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Produção editorial
Editor: Rafael B. Salazar
Capa & Arte Gráfica: Rebeca Salazar
Tradução: Rafael B. Salazar
Revisão: Rogério Portella
Diagramação: Marcos Jundurian
O aborto:
expondo as obras infrutíferas das trevas
John Piper 5
O aborto: expondo as obras infrutíferas das trevas
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Comecemos pelo versículo que antecedeu
nosso texto — o último versículo de Efésios 4 (v.
32): “Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos
uns para com os outros, perdoando uns aos outros,
como também Deus, em Cristo, perdoou vocês”.
O chamado cristão ao perdão não declara: “perdoem
para obter o perdão de Deus”. Ele afirma: “perdoem
porque vocês foram perdoados por Deus”. Olhem
para a última parte do versículo 32: “perdoando uns
aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou
vocês”. A vida cristã parte do que Deus fez livremente
por nós em Cristo e segue em direção ao que devemos
fazer livremente pelos outros. Não o contrário.
O segundo exemplo está no versículo 1 do capí-
tulo 5 de Efésios: “Portanto, sejam imitadores de
Deus, como filhos amados”. Não diz: “Sejam imita-
dores de Deus para serem adotados”. Começa pela
posição em Cristo como “filhos amados”. “Mas, a
todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu
nome” (João 1.12). Assim, o chamado cristão para
imitar Deus no mundo não comporta a obtenção do
favor dele, e sim o chamado para serem quem vocês
são: filhos parecidos com o Pai, e amados por Deus.
Filhos amados adoram ser como seu pai.
O terceiro exemplo provém do versículo 2a:
“E vivam em amor, como também Cristo nos amou
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Salvador e Senhor de sua vida. O resto da história
consiste em tornar-se o que são! Perdoem — por
terem sido perdoados; amem — por serem amados;
brilhem — com a luz de Cristo em seu interior. Assim,
o chamado à ação cristã em prol da vida abrange
em primeiro lugar o chamado à conversão, ao novo
nascimento, ao arrependimento e à fé em Jesus. Então
se segue o chamado para deixar sua luz brilhar na
escuridão — para que vivam como filhos da luz.
Por isso Paulo afirma no versículo 9: “porque
o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e
verdade”. Ele designa a bondade, a justiça e a verdade
“fruto da luz”, pois crescem naturalmente a partir
dela. O fruto procede da árvore por causa do que a
árvore é. Assim ocorre com a vida cristã: tornem-se
o que vocês são — deem frutos.
O oposto do “fruto da luz” são “as obras infrutí-
feras das trevas”. Considere o versículo 11a: “E não
sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas”.
As “trevas” são o oposto da “luz” e as “obras” consistem
no oposto do “fruto”. Esta afirmação se assemelha
ao texto de Gálatas 5, onde Paulo contrasta o “fruto
do Espírito” com as “obras da carne”. O ponto é o
mesmo: a verdadeira vida cristã é em essência dar
frutos, não realizar obras. Significa, por natureza,
deixar o fruto mostrar como é a árvore. Não comporta
o trabalho para se tornar uma árvore.
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envolvido: “Mas todas as coisas, quando reprovadas
pela luz, se tornam manifestas”. A ideia é que quando
“vivermos como filhos da luz”, brilharemos em lugares
escuros e isso tornará as trevas visíveis, ou as tornará
luz. Ou, tomando por empréstimo as palavras de
Jesus, quando deixamos nossa luz brilhar diante dos
homens, as obras tenebrosas dos homens se tornam
manifestas pelo que realmente são: infrutíferas e
vergonhosas. Isso faz parte da nossa vocação.
Em João 3.20, nós nos deparamos com essa
mensagem de novo. Jesus diz: “Pois todo aquele que
pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz,
para que as suas obras não sejam reprovadas”. Então
o ponto subjacente à mensagem é que os cristãos são
chamados a deixar a luz da verdade, da justiça e do
amor brilhar sobre as trevas e examinar o mal sob a
luz, manifestando o que realmente é.
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consciência públicas dos residentes de 48
estados em 1973.1
• Cerca de 30% de todos os bebês concebidos
nos Estados Unidos são mortos por abortos.
• As mulheres recebem instrução médica para
a não-realização do aborto antes da sétima
semana de gravidez (veja o livreto Yes/
Neon), e já na oitava semana o coração do
bebê está batendo há um mês, existem ondas
cerebrais mensuráveis, há resposta ao toque,
ele suga o polegar, agarra com as mãos, usa
os braços para nadar no líquido amnió-
tico, apresenta braços e pernas distintos e
órgãos sexuais. Tudo isso deve (não pode,
deve) estar presente antes que a maioria
dos centros de aborto despedace o bebê
com uma máquina de sucção — algo que
ocorre 4 mil vezes por dia.
• Uns 9 mil bebês foram mortos após a 21ª
semana de gravidez em 1987, já totalmente
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do mundo. Vivamos na grande realidade do amor
de Deus, da adoção divina e do perdão concedido
por Jesus (sim — por todos os abortos realizados por
dezenas de vocês), e nos tornemos filhos da luz. Eu os
conclamo nesta manhã a viverem como filhos da luz.
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secular, concernentes, de modo especial, à questão
do aborto.
1. A descrição de Pedro e João: o tipo de pessoas
que eles eram para enfrentar as autoridades;
2. A maneira como as pessoas geralmente
respondem quando a evidência da verdade
se acumula contra elas;
3. Como os discípulos respondem publica-
mente às autoridades incrédulas de Jerusalém.
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2. A resposta das autoridades
Então vemos a resposta das autoridades. Lê-se
em Atos 4.16-17: “Que faremos com estes homens?
Pois todos os moradores de Jerusalém sabem que
um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos
negar. Mas, para que não haja maior divulgação entre
o povo, vamos ameaçá-los para não falarem mais neste
nome a quem quer que seja”. Aqui está algo realmente
incrível, e ainda muito comum no mundo. Como
vocês descreveriam a conexão entre o que eles dizem
no versículo 16 e o que afirmam no versículo 17? No
versículo 16: um grande e inegável sinal de amor e
poder foi feito por esses homens corajosos em nome
de Jesus. Toda Jerusalém sabe disso. No versículo 17:
vamos ameaçá-los com ferocidade e tentar mantê-los
quietos sobre Jesus.
O versículo 16 afirma razões para a consideração
séria da veracidade das palavras de Pedro e João.
O versículo 17 descreve o comportamento de pessoas
sem interesse na verdade, apenas nos benefícios rece-
bidos da mentira. É como dizer: “Vejam: há fumaça
subindo pelas escadas do porão; vamos fechar logo
a porta e jantar”. Ou: “Pessoas com câncer estão
sendo curadas por este novo remédio; rápido, vamos
proibi-lo no mundo todo”.
Quando as pessoas se beneficiam de um erro, elas
se fazem de surdas e cegas para a evidência crescente
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João sabem porque viram e ouviram. Eles passaram
por várias experiências com o Jesus vivo que os tornou
totalmente imbatíveis. Por isso, não sugerem que
talvez as autoridades falem um pouco em nome de
Deus, e talvez os apóstolos falem. Não. As auto-
ridades se posicionam de forma contrária a Deus
ao dizer-lhes para ficarem quietos sobre Jesus. E os
apóstolos estão alinhados com o Deus vivo por causa
do conhecimento de Jesus.
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inteligente da indecisão. Gosto muito do que James
Denney disse acerca da pregação. Aplica-se a toda comu-
nicação clara e ousada a favor de Cristo: “Ninguém
consegue passar a impressão de ser inteligente e que
Cristo é poderoso para salvar”. Quanto mais tempo
você passar com Jesus, isto ficará cada vez mais claro.
Assim, a primeira lição hoje é que vocês não
precisam receber educação formal ou serem extraor-
dinariamente hábeis para serem ousados, francos e
claros no que afirmam a favor de Cristo em público.
Vocês precisam de comunhão real com Jesus.
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declara que a vida crescendo no útero é uma obra de
Deus criativa e única, que forma um ser à imagem
dele (Sl 139.13; Jó 31.13-15); quando se refere aos
bebês no útero usando as mesmas palavras que utili-
zadas para designar bebês fora do útero (Gn 25.22;
Lc 1.41; 2.12,16; 18.15); quando, repetidas vezes,
adverte contra o derramamento de sangue inocente
(Sl 106.38); quando assevera de forma reiterada a
proteção dos membros mais fracos e vulneráveis da
comunidade (Sl 82.3-4) ou quando diz que só Deus
tem o direito de dar e tirar a vida humana (Jó 1.21).
Assim, a segunda lição hoje — aplicada direta-
mente à questão do aborto — é que quando as pessoas
se beneficiam de erros ou pensamentos errados, elas
se farão de surdas e cegas para a evidência crescente
do que é certo e verdadeiro. A mente seleciona o que
justificará os desejos do coração. No final, isso é o
que deve ser mudado.
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travar debates mais prolongados e a tentar encontrar
algum ponto em comum, a fim de se esforçar com
o objetivos de persuadir os oponentes. Todavia, o
ponto aqui é mais simples: todos os cristãos devem
se levantar e declarar seu ponto de vista. Aconteça o
que acontecer. Não se preocupem se o público não
concordar com os seus pressupostos mais básicos.
Sua tarefa não é vencer um debate nem controlar
a sociedade. Sua tarefa consiste em declarar o que
Deus quer que seja dito.
A Bíblia afirma que a lei de Deus está escrita
no coração de todas as pessoas (Rm 1.32; 2.15). Ela
declara que todos são criados à imagem de Deus
(Gn 1.27). Há razões para acreditar, então, que seu
testemunho verdadeiro sobre o aborto, ou qualquer
outra questão, desencadeará algo no interior das
pessoas. Ele soará verdadeiro na parte mais profunda
do coração, embora possa ser suprimido temporaria-
mente pela injustiça. E quem sabe o que Deus pode
fazer se sua verdade for dita com ousadia e clareza
por dezenas de milhares de cristãos evangélicos?
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por natureza filhos da ira, não filhos de Deus.3 Eu uso
essa expressão porque a Bíblia a usa em Efésios 2.1-3:
“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados,
nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade
do ar, do espírito que agora atua nos filhos da deso-
bediência. Entre eles também nós todos andamos no
passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo
a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como também os demais”.
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conhece? Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14.8-9). Se
vocês vierem até mim, terão Deus como seu Pai.
Vocês não serão mais filhos da ira. Entretanto, se
vocês não vierem, então permanecerão sob a ira de
Deus (Jo 3.36).
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da maneira que vocês gostariam de ser tratados”.
Pelo fato de Deus ser seu Pai, de se encontrar mais
desejoso de ajudá-los do que o melhor pai humano,
e ser onipotente e ter todas as coisas à sua disposição,
sigam em frente e vivam para o bem dos outros, e
não só para si mesmos.
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necessidades dessa pessoa agora não exige apenas
dois exercícios de imaginação, e sim um profundo
ato de renúncia pessoal. Vocês devem renunciar ao
que planejavam fazer.
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Desejo, de modo específico, que tenhamos clareza
real sobre a relação entre causas sociais e políticas
como aborto, tráfico humano, crise global da AIDS,
cuidados com a saúde, homossexualidade, alcoolismo
e drogas, desemprego, pessoas sem-teto, ausência
paterna, analfabetismo, crime, racismo, inacessi-
bilidade à educação, à água limpa e aos remédios
— e a lista continua...Quero que sejamos claros,
como igreja, quanto à relação entre esse tipo de
sofrimento, de um lado, e as realidades do céu e do
inferno, do outro.
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Dores de amor por causa de todo o sofrimento
Sim. Então Jesus afirma, nos versículos 13 e
14, que há um sofrimento pior que qualquer coisa
no mundo. Há a destruição eterna, o sofrimento
eterno. E há o bem-estar melhor que qualquer coisa
no mundo. Há a vida eterna, o eterno bem-estar.
O caminho largo leva à destruição. E o caminho
apertado leva à vida eterna.
A partir disso, concluo: o sofrimento no mundo
é terrível e limitado, mas o sofrimento no mundo
vindouro é terrível e eterno. E o amor enxerga dessa
forma. O amor não fecha os olhos para este mundo ou
para aquele mundo. O amor lida com a realidade do
sofrimento aqui, e a pior realidade do sofrimento lá.
E o que vejo a tendência atual na igreja cristã
consiste em se importar apenas com as pessoas mais
próximas. E quando penso na nossa campanha
“Edificando um Povo”, penso em edificar todo o povo
da Região Metropolitana dessas cidades que absoluta-
mente não deixará de se importar com todos os tipos
de sofrimento, em especial, com o sofrimento eterno.
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E para isso, que descansemos e nos alegremos
por termos um Pai no céu que ouve nosso clamor e
nos leva para casa.
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APÊNDICE
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Quinze verdades em prol da vida que devem ser proclamadas
John Piper 53
Queremos ver a igreja brasileira fortalecida com
conteúdo prático, devocional, experimental e
Reformado.