 37,23% (Tabela 15).

Tabela 15. Distribuição da prevalência de dor muscular na casuística,


mediante palpação muscular.

Variavel sexo Não Sim Total


Feminino 35 40 75
n Masculino 7 12 19
Músculo Temporal Total 42 52 94
(Sensibilidade Dolorosa): Feminino 46,67 53,33 100
% Masculino 36,84 63,16 100
Total 44,68 55,32 100
Feminino 26 49 75
n Masculino 8 11 19
Músculo Masséter Total 34 60 94
(Sensibilidade Dolorosa): Feminino 34,67 65,33 100
% Masculino 42,11 57,89 100
Total 36,17 63,83 100
Feminino 25 50 75
n Masculino 5 14 19
Músculo
Total 30 64 94
Esternocleidomastoídeo
Feminino 33,33 66,67 100
(Sensibilidade Dolorosa):
% Masculino 26,32 73,68 100
Total 31,91 68,09 100
Feminino 27 48 75
n Masculino 5 14 19
Músculo Trapézio Cervical Total 32 62 94
(Sensibilidade Dolorosa): Feminino 36,00 64,00 100
% Masculino 26,32 73,68 100
Total 34,04 65,96 100
Feminino 47 28 75
n Masculino 12 7 19
Músculo Platisma Total 59 35 94
(Sensibilidade Dolorosa): Feminino 62,67 37,33 100
% Masculino 63,16 36,84 100
Total 62,77 37,23 100
Feminino 46 29 75
n Masculino 13 6 19
Músculos Digástrico,
Total 59 35 94
Genihioideo, Milihioideo
Feminino 61,33 38,67 100
(Sensibilidade Dolorosa):
% Masculino 68,42 31,58 100
Total 62,77 37,23 100
Feminino 32 43 75
n Masculino 5 14 19
Músculo Pterigóideo Medial Total 37 57 94
(Sensibilidade Dolorosa): Feminino 42,67 57,33 100
% Masculino 26,32 73,68 100
Total 39,36 60,64 100

41
6. DISCUSSÃO
Concordamos com Melo & Barbosa (2009) quando afirmam que
condições como má-oclusão, parafunções e estado emocional são comuns em
pacientes com sinais de DTM, portanto isolar um único fator para definir a etiologia
desta desordem pode ser inconclusivo.

Os estudos epidemiológicos sobre DTM focalizam a importância da


doença e a necessidade de tratamento da população acometida (Dworkin et al.,
1990, D’antonio et al, 2000, Mota et al., 2007). No entanto, estes estudos não
esclarecem sobre a prevalência dos sinais e sintomas passíveis de serem
detectados pelo clínico no exercício de suas atividades profissionais. Aponta,
ainda, o desconhecimento do profissional sobre os achados clínicos, o que
poderia ser evitado se este tivesse a sua disposição uma base de dados confiável
a respeito de sua ocorrência, importância ou não, para o diagnóstico da DTM
(Okeson, 2000; Okeson 2006; Ribeiro, 2009).

No presente estudo, foram avaliados 500 pacientes com otalgia, sendo


que apenas aqueles com diagnóstico sugestivo pelo otorrinolaringologista para
DTM (94) foram analisados mais extensivamente.

Em termos gerais, no exame médico realizado pelo


otorrinolaringologista, os sintomas mais descritos relacionados com a otalgia
foram otite média crônica (34,4%), faringite crônica (22%), disfunção
temporomandibular (18,8%), otite externa (11%), otite média aguda (6,8%),
faringite aguda (5%) e câncer (2%). Estes achados contradizem os estudos
realizados por Mota et al. (2007) e Ferreira et al. (2009), os quais apontam que a
DTM é um dos principais motivos pelos quais os pacientes procuram tratamento
para dor orofacial. Todavia concordam com D’Antonio et al., 2000, em relação a
porcentagem para pacientes que apresentam DTM e divergem quanto a
quantidade de pacientes que apresentam otite média aguda, pois para este a
amostra correspondeu a 35,6% dos casos.

42
É possível que a divergência nos resultados tenha ocorrido porque a
demanda do Serviço de Otorrinolaringologia do Ambulatório Araújo Lima da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas é programada e
não espontânea, fazendo com que, não raro, a consulta ocorra depois de
decorrido bastante tempo, em torno de 30 dias, a partir da manifestação inicial de
sintomas, então ao ser atendido o paciente já se encontra com um quadro crônico.

Do total de pacientes avaliados, 94 (18,8%) foram diagnosticados com


DTM, sendo 75 (79,8%) do sexo feminino e 19 (20,2%) do sexo masculino. A
prevalência do gênero feminino em relação ao masculino pode ser observado nos
achados de Solberg et al., 1979; Szentpétery et al., 1986; Tervonen & Knuuttila,
1988; Bruto et al., 2000; D’Antonio et al., 2000; Schiffman et al., 1990; Silva et al.,
2000; Felício et al., 2004; Pereira et al., 2005; Casanova-Rosado et al., 2006;
Cruz, 2006; Marklund & Wänman, 2007; Mota et al., 2007; Zocoli et al., 2007;
Franco et al., 2008; Ribeiro,2009. Provavelmente, a sintomatologia foi maior para
o sexo feminino devido à maior absorção do stress emocional pela mulher, o que
leva a uma diminuição do nível de tolerância fisiológica e aumento da
hiperatividade muscular, produzindo desequilíbrio funcional (Bruto et al., 2000) ou
pode estar associada a população que mais procura tratamento (Cruz, 2006).

Neste estudo, observamos também que a maior parte da amostra com


DTM se encontrava na faixa etária entre 30 e 40 anos para ambos os gêneros
(D’Antonio et al., 2000; Silva et al., 2000; Pereira et al., 2005; Cruz, 2006; Zocoli et
al., 2007; Franco et al., 2008; Ribeiro, 2009).

Em relação aos sintomas otorrinolaringológicos encontrados, destacou-


se o zumbido (29,8%) como o mais citado pelos pacientes, seguido de tonturas
(26,6%) e plenitude auricular (20,2%). Estes resultados são compatíveis com os
de D’Antonio et al., 2000;Pascoal et al., 2001; Mota et al., 2007; Ribeiro 2009.

Concordamos com Mota et al. (2007) quando afirmam que é preciso


cautela ao interpretar as queixas de zumbido em pacientes com DTM, posto que
este sintoma pode ser originado não apenas pela desordem em si. Porém,

43
entendemos que pode também ser conseqüência de doenças do ouvido interno ou
sistema nervoso central com ou sem perda auditiva, como alerta D’Antonio et al.,
2000.

Os relatos de tonturas e plenitude auricular podem ser explicados pelo


deslocamento condilar posterior e distal, que produz pressão direta sobre o nervo
aurículotemporal, sobre as estruturas do ouvido e especialmente sobre a tuba
auditiva, como afirmam Mota et al. (2007).

Em relação aos outros sintomas, a cefaléia destacou-se como a queixa


mais freqüente dos pacientes (53,8%) (Solberg et al., 1979; Dworkin & Massoth,
1994; D’Antonio et al., 2000; Fricton & Dubner, 2003; Pereira et al., 2005; Silveira
et al., 2007; Franco et al.,2008). No entanto, Franco et al. (2008) alertam que não
existem estudos capazes de comprovar que DTM seja diretamente causadora de
cefaléia, uma vez que diversos fatores locais, sistêmicos, endócrinos e
psicológicos podem influenciar seu desencadeamento. Maloclusões, estresse,
tensão psicológica, hiperatividade muscular, postura anormal da cabeça e
pescoço, pontos de gatilho cervicais e faciais e trauma local poderiam favorecer o
aparecimento de DTM.

Neste estudo, a sintomatologia relatada pelos pacientes também incluiu


outros sintomas, como dor de garganta (7,7%), dores musculares (15,4%),
hipoacusia (7,7%) e otorréia (15,4%), os quais, de acordo com Urban et al. (2009),
embora possam ser associados à DTM, encontram na literatura especializada
limitações quanto da relação de causa-efeito e, conseqüentemente, na escolha do
plano de tratamento adequado.

A seção da pesquisa destinada ao levantamento de dados sobre as


variáveis das fichas do CETASE foi classificada em diferentes partes. Na
avaliação das DTMs, a maioria dos pacientes (47,9%) afirmou não perceber ruídos
nos ouvidos ao ato de mastigar ou movimentar a mandíbula, enquanto 39,4%
responderam que percebiam estalidos quando mastigavam ou movimentam a

44
mandíbula. Estes dados correspondem com os achados de McNeill et al., 1990;
Silva et al., 2000; Cruz, 2006; Ribeiro, 2009.

Em relação à sensação de crepitação ou de papel amassado,


percentuais poucos significativos foram registrados, respectivamente 10,6% e
2,1%. Apesar do baixo índice, Turcio et al., 2004, alertam que, na maioria dos
casos, a presença de estalos sugere a presença de alteração articular, devendo
estes ser examinados mais detalhadamente. Os sons articulares são achados
comuns mesmo numa população assintomática. Assim a presença de ruídos não
necessariamente indica presença de patologias articulares ou disfunção (Zocoli et
al., 2007).

O travamento mandibular ao mastigar intensamente foi relacionado


como negativo pela maioria dos pacientes (84%), porém quando questionados
sobre dificuldades em abrir ou fechar a boca, dentre os indivíduos que
responderam positivamente a esta pergunta, mais da metade (68,75%) afirmou
que essa dificuldade se apresentou esporadicamente. Estes valores concordam
com os achados de Mota et al., 2007 e Zocoli et al., 2007 e contradizem os de
Silva et al. (2000), Cruz (2006) e Ribeiro (2009).

No que tange à sensação de surdez ou ouvido “tapado”, 72,3% dos


indivíduos afirmaram apresentar esta manifestação constante ou
esporadicamente. A mesma freqüência quanto à percepção de “apito” ou
“zumbido” nos ouvidos foi relatada por mais da metade dos indivíduos (67,1%).
Estes achados concordam com os de Silva et al.,2000, que realizaram um estudou
epidemiológico de voluntários acometidos por desordens temporomandibulares,
no qual foi utilizado a ficha clinica do CETASE. Os resultados mostraram que os
sintomas mais prevalentes relatados para a articulação temporomandibular foi
ruído articular, dor articular, surdez e zumbido (D’Antonio et al., 2000; Pereira et
al., 2005; Cruz 2006; Mota et al. 2007; , Zocoli et al., 2007; Ribeiro 2009).

Referente às dores nas ATMs, os resultados evidenciaram que a maior


parte dos pacientes (48,9%) afirmou não sentir dor ao mastigar, porém 30,9% dos

45
pacientes disseram que sentiam dores bilaterais nas ATMs enquanto mastigavam,
confirmando os estudos realizados por Silva et al. (2000).

Na avaliação da musculatura mastigatória, foram descritas diversas


queixas pelos pacientes, sendo a mais prevalente a sensação de dor na nuca e/
no pescoço (79,8%). Outros sintomas subjetivos citados incluíram dores nas
costas (74,5%), dor na região temporal (66%), dor na região masseterina (63,8%),
sensibilidade dolorosa ao toque nos seios (26,7%), sensação de cansaço ou dor
na face (41,5%), sensação de rosto pesado ou cansaço facial ao acordar (42,60%)
e dores na região frontal (56,4%).

Os resultados correspondem também aos achados de Okeson,1992;


Cooper & Cooper, 1993; Kampe, 1997; Inoue-Minakuchi, 2001, os quais citam
que estes sintomas podem ser conseqüência da hiperatividade muscular, citada
na literatura como o fator causal mais comum de DTM, por levar a ciclo de dor-
espasmo-dor. Tosato et al.(2007) explicaram que o aumento da atividade
predispõe o músculo à fadiga, justificando-se o cansaço na hora de mastigar os
alimentos.

Em relação às conexões anatômicas, foram relatadas queixas de


sensação de surdez (72,3%), anuviamento visual (64,9%), vertigem (63,8%) e
sensação de coceira ou corrimento nos ouvidos (63,8%) (Silva et al., 2000; Cruz,
2006; Ribeiro, 2009).

Em seus estudos, Costen, um dos precursores no estudo da DTM,


elaborou no ano de 1937 a teoria do deslocamento mecânico, na qual informava
que os pacientes sem apoio posterior para a mandíbula apresentam deslocamento
mecânico dos côndilos, fato este que oportunizava o aparecimento de lesões do
disco articular, compressão da lâmina timpânica, irritação dos nervos temporal e
corda do tímpano. Relatou também que a otalgia e a vertigem podem estar
presentes, como conseqüência da obstrução da tuba auditiva e compressão do
nervo aurículo temporal. Roccabado (1979), por sua vez, entendeu que a causa

46
seria alteração da relação dos músculos elevadores cervicais e elevadores da
mandíbula.

Embora mais estudos sejam necessários para verificar a correlação das


conexões anatômicas com a DTM, autores como Silva, em 1993, já
correlacionaram esses sintomas com a presença da DTM. Assim, de acordo com
seus estudos, a concorrência de sintomas oftálmicos e auditivos com a DTM
provavelmente está relacionada com a anatomia entre as vias acústicas e visuais
e o nervo trigêmio.

Como as otalgias e as dores mastigatórias têm uma relação íntima, é


importante que a origem da dor seja identificada com precisão, antes de se iniciar
um tratamento definitivo ou pelo cirurgião-dentista ou pelo otorrinolaringologista.

Considerando a diversidade de sintomas presentes nas patologias


estudadas não incorporadas neste estudo, faz-se necessária a realização de
outras investigações objetivando diagnósticos diferenciais mais precisos
favorecendo modalidades terapêuticas eficazes.

47
7. CONCLUSÃO

1 - A associação da prevalência de Desordens Temporomandibulares


(DTM) em pacientes com otalgia foi de 18,8%, sendo significantemente maior no
gênero feminino, na quarta década de vida.

2 - Na amostra dos pacientes com DTM a sensação de surdez ou


“ouvido tapado” atingiu 72,3% da amostra estudada, seguido de cefaléia (53,8%),
zumbido (67,1%) e tontura (26,6%).

3 - A amostra de pacientes com DTM foi bastante significativa para


dores na nuca e/ou pescoço (79,8%), dores nas costas (74,5%), dor na região
temporal (66,0%), dor na região masseterina (63,8%) e na região frontal (56,4%).

4 - O estalido foi o sinal mais informado (39,4%), seguido de creptação


(10,6%) e sensação de papel amassado (2,1%).

48
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59
ANEXO 1

60
ANEXO 2

61
ANEXO 3

62
ANEXO 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PESQUISA

TÍTULO DA PESQUISA: “Prevalência de disfunção tempomandibular em pacientes com


manifestações otológicas”

PESQUISADORES: Wilkens A. Buarque e Silva; Maria de Fátima Ribeiro


Rodrigues; Luiz Carlos Nadaf de Lima; Paulo José Benevides dos Santos; Brigitte
Nichthauser.

LOCAL: Serviço de Otorrinolaringologia do Ambulatório Araújo Lima da


Universidade Federal do Amazonas

1-Introdução: por favor, leia este termo cuidadosamente, pois as informações a


seguir irão explicar esta pesquisa e sua função nela como participante. Caso
tenha qualquer dúvida sobre este estudo ou termo, você deverá procurar os
pesquisadores responsáveis pelo trabalho.

2-A justificativa e objetivo da pesquisa: este é um estudo que estamos


realizando no serviço de Otorrinolaringologia do Ambulatório Araújo Lima da
Universidade Federal do Amazonas, com o objetivo de verificar o número de
pacientes que apresentam problemas na articulação da abertura da boca com
manifestação de dores no ouvido, que ao exame realizado pelo médico tenha sido
descartado doenças do ouvido, bem como descrever as alterações relacionadas
aos dentes que possam ter levado a esses sintomas.

3-Os procedimentos a serem utilizados: os pacientes, com queixa de dor de


ouvido e/ou pescoço, serão avaliados pela equipe de médicos especialistas em
nariz, ouvido e garganta do Ambulatório Araújo Lima da Universidade Federal do

63
Amazonas, e serão submetidos aos seguintes exames: verificação do ouvido, do
nariz e da garganta, com objetivo de se eliminar doenças dessas regiões que
justifiquem as dores. Caso o médico não encontre doença relacionada a essas
dores, os pacientes serão encaminhados ao cirurgião-dentista para que sejam
analisados os dentes, ou a falta destes, e os músculos da mastigação.

4-Os desconfortos ou riscos esperados: os exames não são dolorosos,


desconfortáveis ou geram qualquer risco para o paciente.

5- Benefícios esperados: os pacientes, que precisarem de tratamento na boca


para tratar dessas dores, serão encaminhados para a Clínica de Odontologia da
Universidade do Estado do Amazonas, além de terem acompanhamento pela
equipe médica do Ambulatório Araújo Lima da Universidade Federal do Amazonas
dos seus problemas de nariz, ouvido e garganta.

6- Garantia de resposta a qualquer pergunta: todas as dúvidas que você tiver e


perguntas que você quiser fazer serão esclarecidas por mim.

7- Liberdade de abandonar a pesquisa sem prejuízo para si: você só


participará do estudo se quiser, podendo desistir da participação a qualquer
momento. Mesmo assim, terá todas as orientações iguais aos que permanecerem
na pesquisa, sem nenhum tipo de prejuízo, continuando o tratamento no
Ambulatório Araújo Lima.

8- Garantia de privacidade: os resultados conseguidos na pesquisa têm


finalidade exclusivamente para evolução da ciência, sendo assegurado sigilo e
não exposição dos sujeitos da pesquisa. Os resultados poderão ser apresentados
em congressos ou publicados em revista científica, porém a identidade do
voluntário não será divulgada nessas apresentações.

9- Compromisso com informação atualizada do estudo: você ficará sabendo


dos resultados do seu exame e informações atualizadas sobre a pesquisa a
qualquer momento que você quiser.

64
10- Garantia que custos adicionais serão absorvidos pelo orçamento da
pesquisa: os exames são totalmente grátis, e não terão nenhum custo para você.

11- Aspecto legal: o projeto foi elaborado de acordo com as diretrizes e normas
regulamentadas de pesquisas envolvendo seres humanos, atendendo à resolução
n0 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde – Brasília-DF. A pesquisadora e seu orientador assumem o
compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo,
ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar participando.

12- Contatos: Caso ainda haja qualquer dúvida, você poderá receber mais
esclarecimentos conversando com Maria de Fátima Ribeiro Rodrigues, telefone
(92) 8114-0616, e-mail: frodrigues@uea.edu.br ou no endereço Av. Carvalho Leal,
1777 Cachoeirinha, CEP: 69065-001 Manaus – AM.

Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos,


concordo em participar deste estudo.

Nome do participante:____________________________________________

RG:_____________Assinatura:_____________________________________

Nome do responsável pelo estudo: Maria de Fátima Ribeiro Rodrigues


Assinatura:____________________________

65
ANEXO 5

Data: ___/____/20___.

1-Dados Pessoais:

Nome: ___________________________________________________________.

Data de Nascimento: ____/____/19___. Idade: _________.

Estado Civil: __________________________.Sexo:______________

Endereço:_______________________________________________________;
complemento: ____________________. CEP:__________________.

Telefone:_________________. Examinador:______________________________.

2-Queixas ORL:

( ) Otalgia

( ) Plenitude auricular

( ) Zumbidos

( ) Tonturas

Outros:___________________________________________________________
_____________________________________________________________

3-Comorbidades:________________________________________________

4-Exame ORL

Otoscopia:______________________________________________________

Rinoscopia:_____________________________________________________

Orofaringoscopia:________________________________________________

Avaliação de ATMs:______________________________________________

66
ANEXO 6
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

CETASE

CENTRO DE ESTUDOS E TRATAMENTOS DAS


ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DO SISTEMA
ESTOMATOGNÁTICO

CETASE
FICHA CLÍNICA
FOP / UNICAMP

1 - Dados Pessoais Protocolo no _______

Data: ___/____/20___.

Nome: _________________________________________________________.

Data de Nascimento: ____/____/19___. Estado Civil: ___________________.

Endereço:_______________________________________________________;
complemento: ____________________. CEP:__________________.

Telefone: ( ) __________. Examinador:_______________________________.

2 - Ouvir atentamente o paciente quanto:

- As queixas principais,

- As expectativas do tratamento,

- Descartar causas médicas.

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

67
3 - Quanto as ATMs:

- Quando mastiga ou movimenta a mandíbula, percebe algum tipo de ruído


nos ouvidos ?

( ) Não. ( ) Estalidos. ( ) Creptação. ( ) Sensação de papel


amassado.

- Quando boceja ou mastiga intensamente, sente a mandíbula


“travar”?

( ) Não. ( ) Constantemente. ( ) Esporadicamente.

Cansaço:_______________________________________________________.

Dor: ___________________________________________________________.

- Sente dificuldades em abrir ou fechar a boca:

( ) Constantemente. ( ) Esporadicamente.

- Quando movimenta a mandíbula percebe que ela se desloca ?

( ) Não.

( ) Sim.: ( ) Constantemente. ( ) Esporadicamente.

( ) À direita. ( ) À esquerda. ( ) À frente. ( ) À trás.

- Sente sensação de surdez ou ouvido “tapado” ?

( ) Não.

( ) Sim.: ( ) Constantemente. ( ) Esporadicamente.

( ) No ouvido direito. ( ) No ouvido esquerdo.

68
- Percebe “apito” ou “zumbido” nos ouvidos ?

( ) Não.

( ) Sim.: ( ) Constantemente. ( ) Esporadicamente.

- Sente dores nas ATMs. quando mastiga ?

( ) Não.

( ) Sim: ( ) Direita. ( ) Esquerda. ( ) Bilateral.

- Aspecto radiográfico das ATMs.:

Antes do tratamento:

DIREITA FECHADA DIREITA REPOUSO DIREITA ABERTA

ESQUERDA FECHADA ESQUERDA REPOUSO ESQUERDA ABERTA

( ) Inconclusivo.

69
Após o tratamento:

DIREITA FECHADA DIREITA REPOUSO DIREITA ABERTA

ESQUERDA FECHADA ESQUERDA REPOUSO ESQUERDA ABERTA

- Radiografia Panorâmica (comentários):


__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.

4 - Quanto à musculatura:

- Ao acordar sente sensação de rosto pesado ou cansaço facial ?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) Lado esquerdo. ( ) Lado direito.

Especificar a(s) região(s): __________________________________________.

70
- Ao mastigar, sente sensação de cansaço ou dor na face ?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) Lado esquerdo. ( ) Lado direito.

Cansaço (especificar as regiões):____________________________________.

Dor (especificar as regiões): ________________________________________.

- Sente dor na região temporal?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) região anterior. ( ) região média. ( ) região posterior.

( ) fraca. ( ) moderada. ( ) forte. ( ) “trigger”

( ) lado direito. ( ) lado esquerdo. ( ) expontânea. ( ) quando


mastiga.

( ) esporádica. ( ) constante.

- Sente dor na região masseterina?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) próximo ao ouvido. ( ) ramo da mandíbula. ( ) ângulo da


mandíbula.

( ) fraca. ( ) moderada. ( ) forte. ( ) “trigger”.

( ) lado direito. ( ) lado esquerdo. ( ) expontânea. ( ) quando


mastiga.

( ) esporádica. ( ) constante.

71
- Sente dores na região frontal ?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) próximo as órbitas. ( ) na testa. ( ) no ápice


da cabeça.

( ) fraca. ( ) moderada. ( ) forte. ( ) “trigger”.

( ) lado direito. ( ) lado esquerdo. ( ) expontânea. ( ) quando


mastiga.

( ) esporádica. ( ) constante.

- Sente dores na nuca e/ou pescoço ?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) tipo torcicolo. ( ) na base da cabeça. ( ) na base


do pescoço.

( ) fraca. ( ) moderada. ( ) forte. ( ) “trigger”.

( ) expontânea. ( ) ao acordar. ( ) esporádica. ( ) constante.

- Sente dores nas costas?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) região cervical. ( ) região torácica. ( ) região


lombar.

( ) fraca. ( ) moderada. ( ) forte. ( ) “trigger”.

( ) expontânea. ( ) quando está sentado. ( ) esporádica. ( )


constante.

72
- Sente sensibilidade dolorosa nos seios, ao toque ?

( ) Não. ( ) Sim.

O início da sensibilidade coincide com os outros sintomas ? ( ) Sim. ( )


Não.

Consultou um ginecologista ? ( ) Sim. ( ) Não.

Comentários: ____________________________________________________.

5 - Em relação as conexões anatômicas:

- Sente anuviamento visual?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) esporadicamente. ( ) constantemente.

( ) quando tem dores. ( ) espontaneamente.

( ) consultou oftalmologista. ( ) olho esquerdo. ( ) olho


direito.

Comentários: ____________________________________________________.

- Sente sensação de surdez?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) quando a mandíbula trava. ( ) espontaneamente.

( ) esporadicamente. ( ) constantemente.

( ) consultou otorrinolaringologista.

Comentários: ____________________________________________________.

73
- Sente sensação de vertigem?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) quando tem dores. ( ) esporadicamente.

( ) constantemente. ( ) espontaneamente.

( ) consultou otorrinolaringologista.

Comentários:____________________________________________________.

- Sente sensação de coceira ou corrimento nos ouvidos ?

( ) Não.

( ) Sim. ( ) direito. ( ) esquerdo.

( ) constantemente ( ) esporadicamente.

( ) consultou otorrinolaringologista.

Comentários: ____________________________________________________.

6 - Pesquisar clinicamente:

- Assimetria facial: ( ) Sim. ( ) Não.

( ) Hipertrofia muscular.

Região: ________________________________________________________.

- Uso de aparelhos ortodônticos: ( ) Sim. ( ) Não.

( ) fixo. ( ) móvel.

Quanto tempo: ____________.

74
Extraiu algum dente para colocação do aparelho ortodontico? ( ) Sim. ( )
Não.

Qual (is) : ____________________________.

Há quanto tempo: ________________________.

- Dimensão Vertical de Oclusão: ( ) Alta. ( ) Baixa. ( ) Normal.

- Desvio de linha média: ( ) Sim. ( ) Não.

( ) à direita. ( ) à esquerda. ( ) em abertura. ( ) em fechamento.

Causa (s) aparente (s): ____________________________________________.

- Limitação de abertura de boca: ( ) Sim. ( ) Não.

Abertura: _______mm.

- Ausência de espaço de Christensen: ( ) Sim. ( ) Não.

( ) Oclusão molar em protrusiva. ( ) Oclusão molar em


trabalho.

( ) Oclusão molar em balanço. ( ) Mordida aberta anterior.

( ) Mordida cruzada anterior. ( ) Mordida cruzada


posterior.

( ) Oclusão molar e posterior em protrusiva.

( ) Oclusão molar e posterior em trabalho. ( ) Oclusão molar e posterior


em balanço.

( ) Guia em incisivo. ( ) Guia em canino.

75
- Ausência de dentes (Assinalar a ausência ou a perda precoce em caso de
dentição mista ou decídua):

- Presença de salto condilar:

( ) Sim. ( ) Não.

( ) Lado direito. ( ) Lado esquerdo. ( ) Abertura. ( ) Fechamento.

- Tipo de Oclusão:

( ) Classe I. ( ) Classe II. ( ) Classe III.

( ) Chave de Oclusão Molar. ( ) Chave de Oclusão Molar Alterada.

( ) Transpasse Vertical Profundo ( ) Transpasse horizontal


Acentuado.

76
7 - Teste de Resistência:

( ) Positivo. ( ) Negativo.

- Reproduziu a sintomatologia relatada ?

( ) Parcialmente ( ) Totalmente.

Comentários: ____________________________________________________.

8 - Teste de Carga:

- Mordida Unilateral:

Reação Sintomatológica:

( ) Não. ( ) Lado direito. ( ) Lado Esquerdo.

- Mordida Bilateral:

Reação Sintomatológica:

( ) Não. ( ) Lado direito. ( ) Lado Esquerdo.

9 - Exame Físico:

- Músculo Temporal (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( ) Não.

Temporal Anterior: ( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger


Zone”.

Temporal Médio: ( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( )


“Trigger Zone”.

Temporal Posterior: ( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger


Zone”.

77
Tendão do m. Temporal (Retromolar): ( ) Positivo. ( ) Negativo

Tendão do m. Temporal (Apófise Coronóide): ( ) Positivo. ( ) Negativo.

- Músculo Masseter (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( ) Não.

Masseter Superficial: ( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger


Zone”.

Masseter Profundo: ( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger


Zone”.

- Músculo Esternocleidomastoídeo (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( ) Não.

( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger Zone”.

- Músculo Trapézio Cervical (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( ) Não.

( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger Zone”.

- Músculo Platisma (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( ) Não.

( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger Zone”.

- Músculos Digástrico, Genihioideo, Milihioideo (Sensibilidade Dolorosa):

( ) Sim. ( ) Não.

( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger Zone”.

- Músculo Pterigóideo Medial (Sensibilidade Dolorosa): ( ) Sim. ( )


Não.

( ) Ângulo de mandíbula. ( ) Região Mediana.

( ) Fraca. ( ) Moderada. ( ) Forte. ( ) “Trigger Zone”.

78
- Assinalar em vermelho as regiões com manifestação dolorosa voluntária
e, em azul as detectadas através do exame físico:

Comentários:

__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.

10 - Mapeamento Oclusal:

- Assinalar em vermelho os contatos cêntricos, em azul os de excursões


protrusivas, em verde os obtidos em excursões latero-protrusivas:

79
11 - Antecedentes de ordem médica:

- Neurológicos: ____________________________________________ .

- Cardiovasculares: _________________________________________.

- Musculares: _____________________________________________.

- Alérgicos: _______________________________________________.

- Hormonais: ______________________________________________.

- Reumáticos: _____________________________________________.

- Traumáticos: _____________________________________________.

- Digestivos: ______________________________________________.

- Sangüíneos: _____________________________________________.

EXAMINADOR : ________________________________. CRO:____________.

DIAGNÓSTICO PROPOSTO

80
EXAMINADOR: DATA:

PLANO DE TRATAMENTO

EXAMINADOR: PACIENTE: DATA:


DATA PROCEDIMENTO VISTO

81

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