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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANDRESSA ESSER KOHUT


ESTER DOS SANTOS DOMINGOS

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL DE PACIENTES QUE SERÃO


SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE
ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA DE ITAJAÍ-SC.

Itajaí
2016
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ANDRESSA ESSER KOHUT


ESTER DOS SANTOS DOMINGOS

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL DE PACIENTES QUE SERÃO


SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE
ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA DE ITAJAÍ-SC.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
a obtenção do título de Cirurgião-
dentista na Universidade do Vale do
Itajaí, Centro de Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Marcio Patrianova.

Itajaí
2016
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FICHA CATALOGRÁFICA
(Será elaborada pela bibliotecária após aprovação do trabalho, antes da entrega do trabalho
final à biblioteca)
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ANDRESSA ESSER KOHUT


ESTER DOS SANTOS DOMINGOS

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL DE PACIENTES QUE SERÃO


SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE
ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA DE ITAJAÍ-SC.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado


adequado para a obtenção do título de Cirurgião-
dentista e aprovado pelo Curso de Odontologia, da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da
Saúde.

Itajaí, 30 de agosto de 2016.

Prof. Dr . Márcio Espíndola Patrianova


UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Orientador

Profa Msc. Mara Lucia Campos


UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Membro

Profa.Msc. Marcio Godoi


UNIVALI – CCS – Curso de Odontologia
Membro
5

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à todos que colaboraram para o seu desenvolvimento, e aqueles
que apoiam as pessoas na luta contra o câncer, ajudando a proporcionar uma melhor qualidade
de vida aos que necessitam.
6

AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me dado saúde e forças para superar as dificuldades.

À minha família por ter me dado amor, incentivo e suporte para conquistar esse
mérito.

À universidade, seu corpo docente, direção e administração.

Ao meu orientador, Márcio Espíndola Patrianova, pelo suporte, por suas orientações e
incentivos.

E a todos que fizeram parte direta ou indiretamente da minha formação, o meu muito
obrigado.
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AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL DE PACIENTES QUE SERÃO


SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE
ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA DE ITAJAÍ-SC

Acadêmicos: Ester dos Santos DOMINGOS, Andressa Esser KOHUT


Orientador: Prof. Márcio Espíndola PATRIANOVA
Defesa: outubro 2016

Resumo

O câncer configura-se como um grande problema de saúde pública tanto nos países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, sendo a segunda maior causa de morte
por doença. Este trabalho teve como objetivo avaliar a condição bucal de pacientes que serão
submetidos à quimioterapia e radioterapia para todos os tipos de doença na Unacon (Unidade
de Alta Complexidade em Oncologia) em Itajaí – SC. A pesquisa foi de caráter descritivo
exploratório, realizada através de um questionário e a avaliação da cavidade bucal. A amostra
foi de 40 pacientes adultos independentes. Quanto ao sexo, 67,5% eram do gênero feminino e
32,5% masculino. A faixa etária de maior prevalência com 60% foi a de meia-idade (40 a 66
anos), sendo a neoplasia mais comum a de câncer de mama (30%). O indice CPO-d médio da
amostra foi de 19 onde 2,1% foram de cariados, 46,2% perdidos, 20% de obturados e 31,7%
hígidos. A maioria desses pacientes , ao primeiro exame bucal, necessitava de algum
procedimento odontológico, sendo que 57,5% responderam ter recebido informações quanto
as alterações advindas da quimioterapia e radioterapia, e 42,5% relataram não terem sido
informados. Concluiu-se, assim, que um número significativo de pacientes, no ato do exame
clínico inicial, necessitava de algum tipo de tratamento odontológico de adequação do meio
bucalpara que pudessem se submeter ao tratamento oncológico indicado.

Palavras-chave: Neoplasias; Radioterapia; Quimioterapia; Assistência odontológica; Saúde bucal


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PATIENTS OF ORAL CONDITION ASSESSMENT TO BE SUBMITTED TO


CHEMOTHERAPY AND RADIATION THERAPY ON A HIGH IN ONCOLOGY UNIT
COMPLEX OF ITAJAÍ -SC

Abstract

The cancer appears as a major public health problem both in developed countries and in
developing countries and is the second leading cause of death by disease. This study aimed to
evaluate the oral health of patients undergoing chemotherapy and radiotherapy for all types of
disease in Unacon (Unit of High Complexity in Oncology) in Itajaí - SC. The research was
exploratory descriptive, conducted through a questionnaire and evaluation of the oral cavity.
The sample consisted of 40 independent adult patients. Regarding gender, 67.5% were female
and 32.5% male. The age group with the highest prevalence of 60% was the middle-aged (40-
66 years), the most common cancer to breast cancer (30%). The average sample CPO-D index
was 19 where 2.1% were decayed, lost 46.2%, 20% and 31.7% filled healthy. Most of these
patients, the first oral examination, needed some dental procedure, and 57.5% reported having
received information about the changes resulting from chemotherapy and radiotherapy, and
42.5% reported not being informed. It was concluded, therefore, that a significant number of
patients in the initial clinical examination act, needed some type of dental treatment
compliance of the bucalpara they could to undergo cancer treatment indicated.

Keywords: neoplasms ; Radiotherapy; Chemotherapy; Dental care; oral health


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 11
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 28
4 RESULTADOS................................................................................................. 31
5 DISCUSSÃO .................................................................................................... 35
6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 39
7 REFERÊNCIAS................................................................................................. 40
8 ANEXOS ........................................................................................................... 43
9 APÊNDICES ......................................................................................................... 46
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1 INTRODUÇÃO

Segundo Osterne et al. (2008) o câncer configura-se como um grande


problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos como nos paísesem
desenvolvimento, e, no Brasil, é a segunda maior causa de morte por doença. A
assistência nesta área é uma das mais onerosas, incluindo custos com a prevenção,
testes diagnósticos e tratamento.
Os efeitos secundários advindos da radioterapia são muito prejudiciais ao
indivíduo, incluindo a cavidade bucal. Por isso o cirurgião-dentista tem a função de
minimizar, ou até mesmo, evitar esses, proporcionando uma melhor qualidade de
vida para esse indivíduo (GRIMALDI et al. 2005).
Devido a estas circunstâncias é recomendada a realização de uma consulta
odontológica antes do tratamento oncológico, seguido de acompanhamento do
pacientedurante e após a terapia de modo aminimizar as sequelas bucais do
tratamentodo câncer. Sugere-se que haja atenção odontológicaaos fatores que
podem provocar uma deficiência na qualidade de vida do paciente como
consequência de uma função bucal prejudicadacomo a mastigação, a fala, ou a
salivação (ARAUJO; PADILHA; BALDISSEROTTO, 2007).
De acordo com Daniel et al. (2006), é imprescindível a atuação do cirurgião-
dentista dentro da equipe multidisciplinar do tratamento antineoplásico, tanto nas
fases iniciais de diagnóstico quanto durante a terapia, realizando avaliações
estomatológicas e dando condições ao paciente de ser submetido às modalidades
terapêuticas com as melhores taxas de cura e de qualidade de vida, prevenindo ou
reduzindo os seus efeitos colaterais. A adequação bucal realizada antes de o
paciente iniciar a radioterapia e a quimioterapia reduz a probabilidade de ocorrências
das alterações estomatológicas, permitindo melhor qualidade de vida. Para isto, o
agendamento das consultas odontológicas concomitantes às consultas médicas,
torna-se indispensável ao paciente. Sendo assim o objetivo do estudo será avaliar a
condição bucal de pacientes que serão submetidos à quimioterapia e radioterapia
em uma unidade de alta complexidade em oncologia de Itajaí-SC.
11

2 REVISÃO DE LITERATURA

Para Hancock, Epstein e Sadler (2003), a avaliação oral antes do tratamento


deve ser realizada pois condições como má higiene bucal, dentes fraturados,
restaurações defeituosas e doença periodontal podem tornar-se complicações
durante e após a radioterapia. Além do exame clínico os exames radiográficos
completos são importantes para avaliar a presença lesões periapicais inflamatórias,
doenças periodontais, cáries e invasão tumoral no osso. Para o planejamento de
intervenção odontológica deve-se avaliar o risco relacionando a frequência, a
natureza e característica da radioterapia. Para extrações antes da radioterapia
considera-se que dentes no campo de radiação de altas doses deve ser considerado
para a extração se estes não forem possíveis serem restaurados, restaurações
extensas, doença periodontal ou intervenção endodontica. Para a avaliação
considera-se o estado geral da dentição do paciente, assistência odontológica
anterior, higiene oral, urgência do tratamento do câncer, terapia planejada e o
prognóstico da terapia do câncer. Durante a terapia é essencial o auto-cuidado do
paciente que previnem o acumulo de placa e desmineralização dentária. Os efeitos
colaterais da radiação nos tecidos orais incluem as glândulas salivares, a mucosa,
os músculos da mandíbula e osso. As manifestações presentes são a xerostomia,
doença periodontal, cárie, infecções fúngicas, infecções bacterianas e mucosite.
Após a radioterapia as complicações são amenizadas, o acompanhamento rigoroso
dos pacientes é obrigatório, pois esses apresentam risco da recorrência da doença
além de todas as complicações crônicas como xerostomia, sensibilidade da mucosa,
aumento do risco de cáries e osteorradionecrose. Todas as alterações bucais devem
ser consideradas antes, durante e após o tratamento oncológico para diminuição da
morbidade e melhor qualidade de vida do paciente.
Segundo Vissink et al. (2003), a radioterapia desempenha um papel
importante no tratamento dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
Dependendo da localização do tumor maligno, inevitavelmente as glândulas
salivares, mucosa oral, e as maxilares têm de ser incluídos nos portais de tratamento
de radiação, provocando sequelas durante e após a irradiação. A mucosite é uma
alteração inevitável, onde estudos apontam que nenhum medicamento pode
preveni-la, e seu tratamento é sintomático, tomando estratégias para o alívio da dor
e desconforto, e eliminação de micro-organismos que desenvolvem a mucosite por
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radiação. Atualmente, a maioria dos programas de cuidados orais prévios à


radioterapia tem como objetivo a remoção de fatores irritante a mucosa, a limpeza
da mucosa oral, manutenção da umidade da cavidade oral, alívio da dor e
prevenção ou tratamento de infecções. Recomenda-se não utilizar dentaduras
durante o tratamento quimioterápico, por ser um fator retentivo de placa e muitas
vezes causar agressão a mucosa. Outras alterações incluem a hipogeusia e
hipossalivação, cárie de radiação, doença periodontal e osteorradionecrose.
Algumas das medidas recomendadas para minimizar os efeitos secundários incluem
a higiene rigorosa oral, auto-aplicação diária de flúor tópico, evitar a ingestão de
alimentos cariogênicos, e utilização de saliva artificial. Para que o paciente tenha
uma melhor qualidade de vida, o odontólogo deve ser parte integrante no tratamento
do câncer para a redução ou prevenção dos efeitos secundários possíveis. Outro
fator crucial para o sucesso desse regime é a conscientização do paciente quanto as
sequelas do não cumprimento do protocolo de prevenção preconizado.
O tratamento efetivo com radioterapia na redução e eliminação de tumores
induz complicações crônicas e agudas em qualquer tecido normal da região
irradiada, e devido a isso, uma avaliação da cabeça e do pescoço, exame clínico
dental e oral e avaliação de radiografias intra-orais são essenciais para o início do
tratamento oncológico. Regimes apropriados de prevenção e cuidados orais podem
minimizar complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes submetidos
ao tratamento radioterápico. Para isso é necessária a combinação entre o cirurgião-
dentista, o estomatologista e o radioterapeuta, pois a saúde oral dos pacientes é
importante na contribuição para a adaptação social pós-tratamento. O propósito
deste trabalho realizado por Da Silva, Paulinelli, Meira (2004) foi avaliar os fatores
de riscos dentais e os fatores de riscos relacionados a malignidade para o
aparecimento de complicações pós-radioterapia, em pacientes irradiados na região
de cabeça e pescoço, atendidos no Serviço de Radioterapia da Fundação
Beneficente Hospital Cirurgia, em Aracaju (SE). A amostra foi constituída de 20
pacientes que estavam sendo submetidos a radioterapia na região de cabeça e
pescoço, dos quais 15 pacientes se encontravam com fatores de risco dentais altos,
5 com fatores de risco dentais baixo e nenhum com fatores de risco dentais médio.
Ao ser avaliado os fatores de malignidade, foram encontrados 17 pacientes com
fatores relacionados ao risco de malignidade alto, 3 considerados baixo, e nenhum
considerado médio. A partir dos resultados obtidos no presente estudo, foi concluído
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que é necessário a implantação de um programa preventivo de cuidados


odontológicos, com a criação de um protocolo, objetivando melhorar as condições
de saúde oral e, consequentemente, sistêmica destes pacientes.
De acordo com Cardoso et al. (2005), a odontologia apresenta papel
importante nas diferentes fases do tratamento oncológico. Em uma avaliação prévia
poderá reduzir complicações decorrentes de processos infecciosos ou inflamatórios
crônicos de origem bucal. Prevenindo sequelas bucais que ocorrem durante e após
o tratamento de câncer de cabeça e pescoço. No período que antecedeu a
radioterapia foi feito todos os procedimentos odontológicos necessários para o
paciente estar apto a receber a radioterapia. Durante a radioterapia as alterações
encontradas foram dermatite, mucosite, xerostomia, candidíase, alterações no
paladar, disfagia, cárie, trismo e osteorradionecrose. No período do tratamento com
radioterapia os pacientes apresentam queda no estado geral melhorando com o
término da radioterapia. Após a radioterapia os pacientes foram acompanhados com
orientações específicas necessárias. Os resultados encontrados indicam que
prevenir e controlar as sequelas causadas pelo tratamento oncológico, possibilita
melhor qualidade de vida ao paciente. Assim, quando é realizado um protocolo
odontológico antes, durante e depois do tratamento, é possível trabalhar com
prevenção e tratamento, que deve ser instituído juntamente com uma equipe
multidisciplinar.
Para Grimaldi et al. (2005), a radioterapia se constitui numa arma eficaz
contrao câncer bucal sendo um tratamento loco-regional,porém, adversamente
causa alterações visíveis nostecidos adjacentes às áreas irradiadas, sendo
necessário,previamente à radioterapia, alguns cuidados preventivospara minimizar
esses efeitos.Dentre os efeitos secundários da radioterapia estão xerostomia, cáries,
mucosite, osteorradionecrose, disfagia, perda ou alteração do paladar, infecções
oportunistas, periodontite e trismo. Este trabalho tem como objetivo, através de uma
revisão deliteratura, discutir a prevenção e o tratamento da osteorradionecrose. A
ORN é uma das mais severas e sérias complicações bucais do tratamento
radioterápico do câncer da cabeçae pescoço. Nos últimos anos a introdução de
medidas de higiene bucal preventiva e avaliaçõesdentárias meticulosas antes e
depois de irradiação,melhoria das técnicas de radioterapia, estabelecimentode um
diagnóstico fidedigno e melhores procedimentosterapêuticos resultaram em uma
incidência diminuída de osteorradionecrose. Os fatores predisponentes comumente
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relacionados à ORN da mandíbula incluem higiene bucal pobre,doença periodontal,


abcesso dento-alveolar, cáriesextensas, local anatômico do tumor, doses
crescentesde radioterapia, e cirurgia dentoalveolar durante aradioterapia ou no
período pós-operatório. Hábitosque irritam a mucosa bucal, tais como uso de álcool
e tabaco, podem, também, aumentar o risco, assim como a estimulação traumática
com extração dentária ou irritação por próteses mal adaptadas. Sabendo-se que os
efeitos secundários advindos da radioterapia são muito prejudiciais ao indivíduo,
ocirurgião-dentista tem a função de minimizar, ou atémesmo, evitar esses efeitos
proporcionando uma melhorqualidade de vida para esse indivíduo uma
adequaçãodo meio bucal é necessária antes da radioterapia.Assim, os programas
preventivos devem começar antesdo início da radioterapia.
O trabalho realizado por Osterne et al. (2007), teve como objetivo realizar uma
análise clínico-epidemiológica dos pacientes portadores de neoplasias malignas
atendidos no Núcleo de Estudos em Pacientes Especiais (NEPE), bem como
analisar as principais necessidades de tratamento odontológico dos pacientes, frente
à realização de radioterapia e quimioterapia. Foi realizado um levantamento das
fichas clínicas do arquivo da disciplina de Estomatologia Clínica da Faculdade de
Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará
FFOE/UFC, referente a pacientes com diagnóstico de câncer atendidos pelo NEPE
no período de Janeiro 1997 a Dezembro 2005. Foram analisados dados referentes
ao sexo, idade, localização do tumor, diagnóstico primário, necessidade e fase
terapêutica do tratamento oncológico (quimioterapia e/ou radioterapia) e
necessidades odontológicas mais frequentes. O fator idade foi analisado de acordo
com as faixas etárias estabelecidas: até 20 anos, de 21 a 40 anos, entre 41 a 60
anos e com mais de 60 anos. As necessidades odontológicas foram divididas em
categorias: cirúrgicas, restauradoras, periodontais, endodônticas e protéticas. Com
relação ao tipo e estágio de tratamento oncológico, foi analisado se, no momento da
primeira consulta, o paciente estava indicado para início de terapia antineoplásica ou
encontrava-se em realização de quimioterapia ou radioterapia de cabeça e pescoço.
Os dados coletados foram analisados, utilizando-se estatística descritiva para obter
valores de frequência e média. Do total de pacientes atendidos, 322 (78%)
necessitavam de algum tipo de tratamento odontológico, e apenas 90 (22%) não
necessitavam de intervenção. Com relação ao tipo de necessidades, 183 (44%)
pacientes necessitavam de procedimentos cirúrgicos, 178 (43%) de procedimentos
15

restauradores, 15 (3%) de procedimentos endodônticos e 268 (65%) de


procedimentos periodontais. O número de procedimentos necessários somou um
total de 2.055 procedimentos, sendo 827 cirúrgicos, 736 restauradores, 16
endodônticos e 476 periodontais. Para os autores o sucesso da quimioterapia e
radioterapia requer cuidados odontológicos pré- terapêuticos, prevenindo e
preparando o paciente para os efeitos secundários da terapia, tendo o odontólogo
um papel ativo na manutenção e recuperação do paciente, reduzindo o risco de
infecções orais e promovendo saúde bucal e uma melhor qualidade de vida para
esses pacientes.
Em uma revisão de literatura Koga, Salvajoli e Alves (2008), constataram que
na terapia primária para câncer de cabeça e pescoço utiliza-se a radioterapia,
aumentando as taxas de cura porém o paciente fica sujeito a efeitos secundários
como a mucosite, xerostomia, perda do paladar, trismo, perda de inserção
periodontal progressiva, cáries dentárias, alteração microvascular, necrose dos
tecidos moles e osteorradionecrose, que é a sequela mais grave. A
osteorradionecrose pode ser causada por biópsias ósseas, cirurgias, trauma de
próstese, doenças periodontais e extrações realizadas antes e após a radioterapia.
As alterações como cárie dentária e osteorradionecrose podem ser evitadas por
extrações de dentes não restauráveis ou com doença periodontal avançada, esses
podem causar infecção do osso e progressão para osteorradionecrose devido à
baixa permeabilidade e a incapacidade dos mecanismos de reparação em tecidos
irradiados. É importante a avaliação do campo em que será irradiado, sendo que
extrações fora da área de radiação não representam risco para osteorradionecros.
Embora haja o risco desta complicação as extrações dentárias ocorrem devido à
falha ou ausência de uma avaliação prévia a radioterapia pelo dentista ou falta de
colaboração do paciente após o tratamento oncológico. Deve haver um intervalo de
tempo entre as extrações e o início da radioterapia, que deve ser suficiente para a
cura inicial e não deve ser prorrogado por longo período que comprometa o
tratamento oncológico e o prognóstico. As extrações devem ser realizadas com
menor trauma possível, alveolectomia com corte cuidadoso de osso, retalho
conservador, fechamento sem tensão e remoção de poucos dentes por sessão. Para
aumentar a cicatrização após extrações ou evitar infecções secundárias é usado a
oxigenação hiperbárica e antibióticos. Para reduzir sequela é obrigatório a avaliação
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rigorosa e acompanhamento durante e após a radioterapia com uma equipe


multiprofissional.
Oliveira et al. (2008) relatam que a doença periodontal pode levar a sequelas
sistêmicas na quimioterapia. No tratamento radioterápico a doença periodontal poder
ser um fator predisponente para a osteorradionecrose. A avaliação adequada,
manutenção e tratamento da doença periodontal pode ajudar a evitar infecções,
necrose e dores. O estudo encontrou a presença da doença periodontal em todos os
pacientes avaliados que tinha diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço e iriam se
submeter à quimioterapia e/ou radioterapia. Houve o predomínio em consumo de
tabaco e também a presença de doença periodontal generalizada quanto a extensão
e moderada relacionado à gravidade. Esses achados podem indicar sérias sequelas,
resultando na interrupção da terapia principal e queda na qualidade de vida do
paciente. Os autores ressaltam a importância de uma criteriosa avaliação oral e
planejamento terapêutico odontológico para pacientes que receberão terapia
oncológica.
Apesar dos benefícios da radioterapia no tratamento de tumores malignos,
vários são os seus efeitos colaterais na região de cabeçae pescoço. Sendo assim, a
avaliação das condições bucais pelocirurgião dentista é fundamental para prevenir
e/ou minimizarestes danos. Avaliação dental e tratamento pré-radiação e pós-
radiação em pacientes com câncer de cabeça e pescoço é muitas vezes um desafio.
Contudo, para estes tratamentos serem eficazes, deve se ter uma boa adesão do
paciente com a supervisão de um profissional por um período indefinido após a
radiação. Portanto, o objetivo do estudo de Rosales et al. (2009) foi avaliar as
necessidades de tratamento odontológico em pacientes submetidos a radioterapia
em região da cabeça e pescoço. Este estudo retrospectivo teve como objetivo
verificaras condições dentárias e as necessidades de tratamento odontológicodos
357 pacientes que receberam radioterapia na regiãode cabeça e pescoço, atendidos
pelo Orocentro/ FOP/UNICAMP,no período de janeiro de 1990 a dezembro de 2004.
Os dados, incluindo idade, sexo, tabagismo e consumo de álcool história,
localização do tumor, tipo histológico, clínica estadiamento, o tratamento foram
obtidos de prontuários dos pacientes. Indicações de tratamento dentário, tais como
restaurações, obturação do canal radicular, extrações dentárias e prótese, antes e
após a radioterapia foram avaliados. Em 148 do total dos pacientes a avaliação
odontológica não foirealizada previamente à radioterapia. A avaliação odontológica
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pré-radioterápica foi realizada em 209 pacientes dos quais 94 não tinham


necessidades de tratamento odontológicono momento da avaliação, enquanto 115
apresentavamalgum tipo de necessidade odontológica. O grupo de
pacientesavaliados antes da radioterapia apresentou menores necessidadesde
restaurações, endodontias e exodontias que os pacientes não avaliados. A maioria
dos pacientes que foram submetidos radioterapia era do sexo masculino, com mais
de 40 anos de idade, com relato de consumo de tabaco e álcool. Foi concluído que a
avaliação das condições bucaispreviamente à radioterapia é essencial para diminuir
as necessidades de tratamento odontológico enfatizando a importância da
participação do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinarque trata pacientes com
câncer.
O avanço tecnológico nos tratamentos radioterápicos tem aumentado a
sobrevida dos pacientes portadores de tumores. A radioterapia está sendo
largamente difundida como tratamento para pacientes portadores de tumores de
cabeça e pescoço, aumentando a responsabilidade do cirurgião dentista frente a
esses pacientes. Este estudo realizado por Sassi, Machado (2009), tem por objetivo
descrever o protocolo de atendimento Odontológico aos pacientes submetidos à
radioterapia de cabeça e pescoço utilizado pelo serviço de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba. A radiação induz ao
aparecimento de várias complicações bucais, dentre elas estão a: xerostomia,
mucosite, fibroses e trismo, dermatite de radiação, cárie de radiação, candidose e a
osteorradionecrose. Verificou a necessidade de instituir um protocolo de
atendimento aos pacientes com indicação de tratamento radioterápica na região de
cabeça e pescoço. Previamente ao início do tratamento, os pacientes foram
submetidos a consultas odontológicas para a instrução a respeito dos efeitos da
radiação ionizante sobre as estruturas bucais. O protocolo era então realizado,
incluindo as extrações dentárias em áreas expostas a radiação, de maneira menos
traumática possível, sem deixar espículas ósseas, com o máximo de fechamento do
retalho. A radioterapia pode ser iniciada oito dias após a realização destes
procedimentos. A utilização desse protocolo, tinha o intuito de diminuir ao máximo a
ocorrência e a gravidade das complicações da radioterapia. É indispensável
participação do cirurgião dentista na equipe multidisciplinar para tratamento do
paciente oncológico com indicação de tratamento radioterápico de cabeça e
pescoço.
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O objetivo do trabalho de Lôbo e Martins (2009), foi realizar uma revisão de


literatura acerca das principais sequelas provenientes da radioterapia de cabeça e
pescoço que acometem a cavidade oral dos pacientes oncológicos, além de
reafirmar a importância do médico dentista na prevenção e controle das mesmas.As
complicações orais decorrentes do tratamento antineoplásico ocorrem em
aproximadamente 90% dos pacientes portadores de neoplasias malignas de cabeça
e pescoço e estão relacionadas entre outros fatores, com as doses e poder de
penetração das radiações, além de respostas individuais de cada paciente. Os
efeitos colaterais mais comuns da radioterapia na região de cabeça e pescoço são:
dermatite, mucosite, xerostomia, disgeusia, disfagia, trismo, cárie de radiação,
osteorradionecrose, os quais podem ser precoces e tardios, reversíveis ou
irreversíveis. Dessa forma, se faz necessária a presença do médico dentista na
equipe multidisciplinar de atendimento do paciente oncológico, no intuito de
desenvolver um planeamento individualizado e sistematizado para esse indivíduo,
orientando-o quanto a prevenção e tratamento dos efeitos secundários da
radioterapia. Além disso, é de suma importância, que os radioterapeutas envolvidos
no processo multidisciplinar de atendimento, tenham conhecimento dessas sequelas
e estabeleçam um fluxo de encaminhamento desses pacientes para centros
odontológicos de referência, buscando minimizar e tratar os efeitos adversos que
poderão surgir na cavidade oral, além de promover um acompanhamento contínuo
que possa resgatar as condições ideais de saúde, contribuindo para a qualidade de
vida e autoestima desses pacientes.
O objetivo do estudo de Rampini, Ferreira e Ferreira (2009), foi conceituar
mucosite e fazer uma revisão de literatura sobre os estudos clínicos que utilizaram o
laser de baixa potência para prevenir mucosite oral. A mucosite oral (MO) é uma das
complicações mais comuns e dolorosas induzidas pela radioterapia e/ou
quimioterapia, sendo observada com muita frequência nos pacientes submetidos à
quimioterapia em altas doses, ao transplante de medula óssea (TMO) e à
radioterapia na região de cabeça e pescoço. A MO é definida como um processo
inflamatório que ocorre na mucosa oral causado pelo tratamento antineoplásico.
Clinicamente consiste na inflamação da mucosa com presença de eritema e edema,
progredindo para o desenvolvimento de úlceras e formação de pseudomembrana.
As áreas mais afetadas são o assoalho da boca, borda lateral da língua, ventre
lingual, mucosa jugal e palato mole. Dependendo da localização, tipo histológico e
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estadiamento, a cirurgia, a quimioterapia (QT) e a radioterapia (RT) podem ser


utilizadas de forma exclusiva ou combinadas e, dependendo da abordagem
terapêutica, um aumento na incidência daMO poderá ser observado. Os tratamentos
são diversificados e buscam atenuar a sintomatologia dolorosa das lesões ou
preveni-las. A crioterapia, o laser de baixa potência, antimicrobianos, anti-
inflamatórios, citoprotetores, fator de crescimento de granulócitos e macrófagos,
fator de crescimento de ceratinócitos e anestésicos locais são citados como agentes
profiláticos e ou terapêuticos para a MO. A irradiação do fibroblasto com o laser de
baixa potência estimula o seu crescimento diretamente através da regulação da
expressão de genes relacionados à proliferação celular ou indiretamente através da
regulação da expressão de genes relacionados com a migração e remodelação
celular, síntese e reparo de DNA, canais iônicos e potencial de membrana e
metabolismo celular. Esses eventos contribuem para a cicatrização das úlceras,
através do aumento da síntese de colágeno, da microcirculação e da supressão da
apoptose. Apesar do pequeno número de estudos e da diferença de metodologia
empregada nos estudos citados que utilizaram o laser, observou-se redução da
morbidade nos pacientes tratados quando comparados com os pacientes controles
(simulação) com consequente melhora da qualidade de vida em todos os resultados.
Os autores concluíram que, dessa forma, a terapia com o laser de baixa potência
para prevenção de MO nos pacientes oncológicos se apresenta como uma opção
viável, de baixo custo e sem efeitos colaterais.
Paiva et al. (2010) em uma revisão de literatura destacam que os efeitos
iniciais da radioterapia antineoplásico vai depender do tipo de radiação empregada,
a dose total, os esquema de fracionamento e o tipo de aparelho. Na quimioterapia
deve-se considerar a droga utilizada, o esquema de tratamento bem como o número
de ciclos. Em relação ao tumor o seu tipo histológico, estadiamento e sítio
anatômico. No que se refere ao paciente interfere o estado geral de saúde, presença
de comorbidades, gênero, estado nutricional, faixa etária, fatores psicológicos e
sociais, além de hábitos deletérios, patologias orofaciais preexistentes, cuidados
dispensados a higiene oral e a assistência recebida antes, durante e após o
tratamento oncológico. As complicações orais da mucosite, xerostomia, disgeusia,
neurotoxidade, hipersensibilidade dentária, infecções fúngicas, infecções herpéticas,
infecções bacterianas, trismo, cárie de radiação e osteorradionecrose podem ocorrer
devido a radioterapia e/ou quimioterapia. É imprescindível a avaliação prévia a
20

terapia antineoplásica, não ocorrendo muitas vezes devido a urgência ou


indisponibilidade odontológica, sendo que a morbidade é marcante em pacientes
que não receberam cuidados odontológicos prévio a radioterapia ou que
abandonaram o seguimento clínico após o tratamento. A partir das informações
obtidas através da avaliação odontológica elabora-se um plano de tratamento
adequado para cada paciente que pode amenizar ou eliminar efeitos colaterais
advindos da terapia antineoplásica.
Para Santos et al. (2010), antes de ser realizado a radioterapia e
quimioterapia é importante fazer tratamentos preventivos como remoção de restos
radiculares, refazer restaurações com infiltrações, controle da cárie e
periodontopatias, evitando complicações no meio bucal durante a terapia oncológica.
O cirurgião-dentista dever estar envolvido como parte da equipe desde o diagnóstico
inicial, realizando ampla avaliação oral, identificando fatores de risco para
complicações orais. Ao avaliar os fatores de risco dentais que observou doenças
periodontais, cáries, restaurações deficientes, dentes não funcionais, higiene oral; e
fatores de risco relacionado a malignidade na qual levou em consideração a
localização do tumor e doses de diárias de radiação houve associação positiva
sugerindo que estes influenciam as condições bucais dos pacientes irradiados em
região de cabeça e pescoço. Devido a predisposição para sofrer complicações
bucais tais pacientes devem receber medidas para prevenção e tratamento quando
necessário.
O objetivo do trabalho realizado por Susini (2010) foi determinar de que
maneira o periodonto é afetado pela quimioterapia levando em consideração
cuidados necessários para preservar e recuperar a saúde periodontal. Todas as
complicações orais decorrentes de quimioterapiaocorrem através de um dos dois
principais mecanismos: ou como efeitos citotóxicos diretos na mucosa oral, ou
resultado indireto gerado após a mielossupressão na medula óssea. A citotoxicidade
direta do citostático produz mucosite e ulcerações das mucosas, da qual ocorre por
alterações normais de proliferação, diferenciação e maturação células epiteliais
basais causadas por esse efeito não específico do citostático sobre as células
normais. Desta maneira citostáticos diminuem a taxa de renovação celular
resultando em atrofia da mucosa ou ulcerações. A mucosa mais acometida é a não
queratinizada, em áreas da mucosa bucal, o palato mole, ventral língua e assoalho
boca. Essas lesões podem progredir de tal maneira em que o ato de se alimentar se
21

torna algo doloroso, gerando outras complicações como a desnutrição, aumentando


assim a susceptibilidade à infecções. A severidade das complicações orais de
pacientes oncológicos pode ser reduzida significativamente estabilizando a higiene e
saúde bucal antes do início do tratamento quimioterápico reduzindo o risco de
complicações sérias. O dentista deve organizar um plano de cuidados para lidar com
esta doença por via oral antes da quimioterapia. Este plano deve ser uma contínua
integração entre médicos oncológicos e odontólogos, na procura do controle e
estabilidade boca do doente, reduzindo a probabilidade de aparecimento
complicações e infecções bucais, evitando a necessidade da intervenção bucal
durante o período de quimioterapia, removendo raízes residuais, tratando doenças
periodontais e endodônticas, reforçando a técnica de escovação e higienização de
próteses, para que não sirvam como retentores de placa bacteriana. Essas
intervenções são recomendadas em tempo suficiente para que haja a reparação
tecidual antes da intervenção com a quimioterapia. Foi concluído que um
atendimento odontológico integrado para pacientes em tratamento oncológico não
deve ser subestimado. Antes, durante e após o período de tratamento quimioterapia,
o dentista deve agir para a manutenção e consolidação de todas as medidas
preventivas, ajudando o paciente e instruindo membros da sua família a cooperar
ativamente evitando a ocorrência de complicações causadas por drogas e
permitindo adaptar o tratamento do câncer com a melhor qualidade de vida possível.
Gaetti-Junior et al. (2011) avaliam a frequência de efeitos colaterais da
radioterapia e a evolução desses quadros após a conclusão do tratamento
radioterápico em 50 pacientes oncológicos com lesões malignas na região de
cabeça e pescoço. Através do exame clínica periodontal, dentária e extrabucal
realizado antes da radioterapia, imediatamente após a última sessão da RT, 30 após
a conclusão da RT e seis meses após a RT. O perfil dos pacientes foi de 50-60 anos
e baixa escolaridade, o baixo nível socioeconômico da maioria dos pacientes pode
influenciar no acesso a serviços de saúde no estágio inicial da doença, retardando o
diagnóstico e tratamento, reduzindo a expectativa de cura e a qualidade de vida em
função das sequelas do tratamento. O tabagismo esteve presente em 90%. O fumo
e o etilismo são fatores de risco para o câncer bucal. Observou-se ainda que apenas
uma minoria dos pacientes seguiram a orientação do centro de radioterapia e
procuraram tratamento odontológico previamente a RT, sendo que apenas 16% se
apresentaram livres de cárie dental no início da RT. O tratamento odontológico
22

prévio irá eliminar focos de infecção ativos, identificar e remover possíveis fatores de
risco para complicações orais. As principais complicações orais observadas com o
início da radioterapia foram a xerostomia, disgeusia, candidose, disfagia e
mucosites. Em grande parcela de pacientes com mucosite observou-se a ocorrência
de candidose, principalmente em pacientes com mucosite graus III e IV bem como
xerostomia. O trabalho confirmou que a ocorrência de xerostomia e mucosite entre
outro efeitos colaterais estão presentes com maior frequência em pacientes que não
receberam tratamento odontológico prévio a RT, e se tornam causas de abandono
do tratamento e se mantém por meses após o término da RT.
O objetivo do estudo de Ribeiro, Guerra, Galhardi (2012) foi o de revisar, na
literatura, aspectosrelevantes relacionados ao reconhecimento das manifestações
bucais de doenças e decondições sistêmicas, a fim de oferecer aos profissionais de
saúde, maior conhecimento sobre o assunto. Pacientes imunossuprimidos
apresentam, com frequência, alterações bucais, visto que a boca, em condições
normais, funciona como uma barreira física local de defesa imunológicacontra
patógenos.O HIV, enfermidade imunossupressora, apresenta manifestações bucais
que podem ser facilmente diagnosticadaspelos profissionais de saúde e constituem-
se, em alguns casos, nas primeirasmanifestações clínicas da doença, fazendo com
que o seu reconhecimento por parte,especialmente dos cirurgiões-dentistas, seja de
capital importância para o adequadoencaminhamento do paciente. Clinicamente,
essas manifestações podem facilmente serdiagnosticadas como doença periodontal
comum, hiperplasias gengivais de várias causas, gengivite ulceronecrosante aguda
(GUNA), gengivite da puberdade e da gravidez, alémde outras patologias menos
comuns. As taxas de incidência para todos os tipos de câncer no Brasil têm
aumentado nas ultimas décadas, especialmente entre crianças e adolescentes. O
tratamento de câncer nainfância tem sido promissor, demonstrando que a sobrevida
média das crianças tem aumentado. Em decorrência disso, crescem também as
possibilidades terapêuticas, tanto paraadultos quanto para crianças, especialmente
em relação à quimioterapia e à radioterapia. As três modalidades principais de
tratamento antineoplásico são: cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, sendo que
são significativos os efeitos colaterias bucais acarretados por esses dois últimos.As
complicações bucais mais freqüentes nos pacientes submetidos ao tratamento
quimioterápico são a xerostomia, a mucosite bucal, a candidíase e a cárie dental.O
bom profissional de saúde é aquele que busca, durante sua atuação, contribuir na
23

construção de sociedades saudáveis e, portanto, possui a preocupação em prevenir


asdoenças e diagnosticá-las precocemente para evitar a necessidade de grandes
tratamentose reabilitações.Apesar da carência de estudos sobre assunto, concluiu-
se que os médicos de um conjunto hospitalar pesquisado nãoexecutavam avaliação
da cavidade bucal de seus pacientes. Além disso, muitos médicosrelataram que
apresentavam a percepção sobre a importância da saúde bucal e das
suasimplicações para saúde geral e qualidade de vida de seus pacientes e que seus
conhecimentos sobre manifestações bucais não vieram dos cursos de graduação de
medicina. Ao avaliarem o conhecimento técnico, ético e legal de cirurgiões-dentistas
no tratamento de crianças HIV soropositivas, concluíram que parcela
consideráveldestes profissionais (68,22%) demonstrou deficiência de conhecimento
ético legal em relaçãoà responsabilidade do profissional no diagnóstico precoce de
AIDS em crianças. Isso fazrefletir que muitos profissionais de saúde não possuem
consciência deste cuidado e a suaomissão ao não visualizar com atenção a boca do
paciente.
Centurion et al. (2012) em um relato de caso de paciente com câncer de
cabeça e pescoço submetido a quimioterapia e radioterapia foi diagnosticado as
complicações bucais: mucosite oral, xerostomia e infecções oportunistas como a
candidíase pseudomembranosa e herpes simples. Os autores destacam a
importância do conhecimento por parte do profissional cirurgião-dentista sobre os
efeitos colaterais advindos do tratamento oncológico para estabelecer terapêuticas e
ações com equipe multidisciplinar, reduzindo a morbidade e mortalidade e
proporcionar mais conforto ao paciente, É citado também a importância de remover
focos infecciosos previamente q quimioterapia e radioterapia prevenindo infecção
local e secundárias. O aumento do biofilme e infecções bucais preexistentes podem
agravar as complicações bucais. Sendo assim a adequação bucal e orientações de
cuidado da higiene oral são fundamentais antes do início da terapia antineoplásica.
Para Vieira et al. (2012) uma abordagem multidisciplinar é essencial para
pacientes que serão submetidos a oncoterapia já que estes apresentam
necessidades odontológicas significativas. A maioria desses pacientes possuem
condições bucais precárias, doença periodontal avançada, prótese mal ajustadas e
afecções associadas com negligência e a higiene oral. Dessa forma busca-se
eliminar ou estabilizar as condições bucais para minimizar a infecção local e
sistêmica, durante e após o tratamento do câncer. Na avaliação antes do tratamento
24

todos os dentes não restauráveis e/ou dentes com problemas periodontais


avançados devem ser extraídos. Dentes no campo de radiação de alta dose devem
ser considerados para extração se requerem intervenção restauradora, periodontal
ou endodôntica significativa. No presente trabalho foi avaliado as condições bucais
de pacientes portadores de tumores malignos que realizaram tratamento
antineoplásico. A amostra foi de 17 mulheres e 3 homens na qual foi aplicado
entrevista para obter dados pessoais, o histórico da doença, hábitos e dados que
pudessem refletir no aparecimento do sequelas. A avaliação odontológica prévia ao
tratamento oncológico, o tratamento dentário realizado e a prevalência das sequelas
do tratamento oncoterápico foram objeto de estudo. O tratamento oncológico
realizado por 80% dos pacientes foi a combinação de quimio e radioterapia sendo a
xerostomia (36,84%) a sequela oral mais prevalente. Dos pacientes tratados por
radioterapia 70,58% apresentaram alguma sequela bucal, na qual a mucosite
(23,52%) foi a mais prevalente. O tratamento odontológico foi importante para a
melhoria da qualidade de vida dos pacientes pois todos da amostram apresentavam
alguma necessidade como procedimentos restauradores (85%) e procedimentos
periodontais (65%). Portanto as condições bucais desses pacientes estão longe do
ideal configurando um fator de risco para sequelas do tratamento oncológico
reforçando a importância do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional que
acompanha esses pacientes.
Carvalho et al. (2013) realizaram em seu trabalho avaliação clínica da
cavidade bucal em pacientes ao tratamento de células tronco hematopoiética, esta
avaliação é importante pois a literatura aponta complicações e desconfortos como
mucosite oral. A avaliação compreendeu exame extra e intra-bucal, da mucosa
bucal, da condição dentária e protética, da necessidade de tratamentos
odontológicos imediatos, presença de próteses avaliação e instrução da
higienização oral. Para o levantamento epidemiológico da saúde oral utilizou-se o
CPOD e para avaliação da higienização bucal foi por meio do índice de higiene oral-
simplificado-IHO-S. A expressão de saúde bucal foi avaliada pela medida indireta de
óxido nítrico (NO) na saliva, uma vez que o NO tem sido analisado em relação ao
seu papel na patogênese das doenças oral e periodontal. O NO por se tratar de um
radical livre na saliva pode favorecer a ocorrência de lesões da mucosa bucal.
Através da coleta de amostra de saliva e avaliação clínica da cavidade bucal de 20
pacientes verificou-se pelo CPOD a média de 4 dentes cariados e média de 7 dentes
25

perdidos. Em relação a higiene bucal foi considerado insatisfatória (30%). Na


avaliação da condição bucal constatou-se que a variação de higiene bucal
satisfatória/regular tanto no grupo sem lesões ou traumas como no que apresentou
tais alterações como no que apresentou tais alterações. Considerando os valores
médios de NO em relação a condição bucal, entre os índices de IHO-S não foram
observados associações. Houve diferença entre as médias de higiene
satisfatória/regular quando se compara os indivíduos com presença de lesão ou
trauma e aqueles com condição bucal hígida, os maiores valores foram identificados
em pessoas com condições de mucosa sem alterações de lesões ou traumas e com
higiene bucal satisfatória/regular. Novos estudos podem melhorar o conhecimento
sobre o padrão de expressão do NO, podendo este ser um indicar de lesões bucais
em pacientes sujeitos a mucosite.
Segundo Santos et al. (2013), o câncer no Brasil é considerado como um
problema de saúde pública. Está entre as causas mais frequentes de morte ao lado
das doenças circulatórias e infecciosas. A remoção de fatores de risco, diagnóstico e
tratamento, é uma condição importante para a prevenção do câncer bucal. Os
fatores de risco podem ser relacionados à idade, álcool, fumo, exposição solar,
Infecções virais: HPV, genético, nutricionais, hábitos nocivos, medicações, entre
outros. Os métodos tradicionais de tratamento oncológico são: cirurgia, radioterapia
e a quimioterapia. O tratamento a ser instituído estará na dependência da
localização, do grau de malignidade, do estadiamento do tumor e da condição de
saúde do indivíduo. Em se tratando de câncer de boca, a cirurgia para remoção do
tumor é o tratamento de escolha, associada ou não à radioterapia, dependendo do
caso. Algumas alterações decorrentes da devinda da quimioterapia e radioterapia
são a xerostomia, hipossalivação, mucosite, trismo, cárie de radiação, disfagia,
disgeusia e osteorradionecrose. Para minimizar estes efeitos, vários autores
preconizam um protocolo de atendimento ondontológico a ser seguido pelo cirurgião
dentista previamente, durante e após o tratamento oncológico, no qual cirurgião-
dentista apresenta enorme responsabilidade na eliminação dos fatores locais
traumáticos, no reconhecimento de lesões cancerizáveis, na orientação para a
redução à exposição de fatores carcinogênicos ambientais e no diagnóstico precoce
das neoplasias da boca, no tratamento e na proservação do paciente, garantindo ao
paciente uma melhor qualidade de vida.
26

Conforme Volpato et al. (2014), existem três formar terapêuticas, utilizadas em


conjunto ou isoladamente para o tratamento do câncer. A cirurgia pode ser
profilática, diagnóstica, curativa ou paliativa. A quimioterapia baseia-se em
substancias químicas que atuam no mecanismo celular, pode ser administrado
continuamente ou em intervalos regulares, de forma curativa, adjuvante, prévia ou
paliativa. A aplicação pode ser direta e indireta, em média tem duração de quatro a
seis semanas. Pode causar xerostomia, mucosite, cárie por radiação,
osteorradionecrose, diminuição do paladar, necrose do tecido mole e candidose, que
surgem em dias ou semanas após a irradiação, podendo se prolongar por meses ou
até anos após a conclusão do tratamento. A quimioterapia causa efeitos de
mielotoxicidade, como anemia, leucopenia e trombocitopenia com maior risco de
infecções e sangramento, perda dos pelos, mucosite, náuseas e vômitos. Outro
estudo apontou ainda efeitos na cavidade bucal como dor, infecções oportunistas,
hemorragias gengivais, distúrbios na formação dos germes dentários, dificuldade na
deglutição, trismo e alterações no ligamento periodontal, esses efeito adversos
podem manifestar-se de forma precoce, imediato, tardio ou ultratardio. Para alívio do
quadro mucosite oral induzida pela radio e quimioterapia deve-se aumentar a
ingestão de água, adequada e regular higiene oral, diminuição da ingestão de
alimentos ácidos e quentes, evitando jejum, bochechos de chá de camomila e laser
de baixa potência. Para a xerostomia que gera complicações como desconforto,
doença cárie, agravamento da mucosite, infecções, reabsorções ósseas e dentárias,
é indicado a ingestão frequente de água, uso de saliva artificial e laser de baixa
potência. Em relação a dentição é indicado antes de iniciar o tratamento
antineoplásico fazer uma inspeção cuidados dos dentes para realizar os
procedimento necessários. Para prevenir a osteorradionecrose o cirurgião-dentista
deve agir previamente ao início da radioterapia por meio de extrações dentárias,
remoção do agente traumático e de áreas pontiagudas no rebordo alveolar. A
avaliação e o acompanhamento do estado nutricional é importante pois a
desnutrição pode intensificar a gravidade dos efeitos colaterais. A criação
previamente instituída de um protocolo de atendimento que minimize tais
complicações irá proporcionar ao paciente melhores condições de cura, aumentar a
qualidade de vida e diminuir o tempo de internação.
Segundo Castro et al. (2014), a avaliação odontológica prévia reduz o risco de
complicações relacionado a processos infecciosos ou inflamatórios crônicos bucais,
27

portanto é necessário o acompanhamento antes, durante e após o tratamento de


quimio e radioterapia. As manifestações bucais mais comuns são a mucosite,
candidose, xerostomia, cárie de radiação, disgeusia, ageusia, trismo muscular,
alterações vasculares e osteorradionecrose. Os pesquisadores avaliaram a
utilização dos serviços odontológicos pelos pacientes em tratamento antineoplásico
que onde a amostra foi de 631 pacientes na qual foi utilizado o formulário contendo
há quanto tempo, local e motivo de ida ao dentista, como foi o atendimento,
recebimento de orientações sobre prevenção de doenças bucais e a necessidade de
tratamento odontológico auto-referida. A pesquisa revela que a maioria dos
pacientes em tratamento antineoplásico considera necessitar de tratamento
odontológico e poucos consultaram o dentista há menos de 3 anos. Vários pacientes
explicaram não procurar o dentista por dar prioridade ao tratamento antineoplásico.
A maioria dos pacientes declara não receber informações sobre como evitar
problemas bucais destacando-se a importância de ações preventivas. A utilização
dos serviços médicos é superior ao uso de serviços odontológicos sendo que o
médico pode tornar-se um aliado no incentivo as consultas ao dentista. Sendo assim
a utilização dos serviços odontológicos pelos pacientes oncológicos não é algo
frequente.
28

3 METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa de caráter descritivo, exploratório onde a população alvo


foram pacientes que serão submetidos à quimioterapia e radioterapia para todos os
tipos de doença na Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) em Itajaí
(SC). A partir da população alvo, foi constituída uma amostra não probabilística
obtida por conveniência com inclusão de 40 participantes. Foram incluídos na
amostra pacientes adultos independentes do gênero, e a divisão da população se
deu em grupos etários de acordo com os períodos do ciclo de vida em que se
enquadram (Adaptado de PAPALIA, 2000).
* Jovem e adulto (20 – 39 anos completos)
* Meia Idade (40 – 66 anos completos)
As pesquisadoras fizeram as explicações sobre a pesquisa aos pacientes e/ou
seus responsáveis. A partir das explicações os sujeitos que aceitaram participar da
pesquisa por livre e espontânea vontade, pela aceitação, ou não, em participar da
pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no caso do
paciente não estar em condições de assinar, seu responsável assinou para que o
paciente pudesse participar da pesquisa (este item foi deixado, pois muitas vezes o
paciente quer participar, mas não consegue ler nem assinar o TCLE por motivos de
limitação física). Os critérios de exclusão foram pacientes que não tiverem condições
para assinar o TCLE, pacientes que não aceitaram participar da pesquisa, pacientes
com dentição decídua. O responsável pela instituição assinou o Termo de Anuência
da Instituição para Coleta de Dados de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos. Por
tratar-se de uma pesquisa envolvendo seres humanos, respeitou-se os preceitos
éticos, da resolução 466/12, como consta o Termo de Utilização de Dados para
coleta de dados. A calibragem prévia do operador foi feita da seguinte maneira: 4
pacientes, sendo que todos estes foram examinados pelo examinador calibrado,
pelas acadêmicas, e então os exames foram repetidos com intervalo de tempo de
pelo menos 30 minutos. A coleta de dados clínicos foi realizada utilizando luz
natural, estando os indivíduos voltados para o lado oposto às fontes de luz para
evitar variações na iluminação, segundo as normas de biossegurança e
proporcionando o sigilo e a privacidade dos pacientes. Houve concordância de cerca
de 90 a 95% É importante que a concordância entre as avaliações e reavaliações
esteja na faixa de no mínimo 85 a 95% para assegurar maior fidelidade dos
29

resultados. Enfatiza-se que para o exame, foram consideradas rigorosamente todas


as normas de biossegurança, buscando assim proteger tanto os sujeitos da
pesquisa quanto as examinadoras. Os materiais utilizados para fazer o exame
clínico incluiu sonda exploradora n° 5 espelhos bucais n° 5 e pinça clínica, sendo
todos utilizados a cada dia de visita para coleta de dados, previamente esterilizados
com uso único antes da próxima esterilização.
A coleta de dados foi dividida em duas etapas sequenciais: primeiramente foi
realizado um questionário semiaberto aos pacientes, com dados referentes à
caracterização pessoal, hábitos nocivos à saúde, higienização, frequência de
atendimento odontológico e uso de medicamentos cujos resultados foram
distribuídos em frequência. Após, realizou-se uma avaliação visual da condição
clínica da saúde oral dos pacientes, mediante a análise dos subsequentes
indicadores clínicos: O CPO-D conforme preconizado pela OMS, que é o índice de
saúde dental com base no número de dentes acometidos pela cárie, onde “C” é o
número de dentes cariados, “P” são os perdidos e “O” são os dentes obturados ou
restaurados para dentes permanentes. O código consiste em dois dígitos, com
números de 0 a 9, cujo primeiro número indica o quadrante da boca e o segundo
indica o próprio dente. Realizou-se o exame da mucosa bucal, dos tecidos moles da
boca e ao redor desta, em cada indivíduo de forma meticulosa e sistemática
obedecendo à seguinte sequência segundo OMS:
(a) Mucosa labial e sulco vestibular (superior e inferior).
(b) Porção labial das comissuras e mucosa bucal (direita e esquerda).
(c) Língua (superfícies dorsal e ventral, bordas).
(d) Assoalho da boca.
(e) Palato duro e mole.
(f) Crista alveolar/gengiva (superior e inferior)
Os examinadores sempre que foi possível fizeram o diagnóstico presumível,
especificando no espaço indicado.
Os códigos e critérios são:
0 - Nenhuma condição anormal.
1 - Tumor maligno (câncer bucal).
2 - Leucoplasia.
3 - Líquen plano.
4 - Úlceras (aftosas, herpéticas, traumáticas).
30

5 - Gengivite Necrosante Aguda.


6 - Candidíase.
7 - Abscesso.
8 - Outras condições (especificar se possível).
9 - Sem registro.
A localização principal da (s) lesão (ões) da mucosa bucal deve ser registrada
a seguir com os seguintes códigos:
0 - Linha cutâneo-mucosa.
1 - Comissuras.
2 - Lábios.
3 - Sulcos.
4 - Mucosa bucal.
5 - Assoalho da boca.
6 - Língua.
7 - Palato duro e/ou mole.
8 - Crista alveolar/gengiva.
9 - Sem registro.
Para a avaliação do índice de higiene oral utilizou-se a presença ou ausência
de placa e cálculo de acordo Leduc e Block (1997) dicotomicamente; SIM, para
presença de cálculo e/ou placa; NÃO, para ausência de cálculo e/ ou placa. Com os
dados coletados através de protocolo próprio (APÊNDICE E) efetuou-se a tabulação
segundo gênero e idade. Foi criado um arquivo no programa Excel 2000 para
calcular as médias e frequências clínicas para cada um dos critérios clínicos
verificados de CPOD-D, condição da mucosa e avaliação do índice de higiene oral.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univali, sob o
numero 1.173.779.
31

4 RESULTADOS

O total da amostra foi de 40 pacientes na qual 67,5% eram do gênero


feminino e 32,5% masculino, a faixa etária representada pelo grupo de jovens e
adultos ficou em 12,5%, meia idade 60%, idoso jovem 12,5% e idosos velhos 12,5%.

GRÁFICO 1: PORCENTAGEM DA FAIXA ETÁRIA (distribuição da incidência por


faixa etária)

(Domingos, Kohut, 2016)

Em relação à procura do serviço odontológico 45% dos entrevistados


procuram por atendimento público, já 55% recorrem ao atendimento particular.
Sendo que 97,5% conseguem o atendimento e 2,5% referem não conseguir
atendimento odontológico quando procurado.
Quanto às informações em relação às alterações decorrentes da
quimioterapia e radioterapia, viu-se que 57,5% responderam ter recebido
informações e 42,5% relataram não terem sido informados, sendo que os
profissionais responsáveis que os informaram foram médico (42,5%), enfermeiro
(12,5%) e psicólogo (2,5%).
Para a prática de hábitos nocivos, 82,5% referiram não fazer ingestão de
bebidas alcóolicas, enquanto 17,5% afirmaram consumir com baixa frequência. Em
32

relação ao tabagismo, 57,5% são fumantes ou ex-fumantes e 42,5% relatam nunca


terem fumado. Sobre o tempo de consumo do tabaco, 30% fumam/fumaram de 1 a
10 anos, 17,5% de 10 a 20 anos, 5% de 20 a 30 anos e 5% não informaram.

GRÁFICO 2: PORCENTAGEM DE CADA UNIDADE DE CPO-D GERAL

(Domingos, Kohut, 2016)

O indice CPO-d médio da amostra foi de 19 onde 2,1% foram de cariados,


46,2% perdidos, 20% de obturados e 31,7% hígidos.
33

GRÁFICO 3: PORCENTAGEM DAS PATOLOGIAS EM TRATAMENTO

(Domingos, Kohut, 2016)

A frequência de portadores de outras doenças foi pequeno, sendo a ausência


de outras doenças de 62,5% e o restante portador de alguma doença, dentre elas
hipertensão 20% e diabetes 12,5%.

GRÁFICO 4: PORCENTAGEM DOS DIAGNÓSTICOS DE CÂNCER

(Domingos, Kohut, 2016)


34

GRÁFICO 5: PORCENTAGEM DO ÍNDICE DE HIGIENE ORAL

(Domingos, Kohut, 2016)


35

5 DISCUSSÃO

O Unacon – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia situa-se anexo ao


Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen em Itajaí – Santa Catarina, num
prédio que oferece condições ideais para atender pacientes com diagnóstico de
neoplasias a esclarecer, malignos ou não, da região da AMFRI. O fluxo mensal é de
120 atendimentos. Os casos confirmados são submetidos a tratamento
quimioterápico no local e o tratamento radioterápico, na qual é realizado em
Blumenau, no hospital Santa Isabel. A equipe é composta de médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem, nutricionista, psicólogo e funcionários administrativos.
Não consta cirurgião dentista na equipe. Os pacientes que necessitam de tratamento
odontológico antes, durante ou depois do tratamento oncológico utilizam as
referências do SUS nos CEOs ou rede pública, ou mesmo privada.
A pesquisa realizada no período de setembro a dezembro de 2015 teve uma
amostra intencional de 40 pacientes onde 67,5% eram do gênero feminino e 32,5%
masculino, a idade média da grande maioria concentrou-se na faixa etária de 40 a
50 anos, segundo Papalia (2000) corroborando outras pesquisas cuja 4ª e 5ª
décadas são as mais propícias ao aparecimento das neoplasias malignas
(ROSALES et al. 2009; GAETTI-JUNIOR JARDIM, et al. 2011; OSTERNE et al.
2008).
Quanto ao diagnóstico do câncer a ser tratado, os três mais prevalentes foram
o câncer de mama (30%), câncer de bexiga (12,5%) e câncer de colo uterino e de
laringe (7,5%), reforçando a maior amostra do gênero feminino. Mesmo sendo
intencional a amostra, dados da secretaria estadual de saúde apontam uma
estimativa maior para homens em relação as mulheres, para o ano de 2016,
diferindo da prevalência nesta pesquisa. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER,
2016).
Sabe-se que na população em geral os pacientes buscam assistência
odontológica na ausência de alterações sistêmicas, haja visto que a cobertura é de
quase 100%, em atendimento publico e privado. Porém quando ao surgimento de
patologias sistêmicas, incluindo os quadros oncológicos em estudo, outros dados
mostram que a odontologia não está presente junto ao tratamento sistêmico.
Rosales et al. (2009), Osterne et al. (2008) Hancock et al (2003), relatam que
muitos pacientes não realizaram os procedimentos de adequação bucal antes do
36

tratamento oncológico. Paiva et al. (2010) esclarece que isto deve-se em algumas
situações devido a urgência do caso, o que é um risco pois no pós tratamento
oncológico há também riscos de intercorrências bucais que se agravam mediante a
condição bucal (SUSINI, 2010).
O acesso aos serviços de odontologia não é sinônimo de condição bucal
adequada. Dos entrevistados, 97,5% são atendidos em serviço publico ou privado,
porém confrontando os indicadores de índice de placa visível, 76,5% apresentavam-
na visível e quanto a escovação, somente 27,5% escovavam os dentes após as
refeições. Os demais, 1 a 3 vezes por dia. Sabendo-se que a mucosa bucal é
fortemente comprometida pelos efeitos da quimioterapia, segundo Susini (2010),
Gaetti-Junor Jardim et al. (2011), Vissink et al. (2003) Grimaldi et al. (2005), Ribeiro
et al (2012) Koga et al (2008), Oliveira et al (2008) Vieira et al (2012), Carvalho et al
(2013), Santos et al. (2013), Volpato et al (2014) e Centuriom et al. (2012), tê-la
saudável contribui para a menor incidência de alterações, como as mucosites, por
exemplo.
Por isso existe a necessidade da presença do cirurgião dentista na equipe
oncológica, haja visto que fora dos serviços de oncologia, a rede publica ou mesmo
privada não é resolutiva (HANCOK; EPSTEIN; SADLER, 2003; VISSINK et al. 2003;
CARDOSO et al. 2005, ROSALES et al. 2009, SANTOS et al 2010). Vários autores
como Sassi e Machado (2009), Lobo e Martins (2009), Centurion et al. (2012),
Cardoso et al. (2005), Da Silva et al (2003) enfatizam a necessidade de protocolos
de adequação e remoção de focos infecciosos bucais. Dentro das adequações
inclui-se a periodontia, viabilização de dentes, além de orientações pós trans e pós
tratamento oncológico.
Segundo Castro et al. (2014), Santos et al. (2010), Vieira et al. (2012) a
presença de cirurgiões dentistas na equipe de oncologia, tanto para as informações
e manejo das alterações bucais decorrentes dos quimioterápicos e da radioterapia,
além da adequação pré tratamento é de fundamental importância. A ausência de
protocolos também é tratado como crucial para a incidência de alterações bucais
como mucosite e cáries, onde vários autores enfatizam a necessidade destes
protocolos de adequação e remoção de focos infecciosos bucais (CARDOSO et al.
2005; LOBO e MARTINS 2009; RAMPINI et al., 2009; CENTURION et al., 2012)
O uso de cigarro associado ao uso de álcool como fator predisponente
também deve ser observado pelos dentistas. As orientações devem ser
37

permanentes e as lesões iniciais monitoradas, pois como se sabe as sequelas de


neoplasias buco-faringo-laringicas são muito debilitantes comprometendo bastante a
nutrição, convívio social e familiar, por exemplo, além do risco de metástases
regionais (DA SILVA; PAULINELLI; MEIRA, 2004; ROSALES et al. 2009, OLIVEIRA
et al. 2008). Neste trabalho, mesmo tendo a proporção para homens menor que em
mulheres, a relação do fumo e álcool, e ambos (76,9%, 30,8% e 30,8%) foi de 3 a 4
vezes maior, mostrando que ainda tais hábitos predominam no gênero masculino.
A pesquisa revelou que 57,5% dos pacientes fazem uso controlado de
medicação, sendo que 35% tomam anti-hipertensivos e 5% antidepressivos, dos
quais colaboram para o agravamento do quadro de xerostomia. As doenças
sistêmicas associadas ao quadro oncológico, mesmo em pequeno numero devem
ser sempre consideradas. Nesta pesquisa, diabetes, hipertensão podem contribuir
para um quadro inflamatório gengival e de mucosa, além da xerostomia como efeito
dos medicamentos. Para Grimaldi et al. (2005), Susini (2010), Rampini et al. (2009)
e Gaetti-Junior et al. (2011), a osteoporose tem relação direta com a fragilidade
óssea, e em pacientes irradiados em cabeça e pescoço, podem potencializar o
quadro de fraturas e sequestros ósseos. (GAETTI-JUNIOR JARDIM et al. 2011,
LOBO e MARTINS 2009)
O indice COP-d em torno de 19,1 mostrou particularidades. Além de ser alto,
comparado ao do ultimo censo nacional, mostrou numero de dentes cariados baixo
(0,6), enquanto o numero de dentes perdidos foi to de 12,9), indicando que o acesso
aos serviço promove uma odontologia pouco conservadora, mutilando o individuo.
Os obturados (5,5) confirmam a odontologia pouco resolutiva.
Este resultado pode ter relação com o nível sócio econômico dos pacientes,
onde prevalesse a classe média baixa, sendo que estes podem ter tido pouca
instrução quanto á saúde bucal. Segunod Gaetti-Junior Jardim et al (2011) o perfil
dos pacientes foi de 50-60 anos e baixa escolaridade, o baixo nível socioeconômico
da maioria dos pacientes pode influenciar no acesso a serviços de saúde no estágio
inicial da doença, retardando o diagnóstico e tratamento, reduzindo a expectativa de
cura e a qualidade de vida em função das sequelas do tratamento.
O cpo-d do ultimo censo nacional mostrou na idade de 35 a 44 anos: c= 1,9,
p= 7,3 e o= 7,1. O que chama a atençao que é os resultados desta pesquisa,
mesmo não expressivos, mostram uma realidade pior que a nacional, mesmo
38

sabendo-se que a regiao da AMFRI conta com uma estrutura em saude abrangente,
pelo menos em numero de unidades e profissionais.(CNSB, 2010)
Na análise da condição da mucosa quanto a lesões 5,9% apresentavam
alteração na mucosa bucal, 8,8% na língua e 8,8% na crista alveolar. Cavidade
bucal com lesão além da condição dental também irá exacerbar as alterações
posteriores ao tratamento oncológico (SUSINI, 2010).
39

6 CONCLUSÃO

Conclui-se que a participação do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar


do tratamento oncológico é de grande importância. A realização de avaliação
odontológica criteriosa, em fases pré-radioterapia e quimioterapia, é necessária para
que se tenha um bom tratamento desses pacientes. Através dessa relação e
posterior seguimento dos pacientes submetidos ao tratamento oncológico, o risco de
infecções orais será reduzido, promovendo saúde bucal e uma melhor qualidade de
vida para esses pacientes.
Ao final deste trabalho conclui-se que:

- A condição bucal dos pacientes pesquisados é insatisfatória, principalmente quanto


ao controle de placa;
- o CPO-d alto (19,1) na faixa mais prevalente de existência de lesões malignas,
maior que a media nacional;
- a sub-unidade de maior prevalência P (perdidos) mostra que a odontologia que
predomina é a mutiladora;
- Fumo e álcool são os fatores identificados e fortemente associados a doença
maligna, cuja clientela feminina mostrou-se maior nesta amostra intencional,
diferente da estatística estadual;
- A ausência de profissional odontólogo detectada junto ao UNACOM força a
transferência de informações quanto aos efeitos da quimio e radioterapia para
outros profissionais que não são da área especifica;
- Faz-se necessário a presença de cirurgiões dentistas na equipe de oncologia pela
sua relevância direta no tratamento quimio e radioterápico além de protocolos
específicos bucais;
40

7 REFERENCIAS

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VIEIRA, D.L. et al. Tratamento odontológico em pacientes oncológicos. Oral Sci.,


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42

VISSINK, A. et al. Prevention and treatment of the consequences of head and neck
radiotherapy. Rev Oral Biol Med. Groningen, v.14, n.3, p.213-225, 2003.

VOLPATO, S. et al. Oncologia e tratamento odontológico: uma revisão. Ação


Odonto., Joaçaba, v.2, n.1, p.72-82, 2014.

8 ANEXOS

A – Parecer Consubstanciado do CEP

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


Título da Pesquisa: Avaliação da condição bucal de pacientes que serão
submetidos a quimioterapia e radioterapia em uma Unidade de Alta Complexidade
em Oncologia de Itajaí-SC.
Pesquisador: Márcio Espíndola Patrianova Área Temática:
Área Temática:
Versão: 2
CAAE: 46241115.2.0000.0120

DADOS DO PARECER

Número do Parecer:1.173.779
Data da Relatoria:31/07/2015
Apresentação do Projeto:
Trata-se de estudo descritivo exploratório com o objetivo de “avaliar a condição
bucal de pacientes que serão submetidos à quimioterapia e radioterapia” e que visa
sensibilizar a equipe de saúde sobre importância da orientação aos pacientes
quanto aos cuidados bucais que deverão estar presentes antes do tratamento
oncológico. Para alcançar o objetivo serão avaliados 80 sujeitos adultos, divididos
em grupos etários: jovem e adulto (20 – 39 anos completos), e meia idade (40 – 66
anos completos). Indica o número de sujeitos na amostra (80), descrevendo como
uma “amostra não probabilística a ser obtida por conveniência”. São critérios de
inclusão na amostra: sujeitos que aceitarem assinar o TCLE ou que seu responsável
43

o assine, conscientes, respirando sem via área artificial e sem alterações de face e
boca. Já os critérios de exclusão são: sujeito que não tiverem condições para
assinar o TCLE, que não aceitarem participar da pesquisa, utilizando tubo
endotraqueal, apresentando trauma de face ou boca. Para coleta de dados serão
utilizados um exame clínico, para obtenção do índice CPO-D e um questionário para
obtenção de dados de identificação, hábitos de higiene, atendimentos odontológicos
e informações gerais. Para análise dos dados será utilizada a planilha Excel 2007,
Microsoft®, com cálculo de médias e frequências clínicas para cada um dos critérios
clínicos verificados de CPOD-D, condição da mucosa e avaliação do índice de
higiene oral. A devolutiva se dará por meio do envio do relatório final da pesquisa à
instituição em que a mesma será realizada e explicação dos resultados aos sujeitos
individualmente.

Objetivo da Pesquisa:
Objetivo primário: avaliar a condição bucal de pacientes que serão submetidos à
quimioterapia e radioterapia em uma unidade de alta complexidade em oncologia de
Itajaí-SC.
Objetivos secundários
- verificar o CPO-D dos pacientes antes de submeterem-se a quimioterapia e
radioterapia Inspecionar a condição da mucosa bucal e lingual dos pacientes;
- avaliar o índice de placa visível dos pacientes;
- identificar fatores associados à condição bucal, como o uso de medicamentos,
higienização, álcool e tabagismo;

Avaliação dos Riscos e Benefícios:


Os riscos descritos são: permanecer com a boca aberta por aproximadamente cinco
minutos, ao que os pesquisadores se comprometem, ao sinal de qualquer
desconforto, interromper imediatamente o exame.
Outro risco apresentado é relativo à entrevista, cujos riscos descritos são: perda ou
o vazamento das informações contidas nela, invasão de privacidade e divulgação
inadvertida de informações pessoais como RG e CPF. Para minimizar os riscos os
pesquisadores se comprometem a realizar a entrevista em local reservado, com
liberdade de não responde-la e garantem que o nome do sujeito não constará na
pesquisa.
44

Os termos e documentos serão arquivados em pastas separadas que ficarão sob


responsabilidade do professor responsável. Os dados coletados não serão utilizados
de forma denigrir a imagem, autoestima ou prestígio do sujeito e a manipulação dos
documentos será apenas pelos pesquisadores, com o máximo cuidado para evitar o
extravio. Para evitar a tomada de tempo do sujeito, a coleta de dados será realizada
enquanto o sujeito aguardar atendimento na sala de espera. Já como benefícios do
estudo, os autores descrevem: “os pacientes serão beneficiados com palestras,
folhetos com informações sobre cárie, higiene bucal, e a importância do cuidado
bucal antes e durante o tratamento oncológico, com a finalidade de minimizar os
efeitos colaterais causados pela quimioterapia e radioterapia”.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Trabalho de relevância para a área da odontologia e oncologia, com protocolo
classificado adequadamente entre as grandes áreas do conhecimento e entre as
áreas temáticas especiais.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
- Descreve adequadamente o cronograma das etapas do protocolo, e a etapa coleta
de dados é posterior a aprovação no CEP;
- Apresenta o orçamento, definindo financiamento próprio;
- O currículo do pesquisador é compatível com a responsabilidade que o protocolo
exige;
- A folha de rosto está assinada pelo diretor do Centro responsável pelo curso e pelo
professor orientador;
- Apresenta o termo de anuência da instituição coparticipante;
- Apresenta o termo de compromisso dos pesquisadores no qual os pesquisadores
garantem que o conteúdo digitado na Plataforma Brasil é idêntico ao conteúdo que
consta no arquivo denominado “projeto detalhado”;
- Apresenta o termo de aceite da orientação, identificando que o pesquisador
responsável é o professor orientador;
- Apresenta o TCLE, que:
a) Está na forma de convite;
b) Explica ao sujeito a necessidade de rubricar a via na qual não consta o local para
a assinatura do sujeito;
c) Esclarece os objetivos da pesquisa;
d) Define qual é a participação do sujeito na pesquisa;
45

e) Informa os riscos associados à pesquisa e as formas de minimizá-los;


f) Prevê a devolutiva dos dados;
g) Ressalta os benefícios relacionados à realização da pesquisa;
h) Esclarece que não haverá nenhum tipo de compensação financeira por aceitar
participar do estudo;
i) Informa que manterá sigilo sobre os dados e anonimato dos envolvidos;
j) Esclarece que a participação é voluntária, que o sujeito tem o direito de sair do
estudo a qualquer momento sem qualquer prejuízo e sem necessidade de exposição
de motivos;
k) Deixa claro que o sujeito poderá indagar ou esclarecer duvidas a qualquer
momento e disponibiliza a forma de contato com o pesquisador responsável e dos
demais pesquisadores envolvidos.
Recomendações:
Sem recomendações.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
O protocolo está aprovado, pois está de acordo com as prerrogativas éticas exigidas
na resolução CNS 466/12.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
Recomenda-se manter o CEP informado, sempre que houver mudanças no
protocolo, por meio de submissão para análise da Emenda de protocolo, bem como
solicita-se apresentar o Relatório final até julho de 2016 - Conforme Resolução CNS
466/12, cabe ao CEP: d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos através de

ITAJAI, 06 de Agosto de 2015


____________________________________
Michele Thiesen
(Coordenador)
46

9 APÊNDICES A – Instrumento de coleta de dados

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome (iniciais):

Gênero:__________________ Cor:________________ Idade:______

Estado civil: ___________________

Profissão/Ocupação:________________________

Escolaridade: _________________________

Diagnóstico Geral:__________________________

1) Atendimento odontológico

1. Você já foi ao dentista?

( ) sim ( ) não

2. Se a resposta anterior for não, qual o


motivo?______________________________

3. Por que você procura o dentista?

( ) vontade própria ( ) encaminhamento do médico ( ) outro profissional

4. Qual o serviço odontológico que você procura?

( ) público ( ) particular

5. Qual a frequência que você consulta o dentista?

( ) mensal ( ) semestral ( ) anual ( ) somente quando sinto dor

6. Você consegue atendimento odontológico sempre que precisa?


47

( ) sim ( ) não ( ) às vezes

7. Você acha importante ir ao dentista?

( ) sim ( ) não

Motivo?________________________

8. Você foi informado(a) ou tem consciência das alterações bucais que decorrem
devido a quimioterapia/radioterapia?

( ) sim ( ) não

9. Se sim, quem passou a informação? ___________________________________

2)Hábitos de higiene

1. Você escova os dentes quantas vezes ao dia

( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) sempre depois das refeições

2. Costuma comer entre as refeições?

( ) sim ( ) não

3. Você usa fio dental?

( ) sim ( ) não

4. Se sim quantas vezes por semana? __________________________

5. Você possui dentes naturais em boca

( ) sim ( ) não

6. Você faz uso de algum tipo de prótese?

( ) sim ( ) não

7. Se a resposta anterior for sim:

( ) fixa ( ) parcial ( ) total

7. Higieniza a sua prótese?

( ) sim ( ) não ( )

3) Dados Gerais
48

1. Você faz ingestão de bebida alcoólica?

( ) sim ( )não Frequência__________

2. Você é fumante ou ex fumante?

( ) sim ( )não

Se sim á quanto tempo? ____________

3. Você faz uso controlado de medicação?

() sim ( )não

4. Se sim, quais medicamentos?____________________________________

______________________________________________________________

5. Você está em tratamento de alguma doença?

( ) sim ( )não

6. Se sim, quais doenças? __________________________________________


49

APÊNDICE B – Instrumento de coleta de dados

PROTOCOLO CPO-D

Nome:________________________________________
Sexo: ( ) Feminino ( )Masculino
Idade: ___________ Data Nasc.: __\__\__
Endereço:______________________________________________

Análise CPO-D

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

Total de dentes:___________

ANÁSILE DA CONDIÇÃO DA MUCOSA

0 - Linha cutâneo-mucosa. [ ]

1 - Comissuras. [ ]

2 - Lábios. [ ]

3 - Sulcos. [ ]

4 - Mucosa bucal.[ ]

5 - Assoalho da boca. [ ]

6 - Língua. [ ]

7 - Palato duro e/ou mole.[ ]


50

8 - Crista alveolar/gengiva. [ ]

9 - Sem registro.[ ]

PRESENÇA DE PLACA OU CÁLCULO

( ) SIM
( ) NÃO

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