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(ESCIDE)
Autora:
Supervisor:
(ESCIDE)
Autora:
____________________________
Supervisor:
O Júri
_____________________ __________________
______________________
Maputo, aos_______de___________ de 2019
Declaração de Honra
Declaro ser a autora desta Monografia, que constitui um trabalho original, nunca foi
submetido (no seu todo ou qualquer das suas partes) a outra instituição de ensino
superior para obtenção de um grau académico ou outra habilitação. Atesto ainda que
todas as citações estão devidamente identificadas. Acrescento que tenho consciência
de que o plágio é a utilização de elementos alheios sem referência ao seu autor
constitui uma grave falta de ética, que poderá resultar na anulação da presente
Monografia.
_________________________________
Ao meu orientador, Prof. Doutor Leonardo Nhantumbo, pela forma como me orientou,
pelo entusiasmo e motivação. É de igual modo, importante referir, ainda, a
disponibilidade sempre manifestada, apesar do seu horário demasiado preenchido, o
seu apoio e confiança.
i
Epigrafe
“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito.
Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser. Mas Graças a Deus, não somos o
que éramos”.
(Paulo Freire)
ii
Resumo
iii
Abstract
iv
Lista de abreviaturas
v
Índice de gráficos e tabelas
vi
Tabelas
vii
Índice
Declaração de Honra..........................................................................................................i
Dedicatória..........................................................................................................................i
Agradecimentos..................................................................................................................i
Epígrafe..............................................................................................................................ii
Resumo.............................................................................................................................iii
Abstract.............................................................................................................................iv
Lista de abreviaturas..........................................................................................................v
Índice de gráficos..............................................................................................................vi
Capitulo I: Introdução.........................................................................................................1
5.1. Conclusão.................................................................................................................54
5.2. Recomendações.......................................................................................................57
Referências Bibliográficas...............................................................................................59
ANEXOS..........................................................................................................................64
Capitulo I: Introdução
1
adaptadas às questões sociais, ambientais e culturais de cada população. (Saba,
2001).
Actualmente parece haver uma preocupação mundial crescente para qualidade e estilo
de vida bem como as consequências e efeitos nocivos à saúde que a inactividade física
pode causar. Segundo OMS (2004), a prática da Actividade Física está associada à
redução de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral,
câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. Também interfere de forma positiva na
prevenção ou redução da hipertensão arterial e da obesidade, auxilia na prevenção ou
redução da osteoporose, promove o bem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a
depressão. (Ibidem). Assim, a Actividade Física interage de forma positiva com as
estratégias para adopção de uma dieta saudável, desestimula o uso do tabaco, do
álcool, das drogas, reduz a violência e promove a integração social.
Ao falar de Actividade Física (AF) para a gestante, não é muito comum deparar com
gestantes praticando exercícios. A obesidade pré-gestacional e o ganho de peso
excessivo na gestação tornaram-se importantes problemas em Moçambique,
ampliando a relevância de estudos sobre actividades físicas de mulheres em idade
reprodutiva e de gestantes. Todavia, os benefícios da prática da actividade física, que
estão bem documentados na literatura (Dumith et al., 2012; Pereira e Spitzner, 2017),
2
transformam-na numa preocupação da agenda de saúde pública para o seu incentivo,
sendo, portanto, recomendada como uma estratégia de promoção da saúde para a
população. Na gestação não é diferente, contudo, existem dúvidas em relação a seu
benefício, visto que, muitas mulheres grávidas temem que a prática do exercício físico
possa acarretar alguma má formação do feto, ou provocar sangramentos ou até aborto.
Nesse sentido, a prática de exercício físico é uma das formas de melhorar a qualidade
de vida e a saúde materna, além de ajudar no controle do ganho peso gestacional e no
retorno ao peso no puerpério (Surita et al., 2014). Contudo, na gestação a adesão ao
exercício ainda é difícil, pois muitas mulheres têm receios e dúvidas quanto à
segurança da sua prática, necessitando de esclarecimentos e incentivos constantes,
que precisam ser feitos pelos profissionais que as atendem durante o pré-natal.
3
1.2. Objectivos da pesquisa
A Nível pessoal, a satisfação de toda a curiosidade tem o seu ponto de partida. Nós
iniciamos com uma busca feita do estudo exploratória constatamos que os profissionais
de saúde realizavam palestras de conscientização junto das mulheres em idade fértil.
Desta feita desviamos o nosso interesse para mulheres gestantes no sentido de
explorar a suas percepções sobre a pratica de actividade física. Todavia, é curioso
notar a multiplicidade dos problemas de saúde, com que usualmente se debatem os
países mais desenvolvidos, estão associados a modificações constantes dos hábitos
de vida, nos quais se inclui uma redução dos níveis de actividade física e exercício que
conduzem a um estilo de vida cada vez mais sedentário, o qual tem na gestação um
factor fortemente potenciador.
Quanto a nível social, é pertinente desenvolver este estudo, na medida em que os seus
resultados poderão ser usados na reflexão sobre a importância da pratica de actividade
fisica para a sociedade no sentido de possibilitar um equilíbrio entre os anseios
individuais e os interesses da sociedade. E também, o papel dos profissionais de saúde
em geral e os Centros de Saúde de Santa Isabel e Alto-Maé em particular tenham um
conhecimento sobre os resultados das suas práticas de conscientização junto das
mulheres gestantes, no sentido de saberem até que ponto estão a alcançar os
resultados que pretendem com a transmissão de informações sobre a prática de
actividades física.
5
científicos realizados, que estejam relacionados com a actividade fisica nas gestantes.
Deste modo, o presente estudo constitui mais uma ferramenta para os diversos
interessados em adquirir conhecimentos na área da saúde.
No que concerne à estrutura da presente pesquisa, é composta por quatro (4) capítulos
onde: no primeiro capítulo, encontramos a introdução onde fazemos a apresentação do
estudo do desenho teórico, encontramos também a justificativa e relevância do estudo.
6
Capitulo II. Revisão de Literatura
De acordo com Toscano et al. (2008) entre o século VII a.C. e até ao século V d.C., os
desportos e as actividades físicas alcançaram uma importância tal, que só
encontramos paralelo e comparação, muito provavelmente, com o que se verifica nos
dias de hoje. Contudo, isto só se aplicaria aos estratos mais elevados da sociedade
grega (aristocracia), já que através de documentos literários e artísticos, na Grécia
Antiga, existia grandes diferenças sociais e só os mais bem posicionados
economicamente podiam ter acesso aos prazeres e benefícios que o desporto lhes
oferecia. Os exercícios físicos não eram considerados, como parte do treino militar,
mas sim como algo lúdico, instituindo-se em 776 a.C. o início dos Jogos Olímpicos.
7
Em suma, na Grécia Antiga, a saúde independentemente do regime de vida de cada
indivíduo, era a consciência de um oportuno equilíbrio entre os alimentos (o que nutre)
e os exercícios físicos (o que gasta). Por isso, procurava-se conseguir um equilíbrio
saudável a partir da ginástica, que na obra de Hipócrates aparece dentro da dietética.
Do ponto de vista funcional e biológico, a actividade física pode ser considerada como
todo o movimento corporal, produzido por uma contração muscular, conduzindo a um
incremento substancial do gasto energético do indivíduo. Esta concepção mais
tradicional restringe a actividade física enquanto processo e a condição física enquanto
resultado. Contudo, uma consideração sob uma perspectiva mais abrangente, permite-
nos distinguir os aspectos quantitativos dos qualitativos da actividade física (Toscano et
al. 2008). Onde os quantitativos relacionam-se directamente com o consumo e
mobilização da energia necessária para a realização da actividade física, enquanto os
qualitativos estão intimamente relacionados com o tipo de actividade a realizar, o seu
propósito e o seu contexto social.
Na perspectiva de Santos (2015) por volta do ano 300 a.C. surge a ideia de actividade
física para as gestantes quando Aristóteles afirmou que, as mulheres, devido ao seu
estilo de vida sedentário tinham muitas dificuldades durante o parto. Assim, durante
varias décadas passadas, o exercício fisico foi sempre visto como factor negativo tanto
para a mãe, quanto para o desenvolvimento do fecto, sendo as grávidas aconselhadas
a reduzir ou cessar suas actividades físicas e profissionais, principalmente durante as
últimas etapas da gestação, pois se acreditava que poderia causar parto prematuro de
acordo com Santos (2015), Espírito Santo et al. (2014), Benevides et al. (2012),
Rodrigues et al. (2014) e Carvalhaes et al. (2013).
8
A actividade física tem papel fundamental na manutenção da saúde física e mental dos
indivíduos. Desta maneira, as mulheres estão cada vez mais conscientes da
necessidade de praticar actividade física de forma contínua, ao longo dos anos, devido
aos inúmeros benefícios que acarretam como boa aptidão músculo-esquelética e
cardiorrespiratória, menor risco de obesidade e doenças cardíacas, retardo do
envelhecimento, bem-estar físico, emocional e mental, melhor autoestima, prevenção
de câncer de cólon e de mama, além de auxiliar no tratamento da osteopenia e
osteoporose como defende Fonseca e Rocha (2012). Com todas estas informações
sobre os benefícios da actividade física espera-se que as mulheres em sua fase fértil
mantenham seu programa de exercícios físicos.
Em resumo, nos dias de hoje é importante que se tenha em linha de conta que para o
nosso organismo beneficie dos efeitos positivos que a prática de actividade física tem
associados, no mesmo terão que se gerar certas alterações ou fenómenos de
adaptação que são necessários e imprescindíveis, do tipo muscular, cardíaco,
respiratório, para que a referida adaptação se produza com a normalidade desejada e o
organismo se adapte à actividade física.
O termo actividade física, segundo alguns autores como Sallis e Owen (1999) é um
fenómeno/comportamento extremamente complexo, sendo hoje em dia definido como
um conjunto de comportamentos que inclui todo o movimento corporal, ao qual se
atribui um significado diferente de acordo com o contexto onde se realiza.
9
Na perspectiva de OMS (2012) entende-se por actividade física qualquer movimento
corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético maior
que os níveis de repouso, incluindo não apenas o exercício físico (actividade física
planeada, estruturada, acompanhada e realizada de forma sistemática, com o objectivo
de melhorar ou manter a aptidão física), como também as actividades quotidianas,
laborais e de lazer.
Já para ACSM (2003) actividade física é definida como qualquer movimento corporal
produzido pela contração muscular esquelética que eleva substancialmente o dispêndio
de energia, no qual enquadram-se todos os movimentos, mesmo os realizados em
casa, no trabalho ou por lazer. Enquanto para Bouchard et al. (1994) definem
actividade física como um comportamento, e como tal, existe uma grande variabilidade
de suas formas entre os diferentes grupos de indivíduos.
A definição que mais consensos reúne na literatura actual segundo Oliveira e Maia
(2002), é a apresentada por Caspersen et al. (1985, apud Mota, 1999), que entende a
actividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos
esqueléticos que resulte em dispêndio energético. Neste sentido, Fernandes (2002),
conclui que esta definição engloba toda a actividade física utilizada para nos
deslocarmos, tanto nas tarefas da vida diária, no trabalho, nas actividades praticadas
em tempos de lazer, nas actividades desportivas organizadas ou não, e no caso das
crianças e jovens, na escola.
10
Já para Guedes et al. (2012) faz distinção entre a actividade fisica e aptidão fisica.
Onde afirma que, actividade física é entendida como todo e qualquer movimento
produzido pelo corpo, enquanto aptidão física é definida como atributo biológico voltado
para a capacidade de realizar esforço físico e movimentos específicos. No entanto, á
pratica de actividade física deve ser vista como componente multidimensional em que
inclui intensidade, duração, e frequência de movimento do corpo, já aptidão física
abrange diferentes componentes identificados e aperfeiçoados com a prática mais
eficaz do movimento, ou seja, prática essa voltada para a área desportiva. Desta forma,
estudos evidenciam e sugerem que tanto a prática de actividade física quanto o
exercício físico traz benefícios para a saúde (Ibidem, 2012).
No que concerne a tipologia de actividades fisicas, a OMS (2010) cita quatro tipos de
actividade física: aeróbia, força muscular, flexibilidade e equilíbrio. Mas, dentre elas,
destaca a actividade aeróbia e a de força muscular como sendo as mais benéficas para
a saúde.
11
actividade. E a intensidade é dada pela magnitude do esforço necessário para realizar
a actividade (Ibidem, 2010).
A ideia supracitada é comungada pelo Barros (1999) ao afirmar que, os exercícios para
gestante deveriam incluir a combinação de actividades aeróbicas envolvendo grandes
grupamentos musculares e actividades que desenvolvessem força de determinados
músculos. Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa
auxiliar no processo de expulsão da criança, isto é, a força muscular dos membros
superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta cada vez
mais o seu peso. Portanto, essas séries de exercícios para o assoalho pélvico,
favorecerão a ação de tipóia para apoiar os órgãos abdominais e os da pelve. Durante
o parto, os músculos do assoalho pélvico se esticam para permitir a passagem do
bebe.
Para Katz (1996) diferentemente da OMS (2010) e Barros (1999) propõe a natação
como uma actividade física mais indicada para a gestante, devido à propriedade
inerente do corpo na água, isto é, a flutuabilidade. Onde, os joelhos são beneficiados
quando fazem actividade física na água, por ser geralmente mais relaxante que outros
tipos de exercícios, sobretudo os exercícios de força como a musculação. Contudo, o
frequente aparecimento de edema é um efeito comum na gestação, porém
desconfortável e pode ser diminuído com a natação.
De uma formal geral, a implicação da água fria sobre o corpo serve também como
termorregulador, proporcionando ao feto a possibilidade de maior estabilidade frente à
elevação de temperatura e a subseqüente diminuição do fornecimento de sangue. A
água deve ficar entre 28ºC e 30ºC tida como a temperatura ideal durante a prática de
actividades aquáticas para gestantes. (Ibidem, 1996).
Para autores como Silveira e Segre (2012) propõe a prática da actividade física
moderada na gestação, na qual pode contribuir para menor ganho de peso, melhora da
capacidade funcional e diminuição da intensidade da dor lombossacra. Além disso, o
exercício dos músculos do assoalho pélvico, na gestação, reduz a prevalência de
incontinência urinária, durante a gestação e após o parto.
12
Nos estudos dos autores supracitado, verificou-se o exercício físico de média
intensidade, realizado durante a gestação, pode influenciar na via de parto, e observar
a adesão ao exercício entre primigestas com diferentes níveis de escolaridade, em dois
grupos, um Grupo Exercício, que praticou actividade física regular durante a gravidez, e
o Grupo Controle, que não praticou actividade física regular durante o mesmo período.
Os resultados mostraram que o grupo que praticou exercício regular teve maior número
de partos vaginais e as gestantes com melhor nível de escolaridade apresentaram
maior adesão ao programa de exercícios (Ibidem).
Para Hartmann (1999) a actividade física oferece vantagens durante a gestação nos
aspectos emocionais, colaborando para que a gestante torne-se mais auto-confiante e
satisfeita com a aparência, que eleve a auto-estima e apresente maior satisfação na
prática dos exercícios. Enquanto Gallup (1999) comenta que os aspectos relacionados
aos benefícios da actividade física durante o trabalho de parto: são relactivos às
demais alterações endócrinas ocorridas no período gestacional, que incidem nas
articulações e ligamentos pélvicos, permitindo maior flexibilidade. No mesmo diapasão
do autor, o estrogénio é aumentado e contribui para o relaxamento muscular,
13
facilitando o parto, suavizando as cartilagens e elevando o fluído sinovial com
consequências no alargamento das juntas, facilitando a passagem do feto.
14
melhoria da auto-estima, do auto-conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas
e da socialização. Além disso, destaca a actividade física como um importante factor
para a sensação de bem-estar, sendo capaz de diminuir estados de ansiedade e
depressão.
Portanto, vale ressaltar que os benefícios promovidos pela actividade física, não está
relacionado apenas ao aumento de peso, mas existe uma grande contribuição em todo
nosso metabolismo em função da manutenção de nossa saúde em geral, estudos
mostram ligações entre a prática de exercícios e aspectos específicos da saúde
psicológica, mais notadamente a ansiedade, estresse, depressão, humor e emoção,
auto-estima e disfunção psicológica.
15
tempo. Mas actualmente, é crescente o corpo de evidências que suportam a promoção
segura da prática de actividade física no período gestacional, visando benefícios à
saúde materna e infantil como defende Conceição (2016).
16
exercícios de intensidade leve a moderada, 3 a 5 vezes por semana, durante 30
minutos ou mais. Quanto ao tipo de actividade, todas podem ser consideradas:
aeróbicas, de força, alongamento, relaxamento ou dança.
17
moderadas a vigorosas. A caminhada foi o tipo de actividade física mais praticada no
lazer, de seguida de actividades recreacionais e de actividades aeróbicas. (Ibidem).
Resultado similar foi encontrado em estudo realizado na Irlanda, com uma coorte de
mulheres saudáveis sem contra-indicações para a prática. A actividade física foi
mensurada via questionário, o qual incluía questões sobre a quantidade de actividade
física realizada em uma semana habitual. De acordo com os dados, somente as
mulheres atendiam as recomendações actuais para a prática de actividade física na
gestação. (Dumith, 2012).
18
caminhada, seguida de ciclismo e levantamento de pesos como defendem Carvalho e
Araújo (2007).
19
Capitulo III. Metodologia
Área de estudo
Tipo de estudo
20
actividade física, ao mesmo tempo que se pretende contrastar esses dados em função
do contexto sociogeográfico, já que um grupo das gestantes é urbano e outro rural, daí
a faceta comparativa do estudo. Por conseguinte, o seu delineamento é transversal em
razão da recolha de dados ter se realizado num único momento no tempo. Quanto ao
método de abordagem adoptado, o presente estudo é misto, i.e., quali-quantitativo, na
medida em que cruza os dois tipos de abordagens, nomeadamente a qualitativa e a
quantitativas. Com efeito, para responder à terceira questão de pesquisa deste estudo
por forma a operacionalizar o terceiro objectivo específico, a amostra foi submetida a
uma entrevista semi-estruturada, portanto, um procedimento eminentemente
qualitativo. Por conseguinte, os níveis e padrões de actividade física habitual da
amostra foi avaliada através de um questionário com questões fechadas, a partir do
qual foi possível proceder à uma análise quantitativa dos seus dados.
Contexto n %
Sociogeográfico
Rural 10 33.3
21
Urbana 20 66.7
Total 30 100
Procedimentos estatísticos
Os procedimentos estatísticos adoptados no âmbito deste estudo consistiram
fundamentalmente na análise de frequências. Visto que o questionário continha
questões fechadas, sendo maioritariamente variáveis categóricas qualitativas do tipo
politónico, para efeitos de análise estatística calcularam-se as frequências absolutas e
22
relativas observadas em todas as variáveis independentes. Todos os cálculos foram
efectuados no programa estatístico SPSS, versão 22.0, com um intervalo de confiança
de 95%, enquanto que as ilustrações gráficas foram feitas com o recurso à planilha de
cálculo Excel 2016 de Microsoft Office Edge.
23
Ao recorremos a abordagem qualitativa tivemos como base a ideia segundo a qual os
valores sociais são subjectivamente materializados embora sejam colectivamente
partilhados. Deste modo, a escolha da abordagem qualitativa foi possível aprofundar,
por meios dos próprios actores sociais, o contributo da actividade física internet na
promoção e o bem-estar da saúde das mulheres gestantes em Moçambique.
A revisão de literatura ou pesquisa bibliográfica teve como foco, essencial, a busca das
informações relativas à actividade física das gestantes em contexto rural e urbano. O
levantamento de informações bibliográficas foi realizado em livros, revistas científicas,
artigos, monografias, dissertações, teses, legislação, documentos institucionais, como
relatórios técnicos e outras publicações (como jornais nacionais e internacionais).
Durante essa etapa, foram analisadas fotos, vídeos, dentre outros materiais contidos
nas informações bibliográficas pesquisadas. Destaca-se que, as informações
bibliográficas dessa etapa estiveram essencialmente ligadas à produção do referencial
teórico, assim como à produção de instrumentos que possibilitaram a realização do
trabalho de campo.
24
3.2. Etapa 2: Pesquisa Documental
25
perguntas conduzam a uma direcção de confirmação de hipóteses. Assim, o pré-teste
facultou informações básicas sobre a actividade física das mulheres gestantes,
auxiliando na elaboração de perguntas objectivas que garantam que as respostas
foram facultadas e que não se beneficiaram de nenhuma parte da amostra.
Considerando a limitação do questionário sobre a profundidade da informação,
combinaremos com a entrevista semi-estruturada.
26
informações, além disso, com esse total de respondentes é possível estudar todos os
sectores da saúde.
As entrevistas foram feitas com recurso ao rádio gravador que permitiram reter todas
informações, isto é, reconhecendo as falhas deste aparelho, nos auxiliamos aos blocos
de notas, onde foram anotados aspectos relevantes inerentes ao contexto de entrevista
que devem ser observados durantes a interpretação dos resultados.
27
de leitura dos dados. Deste modo, recorremos ao uso das percentagens e das
frequências para a leitura destes dados.
Para análise dos dados recolhidos com base nas entrevistas recorremos a análise do
conteúdo, tendo como base as categorias construídas a partir dos dados quantificados,
assim as respostas serão interpretadas tomando como base homogeneizadora e de
relevância as categorias construídas com os dados dos questionários mais
aprofundadas com base nos dados das entrevistas.
Fica evidente que, no primeiro momento foi feito a análise de dados recolhidos
mediante o questionário, que permitiu a construção de categorias. Depois foi realizada
a segunda interpretação, desta vez combinando os dados já escritos aos dados
recolhidos, tomando em consideração as entrevistas como forma de estabelecer uma
apresentação lógica dos resultados, ou seja, possibilitar a confrontação de diversas
ideias discutidas pelos outros autores sobre a temática.
1
SPSS (Statistical Package for Social Sciences ou traduzido em português como Pacote Estatístico para Ciências
Sociais) é uma aplicação de tratamento estatístico de dados, capaz de tornar a análise estatística de dados.
28
presenciais. Esta situação deveu-se ao factor tempo que o orientador não despunha
para os encontros face-a-face. Assim, a informação foi seleccionada, organizada e
interpretada tendo como base a contribuição de cada conteúdo para uma melhor e
profunda compreensão do objecto de estudo deste trabalho.
Outra dificuldade sentida pela autora, foi o facto da bibliografia disponível e específica
para este trabalho ser quase na sua integralidade de origem brasileira e portuguesa.
Assim, não se encontraram obras que refletissem a realidade dos niveis e padrões de
actividade fisica das mulheres gestantes no contexto rural e urbano.
29
Capitulo IV: Apresentação e Discussão dos Resultados
30
a função exercida pelos mesmos no seu local de trabalho. Podemos observar nos
gráficos abaixo indicados:
50.0
37.5
12.5
31
em dizer a idade específica. De acordo com os dados da figura em referência maior
parte de um total de 30 mulheres gestantes é constituída por inquiridos com idade
compreendidas entre o intervalo etário de 20 a 25 anos de idade, representando um
total de 50%. De forma crescente, a seguir temos os intervalos de 26 a 35 anos que
corresponde a 37,5% da mostra. Com uma menor representatividade percentual dentro
da amostra está um intervalo de 36 a 45 anos com 12,5%.
Como pode ser visto apenas 50% dos respondentes possuem idades de 20 até 25
anos, os demais possuem uma idade de 26 anos e no máximo acima de 45 anos,
supõe-se que os centros estudados a maior parte das pessoas que compõem a nossa
amostra possuem idades abaixo dos 25 anos e com isso podem ter mais conhecimento
sobre a pratica de actividade fisica no período gestacional. Portanto, os inquiridos têm
uma idade média que ronda nos 25 anos. No gráfico a seguir abordar a questão do
nível académico das mulheres gestantes nos dos centros em contexto distintos.
56.3
18.8
12.5 12.5
lo lo l r
cic cic na rio
1 2 is o p e
s su
do do ofi o
io io Pr sin
dar dar ico En
cu
n
cu
n
ecn
se se T
o o o
sin sin sin
En En En
32
acordo com estes dados podemos afirmar que o ensino superior acolhe a maior parte
dos elementos da nossa amostra, representando um total de – sem distinção de
frequência e conclusão – 56,2% num total de 30 gestantes inquiridas.
33
4.2. Conhecimento das mulheres gestantes sobre os riscos associados a
inactividade física no contexto rural e urbano.
“Eu penso que se não fizer exercicios, quando estiver gravida pode trazer varias
doenças para mim e o meu bebo. Para mim, posso ficar gorda com problemas de
Coração também e para o bebe pode sair mal deformado com doenças. Por isso é
importante fazer qualquer exercício.” (Mulher gestante 1, centro de saúde Alto Maé,
zona urbana).
“Ouvi no Hospital que devemos fazer exercicios para a saúde do nosso bebe e para
nós também. Caso não pratiquemos exercícios físicos podemos ter complicações
no dia do parto, assim, pode ser tardio ou cesariana por isso é importante fazer
actividades fisicas.” (Mulher gestante 4, centro de saúde Alto Maé, Zona urbana).
“Ya, já ouvi falar de actividade fisica. São aqueles exercicios que no hospital
mandam para fazer todos os dias, pode ser caminhada e correr um pouco. Dizem
que se nós as mulheres não fazermos os nossos bebes podem sair com problemas
de saúde, problemas de respiração.” (Mulher gestante 9, Centro de saúde de Santa
Isabel, Zona rural).
De um lado, encontramos mulheres gestantes que tem consciência dos riscos que
podem vir da inactividade fisica como observamos nos depoimentos acima
mencionados, de outro lado, encontramos mulheres gestantes que não tem noção dos
riscos que podem vir da inactividade fisica. Podemos observar nos depoimentos abaixo
transcritos:
“Eu desde que tive o meu primeiro filho, este é o segundo nunca ouvi um medico ou
enfermeira a falar de actividade fisica. O que sei é o que escuto das pessoas, dos
35
amigos, dos familiares, das rádios e das televisões.” (Mulher gestante 2, Centro de
saúde de Santa Isabel, Zona rural).
“Eu juro que não sei nada sobre isso, nunca estudei e como vou saber dessas
coisas? O que interessa é eu estar bem e o meu filho também e o resto não me
preocupa por que ninguém se preocupa comigo também. Eu tenho medo de
acontecer alguma coisa comigo e meu filho, mesmo que essas enfermeiras digam
algo não sigo.” (Mulher gestante 6, Centro de saúde de Santa Isabel, Zona rural).
Nos dois depoimentos acima transcritos mostram não conhecimento dos riscos
associados da inactividade fisica no período de gestação por parte das mulheres
entrevistadas. Nesta perspectiva, segundo Montenegro (2014) a pratica de actividade
fisica no período gestacional apresenta certo receio de medo e preocupação e assim
por muito anos essa modalidade foi inibida, mas hoje pode se dizer que a pratica é
aconselhável, já que tem como resultado excelentes vantagens para a saúde de
gestante e do feto, onde as actividades devem agir de acordo com o beneficio
proporcional.
36
Desta forma, uma avaliação da condição física actual e do histórico de cada gestante
deve ser minuciosamente realizada, afim de conhecer suas limitações para a
realização de exercícios, isto é, esta avaliação poderá excluir de programas de
exercícios das gestantes que apresentem contra-indicações absolutas à sua prática.
Deve-se atentar também para sinais de interrupção do exercício, onde existem riscos
para mãe e/ou para o feto. De seguida apresentamos o gráfico que responde sobre a
intervenção dos profissionais de saúde as praticas de actividades fisicas pelas
gestantes:
Raramente Nunca
12
10
Zo n a Ru r al Zo n a Urb an a
37
recebido nenhuma recomendação referente à prática de actividade física por diferentes
profissionais de saúde durante o pré-natal
Diante destes resultados, pode-se perceber que a falta de apoio dos profissionais de
saúde, durante o período gestacional, no momento da realização das consultas pré-
natais, no que tange ao repasse de informações a respeito da pratica de actividades
fisica. Portanto, é no período pré-natal que o profissional que o realiza apresenta papel
relevante como educador em saúde, oferecendo apoio e segurança, fazendo com que
a mulher decida de forma segura o inicio da pratica de exercicios de modo a manter o
bem-estar da sua saúde e do seu filho que nascerá.
Grafico 4: Amostra sobre recomendação dos profissionais de saúde a pratica de AF pelas gestantes
durante a gravidez
Zona Rural Zona Urbana
10
10 10
C am i n h ad a N u n c a m e r e c o m e n d o u a l g u m a a c ti v i d a d e
38
Relativamente à recomendação sobre a pratica de exercício durante a gravidez, as
mulheres gestantes apresentadas pelo maior número responderam que nunca forma
recomendadas a alguma actividade pelos profissionais de saúde. Assim, no contexto
urbano representado por 20 gestantes, 10 das quais responderam que os profissionais
de saúde recomenderam a pratica de actividade como é o caso de caminhada e as
restantes responderam que nunca receberam nenhuma recomendação por pate dos
profissionais de saúde. No contexto rural representado por 10 mulheres gestantes,
responderam que nunca receberam nenhuma recomendação por parte dos
profissionais de saúde sobre a pratica de actividade fisica durante a gravidez.
39
Grafico 5: Amostra sobre recomendação dos profissionais de saúde da pratica de AF pelas gestantes
depois da gravidez
7
6
5
3
2
Q u a l q u e r a c ti v i d a d e C am i n h ad a l o c al i zad a N u n c a m e r ec o m en d o u
a l g u m a a c ti v i d a d e
40
sobre estilo de vida, o baixo nível de atividade física prévio a gestação, e a insegurança
da mulher e seu respectivo médico sobre a prática durante o período gestacional, como
sendo possíveis razões para justificar a baixa recomendação de exercício físico para
gestantes pelos médicos.
De acordo com o depoimento acima transcrito, a OMS (2004) considera que o período
pré-natal apresenta claras oportunidades para atingir a mulher grávida com uma série
de intervenções e informações que podem ser vitais para a sua saúde e seu bem-estar
e, consequentemente, do seu bebé. Desta forma, a alimentação e o estado nutricional
no período da gestação e durante a gestação mostram-se fundamentais no sucesso da
gravidez, uma vez que o mau estado nutricional se encontra associado não só a
complicações na mãe como no feto.
41
Para gestantes, essa actividade ajuda no fortalecimento da musculatura do assoalho
pélvico, para vertebral lombar, a cintura e, preferencialmente, desenvolver grandes
grupos musculares. As mulheres grávidas apresentam um risco elevado de queixas
musculoesquelética, principalmente lombalgias, devido à mudança do centro de
gravidade. Durante esse processo ocorrem diversas alterações fisiológicas que vêm
acarretar desconforto a gestante, com isso o exercício físico tem o papel de minimizar e
prevenir esses desconfortos antes e após a gestação (Borg-Stein, Dugan e Gruber,
2005; Bennell, 2001). No mesmo diapasão, Falcone, Nascimento, Santos e Nóbrega
(2005) afirmam que a actividade física propicia à gestante superar suas ansiedades ou
minimizá-las, para que consiga encontrar o melhor caminho para viver a gestação com
mais equilíbrio e ter um parto tranquilo.
42
(2001), as características do exercício são o tipo, intensidade, duração e complexidade
da actividade física. De seguida apresentamos em graficos os resultados obtidos.
6
12
Zona Rural Zo n a Ur b an a
Com base neste gráfico, as mulheres gestantes foram inquiridas sobre a prática das
actividades fisica no contexto rural e urbano. Num total de 30 inquiridos, onde estão
divididos em contextos da seguinte maneira: Contexto rural inquirimos 10 gestantes e o
urbano inquirimos 20 mulheres gestantes.
No que se refere aos motivos pelos quais levam as mulheres da zona urbana a
inactividade fisica, alegam que o factor trabalho e não existe lugares perto das suas
residências para praticar as actividades fisicas mesmo que seja por 30 minutos. E as
mulheres que vivem na zona rural alegam não existir tempo suficiente para praticar
43
actividade fisica, visto que, não existem lugares para a pratica e se praticarem podem
provocar danos no seu feto.
Diante do exposto acima, fica evidente que nos dias de hoje é comummente aceite
que, a ausência de actividade física sistemática, conduz a problemas de insuficiência
motora, trazendo malefícios para a saúde, pelo que, torna-se extremamente necessário
fomentar e valorizar as práticas de actividade física, de forma a encaminhar os
diferentes tipos de populações para modos de vida saudáveis.
De acordo com Torre (1998) actividade física deve ser considerada como uma
componente decisiva de um estilo de vida saudável, na medida em que a realização de
actividade física sistemática e com certa intensidade, constitui um factor de protecção
da saúde e da prevenção de diferentes transtornos da mesma, pelos importantes
benefícios fisiológicos e psicológicos associados ao exercício físico.
44
Grafico 7: Amostra sobre o tipo de actividade fisica nos contextos distintos
Zona Rural Zona Urbana
9
7
3
2
L eve S ed en t ar i o Mo d er ad a Vi go r o sa
Conforme o gráfico acima, verificou-se que 30 gestantes que constitui a nossa amostra,
num total de 20 mulheres da zona urbana, sendo das quais 9 responderam que que
praticavam actividade do tipo “moderado”. Apesar de ter uma predominância
moderada, a actividade promove baixo gasto energético, isto é, actualmente, existe
uma ampla evidência de que o exercício moderado tem benefícios inquestionáveis para
a saúde física, psicológica e social, podendo contribuir de forma significativa para o
bem-estar geral do sujeito em todas as idades; 7 mulheres responderam que tem
praticado actividade do tipo leve e por ultimo encontramos 4 mulheres divididas em
duas que responderam praticam actividade do tipo sedentário e vigorosa.
Neste sentido, um número cada vez maior de pessoas tem vindo a recorrer à prática da
actividade física, como forma de procurar o seu bem-estar psicológico, face às novas
exigências e pressões colocadas pela sociedade moderna, caracterizada por novas
tecnologias e por novas formas de pressão e stresse (Cruz et al., 1996).
45
prática de actividade física é de grande importância tanto para a saúde da mãe quanto
à do feto.
De acordo com os dados desta figura, representando maior parte de um total mulheres
gestantes inquiridas, 10 responderam que praticam actividades fisicas “leve”, enquanto
9 representado por inquiridas que afirmaram que a praticam actividades fisicas do tipo
“moderada”, 9 responderam que praticam actividades do tipo “sedentário” e as
restantes 2 responderam que praticam actividades “vigorosa”. Neste sentido, olhando
para as frequências que correspondem aos tipos de actividades fisicas praticadas
sugere-se que os profissionais dos centros de saúde possam incentivar aos seus
cidadãos na promoção e prática das actividades fisicas de modo a melhor a sua saúde
fisica e o bem-estar dos seus bebes.
Nesse contexto, Silveira e Segre (2012) ressaltam que existem vários benefícios para
gestantes que praticam actividade física, sendo elas: contribuir para o parto vaginal,
efeito protector contra parto prematuro, aumento do índice do líquido amniótico e
redução do edema nas gestantes e redução do risco de desenvolver diabetes
gestacional. A actividade física moderada, na gestação, pode contribuir para menor
ganho de peso, melhora da capacidade funcional e diminuição da intensidade da dor
lombossacra. Além disso, o exercício dos músculos do assoalho pélvico, na gestação,
reduz a prevalência de incontinência urinária, durante a gestação e após o parto.
Diante destes dados, associamo-nos nas ideias de Costa (2004) ao afirmar que o factor
considerado mais importante na pratica de actividade fisica é o tipo de actividade a ser
realizada, que deve ser completamente correcta e satisfatória, tendo a garantia
aprovada de um médico especialista. Neste sentido, para Botelho e Miranda (2011) a
caminhada é a pratica mais indicada principalmente para mulheres sedentárias que
iniciam os exercicios na fase gestacional sendo uma pratica de pouca intensidade e
que auxilia na habilidade fisica pode ser realizada em todo o período da gestação tanto
em locais abertos como em esteiras, sempre observando a hidratação e a temperatura
do corpo.
46
No gráfico que se segue, apresentamos os dados sobre a prática das actividades
fisicas nos vários domínios nos contextos em estudo.
7
6
2 4 4
1 1
L azer D esl o c am en t o Tr ab al h o D o m e s ti c o
No contexto rural, onde inquirimos 10 mulheres gestante, 4 das quais responderam que
tem realizado actividade fisica do trabalho, 4 também responderam que tem realizado
as actividades no domínio doméstico, e as restantes duas responderam que tem
realizado as actividades de lazer e deslocamento respectivamente.
De acordo com os dados do gráfico, a actividade física doméstica foi mais frequente
nas mulheres gestantes com um total de 11 respondentes; em relação à actividade
física no trabalho foi respondido por uma amostra de 10 gestantes, 6 responderam que
47
praticavam as actividade física de lazer e por ultimo, 3 responderam que realizam as
actividades no domínio deslocamento, e essas mulheres foram mais activas.
5
3 3
2
48
semana, 6 afirmaram que praticavam as actividades 1 a 2 vezes por semana, 4
responderam que tem praticado 4 a 5 vezes por semana e as restantes 3 responderam
que praticam 6 a 7 vezes por semana.
No contexto rural, das 10 gestantes inquiridas, 5 das quais responderam que tem
praticada por 2 a 3 vezes por semana, 3 responderam que praticam as actividades 1 a
2 vezes por semana e as restantes 2 tem praticado as actividades 4 a 5 vezes por
semana.
De acordo com o gráfico acima, pode-se verificar que quase a metade das gestantes
analisadas praticam suas actividades de 2 a 3 vezes por semana (12), seguida por 9
mulheres que praticam actividades 1 ou 2 vezes por semana; 6 que fazem actividades
fisicas de 4 a 5 vezes e as restantes 3 responderam que tem praticada actividade fisica
6 a 7 vezes por dia.
Grafico 10: Amostra da duração da pratica de actividades fisica nos contextos distintos
Zona Rural Zona Urbana
2 7
4 5
3
1
Men o s d e 3 0 m i n u t o s 30 minutos a 1 hora De 1 hora a 2 hora por De 2 hora a 3 hora por
por dia por dia dia dia
49
Quanto ao número de horas diárias referidas pelos indivíduos que afirmam praticar
actividade física, as mesmas variam entre um mínimo de menos de 30 minutos duas a
três horas máximo.
Na zona Urbana com um total de 20 mulheres gestantes, das quais 8 responderam que
praticavam a actividade fisica num período de 30 minutos a 1 hora, as 7 responderam
que praticavam a actividade fisica durante 1 hora a 2 horas por dia, 3 afirmaram que
praticavam actividades fisica durante 2 horas a 3 horas por dia e as restantes 2
mulheres gestantes responderam que praticam as actividades em menos de 30
minutos por dia.
50
Grafico 11: Amostra sobre motivos que leva a pratica de actividades fisica nos contextos distintos
Zona Rural Zona Urbana
3
5
4
3
2
J á p r a ti c a v a P o r r ec o m en d aç ão N ão q u er o en go r d ar G o st o d e fazer
a c ti v i d a d e s a n t e s d a m éd i c a m u i t o n a gr av i d ez ex er c i c i o s
gest aç ãao
Com base nos dados oferecidos pelo gráfico 11, foram questionados os motivos sobre
a prática das actividades fisicas nos contextos em estudo. Na zona urbana, num total
de 20 mulheres inquiridas, 7 dos quais responderam que a pratica das actividades
fisicas é pelo facto de que já praticava antes da gestação, 7 também responderam que
foi pela recomendação médica, 4 responderam que é pelo gosto de praticar exercicios
e as restantes 3 responderam que não queriam engordar muito na gravidez.
51
Num computo geral, quando questionadas a respeito dos motivos que as levaram a
iniciar a prática de actividades físicas durante a gestação, 12 responderam que já fazia
exercícios antes da gravidez e 10 começaram a exercitar-se por recomendação
médica. Este resultado mostra que cada vez mais os médicos e profissionais da área
estão recomendando actividade física e apresentando os possíveis benefícios para as
gestantes. De acordo com Baptista et al. (2003) a actividade fisica pode ser grande
contribuinte controle ou da ausência de diabete gestacional, aumento de massa
corporal pode ser significante para o surgimento da doença, e como na progressão da
gravidez a mulher passa a ter mais peso, a diabete pode ocorrer nos meses finais da
gestação.
52
Grafico 12: Amostra sobre motivos que levam a não praticar actividades fisica nos contextos distintos
Zona Rural Zona Urbana
3
8 2
7
4 5
1
No gráfico 12, questionamos qual seria o principal motivo que levou a gestante a não
praticar actividade fisica na gestação. A zona urbana com um total de 20 gestantes, 8
afirmaram ser a falta de tempo o principal motivo, 7 das quais afirmaram não terem
sido liberadas pelo medico para a pratica de AF, 3 responderam que tinham medo que
aconteça alguma coisa com o bebe e as restantes 2 reconheceram ser falta de
conhecimento sobre a importância da actividade fisica na gestação.
Já para o contexto rural, numa amostra de 30 mulheres gestantes, das quais foram
inquiridas 10. Assim, 5 das quais responderam que tinham medo que aconteça alguma
coisa com o bebe, 4 afirmaram falta de conhecimento sobre a importância da
actividade fisica na gestação e a ultima respondeu que o motivo que levou a não
praticar AF é pela falta de tempo.
Olhando para os resultados fornecidos pelo gráfico, podemos sustentar que antes de
iniciar qualquer actividade física, a mulher grávida deve ser examinada por um médico,
para saber quais os exercícios devem ser evitados e quais são as actividades
indicadas para o seu caso. Para Alves (2009) a gestante só poderá praticar actividade
física se tiver autorização do seu médico, isto é, o programa de exercícios para a
gestante deve ser seguro e considerar todas as modificações fisiológicas e
psicológicas.
53
Depois de liberada pelo médico, a gestante poderá iniciar seu trabalho, de forma
Individualizada (personalizada) para a gestação, observando o nível de aptidão
anterior, o estado clínico, o interesse de actividade e a disponibilidade de
equipamentos para os exercícios. No entanto, devem ser observadas as devidas
recomendações para a suspensão dos exercícios, bem como as normas seguras para
execução.
“Os lugares para praticar as actividades aqui no bairro estão distantes, e os transportes
terminam muito cedo que podiam nos levar para lugares próprios para praticar certas
actividades. Assim, não temos como praticar as actividades com acompanhamento de
um instructor para além de aproveitar a caminhada.” (Mulher gestante 5, Centro de
saúde de Santa Isabel, Zona rural).
54
comportamentos de actividade física dependem da existência de oportunidades de
prática, tanto na forma de incentivos espaciais, como dos equipamentos e materiais
necessários, não esquecendo a importância da existência de agências de participação
social, onde se incluem os clubes desportivos (Coelho e Silva, 2001).
Para além da associação dos meios de transportes e espaciais que influenciam para a
prática de actividade fisica encontramos outras que passamos a apresentar nos trechos
que se seguem:
“No bairro de Alto Maé tem muitas escolas com instalações desportivas, mas não tem
iluminação e pisos bons para praticarmos os exercicios físicos. Isso condiciona a pratica
de actividade fisica.” (Mulher gestante 4, centro de saúde Alto Maé, Zona urbana ).
“Aqui na zona tem problemas de iluminação, onde as ruas e as escolas tem esse
problema. Esses lugares são os únicos para praticar qualquer actividade fisica. Mas para
aqueles que tem muito dinheiro podem se inscrever nas academias e ginásios para
55
recintos, principalmente no período noturno, é inviável. Assim, observou-se que as
poucas instalações iluminadas, a maior parte são ginásios e pavilhões e que as
instalações sem iluminação são constituídas por espaços improvisados e campos de
futebol.
Os pesquisadores como Parks et al. (2003) nos seus estudos concluíram que os
indivíduos residentes em áreas rurais eram menos activos que os urbanos nos
momentos de lazer, embora em cada área, os indivíduos de menor condição socio-
económica também se mostraram menos propensos a praticar actividade física. Na
mesma linha do pensamento dos autores, afirmaram que podem haver efeitos de
interação particular entre os factores social e ambiental, e que o grau dessas
interacções pode variar entre as áreas urbanas e rurais, já que as características
sociais podem se apresentar de formas diferentes em cada meio.
Diante deste pressuposto, com os dados de campo foi evidenciado que nas zonas
urbanas com maiores quantidades de lugares apropriados para a prática de exercícios
estão relacionadas a um maior número de indivíduos activos, sendo que nas cidades,
os indivíduos mais pobres que praticam exercícios usam as ruas, parques e shoppings
como locais de realização para as práticas corporais, enquanto espaços específicos,
como academias e ginásios, foram apenas relatados por pessoas de classes sociais
mais altas.
56
Capitulo V: Conclusão e recomendações
5.1. Conclusão
Neste trabalho podemos inferir que se compõe de duas partes distintas, a primeira
parte é teórica e a segunda parte é prática, que em conjunto se complementam. Ao
longo da realização desse estudo adquiriu-se uma rica experiência, tendo em conta
que possibilitou uma análise da iniciação à pesquisa científica, em que se constata as
semelhanças e controvérsias dos pesquisadores, isto é, o estudo serviu para
engrandecer e amadurecer os conhecimentos curriculares adquiridos ao longo do
curso, e de permitir um contacto com a realidade social do grupo alvo que compõe o
nosso estudo.
57
Devido a todo o conteúdo estudado durante este trabalho pode se afirmar que o
exercício físico tem papel crucial para a gestante, contribuindo de forma incisiva para
uma gravidez tranquila, saudável, segura e, principalmente, um período de alegrias,
satisfações e sensações de bem-estar e prazer imensuráveis tanto para as gestantes
bem como para a sociedade em geral.
Olhando para a pratica de actividade fisica nos dois contextos, fica claro que com o
crescente processo de urbanização, a especulação imobiliária, o excesso de veículos
motorizados nas vias públicas e o importante aumento da violência, têm determinadas
intensas restrições à actividade física em todas camadas da sociedade. Somam-se a
58
isso as mudanças nos padrões alimentares, como a redução do consumo de frutas e
hortaliças, o aumento da ingestão de produtos industrializados pode contribuir a
inactividade fisica.
Com base nos dados de campo, afirmamos que com o passar do tempo, os contrastes
marcantes entre o meio rural e o meio urbano tendem a desaparecer devido à
urbanização crescente observada nos contextos rurais, no entanto, estes dois meios
mantêm, mesmo assim, alguns traços distintos entre as populações. Existe uma maior
acessibilidade à via pública e aos vários espaços socioeducativos e uma maior
liberdade de exploração de espaços por parte de todas camadas ou faixa etaria do
meio rural. Por outro lado, no meio urbano há maior oferta de espaços para a pratica de
desportivos que são pouco utilizados pelas varias camadas ou faixa etaria.
59
5.2. Recomendações
No presente estudo depois de ter sido feita a discussão dos resultados e tiradas
conclusões através do trabalho de campo, constatou-se que a prática de actividades
fisica é benéfica para a saúde das gestantes, no toca ao bem-estar da mãe e do feto.
Diante disso, avançam-se as seguintes recomendações:
Esperamos, com este trabalho, ter contribuído para a reflexão sobre a efectivação das
acções de promoção da saúde para gestantes. Entretanto, vários estudos ainda
precisam ser desenvolvidos com essa temática, oferecendo maior investimento em
Educação em Saúde. Essas acções merecem continuidade para que causem impacto
na qualidade de vida das gestantes e possam contribuir para a qualificação dos centros
de saúde.
No que toca ao papel dos profissionais de saúde, recomenda-se que cabe agora aos
profissionais da área de saúde modificar está situação que se apresenta de forma
preocupante, através da sensibilização da sociedade visando à mudança de hábitos
adquiridos, pois o esclarecimento quanto a este estilo de vida pode sim ser revertido,
produzindo assim uma visão e uma mudança aos hábitos de vida e consequentemente
uma melhor qualidade de vida das gestantes e a população em geral;
60
precauções com relação ao tipo de actividade a ser praticada, sua intensidade, carga,
local de realização e posição adequada no qual a gestante deve permanecer durante a
prática, para que não prejudique a saúde de ambos.
Por fim, seria interessante que futuros trabalhos, nesta ou noutras populações,
comprovem a solidez dos nossos resultados, nomeadamente perceber se com outras
populações, a forma como estas variáveis se relacionam e se os resultados são
idênticos. Por outro lado, efectuar um trabalho, nesta área, englobando uma amostra
superior e mais diversificada, recorrendo a outros centros do país, de modo a efectuar
possíveis comparações com gestantes de diferentes contextos, também poderia ser
interessante.
61
Referências Bibliográficas
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Artal, R.A. Wiswell, & B.L. Drinkwater. O exercício na gravidez. 2. ed. São Paulo:
Manole.
62
COLDITZ. et al. (1994). Nível de actividade física entre estudantes de enfermagem
do ciclo básico da escola de enfermagem da Santa Casa de Sao Paulo. XXV
Simpósio de Ciências do Esporte, São Paulo.
DOMINGUES, M.R., & BARROS, A.J.D. (2007). Leisure-time physical activity during
pregnancy in the 2004 Pelotas Birth Cohort Study. Rev. Saúde Pública; p.173-80.
63
GIL, António Carlos. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Editora Atlas,
2ª edição, São Paulo.
GUEDES, D.P. (2006). Manual Prático para avaliação em Educação física. São
Paulo, Atheneu.
HALLAL, PC, ANJOS LA. (2007).Epidemiologia da atividade física. In: Kac G, Gigante
C, Sichieri R, organizadores. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz. p.
61-72.
64
MATSUDO, S.M.M., et al. (1998). Nível de Actividade Física em crianças e
adolescentes de diferentes regiões de desenvolvimento. Rev. Bras. Ativ. Física e
Saúde, v. 3, p. 14-26.
65
SANTOS, Tânia Maurício dos. (2015). Padrão de Actividade Física e Saúde na
Gravidez e Pós-Parto Implementação de um Programa de Atividade Física na
Gravidez. Mestrado em Atividade Física em Populações Especiais. Rio Maior.
66
ANEXOS
67
Anexo 1. Instrumentos de recolha de dados
1. Dados sociodemográficos
1. Idade
2. Estado civil
3. Residência
4. Nível de escolaridade
5. Profissão
6. Remuneração
68
5. Quais são as necessidades que procuras satisfazer com a pratica de actividades
físicas?
1. Alguma vez ouviste de alguma coisa que pode acontecer as pessoas que não
praticam as actividades físicas?
2. O que é que dizem que podem acontecer as pessoas que não praticam os
exercícios físicos no período da gestação?
3. Na sua opinião, o que pode a acontecer em particular para as mulheres que não
praticam as actividades físicas?
4. O que é que dizem no Centro de Saúde sobre as mulheres gestantes que não
praticam os exercícios físicos?
5. Qual é a sua opinião sobre o que dizem da pratica de exercícios físicos no
Centro de Saúde?
6. De tudo que apreendeste o que foi que mais gostaste? (diz por que)
7. Qual é a importância do que dizem no Centro de Saúde para a saúde das
mulheres?
8. E para a saúde dos bebés qual é a importância do que dizem sobre a pratica de
exercícios físicos?
9. Nas suas experiências o que foi que aconteceu contigo como resultado da não
pratica das actividades físicas?
10. Que achas que mais pode acontecer, mas que ainda não aconteceu contigo ou
com o seu bebé?
69
4. O que é que procuram transmitir as mulheres sobre actividade fisica?
5. Qual é o objectivo que se pretende alcançar ao transmitir essa informação?
6. Quais são os riscos aos quais uma mulher em gestação está exposta a não
pratica de actividade fisica?
7. Para além da transmissão da informação o que mais se tem feito no Centro de
Saúde para ajudar as mulheres no controlo desse risco?
8. Quais são os cuidados que as mulheres devem tomar quanto prática de
actividade fisica:
a) Antes da gravidez
a) Ao longo da gravidez
c) Depois da gravidez
70
Anexo 2: Inquérito para as mulheres gestantes
2. Não [ ]
1. Ate 30 minutos [ ]
2. 30 - 45 minutos [ ]
4. 45 - 60 minutos [ ]
71
5. Outros. _____________________________________
2. Não [ ]
1. Nunca [ ]
2. Raramente [ ]
3. As vezes [ ]
4. Sempre [ ]
72