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2 Coríntios 5: 16-21 - desafios para a vida do crente.

O apóstolo havia fundado a igreja de Corinto e ministrado nessa cidade por um ano e meio
(At 18:1-18). Quando surgiram problemas sérios na igreja depois de sua partida, enviou
Timóteo para lidar com os coríntios (1 Co 4:17) e lhes escreveu a epístola que chamamos
de 1 Coríntios.
Infelizmente, a situação piorou e Paulo teve de fazer uma "visita dolorosa" a Corinto a fim
de confrontar aqueles que estavam criando os problemas dentro da igreja (2 Co 2:1).
Ainda assim, não houve solução. Então, escreveu uma carta enérgica que foi entregue aos
coríntios por Tito, um dos colaboradores do apóstolo (2 Co 2:49; 7:8-12).
Depois de muita aflição, Paulo finalmente se encontrou com Tito e recebeu a boa notícia
de que o problema havia sido resolvido. Foi então que escreveu a carta que chamamos de
2 Coríntios.
O apóstolo redigiu esta epístola por vários motivos. Em primeiro lugar, desejava
encorajar a igreja a perdoar e restaurar o membro que havia causado todo o tumulto (2 Co
2:6-11). Em segundo lugar, também desejava explicar sua mudança de planos (2 Co
1:15-22) e reafirmar sua autoridade apostólica (2 Co 4:1, 2; 10 - 12). Por fim, desejava
incentivar a igreja a participar da oferta especial que estava levantando para os cristãos
necessitados da Judéia (2 Co 8 - 9). Podemos considerar que o tema principal desta
epístola é consolar ou encorajar.
Qual era o segredo da vitória de Paulo ao passar por pressões e tribulações? Seu
segredo era Deus. Quando nos encontramos desanimados e prontos para desistir, devemos
mudar o foco da atenção de nós mesmos para Deus. Partindo de sua própria experiência
difícil, Paulo mostra como encontrar ânimo em Deus.
Aquilo em que cremos e o modo de expressarmos tais convicções são duas coisas que
andam juntas. Paulo costumava associar dever e doutrina, pois aquilo que Deus fez por nós
deve nos motivar a fazer algo por Deus. Nas palavras de Phillips Brooks: "Não há verdade
no cristianismo que não seja filha do amor e mãe do dever".
Paulo passa da explicação para a aplicação, e seu tema é a motivação para o ministério.
Seus inimigos o haviam acusado de usar o ministério do evangelho com propósitos
egoístas, quando, na realidade, eram eles que estavam "mercadejando" as boas-novas (ver
2 Co 2:17; 4:2). Qual é o ministério do cristão? Persuadir os pecadores a se reconciliar
com Deus (2 Co 5:11, 20).
Nesta seção, Paulo fala de 4 desafios para os crentes:
1. desafio: Uma nova razão para viver (2 Co 5:14-15)
V14. Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo,
todos morreram. V15. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para
si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Para que você vive? Para o que você vive? Quais suas metas? Quais seus alvos?
Como é possível emoções tão opostas quanto o temor e o amor habitarem no mesmo
coração? Sem dúvida, podem ser encontradas no coração dos filhos que amam os pais, no
entanto os respeitam e acatam sua autoridade. "Servi ao Senhor com temor e alegrai- vos
nele com tremor" (SI 2:11).
V14. A expressão "o amor de Cristo" significa amor por nós no contexto de sua morte
sacrifical. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4:19). Ele nos amou quando
não éramos dignos de ser amados, quando éramos ímpios, pecadores e seus inimigos (ver
Rm 5:6-10). Quando morreu na cruz, Cristo provou seu amor pelo mundo (Jo 3:16), pela
igreja (Ef 5:25) e pelos pecadores como indivíduos (Gl 2:20). Ao refletir sobre os motivos
pelos quais Cristo morreu, não podemos fazer outra coisa senão amá-lo também.
A palavra constranger aqui traz o sentido de: motivar, impulsionar
V14. Ele morreu para que morrêssemos. O tempo do verbo confere-lhe o sentido de
"então, todos morreram", uma verdade explicada em mais detalhes em Romanos 6, que
trata da identificação do cristão com Jesus Cristo. Quando Cristo morreu, morremos nele e
com ele. Portanto, a antiga vida não deve ter poder algum sobre nós hoje. "Estou
crucificado com Cristo" (Gl 2:19).
V15. Morreu para que vivêssemos. Este é o aspecto positivo de nossa identificação com
Cristo: não apenas morremos com ele, mas também fomos ressuscitados com ele para que
pudéssemos andar em "novidade de vida" (Rm 6:4). Uma vez que morremos com Cristo,
vencemos o pecado e, uma vez que vivemos com Cristo, podemos dar frutos para a glória
de Deus (Rm 7:4).
2. desafio: Uma nova forma de ver a realidade (2 Co 5:16-17)
V16. Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se
antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. V17.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas.
Qual é sua visão de mundo? Qual é sua realidade hoje? Agora que vivemos para Ele.
Explanar sobre a igreja de corinto:
Quem é o personagem que você admira? Quem é seu herói? Quem é aquela pessoa que
você chama de celebridade?
V16. Antes da crise da sua conversão, Paulo conhecia a Cristo só segundo a carne (isto é,
como outro homem simplesmente). Depois de conhecer o significado da morte de Cristo
(5:15), ele deixou de conhecer segundo a carne, quer o homem, quer Cristo. Visão
interior espiritual mudou o centro da gravidade de Paulo; a eternidade tornou-se o seu
padrão de todas as medidas.
V17. O crente agora torna-se uma nova criatura. Sobre nova, veja 3:6. Já passaram. O
tempo é aoristo, e assim indica uma mudança definitiva que aconteceu por ocasião da
regeneração. O mesmo verbo (parerkomai) foi usado com referência ao passar catastrófico
do céu e da terra na última conflagração (Mt. 5:18; Lc. 21:32, 33; II Pe. 3:10). O tempo
perfeito em eis que se fizeram novas dramatiza a mudança permanente introduzida pela
regeneração.
É como se Paulo estivesse dizendo: Antes olhava para estas pessoas segundo os
padrões desse mundo, humanos. Antes eu olhava para Cristo como um falso rabino, um
impostor. Eu perseguia a igreja. Eu era um homem totalmente religioso.
Porém, hoje não, porque em Cristo tudo se fez novo, em Cristo o velho homem ficou para
traz, em cristo sou nova criação. Hoje tenho minha mente transformada.
3. Desafio: Uma nova tarefa em face do mundo (2 Co 5:18-19)
V18. Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo
e nos deu o ministério da reconciliação. V19. a saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos
confiou a palavra da reconciliação.
O apostolo Paulo fala aqui do seu ministério. Essa passagem não trata somente de uma
questão evangelística, (até dá) vemos em toda a história de Paulo que por onde ele passava
pregava a reconciliação, entre os gentios e entre os crentes.
V18. Deus é o Autor de tudo (cons. Rm. 11:36; Ap. 4:11). Leia assim: "que nos
reconciliou...e nos deu"; as duas atitudes são de Deus. A reconciliação precede a doação.
Os pecadores são reconciliados pela morte de Cristo (cons. Rm. 5:10). A palavra
ministério (diakonia) foi usada com frequência nesta epístola (II Co. 3:7 e segs.; 4:1; 5:18;
6:3; 8:4; 9:1, 12, 13; 11:18).
V19. O pensamento básico, Deus estava em Cristo reconciliando, explica-se
negativamente - não imputando e positivamente - e nos confiou. As Escrituras ensinam
que há uma não-imputação do pecado (Rm. 4:8) e uma imputação de justiça (Rm. 4:3, 6,
11, 22; Gl. 3:6) àquele que crê em Cristo.
Na igreja de corinto havia: partidarismo; divorcio; incesto; a igreja seguia falsos
mestres; e rejeitava o ministério e o próprio apostolo Paulo.
Em dado momento Paulo teve que enviar primeiro Timóteo e depois Tito para a igreja
de corinto com o objetivo de conduzir os irmãos a reconciliação.
4. Desafio: uma nova medida de amizade com Deus (2 Co 5:20-21)
V20. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por
nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. V21.
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus.
V20. Este versículo apresenta 1) os mensageiros – somos embaixadores; 2) os meios -
como se Deus exortasse por nosso intermédio; 3) a mediação - como se Deus exortasse por
nosso intermédio; 4) a mensagem - que vos reconcilieis.
Se já fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo, porque Paulo diz que devemos
nos reconciliar com Deus?
Sabem porquê? Porque precisamos de uma medida maior com Deus.
Como dissemos em corinto existiam crentes seguindo falsos mestres, pregadores da
mentira. E você tem feito isso? Se você tem dado voz a esses mestres mentirosos, Paulo
diz se arrependam, se voltem para Deus. Tenham uma nova medida de Paz com Deus.
V21. O grego diz assim: Aquele que não conheceu pecado foi feito pecado por nós,
para que pudéssemos ser transformados em justiça de Deus nEle. Aquele que não
tinha pecado tornou-se (por imputação) o pecado pelo pecador, para que o pecador
pudesse se tornar (por imputação) sem pecado naquele que não tinha pecado. Eis aí o
ponto central do Evangelho, um versículo que está no mesmo grau de importância que Jo.
3:16. No V.T., a imputação da justiça de Deus ao crente foi ensinada didaticamente (Gn.
15:6; cons. Rm. 4:3, 9), profeticamente (Is. 53:11; 61:10; Jr. 23:6) e tipicamente (Zc. 3:1-5
).
A ideia central deste parágrafo é a reconciliação. A rebelião do homem tornou-o
inimigo de Deus e rompeu sua comunhão com ele. Por intermédio da obra que realizou na
cruz, Jesus Cristo reconciliou Deus e o homem, e, num gesto amoroso, Deus voltou sua
face para o mundo. O significado básico do termo grego traduzido por "reconciliar" é
"mudar completamente". Refere-se a um relacionamento transformado entre Deus e o
mundo perdido.
Deus não precisa se reconciliar com o homem, pois isso já foi feito por Cristo na cruz. É o
homem pecador que precisa se reconciliar com Deus.
A "religião" é a tentativa medíocre do ser humano de se reconciliar com Deus, uma série
de esforços condenados ao fracasso. A Pessoa que nos reconcilia com Deus é Jesus Cristo,
e o lugar dessa reconciliação é a cruz.
Outra ideia importante desta seção é a imputação. Trata-se de um termo da área
financeira e que significa, simplesmente, "colocar na conta de alguém". Quando fazemos
um depósito bancário, o computador (ou o funcionário) transfere esse valor para nossa
conta ou crédito. Quando Jesus morreu na cruz, todos os pecados lhe foram imputados, ou
seja, foram colocados em sua conta. Cristo foi tratado por Deus como se houvesse, de fato,
cometido esses pecados.
Encontramos uma bela ilustração dessa verdade na pequena carta que Paulo escreveu a seu
amigo Filemom. Onésimo, o escravo de Filemom, roubou algo de seu senhor e fugiu para
Roma. Onésimo poderia ter sido crucificado por seus crimes, mas, pela providência de
Deus, encontrou Paulo e se converteu. Paulo escreveu a Epístola a Filemom para encorajar
seu amigo a perdoar Onésimo e recebê-lo de volta. "Recebe-o, como se fosse a mim
mesmo" (Fm 17); "E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em
minha conta" (Fm 18). Paulo estava disposto a pagar a conta (imputação) para que
Onésimo e Filemom se reconciliassem.
Como essa doutrina maravilhosa da reconciliação nos serve de motivação para servir a
Cristo? Somos embaixadores com uma mensagem. Deus nos incumbiu do ministério e da
palavra de reconciliação (2 Co 5:18, 19).

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