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AEMS

Associação De Ensino De Mato Grosso Do


Sul – MS.
Alunos: Luís, Fernanda, Mariela, Ananda.
6º Período de Biomedicina.
Patologia II
Pfa. Deigilam Ce
stari Esteves
 Carcinogênese

 1º PARTE

DEFINIÇÃO:


Definição:

• Carcinogênese é o que chamamos de síntese do câncer.


• O câncer não é uma doença única, mas um conjunto de
mais de duzentas patologias.
• Caracterizado pelo crescimento descontrolado de células
anormais.
• Como conseqüência ocorre a invasão de tecidos e órgãos
adjacentes envolvidos.
Definição:

• Pode haver disseminação para outras regiões do corpo.


• Esta disseminação é chamada de metástase.
• Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários
tipos de células do corpo.
• Outra característica que diferenciam os tipos de câncer
entre si, é a velocidade de multiplicação das células e a
capacidade de invadir tecidos e células visinhos ou
distantes (metástases).
Definição:

• Qualquer pessoa pode vir a desenvolver algum tipo de


câncer ao longo da sua vida.
• Porem pode haver fatores que permitem a pessoas, serem
mais pré dispostas à doença tais como: doenças
congênitas em crianças com síndrome de down; ataxia
talangectásica; imunodeficiências congênitas.
Definição:

• Também podem haver exposição a alguns fatores de risco:


cigarros; benzenos; pesticidas.
• E relação familiar: cânceres de mama em filhas de
mulheres que desenvolveram a doença.


Definição:

• As células que constituem o corpo humano são formadas


por três partes (membrana, citoplasma e núcleo)
• O núcleo contem os cromossomos que por sua vez, são
compostos de genes.Os genes são arquivos que
guardam e fornecem instruções para organização das
estruturas, formas e atividade das células no
organismo.Toda a informação genética encontra-se
inscrita nos genes, numa “memória química “ o DNA.

Definição:

• Uma célula normal pode sofrer alterações e isto é


denominado mutação genética. As células cujo o
material genético foi modificado , sofrem uma perda de
função e multiplicam-se de maneira descontrolada, mais
rapidamente do que as células normais do tecido a sua
volta, invadindo-o. Geralmente tem a capacidade de
formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e
manterão as atividades de crescimento descontrolado.O
acumulo destas células formam os tumores malignos,
invadindo inicialmente os tecidos vizinhos, podendo
chegar ao interior de um vaso sanguíneos ou linfático
e,por meio desses, disseminar , chegando a órgãos
distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as
metástases. As células cancerosas são, geralmente,
menos especializadas nas suas funções do que as suas
correspondentes normais. Por esse motivo, conforme as
células cancerosas vão substituindo as normais , os

 ESTÁGIOS
Estágios:

• O processo de Carcinogênese, ou seja, formação do câncer,


em geral se da lentamente, podendo levar vários anos
para que uma célula cancerosa proliferem dê origem a
um tumor visível. Este processo passa por vários
estágios antes de chegar a um tumor.


 SÃO ELES:
Estágios:

• Estágio de iniciação: é o primeiro estágio da


Carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos
agentes cancerígenos ou carcinógenos que
provocam modificação em algum de seus genes.
Nesta fase as células se encontram geneticamente
alteradas, porem ainda não é possível detectar
clinicamente o tumor. As células encontram-se
“preparadas”, ou seja, iniciadas, para a ação de um
segundo grupo de agentes que atuará no próximo
estágio.

Estágios:

• Estagio de Promoção: é o segundo estágio da


Carcinogênese. Nele as células geneticamente iniciadas
(alteradas) sofrem a ação dos agentes cancerígenos
classificados como oncopromotores. A célula iniciada é
transformada em célula maligna, de forma lenta
gradual. Para que ocorra essa transformação é
necessário um longo e continuado contato com o agente
cancerígeno promotor. A suspensão do contato com
agentes promotores muitas vezes interrompe o processo
nesse estágio. Esse agentes cancerígenos são
demonstrados em alguns tumores como causa e efeito,
seno o mais conhecido, a nicotina do cigarro que
aumenta em 12 vezes as chances de câncer de pulmão.
Em outros tipos de câncer essa relação de causa e
efeito ainda não foi bem definida.por esta razão, as
causas de doenças são ainda um grande objeto de
estudo no campo da oncologia.
Estágios:

• Estágio de Progressão: É o terceiro e ultimo estágio e se


caracteriza pela multiplicação descontrolada e
irreversível das células alteradas. Neste caso o câncer já
está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras
manifestações clínicas da doença.

 PROGNÓSTICO


Prognóstico:

• Os estudos de prognóstico de cada doença tratam as


questões clínicas de modo semelhante aos estudos de
coorte em relação a fatores de risco.
• Realizam-se de modo que grupos de pacientes sejam
escolhidos e acompanhados no tempo para aferição de
seus desfechos clínicos.
• São, assim, sob a óptica do método científico aceito,
experimentos científicos controlados, ou, a rigor, quase-
controlados.
• Estudos de risco usualmente são conduzidos com pessoas
sadias, enquanto fatores prognósticos, condições
associadas com um desfecho da doença — são, por
definição, estudados em pessoas doentes.
• Os fatores associados com um maior risco não são
necessariamente os mesmos que marcam um pior
prognóstico
Prognóstico:

• Quase todos os cânceres são causados por anomalias no


material genético de células transformadas. Estas
anomalias podem ser resultado dos efeitos de
carcinógenos, como o tabagismo, radiação, substâncias
químicas ou agentes infecciosos. Outros tipos de
anormalidades genéticas podem ser adquiridas através
de erros na replicação do DNA, ou são herdadas, e
conseqüentemente presente em todas as células ao
nascimento. As interações complexas entre carcinógenos
e o genoma hospedeiro podem explicar porque somente
alguns desenvolvem câncer após a exposição a um
carcinógeno conhecido. Novos aspectos da genética da
patogênese do câncer, como a metilação do DNA e os
microRNAs estão cada vez mais sendo reconhecidos
como importantes para o processo.

 DESENVOLVIMENTO

Desenvolvimento:

• Muitas funções celulares precisam serem alteradas para


que se origine um tumor.
• corpo humano é todo formado por células que se organizam
em tecidos e órgãos. As células normais se dividem,
amadurecem e morrem, renovando-se a cada ciclo
 O câncer se desenvolve quando células anormais
deixam de seguir esse processo natural, sofrendo mutação
que podem provocar danos em um ou mais genes de uma
única célula.

Desenvolvimento:

• Os genes são segmentos do DNA – siga em inglês para


ácido desoxirribonucléico, o reservatório das moléculas
de informação genética – que controlam as funções
normais das células. Quando danificada, a célula se
divide descontroladamente e produz novas células
anormais. Se falham os sistemas de reparo e
imunológico na tarefa de destruir e limitar essas células
anormais, as novas vão se tornando cada vez mais
anormais, eventualmente produzindo células cancerosas.
• As células cancerosas se dividem mais rapidamente do que
as normais e geralmente são bem desorganizadas. Com
o tempo, podem se empilhar umas sobre as outras,
formando uma massa de tecido chamada tumor. Todo
esse processo, em que uma célula normal se torna um
tumor maligno ou câncer, pode levar muitos anos.
Desenvolvimento:

• O termo “estádio” é usado para descrever a extensão ou a


gravidade do câncer.
 AGENTES
MUTAGENICOS
FÍSICO-QUÍMICOS

Agentes mutagênicos Físico Químicos:

• Agente mutagênico é todo agente físico, químico ou


biológico que, em exposição às células, pode causar
mutação, ou seja, um dano na molécula de DNA que não
é reparado no momento da replicação celular, e é
passado para as gerações seguintes.
• Os agentes mutagênicos podem ser:
• Físicos: radiação ionizante e raios UVC, capazes de destruir
as ligações químicas ente os nucleotídeos (mutações são
mais raras nesses casos, pois a destruição da cadeia de
DNA geralmente provoca a morte celular), e UVB, cujo
espectro é absorvido pelo DNA. Os danos destes agentes
são grandemente amplificados em presença de água e
oxigênio;
• Químicos: inúmeras substâncias ditas cancerígenas, que
atuam danificando ligações químicas, ou mesmo
substituindo nucleotídeos normais por moléculas
análogas. Radicais livres também atuam catalisando
reações químicas danosas ao DNA;
Agentes mutagênicos Físico Químicos:

• Biológicos: ação de vírus e bactérias, que injetam parte de


seu DNA na célula hospedeira, ocasionalmente
integrando-a à cadeia de DNA do hospedeiro. Também
podem haver mutações por falhas de ordem genética.
• Apesar do efeito nocivo às células humanas, vários agentes
mutagênicos são aproveitados pela ciência. Vírus e
bactérias são usados na engenharia genética para a
obtenção de seres transgênicos, atuando como vetores
de genes sintetizados em laboratório a serem injetados
no organismo a ser modificado. Algumas substâncias
mutagênicas são utilizadas na quimioterapia, em
quantidades mínimas, atuando sobre tumores sem
causar grandes danos ao organismo. Da mesma forma,
radiações ionizantes (como raios alfa) também são
empregadas no combate a tumores através da
radioterapia. Outra radiação ionizante, o Raio X é
largamente utilizado na medicina.
Agentes mutagênicos Físico Químicos:

• A lei federal do Brasil, número 11.105 de março de 2005,


afirma claramente que organismo mutagênico não é a
mesma coisa que organismo transgênico. A metagênese
modifica alguns pares de base de um gene existente,
enquanto a transgenia insere milhares de pares de
bases, genes completos que não existiam naquela
espécie, originados de um organismo doador.
• Lei Federal (Brasil) 11.105 Art. 4o Esta Lei não se aplica
quando a modificação genética for obtida por meio das
seguintes técnicas, desde que não impliquem a
utilização de OGM como receptor ou doador: I –
metagênese; II – formação e utilização de células
somáticas de hibridoma animal; III – fusão celular,
inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que
possa ser produzida mediante métodos tradicionais de
cultivo; IV – autoclonagem de organismos não-
patogênicos que se processe de maneira natural.
• Clique Aqui se precisar de apoio
 DISSEMINAÇÃO DO
TUMOR

Disseminação do Tumor:

• Uma característica dos tumores malignos é a possibilidade


de disseminação, de provocar metástases. Há quatro
formas tradicionais do câncer se espalhar:

a. Via direta: quando o câncer cresce e invade estruturas


vizinhas. No caso de câncer da mama, o tumor pode
invadir a pele ou o músculo peitoral por crescimento
direto.

b. Via linfática: quando células tumorais são levadas


pelos vasos linfáticos até linfonodos próximos. Em câncer
da mama as cadeias de linfonodos mais importantes são
as da axila, da mamaria interna e da fossa supra
clavicular (Fig. 10-1).
Disseminação do Tumor:

• c. Via hematogênica: quando células tumorais são levadas


pelo sangue para outros lugares do corpo, distantes do
local primário do tumor. A metástase hematogênica é
comum em câncer da mama e os lugares mais
freqüentes de disseminação são ossos, pulmões,
cérebro, fígado. Há quem ache que o câncer da mama
seja uma doença sistêmica, tamanha a freqüência com
que esta disseminação ocorre: 75% das pacientes com
câncer inicial localizado e linfonodos axilares positivos
vão acabar tendo disseminação hematogênica e morrer
da doença.
Disseminação do Tumor:

• d. Por implante: quando a célula tumoral é levada ou


deixada em algum lugar próximo ao tumor primário. For
exemplo, é comum a metástase por implante em câncer
do ovário, onde células do tumor podem espalhar-se
dentro do abdômen. Outro exemplo comum de
metástase por implante é via liquor, nos tumores
malignos do cérebro. No caso de câncer da mama, a
metástase por implante ocorre quando o cirurgião, por
acaso, contamina o leito operatório, deixando células
que se podem implantar, por exemplo, na cicatriz. Não é
raro haver casos de câncer da mama operados, que
acabam tendo uma recidiva localizada em algum lugar
da cicatriz, meses após a cirurgia radical. Isto pode
ocorrer se não forem tomados os cuidados ligados a toda
cirurgia ontológica, uma vez que sempre é possível
ocorrer o implante em casos de câncer.
Disseminação do Tumor:

• Os procedimentos terapêuticos em câncer da mama têm de


estar atentos a essas formas de disseminação. Todas
podem ocorrer. Algumas metástases ou recidivas podem
ocorrer depois de 10 anos ou mais, o que é incomum em
outros tipos de tumores malignos. Esta característica faz
com que resultados em câncer da mama só possam ser
avaliados e comparados depois de longos seguimentos
(10 anos ou mais).
• Em câncer da mama, mulheres com metástases
hematogênica não têm mais cura, mas podem viver por
vários anos e com excelente qualidade de vida se bem
tratada.

 MUTAÇÕES

Mutações:

• MUTAÇÕES GÊNICAS
• Uma mutação é definida como qualquer alteração
permanente do DNA. Pode ocorrer em qualquer célula,
tanto em células da linhagem germinativa como em
células somáticas. As mutações envolvem Mutações
Cromossômicas (quebra ou rearranjo dos cromossomos)
e Mutações Gênicas.
• Substituição de Nucleotídeos
A substituição de um único nucleotídeo ( ou mutação de
ponto ) numa seqüência de DNA pode alterar o código de
uma trinca de bases e levar à substituição de uma trinca
de bases por outra.
• Mutações de Sentido Trocado
Alteram o "sentido" do filamento codificador do gene ao
especificar um aminoácido diferente.
• Mutações Sem Sentido
Normalmente a tradução do RNAm cessa quando um
códon finalizador ( UAA, UAG e UGA) é alcançado. Uma
mutação que gera um dos códons de parada é
denominada mutação sem sentido.
Mutações:

• Mutações no Processamento do RNAm


O mecanismo normal pelo qual os íntrons são excisados
do RNA não processado e os éxons unidos para formar
um RNAm maduro depende de determinadas seqüência
de nucleotídeos localizadas nos sítio aceptor
(intron/exon) e no sítio doador (exon/intron) . As
mutações podem afetar as bases necessárias no sítio
doador ou aceptor da emenda, interferindo na emenda
normal do RNA naquele sítio ou podem envolverem
substituições de bases dos íntrons, podendo criar sítios
doadores ou aceptores alternativos que competem com
os normais durante o processamento do RNA.
• Deleções e Inserções
Causadas pela inserção ou deleção de um ou mais pares
de bases. Deleção e Inserção de Códons
Quando o número de bases envolvidas não é múltiplo de
três, a mutação altera a leitura da tradução a partir do
ponto de mutação resultando numa uma proteína com
sequência de aminoácidos diferentes.


Mutações:

• Quando o número de bases envolvidas é múltiplo de três, a


mutação resulta numa proteína com a adição ou falta de
aminoácidos.
• Quando ocorre a inserção de elementos repetitivos há o
interrompimento das seqüencias codantes
• Mutações em Seqüências Promotoras
Envolvem mutações nas seqüências promotoras CAT e
TATA box.


 ALTERAÇÕES
EPIGENÉTICAS
Alterações Epigenéticas:

• são as alterações da cromatina e do DNA que são estáveis


nas divisões celulares e não alteram a seqüência de
nucleotídeos. Alguns de seus mecanismos são a
metilação do DNA e a modificação de histonas.
• Nos processos de oncogênese, existe uma grande
influência dos mecanismos epigenéticos, os quais
parecem ser importantes por alterarem a expressão de
genes chave na oncogênese. Atualmente se questiona
quais eventos seriam os primeiros a ocorrer no
desenvolvimento de um tumor, já que várias etapas são
necessárias até a formação de uma célula maligna, e
alterações epigenéticas são presenciadas em
praticamente todos os tumores conhecidos.
• Há possibilidade de que o mecanismo deflagrador do
desenvolvimento
 de um câncer seja uma mutação epigenética, que
causaria uma instabilidade do genoma permitindo outras
Alterações Epigenéticas:

• Metilação do DNA: é a adição de um grupo metil à citosina.


Esse processo é feito pelas metiltransferases do DNA
(DNMT) que adicionam o grupo metil ao carbono 5 da
citosina, gerando a 5-metilcitosina. Ocorre quase que
exclusivamente nas repetições de C ao lado de G, que
muito freqüentemente formam as chamadas ilhas CpG.
Alterações Epigenéticas:

• Ilhas CpG: São regiões ricas em citosina e guanina


(geralmente acima de 50% dos nucleotídeos da região),
diferenciando-se do resto do genoma. Genes que são
grandemente expressados têm ilhas CpG associadas que
ficam localizadas quase sempre na ponta 5’ do gene,
geralmente na região do promotor e, algumas vezes, se
estendendo ao primeiro exon.
• Entretanto, nos genes com padrão de expressão restrito, a
ilha CpG associada está localizada abaixo do sítio de
iniciação da transcrição. Recebem este nome porque,
embora tenham tendência à metilação, são normalmente
protegidas deste evento.
Alterações Epigenéticas:

• Exemplos de genes com alterações epigenéticas


relacionadas a câncer. H19/IGF2: Nesse caso, existe a
ocorrência de perda de imprinting.
• Acredita-se que o H19 seja um gene supressor de tumor.
Somente o seu alelo materno costuma ser expresso. Já o
IGF2 codifica um fator de crescimento e só é expressa a
sua cópia paterna .
• O silenciamento do H19 materno por hipermetilação, induz
a ocorrência de transcrição mais abaixo no mesmo
cromossomo, levando a uma expressão bialélica do gene
IGF2.
• IGF2: Em células normais, um dos alelos do gene IGF2 está
sempre silenciado por metilação. Em casos em que não
ocorre o silenciamento de um dos alelos, o IGF2 passa a
sofrer transcrição exagerada, levando a uma produção
aumentada desse potente fator de crescimento.
• A hipometilação do IGF2 é encontrada no epitélio
aparentemente normal de pacientes portadores de
tumores colorretais e pode ser associada a risco
aumentado de desenvolver esse tipo de câncer, além de
Alterações Epigenéticas:

• P16ink4A: é um gene supressor de tumor cujo


silenciamento por hipermetilação pode estar presente
em tumores de pulmão. A perda de função do P16ink4A
parece facilitar a oncogênese por permitir o surgimento
de instabilidade genômica, que pode resultar no
silenciamento de outros genes supressores de tumor.
• Outros exemplos do papel do silenciamento epigenético de
genes da oncogênese referem-se a genes supressores de
tumor clássicos.
• Mutações desses genes em linhagens germinativas
resultam em formas familiares de câncer. No
silenciamento epigenético desses genes, surgem casos
de tumores não familiares de comportamento
semelhante aos da forma familiar. Podem ser citados os
genes VHL (câncer renal), APC, (câncer de cólon) e
BRCA1 (câncer de mama).
Alterações Epigenéticas:

• SIRT 1: SIRT1 é uma proteína de múltiplas funções sensível


ao estresse. É um membro do grupo das histonas
desacetilases de classe 3. A atividade desacetilase da
SIRT1 pode modificar em nível de pós tradução a
atividade da p53, reduzindo a sua atividade de fator de
transcrição.
Alterações Epigenéticas:

• A resposta tecidual normal ao estresse e a lesão é


transitória e deve coordenar renovação celular, reparo
tecidual e apoptose. A resposta apoptótica depende de
um checkpoint mediado pela p53 para evitar
sobrevivência celular após exposição a citocinas e
aumento de espécies reativas de oxigênio que podem
causar dano ao DNA. Essa resposta normal à inflamação
aguda usa um circuito de feedback para modular a
resistência ao estresse, permitindo que ocorra a
repopulação adequada de células. Uma sobrevida celular
anormalmente longa durante exposição crônica a tal
estresse pode ser o evento primordial na expansão
clonal que promove risco de tumor no cólon.
Estimativa de
Cânceres entre os
anos 2010 e 2011.
Estimativa de Cânceres entre 2010 e 2011 segundo
o Instituto Nacional de Câncer (INCA):

• Brasil terá quase meio milhão de novos casos de


câncer em 2010 O país terá 489.270 novos casos de
câncer em 2010: quase 500 mil. Os cânceres mais
comuns em todas as regiões do Brasil serão o de pele
não melanoma, próstata e mama feminina. As
informações fazem parte da Estimativa 2010: Incidência
de Câncer no Brasil, produzida pelo Instituto Nacional de
Câncer (INCA) uma vez a cada dois anos.
• A Estimativa é a principal ferramenta de planejamento e
gestão da saúde pública na área oncológica. Fornece as
informações necessárias para a elaboração das políticas
públicas de saúde voltadas para o atendimento da
população. A Estimativa do ano de 2010 valerá também
para o ano de 2011.



FISIOPATOLOGIA
DO CÂNCER
Fisiopatologia do Câncer:

• O objetivo é abordar de forma sintética as alterações


morfológicas e funcionais apresentadas pelas células dos
tumores malignos. Para tanto, com o propósito de
facilitar a compreensão dessas alterações, assinalam-se
alguns postulados referentes ao comportamento
biológico das células normais.
• As células normais de todo organismo vivo coexistem em
perfeita harmonia citológica, histológica e funcional,
harmonia esta orientada no sentido da manutenção da
vida. De acordo com suas características morfológicas e
funcionais, determinadas pelos seus próprios códigos
genéticos, e com sua especificidade, as células estão
agrupadas em tecidos, os quais formam os órgãos.
Fisiopatologia do Câncer:

• É certo que fatores de crescimento e hormônios, de alguma


forma, estimulam as células para se dividir. Entretanto,
eles não têm valor nutriente para as células nem
desempenham um papel conhecido no metabolismo.
Presumivelmente, apenas sua capacidade de ligar-se a
receptores específicos de superfície celular os capacita a
controlar os processos celulares.
• O mecanismo de controle do crescimento celular parece
estar na dependência de fatores estimulantes e
inibidores, e, normalmente, ele estaria em equilíbrio até
o surgimento de um estímulo de crescimento efetivo,
sem ativação do mecanismo inibidor.
• Tal estímulo ocorre quando há exigências especiais como,
por exemplo, para reparo de uma alteração tissular. As
células sobreviventes se multiplicam até que o tecido se
recomponha e, a partir daí, quando ficam em íntimo
contato umas com as outras, o processo é paralisado
(inibição por contato).
• Em algumas ocasiões, entretanto, ocorre uma ruptura dos
mecanismos reguladores da multiplicação celular e, sem
que seja necessário ao tecido, uma célula começa a
crescer e dividir-se desordenadamente. Pode resultar daí
um clone de células descendentes, herdeiras dessa
propensão ao crescimento e divisão anômalos,
insensíveis aos mecanismos reguladores normais, que
resulta na formação do que se chama tumor ou
neoplasia, que pode ser benigna ou maligna.

 NOMENCLATURA


Nomenclatura:

• A designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e


histopatologia. Sua nomenclatura depende do tecido que
lhes deu origem.
• Lembre-se embrião tridérmico, do qual derivam todos os
tecidos do corpo humano.



• INCA
 TUMOR BENIGNO
OU MALIGNO
Tumor Benigno ou Maligno:

 Tumor benigno
• O tumor benigno pode apresentar mais de uma linhagem celular e,
neste caso, recebe via de regra o nome dos tecidos que o
compõem, acrescido do sufixo “oma”.

• Exemplos:
• - Tumor benigno do tecido cartilaginoso – condroma.
• - Tumor benigno do tecido gorduroso – lipoma.
• - Tumor benigno do tecido glandular – adenoma.

• Algumas vezes diferenciar os tumores não é fácil e, nestes casos,
adotamos o nome de tumores limítrofes ou bordeline. Os critérios
que permitem estabelecer com segurança o diagnóstico são, na
maioria dos casos, morfológicos:

• Uma característica marcante é o fato de normalmente não haver
metástase.

Tumor Benigno ou Maligno:

 Tumor Maligno

• Pode-se dizer que no tumor benigno, as células ficam como
que envolvidas por uma membrana que impede que elas
se desenvolvam e espalhem tanto; ao contrário do
maligno que pode, por exemplo, começar no estômago e
espalhar-se por todo o sistema digestório ou qualquer
outra parte do corpo em pouco tempo. Os tratamentos
existentes hoje são quimioterapia (remédios injetados na
veia ou via oral), radioterapia (destruição das células
cancerígenas por meio da radiação), cirurgia (retira-se
parte ou todo o órgão atingido) e a imunoterapia (o
paciente é estimulado artificialmente a produzir
anticorpos e citocinas).
EXCEÇÕES NA
NOMENCLATURA
EXCEÇÕES NA NOMENCLATURA:

• A dificuldade de enquadrar todos os tumores nessa


classificação simplificada, assim como a consagração
pelo uso de alguns termos diferentes daqueles que
seriam esperados segundo as regras, acabaram por
determinar as exceções da nomenclatura.
• Vários critérios que fogem às regras antes descritas são
utilizados:




• Para melhor compreensão, clique aqui
 ONCOGÊNESE
Oncogênese:

• O organismo humano encontra-se exposto a múltiplos


fatores carcinogênicos, com efeitos aditivos ou
multiplicativos. Sabe-se que a predisposição individual
tem um papel decisivo na resposta final, porém não é
possível definir em que grau ela influencia a relação
entre a dose e o tempo de exposição ao carcinógeno e a
resposta individual à exposição.
• Independentemente da exposição a carcinógenos, as
células sofrem processos de mutação espontânea, que
não alteram o desenvolvimento normal da população
celular como um todo.
• Estes fenômenos incluem danos oxidativos, erros de ação
das polimerases e das recombinases e redução e
reordenamento cromossômico. Há também que se
considerar a vigilância imunológica como mecanismo de
correção ou exclusão das células mutantes.
Oncogênese:
• Os fenômenos de mutação espontânea podem condicionar
uma maior ou menor instabilidade genômica, que pode
ser crucial nos processos iniciais da Carcinogênese,
como conseqüência de aneuploidia e amplificações
genéticas.
• Em síntese, a carcinogênese pode iniciar-se de forma
espontânea ou ser provocada pela ação de agentes
carcinogênicos (químicos, físicos ou biológicos). Em
ambos os casos, verifica-se a indução de alterações
mutagênicas e não-mutagênicas ou epigenéticas nas
células.
• A incidência, a distribuição geográfica e o comportamento
de tipos específicos de cânceres estão relacionados a
múltiplos fatores, incluindo sexo, idade, raça,
predisposição genética e exposição a carcinógenos
ambientais. Destes fatores, os ambientais são,
provavelmente, os mais importantes. Os carcinógenos
químicos (particularmente aqueles presentes no tabaco e
Oncogênese:

• Certos vírus de ADN do grupo herpes e papiloma, bem


como vírus de ácido ribonucléico (ARN) do tipo C, foram
também implicados como agentes produtores de câncer
em animais, podendo ser igualmente responsáveis por
alguns cânceres no homem.
• O tempo para a carcinogênese ser completada é
indeterminável, podendo ser necessários muitos anos
para que se verifique o aparecimento do tumor.
Teoricamente, a carcinogênese pode ser interrompida em
qualquer uma das etapas, se o organismo for capaz de
reprimir a proliferação celular e de reparar o dano
causado ao genoma.
• A figura 29 busca sintetizar as diversas etapas da
carcinogênese.

 BIOLOGIA TUMORAL

Biologia Tumoral
• Biologia dos tumores. Neoplasma. Componentes básicos.
Biologia do crescimento tumoral. Diferenciação x
Anaplasia. Taxas de crescimento. Metástase.
• Biologia do Tumor. Iniciação. Promoção. Progressão. Os
principais alvos da lesão genética.
• Neoplasma é uma massa anormal de tecido, cujo
crescimento ultrapassa e não é coordenado com o dos
tecidos normais.
• Anaplasia é a ausência ou perda da diferenciação
observada geralmente nas células ... Anaplasia é
considerada um marco da transformação maligna.


 CRESCIMENTO
TECIDUAL
Crescimento Tecidual:
Crescimento Tecidual:

• Quando um tumor maligno alcança cerca de 1 cm de


diâmetro, torna-se detectável pelos métodos
diagnósticos disponíveis e contém cerca de 109 células.
Acredita-se que é necessário um longo período de tempo
para o tumor alcançar este tamanho, talvez alguns anos.
Ele apresenta tempos diferentes de duplicação em
momentos diferentes de sua história natural e, em
alguns deles, bem antes desta detecção provavelmente
já ocorreu a metastatização hematogênica.
Crescimento Tecidual:
Crescimento Tecidual:

• Com a habilidade que as células tem de se agruparem para


formarem órgãos e tecidos, com o acumulo destas
células doentes, surge o crescimento tecidual canceroso.


 RELAÇÃO TUMOR
HOSPEDEIRO
Relação Tumor Hospedeiro:

• Os tumores malignos apresentam duas propriedades


peculiares: invasão dos tecidos circunvizinhos e
comprometimento a distância (metástase).
• A metástase é definida como o comprometimento a
distância por uma parte do tumor que não guarda
relação direta com o foco primário. A disseminação
tumoral é um processo complexo e não de todo
esclarecido, que pode ser dividido em cinco etapas:

• 1) invasão e infiltração de tecidos subjacentes por células
tumorais, dada a permeação de pequenos vasos
linfáticos e sangüíneos;
• 2) liberação na circulação de células neoplásicas, tanto
isoladas como na forma de pequenos êmbolos;
• 3) sobrevivência dessas células na circulação; 4) sua
retenção nos leitos capilares de órgãos distantes; 5) seu
extravasamento dos vasos linfáticos ou sangüíneos,
Relação Tumor Hospedeiro:

• Ao longo de todo esse processo, fatores mecânicos e


imunológicos devem ser superados para que as células
neoplásicas consigam implantar-se em um novo órgão e
terem crescimento autônomo em relação ao tumor
primário.
Relação Tumor Hospedeiro:

• As vias pelas quais o tumor dissemina são:


• transcavitária, linfática e sangüínea.

 • Disseminação transcavitária - As metástases


transcavitárias (ou transcelômicas) ocorrem quando células
de um tumor maligno penetram alguma cavidade corporal
e aí crescem e disseminam-se. Na prática, as cavidades
mais afetadas são a peritoneal e a pleural, porém a
pericárdica, subaracnóidea e articular podem também ser
atingidas.
Relação Tumor Hospedeiro:


•Disseminação linfática - As metástases linfáticas são
geralmente o padrão inicial de disseminação das neoplasias
de origem epitelial, podendo ser utilizada por outros tipos
de tumor.
 Elas seguem a drenagem linfática normal da área do
tumor primário, ocupando os linfonodos mais próximos e
que recebem maior número de vasos linfáticos aferentes.
Exemplo disto é a disseminação linfática do câncer de
pulmão, que invade inicialmente os linfonodos mediastinais
e, em seqüência, os supraclaviculares e cervicais.O mesmo
se verifica com o câncer de mama, que invade inicialmente
os linfonodos axilares homolaterais, só posteriormente
estendo-se aos de outras cadeias linfáticas
supraclaviculares, infraclaviculares, cervicais, mediastinais
e axilar contralateral.
 Por um tempo não determinado, é possível que os
linfonodos consigam impedir a disseminação das células
tumorais, pois, chegando aos linfonodos, elas entram em
contato com células do sistema imunológico e, então,
podem ser destruídas. De outra forma, se resistirem e
Relação Tumor Hospedeiro:

 • Disseminação sangüínea - As metástases por via


hematogênica têm seu início quando células tumorais
invadem os vasos sangüíneos. As veias e vênulas, por
possuírem paredes mais frágeis, são mais facilmente
penetradas do que artérias e arteríolas. As metástases
por via arterial podem ocorrer, por exemplo, quando
células metastáticas cruzam o leito capilar pulmonar,
quando atravessam comunicações arteriovenosas ou
quando as próprias metástases pulmonares funcionam
como foco de novas células tumorais capazes de
metastatizar.
Relação Tumor Hospedeiro:

• Em todo o organismo, os órgãos que mais são


comprometidos por esse tipo de disseminação são,
obviamente, os mais vascularizados: pulmão e fígado,
em parte por receberem, respectivamente, grande
volume de sangue procedente das circulações cava e
porta, ossos e cérebro.
 LESÕES
CONTROLADAS E
PRÉ-NEOPLÁSICAS.
Lesões Controladas e Pré-neoplásicas:

• No organismo, verificam-se formas de crescimento celular


controladas e não controladas. A hiperplasia, a
metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento
controlado, enquanto que as neoplasias correspondem
às formas de crescimento não controladas e são
denominadas, na prática, de "tumores". A primeira
dificuldade que se enfrenta no estudo das neoplasias é a
sua definição, pois ela se baseia na morfologia e na
biologia do processo tumoral. Com a evolução do
conhecimento, modifica-se a definição. A mais aceita
atualmente é: "Neoplasia é uma proliferação anormal do
tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do
organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com
efeitos agressivos sobre o hospedeiro" (Pérez-Tamayo,
1987; Robbins, 1984).

Quando o tumor se dá por crescimento do número de


CONCLUSÃO:
• O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de
câncer, em geral se dá lentamente, podendo levar vários
anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê
origem a um tumor visível. Esse processo passa por
vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles:

Estágio de iniciação
É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células
sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou
carcinógenos que provocam modificações em alguns de
seus genes. Nesta fase as células se encontram,
geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se
detectar um tumor clinicamente. Encontram-se
"preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um
segundo grupo de agentes que atuará no próximo
estágio.
Conclusão:

• Estágio de promoção

• É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células


geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o
efeito dos agentes cancerígenos classificados como
oncopromotores. A célula iniciada é transformada em
célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra
essa transformação, é necessário um longo e continuado
contato com o agente cancerígeno promotor. A
suspensão do contato com agentes promotores muitas
vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns
componentes da alimentação e a exposição excessiva e
prolongada a hormônios são exemplos de fatores que
promovem a transformação de células iniciadas em
malignas.
Conclusão:

• Estágio de progressão

• É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela


multiplicação descontrolada e irreversível das células
alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado,
evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações
clínicas da doença.

Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da


carcinogênese são chamados agentes onco aceleradores
ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno
completo, pois possui componentes que atuam nos três
estágios da carcinogênese.


BIBLIOGRAFIA:
• Pérez-Tamayo, 1987; Robbins, 1984 :
• INCA – Instituto Nacional Do Câncer (artigos em PDF na
internet):
• SIMMONS – Genética, cap. 14
• ABBAS, A. K. et al. Cellular and molecular immunology.
2nd. Philadelphia: W. B. Saunders
• Co., 1994. p. 356-375.
• DEVITA Jr, Vincent T.; Hellman, Samuel; Rosenberg, Steven A.
Cancer: principles and practice
• of oncology. 7. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins,
2005. 3120 p.
• INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Controle do
câncer: uma proposta de integração
• ensino-serviço. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: INCA, 1999. 304p.
 Muito obrigado.

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