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CISAM – UPE
Recife – PE
2021
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE
REITOR Prof. Dr. Pedro Henrique Falcão
VICE-REITORA Profa. Dra. Socorro Cavalcanti
ISBN: 978-65-86413-36-6
Mensagem de Agradecimento:
A elaboração deste protocolo não teria sido possível sem a colaboração, estímulo e empenho de diversas pessoas.
Gostaríamos de expressar nossa gratidão e apreço a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para
que esta tarefa se tornasse possível. A todos quero manifestar os nossos sinceros agradecimentos.
Edição Geral:
Hélio de Lima Ferreira Fernandes Costa 1
Simone Angélica Leite de Carvalho Silva 2
Lizia de Moraes Siqueira Peixoto 3
Legenda:
1
Docente da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Pernambuco
2
Médico(a) assistente do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros - CISAM
3
Médico (a) Residente em Ginecologia e Obstetrícia do CISAM
4
Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
ÍNDICE
# OBSTETRÍCIA:
Assistência Pré-natal de Risco Habitual 7
Abortamentos (tipos) 14
Indução do parto (protocolo da FIGO e diferentes métodos) 15
ANTEPARTO
Gravidez ectópica 18
Doença trofoblástica gestacional 20
Incompetência ístmocervical e colo curto 24
Prematuridade:
• Trabalho de parto prematuro 25
• Rotura prematura das membranas 27
• Antibioticoterapia Profilática no Intraparto 28
• Neuroproteção fetal com MgSO4 29
TRABALHO DE
Sofrimento fetal:
PARTO E PARTO
• Cardiotocografia 30
• Restrição de crescimento intra-uterino assimétrico 32
Gemelaridade 34
Assistência ao parto vaginal 36
Indicações de cesárea baseadas em evidências 39
Cefaléia pós-raquianestesia 42
Infecções puerperais: 43
• Mastite e abcesso mamário 43
• Infecções de ferida operatória e de episiorrafia 43
PUERPÉRIO
Endometrite 44
Corioaminionite 45
Tromboflebite pélvica séptica 46
Sepse e choque séptico 47
Placenta prévia e acretismo placentário 49
Descolamento Prematuro da Placenta 51
Hemorragia pós-parto 52
Transfusão e hemorragia pós-parto 53
COMPLICAÇÕES Protocolo de hemotransfusão maciça 54
OBSTÉTRICAS Indicações gerais de uso de hemocomponentes 56
Indicações de uso de hemocomponentes em pacientes com 60
patologias ginecológicas
Ferroterapia 61
CIVD 62
Hiperêmese gravídica 63
Diabetes e cetoacidose diabética 64
D. pulmonares (Asma, PNM, EAP) 71
D. cardiovasculares:
• Endocardite bacteriana e IAM 74
• PCR 75
• HASC e HASG 78
COMPLICAÇÕES • Pré-Eclâmpsia e Eclâmpsia 79
CLÍNICAS NA • HELLP 84
GRAVIDEZ Tromboembolismos 85
Trombofilias - SAAF 87
D. neurológicas (Estado de mal epiléptico) 90
D. psiquiátricas (Humor, Depressão, Sintoma Psicótico e Agitação) 91
D. urinárias (Pielonefrite) 93
HIV 94
Sífilis 97
Usuárias de Drogas Ilícitas 99
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# GINECOLOGIA:
Atendimento Médico às Vítimas de Violência Sexual 101
Contracepção 104
• Contraceptivos hormonais combinados 105
• Contraceptivos hormonais só de progesterona 110
• Contraceptivos intrauterinos 113
• Manejo dos efeitos adversos dos contraceptivos hormonais 120
• Contracepção de emergência 122
• Interação medicamentosa 123
• Como trocar MAC 126
Tumores das glândulas de Bartholin 128
Corrimento vaginal 130
Doença inflamatória pélvica 136
Sangramento Uterino Anormal 140
GINECOLOGIA
Sangramento uterino grave e/ou prolongado 144
GERAL
Miomas uterinos 148
Pólipos cervicais 151
Pólipos endometriais 151
Hiperplasias endometriais 152
Neoplasia de endométrio – rastreio e diagnóstico precoce 153
Endometriose pélvica 154
Massas anexiais 160
Abdome agudo em ginecologia – abordagem diagnóstica 165
Patologia cervical 168
• Patologia do colo uterino e vagina 169
• Patologia vulvar 173
• Patologia anal 175
• Vacinação contra HPV 177
Amenorréia 178
Síndrome dos ovários policísticos 187
ENDOCRINOLOGIA
Atendimento aos homens transgênero 197
REPRODUTIVA
Propedêutica reprodutiva e tratamento de baixa complexidade 198
Climatério 201
Incontinência urinária 208
• Incontinência urinária de esforço 208
UROGINECOLOGIA • Bexiga hiperativa 210
• Incontinência urinária mista 212
Prolapso dos órgãos pélvicos 215
Cuidados pré-operatórios em ginecologia 221
Manejo das doenças crônicas no perioperatório 224
Cuidados pós-operatórios 228
CIRURGIA Tromboprofilaxia em cirurgia ginecológica 231
GINECOLÓGICA Endoscopia Ginecológica: 234
• Histeroscopia diagnóstica 234
• Histeroscopia cirúrgica 236
Videolaparoscopia Ginecológica 239
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# AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL:
OBJETIVOS: identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar uma futura gestação
CONDUTA: anamnese e exame físico e ginecológico, além de exames laboratoriais e orientações.
• História clínica: DM pré-gestacional, HAS, cardiopatias, distúrbios da tireoide e infecções, incluindo as IST,
uso de medicamentos, hábito de fumar e uso de álcool e drogas ilícitas.
• História familiar: doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes.
• História obstétrica: paridade e tipo de parto, nº de partos pré-termo, intervalo entre os partos, peso ao
nascimento e complicações das gestações anteriores, como abortamento, perdas fetais e hemorragias e
malformações congênitas.
• Exame físico: PA, peso, altura e IMC.
• Exame clínico das mamas (ECM) e do exame preventivo do câncer do colo do útero (1x/ano e, após 2
exames normais, a cada 3 anos, principalmente de 25 a 64 anos)
• Administração preventiva de ácido fólico: 5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes da concepção
• Registro sistemático das datas das menstruações e intervalo entre as gestações de ≥ 2 anos.
• Vacinação: tomar vacina tríplice viral, caso não seja imune, engravidar após 3 meses.
# DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ:
• Teste Imunológico de Gravidez (TIG): > 10 dias de atraso menstrual, detecta hCG na urina
• Dosagem sérica do β-hCG: 8-11 dias pós-concepção e > 3-5 dias de atraso menstrual
• Sinais de certeza:
- Batimentos cardíacos fetais (BCF) no Sonar > 12 semanas ou Pinard > 20 semanas
- Percepção dos movimentos fetais com 18 a 20 semanas
- Ultrassonografia: saco gestacional na USG TV 4-5 semanas e a BCE com 6 semanas.
# CÁLCULO DA DPP: DUM + 280 dias ou 40 semanas ou Regra de Näegele + 7 DIAS e 9 MESES. Se os dias somados
forem maiores que os dias do mês, passe para o mês seguinte, e adicione 1 ao mês.
Quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário encaminhar a gestante para a maternidade para avaliação
do bem-estar fetal, avaliação do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal.
Não existe alta do pré-natal. O pré-natal é finalizado com parto, e posteriormente, a consulta puerperal.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Orientações:
1º. Orientação sobre a atualização situação vacinal e atendimento odontológico.
2º. Prescrever sulfato ferroso 200mg/dia (40mg Fe elementar/dia) e ácido fólico 400mcg/dia;
3º. Orientação sobre as consultas subsequentes, as visitas domiciliares e as atividades educativas.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Orientações:
1º. Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico e resultados de exames;
2º. Prescrever sulfato ferroso 200mg/dia (40mg de ferro elementar/dia);
3º. Orientação sobre a atualização situação vacinal e atendimento odontológico.
4º. Incentive o aleitamento materno exclusivo até os seis meses;
5º. Oriente a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso;
6º. Orientação sobre as consultas subsequentes, as visitas domiciliares e as atividades educativas.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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#VACINAÇÃO:
Vacina 1ª dose 2ª dose 3ª dose Reforço
Vacina dupla bacteriana adulto – precoce em não 30-60dias após a 30-60dias após a 5-10 anos após a
dT (difteria e tétano) vacinadas ou >10anos 1ª dose 2ª dose data da última dose
Vacina tripla bacteriana adulto –
uma dose de 20 semanas até 36 semanas por gestação
DTPa (difteria e tétano)
Vacina contra a influenza uma dose no período da campanha anual
após o 1º trimestre de 30 dias após a 180 dias após a 5 anos após a data
Vacina contra a hepatite B
gestação 1ª dose 1ª dose da última dose
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#ORIENTAÇÕES GERAIS:
• Aparecimento de estrias: O fator genético é uma variável importante, oriente evitar o ganho excessivo de
peso e manter a hidratação sistêmica adequada com creme ou óleo hidratantes.
• Tintura para cabelo e escova progressiva: contraindicados durante a gravidez, pela presença de amônia e
benzeno, que podem alterar alguns setores do organismo materno, como a tireoide e o SNC, se absorvidos
pelo couro cabeludo. Após o 1º trimestre, estão liberadas colorações que não contenham chumbo ou amônia.
Mechas, luzes e o uso de hena estão liberadas após a 1ª metade da gestação.
• Varizes: repouso com as pernas elevadas ao longo do período de vigília. Recomenda-se o uso de meias elásticas
de média compressão, vestindo-as ao acordar, antes de levantar da cama.
• Cloasma: evitar a exposição solar de 10-16 horas, usar cremes fotoprotetores (fator de proteção solar, FPS
30 a 35, reaplicado pelo menos 3x/dia, mesmo sem exposição ao sol), chapéu, sombrinha.
• Dentes e gengivas: estimular a escovação e o uso do fio dental, além de orientar a possibilidade de hipertrofia
gengival (épulis) e a facilidade de sangramento gengival. Se houver necessidade, deve ser avaliada por
um dentista e, se preciso realizar algum procedimento, recomendar a utilização de anestésico local sem
vasoconstritor e exames radiológicos, com proteção do avental de chumbo.
• Exercícios físicos: são seguros. Os exercícios mais aconselhados são caminhada, natação, hidroginástica, ioga
e alongamento. Devem ser evitados exercícios como a musculação por flexão de coluna e por impacto. A OMS
recomenda a prática de exercícios moderados, por 30 minutos/dia.
• Amamentação: deve-se investir na parte pedagógica do valor da amamentação em todos os sentidos, entre
outros, os aspectos nutricionais e de relacionamento com o recém-nascido. Depois que a gestante compreender
a importância da amamentação, ficará mais fácil aceitar as medidas de preparo das mamas para o aleitamento:
exposição diária das mamas à luz solar ou à luz artificial de 40 watts (por 20 minutos/dia, à distância de 20 cm).
Atenção também para mamilo invertido ou plano. Nesses casos, estão indicados os exercícios de Hoffman
para forçar a extrusão mamilar. Evitar amamentar durante a gravidez e usar óleos, cremes ou pomadas na
região aréolo-mamilar.
• Viagens: As viagens terrestres estão permitidas (incluindo a direção de veículos), desde que com a movimentação
frequente dos membros inferiores para evitar a formação de trombos.Deve-se incentivar a gestante a usar
sempre o cinto de segurança de quatro pontos. Não há restrição de viagens aéreas até a 34a semana de
gravidez.
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ABORTAMENTOS
# AMEAÇA DE ABORTAMENTO:
EXAMES: USG endovaginal
CONDUTA: Sintomáticos ± Progesterona micronizada 200mg, VV, 2x/dia, ≤ 10 sem (se insuf lútea?)
# ABORTAMENTO COMPLETO:
EXAMES: USG endovaginal (se necessária) + Classificação sanguínea (se necessária)
CONDUTA: Orientação e Sintomáticos
# ABORTAMENTO INCOMPLETO:
EXAMES: USG endovaginal (se necessário) + Classificação sanguínea (se necessário)
CONDUTA:
IG Colo ECO endom Conduta
< 15mm Expectante: repetir USG TV em 4sem
fechado < 9 sem: Misoprostol 600mcg VV dose única
< 12 sem ≥ 15mm
≥ 9 sem: AMIU + ATBprofilaxia*
aberto --- AMIU + ATBprofilaxia*
≥ 12 sem --- --- Cureta
# ABORTAMENTO INEVITÁVEL:
EXAMES: USG endovaginal (se necessário) + Classificação sanguínea (se necessário)
CONDUTA: Se ≤ 12 semanas: AMIU + Doxiciclina 200mg VO dose única, antes do procedimento
Se > 12 semanas: vide conduta de aborto retido em tabela FIGO
# ABORTAMENTO INFECTADO:
EXAMES: USG endovaginal (se necessário) + Classificação sanguínea (se necessário)
CONDUTA:
• Antibioticoterapia sem sepse:
Clindamicina 900mg (SF0,9% 100ml) EV 8/8h + Gentamicina 240mg (SF0,9% 100ml) EV 1x/dia
• Antibioticoterapia com sepse:
Esquema sem sepse + Ampicilina 01g EV 6/6h
• Curetagem uterina após início da antibioticoterapia
- Suspender ATB 48h após ausência da última evidência clínico-laboratorial de infecção
- Alta hospitalar após suspensão do ATB
CRITÉRIOS DE SEPSE: Foco identificado ou presumido, mais 2 dos critérios abaixo:
1. FC > 90
2. FR > 20 ou PCO2 (gasometria) < 32
3. Temp > 38,2 ou < 35
4. Leucograma > 12mil ou < 4mil ou bastão > 10%
*Obs: Nos critérios 2, 3 e 4, não precisa de todos os itens para pontuar.
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INDUÇÃO DO PARTO
AVALIAÇÃO PRÉ-INDUÇÃO DE FETO VIVO:
• Recalcular IG pela 1ª USG, DUM ou Regra de Mac Donald (MCD: AFU x 8 ÷ 7);
• avaliar apresentação e estimar peso fetal;
• examinar cérvix com TV e calcular Bishop (tabela abaixo);
• avaliar padrão de freqüência cardíaca fetal - CTG.
Índice de Bishop:
PONTUAÇÃO 0 1 2 3
Altura da apresentação -3 -2 -1/0 ≥+1
Dilatação do colo 0 1-2 cm 3-4 cm ≥ 5 cm
Apagamento (%) 0-30 40-50 60-70 ≥ 80
Posição do colo Posterior Intermediária Anterior --
Consistência do colo Firme Intermediário Amolecido --
MÉTODOS:
1. Misoprostol:
Dose: 25mcg, vaginal, 6/6h. Máximo 8 comp. Na ausência de resposta, reexaminar a paciente:
• Se colo favorável (BISHOP > 6) – ocitocina
• Se colo desfavorável (BISHOP ≤ 6) – considerar falha de indução e indicar de cesárea
Contra-indicações:
• Gemelaridade.
• Cicatriz uterina por cesárea anterior ou cirurgia uterina corporal prévia.
• Paciente asmática.
• Placenta prévia.
• Uso concomitante com ocitocina.
• Contra-indicações ao parto vaginal.
3. Amniotomia precoce:
Indicação: Só se a cabeça estiver bem oposta ao colo do útero
Complicações: ruptura de vasa prévia e prolapso do cordão umbilical
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
4. Ocitocina:
Dose: 01 ampola + SF 0,9% 500ml IV 8 gotas/minuto (ou 24ml/h em BIC).
- Dobrar o gotejamento, gradualmente, a cada 30 min, até 32 gotas/minutos (ou 96ml/h em BIC) até obtenção
de contração eficaz. Sempre reavaliar para continuar/descontinuar ou aumentar /reduzir o uso da
ocitocina.
Efeitos colaterais: Taquissistolia (> 5 contrações em 10 minutos)
Falha de indução: ocitocina por > 12h após a amniotomia sem DU efetiva e alteração cervical.
MÉTODOS:
3. Amniotomia precoce:
Indicação: Só se a cabeça estiver bem oposta ao colo do útero
Complicações: ruptura de vasa prévia
4. Ocitocina:
Dose: semelhante ao feto vivo.
Efeitos colaterais: Taquissistolia (> 5 contrações em 10 minutos)
Falha de indução: ocitocina por > 12h após a amniotomia sem DU efetiva e alteração cervical.
Lembrar de suprimir a lactação com Cabergolina 1,0 mg (2 comprimidos de 0,5 mg) VO em dose única (a partir do
2º trimestre, se necessário).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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GRAVIDEZ ECTÓPICA
# TRATAMENTO EXPECTANTE:
Critérios de inclusão:
1. Imagem anexial < 5 cm
2. Ausência de batimentos cárdio-embrionários
3. Níveis de β-hCG inferiores a 200 mIU/ml
4. Sem líquido livre na cavidade, hemodinamicamente estáveis e assintomáticas ou com sintomatologia mínima.
# TRATAMENTO CLÍNICO:
Critérios de inclusão:
1. Níveis de β-hCG inferiores a 5000 mIU/ml
2. Massa anexial com diâmetro < 3,5 cm
3. Ausência de batimentos cárdio-embrionários, sem líquido livre na cavidade
4. Hemodinamicamente estáveis e assintomáticas ou com sintomatologia mínima
5. Sem doença hepática ou renal prévia ou supressão da medula óssea.
6. Exames pré-QT: TGO, TGP, Tempo de Protrombina, Hemograma com plaquetas e Creatinina.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Salpingostomia linear (padrão): realiza-se uma incisão longitudinal de 1-2 cm na face anti-mesosalpingeal
com remoção do tecido trofoblástico.
- A hemostasia deve ser realizada cuidadosamente, com bisturi elétrico micro-bipolar, e a sutura dos
bordos é desnecessária.
- A persistência do trofoblasto pode ser reduzida com a administração de metotrexato profilática, em
dose única, no pós-operatório na dose de 50 mg/m2 IM.
- A via laparoscópica é a preferida, se houver, profissionais habilitados.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
SEGUIMENTO AMBULATORIAL:
A paciente receberá alta hospitalar no dia seguinte ao esvaziamento uterino, desde que lóquios normais, pequeno
volume ovariano e uterino e bom estado geral.
Conscientização da gravidade da doença e em uso de contracepção hormonal combinada oral.
Durante internamento, solicitar RX de tórax em PA e perfil, ecografia pélvica/transvaginal, hemograma completo,
dosagem de β-hCG.
O follow-up ambulatorial consistirá de:
• Prescrição de método contraceptivo hormonal oral (pílula combinada) durante todo o seguimento. Não
indicar DIU.
• Exame ginecológico mensal.
• RX do tórax mensal, até negativar o hCG.
• Dosagem de β-hCG plasmático (vide figura abaixo)
Uma vez indicada a quimioterapia durante o seguimento ambulatorial, a paciente será reinternada e os níveis de
hCG serão solicitados semanalmente.
Solicitar acompanhamento da Oncologia clínica.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
PONTOS 1 2 3 4
Idade (anos) < 40 ≥ 40 - -
Gravidez anterior Mola Aborto A Termo -
Meses de intervalo da
<4 4–6 7 – 12 >12
gestação índice
β-hCG sérico pré tratamento < 10 3 10 3 < 10 4 10 4 < 10 5 ≥ 10 5
Maior tamanho do tumor
< 3 cm 3 – 4 cm ≥ 5 cm -
(incluindo o útero)
Local de matástases - Baço, Rim GI Fígado, Cérebro
Nº de metástases - 1– 4 5– 8 >8
QTX sem êxito anterior - - 1 ≥2
• BAIXO RISCO: 0 A 6
• ALTO RISCO: ≥ 7
Laboratório x Dose 100% da dose 75% da dose 50% da dose Esperar 1 sem
Leucócitos > 4.000 3.000-4.000 2.500-3.000 < 2.500
Plaquetas >150.000 100.000-150.000 75.000-100.000 < 75.000
Cr ( de ... da 1ª dosagem) 0,6 mg 0,6-0,8 mg 0,8-1,2 mg > 1,2 mg
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
A quimioterapia será feita conforme o esquema abaixo (Bagshawe KD, Wilde CE, 1964, primeiros a utiliza-la na NTG
com o intuito de reduzir a toxicidade):
Os efeitos colaterais mais comuns do Methotrexate são a estomatite, mieolodepressão, náuseas e vômitos, hepato
e nefrotoxidade, dermatite e alopecia.
O nível sérico de hCG é determinado semanalmente após cada curso de quimioterapia, e a curva de regressão de
HCG serve como base primária para determinar a necessidade de tratamento adicional.
# METÁSTASES
• Vagina = 30%
• Hepática = 10% daquelas com metástases disseminadas
• Cérebro = 10% dos casos avançados.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Se o exame pélvico e RX de tórax forem negativos, são raras as metástases para outros órgãos.
MONITORAMENTO PÓS-TRATAMENTO
• BAIXO RISCO: dosagem semanal de β-hCG até indetectável por 3 semanas consecutivas.
A seguir, dosagens mensais até permanecer indetectável por 12 meses para conceder alta.
• ALTO RISCO: são acompanhadas por 24 meses por maior risco de recidiva.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
PRÉ-OPERATÓRIO:
1. USG para avaliação fetal + TN
2. Excluir infecção, sangramento, RPM e TPP
PÓS-OPERATÓRIO:
1. USG para documentar viabilidade fetal e LA antes da alta
2. Analgésicos de baixa potência, se necessário
3. Orientações gerais sobre perda de LA e TPP
TÉCNICA CIRÚRGICA:
1. De McDonald
2. Deixa a sutura 1,5 a 2 cm do fio ao OCE
3. Usar fio inabsorvível e deixar ponta longa (aproximadamente 3 cm)
SEGUIMENTO:
1. Corticoterapia entre 24 e 34 sem.
2. Pré-natal em ambulatório de Alto Risco
3. Retirada da cerclagem: ambulatorialmente entre 36-37s, podendo ser postergado para um parto normal
planejado, ou no momento de uma cesárea eletiva.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
EXAMES
1. Hemograma e Sumário de urina
2. Urocultura
3. Exame especular e Exame a fresco da secreção vaginal
4. USG obstétrica
5. Cardiotocografia fetal anteparto, se IG > 32 semanas
6. Coleta da CSV para estreptococos B
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
ESQUEMA INTRAPARTO
1. Primeira escolha – Penicilina cristalina
Dose de ataque – 5.000.000UI + SF 0,9% 100ml EV
Manutenção – 2.500.000UI + SF 0,9% EV 4/4h, até o parto
2. Alternativa: Ampicilina
Dose de ataque – 2g EV
Manutenção – 1g EV 4/4h, até o parto
3. Alergia à Penicilina – baixo risco de anafilaxia – Cefazolina
Dose de ataque – 2g EV
Manutenção – 1g EV 8/8h, até o parto
4. Alergia à Penicilina + alto risco de anafilaxia + Streptococcus não resistente à Clindamicina ou
Eritromicina
Clindamicina – 900mg EV 8/8h, até o parto
Eritromicina – 500mg 6/6h, até o parto
5. Alergia à Penicilina + alto risco de anafilaxia + Streptococcus resistentes à Clindamicina ou Eritromicina
ou sensibilidade desconhecida - Vancomicina
Vancomicina – 1g EV 12/12h
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
INDICAÇÕES:
1. IG > 23 semanas e < 32 semanas +
2. TPP com dilatação ≥ 4cm com ou sem bolsa rota
CONTRA-INDICAÇÕES:
1. Pré-eclâmpsia grave
2. Óbito fetal
3. Anomalia fetal incompatível com a vida
4. Contraindicações maternas ao Sulfato de Magnésio (Miastenia gravis, falência renal, etc)
ESQUEMA:
• Ataque: MgSO4 50% 12ml (6g) + SF 0,9% ou SRL 100ml EV em 20-30 minutos.
• Manutenção: MgSO4 50% 24ml (12g) + SF 0,9% ou SRL 500ml em BIC (84ml/h) 6/6h.
Tempo de uso:
1. Até o parto (quando não se consegue inibir)
2. Caso seja inibido, suspender imediatamente
3. Iniciar, no mínimo, até 4h antes da interrupção eletiva
Início do tratamento:
A INFUSÃO DEVE SER INICIADA NA SALA DE PARTO
Junto com o tocolítico (Nifedipina) ou sem, quando o parto for irreversível.
REPETIÇÃO DA DOSE:
1. Ataque + manutenção, se > 6h do esquema inicial e persistência do risco de PP iminente
2. Manutenção, se < 6h do esquema inicial e persistência do risco de PP iminente
MONITORIZAÇÃO:
Ao término de cada fase avaliar parâmetros: FR, FC, PA, diurese, reflexos
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CARDIOTOCOGRAFIA
# AVALIAÇÃO ANTEPARTO
Objetivo: Ver a atividade (antes do estímulo sonoro) e reatividade (após estímulo sonoro)
Como fazer:
1. Tocodinamômetro – fixar no fundo uterino (sem gel). Ajustar no tono de 10 (fisiológico)
2. Sonar – fixar no foco de ausculta com a cinta elástica
3. Orientar a paciente a pressionar a cigarra a cada movimentação fetal
4. Iniciar registro gráfico
5. Após 10 minutos, fazer estímulo sonoro suprapúbico com buzina por 5 seg e registrar + 10min.
INTERPRETAÇÃO:
• Antes do estímulo sonoro:
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# AVALIAÇÃO INTRA-PARTO
Recomendado apenas em gestações de alto risco
• Categoria I:
FCF entre 110-160bpm, variabilidade moderada, presença de desacelerações ocasionais moderadas não
complicadas ou precoces e acelerações espontâneas.
• Categoria II:
taquicardia ou bradicardia durante 30-80 segundos, desacelerações variáveis não complicadas repetidas,
desacelerações tardias ocasionais ou desaceleração prolongada única < 3 minutos ou/e ausência de
aceleração ao estímulo do couro cabeludo.
• Categoria III:
taquicardia ou bradicardia, desacelerações variáveis complicadas ou tardias recorrentes, ou ausência de
acelerações, variabilidade mínima por mais de 80 segundos, variabilidade marcada ou saltatória por mais
de 10 minutos, ou padrão sinusoidal.
* Reanimação intrauterina – hidratação venosa com SRL, posição materna em DLE, oxigenoterapia, suspensão
de drogas uterotônicas.
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GEMELARIDADE
INTERRUPÇÃO:
- Dicoriônica/Diamniótica (sem complicações): 38s0d a 38s6d
- Monocoriônica/Diamniótica: 36s0d a 36s6d
- Monocoriônica/Monoamniótica: 32s0d a 34s0d
VIA DE PARTO:
AP:
- Cefálico/Cefálico: parto vaginal;
- Cefálico/Não-cefálico: cesariana de ambos os fetos.
* Opções:
1) parto vaginal do 1º feto, seguido de versão podálica interna com extração pélvica do 2º feto;
2) VCE do 2º feto;
- Pélvico/Cefálico: cesariana;
- 1º não-cefálico: cesariana;
Placenta/ LA:
- Monocoriônica/Monoamniótica: cesariana;
- Monocoriônica/Diamniótica: via de parto definida pela apresentação fetal;
PARTICULARIDADES NO MANEJO:
- Clampeamento imediato após nascimento do 1º gemelar Monocoriônico;
- Clampeamento com 30-60s após nascimento do 1º gemelar Dicoriônico;
- Evitar amniotomia precoce do 2º gemelar até ajuste da apresentação fetal;
- Ausculta intermitente não é prática e pode não distinguir com segurança um gemelar do outro;
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Classificação de Quintero
Sequência oligo / polidrâmnio.
Estágio I
Discordância entre os líquidos amnióticos.
Sequência oligo / polidrâmnio.
Estágio II Não visualização da bexiga do doador.
Doppler normal.
Sequência oligo / polidrâmnio.
Estágio III Não visualização da bexiga do doador.
Doppler anormal, em qualquer um dos gêmeos.
Estágio IV Hidropsia em um ou ambos os fetos.
Estágio V Morte de um ou ambos os fetos.
MANEJO:
- Estagio I (oligossintomática) + colo > 25mm: Expectante. Doppler semanal. Se estável, interrupção com
36-37s;
- Estágio I polissintomática ou colo < 25mm: Ablação por Laser se 16s- 26s. Amniorredução > 26s. Doppler
semanal. Interrupção com 36-37s se ausência de complicações;
- Estágio II-IV e 16-26s: Laser ablação
- Estágio II-IV e > 26s: Amniorredução seriada
- Estágio V: manejo como óbito de gemelar Monocoriônico.
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ORIENTAÇÕES DE HUMANIZAÇÃO:
1. Priorizar o aspecto emocional, ouvindo a parturiente e só intervir se realmente necessário.
2. Não basta criar técnicas, é preciso criar laços afetivos, ser mais humano.
3. Proteger a sua dignidade, privacidade e confidencialidade, para evitar danos e maus tratos, com respeito
à sua autonomia e com apoio contínuo em todas as fases do trabalho de parto.
4. Toda intervenção só pode ser realizada com recomendação baseada nas evidências científicas.
ROTINA NA ADMISSÃO:
1. Anexar ao prontuário a 1ª USG para estimar IG, ou DUM, ou regra de MCD: AFU x 8 ÷ 7
2. Anexar ao prontuário cartão de pré-natal para antecedentes pessoais e obstétricos, consultas de PN (se
HASC / HASG) e exames como glicemias, sorologias e CS.
3. Verificar sinais vitais como PA, FC e respiratória, temperatura e peso.
4. Solicitar exames de rotina como teste rápido de HIV, HBsAg e VDRL e CS.
5. Preencher documentos da internação, evitando campos vazios.
6. Oferece-se banho de chuveiro e depois troca das vestes por avental simples.
7. A parturiente é encaminhada para o Centro Obstétrico, onde ficará nos períodos do parto.
Períodos do Parto: qualquer intervenção deve ser explicada e discutida com a paciente.
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6. PARTOGRAMA: obrigatório preenchimento por lei, faz parte do prontuário, só deve ser iniciado quando a
dilatação cervical for ≥ 6 cm e DU efetiva.
7. AMNIOTOMIA: Quando houver discinesia uterina e indicação de abreviar o parto.
8. MECÔNIO: Não recomendar cesariana apenas pela eliminação isolada de mecônio no TP.
• Líquido amniótico tinto de mecônio: um alerta para o SFA - BCFs entre 15/15 ou 30/30 minutos.
• Mecônio espesso: relação com SFA e asfixia perinatal (aspiração de mecônio) – CTG.
9. MONITORAMENTO DA VITALIDADE FETAL: a cada 30min até 10cm, e a cada 5min no expulsivo. Por 1
minuto; se BCF alterado (nl: 110-160 bpm), auscultar na contração uterina e continuar por pelo menos 30
segundos depois para registrar acelerações e desacelerações.
10. OCITOCINA: somente se diagnóstico preciso de hipoatividade uterina.
• Ocitocina 1amp + SG 5% 500ml EV em BIC, iniciando com 24 ml/h (8 gotas/min).
• Após 30min sem resposta, gotejamento poderá ser duplicado para 48 ml/h (16 gotas/min).
• Após 30min sem resposta, gotejamento será duplicado na dose máxima de 96 ml/h (32 gotas/min).
11. ANTIESPASMÓDICOS: O uso de agentes antiespasmódicos (atropina) para prevenir o TP prolongado ou
facilitar a dilatação do colo não é recomendado.
1. POSIÇÃO: A mulher deve ser incentivada verticalizar ou qualquer posição que ela achar mais confortável.
Deve-se desencorajar a posição supina ou semi-supina, decúbito dorsal horizontal.
2. AVALIAÇÃO DA VITALIDADE FETAL: A cada 5 minutos antes, durante uma contração uterina e continuar
por pelo menos 30 segundos depois.
3. PUXOS: Nada de puxos dirigidos. Encorajadas e apoiadas nos puxos voluntários.
4. PROTEÇÃO DO PERÍNEO: Compressas mornas e proteção do períneo são recomendadas.
5. EPISIOTOMIA:
• O uso rotineiro ou liberal de episiotomia não é recomendado para parto vaginal espontâneo.
• Indicações de episiotomia abreviar o parto por diagnóstico de SFA. Com tesoura ou bisturi, preferência
pelas incisões médios-laterais e só após a rotação interna da cabeça fetal.
• Quando indicada a episiotomia, faz-se a antissepsia da região perineal, das coxas e hipogástrico. Fazer
uma infiltração em leque com anestésico local sem vasoconstrictor.
6. KRISTELLER: NUNCA FAZER, dar preferência ao fórcipe de alívio ou vácuo extrator.
7. DESPRENDIMENTO DO CONCEPTO:
• Após o desprendimento da cabeça, limpar boca e nariz do feto com gazes/compressas, s/n.
• Se o desprendimento dos ombros não se der espontaneamente, a cabeça fetal é segura com ambas
as mãos e tracionada delicadamente para baixo, juntamente com uma flexão e abdução máxima dos
membros inferiores da parturiente a fim de liberar o ombro anterior; em seguida, uma leve tração para
cima desprenderá o ombro posterior.
• Logo após o desprendimento o recém-nascido deve ser entregue à sua mãe para estabelecer o contato
pele a pele, se ambos estiverem estáveis clinicamente.
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Observar os sinais vitais, o grau de contratura uterina (globo de segurança de Pinard) e a presença ou não de
hemorragia vaginal.
1. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO ASPIRAÇÃO NASAL OU ORAL DE ROTINA: Em neonatos nascidos
com líquido amniótico claro que começam a respirar por conta própria, a aspiração da boca e do nariz
não deve ser realizada.
2. CONTATO PELE A PELE: Todas, mesmo se mãe HIV + (nesse caso, não oferecer o peito).
3. ALEITAMENTO: Todos os recém-nascidos, incluindo os com baixo peso ao nascer e/ou prematuros, que
estejam clinicamente estáveis, devem ser colocados no peito logo que possível após o nascimento.
4. VITAMINA K: Todos os RN devem receber vitamina K 1mg IM logo após o nascimento.
5. BANHO E OUTROS CUIDADOS IMEDIATOS: 24 horas após o nascimento, exceto nos casos de gestantes HIV+
cujo banho do RN deve ser imediato, associado ao uso de AZT oral, quando recomendado, preferencialmente
ainda na sala de parto. Se isto não for possível devido a razões culturais, o banho deve ser atrasado por
pelo menos seis horas. Roupas apropriadas do bebê para a temperatura ambiente são recomendadas. Isso
significa de uma a duas camadas de roupas mais do que os adultos e o uso de chapéus / bonés. A mãe e o
bebê não devem ficar separados e devem permanecer no mesmo quarto 24 horas por dia.
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• Apresentação pélvica: gestantes a termo com apresentação pélvica, a cesariana é recomendada devido à
redução da mortalidade perinatal e morbidade neonatal. Deve-se aguardar o termo completo (pelo menos
39 semanas) e preferentemente o desencadeamento do trabalho de parto.
• Cesariana a pedido: a informação sobre cesariana, o procedimento, seus riscos e repercussões para
futuras gestações deve ser clara e acessível respeitando as características socioculturais e individuais da
gestante. Se não há indicação médica, deve-se discutir as razões da preferência por cesariana. É recomendado
que a gestante converse antes do início do trabalho de parto, sobre sua preferência com os profissionais
(anestesista, outro obstetra, enfermeiras obstétricas, obstetrizes). Em caso de ansiedade relacionada ao parto
ou partofobia, é recomendado apoio psicológico multiprofissional. Se após informação (e apoio psicológico,
quando indicado) a gestante mantiver seu desejo por cesariana, o parto vaginal não é recomendado. Quando
a decisão pela cesariana for tomada, devem ser registrados os fatores que a influenciaram na decisão, e qual
deles é o mais influente. A cesariana programada não é recomendada antes de 39 semanas de gestação.
• Cesariana prévia: a via de parto em gestantes com cesariana prévia deve considerar as preferências e
prioridades, os riscos e benefícios de uma nova cesariana, de um parto vaginal após uma cesariana, e
o risco de uma cesariana não planejada. As mulheres com 3 ou mais cesáreas anteriores devem saber
do aumento do risco de ruptura uterina com o parto vaginal, porém deve ser pesado contra os riscos de
iteratividade. Trabalho de parto e parto vaginal em mulheres com cesariana prévia é recomendado na
maioria das situações. De maneira geral, a cesariana é recomendada em mulheres com 3 ou mais cesarianas
prévias, exceto em situação de óbito fetal. O trabalho de parto e parto vaginal não é recomendado para
mulheres com cicatriz uterina longitudinal de cesariana anterior. E em mulheres com cesariana prévia
pode ser realizado independentemente do intervalo interpartal. Para as gestantes que desejam um parto
vaginal após cesariana é recomendada a monitorização fetal intermitente e assistência que possibilite
acesso imediato à cesariana. É recomendado o uso prudente de balão cervical ou ocitocina para indução
de trabalho de parto em gestantes com uma cesariana prévia, apenas se houver indicação médica, não se
devendo realizar indução eletiva por conveniência do médico ou da gestante. O misoprostol para indução
do parto em mulheres com cicatriz de cesárea anterior, não é recomendado.
• Fetos com restrição do crescimento intra-uterino: a cesariana não é recomendada de rotina.
• Gestação múltipla: em gestação gemelar não complicada cujo primeiro feto tenha apresentação cefálica,
a cesariana não é recomendada de rotina. No caso de gestação gemelar não complicada cujo primeiro feto
tenha apresentação não cefálica, a cesariana é recomendada.
• Hepatite B/C: a cesariana programada não é recomendada para prevenir a transmissão vertical em gestantes
com infecção pelo vírus da hepatite B/C. Ela é recomendada para prevenir a transmissão vertical do HIV e
Hepatite B/C em mulheres com esta co-infectadas HIV/hepatite.
• Herpes simples: a cesariana é recomendada nas mulheres com infecção primária do vírus do Herpes
simples ativa (visível clinicamente) durante o momento do parto por reduzir risco de infecção neonatal
do HSV, considerando, no entanto que a bolsa deve estar íntegra ou não possuir tempo de rotura > 4h. A
cesariana não é recomendada de rotina para mulheres com infecção ativa recorrente do vírus do Herpes
simples. Em casos de dúvida da origem da lesão ativa (se primária ou recidiva) recomenda-se a cesárea
(exceto se a bolsa estiver rota > 4h).
• Infecção pelo HIV: a cesariana não é recomendada para prevenir transmissão vertical, em gestantes HIV
positivas quando a gestante faz uso de antirretroviral (TARV) com carga viral < 1000 cópias/mL. A cesariana
é recomendada nas gestantes HIV positivas sem uso de antirretrovirais ou com carga viral > 1000 cópias/
mL ou desconhecida, ainda que em início de trabalho de parto, com bolsa íntegra e com 3 cm ou menos de
dilatação cervical. Nesta situação, é recomendado iniciar a profilaxia EV com antirretroviral (AZT) 3 horas
antes do procedimento.
• Obesidade: a cesariana programada não é recomendada de rotina para mulheres obesas.
• Placenta prévia: a cesariana programada é recomendada nas plac. centro-total ou centro-parcial.
• Preditores da falha de progressão do trabalho de parto por desproporção cefalopélvica: altura
materna e estimativa de tamanho fetal (clínica ou ecográfica) não são recomendados para predizer a falha
de progressão de trabalho de parto.
• Trabalho de parto pré-termo: a cesariana não é recomendada de rotina.
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TÉCNICA DA CESÁREA
Recomenda-se a cirurgia minimamente invasiva acompanhada do uso de antibiótico profilático, que juntas associam-
se a menores riscos de complicações como hemorragia e infecção, e consiste em:
• Antibiótico profilático: Cefazolina ou Cefalotina 1-2 g IV é recomendada antes da incisão na pele na intenção
de reduzir infecção materna. A escolha destes antibióticos dá-se por serem efetivos para endometrite,
infecção urinária e infecção de sítio cirúrgico.
• Técnica: recomenda-se preferencialmente a de Misgav-Ladach que consiste em:
1. incisão da pele de Joel-Cohen (transversa e retilínea, pouco acima da Pfannenstiel),
2. acesso â cavidade abdominal por dissecção romba (digital),
3. histerotomia por divulsão bidigital,
4. remoção da placenta por tração controlada do cordão e não por remoção manual,
5. histerorrafia contínua em camada única e não fechamento dos peritônios, útero intrapélvico,
6. sutura da aponeurose, ligadura/hemostasia de tecido adiposo (não é recomendada de rotina em
gestantes com < 2 cm TCS), sutura da pele.
• Aleitamento materno: é recomendado suporte adicional para a mulher que foi submetida à cesariana
para ajudá-las a iniciar o aleitamento materno tão logo após o parto.
• Esterilização tubárea: a cesariana não é recomendada para realização de laqueadura tubária. Entretanto
naquelas que tenham indicação de esterilização cirúrgica ou tenham solicitado livremente e respeitado os
critérios da Lei, a ligadura tubaria deve ser realizada na cesárea.
ASSISTÊNCIA AO NEONATO:
É recomendada a presença de médico treinado em reanimação neonatal em qualquer cesárea. Recomenda-se o
cuidado térmico para o recém-nascido (RN) de cesariana. É recomendado clampeamento tardio do cordão umbilical
para o RN a termo com ritmo respiratório normal, tônus normal e sem líquido meconial. Nos casos de mães
isoimunizadas, ou portadoras dos vírus HIV, HBV, HCV ou HTLV, o clampeamento deve ser imediato. Colocar o RN
em contato pele a pele, nos primeiros 5 minutos, por pelo menos 01 hora (orientar o uso do TOP).
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CEFALÉIA PÓS-RAQUIANESTESIA
CONDUTA
1. Internamento com repouso sem travesseiro e sem elevação de decúbito
2. Hidratação vigorosa: SRL ou SF 0,9% 3.000ml EV em 24h
3. Analgesia
4. Cafeína 100mg 1 comp (ou 10ml de suspensão 10mg/ml) VO 6/6h por 3 dias
5. Prednisona 20mg 1 comp VO 12/12h por 3 dias.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
INFECÇÕES PUERPERAIS
# MASTITE
1. Exames: Hemograma e USG mamária
2. Direcionar ao banco de leite e Esvaziamento manual
3. Antibioticoterapia: Cefalexina 500mg VO 6/6h por 7 a 10 dias
• Alérgicas à cefalosporinas – Eritromicina 500mg VO 6/6h por 7 a 10 dias
# ABCESSO MAMÁRIO
1. Exames: Hemograma e USG mamária
2. Drenagem e Colocação de dreno de Penrose se abscesso de grandes dimensões
3. Direcionar ao banco de leite e Esvaziamento manual
4. Antibioticoterapia
• Cefalotina 01g EV 6/6h por 48 assintomática + Cefalexina 500mg VO 6/6h por 7 dias
# INFECÇÃO DE EPISIORRAFIA
1. Coleta de material para cultura de secreção da área
2. Abertura e limpeza com Solução de limpeza composto por composto Biguanida e Betaína (PHMB)
3. Antibioticoterapia (casos mais graves) – Cefalotina 01g EV 6/6h
4. Cicatrização por segunda intenção
5. Comunicar a CCIH
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ENDOMETRITE
CRITÉRIO DIAGNÓSTICO
1. Temperatura ≥ 38º C em 2 ou + dias dos primeiros 10 dias pós parto, excluindo as 24h.
2. Outros sintomas: dor abdominal, sensibilidade uterina, lóquios purulentos.
CRITÉRIO ACHADO
PAS < 90 OU > 160
PAD >100
FC <50 OU >120
SAT O2 <95
OLIGÚRIA, mL/h por 2h <35
CONSCIÊNCIA AGITAÇÃO, CONFUSÃO, SEM RESPOSTA
EXAMES
1. Hemograma
2. Hemocultura, se sepse
3. Sumário de urina
4. USG TV
CONDUTA
1. Venóclise + Hidratação
2. Curetagem uterina se restos placentários
3. Antibioticoterapia inicial:
* Clindamicina 900mg (SF0,9% 100ml) EV 8/8h + Gentamicina 240mg (SF0,9% 100ml) EV 1x/dia
4. SE, terapia > 48h:
- Piora do quadro – USG TV + HMG + associar Ampicilina 01g EV 6/6h
- Se piora do quadro após administração de Ampicilina – suspeitar de tromboflebite pélvica ou abscesso
pélvico.
- Melhora do quadro – suspender antibiótico 48h após melhora dos sintomas. Alta hospitalar com 24 horas
da suspensão do ATB.
- Em casos de sepse, fazer antibioticoterapia oral para casa por 7 dias, de acordo com resultado da
hemocultura.
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CORIOAMNIONITE
EXAMES:
• Hemograma com plaquetas
• Gasometria arterial (casos mais graves ou suspeita de quadro séptico)
TERMINOLOGIA CARACTERÍSTICAS
Febre materna isolada TAx materna ≥ 39ºC em qualquer ocasião ou
(documentada) TAx materna ≥ 38ºC em + 2 ocasiões
Febre sem outro foco claro + 1 ou mais dos seguintes achados:
• Taquicardia fetal persistente por + 10 min
Triplo I suspeito
• Leucocitose > 15.000 na ausência de corticóide
• Saída de LA purulento pelo OCE
Todos os acima + achados laboratoriais confirmatórios para
infecção:
• GRAM positivo no LA
Triplo I confirmado
• Cultura positiva no LA
• Evidência histopatológica de infecção ou inflamação da
placenta, membranas fetais ou cordão umbilical
CONDUTA
INDICAÇÃO: NO TRIPLO I SUSPEITO
1. Antibioticoterapia – iniciar no pré-operatório
• Gentamicina 240mg + SF 0,9% 100ml EV ao dia +
• Ampicilina 2g EV 6/6 horas +/-
• Clindamicina 900mg + SF 0,9% 100ml EV 8/8 horas (se a interrupção for por cesárea)
2. Tempo de uso do antibiótico – até paciente se apresentar afebril por 48h
3. Via de parto: vaginal – preferencial
4. Se Cesárea: Cuidados - proteger a cavidade com compressas, lavar cavidade peritoneal, realizar sutura com
pontos separados, trocar luvas após dequitação.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
EXAMES
1. Hemograma + Coagulograma (TPAE, INR, TTPA, TS, TC)
2. Não existe exame de imagem com boa acurácia para seu diagnóstico. A TC e RNM podem auxiliar nos casos
de tromboflebite da veia ovariana.
3. Parecer do vascular
CONDUTA
1. Admissão em UTI
2. Manter antibioticoterapia EV
3. Associar heparinização plena como teste terapêutico
• Heparina não fracionada
o Dose de ataque: 5000 a 10.000 EV em bolos
o Dose de manutenção: 16 a 18U/Kg até TTPA 1,5 a 2 vezes o valor basal
OU
• Enoxaparina – 1mg/Kg SC 12/12h
4. Duração da heparinização
• Sem evidência radiológica de trombose- até paciente permanecer 48h afebril
• Com evidência de trombose – enoxaparina por 2 semanas
• Com evidência de embolia séptica ou evidência radiológica de trombose extensa (envolvendo veia
ovariana, veia ilíaca ou veia cava) – enoxaparina ou wafarin por 6 semanas e avaliação do hematologista.
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Débito Estado
Fase Hipotensão Temp Estado mental Pele
Urinário metabólico
“QUENTE” Alcalose
Leve e Leve letargia,
(vasodilatação Febre Normal Quente, seca respiratória,
calafrios confusão
hiperdinâmica) hiperglicemia
“FRIA”
Febre, Confusão
(vasoconstricção
Progressiva hipotermia Reduzido progressiva, perda Fria, úmida Acidose severa
e diminuição do
tardia de consciência
débito cardíaco)
Vasocons-
Hipoxemia,
Irreversível Grave Hipotermia Insuf. Renal Coma tricção
hipoglicemia
profunda
EXAMES
1. Hemograma com plaquetas e Coagulograma (TP, TTP, Fibrinogênio)
2. Uréia e creatinina
3. Gasometria arterial e eletrólitos
4. Sumário de urina
5. ECG
6. RX tórax
7. Exames de imagens (USG, TC, RNM), se necessário
CONDUTA
1. UTI
2. Manter oxigenação adequada – manter PaO2 > 60mmHg e Sat O2 entre 92% - 94%, com cateter nasal ou
máscara de O2, podendo ser necessária ventilação assistida (indicação do intensivista)
3. Oximetria de pulso
4. Manter volemia adequada – expansão do volume intravascular: com agulha de grosso calibre, infundir 250
– 300ml de SF 0,9% em 15 minutos. Infusões adicionais até o máximo de 2 litros.
5. Monitorização da volemia (risco de edema agudo de pulmão e SARA) – Pressão venosa central (manter entre
8 – 12 cm/H20) e controle de diurese com SVD (manter débito urinário > 30ml/h)
6. Terapia vasopressora ou inotrópica para melhorar o débito cardíaco – indicada quando a infusão de líquidos
não restaura o volume – droga de escolha: Dopamina
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Utilização da Dopamina:
• Em baixas doses (1-3mg/kg/min) – ativa receptores dopaminérgicos, causando vasodilatação e
aumentando o fluxo renal, mesentérico, coronariano e cerebral.
• Em doses intermadiárias (3-10mg/kg/min) - ativa receptores beta-adrenérgicos, com aumento da
contratilidade miocárdica e melhora da função cardíaca.
• Em doses altas (>10mg/kg/min) – ativa receptores alfa-adrenérigicos, causando vasoconstricção em
todos os leitos vasculares.
Esquemas terapêuticos:
• REGIME 1: Clindamicina ou Metronidazol Associado a Gentamicina ou Amicacina
• REGIME 2: Regime 1 Associado a Ampicilina ou Penicilina
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EXAMES
1. Exame especular. NÃO TOCAR;
2. USG obstétrica com Doppler, complementado por via vaginal;
3. RNM (quando a USG não afasta acretismo placentário);
4. Hemograma e Classificação sanguínea.
CONDUTA CONSERVADORA
Indicação:
Gestação prematura ou assintomática ou sangramento de pequena intensidade.
Medidas:
1. Solicitar reserva sanguínea diária
2. Repouso no leito sob regime de internamento hospitalar
3. Corticoterapia para acelerar maturidade pulmonar fetal (vide TPP).
4. Tocólise – se TPP e sangramento de pequena quantidade: Nifedipina 30mg agora + 20mg 4/4h
5. Tratamento da anemia: A hemotransfusão está indicada nos casos de anemia severa com descompensação
volêmica (vide critérios de hemotransfusão).
CONDUTA ATIVA
Indicação:
1. Gestação a termo – mesmo em assintomáticas
2. Sangramento de grande quantidade após 34 semanas
3. FCF não tranquilizadora mesmo após manobras de reanimação
4. Hemorragia materna com risco de morte materna refratária às intervenções padrão (transfusão, tocólise,
repouso), independente da idade gestacional
Medidas:
1. Punção de veia calibrosa c/ infusão de volume e cateterização vesical de demora
2. Acionar Agencia Tranfusional e Dispor de 2-4 concentrado de hemácias no bloco cirúrgico
3. Via de parto:
• Se a localização placentária permitir e paciente em TP, realizar a amniotomia.
• Se indicada cesárea, realizar incisão segmentar a Fuchs–Marshall.
4. Após dequitação placentária:
• Realizar curagem uterina e fazer imediatamente ocitocina EV ou Metilergonovina (methergin ®) 0,2mg
(1ml) IM para auxiliar a contratilidade.
• Se o sangramento do sítio placentário abundante, não cessando com compressão mecânica, realizar
sutura dessa região com catgut cromado 2-0.
• Persistindo sangramento, fazer tamponamento uterino com balão de Bakri com 300-500ml, inserido
com a histerotomia aberta, saindo pela vagina.
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EXAMES
1. Hemograma com plaquetas
2. Classificação sanguínea
3. Uréia e Creatinina
4. Coagulograma
5. Dosagem de fibrinogênio
CONDUTA
Medidas gerais:
1. Acesso venoso (veia calibrosa) para infusão de volume: cristalóides 2.000ml em infusão rápida.
2. Se maior necessidade de volume, instalar PVC.
3. Cateterização vesical de demora para medir o fluxo urinário (≥ 30ml/h)
4. Monitorização cardíaca
Conduta no parto:
1. Feto vivo: o parto deve ocorrer pela via mais rápida. Sempre realizar amniotomia por diminuir a área de
sangramento, prevenindo a passagem de tromboplastina tecidual à circulação materna. Feto vivo fora do
período expulsivo, cesárea de imediato.
2. Feto morto: se a condição materna permitir e a evolução do trabalho de parto for rápida, pode-se aguardar
algumas horas (4-6h) para uma resolução por via vaginal. Pode administrar ocitocina para acelerar a evolução
do trabalho de parto.
3. Hemocomponentes podem e devem ser administrados durante a evolução do trabalho de parto ou da
cesárea.
4. Útero de Couvelaire – tentar de medidas compressivas e uterotônicas antes de decidir uma histerectomia.
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HEMORRAGIA PÓS-PARTO
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Todos os casos de ativação de protocolo de transfusão maciça serão objeto de análise do responsável técnico pela
AT e do comitê transfusional do CISAM.
A taxa de transfusão CH : PFC: PLAQUETAS deverá ocorrer de acordo com a regra 1:1:1. Ou seja, após a infusão de
4 CH , infundir 04 PFC e 01 plaquetaférese ou 07 UI CP randômicas.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# CONCENTRADO DE HEMÁCIAS:
O objetivo da transfusão do concentrado de hemácias (CH) deve ser tratar ou prevenir inadequada liberação de
oxigênio (O2) aos tecidos.1
Em anemias, as hemotransfusões são indicadas quando há aporte inadequado de O2 aos tecidos.
Desta forma, quando não há sintomas cardiovasculares (hipotensão postural, hipotensão ou choque hipovolêmico,
arritmia cardíaca, síndrome coronariana aguda ou sintomas de insuficiência cardíaca), em pacientes com anemia
aguda ou crônica, a indicação de hemotransfusão é improvável. 1
• Anemia na hipovolemia:
A hipovolemia é caracterizada pela perda de grande volume de líquidos pelo organismo.
Em situações de hemorragia, isto levará à anemia aguda. Em geral, em situações de hemorragia aguda, para
indicações de uso de CH, deve-se utilizar os critérios de Baskett2. (Tabela 1)
Hemorragia classe III e IV devem receber hemotransfusão no CISAM, pois não temos alternativas rapidamente
eficientes no serviço.
Isto deve ocorrer mesmo na existência de hemograma normal ou na ausência de exames laboratoriais, pois em
pacientes instáveis, os parâmetros clínicos devem ser os balizadores da indicação de hemotransfusão de CH.2,3
Classificação da
Hemotransfusão de CH
Hemorragia
Hemorragia Classe I Não indicada
Hemorragia Classe II Não indicada
Hemorragia Classe III Indicada e deve ser realizada, se não houver medidas alternativas rapidamente acessíveis
Hemorragia Classe IV Indicada e deve ser realizada sempre
Os exames laboratoriais devem ser solicitados e os valores da hemoglobina (Hb) devem ser analisados em conjunto
com a situação clínica e estabilidade cardiovascular do paciente.
• Anemia na normovolemia:
Pacientes que são normovolêmicos, NÃO DEVEM RECEBER HEMOTRANSFUSÃO. Valores de hemoglobina (Hb)
isolados, sem associação com parâmetros clínicos, NÃO SÃO CRITÉRIOS PARA INDICAR HEMOTRASNFUSÃO.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
NO CISAM, só deverão ser hemotransfundidas com CH, as pacientes com qualquer dos critérios abaixo e que e que
preencham critérios de instabilidade cardiovascular ocasionada pelo sangramento, segundo classificação de Baskett:
- hemorragia aguda após parto ou pós-operatória;
- sangramento uterino agudo, de qualquer etiologia com paciente instável;
Atenção:
o Pacientes normovolêmicas, mesmo que sangrando ou com baixos valores de hemoglobina e anemia carencial
ferropriva NÃO DEVEM SER HEMOTRANSFUNDIDAS, devendo-se utilizar ferroterapia venosa (ver item xx)
seguida de ferroterapia oral com supressão do sangramento vaginal/menstrual crônico.
o Pacientes em pré-operatório não tem indicação de hemotransfusão de CH
# CONCENTRADO DE PLAQUETAS1
Para definir hemotransfusão de concentrado de plaquetas (CP) será necessário:
o Determinar a causa
o Contagem laboratorial recente
o Controle após transfusão
o Pode-se utilizar plaquetas por aférese ou CP randômicas, tendo ambas o mesmo efeito
o Para mulheres em idade fértil – utilizar componentes Rh(D) negativos ou utilizar globulina anti-D em mulheres
que recebem transfusões RH (D) +
o Para transfusões pré-cirúrgicas: transfundir imediatamente antes do procedimento
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# CRIPOPRECIPITADO
Repor fibrinogênio em pacientes com hemorragia ou procedimento invasivo na deficiência isolada quando não
houver disponibilidade do concentrado de fibrinogênio industrial
Repor fibrinogênio em transfusões maciças se fibrinogênio < 1,5g/L, na ausência de fibrinogênio industrial
Repor Fator XIII em pacientes com hemorragia ou com indicação de procedimento invasivo por deficiência deste
fator, quando não se dispuser do concentrado de fator XIII industrial
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# TIPOS DE LÍQUIDOS
1. SOLUÇÕES CRISTALÓIDES: isotônicas e hipotônicas
1.1 Isotônicas: soros comuns (fisiológico, ringer simples, ringer lactato). Do volume infundido, apenas 25%
permanece no espaço intravascular, devendo-se ter cuidado com edema agudo de pulmão e acidose
dilucional hiperclorêmica.
1.2 Hipotônicas (solução salina a 7,5%). Risco de hiperosmoralidade.
3. HEMOCOMPONENTES: a ausência de resposta à infusão de 3000ml de soro fisiológico sugere uma hemorragia
equivalente a 20 a 25% do volume de sangue total. Após a melhora, com o uso de cristalóides, a reposição de
sangue deverá ser de acordo com os dados clínicos e pelos níveis de hemoglobina (< 8d/dl) e HTC < 25%.
3.1 Concentrado de hemáceas: o objetivo é manter o HTC entre 25-30%. Cada unidade de concentrado de
hemácias aumenta a HB em 1,5g e o HTC em 3%.
3.2 Plasma fresco congelado: para correção dos fatores de coagulação V, VII e fibrinogênio, e não para
correção de volume. Confirmada a coagulopatia, iniciar plasma fresco congelado.
o Dose de ataque: 10ml/Kg de peso
o Dose de manutenção: 10-30ml/Kg/dia dividido em 4 doses. Para cada 4 ou 5 bolsas de concentrado
de hemáceas transfundidas, recomenda-se transfundir 1 bolsa de PFC.
3.3 Crioprecipitado: em pacientes obstétricas o uso de crioprecipitado é infrenquente e sua principal indicação
é no manejo da CIVD. O objetivo é aumentar a concentração de fibrinogênio, caso este não aumente com
o PFC. Dose: 1U/7-10Kg/dia.
3.4 Concentrado de plaquetas: indicado quando contagem de plaquetas < 20.000/mm3 ou quando for
< 50.000/mm3 e a paciente estiver apresentando sangramento grave ou se for submetida a procedimento
cirúrgico.
o Dose: 1U/10 de peso 1 ou 2X/dia . Cada bolsa de 50-70ml aumenta sua contagem em 5.000-10.000
plaquetas por unidade transfundida.
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FERROTERAPIA
# FERROTERAPIA ORAL
Deverá ser administrada dose de 100mg a 180mg de ferro elementar (Fe III) ao dia por via oral para tratamento da
anemia carencial ferropriva pela perda crônica de sangue sem instabilidade clinica.
o Sullfato ferroso 150mg – contem 30mg de FIII
o Sullfato ferroso 300mg – contem 60mg de FIII
o Noripurum 300mg – contem 100mg de FIII
É possivel manipular compostos como ferro quelato com quantidade suficiente para 100mg de ferro elementar/
comprimido.
Para definir a periodicidade de uso de cada composto deve-se atentar para a quantidade de ferro elementar que
deve ser oferecida por dia de tratamento.
O tratamento: 3 meses para normalização da Hb e mais 3 meses para normalização da ferritina.
# FERROTERAPIA VENOSA
A via oral é a preferencial para a reposição de ferro.
Ferroterapia venosa poderá ser utilizada para reposição mais rápida de ferro e correção da hemoglobina em
pacientes com anemia por sangramento crônico e sem sinais clínicos de instabilidade hemodinâmica.
No CISAM, o composto disponível é o noripurum 100mg/5ml .
A dose máxima diária a ser utilizada deve ser 200mg ao dia e seu uso deve ocorrer em dias alternados. Não deverá
ser administrado em concomitância com ferroterapia oral.
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CIVD
CONDUTA:
1. Reposição volêmica e expansão (cristalóides, plasma, albumina).
O tratamento sempre começa com reposição de volume com cristalóides, e só depois com hemocomponentes
(concentrado de hemácias, plasma fresco congelado, concentrados de hemácias, crioprecipitado)
2. Tratar ou remover o evento casual
3. Esvaziar o útero: a interrupção da gestação será feita da maneira menos traumática possível. Se a cesárea,
a incisão mediana da parede implica menor manipulação e descolamento de tecidos.
• Em cesariana com coagulopatias graves, sempre deve ser feita drenagem da parede e cavidade abdominal,
com drenos saindo por contra-abertura.
• Em parto vaginal, deve-se evitar o fórcipe. Quando usá-lo, deve-se revisar o canal do parto, suturando
as lacerações de colo e mucosa vaginal, mesmo sem sangramento visível.
• Caso a episiotomia seja realizada, deve-se fazer sutura cuidadosa, sem deixar espaço morto, podendo-se
colocar dreno de Penrose
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HIPERÊMESE GRAVÍDICA
# Abordagem terapêutica:
– Internação hospitalar: controle de peso e diurese diários;
– Apoio psicoemocional;
– Avaliar necessidade de tromboprofilaxia com enoxaparina (preencher escore TEV);
– Medidas alimentares: jejum por 24-48h, progredindo de líquidos para sólidos;
– HV: 2000-4000ml SRL/SF em 24h (cautela com soluções glicosadas - risco de sínd. de Wernick);
– Medicamentos: 1ª escolha é o uso de Ondansetrona 8mg a cada 6h por via venosa, a 2ª escolha é a
Metoclopramida 10mg a cada 6h também por via venosa, em situações refratárias usa-se Corticosteroides
(Prednisona 10 mg via oral de 12 em 12 horas, hidrocortisona 50mg via oral de 12 em 12 horas, por 24 a
48 horas ou dexametasona 50 mg IV de 12 em 12 horas por 24 a 48 horas);
– Reposição iônica: reposição de potássio quando inferior a 3,5mEq/L;
Reposição de Potássio
Reposição por VO de 10-20mEq por dose, em
Hipocalemia leve e moderada Sugestão: Xarope cloreto de potássio
2-4x por dia (máx 40-80mEq/dia), por dias a
(3,0 a 3,4 mEq / L) 6%: 15ml, VO, 8/8h
semanas
Hipocalemia grave ou Reposição venosa de 10 a 20 mEq / hora em Sugestão: 01 amp KCl 19,1% + 100ml
sintomática veia periférica SF, EV, correr em 3h
Medir o potássio sérico a cada 2-4h se hipocalemia grave/sintomática, e manter o regime de reposição até que este
esteja persistentemente acima de 3-3,5 mEq/L e os sintomas ou sinais atribuíveis à hipocalemia tenham sido resolvidos.
Posteriormente, a dose e a frequência de administração podem ser reduzidas às usadas na hipocalemia leve a moderada
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DIABETES E GRAVIDEZ
CONDUTA NA GRAVIDEZ
1. DIETOTERAPIA
• Composição da dieta:
– Carboidratos: 40 – 50%
– Proteínas: 30 – 40%
– Gorduras: 10 – 30%
• Fracionada em 6 refeições + adoçante – Aspartame (classe B), Sucralose, Stévia
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OBS:
• Se PG normal, realiza-lo conforme tabela.
• Se PG alterado, realiza-lo semanalmente.
• Pacientes com dose máxima de metformina que apresentem PG ainda alterados ou hipoglicemia, deve-se
retornar o reajuste para a dose da insulina.
• Se uso de HGO consentido, solicitar assinatura da paciente em prontuário pelo uso off-babel.
MONITORIZAÇÃO FETAL
1. USG Obstétrica:
• 11-14 semanas: avaliar translucência nucal
• 22-24 semanas: morfológico (se DM pré-gestacional)
• > 24 semanas: Mensalmente (ambulatorial) ou 15/15 dias (internamento) até o parto
2. USG obstétrica com Doppler 15/15 dias: se > 32 semanas + DM pré-gestacional + vasculopatia
3. Ecocardiografia fetal: 24-26sem (se DM pré-gestacional)
4. CTG (7/7dias em pacientes internadas) + Mobilograma: se > 32 semanas.
INTERRUPÇÃO:
• IG ≥ 40 semanas DMGA1 bem controlada + AIG
• IG ≥ 39 semanas DMGA1 bem controlada + feto com peso < 4kg e P > 90
• IG ≥ 38 semanas DMGA2 bem controlada // DM II bem controlada
• IG ≥ 37 semanas DMGA1 GIG (> 4kg) // DMGA2 descomp. // DM II descomp.
• IG < 37 semanas Em caso de complicações associadas (a depender de cada caso)
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Diante disso, não precisa entrar em pânico, nem sair fazendo dietas malucas que podem comprometer ainda
mais sua saúde. Basta seguir os 10 passos abaixo para controlar direitinho sua glicose e seu ganho de peso e ter
uma gestação saudável e sem neuras! Ao final, disponibilizamos um modelinho de dieta que também irá te ajudar
nesse processo.
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Café da manhã
Refeição Quantidade Substituição
Mamão 1 fatia Qualquer fruta em quantidade moderada
Café (com ou sem leite) 1 xícara Chá de erva-doce ou erva-cidreira ou camomila ou capim-limão
Cuscuz 1 prato pequeno Batata ou inhame ou macaxeira ou pão integral (2 fatias)
Ovo 1 unidade Queijo branco ou frango ou carne magra ou peixe
Lanche da manhã
Refeição Quantidade Substituição
Laranja 1 unidade Qualquer fruta em quantidade moderada
Almoço
Refeição Quantidade Substituição
Salada de verdura crua 1 prato pequeno Legumes no vapor ou no forno
Carne magra 1 porção (180g) Frango ou fígado ou peixe ou ovos
Arroz integral 5 colheres de sopa Macarrão integral
Feijão 1 concha Ervilha ou grão de bico ou lentilha
Lanche da tarde
Refeição Quantidade Substituição
Iogurte natural 1 copo 200mL Leite desnatado ou coalhada ou leite de soja
Banana 1 unidade Qualquer fruta em quantidade moderada
Aveia 1 colher de sopa Granola sem açúcar ou gergelim ou linhaça ou chia
Jantar
Refeição Quantidade Substituição
Inhame 1 fatia média Batata ou macaxeira ou cuscuz
Galinha 1 porção (180g) Carne vermelha ou peixe ou ovos ou queijo branco
Ceia
Refeição Quantidade Substituição
Maçã 1 unidade Qualquer fruta em quantidade moderada
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
1. Glicemia > 250mg/dl
2. pH arterial < 7,3
3. Bicarbonato sérico < 15mEq/l
4. Cetonúria e cetonemia moderadas
EXAMES
1. Hemograma completo
2. Gasometria
3. Sumário de urina
4. Glicemia plasmática
5. Uréia, creatinina
6. Eletrólitos
INDICAÇÕES DE HOSPITALIZAÇÃO
1. Perda de peso > 5%
2. FR > 35ipm
3. Hiperglicemia incontrolável
4. Alterações mentais
5. Febre, náuseas e vômitos.
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CONDUTA
1. Internar em UTI
2. Oxigenoterapia em cateter nasal ou máscara.
Nos casos severos (PaCO2 abaixo de 60-65mmHg persistente, PaO2 < 40mmHg e exaustão materna) é
indicada intubação e ventilação mecânica
3. Esquema Inicial:
• Beta-2 agonistas
– Inalatórios: Fenoterol 0,5% 2,5mg (0,5ml)/3ml salina OU Salbutamol 0,5% 2,5mg (0,5ml)/3ml salina
– Subcutâneo: Epinefrina 1:1000 - 0,3 a 0,5ml
– Intravenoso: Salbutamol: Ataque: 250mcg em 10 minutos
Manutenção: 3-20mcg/minuto (com a resposta e frequência cardíaca)
– Terbutalina: Ataque: 250mcg em 10 minutos
Manutenção: 1,5 a 5mcg/min. (de acordo com a resposta e FC)
• Aminofilina EV:
– Dose de ataque: 5 -6mg/Kg (se não usou nas últimas 24h) ou 2,5-3mg/Kg (se usou e sem sinais de
toxicidade), diluído em SF em 30 minutos. Manutenção: 15 a 20mg/Kg/24h
• Corticóides EV:
– Hidrocortisona: 3 – 4mg/Kg de 6/6h
– Metilprednisolona – 40 – 80mg 6/6 ou 8/8h. Nos casos graves, até 125mg 6/6h
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PNEUMONIA NA GRAVIDEZ
EXAMES
1. RX de tórax
2. Hemograma completo e Hemocultura
3. Exame do escarro por bacterioscopia direta e Cultura do escarro
4. Coleta do material broncopulmmonar
5. Punção do líquido pleural e Punção aspirativa transtorácica
CONDUTA
1. Antibioticoterapia
• Ceftriaxona 02g + SF 0,9% 100ml IV 24/24h + Azitromicina 500mg VO por 7 dias
• Alérgica à Penicilina: Clindamicina + Aztreonam
• Pneumonia severa: Vancomicina + Azitromicina + Aztreonam
2. Cuidados gerais – oxigenoterapia, hidratação venosa
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
EXAMES:
1. Eletrólitos – sódio e potássio
2. Uréia e creatinina
3. Gasometria arterial
4. ECG
5. RX de tórax
CONDUTA:
1. Paciente sentado ou elevação da parte superior do tronco e cabeça a 45º
2. Máscara facial de O2, procurando manter a PO2 > 60mmHg
3. Sulfato de Morfina – para reduzir a ansiedade, reduzir o gasto de energia respiratória, diminuir a pressão
atrial direita e diminuir as catecolaminas maternas.
Forma de administração: solução diluída (1mg/ml) dada a velocidade de 1mg/min até atingir a dose
3-5mg. Pode ser repetida em intervalos de 15 minutos até um máximo de 10-15mg. Em caso de depressão
respiratória, usar Naloxone 0,4mg EV e repetidos a intervalos de 2 a 3 minutos S/N.
4. Meperidina: 01 ampola em 8ml de SF, fazer 1-2ml EV, 5/5 minutos até melhora da ansiedade
5. Diuréticos (Furosemida): 40-80mg EV
6. Nitratos: 10mg SL a cada 3 horas
7. Digitálicos: não são drogas de 1º escolha
8. Beta-bloqueadores: droga de escolha nos casos de EAP por estenose mitral.
Metoprolol – 5mg EV a cada 5 minutos até atingir 15mg. A seguir, Metoprolol 50mg VO 2x/dia nas 1as 24
horas, e depois 100mg 2x/dia.
9. Nitroprussiato de sódio: em casos de hipertensão arterial grave, descartando-se IAM
10. Assistência ventilatória mecânica
Indicações: PO2 < 60mmHg ou PCO2 > 45mmHg em ar ambiente OU PO2 < 70mmHg ou PCO2 > 55mmHg
com máscara de O2.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CONDUTA:
1. Acesso venoso, monitorização cardíaca, tanto materna quanto fetal
2. Oxigênio: 2 a 4 litros/min sob cateter ou máscara
3. Aspirina 200mg VO ataque. Manutenção: 100mg/dia
4. Nitrato – Dinitrato de Isossorbida ou Propilnitrato 10mg SL a cada 3h nas 1º 48h.
5. Nitroglicerina, em caso de falha do Nitrato
6. Β-bloqueador, se sem contraindicação (hipotensão, ICC, asma, FC e bloqueio cardíaco)
a. Metoprolol 5mg EV a cada 5 minutos até máximo de 15mg. A seguir, 50mg VO 2x/dia por 24h e depois,
100mg 2x/dia.
7. Sulfato de Morfina – ampolas de 5 e 10mg. Aplicar 2 a 4 mg EV a cada 5 minutos se falha do Dinitrato de
Isossorbida no controle da dor
8. Terapia trombolítica (Estreptoquinase) – É contraindicação relativa na gestação
9. Angioplastia primária – relativamente segura na gestação, sobretudo em fases mais tardias.
10. Revascularização cirúrgica, em casos mais graves, por indicação do cardiologista.
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PCR EM GESTANTE
1. Definir a PCR;
2. Todas as pacientes devem ser estratificadas quanto a morbidade materna aguda grave, utilizar o Modified Early
Obstetric Warning Score (MEOWS), disponível no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP);
3. Planejamento pré-evento:
a. Desfibrilador e drogas para PCR disponíveis no setor, material para PCPM e drogas para manejo de
complicações obstétricas,
6. Cuidados pós-PCR:
a. Elucidar causa de PCR na gestante;
b. Se gestante: manter em DLE, com monitorização fetal e materna contínuas;
c. Encaminhar para Unidade de Terapia Intensiva (gestante ou puérpera).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CONDUTA:
1. Pacientes com PA controlada e habituadas a atividades físicas, permite-se exercícios moderados
2. O uso de anti-hipertensivo é indicado, se PAS > 160mmHg ou PAD > 105mmHg persistente
3. Manter PAS: 120-160mmHg, e PAD: 80-105mmHg
4. Pré-eclâmpsia superposta < 34 sem, fazer o corticóide para amadurecimento pulmonar fetal.
5. Pré-eclâmpsia superposta com gravidade, fazer MgSO4 (prevenção da eclampsia).
DROGA DE ESCOLHA:
• 1º escolha: Metildopa – dose inicial 750mg/dia e máxima 2 a 3g/dia, 2-4 tomadas por dia
• 2º escolha: Nifedipina – dose inicial 30mg/dia e máxima 120mg/dia, 2-3 tomadas por dia
• 3ª escolha: Metoprolol – dose inicial 10mg/dia e máxima 100mg/dia, 1 tomada por dia
INTERRUPÇÃO:
• IG ≥ 38 semanas HASC controlada
• IG ≥ 37 semanas PE superposta controlada e HASC de difícil controle
• IG ≥ 34 semanas PE superposta severa
HIPERTENSÃO GESTACIONAL
Dx: PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90mmHg com IG > 20 semanas, e resolve-se antes da 6ª semana pós-parto.
CONDUTA: Formas leves, não há necessidade de anti-hipertensivo, nem repouso restrito na cama.
INTERRUPÇÃO: ≥ 37 semanas
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PRÉ-ECLÂMPSIA
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# CONDUTA
• PRÉ-ECLÂMPSIA SEM GRAVIDADE
1. Dieta normossódica
2. Repouso em decúbito lateral esquerdo (DLE) intermitente. Sem repouso restrito no leito.
3. Exames complementares (Rotina de PE) semanal no PNARD.
4. Não há necessidade de anti-hipertensivo, corticóide, MgSO4 para prevenção da Eclâmpsia.
INTERRUPÇÃO: ≥ 37 semanas
VIA DE PARTO: indicação obstétrica.
INTERRUPÇÃO:
1. IG > 34 semanas: Mãe e feto com boas condições. Só se permite prolongar a gestação (até, no máximo, 36
sem) enquanto se aguarda estrutura para um prematuro (ex. vaga de UTI).
2. IG < 34 semanas:
- sempre após 48h do uso corticoide, se mãe/feto permitirem, na presença das seguintes situações:
• TPP
• Plaquetopenia < 100.000
• Elevação persistente (2x o valor normal) das enzimas hepáticas
• Diástole reversa no Doppler da artéria umbilical
• Instalação ou piora da disfunção renal
- não se posterga a interrupção após o uso do corticóide nas seguintes situações:
• HAS severa incontrolável
• Eclâmpsia
• EAP
• DPPNI / CIVD
• SFA / Óbito fetal.
3. IG qualquer, após estabilização materna: Mãe e/ou feto em condições instáveis.
* Não decidir a interrupção baseada no quantitativo ou piora da proteinúria 24h.
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# PREVENÇÃO DA PRÉ-ECLÂMPSIA
INDICAÇÃO:
Alto risco: um dos critérios presentes
• Doença hipertensiva em gravidez prévia ou HASC
• Doença hepática crônica
• Doenças auto-imunes (LES ou SAAF)
• Diabetes I ou II
Moderado risco: dois ou mais dos critérios presentes
• Primeira gravidez ou gravidez com intervalo > 10 anos
• Idade > 40 anos
• IMC> 35Kg/m3
• Hist familiar de PE
• Gestação múltipla
• Alt. fluxo das aa. uterinas
• Adolescente
O QUE FAZER:
1. Usar ASS 100 a 150mg/dia, de 11-14 semanas até 36 semanas
2. Reposição de Calcio em pacientes com ingesta diminuída <600mg/dia
3. Não usar vitamina C ou E
4. Dieta normossódica
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ECLÂMPSIA
EXAMES
1. Hemograma com plaquetas
2. Uréia, Creatinina e Ácido Úrico
3. TGO, TGP
4. BT e frações
5. DHL
6. Proteinúria de 24h
CONDUTA NA GRAVIDEZ
1. Garantir permeabilidade de via aéreas
2. Oxigenoterapia
3. Venóclise
4. Não fazer anti-hipertensivo IV antes da interrupção - risco de hipoperfusão fetoplacentário
5. Não interromper a gestação durante as crises convulsivas. Estabilizar a paciente primeiro
6. Terapia anticonvulsivante:
– Ataque: MgSO4 50% 12ml (6g) + SF 0,9% ou SRL 100ml EV em 20-30 minutos.
– Manutenção: MgSO4 50% 24ml (12g) + SF 0,9% ou SRL 500ml em BIC (84ml/h) 6/6h.
7. Avaliação clínica e obstétrica
8. Terapia da crise hipertensiva:
– Hidralazina 1amp + 9ml ABD – fazer 2,5ml (5mg) EV 20/20 minutos, se PAS ≥ 180mmHg ou PAD ≥ 120mmHg.
Dose máxima: 10ml da solução (20mg/dia)
– Se crise hipertensiva, HV com SRL ou SF 0,9% 500ml nas 24h. Máximo: 150ml/hora.
9. Estabilização do quadro clínico
10. Interrupção da gravidez
CONDUTA PÓS-PARTO
1. Repetição da bioquímica e hematologia
2. Liberação da dieta após estabilização da PA
3. Dieta normossódica
4. Profilaxia anticonvulsivante: manter por 24 horas após última crise convulsiva.
5. Profilaxia de tromboembolismo: Clexane 40mg/dia SC até alta hospitalar
6. Proteção gástrica: Ranitidina 40mg/dia EV
7. Evitar o uso de AINH
8. Terapia da crise hipertensiva, se PAS ≥ 160mmHg ou PAD ≥ 110mmHg:
– 1º escolha: Captopril 25mg VO
– 2º escolha: Nifedipina 10mg VO
– Se crise hipertensiva, SRL ou SF 0,9% 500ml nas 24h. Dose máxima: 150ml/hora.
9. Anti-hipertensivo de manutenção – iniciar 24h pós-parto, se PAS > 150 ou PAD > 100mmHg
– 1º escolha: Captopril – dose inicial: 75mg/dia VO e dose máxima: 150mg/dia VO
– 2º escolha: Nifedipina Retard – dose inicial: 10mg VO 12/12h e dose máxima: 120mg/dia
10. Monitorização da diurese de 24h
11. Parecer cardiológico
12. Alta hospitalar – após estabilização da PA.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CONDUTA NA RECORRÊNCIA
1. Primeira recorrência
– Ataque : MgSO4 50% - 6ml (3g) + ABD 12ml EV em 20 a 30 minutos
– Manutenção : MgSO4 50% - 24ml (12g) + SF 0,9% ou SRL 500ml em BIC (84ml/h) 6/6h
– Duração: 24h após última crise convulsiva
2. Segunda recorrência:
– Dose inicial (hidantalização): 15-20mg/kg ou 1000mg
Apresentação: Fenitoína - ampola 5ml = 250mg
Diluição: SF 0,9% 100ml
Velocidade de infusão: 1 hora
– Dose suplementar:
Fenitoína 500mg + SF 0,9% 500ml EV em 4h. Repete com 12 h.
– Dose de manutenção:
Fenitoína 100mg VO 8/8h por 24h.
3. Cuidados
– Monitorização com cardioscópio
Exames:
1. RNM ou Tomografia computadorizada contrastada do crânio
2. Avaliação neurológica
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
SÍNDROME HELLP
EXAMES
1. Hemograma com plaquetas e Coagulograma
2. Bioquímica: Uréia e Creatinina, Ácido Úrico, TGO, TGP, BT e frações e DHL
3. Proteinúria de 24h
CONDUTA
1. Premissas básicas
• A conduta de toda Síndrome HELLP visa evitar a morte materna e consiste na interrupção da gestação,
após avaliada e corrigida a plaquetopenia e o déficit nos fatores de coagulação.
• É permitido realizar o corticóide para acelerar a maturidade fetal, se condições materno/fetais permitirem.
E, a seguir, indicar a interrupção da gestação.
• Toda paciente com Síndrome HELLP deve ter uma avaliação hepática por USG ou TC para excluir hematoma
hepático. Em caso de hematoma hepático, o parto vaginal está contraindicado.
• Eventualmente, em gestações com prematuridade extrema e condições maternas estáveis, o parto poderá
ser postergado por alguns dias.
2. Conduta prévia à interrupção:
• Avaliação pré-operatória da crase sanguínea
• Transfusão de plaquetas
Plaquetas Via de parto Sinais de sangramento
< 20.000 Independente Independente
< 50.000 Cesárea Presente
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
TROMBOEMBOLISMOS E GRAVIDEZ
# TROMBOFLEBITE SUPERFICIAL
Conduta
1. Deambulação livre intercaladas por períodos de repouso com membros elevados
2. Compressas mornas
3. Analgésicos
4. Anticoagulantes – se grande extensão
5. Antibióticos – sem indicação
6. Crocectomia – se acometimento próximo à croça da Safena
Diagnóstico complementar
1. USG com Doppler
2. Hemograma com plaquetas
3. Coagulograma
FASE DE MANUTENÇÃO
1. Heparina por via subcutânea
• Após o tratamento endovenoso, a heparina pode ser administrada por via SC na dose de 8.000-10.000U
a cada 8h ou 10.000-15.000U a cada 12h. *Heparina SC: ampolas de 5.000 = 0,25ml
• Anticoagulação no parto: manter a heparina até 6-8 horas antes do parto, quando deve ser suspensa
para desaparecer seu efeito anticoagulante até o momento do procedimento.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
• Anticoagulação no puerpério: após o parto, a anticoagulação deve ser reiniciada em 6-8 horas. Retorna-se
à dosagem já usada da heparina endovenosa ou SC, mantendo-a por 48-72h. Após o 1º dia já pode ser
introduzido o anticoagulante oral (Warfarina), que pode ser mantida no período de amamentação.
• A substituição da heparina pelo anticoagulante oral não pode ser abrupta. Fazer o esquema de 3:2:1
(no primeiro dia usa-se a heparina e 3 comprimidos do anticoagulante oral; no segundo dia usa-se a
heparina e 2 comprimidos do anticoagulante oral; no terceiro dia usa-se a heparina e 1 comprimido de
anticoagulante oral; a partir daí, usa-se apenas o anticoagulante oral
• Controle do anticoagulante oral – TP (Tempo de Protrombina) e INR deve ser mantido entre 2 a 3 (valor
normal=1)
• Antídotos de:
– Heparina Sulfato de Protamina 1mg/100U de heparina nas últimas 4h EV em 20 min
– Anticoagulante oral Vitamina K 0,5mg EV (1 amp = 10mg; diluir em 20ml e aplicar 1ml)
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
TROMBOFILIAS NA GESTAÇÃO
EM QUEM RASTREAR:
1. TEV em uso de ACHO ou gestação ou idiopático ou recorrente;
2. TEV com fator de risco não recorrente (fratura, cirurgia ou imobilização);
3. Assintomáticas com parentes de 1o grau com histórico de trombofilia de alto grau;
4. >1 óbito fetal inexplicado > 10 semanas:
5. >1 parto PP < 34 semanas, devido a: PE/eclampsia OU Insuf. placentária: alt em testes de vitalidade, Doppler,
CIUR, oligohidrâmnio
6. >3 perdas gestacionais inexplicadas, consecutivas e espontâneas < 10 semanas após exclusão de causas
anatômicas maternas, hormonais ou anormalidades cromossômicas;
7. Exceção à regra: pacientes > 35 anos considerar a partir de >2 perdas gestacionais.
O QUE INVESTIGAR:
• Trombofilias hereditárias: * Não se recomenda a pesquisa da mutação da MTHFR
– Fator V de Leiden (FVL)
– Mutação do gene da protrombina (PGM) e Def. da antitrombina
– Proteina C e Proteina S (< 41UI/dL) e Homocisteina
• Trombofilia adquirida (SAAF)
– Anticardiolipina IgG ou IgM > 40 GPL ou MP ou > percentil 99 (Elisa)
– Anti-Beta 2 glicoproteina 1 IgG ou IgM > percentil 99 (Elisa)
– Anticoagulante lúpico - diretriz Socied. Internacional Trombose e Hemostasia (2 testes)
QUANDO INVESTIGAR:
1. Fase aguda, não investigar. Ocorre elevação do fator VIII, redução da proteína C, S e AT
2. Não investigar provas funcionais na gestação
3. Não sofre interferência na fase aguda – Testes genéticos para Fator V de Leiden, pesquisa de mutação da
protrombina, Anticoaguante Lúpico e Anticardiolipina
4. Sem gestação e sem hormonioterapia
5. Duas ou mais ocasiões com intervalo de 12 semanas entre as dosagens
6. Intervalo entre o evento clínico e a dosagem não deve ser < 12 sem nem > 5 anos
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
SITUAÇÕES X PROFILAXIA
Paciente com múltiplos episódios de TE (usuárias de anticoagulação plena fora da gestação)
• Gravidez : HBPM - dose ajustada (esquema terapêutico) ou 75% da dose terapêutica
• Pós-parto: retornar para anticoagulação oral
• Profilaxia intra e pós-operatória
• Compressão pneumática intermitente
Paciente com TE prévio – episódio único, associado a risco transitório, sem relação com gravidez ou
anticoncepção
• Período anteparto: vigilância
• Puerpério: profilaxia por 6 semanas
– HBPM – dose profilática ou intermediária
– Antagonistas da vitamina K (INR 2-3)
Paciente com TE prévio – associado com gestação e contracepção
• Período anteparto: dose profilática ou intermediária
• Puerpério: profilaxia por 6 semanas
– HBPM – dose profilática ou intermediária
– Antagonistas da vitamina K (INR 2-3)
Paciente com trombofilia sem TE prévio – homozigose FVL ou protrombina mutante e com história
familiar de trombose
• Período anteparto: dose profilática ou intermediária
• Puerpério: profilaxia por 6 semanas
– HBPM – dose profilática ou intermadiária
– Antagonistas da vitamina K (INR 2-3)
Paciente com trombofilia e sem TE prévio – mesmo homozigose FVL ou protrombina mutante e SEM
histórico familiar de trombose
• Período anteparto: vigilância
• Puerpério: profilaxia por 6 smananas
– HBPM – dose profilática ou intermediária
– Antagonistas da vitamina K (INR 2-3)
Paciente com trombofilia e sem TE prévio – todas as outras trombofilias (exceto FVL e 20210A
homozigotas), COM história familiar de trombose
• Período anteparto: vigilância
• Puerpério: profilaxia por 6 semanas
– HBPM – dose profilática ou intermadiária
– Antagonistas da vitamina K (INR 2-3)
Paciente com trombofilia e sem TE prévio – todas as outras trobofilias (exceto FVL e 20210A homozigotas),
SEM história familiar de trombose
• Período anteparto: vigilância
• Puerpério: vigilância
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# SAAF:
Critérios clínicos:
1. Trombose vascular: Venosa ou arterial (excluindo trombose superficial)
2. Morbidade obstétrica
• 1 ou + perda fetal (> 10 sem)
• 1 ou + parto pré-termo (< 34 sem) por PE grave/eclampsia ou insuficiência placentária
• 3 ou + abortos espontâneos (< 10 sem)
Critérios laboratoriais:
1. Anticoagulante lúpico
2. Anticorpos anticardiolipina
• Elisa – IgG ou IgM > 40 GPL ou MPL, ou percentil > 99
3. Anti-β2 glicoproteína-I
• Elisa – IgG ou IgM > percentil 99
4. É necessário realizar 2 exames com intervalo de 12 sem
5. Diagnóstico = 1 achado clínico + 1 laboratorial
6. 3 ou + perdas < 10 sem – pesquisar SAAF
7. Tratamento: HBPM profilático + AAS
PARTO:
1. Analgesia Regional (raqui) 12h após última dose profilática ou 24h após última dose terapêutica de Clexane;
2. Evitar anticoagulação durante o trabalho de parto (TP);
3. Suspender anticoagulação após início de TP ou 24-36 h antes da indução;
* Se paciente possuir risco muito elevado, suspender 4-6h antes. Se o parto acontecer com anticoagulação,
colocar filtro de veia cava.
4. Paciente em TP usar de anticoagulação na vigência de sangramento: SULFATO DE PROTAMINA
* Protamina 1.000U em amp. de 5ml, sendo que cada 1 ml inativa 1.000UI de heparina
PÓS PARTO IMEDIATO: Reiniciar heparina, 12 h após a cesárea e 4-6 h após o parto vaginal, sem existir sangramento
significativo.
PUERPÉRIO:
1. Clexane - dose profilática por 6 semanas.
2. Não há necessidade de anticoagulação profilática apenas pelo fato da paciente ter sido submetida à cesárea
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
MEDIDAS GERAIS
1. Manutenção das vias aéreas e oxigenação
2. Monitorização de sinais vitais (ECG e oximetria de pulso)
3. Evitar hipertermia
4. Acesso venoso
MEDIDAS ESPECÍFICAS
1. Manutenção das funções vitais
2. Controle da hipoglicemia – glicose 25% ou 50%
3. Controle do alcoolismo – Tiamina 100mg/Kg EV
4. Tratamento anticonvulsivante:
• Diazepan – dose inicial: 5-10mg EV / manutenção: 0,15 a 0,25mg/Kg EV
1. Caso não cesse – Fenitoína 1,8mg/Kg EV (infusão de 50mg/min)
2. Caso não cesse – Fenitoína mais 7 a 10mg/Kg EV
3. Caso não cesse – Fenobarbital 20mg/Kg EV, dividido em 3 doses, sendo a 1º de 5mg/Kg (infusão de
100mg/min)
4. Caso não cesse – Midazolam 0,2ng/Kg EV
5. Caso não cesse – Tiopental 2 a 4 mg/Kg EV
6. Caso não cesse – anestesia com halotano ou curare
7. CASO CESSE (em algum momento) – Manutenção com Fenitoína
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# SINTOMAS DE HUMOR:
NA GRAVIDEZ:
1- Se paciente apresenta depressão leve, é possível encaminhar para psicoterapia.
2- Avaliar história prévia de depressão e medicações em uso. Se paciente apresenta história de boa resposta a
uma medicação específica, em geral, reintroduzimos essa mesma medicação prévia caso seja relativamente
segura na gestação (mais comentários abaixo).
3- Evitar suspender as medicações psiquiátricas de forma abrupta. Boa parte dos antidepressivos são
relativamente seguros na gravidez. Os benzodiazepínicos serão descontinuados lentamente (a depender
do tempo e da dose, até em semanas ou meses).
4- Apesar da baixa teratogenicidade, evitar benzodiazepínicos na gravidez, em especial no último trimestre,
uma vez que estão implicados em adaptação neonatal prejudicada e síndrome de abstinência no RN
5- Se paciente estiver deprimida e sem resposta a medidas não-farmacológicas, iniciar sertralina 50mg/dia pela
manhã (meio comprimido nos primeiros 4 dias) ou escitalopram 10mg/dia pela manhã (meio comprimido
nos primeiros 4 dias). Ambas opções são eficazes relativamente seguras na gravidez e na lactação.
6- Eletroconvulsoterapia (ECT) é uma medida eficaz e relativamente segura para depressão refratária,
quadros catatônicos e quadros de mania durante a gravidez.
NO PUERPÉRIO: Quando a paciente apresentar humor deprimido, avaliar se é um caso de depressão pós-parto
ou blues puerperal.
Blues puerperal:
1- Sintomas iniciam-se nos primeiros dias após o nascimento do bebê.
2- Paciente necessita de orientações e acolhimento a respeito da nova fase que se inicia.
3- Reforçar apoio da família e da equipe.
4- Sintomas se resolvem de forma espontânea nas primeiras duas semanas.
Se não houver remissão dos sintomas, avaliar possível depressão pós-parto.
# DEPRESSÃO PÓS-PARTO:
1- Em geral, o tratamento medicamentoso é necessário.
2- Associação com psicoterapia e aumento do suporte familiar.
3- Avaliar risco de suicídio e se necessário orientar familiares a respeito de vigilância e afastar meios letais.
4- Preferir medicações seguras na lactação, como sertralina 50mg/dia, paroxetina 10mg/dia, escitalopram 10mg/
dia, fluvoxamina 50mg/dia (iniciar com meio comprimido por 4 dias).
Manter o antidepressivo que a paciente está usando, caso esteja sendo eficaz. Apenas caso seja iniciado no pós-
parto, evitar fluoxetina, venlafaxina, citalopram e hipérico, já que estão mais associados aos efeitos colaterais no RN.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
• Paciente pode ver o recém-nascido se desejar, mas as visitas devem ser supervisionadas.
• O manejo de pacientes com psicose puerperal pode incluir medicamentos antipsicóticos (como a risperidona,
olanzapina, haloperidol, quetiapina) e/ou lítio.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
PIELONEFRITE NA GRAVIDEZ
SINTOMAS:
1. febre (>38 C - obrigatório)
2. dor no flanco
3. náuseas/vômitos
4. calafrios e/ou sensibilidade do ângulo costovertebral
5. com ou sem sintomas típicos de cistite.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
HIV E GRAVIDEZ
RASTREAMENTO:
Durante a gravidez: Todas as gestantes deverão ser submetidas, na 1ª consulta pré-natal e no 3º trimestre, ao
teste anti-HIV após aconselhamento pré-teste e consentimento, ressaltando o caráter voluntário e sigiloso do teste.
1. Considerar o exame negativo, se o primeiro teste da primeira amostra for não reagente.
2. Considerar o exame positivo, se o primeiro e o segundo testes da primeira amostra forem positivos, e deverá
ser colhida a segunda amostra para confirmação.
3. Quando o primeiro teste for positivo e o segundo negativo, deverá ser colhida uma segunda amostra
imediatamente e realizado novo teste.
4. Nos resultados indeterminados deve-se colher a uma segunda amostra após 30 dias e a profilaxia para o RN
tem indicação individualizada para cada caso.
Durante o internamento: Deverão ser submetidas ao teste rápido para o HIV todas as gestantes que:
1. Não fizeram pré-natal ou não realizaram o exame para o HIV durante o pré-natal.
2. Não dispões do resultado do exame ou do registro do mesmo no cartão de pré-natal.
3. Não fizeram o exame no terceiro trimestre ou não dispõem do resultado.
4. Situação de risco + troca de parceiro na gravidez, parceiro HIV positivo, profissionais do sexo, usuárias de
álcool ou outras drogas, DST na gestação ou parceiro com DST.
* O exame será precedido de consentimento informado e do aconselhamento pré e pós-teste.
CONDUTA NA GRAVIDEZ:
1. De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos
(2013) e o Ministério da Saúde (2010), recomenda-se início da Terapia Anti-retroviral (TARV) entre todas as
gestantes diagnosticadas, independentemente do nível de LT-CD4+, mas principalmente, quando o nível for
< 500céls/mm3 (e não mais < 350céls/mm3).
2. Iniciar profilaxia da transmissão vertical, após 14 sem ou mantê-la, caso já vinha fazendo uso.
3. Manter a TARV durante toda gestação e também, após a mesma.
4. Profilaxia (3 antiretrovirais), preferencialmente: zidovudina + lamivudina + lopinavir/ritonavir
1º escolha - TDF + 3TC (dose fixa combinada 300/300mg, 1x ao dia) + RAL ( 400mg 2x ao dia)
2º escolha - (AZT + 3TC) – 01 comprimido VO 12/12h + (LPV/r) – 02 comprimidos VO 12/12h
5. Evitar procedimentos invasivos como amniocentese, biópsia de vilocorial.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
VIA DE PARTO:
1. Gestantes IG > 34 semanas, com carga viral desconhecida ou > 1.000cópias/mL e naquelas que não realizaram
TARV durante a gravidez ou usaram monoterapia com AZT: indicar cesárea eletiva com 38 semanas.
2. Gestantes em uso de TARV e CV-HIV sustentada ou < 1.000cópias/mL, pode ser realizado o parto vaginal.
3. Gestantes em TARV com carga viral indetectável em exame realizado após as 34 semanas: o parto normal
pode ser tentado e não precisa fazer AZT prévio.
4. Caso a gestante tenha indicação de cesárea eletiva e inicie o TP antes da data prevista da cirurgia e chegue
à maternidade com dilatação mínima (< 4cm), o obstetra deve iniciar AZT IV e tentar fazer a cesárea 3 horas
após a infusão.
TERAPIA ANTIRETROVIRAL:
* Administrar AZT EV em todas as parturientes, inclusive em inibição do trabalho de parto prematuro. Naquelas
com indicação de cesárea eletiva, fazer AZT 3h antes e até o clampeamento do cordão.
Medidas 2017
TARV Iniciar no pré-natal e não suspender no puerpério, independente do LT-CD4+
AZT periparto Dispensável, se CV indetectável a partir da 34ª semana gestacional
Cesária eletiva na 38ª sem Se CV detectável > 1.000cópias/mL ou desconhecida a partir da 34ª sem
QP no RN AZT 4mg/kg a cada 12h por 4 semanas + NVP (3 doses)
ESQUEMA RECOMENDADO: AZT: 1 frasco-ampola de 20 ml tem 200 mg (10 mg/ml) diluída em soro glicosado a
5%. Iniciar 2mg/kg na 1ª hora, seguindo infusão contínua de 1mg/kg/hora em BIC.
Ataque: Manutenção:
Peso da paciente
AZT + SG 5% 100ml em 1h AZT + SG 5% 100ml em 1h
Diluição Gotejamento Diluição Gotejamento
40Kg 8 ml de AZT 36 gts/min BIC 4 ml de AZT 35 gts/min BIC
50Kg 10 ml de AZT 37 gts/min BIC 5 ml de AZT 35 gts/min BIC
60Kg 12 ml de AZT 37 gts/min BIC 6 ml de AZT 37 gts/min BIC
70Kg 14 ml de AZT 38 gts/min BIC 7 ml de AZT 36 gts/min BIC
80Kg 16 ml de AZT 39 gts/min BIC 8 ml de AZT 36 gts/min BIC
90Kg 18 ml de AZT 39 gts/min BIC 9 ml de AZT 36 gts/min BIC
* Na indisponibilidade do AZT injetável, fazer 300 mg de AZT oral no início do trabalho de parto e repetir a cada 3 horas até o
clampeamento do cordão.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CUIDADOS NA CESÁREA
1. Uso EPI, independente do diagnóstico presumido ou definido de infecção. Preferir seringas de plástico, cortes
com tesouras ao bisturi, evitar lâminas desmontadas, utilizar pinças auxiliares na suturas, evitando os dedos,
evitar sutura por dois cirurgiões simultaneamente, passagem de pérfuro-cortante do instrumentador para
o cirurgião por meio de cubas após aviso verbal.
2. Hemostasia de todos os vasos sangrantes da parede abdominal e trocar as compressas antes de realizar a
histerotomia, minizando o contato do RN com o sangue materno.
3. Se possível realizar a cesárea empelicada (retirado do concepto com membranas íntegras).
4. Clampeamento do cordão umbilical imediatamente após o nascimento. Não ordenhar o cordão.
5. Realizar antibioticoprofilaxia antes do início do procedimento conforme protocolo da CCIH.
6. Gestantes em TP com indicação de cesárea, aguardar 3h do início do AZT para iniciar cesárea.
CUIDADOS NO PUERPÉRIO
1. Proibir o aleitamento materno.
2. Suprimir a lactação com Cabergolina 1,0 mg (2 comprimidos de 0,5 mg) VO em dose única (a partir do 2º
trimestre).
3. Oferecer enfaixamento para as mamas ou sutiã apertado e evitar manipulação mamária.
4. Encaminhar puérpera ao SAE.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
• Durante o internamento: Toda gestante que não apresentar um teste de triagem (VDRL) realizado no 3º
trimestre da gravidez deverá se submeter a um VDRL ou teste treponêmico (teste rápido) na admissão.
DIAGNÓSTICO:
Para o diagnóstico da Sífilis são necessários testes treponêmicos e não treponêmicos.
A ordem fica a critério do serviço de saúde.
TRATAMENTO:
O Tratamento para sífilis está indicado nas seguintes condições:
1. VDRL positivo no momento da admissão em pacientes nunca tratadas de sífilis.
2. VDRL anterior positivo sem tratamento adequado
3. Paciente adequadamente tratada de sífilis com elevação de duas titulações do VDRL em dois exames
consecutivos.
ESQUEMA RECOMENDADO:
* Penicilina Benzatina: 1 frasco-ampola de 1.200.000UI, diluir um FA em 4ml de AD e fazer IM (intramuscular) no
glúteo.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
A Penicilina é a única opção terapêutica que trata o feto, quando ministrada antes de 30 dias do término da
gestação
Reação de Jarish-Herxheimer consiste em uma endotoxemia causada pela destruição maciça dos treponemas
com liberação de lipopolissacárides bacterianos. Ocorre mais na fase exantemática da sífilis recente após
a primeira dose do antibiótico. Geralmente exige apenas medicações sintomáticas como analgésicos e
antitérmicos comuns, involuindo espontaneamente em 12 a 48 horas não justificando a interrupção do
esquema terapêutico. Expressa-se como exacerbação das lesões, febre, calafrios, cefaléia, náuseas e artralgias.
Mesmo não se tratando de uma reação de hipersensibilidade (alérgica) à penicilina, é extremamente importante
diferenciá-la de outras farmacodermias. Observa-se que todo paciente com sífilis deve ser alertado quanto a
essa possível reação quando instituído a terapêutica, em especial se for com penicilina. Em gestantes ter alerta
para possibilidade de desencadeamento de trabalho de parto pré-termo pela liberação de prostaglandinas.
Nas gestantes deve ser empregar os mesmos esquemas com penicilina G benzatina, ressaltando que está
contra-indicado o uso da droga alternativa – doxiciclina.
SEGUIMENTO
1. Realizado pelo VDRL:
• Gestantes: VDRL mensal
• Não gestante: 3/3 meses (1º ano); 6/6 meses (2º ano)
2. Critérios de cura:
• VDRL negativo ou
• Queda de 2 titulações em 6 meses (Sífilis recente) ou em 12 meses (Sífilis tardia).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Abordagem farmacológica:
# AGITAÇÃO
1 Haloperidol (Comp e Amp = 5mg)
– Dosagem: 10-15mg/dia VO ou IM dividir 2-3x/dia
2 Risperidona (Comp = 2mg) - substituto do haloperidol
– Dosagem: 4-8mg/dia VO divididos 2x/dia
– Vantagem: Menor efeito colateral e metabolismo hepático
3 Biperideno (Comp ou Amp = 2mg)
– Dosagem: 2-6mg/dia VO ou IM dividir 2-3 doses
– Indicação: evitar efeitos extrapiramidais do antipsicótico
4 Prometazina(Comp ou Amp.= 25mg) - substituto do biperideno
– Dosagem: 25-75mg/dia VO ou IM dividir 2-3doses
– Indicação: evitar efeitos extrapiramidais
5 Diazepam (Comp ou Amp = 10mg)
– Dosagem: 01comp VO 1h/1h até 60mg/dia, controle dos sinais vitais + decúbito elevado
6 Lorazepam (Comp = 2mg) - substituto do diazepan
– Dosagem: 2mg de 1h/1h até 12 mg/dia VO com retirada gradual
– Indicação: Hepatopatas e Idosos
# CONVULSÃO
1. Diazepan: 01amp/2ml + 08ml de AD. EV lento em 3 minutos até cessar convulsão, controle dos sinais vitais
+ aparato em caso de complicações, e depois 10-30mg/dia VO por 7dias
2. Fenitoína (Amp.=100mg)
- Dosagem: 01amp. IM 8/8h, se convulsões múltiplas
# ALUCINOSE
1. Haloperidol (Comp e Amp = 5mg)
– Dosagem: 10-15mg/dia VO ou IM dividir 2-3x/dia
2. Prometazina (Comp = 25mg ou Amp = 50mg)
– Dosagem: 25-75mg/dia VO ou IM dividir 2-3doses
– Indicação: evitar efeitos extrapiramidais
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# CARDIOPATIAS
1. Bloqueadores alfa/beta adrenégicos, dos canais de cálcio e até cardioversão (nas arritmias)
# HIPERTERMIA GRAVE
1. Medidas de resfriamento
2. Diazepan (Comp = 5 ou 10mg)
– Dosagem: 5-10mg/dia VO
3. Tiamina (Comp =100mg)
– Dosagem: 100-300mg/dia VO
4. Acetaminofeno (Paracetamol)
– Dosagem: 01supositório retal 12h/12h
– Se falha do diazepan no controle térmico
# SÍNDORME DE ABSTINÊNCIA
A. Bloqueio do receptor dopaminérgico
1. Amitriptilina (Comp =25-75mg)
Dosagem: 25-100mg/dia VO de 8h/8h
2. ou Imipramina (Comp = 25-75mg)
Dosagem: 25-100mg/dia VO de 8h/8h
3. ou Bupropiona (Comp = 150mg)
Dosagem: 150-300mg/dia VO 2x/dia, sendo a última dose até 16h
C. Anticonvulsivantes
1. Carbamazepina (Comp = 200mg ou Xarope = 20mg/ml)
Dosagem: 200-1200mg/dia VO dividir em3x/dia
2. ou Ácido Valpróico/Divalproato (Comp = 250mg e 500mg ou Xarope = 250mg/5ml)
Dosagem: 250-1000mg/dia VO 8h/8h
D. Benzodiazepínicos:
1. Clonazepan (Comp = 0.5mg e 2mg)
Dosagem: 0.5-2mg/dia VO à noite por 7-14 dias
2. ou Diazepan (Comp = 5mg e 10mg)
Dosagem: 5-10mg/dia VO à noite por 7-14 dias
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
1. Solicitar exames: VDRL; Anti-HIV; HBsAg; Anti-HBc (nas vacinadas Anti-HBs); Anti-HCV
3. Profilaxia contra o HIV por 28 dias (dar receita tratamento completo e supervisionar 1ª dose):
• Critérios para recomendação de profilaxia pós-exposição sexual ao HIV
Violência sexual com penetração vaginal e/ou anal desprotegida com
Recomendada
ejaculação sofrida há menos de 72 horas
Individualizar decisão Penetração oral com ejaculação
Penetração oral sem ejaculação
Abuso crônico pelo mesmo agressor
Não recomendada Agressor sabidamente HIV negativo
Uso de preservativo durante toda a agressão
Violência sofrida há mais de 72 horas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
* Contra-indicada em gestantes. A administração profilática do metronidazol e de suas alternativas será postergada ou evitada
em casos de intolerância gastrintestinal conhecida. Também será postergada se houver prescrição de contracepção de emergência
e de profilaxia antirretroviral.
* Caso opte pela prescrição com metronidazol, a dose recomendada para crianças é 15mg/kg/dia (dose máxima: 2g), VO, de
8/8h, por 7 dias.
6. Indução do abortamento previsto em lei, em gravidez indesejada e confirmada, há menos de 9 semanas, poderá
ser feita domiciliar, se a paciente em condições de fazê-la.
Se > 9sem, vide protocolo de abortamento.
1ª dose: 800mcg
MISOPROSTOL 200mcg por comprimido Vaginal
2ª dose: 800mcg (3h após)
OBS: Serão entregues os comprimidos à paciente após atendimento presencial e será agendado para triagem um
retorno com 3 dias. Agendar USG e registrar em livro ata o desfecho/resolução do caso. Caso não tenha expulsado,
repetir o esquema com novo retorno com 3 dias na triagem.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
______________________________________________________ ______________________________________________________
Assinatura da paciente Assinatura do responsável legal (________________)
A paciente encontra-se em condições físicas, psicológicas e emocionais para expressar seu consentimento.
______________________________________________________ ______________________________________________________
Carimbo ou nome e número do conselho Carimbo ou nome e número do conselho
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
CONTRACEPÇÃO
Alguns aspectos precisam ser considerados para cada mulher, individualmente, na escolha do método
anticoncepcional (MAC) mais apropriado. Alguns desses aspectos incluem segurança, efetividade, acessibilidade e
aceitabilidade por questões éticas e culturais.
Embora a maioria dos MAC sejam seguros para a maioria das mulheres, a Organização Mundial de Saúde (OMS)1
tem publicado desde 1996, com atualizações periódicas, um guia de recomendações, baseado em evidências, para
o uso seguro dos MAC em situações específicas relacionadas a características clínicas e condições de saúde das
mulheres que buscam a contracepção .
De acordo com as características clínicas e condições específicas de saúde da mulher, os critérios médicos de
elegibilidade (MEC) para o uso dos métodos anticoncepcionais são categorizados em:
Categoria Condições
1 Condição na qual não há nenhuma restrição para o uso dos MAC
Condição na qual as vantagens, geralmente, ultrapassam os riscos teóricos ou comprovados do
2
uso do MAC
3 Condição na qual os riscos teóricos ou comprovados ultrapassam as vantagens do uso do MAC
4 Condição que representa um risco a saúde inaceitável pelo uso do MAC
Link para acessar os Critérios Médicos de Elegibilidade dos Métodos Anticoncepcionais – OMS - MEC, 5ª edição, 2015:
https://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/MEC-5/en/
Outros MECs, baseado em evidências, para o uso seguro dos MAC têm sido publicados como o MEC do Central of Diseases
Control (CDC)2 e o UK-MEC United Kingdom Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use3.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
2. APRESENTAÇÃO:
a. contraceptivos orais combinados (inúmeras formulações),
b. adesivos transdérmicos (150 µg of norelgestromin e 20 µg EE/dia),
c. anel vaginal (15 µg EE e 120 µg etonogestrel / dia)
d. Injetáveis mensais (ACI) (150 mg de algestona acetofenida, e 10 mg de enantato de estradiol ou VE 5 mg e
enantato de enantato de noretisterona 50 mg)
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
3. ESQUEMAS DE USO:
Intervalo livre
Esquema Período de uso do CHC
de CHC
21 dias (21 pílulas ativas ou um anel ou um adesivo)
Padrão* 7 dias
Uma injeção mensal a cada 28 dias
Pausa curta 21-24 dias (24 pílulas ativas ou um anel ou um adesivo) 4 dias
Estendido 63 ou 84 dias (63 ou 84 pílulas ativas ou 3 anéis ou 9 a 12 adesivos) 4 ou 7 dias
Uso contínuo (≥21 dias de pílulas ativas, anel ou adesivo) até iniciar sangramento de
Estendido flexível 4 dias
escape por 3 a 4 dias
Contínuo* Uso contínuo de pílulas ativas, anel ou adesivo nenhum
Se um ou mais critérios da tabela abaixo estiverem presentes, na ausência de sinais ou sintomas, pode-se afirmar
que há uma razoável evidência de que a mulher não esteja grávida.
Tabela 3: Critérios para excluir gravidez com razoável evidência
1. Não ter tido relações sexuais desde o início do último período menstrual, parto,
aborto, prenhez ectópica ou curetagem uterina.
2. Estar usando regular e corretamente um MAC confiável (para este propósito
os métodos de barreira são considerados confiáveis se utilizados em todas as
relações sexuais).
3. Ter iniciado o período menstrual natural há no máximo 7 dias
4. Estar no puerpério, sem amamentação, há menos de 21 dias de pós parto.
5. Estar amamentando exclusivamente ou pelo menos 85% das mamadas
diretamente no peito, amenorreia e menos de 6 meses de pós parto.
6. Estar há no máximo 7 dias de um aborto, ectópica ou curetagem para
abortamento.
7. Não ter tido relações sexuais há mais de 21 dias e teste de gravidez negativo
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Necessidade de teste de
Proteção contraceptiva
gravidez 21 dias após a
Situações Quando começar adicional por mínimo 7 dias
última relação sexual
(preservativo ou abstinência)
desprotegida
Qualquer fase do ciclo
menstrual desde que exista
Amenorréia por anovulação
razoável evidência de que a Sim# Sim
crônica
mulher não esteja grávida ou
TG negativo
Após AE com LNG Imediato Sim Sim
Não: se parto há menos
de 6 meses, amamentação
exclusiva e amenorreia.
Pós-parto com amamentação Após 6 meses pós-parto Não
Sim: se amamentação não
exclusiva e amenorreia#, ou se
fluxo tiver retornado > 5 dias.
Fator risco p/ TEV*: Sim: se parto há mais de 21
Pós-parto sem amamentação Sim: 6 semanas pós parto dias e amenorreia#, ou se fluxo Não
Não: 3 semanas pós parto tiver retornado > 5 dias.
Até 5 dias após o tratamento Não
Após 5 dias do início do
tratamento, desde que exista Seguimento conforme
Pós-aborto ou pós-mola
razoável evidência de que a Sim protocolo do serviço
mulher não esteja grávida ou
TG negativo
* imobilização prolongada, transfusão de sangue no parto, IMC> 30 Kg/m2, hemorragia pós-parto, pós-cesárea, pré-eclâmpsia,
tabagismo.
Se gravidez não puder ser descartada, considerar fazer contracepção de emergência (CE).
#
Em algumas situações nas quais não se pode ter certeza de que a mulher não esteja grávida, o benefício
de iniciar os CHC provavelmente excedem quaisquer riscos. Portanto, recomenda-se iniciar os CHC em
qualquer momento e fazer um teste de gravidez 3 a 4 semanas após o início do método anticoncepcional.
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Remoção não programada do adesivo há mais de 48 horas ou uso acidental do mesmo adesivo por mais de
48 horas adicionais
– Aplicar novo adesivo o mais cedo possível
– Manter o novo adesivo por uma semana,
Usar a Anticoncepção de Emergência conforme esquema preconizado.
Na primeira semana após a pausa (AE) se relação sexual desprotegida na – Usar preservativo ou abstinência por 7 dias
semana de pausa ou na semana 1. consecutivos.
– Fazer β-hCG no mínimo 21 dias após a
última relação sexual desprotegida.
– Aplique novo adesivo o mais cedo possível
– Manter o novo adesivo por 1 semana,
Nas 2ª ou 3ª semanas após a pausa conforme esquema preconizado.
Não precisa AE (se o adesivo
(ou nas semanas seguintes, no – Se o adesivo foi removido na última semana
permaneceu in situ nos últimos 7 dias
esquema contínuo/estendido) antes da pausa, não fazer a pausa.
– Usar preservativo ou abstinência por 7 dias
consecutivos.
1. COMPOSIÇÃO:
a. Progestágenos, apenas: noretisterona (NET), levonorgestrel (LNG) ou desogestrel (DSG)/ etonogestrel, acetato
de medroxiprogesterona. Não contém estrógenos.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Em algumas situações nas quais não se pode ter certeza de que a mulher não esteja grávida, o benefício
de iniciar os CHC provavelmente excedem quaisquer riscos. Portanto, recomenda-se iniciar os CHC em
qualquer momento e fazer um teste de gravidez 3 a 4 semanas após o início do método anticoncepcional.
– Nada a fazer
Se nova dose atrasar até 2 semanas – Não há necessidade de proteção contraceptiva adicional.
(15 semanas após dose anterior):
– Administrar nova DEPO 150 o mais cedo possível, desde
que exista razoável evidência de que a mulher não esteja
DEPO 150
grávida.
– Usar preservativo ou abstinência por 7 dias consecutivos.
Se nova dose atrasar mais de 2 – Considerar AE se relação sexual desprotegida no
semanas: período de esquecimento ou nas primeiras 48h após a
administração na nova DEPO 150.
b. Inserção profunda: O implante, após corretamente inserido, deve situar-se na região subdérmica. Técnica
incorreta pode levar a inserção profunda do implante o que poderá levar a dificuldade de localizar e remover
o implante quando necessário, maior risco de lesão neuro vascular, infecção e cicatriz. A migração espontânea
não é frequente. Caso não seja possível a localização do implante pela palpação, é possível localizá-lo através
de exame radiológico simples. O implante, nesse caso deve ser retirado por um profissional habilitado.
c. Lesão neuro vascular: podem ocorrer no momento da inserção ou remoção do implante. Recomenda-se
inserir 4 a 5 cm acima do epicôndilo medial do úmero e 3 a 4 cm baixo do sulco entre o bíceps e o tríceps
para evitar a lesão de vasos e nervos que se situam no tecido conectivo entre os músculos bíceps e tríceps.
d. Outras complicações: fibrose ao redor do implante ou fratura espontânea tem sido documentadas,
geralmente assintomáticas, eventualmente com sintomas de dor / alteração na sensibilidade da pele.
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# CONTRACEPTIVOS INTRAUTERINOS
1. APRESENTAÇÕES E COMPOSIÇÃO:
a. DIU de cobre 380 A: 380 mm2 de cobre. Formato de T, dimensões de 35 mm na haste vertical e 32 mm de
largura na horizontal
b. DIU de cobre 375: 375 mm2 de cobre. Formato de “Âncora” / “Ferradura” , dimensões de 35 mm na haste
vertical e 20 mm de largura na horizontal (braços flexíveis).
c. DIU de cobre e prata: 380 mm2 de cobre. O fio de cobre tem um núcleo de prata.
d. Sistema intrauterino com levonorgestrel (SIU-LNG): medicado com 52 mg de levonorgestrel na haste
vertical, com liberação de 20 mg de levonorgestrel por dia, dimensões de 32 mm na haste vertical e 30 mm
de largura na horizontal. Único disponível no mercado brasileiro: MIRENA
e. Sistema intrauterino com levonorgestrel (SIU-LNG): medicado com 19,5 mg de levonorgestrel na haste
vertical, com liberação de 12 mg de levonorgestrel por dia, dimensões de 30 mm na haste vertical e 28 mm
de largura na horizontal. Único disponível no mercado brasileiro: KYLEENA
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
b. Oferecer rastreio para IST para mulheres com os fatores de risco citados. O recomendado é solicitar teste
de biologia molecular para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae , embora não seja possível a
realização deste teste nos serviços públicos em geral. Caso seja possível, oferecer outro MAC enquanto
investiga. Não sendo possível oferecer o rastreio, o uso profilático de antibiótico antes da inserção do DIU,
para reduzir o risco de desencadear uma doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), não é uma medida com
boa relação custo/benefício. O risco de a paciente desenvolver a DIPA pela inserção do DIU é baixa com ou
sem a antibioticoprofilaxia.
c. Rastreio positivo para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae em mulheres assintomáticas com
tratamento completo com antibiótico específico, o DIU pode ser inserido. Rastreio positivo em mulheres
assintomáticas, em situação de emergência, o DIU pode ser inserido no mesmo dia que o tratamento com
antibióticos for iniciado.
d. Mulheres com sintomas de IST e/ou DIPA devem ser tratadas e a inserção do DIU deve ser postergada até
completarem o tratamento e não apresentarem sinais clínicos de infecção. Oferecer outro MAC durante o
tratamento, se for necessário. Orientar, abstinência sexual até que a paciente e o parceiro sexual tenham
completado o tratamento.
e. Não é necessário, a pesquisa de Vaginose Bacteriana ou Candidíase Vaginal em mulheres assintomáticas. Caso
haja suspeita, tratar e inserir o DIU no mesmo momento. Sífilis e HIV devem ser oferecidos rotineiramente.
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Frente a suspeita de perfuração uterina no momento da inserção do DIU/SIU, a abordagem deve ser imediata, com
a parada do procedimento e não inserção do DIU/SIU, caso ele não tenha sido inserido ou tentativa de retirada dele,
caso os fios estejam visíveis. Deve-se ser instituída vigilância clínica no serviço de saúde no qual o DIU/SIU estava
sendo inserido, com observação da mulher em posição de decúbito (deitada) por 1 a 2 horas, observando sinais
vitais (a cada 10 minutos) e dor abdominal. Se a dor diminuir e a mulher estiver estável, poderá ser mandada para
casa, com orientação de qual local de atendimento deverá procurar em caso de piora da dor, fraqueza, desmaio
ou febre. Em caso de instabilidade dos sinais vitais ou com piora da dor abdominal (ou sem melhora em durante a
observação), referenciar para realização de exames e observação intra-hospitalar. Se a perfuração foi detectada no
dia da inserção, mas não é possível retirar o DIU (fios não visíveis), a mulher deve ser referenciada para a urgência
para realização de exames de imagem e retirada cirúrgica do DIU/SIU. (FIGURA 1)
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Os fios do DIU/SIU podem não estar visíveis na vagina como consequência da expulsão, perfuração, gravidez e
mais frequentemente pela retração do fio dentro do canal cervical ou da cavidade uterina. Se os fios não estiverem
visíveis, deve-se excluir gravidez e solicitar um ultrassom pélvico endo-vaginal para avaliar a posição do DIU/SIU.
Enquanto se aguarda o ultrassom, oferecer outro MAC e avaliar a necessidade de CE. Se o DIU/SIU estiver in situ,
mantê-lo na cavidade uterina até o momento de retirar o DIU (por desejo da paciente ou vencimento da validade).
Se não estiver na cavidade uterina, solicitar Rx de abdome total. Lembrar que tanto o DIU-Cu como o de LNG são
radiopacos e aparecem no exame de raio X. Desta forma, o USTV e o RX são suficientes para o diagnóstico da
perfuração uterina, ficando a ressonância nuclear magnética e a tomografia computadorizada reservadas para
situações de exceção, como suspeita de lesão de órgãos abdominais ou falha do USTV e do RX em fornecer a
localização do DIU). Se for localizado pelo raio x, programar videolaparoscopia eletiva para retirada do DIU/SIU,
salvo se houver suspeita de perfuração de alça intestinal ou risco de rotura vascular. Em casos em que o DIU esteja
parcialmente perfurando o útero (ou seja, o DIU está no miométrio, não ultrapassando a serosa do útero), ele
pode ser removido com histeroscopia cirúrgica. Se não for localizado, considerar expulsão do DIU/SIU. (FIGURA 2).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
A inserção correta do DIU/SIU até o fundo uterino é necessária para a máxima eficácia e para reduzir o risco de
expulsão, embora haja divergências na literatura sobre esta questão. A eficácia do SIU-LNG parece ser menos
afetada pela posição intrauterina do que o DIU de cobre, pela liberação local de progesterona. Mas, quando o SIU
está posicionado no canal cervical, associa-se a menor atrofia endometrial e mais dias de sangramento ou escape
comparados ao DIU no fundo uterino.
A conduta no DIU/SIU mal posicionado vai depender da posição intrauterina do dispositivo e dos sintomas da
paciente, como sangramento aumentado e cólicas uterinas persistentes (FIGURA 3). Os DIU/SIU mal posicionados
estão mais frequentemente no segmento inferior do útero ou no canal cervical. Estes últimos, pelo maior risco de
expulsão, devem ser removidos e, se for interesse da paciente, um outro dispositivo deve ser inserido. A conduta no
DIU/SIU localizado no segmento inferior do útero é discutível, porque não há comprovação de um maior índice de
falha do DIU/SIU se estiver baixo, mas acima do orifício interno do útero, o que pode levar a remoções desnecessárias
dos dispositivos. Além disso, o DIU/SIU pode se mover, ajustando-se a cavidade e assumir a posição fúndica. Portanto,
se a paciente estiver assintomática, uma conduta recomendada é aguardar o período de adaptação e reavaliar a
posição do DIU/SIU três meses da inserção.
Outros guidelines opinam que a eficácia contraceptiva do DIU/SIU não pode ser garantida se não estiver posicionado
no fundo do útero, especialmente se a distância ultrassonográfica entre o limite superior do DIU/SIU e o fundo do
útero for maior que 2 cm.
A decisão de remover, reposicionar ou trocar o dispositivo deve ser individualizada e discutida com a paciente. A
CE deverá ser considerada a depender do caso. Se for removido, oferecer outro método contraceptivo ou inserir
outro DIU/SIU no mesmo momento da remoção.
* a eficácia contraceptiva do DIU/SIU não pode ser garantida se a distância ultrassonográfica entre o limite superior do DIU/SIU
e o fundo do útero for maior que 2 cm.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
d. Expulsão
A expulsão do DIU/SIU parece ocorrer em aproximadamente 5% das pacientes e é mais comum nos primeiros 3
meses após a inserção.
Ocorre frequentemente durante a menstruação, sobretudo nas usuárias do DIU de cobre quando há aumento do
volume do fluxo menstrual após a inserção.
A expulsão do DIU/SIU aumenta a chance de outros dispositivos inseridos também serem expulsos.
Outros fatores de risco para a expulsão incluem dismenorreia, distorções da cavidade uterina e idade inferior a 20
anos. A nuliparidade e a posição do útero não aumentam o risco de expulsão.
A expulsão pode ser total quando a extremidade inferior ou o próprio DIU/SIU é visível através do orifício cervical
externo, ou parcial, quando a extremidade inferior do DIU/SIU está no canal cervical (ou DIU/SIU mal posicionado).
O DIU/SIU deve ser imediatamente retirado, oferecer inserção de novo dispositivo ou outro MAC no mesmo
momento. (FIGURA 3).
e. DIPA
Se a paciente desejar permanecer com DIU/SIU e estiver com sinais e sintomas de DIPA, não há necessidade de
remover o DIU/SIU.
A antibioticoterapia indicada deve ser iniciada imediatamente. Se não for observada melhora clínica em até 72
horas, o DIU/SIU deve ser removido.
Se a paciente não desejar permanecer com DIU/SIU, seguir o mesmo protocolo descrito acima e, após a conclusão
do tratamento, a remoção do DIU/SIU poderá ser feita.
f. Gravidez
A falha contraceptiva do DIU/SIU aumente o risco de complicações na gravidez como abortamento espontâneo,
parto prematuro, rotura prematura das membranas, abortamento séptico ou corioamnionite.
Prenhez ectópica deve sempre ser descartada. No caso de uma gestação intrauterina, é importante retirar o DIU
o mais rápido possível, caso o fio seja visível.
Não se deve fazer nenhuma tentativa invasiva de retirar o DIU, apenas puxá-lo se o fio for visível.
A remoção em fases bem iniciais melhora o prognóstico, mas não elimina os riscos.
Se não for possível remover o DIU/SIU ou confirmar sua localização durante a gestação ou não for encontrado
no parto ou aborto, é recomendado excluir perfuração uterina através do Rx abdominal (vide acima). (FIGURA 4)
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Os principais padrões de sangramento durante os contraceptivos combinados estão listados na tabela 12:
Antes de iniciar qualquer CH, as pacientes devem ser esclarecidas sobre os padrões de sangramento esperados no
início do uso e a longo prazo. Os padrões de sangramento esperados associados ao uso dos CH estão apresentados
na tabela 13.
TABELA 13: Padrões de sangramento associados ao uso dos CH
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Portanto, são medidas importantes para adesão da paciente aos métodos contraceptivos hormonais:
a. Antes de iniciar o método: esclarecer padrões de sangramento inicial / longo prazo.
b. Mesmo sangrando nos primeiros 3 meses, poderão sangrar pouco ou nada.
c. Nunca garantir que terão amenorreia (65-70% terão uma redução do sangramento).
d. O sangramento inesperado não reduz a eficácia do método
e. Refletir: pesar os benefícios contraceptivos e a inconveniência dos sangramentos não programados.
f. Aconselhamento antes do método pode reduzir as preocupações e encorajar a continuidade do uso.
Após os 3 primeiros meses, se o sangramento desfavorável persistir uma avaliação clínica deve ser feita, incluindo:
a. Questionar uso correto e regular dos MAC
b. Uso de medicações concomitante (lembrar da interação medicamentosa)
c. Condições que possam interferir na absorção dos CH orais,
d. Fatores de risco para IST (< 25 anos, novo parceiro há < 3 meses, mais de um parceiro no último ano)
e. Outros sintomas como dispareunia, dor pélvica, sinusiorragia, secreção vaginal anormal.
f. Descartar gravidez.
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# CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Contracepção de emergência (CE) tem o objetivo de evitar uma gestação indesejada após uma relação sexual
desprotegida (RSD). Não substitui o uso correto e regular de um MAC.
*
se a paciente referir
que a penúltima relação
também foi desprotegida e
há mais de 5 dias de uma
provável data da ovulação,
oferecer um teste de
gravidez 21 dias após a
penúltima relação sexual.
a CE ideal para uso após
**
a ovulação é o Acetato
de Ulipristal, mas não é
disponível no Brasil.
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# INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
A principal enzima envolvida no metabolismo hepático dos contraceptivos hormonais e de outras drogas também,
é a Citocromo P 450, CYP3A4. Drogas que inibem ou induzem a enzima podem afetar a eficácia dos contraceptivos
hormonais (tabelas abaixo). Tais drogas podem induzir ou inibir a P 450 dois dias após o início do tratamento. O
efeito máximo é atingido em uma semana e a atividade enzimática retorna aos níveis pré-tratamento em 4 semanas.
Mulheres que estiverem usando drogas indutoras da enzima P 450 CYP3A4 devem ser informadas que
a eficácia contraceptiva dos CHC pode ser reduzida durante o uso e por 4 semanas após o término do
tratamento.
* link para maiores detalhes: https://www.hiv-druginteractions.org/checker
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Método Contraceptivo USO DAS DROGAS POR ≤ 2 MESES USO DAS DROGAS POR > 2 MESES
CHC Opção recomendada: Opção recomendada:
- Contraceptivos orais – Trocar os CHC por outros métodos que não tenham – Trocar os CHC por outros métodos
combinados interação medicamentosa com as drogas. que não tenham interação
- Adesivo transdérmico – Suspender temporariamente o uso dos CHC e oferecer medicamentosa com as drogas
- Anel vaginal uma dose do método injetável trimestral de acetato citadas.
- Injetáveis mensais de medroxiprogesterona (AMPD) para garantir a
contracepção nos 2 meses de tratamento com drogas Alternativas:
indutoras da enzima P 450 e os 28 dias seguintes. – Usar COC com pelo menos 50 mcg
de EE (ex: COC 20mcg + COC 30
Alternativas: mcg EE no esquema estendido
– Usar COC com pelo menos 30 mcg de EE, ou um anel com pausa de apenas 4 dias.
vaginal ou adesivo no esquema estendido com pausa de Medida não recomendada durante o
apenas 4 dias. uso da rifampicina.
Mais: Usar contracepção adicional pelo tempo que durar Uso de dois anéis ou dois adesivos
o tratamento com a droga indutora da enzima P 450 e por não são recomendados
28 dias após o tratamento.
Ou
Usar 2 pílulas de COC durante todo o tratamento
com da droga indutora da enzima P 450. Medida não
recomendada durante o uso da rifampicina
CHP Opção recomendada: Opção recomendada:
- POP – Trocar os CH por outros métodos que não tenham – Trocar os CHC por outros métodos
- Implantes interação medicamentosa com as drogas. que não tenham interação
Oferecer uma dose do DEPO 150 para garantir a medicamentosa com as drogas
contracepção nos 2 meses de tratamento com drogas citadas.
indutoras da enzima P 450 e os 28 dias seguintes.
Alternativas:
Alternativas: Continuar usando POP /Implante, – Usar COC com pelo menos 50
mcg de EE (ex: COC 20mcg + COC
Mais: Usar contracepção adicional pelo tempo que durar 30mcg) EE no esquema estendido
o tratamento com a droga indutora da enzima P 450 e por com pausa de apenas 4 dias.
28 dias após o término do tratamento Medida não recomendada durante o
uso da rifampicina.
Uso de 2 anéis ou 2 adesivos não são
recomendados
CHP Nada a fazer.
- DEPO 150 A eficácia do DEPO 150 e do SIU com levonorgestrel não são afetadas pelas enzimas P 450.
- SIU-LNG
TABELA 16: drogas que reduzem a absorção dos Contraceptivos Hormonais (podem reduzir a eficácia dos CH)
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TABELA 17: drogas afetadas pelo uso dos Contraceptivos Hormonais Combinados (podem reduzir os níveis
sanguíneos ou os efeitos clínicos)
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# ANATOMIA:
As glândulas de Bartholin ou glândulas vestibulares maiores tem seus orifícios
localizados entre os pequenos lábios e o anel himenal (ver figura 1) e sua função é
secretar muco para lubrificação vulvar e vaginal.
Os dois tipos de tumores mais comuns nas glândulas de Bartholin são cistos e
abscessos; havendo mais raramente aparecimento de tumores benignos e carcinoma.
• CISTO: são formados pela obstrução do orifício glandular;
• ABSCESSOS: se formam a partir da infecção do conteúdo acumulado pela
obstrução. Diferentemente do cisto, costuma cursar com dor local
# DIAGNÓSTICO:
É clínico, não havendo indicação alguma de exames de imagem. Entretanto pode-se realizar cultura do material
drenado ou biópsia em caso de suspeita de malignidade (principalmente se houver componente sólido).
# TRATAMENTO:
Tem o intuito de drenar o conteúdo e manter o orifício da glândula aberto, visando a não recorrência da tumoração.
Pode ser realizados através de um dos métodos abaixo:
• Drenagem simples: indicada nos casos de abscesso, no atendimento de urgência. As demais são mais
apropriadas para os cistos, preferencialmente no ambulatório de pequenos procedimentos, de forma eletiva.
• Drenagem e inserção de catéter de word adaptado com sonda de foley: Apropriada para os cistos ,
preferencialmente realizada no ambulatório de pequenas cirurgias.
• Marsupialização: Também indicada para os cistos e igualmente de realização ambulatorial
• A antibioticoterapia está indicada em casos de abscesso e deve ser ampla para cobrir patógenos sexualmente
transmissíveis, como Neisseria gonorroeae e Clamydia trachomatis, principais agentes etiológicos.
Recomenda-se:
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CORRIMENTO VAGINAL
# DEFINIÇÃO:
• Vulvovaginite e vaginose são as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico. Os agentes etiológicos
mais frequentes são fungos, principalmente a Candida albicans; bactérias anaeróbicas, em especial a Gardnerella
vaginalis e o protozoário Trichomonas vaginalis.
• Cervicite mucopurulenta ou endocervicite é a inflamação da mucosa endocervical (epitélio colunar do colo
uterino). Os agentes etiológicos mais frequentes são Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG).
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# TRICOMONÍASE:
Vulvovaginite menos frequente nos dias atuais.
Sintomas: Intensa descarga vaginal amarelo esverdeada, bolhosa, espumosa, por vezes acinzentada, acompanhada
de odor fétido lembrando peixe na maioria dos casos e prurido eventual, que pode ser reação alérgica à afecção.
Quando ocorre inflamação intensa, o corrimento aumenta e pode haver sinusiorragia e dispareunia. Pode haver
também edema vulvar e sintomas urinários, como disúria. Em 30% dos casos são assintomáticas, mas algum sinal
clínico pode aparecer.
Sinais: No exame especular percebe-se o colo uterino com micro ulcerações que dão um aspecto de morango ou
framboesa (teste de Schiller “onçóide”). A transudação inflamatória das paredes vaginais eleva o pH para 6,7 a 7,5,
e neste meio alcalino, pode surgir variada flora bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica, estabelecendo- se a
vaginose bacteriana associada, que libera as aminas com odor fétido, além de provocar as bolhas na descarga
vaginal purulenta.
Diagnóstico laboratorial: o mais comum é o exame a fresco, com gota do conteúdo vaginal e soro fisiológico,
observando-se o parasita ao microscópio, visibilizando-se o movimento do protozoário, que é flagelado e há grande
número de leucócitos.
O pH quase sempre é maior que 5,0. Na maioria dos casos o teste das aminas é positivo.
A bacterioscopia com coloração pelo método de Gram observa o parasita Gram negativo, de morfologia característica.
A cultura pode ser requisitada nos casos de difícil diagnóstico. Os meios de cultura são vários e incluem Diamond´s,
Trichosel e In Pouch TV.
# VAGINOSE CITOLÍTICA:
Consiste no aumento exacerbado do microbiota vaginal composto por lactobacilos. Por vezes incomoda as pacientes
e torna-se queixa principal, apesar de ser apenas aumento do resíduo vaginal fisiológico. Pode-se aliviar os sintomas
da paciente com creme vaginal com tampão borato pH 8, por 10 dias e depois manter duas vezes por semana por 2
meses ou alcalinizar o meio vaginal com seringas de água bicarbonatada, em vários esquemas, porém são terapias
alternativas ainda sem base científica.
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# CERVICITE:
São frequentemente assintomáticas (em torno de 70% a 80%).
Sintomas: corrimento vaginal, sangramento intermenstrual, dispareunia e disúria.
Sinais: dor à mobilização do colo uterino, material mucopurulento no orifício externo do colo, edema cervical e
sangramento ao toque da espátula ou swab.
A infecção gonocócica ou por clamídia durante a gravidez poderão estar relacionadas a partos pré-termo, ruptura
prematura de membrana, perdas fetais, retardo de crescimento intrauterino e endometrite puerperal, além de
conjuntivite e pneumonia do RN.
Diagnóstico laboratorial: A cervicite gonocócica pode ser diagnosticada pela cultura do gonococo em meio seletivo
(Thayer-Martin modificado), a partir de amostras endocervicais. O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por
CT e NG pode ser feito por um método de biologia molecular (NAAT).
A captura híbrida é outro método de biologia molecular; embora menos sensível que os NAAT avalia qualitativamente
a presença do patógeno. Há grande limitação de custo para uso dessas técnicas.
EXAME GINECOLÓGICO:
O exame ginecológico é a propedêutica essencial da abordagem das vulvovaginite, vaginose e cervicite e deve ser
realizado seguindo os passos:
A colpocitologia oncótica (Papanicolaou) e a colposcopia não devem ser realizadas com o intuito
de diagnosticar vulvovaginite, vaginose e cervicite.
Quando indicadas, para rastreio de neoplasia intraepitelial cervical, p. ex., devem
preferencialmente ser realizadas após tratamento das ITR.
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# TRATAMENTO:
O tratamento para cada uma das infecções deve ser realizado de acordo com os quadros abaixo:
Infecção gonocócica NÃO complicada Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única +
(uretra, colo do útero, reto e faringe) Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única
Ceftriaxona 1g IM ou IV /dia, completando ao menos
Infecção gonocócica disseminada
7 dias de tratamento
Conjuntivite gonocócica no adulto Ceftriaxona 1g, IM, dose única
Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, VO, dose única
OU Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, 7 dias (exceto
Infecção por clamídia
gestantes)
OU Amoxicilina 500 mg, VO, 3xdia, 7 dias
# Vaginose Bacteriana:
Primeira opção: Metronidazol 250 mg, 2 Comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias OU Metronidazol gel vaginal 100
mg/g, um aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar- se, por 5 dias.
Segunda opção: Clindamicina 300 mg, VO, 2x/dia, por 7 dias.
Tratamento em gestantes e lactantes: Primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg, VO, 2xdia, por 7 dias. Após
primeiro trimestre: Metronidazol 250 mg, 1 Comprimido VO, 3x/dia, por 7 dias.
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Casos recorrentes: Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia, por 10 a 14 dias OU Metronidazol gel
vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio via vaginal1xdia por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com óvulo
de ácido bórico intravaginal de600mg ao dia por 21 dias e Metronidazol gel vaginal100 mg/g duas aplicações
semanais, por 4 a 6 meses.
Comentários: O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado. Para as puérperas, recomenda-se
o mesmo tratamento das gestantes.
# Tricomoníase:
Primeira opção: Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO, dose única (dose total de tratamento 2g). OU
Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 7 dias.
Segunda opção:
Tratamento em gestantes e lactantes: Primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg, VO, 2x/dia, por 7 dias. Após
primeiro trimestre: Metronidazol 250 mg, 1 Comprimido VO, 3x/dia, por 7 dias.
Casos recorrentes
Comentários O tratamento das parcerias sexuais é com o mesmo esquema. O tratamento pode os sintomas
aliviar de corrimento vaginal em gestantes, além de prevenir Infecção respiratória ou genital em RN.
Para as puérperas, recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes.
Observações:
• Durante o tratamento com Metronidazol, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, devido interação
de derivados imidazólicos com álcool, caracterizado por mal-estar, náuseas, tonturas e "gosto metálico na
boca").
• Durante o tratamento, devem ser suspensas as relações sexuais.
• Manter o tratamento se a paciente menstruar.
• O tratamento do parceiro, quando indicado, deve ser realizado na sua presença, com o devido aconselhamento,
solicitação de exames de outras IST (sífilis, HIV, hep. B e C) e identificação, captação e tratamento de outas
parcerias sexuais, buscando a cadeia de transmissão.
Tricomoníase:
• Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas. Mas deve-se ter atenção com a interação
medicamentosa do metronidazol e ritonavir, que pode elevar a intensidade de náuseas e vômitos, reduzindo
a adesão aos antirretrovirais. Para evitar tal ocorrência, recomenda-se intervalo de tempo de 2h entre as
ingestas do metronidazol e ritonavir.
• A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncológica. Por isso, nos casos em que houver
alterações morfológicas celulares e tricomoníase, deve-se realizar o tratamento e repetir a citologia após 3
meses, para avaliar se as alterações persistem.
Vaginose bacteriana:
• VB recorrente: parece encorajador o triplo regime (metronidazol gel 10 dias + ácido bórico 21 dias +
metronidazol gel 2x/ semana, por 4 a 6 meses), porém requer validação com estudo prospectivo randomizado
e controlado. O papel do ácido bórico é remover o “biofilme” vaginal que facilitaria a persistência das bactérias
patogênicas.
• Uso de antissépticos, pré-bióticos, pró-bióticos, e reposição de lactobacilos vem sendo estudada, mas há ainda
longo caminho a percorrer, pois a reposição tem que ser com as espécies que habitam a vagina e produzem
H2O2, características primordiais para a proteção contra várias infecções, inclusive VB.
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• Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas. Mas deve-se ter atenção com a interação
medicamentosa do metronidazol e ritonavir, que pode elevar a intensidade de náuseas e vômitos, reduzindo
a adesão aos antirretrovirais. Para evitar tal ocorrência, recomenda-se intervalo de tempo de 2h entre as
ingestas do metronidazol e ritonavir.
Candidíase:
• Nos casos recorrentes ou de difícil controle deve-se investigar causas sistêmicas predisponentes (diabetes,
imunodepressão, inclusive a infecção pelo HIV e uso de corticoides).
• Dentre as reações adversas raras (entre 0,01% e 0,1%) do uso do Fluconazol citam-se dentre outros
agranulocitose, leucopenia, neutropenia, trombocitopenia, anafilaxia, angioedema, hipertrigliceridemia,
hipercolesterolemia, hipocalemia, toxicidade e insuficiência hepática.
• Portadoras do HIV: devem ser tratadas com os mesmos esquemas.
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Introdução:
Síndrome aguda, clínica ou subclínica do sistema reprodutor feminino superior, ou seja, acima do orifício cervical
interno, de caráter infeccioso polimicrobiano. Causado pela ascensão de microorganismos do trato inferior ou após
manipulação uterina (curetagem, inserção de DIU, outros).
Etiologia:
Diagnóstico:
O exame clínico deve incluir:
• Aferição de sinais vitais;
• Exame abdominal;
• Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade (sangramento fácil) e corrimento
mucopurulento cervical;
• Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos.
Para o diagnóstico são considerados os critérios MAIORES, MENORES e ELABORADOS e presume-se o diagnóstico
nas duas situações a seguir (figura 1 e tabela 1):
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CRITÉRIOS MAIORES
Dor no hipogástrio
Dor a palpação dos anexos
Dor a mobilização do colo do útero
CRITÉRIOS MENORES
Temperatura axilar 37.5ºC
Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal
Massa pélvica
Mais de cinco leucócitos por campo em material de imersão
Leucocitose de sangue periférico
Proteína C reativa (PCR) ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada
Comprovação laboratorial de infecção por gonococo, clamídia ou micoplasma
CRITÉRIOS ELABORADOS
Evidência histopatológica de endometrite
Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em exame de imagem
Laparoscopia com evidência de DIP
Estadiamento da DIP
Grau I Salpingite sem peritonite
Grau II Salpingite com peritonite
A: Hidrossalpinge
Grau III Presença de complexo tubo-ovariano
B: Abscesso tubo-ovariano
Grau IV Abscesso tubo-ovariano roto
Grau V Qualquer dos graus acima associado à tuberculose genital
Tratamento: Iniciado imediatamente. Almeja a melhora clínica, o fim do processo infeccioso e visando evitar
complicações tardias da DIP. Feito ambulatorialmente para casos sem peritonite (grau I). Os demais estádios e os
critérios resumidos na Tabela 2 requerem tratamento hospitalar.
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Os esquemas terapêuticos devem apresentar cobertura antimicrobiana para os agentes etiológicos de DIP, conforme
a Tabela 3.
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
– Gestantes devem sempre ser internadas pelo risco aumentado de abortamento e corioamnionite. Lembrando
que quinolonas e doxicilina é contraindicado na gestação.
– Em caso de crianças e adolescentes não há obrigatoriedade em internamento hospitalar. E paciente
imunossuprimidas tem maior chance de desenvolver abscesso tubo-ovariano, porém seu tratamento não
difere da população geral.
– Para mulheres com DIU não há necessidade para retirar o dispositivo. Porém é indicada se for o desejo
da usuária, DIP severa ou sem melhora clínica após 72h de antibiótico. É importante ressaltar que sendo
indicada retirada do DIU, o procedimento deve ser feito após as duas primeiras doses da antibióticoterapia.
E orientar um novo método contraceptivo, incluindo uso de condom.
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Etiologias:
Com anomalia estrutural do útero Sem anomalia estrutural do útero
Anamnese
Pesquisar padrão menstrual prévio e mudança do padrão. Características do sangramento (vermelho vivo com
coágulos), duração, forma de evolução, tratamentos realizados, sintomas associados.
Pesquisar antecedentes sexuais e métodos contraceptivos para descartar sangramentos do primeiro trimestre e
decorrentes do uso de anticoncepcionais.
Indagar sobre sangramentos não genitais e antecedentes patológicos para descartar coagulopatias e doenças
sistêmicas.
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Estratégia propedêutica:
• ADENOMIOSE
a. Diagnóstico de certeza: Histopatológico – glândulas endometriais situadas mais de 2,5 mm da junção
endo-miometrial
b. Diagnóstico operacional: Clínica + ultrassom ou ressonância
• MIOMA
a. Diagnóstico: Exame físico + ultrassom (número, diâmetros, localização e camada uterina).
• MALIGNIDADE
a. Cogitar possibilidade em mulheres acima de 40 anos
b. Propedêutica inicial: biópsia do endométrio. Opções: histeroscopia, curetagem.
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• DISFUNÇÕES OVULATÓRIAS
a. Distúrbios que cursam com anovulação ou defeitos da fase lútea, como: stress psicológico, perda ou ganho
de peso, exercícios excessivos ou anormalidades endócrinas como ovários policísticos, hiperprolactinemia,
tireoidopatias, perimenopausa, imaturidade pós-menarca, disfunção hipotalâmica.
b. Suspeitar principalmente (mas não exclusivamente) quando houver ciclos irregulares
c. Propedêutica clínica: Anamnese (pesquisar hábitos e emoções) Exame físico geral e ginecológico (peso,
IMC, hirsutismo, acne, seborréia, galactorréia.
d. Propedêutica laboratorial: Diagnóstico sindrômico: Progesterona na segunda fase do ciclo. Diagnóstico
etiológico: ultrassom transvaginal, dosagem de FSH, Prolactina, TSH. Outros hormônios se necessário em
cada caso.
• DISFUNÇÃO ENDOMETRIAL
a. Diagnóstico: De exclusão. Sangramento menstrual abundante em paciente com ciclos menstruais regulares,
sem anomalias estruturais do útero, sem disfunção hormonal ou da coagulação.
b. Propedêutica mínima: Anamnese, exame físico, ultrassom transvaginal e, caso o ultrassom não descarte
alteração endometrial, biópsia do endométrio.
c. Conduta:
- Primeira escolha: DIU de progestagênio
- Tratamentos não hormonais (pacientes com desejo de engravidar ou com contraindicação aos
hormônios esteróides): ácido tranexâmico (1,5 a 4,0 g por dia) ou anti-inflamatórios não hormonais.
Usados apenas no período menstrual
- Outros tratamentos hormonais (pacientes sem desejo de engravidar e sem contraindicação aos
hormônios esteróides): Anticoncepcionais orais combinados ou progestagênios (eficazes apenas se
usados por mais de 21 dias a cada mês ou de forma contínua)
- Tratamento cirúrgico: Ablação endometrial histeroscópica ou histerectomia. Na falha do tratamento
clínico
• IATROGÊNICO
a. Hormônios esteroides, análogos do GnRH, inibidores da aromatase, SERMs, dopaminérgicos e
antidopaminérgicos, anticoagulantes, dispositivos intrauterinos.
• NÃO CLASSIFICADAS
a. Malformação arteriovenosa, istmocele de cicatriz de cesárea, congestão pélvica.
b. Propedêutica: ultrassom transvaginal.
Conduta:
• A conduta frente às anomalias estruturais do útero, das disfunções ovulatórias e das lesões não classificadas deve
ser individualizada para cada anomalia e as mais frequentes estão explicitada nos capítulos correspondentes
desse manual
• A conduta em relação à coagulopatias será a critério da hematologia, para onde a paciente deverá ser
referenciada.
• Conduta na disfunção endometrial
a. Primeira escolha: DIU de progestagênio
b. Tratamentos não hormonais (pacientes com desejo de engravidar ou com contraindicação aos hormônios
esteróides): ácido tranexâmico (1,5 a 4,0 g por dia) ou anti-inflamatórios não hormonais. Usados apenas
no período menstrual
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c. Outros tratamentos hormonais (pacientes sem desejo de engravidar e sem contraindicação aos hormônios
esteróides): Anticoncepcionais orais combinados ou progestagênios (eficazes apenas se usados por mais
de 21 dias a cada mês ou de forma contínua)
d. Tratamento cirúrgico: Ablação endometrial histeroscópica ou histerectomia. Na falha do tratamento clínico
• A conduta no sangramento iatrogênico deverá ser, sempre que possível, o ajuste da dose da medicação, sua
substituição ou retirada.
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Abordagem inicial:
• Avaliar o estado hemodinâmico e corrigir volemia se necessário
Infundir 1 a 2 litros de cristalóide e reavaliar em seguida
• Avaliar coagulopatias, se presentes os critérios abaixo:
○ Critérios para triagem hematológica
a) Sangramento uterino anormal desde a menarca
b) Um ou mais: Hemorragia pós-parto, Sangramento relacionado a cirurgia ou tratamentos dentários.
c) Dois ou mais: Hematomas ou equimoses (1x ou mais por mês), Epistaxe (1x ou mais por mês),
sangramento gengival ou história familiar de sintomas hemorrágicos.
○ Exames necessários (a critério da hematologia)
a) Hemograma com plaquetas
b) TTPA, TPAE
c) Fibrinogênio
d) Antígeno do fator de von Willebrand
e) Ensaio do cofator Ristocetina
f) Fator VIII
• Avaliar hematimetria e corrigir anemia se grave e sintomática
Transfusão de hemoconcentrados
• Exame físico geral e ginecológico (pp exame especular)
a) Quantificar a magnitude do sgto no momento
b) Investigar o trato genital inferior e confirmar a origem uterina do sgto
c) Avaliar útero e anexos buscando a etiologia do sgto
• Descartar gravidez
Abordagem complementar
• Teste de gravidez
• Método de imagem: ultrassonografia
• Biópsia do endométrio ou curetagem uterina
a) Suspeita de neoplasia de endométrio
b) Acima de 40 anos quando define tratamento conservador e sem descartar neoplasia
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Manejo da anemia:
Para a administração de preparados de ferro ou de hemocomponentes deverá ser consultado o manual de
hemoterapia do CISAM. Aqui, faremos apenas um resumo.
a. Primeira opção: Preparados de ferro oral (até 200 mg de Fe elementar/dia).
b. Segunda opção: Preparados de ferro IV. Sacarato de hidróxido férrico (Noripurum) ou carboximaltose férrica
(Ferinject) ver esquema abaixo. A opção pelo ferro IV levará em consideração: Magnitude e duração do
sangramento, status performance, perspectiva de novos episódios de sangramento, perspectiva de tratamento
cirúrgico (Prazo de melhora) e custo
c. Hemotransfusão: Apenas em casos de anemia grave e sintomática. Em pacientes com sangramento incoercível
com indicação de cirurgia, a hemotransfusão prévia à cirurgia pode ser cogitada, individualizando-se caso a
caso. Ver fluxograma no final.
B1: Noripurum
Tabela de cálculo da dose total de Noripurum de acordo com o nível de hemoglobina e o peso
B2: Ferinject:
Ampolas de 10 ml com 50 mg/ml de Fe. Total= 500 mg de Fe por ampola.
Dose cumulativa de Fe a ser reposta por meio de Ferinject
Obs:
1. A dose máxima diária é de 1000 mg de ferro. Não fazer mais de 1000 mg por semana.
2. A quantidade de 500 a 1000 mg de Fe (1 a 2 ampolas) deve ser diluída em no máximo 250 ml de SF a 0,9% e
infundidos IV em um tempo mínimo de 15 minutos.
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Manejo do sangramento:
• Sangramento ativo de grande volume com instabilidade hemodinâmica:
a. Tamponamento intra-uterino com sonda de Foley, insuflando o cuff até resistência moderada. Usar
antiespasmódicos e antibioticoprofilaxia e retirar com no máximo 24h
b. Curetagem uterina em mulheres com cavidade uterina não distorcida (ao ultrassom) e com mais de 40
anos. Dar preferência à curetagem em relação à AMIU.
c. Histerectomia de urgência. Na falha dos métodos acima
• Condições especiais
a. Pré-operatório: Preferência pelas seguintes condutas:
- Intervenções não medicamentosas (tampão, curetagem)
- Ácido tranexâmico
- Progestagênio
- Estrogênio puro ou combinado (não contraindica a cirurgia, mas exige uso de heparina até 7 dias de
pós-operatório)
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Resumo da conduta:
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MIOMAS UTERINOS
Neoplasia benigna da musculatura lisa do miométrio, cujo diagnóstico ultrassonográfico é suficiente para definir
a conduta, havendo apenas excepcionalmente necessidade de outros exames de imagem como a Ressonância
Magnética.
Quando existem sintomas, mas os sintomas não são atribuídos aos miomas.
• Motivos pelos quais o mioma sangra:
a) Distorção e compressão dos vasos subendometriais, levando a estase nesse território.
b) Aumento da cavidade endometrial e, conseqüentemente, da superfície de sangramento.
c) Alteração da arquitetura das miofibrilas miometriais, dificultando a contratilidade uterina.
d) Degeneração e ulceração de miomas submucosos, redundando em rotura de espaços vasculares.
e) Aumento da vascularização uterina por indução de fatores angiogênicos (fator de crescimento endotelial-
EGF, fator de crescimento endotelial vascular-VEGF)
Depende da Localização:
Tipo 0: Miomectomia Histeroscópica.
Mesmo pequenos submucosos podem ser sintomáticos.
Tipo 1: Miomectomia Histeroscópica
Tipo 2: Miomectomia por via alta, Histeroscópica em 2 tempos ou Histerectomia
Tipo 3: Miomectomia por via alta ou HTA
Tipo 4: Miomectomia por via alta ou histerectomia.
Os mioma intramurais serão causa de sangramento dependendo da proximidade da cavidade endometrial, do
diâmetro, do número de miomas. Raciocinar em relação ao aumento da cavidade endometrial e distorção dos
vasos subendometriais.
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2. Para miomas grandes e numerosos recomenda-se reduzir a perda sanguínea através de um ou ambos os
métodos:
a. Torniquete nas artérias uterinas com sonda de Foley 12 ou 14 passada através de aberturas nos ligamentos
largos e pinçada com pinça de Kelly
b. Injeção de vasopressina: 20 U (1 ampola de 1ml = 20 U) diluída para 200 mL de Soro Fisiológico a 0,9%, aplicado
até no máximo 50 mL (5U) no miométrio que será incisionado e abaixo da pseudo-cápsula do mioma.
3. Incisão do útero transversal para respeitar o percurso das artérias arqueadas, com bisturi elétrico no modo
coagulação. Dissecção romba dos miomas, sutura do miométrio em 1 ou 2 planos de acordo com o diâmetro
e profundidade dos miomas com fio no mínimo 0, de preferência com agulha mais fina do que o fio. Aposição
de membranas anti-reabsortivas após o fechamento
4. Se houver abertura da cavidade endometrial, agendar histeroscopia após 2 meses para rever e desfazer eventuais
sinéquias.
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PÓLIPOS UTERINOS
PÓLIPOS CERVICAIS
A. Os pólipos cervicais assintomáticos com colpocitologia negativa devem receber conduta expectante.
B. Os pólipos cervicais sintomáticos sem suspeita de atipia colposcópica ou citológica devem ser retirados por
torção no ambulatório geral.
C. Os pólipos cervicais com suspeita de atipia devem ser retirados por torção no ambulatório geral, se a base for
visualizada ou por histeroscopia cirúrgica se a base não for visualizada.
PÓLIPOS ENDOMETRIAIS
• ABORDAGEM INICIAL
A. Os pólipos endometriais diagnosticados pela ultrassonografia, únicos, com diâmetro ≤ 10 mm, em pacientes
assintomáticas (sangramento e infertilidade), < 40 anos e sem fatores de risco para neoplasia de endométrio
devem receber conduta expectante com repetição anual da ultrassonografia.
B. Os demais pólipos deverão receber abordagem histeroscópica como a seguir:
– Os pólipos diagnosticados pela ultrassonografia e maiores de 15 mm podem ser encaminhados diretamente
para histeroscopia cirúrgica, havendo confiabilidade no diagnóstico ecográfico.
– Os pólipos diagnosticados pela ultrassonografia, com diâmetro ≤ 15 mm ou > 15 mm com diagnóstico
ecográfico duvidoso, devem ser encaminhados para a histeroscopia diagnóstica para confirmação do
diagnóstico.
• CONDUTA CIRÚRGICA
A. O tratamento cirúrgico de eleição dos pólipos endometriais é a histeroscopia cirúrgica, que poderá ser
realizada em regime de Day Clinic.
B. Mulheres com sangramento do tipo menorragia e pólipo endometrial, com prole definida, o tratamento
deverá ser, preferencialmente, a ressecção histeroscópica + inserção de DIU medicado com progestagênio
ou ablação endometrial.
C. Na concomitância com outras doenças uterinas com indicação de histerectomia (miomas, adenomiose), a
histerectomia deverá ser indicada, sem a necessidade de histeroscopia diagnóstica ou cirúrgica prévia.
D. Pacientes com pólipo endometrial, na vigência de sangramento uterino anormal grave, deverá ser submetida
a curetagem uterina. Se houver a concomitância de outras doenças com indicação de histerectomia, realizar
a cirurgia após estabilização hemodinâmica e hematimétrica.
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HIPERPLASIAS ENDOMETRIAIS
# DEFINIÇÃO:
Proliferação anormal das glândulas endometriais, resultando numa proporção glândulas / estroma superior aquela
encontrada em um endométrio proliferativo periovulatório (>50%)
# DIAGNÓSTICO:
Histopatológico da cavidade endometrial obtido por biópsia ambulatorial com cureta de Novak ou cânula de
AMIU, curetagem uterina ou biópsia histeroscópica. Quando a biópsia revelar material insuficiente ou caso exista
estenose cervical, optar por realizar procedimento sob anestesia (curetagem ou biópsia histeroscópica). Não fazer
estrogênio para preparo do colo.
# CONDUTA:
# Hiperplasia endometrial sem atipia
1. Tratamento clínico com progestagênio:
Primeira escolha Lng DIU: Maior taxa de cura, menos efeitos colaterais, menos sgto de escape
Outras opções: Acetato de Medroxiprogesterona (10 a 20 mg/dia); Noretindrona/Noretisterona (5 a 15 mg/dia);
Progesterona micronizada (200-300 mg/dia), Acetato de medroxiprogesterona Depot (150mg a cada 2-3 meses)
– Duração do tratamento: Mínimo de 6 meses.
– Contraindicações: Tumores sensíveis aos progestagênios, antecedente de tromboembolismo/AVC,
insuficiência hepática.
– Controle de cura: Nas pacientes tratadas com Lng DIU, não é necessária biópsia de controle. Naquelas
tratadas com P oral, fazer nova biópsia após pelo menos 1 mês do final do tratamento.
– Manutenção: Nas pacientes tratadas com Lng DIU, próprio DIU é o tratamento de manutenção. Nas
pacientes com fatores de risco para hiperplasia (obesidade, anovulação, uso de estrogênios) os fatores
de risco devem ser afastados, e caso isso não seja possível, manter progestagênio na segunda fase do
ciclo.
2. Indicação de Histerectomia:
• Progressão para atipia
• Ausência de regressão após 12 meses
• Recidiva da hiperplasia após a remissão
• Recusa, intolerância ou contraindicação ao tratamento clínico ou seguimento improvável.
• Paciente com > 5 anos de menopausa, sem fonte estrogênica identificável ou com fatores de risco não
modificáveis
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NEOPLASIA DE ENDOMÉTRIO
Rastreio e diagnóstico precoce
D. SANGRAMENTO MODERADO A INTENSO (Em qualquer idade): Curetagem uterina fracionada (CUF), sob
internação.
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ENDOMETRIOSE PÉLVICA
# Conceito:
doença inflamatória estrógeno-dependente, caracterizada pela presença de glândula e/ou estroma endometrial
fora da localização anatômica habitual, respondendo aos estímulos cíclicos dos hormônios ovarianos.
# Diagnóstico:
Fluxograma de avaliação da paciente com suspeita de endometriose pélvica:
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Parcial Completa
OBLITERAÇÃO DO FUNDO DE SACO POSTERIOR
4 40
OVÁRIO Velamentosa 1 2 4
DIREITO Densa 4 8 16
OVÁRIO Velamentosa 1 2 4
ESQUERDO Densa 4 8 16
Velamentosa 1 2 4
TROMPA DIREITA
Densa 4* 8* 16
Velamentosa 1 2 4
TROMPA ESQUERDA
Densa 4* 8* 16
Porcentagem de implantes:
Lesão vermelhas (claras, vermelhas, rosadas, em chama, vesículas): ____ %
Lesões brancas (brancas, amareladas, marrons, defeitos do peritônio): ____ %
Lesões pretas (pretas, depósitos de hemossiderina, azuis): ____ %
Endometriose adicional: ____________________________________________
Patologias associadas: ______________________________________________
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* Pílula contraceptiva oral, transdérmico, anel vaginal, acetato noretindrona, acetato medroxiprogesterona.
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MASSAS ANEXIAS
# Possibilidades diagnósticas:
• Tumorações funcionais: cisto folicular, cisto de corpo lúteo (hemorrágico ou não) e cisto teca-luteínico
• Tumorações inflamatórias: Endometriomas, Abcessos tubo-ovarianos
• Tumorações neoplásicas
- Beningnas: Miomas subserosos pediculados e Neoplasias benignas de ovário, trompa e peritônio pélvico
- Malignas: Neoplasias malignas de ovário, trompa e peritônio pélvico
• Cistos de inclusão e residuais: Ovarianos, para-oóforos (para-tubários) ou peritoneais e Hidrosalpinge.
• Tumorações obstétricas: Gestação ectópica, cistos teca-luteínicos e luteomas
# Diagnóstico:
Anamnese: em geral pobre nos estadios iniciais. Atentar para idade, status menopausal e história pessoal e familiar
de câncer (pp ovário, útero, mamas e cólon)
• Em neoplasias avançadas: dor abdominal vaga (pode ser aguda na torção, rotura ou hemorragia), distensão
abdominal, empachamento, dispepsia, náuseas, constipação.
• Nos casos agudos: Dor aguda, febre e corrimento (abscessos), sangramento genital (gestação ectópica)
Exame físico:
• Palpação abdominal para identificar volume da massa, localização, mobilidade, consistência, presença de
ascite.
• Toque vaginal: volume, sensibilidade, consistência, bilateralidade, aderência a outros órgãos pélvicos,
deslocamento desses órgãos.
Exames de imagem
• Ultrassonografia: Transvaginal ou pélvica, dependendo do volume da massa. Primeiro exame e método de
escolha.
• Ressonância Magnética: Útil apenas em alguns casos:
- Avaliar metástases à distância em casos com alta suspeita de malignidade
- Avaliar o conteúdo da massa (protéico, gorduroso)
Exames laboratoriais:
• Hemograma e beta-hCG para casos agudos. CA 125 em todas as mulheres na pós-menopausa e para suspeita
de neoplasia na pré-menopausa.
# Ultrassonografia
O exame deverá ser realizado por profissional experiente e os achados ecográficos descritos de acordo com o
sistema O-RADS (Ovarian-Adnexal Reporting Lexicon for Ultrasound)
CATEGORIAS:
• FISIOLÓGICAS
- Folículo: Cisto simples ≤ 3 cm em mulheres na pré-menopausa
- Corpo lúteo: Cisto de paredes espessadas ≤ 3 cm que pode ter margens crenadas, ecos internos e fluxo
intenso periférico ao Doppler ou área hipoecóica com fluxo periférico
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• LESÕES
a. Cisto unilocular sem componente sólido: lesão cística unilocular podendo conter 1 ou mais septos
incompletos, irregularidade de parede < 3 mm de altura ou ecos internos. É chamado de cisto simples
quando tem parede fina e lisa, reforço acústico posterior e ausência de ecos internos.
b. Cisto unilocular com componente sólido: Igual ao anterior, porém com 1 ou mais componentes sólidos
de > 3 mm de altura
c. Cisto multilocular sem componente sólido: lesão cística com mais de um compartimento (pelo menos
um septo completo) sem componente sólido > 3mm.
d. Cisto multilocular com componente sólido: Igual ao anterior, porém com 1 ou mais componentes
sólidos > 3 mm de altura
e. Massa sólida (≥ 80%): lesão com ecogenicidade sólida em sua totalidade ou em 80% ou mais de seu
volume.
TAMANHO
• Diâmetro(s) máximo(s) da lesão: Maior diâmetro em qualquer plano da lesão ou em 3 eixos de dois planos
perpendiculares. Pode ser calculado o volume a partir dos 3 diâmetros
• Diâmetro máximo da maior parte sólida.
COMPONENTE SÓLIDO
• Contorno externo:
- Liso: Contorno regular
- Irregular: Margem externa irregular ou lobulada
• Conteúdo sólido interno:
- Hipo, iso ou ou hiperecóico: comparado com a ecogenicidade do estroma ovariano normal
- Calcificação: componente de alta ecogenicidade com sombra acústica posterior dentro de uma parte
sólida
- Sombra acústica: Artefato produzido atenuação dos ecos por trás de uma estrutura que “absorve” a onda
sonora
LESÕES CÍSTICAS
• Contorno interno
- Liso: regular e uniforme
- Irregular: por septações incompletas, componentes sólidos < 3 mm em altura ou projeções papilares
(componente sólido ≥ 3 mm em altura)
- Calcificação
• Conteúdo interno
- Conteúdo anecóico: ausência de ecos ou estruturas de qualquer tipo
- Aspecto de vidro moído: ecos de baixa amplitude homogeneamente distribuídos dentro do cisto (típico
de endometrioma)
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VASCULARIDADE
• Fluxo parietal circunferencial: fluxo restrito à parede e incluindo a maior parte da circunferência do cisto
(tipicamente associado ao corpo lúteo)
• Fluxo interno: fluxo detectado internamente em componente sólido, nódulo mural ou em septação com ou
sem fluxo parietal
ACHADOS EXTRA-OVARIANOS
• Cistos
- Cistos de inclusão peritoneal: Sem efeito de massa, “maleáveis” tipicamente com finas septações. Associados
a aderências, cirurgias prévias ou endometriose
- Cistos para-ovarianos ou para-tubários: cistos simples separados dos ovários e que se deslocam
independentemente
• Descritores tubários
- Septações incompletas: resultantes de dobramento da parede da trompa distendida sobre si própria
- Tubular: lesão cística alongada
- Pregas endosalpingeais arredondadas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Baseada no risco de malignidade e diagnóstico clínico-ecográfico de suspeição. Para o cálculo do risco de malignidade,
utilizar o escore IOTA-ADNEX disponível no endereço eletrônico: https://www.iotagroup.org/sites/default/files/
adnexmodel/IOTA%20-%20ADNEX%20model.html.
Sugestão de conduta baseada no Escore 0-RADS e na categoria de risco IOTA-ADNEX
Conduta Conduta
Escore Categoria de
Descrição da lesão na pré- na pós-
O-Rads risco (IOTA)
menopausa menopausa
Folículo (cisto simples ≤ 3cm)
1 Ovário normal Nenhuma Não se aplica
Corpo lúteo ≤ 3 cm
≤ 3 cm Nenhuma Nenhuma
Quase Reavaliar em
3 a 5 cm Nenhuma
certamente Cisto simples 6 meses
2
benigno 5 a 10 cm Reavaliar em 8 a 12 sem
(< 1%)
Lesões benignas
Ver tabela abaixo Ver tabela abaixo
clássicas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Cisto unilocular ≥ 10 cm
Cisto dermóide, endometrioma ou hemorrág ≥ 10cm
Cisto unilocular de qualquer diâmetro c/ irregularidade Conduta
Baixo risco de
de parede < 3mm cirúrgica
3 malignidade
com
(1 a 10 %) Cisto multilocular < 10 cm c/ paredes e septos lisos e
ginecologista
finos e escore de cor 1 a 3.
Lesões sólidas de qualquer diâmetro de contorno liso e
escore de cor = 1
Parede lisa, ≥ 10cm, escore de cor
1a3
Cisto multilocular
Parede lisa, qualquer diâmetro,
sem componente
escore de cor=4
sólido
Parede ou septação irregular,
qualquer diâmetro/ escore de cor
Conduta
Risco Qualquer diâmetro c/ 1 a
Cisto unilocular cirúrgica
4 Intermediário 3 projeções papilares ou
com componente com
(10 a 50%) componente sólido, qualquer
sólido oncologista
escore de cor
Cisto multilocular
Qualquer diâmetro, escore de cor
com componente
1a2
sólido
Qualquer diâmetro, contorno liso,
Lesão sólida
escore de cor 2 a 3
Cisto unilocular ≥ 4 papilas qualquer diâmetro ou escore
de cor
Cisto multilocular com componente sólido, qualquer
diâmetro, escore de cor = 3 a 4 Conduta
Alto Risco cirúrgica
5 Lesão sólida de contorno liso, qualquer diâmetro, escore
(> 50%) com
de cor = 4
oncologista
Lesão sólida de contornos irregulares, qualquer
diâmetro ou escore de cor
Ascite ou nódulo peritoneal
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
# Definição
Quadro potencialmente grave, caracterizado por dor abdominal aguda, presente há menos de 7 dias, envolvendo
o trato genital (diretamente ou como diagnóstico diferencial) que requer uma abordagem imediata, seja ela clínica
ou cirúrgica.
A dor em geral se origina ou é mais intensa na pelve e pode corresponder a agudização de uma dor relacionada
a uma condição crônica.
# Etiologia
Ginecológicas infecciosas: DIPA, abscesso tubo-ovariano.
Ginecológicas não infecciosas: dismenorreia, torção anexial, Mittelschmerz (dor na ovulação), prolapso de
leiomioma, degeneração de leiomioma uterino, endometriose, adenomiose, perfuração uterina, neoplasia.
Relacionadas à gravidez: gravidez ectópica, abortamento, corioamnionite, trabalho de parto prematuro,
descolamento de placenta, alongamento do ligamento redondo, endometrite, trombose de veia ovariana ou
tromboflebite pélvica séptica.
Gastrointestinais: apendicite, gastroenterite, doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável,
diverticulite, linfadenite, constipação, obstrução intestinal, isquemia mesentérica.
Urológicas: cistite, pielonefrite, litíase urinária, abscesso perinéfrico, síndrome da bexiga dolorosa, retenção urinária.
Musculoesqueléticas: hérnia, peritonite, trauma de parede abdominal.
Outras: herpes-zoster, crise falcêmica, hipercalcemia, vasculite, ruptura de aneurisma da aorta abdominal, dissecção
de aneurisma da aorta abdominal, porfiria, toxicidade por metais pesados, abstinência de opióides, depressão,
distúrbio de somatização, abuso sexual.
# Diagnóstico
■ Anamnese
• Localização da dor
- Pélvica lateral: pode estar relacionada a processo no ovário ou nas trompas, urolitíase, apendicite (dor à
direita), diverticulite ou colite (dor à esquerda).
- Pélvica central: é observada em distúrbios do útero, de ambos os anexos ou da bexiga.
- Difusa: pode ocorrer em peritonite por hemorragia intra-abdominal ou infecção ou por processo bilateral
ou central como doença inflamatória pélvica (DIP).
- Irradiação para o reto: pode ocorrer quando há acúmulo de líquido ou sangue em fundo de saco ou em
endometriose retovaginal.
• Momento do início da dor
- Início repentino: sugere um processo agudo, como hemorragia intrapélvica, torção ovariana, urolitíase
ou ruptura de cisto ovariano.
- Início gradual: é mais comum em processos inflamatórios ou infecciosos, como DIP ou apendicite.
• Sintomas associados
- Febre e calafrios: processos infecciosos ou inflamatórios (DIP, ITU ou diverticulite).
- Náuseas e vômitos: processo gastrointestinal, quadros de dor intensa ou qualquer dor de origem visceral
(ex: cólica ureteral, torção ovariana).
- Sangramento vaginal e dor pélvica aguda: abortamento, gravidez ectópica, degeneração de mioma
submucoso, perfuração uterina, trauma e neoplasia
- Corrimento vaginal: infecção, trauma pélvico (ex: agressão sexual traumática) ou corpo estranho retido.
- Constipação: processos gastrointestinais, dismenorreia grave.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
■ Exame físico: Identificar condições ameaçadoras à vida, como choque hipovolêmico e sepse.
Avaliar:
• Frequencia cardíaca
• Frequência respiratória e padrão respiratório
• Pressão arterial
• Perfusão capilar
• Estado mental
• Diurese
• Temperatura
• Oximetria
■ Choque hipovolêmico
Classificação do sangramento:
Classe II
Classe I (Leve) Classe III (Grave) Classe IV (Grave)
(Moderado)
Perda de até 15% Perda de 15-30% Perda de 30-40% Perda >40%
Volume sanguíneo
(<750ml) (750-1500ml) (1500-2000ml) (>2000ml)
Frequência cardíaca Pouco ou normal 100-120 bpm ≥120 bpm ≥120 bpm
Frequência respiratória Normal 20-24 irpm >30 irpm >30 irpm
Pressão arterial Normal Diminuída Diminuída Diminuída
Pressão de pulso Normal Diminuída Diminuída Diminuída
Diminuído ou
Débito urinário Normal Diminuído Ausente
ausente
Estado neurológico Levemente ansioso Moderadamente ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico
■ Sepse
- Quick SOFA (qSOFA): score que avalia o risco da paciente infectado desenvolver sepse.
Critérios qSOFA Pontuação
Frequência respiratória ≥ 22irpm/minuto 1 ponto
Estado mental alterado 1 ponto
Pressão arterial sistólica ≤100 mmHg 1 ponto
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Exame do abdome
• Massa palpável: gravidez, leiomioma, cisto ovariano, abscesso tubo-ovariano, neoplasia;
• Irritação peritoneal: sangramento intra-abdominal, gravidez ectópica, abscesso tubo-ovariano, torção ovariana,
apendicite.
■ Exames complementares
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
e. Biópsia:
• Fazer preferencialmente na primeira fase do ciclo menstrual; pacientes com anticoncepção contínua ou
SIU-LNG pode fazer em qualquer dia; pacientes que não menstruam e em idade reprodutiva sem MAC,
fazer mediante apresentação de BETA HCG datado até 2 dias antes do procedimento
• Técnica: apreensão e torção do tecido da região escolhida (dar preferencia a área de suposta maior
gravidade guiada pela Colposcopia – lembrar que essa área na maioria das vezes é próxima à JEC - vide
foto abaixo); colocar em frasco com formol a 10%; preencher formulário específico para solicitação do
histopatológico com as informações solicitadas; atenção na identificação do frasco coincidente com a
identificação do formulário e do prontuário.
MAIA, 1998
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Realizar a EZT tipo 1/2/3 conforme acima, com passagem única ou múltipla da alça (FIGURAS ESQUEMÁTICAS
ENSINO DA OMS);
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PATOLOGIA VULVAR
Avaliação inicial da paciente com queixa vulvar – caracterizar:
• Tempo de lesão; início repentino ou gradual; teve trauma no local ou outro “gatilho”; se já teve lesões
semelhantes anteriormente; se a lesão agora é diferente de outras anteriores;
• Sintomas associados à(s) lesão(s): coceira, queimação, dor, picada, sangramento e corrimento; algo que
melhora ou exacerba os sintomas; se outros sintomas não-vulvares (febre, sintomas do trato urinário ou
intestino, sangramento uterino anormal, perda de peso ou artralgia);
• Presença de outras lesões de pele, lesões orais, vaginais ou anal;
• Incontinência urinária ou fecal;
• História de doença dermatológica na família ou na própria paciente (psoríase, LE, hidradenite supurativa);
• Caracterizar como é feita a higiene da vulva e os produtos que usa;
• Hábitos de vestuários e tipos de tecido de roupa íntima, assim como a higiene dessa vestimenta; se usa lenços
para higiene íntima ou sabonetes específicos; hábitos de absorvente, tempo de troca dos absorventes; se
usa produtos ou artefatos para atividades sexuais; se considera as práticas sexuais seguras;
• Avaliar se tem comportamento sexual de risco; perguntar se há lesões no parceiro;
• Uso de medicações tópicas ou oral;
• Se viajou recentemente;
• Se usou tratamentos anteriores prescritos ou por conta própria;
• Avaliar se a lesão afeta a vida diária e atividade sexual;
• Se já tem exames da vulva ou biópsias anteriores;
• Se a queixa é dor vulvar: avaliar VULVODÍNEA na exclusão de doenças clínicas evidentes da vulva.
Vulvoscopia
1. Se possível, tratar vulvovaginites antes da realização do exame;
2. Saber identificar a anatomia da vulva: monte pubiano, grandes lábios, pequenos lábios, sulco interlabiais,
prepúcio do clitóris, clitóris, frênulo do clitóris, vestíbulo, carúncula himenal, fúrcula, períneo, orifícios das
glândulas de Skene e Bartholin, meato uretral, linha de Hart (define os limites exteriores do vestíbulo).
3. Indicações e objetivos:
• Pacientes com diagnóstico de LIEAG ou câncer no TGI; mulheres com condilomas, HIV positivas,
transplantadas de órgão sólidos;
• Definir extensões das lesões; dirigir biópsias para áreas clinicamente mais graves; excluir câncer invasivo,
realizar tratamento dirigido pela visualização de referências anatômicas;
4. Achados variantes normais: coloração de pele e mucosa/hiperpigmentação fisiológica, grânulos de Fordyce,
papilas vulvares (dérmicas ou vestibulares) fisiológicas, hipertrofia fisiológica dos pequenos lábios, origem
anterior bífida dos pequenos lábios;
5. Analisar:
• Morfologia da lesão (mácula, pápula, adesivo, nódulo, úlcera, tumor, placa, vesícula, bolha, pústula, cisto)
• Lesões hipercrômicas: USAR REGRA DO ABCDE da SBD
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6. Técnica:
• Aplicar ácido acético a 5%. Esperar 1-3 minutos para aparecimento de áreas acetorreativas;
• Descrever achados em laudo adequado. Anotar se realizado biópsia e especificar a área biopsia da; se
necessário, colocar lesões distintas em frascos diferentes, com formol a 10%
PATOLOGIA ANAL
NIA (Neoplasia Intra-Epitelial) anal: Mais comuns na ZT anal. Descritas na classificação de Bethesda. Relevância:
Os canais anal e cervical compartilham características embriológicas, histológicas e patológicas (desenvolvem-se a
partir da membrana cloacal embrionária e são locais de fusões de tecido endodérmico e ectodérmico para formar
uma JEC, onde podem apresentar alterações metaplásicas normais e alterações displásicas anormais relacionadas
à infecção HPV)
Correspondência Histopatológica: LIEBG = NIA 1 / LIEAG = NIA 2 ou 3
População alvo para rastreio de NIA:
• Pacientes com diagnóstico de LIEAG ou câncer no TGI;
• Indivíduos com história de condilomas anal ou perianal;
• Indivíduos com imunossupressão iatrogênica (transplantados de órgão sólido, usuárias crônicas de corticoides
ou outras drogas imunossupressoras);
• Indivíduos HIV positivos;
• Mulheres HIV negativas com mais de 45 anos quando sabe-se ser portadora do HPV 16;
• Homens que fazem sexo com Homens (HSH);
* Não há consenso sobre o momento inicial da triagem nem da frequência de realização dos exames – individualizar
cada caso de acordo com o paciente
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AMENORRÉIA
# Causas de amenorréia
1. Defeitos anatômicos
a. Agenesia Mulleriana (Síndrome Mayer-Rokitansky-KusterHauser)
• Ausência do útero e 1/3 superior da vagina e características sexuais secundárias femininas.
• Em 10% dos casos de amenorreia primária
• Acompanhada de malformações urogenitais, tais como, duplicação ureteral, rim em ferradura, rim pélvico,
hidronefrose. Mais raramente, mal-formações esqueléticas da coluna lombar podem ser encontradas.
• Função ovariana normal.
• O desenvolvimento dos ductos de Muller pode ser parcial, com diferentes formas de apresentação da
genitália interna feminina.
• Diagnóstico diferencial com a Síndrome da Insensibilidade aos Androgênios.
• Opções terapêuticas: neovaginoplastia com os exercícios com moldes de diâmetros progressivamente
maiores para ampliação e criação da cavidade vaginal, como primeira escolha ou criação cirúrgica da
vagina utilizando a membrana amniótica como revestimento da cavidade neoformada.
c. Criptomenorréia: Outros defeitos anatômicos que cursam com amenorréia primária compreendem o hímem
imperfurado e o septo vaginal transverso, em incidências de 1:1000 e 1: 80.000, respectivamente. Nestas
duas situações é comum a ocorrência de dores cíclicas, pelo acúmulo de sangue menstrual a montante da
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
obstrução, podendo refluir até a cavidade abdominal, favorecer o aparecimento de endometriose e aderências
pélvicas. A remoção dos septos ou a abertura himenal devem ser realizadas via vaginal.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
- Síndrome de Turner com cariótipo em mosaico: pode estar associado a uma variedade de fenótipos
que variam desde a apresentação clínica típica da Síndrome de Turner, um desenvolvimento sexual
anormal com genitália ambígua, até um fenótipo masculino com infertilidade.
- Mal formações cardíacas: variam dependendo do tipo e do método diagnóstico utilizado. Cerca de 50%
das pacientes apresentam algum tipo de cardiopatia congênita, das quais metade delas é representada
pelas alterações no arco e na válvula aórtica, assim como, em menor proporção, anormalidades venosas
sistêmicas e pulmonares e defeitos nos septos atriais e ventriculares.
- Maior risco de osteoporose.
- Alterações oculares.
- Distúrbios metabólicos.
- Doenças autoimunes.
• Diagnóstico:
- Síndrome de Turner clássica é frequentemente diagnosticada ainda na infância pelos estigmas
característicos. Clinicamente pelo infantilismo sexual. Níveis de FSH elevados e estradiol muito baixo.
- Cariótipos em mosaico: se gônadas não funcionantes, níveis de FSH são elevados e os níveis de estradiol
muito baixos.
• Tratamento:
- Estimular o desenvolvimento das características sexuais secundárias. O objetivo é mimetizar o
desenvolvimento puberal com baixas doses de estrogênio, aumentando gradualmente as doses para
estimular o crescimento mamário e o crescimento pondo-estatural, sem provocar a soldadura precoce
das epífises ósseas. Deve-se evitar a associação com progestágenos até que o parênquima mamário
e a aréola tenham se desenvolvido e o sangramento endometrial tenha ocorrido.
- Estrógenos devem ser, preferencialmente, naturais e a via transdérmica. Na mulher adulta, usar os
mesmos esquemas da TRH em mulheres com Insuficiência Ovariana prematura.
- Contraceptivos hormonais orais devem ser evitados porque a paciente com síndrome de Turner parece
ter um risco aumentado de tromboembolismo venoso.
b. Insuficiência Ovariana Prematura (IOP): síndrome decorrente da perda da atividade ovariana antes dos
40 anos de idade. Pode ocorrer em 1% das mulheres.
• Etiologia: Na maioria dos casos não se consegue identificar uma causa.
- Alterações genéticas ainda não são claras. As mais frequentes são anomalias numéricas ou estruturais
do cromossomo X, tais como síndrome de Turner e deleções completas/parciais, translocações e outras
alterações envolvendo o cromossomo X. Mulheres com IOP e menos de 30 anos de idade devem ser
submetidas a um exame cariótipo para descartar problemas cromossômicos com a presença do Y, que
está associado a um risco aumentado de tumores ovarianos. A pré-mutação do gene FMR1, associada
à síndrome do X frágil é a causa mais comum de retardo mental hereditário e está presente em até
13% dos casos de IOP familiar. Não causa retardo mental na portadora, mas pode levar, na geração
seguinte, à mutação completa do gene com expressão completa da síndrome. Por isso, a pesquisa
dessa mutação em pacientes com IOP destina-se também à aconselhamento genético da família.
- Alterações auto-imunes são sugeridas pela freqüente associação com outras desordens autoimunes.
Cerca de 40% das mulheres com IOP tem outras alterações auto-imunes associadas, como tireoidite,
diabete mellitus tipo I, miastenia gravis, Lúpus Eritematoso Sistêmico, artrite reumatoide, anemia
perniciosa, vitiligo, doença de Crohn ou doenças da paratireóide. Alguns anticorpos antiovário já
forma identificados, mas o papel patogênico desses anticorpos tem sido questionado.
- Intervenções terapêuticas, utilizadas principalmente no tratamento coadjuvante de algumas neoplasias,
como a radioterapia e a quimioterapia. Muitos quimioterápicos são tóxicos para os oócitos e células
da granulosa, podendo causar depleção dos folículos primordiais e/ou danos na maturação folicular.
Os agentes alquilantes são as drogas mais associadas a disfunção gonadal e podem destruir tanto os
oócitos quanto as células dos folículos primordiais. Nessa categoria estão ciclofosfamida, ifosfamida,
dacarbazina, bussulfano, melfalano e clorambucil.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
c. Outras Causas: causas mais raras de amenorréia hipergonadotrófica incluem deficiências enzimáticas com
a de 17 hidroxilase, 21-hidroxilase, aromatase, galactosemia.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
- Tríade da mulher atleta é definida pela presença de amenorreia, baixa ingestão calórica e osteopenia, que
tende a estar associada a baixo peso corporal observado em corredoras de maratonas, ginastas olímpicas
e bailarinas. Mulheres envolvidas em atividades físicas com caráter competitivo têm três vezes mais risco
de desenvolver amenorréia secundária, comparadas às não atletas.
- Fisiopatologia: baixa ingesta calórica e secreção anormal de GnRH hipotalâmico com redução dos pulsos
de gonadotrofinas.
- Anorexia nervosa: grau extremo de anovulação hipotalâmica, na qual a desnutrição e a perda de peso
atingem graus extremos, além de um componente psicogênico importante.
Dosagens hormonais: níveis de FSH normais ou baixos, frequentemente maiores que os níveis de LH,
semelhante ao padrão pré puberal e baixa produção de estradiol. Pode ser observado um aumento nos
níveis de prolactina relacionado ao estresse psicogênico das atletas profissionais.
Densitometria óssea (DO): A avaliação basal da densidade mineral óssea (DMO) pela DO da coluna lombar,
colo do fêmur e fêmur total deve ser feita se a amenorreia persistir por mais de 6 meses, se houver perda
acentuada de peso ou história de fraturas por fragilidade (após mínimo trauma ou pequena queda). Se DMO
estiver comprometida, avaliar níveis plasmáticos de vitamina D e repetir a cada um ou dois anos ao longo
do acompanhamento.
- Classificação da DMO baseada na DO, recomendada pela OMS, não deve ser utilizado para o diagnóstico
de osteoporose em mulheres na pré-menopausa porque a relação entre a DMO e o risco de fratura não
é bem definida nessa população. Utilizar o Z score, o desvio padrão da média da massa óssea comparada
à média da massa óssea de uma mulher da mesma faixa etária. O diagnóstico de osteoporose pode ser
feito pela presença de fratura por fragilidade ou quando há baixa DMO (Z score abaixo de -2) e fatores
de risco para fratura.
Tratamento:
• Restauração da função ovariana: Mudanças nos hábitos é a primeira medida e baseia-se na recuperação
do peso corporal / IMC, através do aumento da ingestão calórica de acordo com o gasto energético, sob
orientação nutricional, e redução da atividade física, além de controlar o fator etiológico (exercício físico
acentuado, perda de peso excessiva ou distúrbios alimentares). A redução do estresse psicogênico ou a
resistência a redução da atividade física e ganho de peso, quando presentes, devem ser abordadas, por
profissionais da saúde mental, e tem sido baseada da terapia cognitivo- comportamental (TCC).
• Tratamento hormonal: o tratamento hormonal, com estrógenos e progestágenos, deve ser instituído
se não houver retorno da função menstrual após 6 a 12 meses de intervenções no estilo de vida e TCC,
visando, sobretudo, a redução da perda ou recuperação da massa óssea. A primeira escolha é o uso
contínuo de estradiol 100 mg ou 1 mg, em adesivo trandérmico, ou gel, respectivamente, associados a
200 mg de progesterona micronizada por 12 dias do mês, para proteção endometrial.
• Infertilidade: A ingesta calórica adequada e redução da atividade física podem levar a restauração
espontânea da função menstrual e até mesmo a ovulação e gestação espontâneas. A indução da ovulação,
quando necessária, deve ser iniciada quando a paciente tiver alcançado o peso ideal (IMC≥18.5 kg/m2)
e ter compreendido a necessidade de uma ingesta calórica adequada para redução de intercorrências
obstétricas como baixo peso ao nascer ou prematuridade. O citrato de clomifeno é a droga de escolha
para a indução da ovulação se os níveis de estrogênios normalizarem.
Perda óssea: A recuperação da massa óssea requer redução da intensidade da atividade física e incremento
da ingesta calórica para o estímulo da formação óssea e ativação do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. A
ingestão de vitamina D, na dose de 2000 UI/dia deve ser estimulada para manter os níveis plasmáticos entre
35 e 50 ng /ml, embora isoladamente não seja suficiente para prevenir ou tratar a perda óssea. Terapias
antireabsortivas, como os bisfosfonatos, devem ser evitadas pois podem permanecer no osso por anos
e, no caso dessas pacientes engravidarem, os efeitos dos bifosfonatos sobre a massa óssea do feto são
desconhecidos.
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d. Outras causas raras de anovulação hipotalâmica que cursam com baixos níveis de FSH e estradiol são:
- Deficiência isolada de gonadotrofinas, mais freqüentemente devido à Síndrome de Kallmam,
caracterizada por anosmia, amenorréia e níveis baixos de gonadotrofinas, principalmente dos níveis
de FSH.
- Síndrome de Sheehan que é a necrose hipofisária após episódios de hemorragia no parto.
- Tumores do SNC, como os craniofaringeomas, os hamartomas e os tumores metastáticos, que devem
ser sempre excluídos em casos de amenorréia secundária e níveis muito baixos de gonadotrofinas.
- Síndrome da Sela Vazia.
• Diagnóstico: A ressonância magnética da sela túrcica está indicada em todas as mulheres com
hipogonadosmo hipogonadotrófico sem causa aparente e na presença de sintomas relacionados a
disfunções do sistema nervoso central, como comprometimento da acuidade visual ou do campo visual,
cefaléia ou deficiências de outros hormônios hipofisários.
• Tratamento: Deve ser dirigido às causas primárias da amenorréia. Na Sindrome de Kalmann ou Síndrome
de Sheeran, quando a gravidez for desejada, a indução da ovulação com gonadotrofinas exógenas ou a
utilização do GnRH, através de bomba pulsátil também deve ser oferecida.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
- Dificuldades diagnósticas:
○ Efeito gancho: pode ser observado quando os níveis de prolactina estão entre 20 e 200 ng/
ml na presença de um macroprolactinoma, que geralmente cursam com níveis mais elevados
de prolactina. Isso ocorre porque as moléculas de prolactina saturam os sítios de ligação dos
anticorpos de captura e de sinalização radioimunológica, dificultando, assim, a ligação dos dois
anticorpos como um “sanduiche” e, resultando num aumento moderado dos níveis de prolactina,
sugestivos de adenoma não funcionante. Na suspeita do efeito gancho a dosagem de prolactina
deve ser repetida usando diluições do plasma.
○ Macroprolactina: prolactina ligada a uma imunoglobulina de alto peso molecular, sem atividade
biológica e, portanto, sem significado clínico. O preparo prévio do plasma com polietileno glicol,
provoca a precipitação da macroprolactina, tornando mais confiável a dosagem da prolactina na
porção sobrenadante do plasma.
- Investigação radiológica: Ressonância magnética com contraste (RM) é considerada o método de
imagem de escolha para o diagnóstico. A RM está indicada nos casos de hyperprolactinemia acima
de 50 ng/ml para descartar adenomas, exceto quando houver uso de drogas que reconhecidamente
aumentem os níveis de prolactina ou insuficiência renal. Nesses casos, solicitar a RM se os níveis de
prolactina forem superiores a 150 ng/ml ou acima de 300 ng/ml se a droga usada for a risperidona.
• Tratamento:
- Restabelecer a função ovariana,
- Diminuir os níveis de prolactina,
- Aumentar as chances de gravidez.
- Drogas de escolha: agonistas dopaminérgicos
- Cabergolina é a droga de primeira escolha, Bromoergocriptina de 2ª escolha.
- Cabergolina: mesma eficácia ou superior e menor incidência de efeitos colaterais.
- Normaliza a função menstrual em cerca de 80% dos casos, reduz tamanho do prolactinoma em 90%
das pacientes,
- Dose inicial: 0,25 a 0,5mg duas vezes por semana, para a hiperprolactinemia idiopática, micro e
mcroprolactinomas.
- A reavaliação inicial dos níveis de prolactina, da galactorreia e do padrão menstrual deve ser realizada
um a dois meses após o início do tratamento, ajustando a dose, lentamente, até a obtenção do
retorno do padrão menstrual normal, desaparecimento da galactorreia e normalização dos níveis de
prolactina. Os níveis de prolactina começam a cair nas primeiras duas a três semanas de tratamento.
Quando os ciclos voltarem ao normal com níveis de prolactina normais ou ligeiramente aumentados,
a dose deve ser mantida. Dose acima de 2,0 mg por semana impõe a realização de ecocardiografia,
pelo risco aumentado de doença cardíaca valvular, observada em pacientes com doença de Parkinson
que, habitualmente, usam doses significativamente maiores que no tratamento dos micro ou
macroadenomas. Após a normalização dos níveis de prolactina, o tratamento deve ser mantido por
no mínimo um ou dois anos.
- Alterações visíveis no tamanho dos prolactinomas são observadas nos primeiros seis meses. A redução
dos prolactinomas é mais aparente nos macroprolactinomas. Nova ressonância magnética deve ser
feita após um ano de tratamento e durante o acompanhamento manter a frequência anual da RM.
- Na presença de ciclos regulares, níveis normais de prolactina e marcada redução dos microadenomas
ou macroprolactinomas de até 1,5 cm, o tratamento pode ser descontinuado, com redução gradual da
dose até a retirada total da cabegolina. Após a suspensão do tratamento, os níveis de prolactina devem
ser avaliados a cada três meses no primeiro ano e depois anualmente. Nos macroprolactinomas com
mais de 2 cm antes do início do tratamento, a redução gradual da dose até a suspensão completa da
cabergolina deve ser feita quando não for observado mais nenhuma imagem sugestiva de adenomas
na ressonância magnética, além da restauração da função menstrual e normalização dos níveis de
prolactina.
- Os agonistas dopaminérgicos devem ser suspensos quando a paciente engravidar.
- Efeitos adversos: náuseas.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
- Nos casos de intolerância aos agonistas dopaminergicos ou na ausência de resposta dos macroadenomas
ao tratamento clínico, a ressecção transesfenoidal está indicada.
- Tratamento da hiperprolactinemia induzida por drogas: se a hiperprolactinemia for assintomática,
não é necessário tratamento. Se for induzida por antipsicóticos e houver sintomas, deve-se decidir,
conjuntamente com o psiquiatra, a administração da cabergolina ao antipsicótico, já que há um risco
do agonista dopaminérgico atenuar ou anular o efeito do antipsicótico; ou a troca para um antipsicótico
que não aumenta a prolactina, como a quetiapina; ou associar ao tratamento psiquiátrico inicial o
aripiprazol, um antipsicótico que, por ter propriedades antagonistas e agonistas dopaminérgicas,
pode atenuar ou anular o aumento da prolactina. Tratamento com estradiol e progesterona pode
ser associado ao uso dos antipsicóticos nos casos em que a hiperprolactinemia esteja causando uma
redução significativa dos níveis de estrogênios.
5. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): Quando a amenorréia vem acompanhada de sinais de
hiperandrogenismo, o diagnóstico mais provável é a SOP. Outras Síndromes Hiperandrogênicas que
podem cursar com amenorréia secundária são as Síndromes Hiperprolactinêmicas, a Síndrome de Cushing,
a Hiperplasia Adrenal de Início Tardio. Maiores detalhes sobre a SOP serão encontrados no capítulo
correspondente.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Amenorréia Secundária
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das síndromes hiperandrogênicas mais comuns que afetam
cerca de 5% a 15% das mulheres em idade reprodutiva e envolve inúmeros distúrbios reprodutivos, endócrinos e
metabólicos, num ciclo vicioso que se autoperpetua.
# MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As manifestações clínicas da SOP podem ser divididas em três categorias:
• Manifestações hiperandrogênicas:
- Hirsutismo, avaliado e diagnosticado pelo índice de Ferriman e Galleway quando somatório for ≥ 6 (figura
1),
- Acne, seborréia ou alopecia (estímulo androgênico na unidade pilo-sebácea).
- Sinais severos de virilização (clitorimegalia, calvície temporal e engrossamento de voz) são infrequentes
e sugerem uma investigação para tumor de ovário.
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# DIAGNÓSTICO
Há diferentes critérios propostos para o diagnóstico de SOP (tabela 1).
• Critério de Rotterdam: o mais utilizado. Presença de pelo menos dois dos três critérios: oligo-amenorreia,
hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e morfologia ultrassonográfica de microcistos ovarianos.
• Independente do critério diagnóstico, outras síndromes hiperandrogênicas devem ser obrigatoriamente
excluídas, como hiperplasia adrenal de início tardio, hiperprolactinemia, distúrbios da tireoide, tumores
secretores de androgênios (tabela 2).
* Para adolescentes, de acordo com consenso entre experts, os critérios diagnósticos da SOP NÃO incluem a morfologia ovariana
se a menarca tiver ocorrido há menos de 8 anos; o hirsutismo ou hiperandrogenemia DEVEM estar presentes. O diagnóstico
de SOP, quando feito na adolescência deve ser revisto após oito anos da menarca.
** segundo as novas recomendações da NHMRC/ ASRM/ESHRE de 2018: presença de 20 ou mais folículos com diâmetro médio
de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano total maior ou igual 10cm³ em um ou ambos os ovários. Se houver cisto funcional, deve-se
repetir o exame no ciclo seguinte, na fase folicular precoce do ciclo menstrual.
DIAGNÓSTICOS
PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR
DIFERENCIAIS
Hiperprolactinemia Dosagem de prolactina, se elevada repetir em nova amostra
Dosagem de TSH, se alterado repetir a dosagem em nova amostra, juntamente com T4
Disfunções tireoidianas
livre.
Tumor ovariano produtor de
Dosagem de testosterona total ou livre
androgênio
Tumor adrenal Dosagem de deidroepiandrosterona sulfatada (DHEA-S)
Hiperplasia adrenal Dosagem de 17-alfa-hidroxiprogesterona (17OHP), dosado na fase folicular do ciclo.
congênita (HAC). Em casos suspeitos confirma-se o diagnóstico através do teste da cortrosina
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Distúrbios reprodutivos e
Fenótipos Critérios diagnósticos
metabólicos
Fenótipo A Hiperandrogenismo + Anovulação + Ovários Policísticos +++
Fenótipo B Hiperandrogenismo + Anovulação +++
Fenótipo C Hiperandrogenismo + Ovários Policísticos ++
Fenótipo D Anovulação + Ovários Policísticos +/-
# AVALIAÇÃO HORMONAL
- Diagnóstico da SOP é basicamente clínico. As dosagens hormonais, na maioria das vezes são utilizadas para
exclusão de outras causas de hiperandrogenismo (tabela 2).
- Em cerca de 10 a 15% das mulheres com SOP, os valores de prolactina estão elevados.
- Níveis de FSH próximos do limite inferior de normalidade (alta produção de inibina).
- Níveis de LH aumentados em menos de 50% das portadoras de SOP.
- Não há necessidade de dosar as gonadotrofinas na avaliação hormonal da SOP.
- Dosagem de TSH, para exclusão de outras síndromes hiperandrogênicas. Pode estar relacionada à pior perfil
metabólico nestas pacientes.
- Avaliação do hiperandrogenismo bioquímico:
○ Dosagens de Testosterona total: principal androgênio circulante.
○ Dosagem de Testosterona livre: tem limitações técnicas laboratoriais, sendo recomendado que seja
calculada através do nível de testosterona total e da proteína carreadora dos hormônios sexuais (SHBG).
Por isso, é possível observar manifestações clínicas de hiperandrogenismo com níveis normais dos
androgênios circulantes.
○ Dosagens de Androstenediona, DHEA e SDHEA: são menos frequentemente alterados, não se recomenda
seu uso rotineiro.
○ Dosagem de 17 hidroxiprogesterona deve ser realizada na fase folicular do ciclo menstrual, na suspeita
de hiperplasia da adrenal de início tardio.
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3. Dislipidemias
• Deve ser pesquisada nas pacientes com SOP / fenótipo clássico (hiperandrogenismo clínico/laboratorial
e anovulação, com ou sem aparência policística dos ovários).
• Valores alterados, segundo Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (2017):
- Colesterol total > 190 mg/dL;
- HDL-colesterol < 40 mg/dL;
- LDL-colesterol > 130 mg/dL;
- Triglicérides > 150 mg/dL ou > 175 mg/dL, respectivamente, com ou sem jejum.
- Colesterol não-HDL corresponde à subtração do colesterol HDL do valor do colesterol total.
• Recomenda-se a realização do perfil lipídico no momento do diagnóstico e, se normal, repetir a cada 2
anos ou antes, se outros fatores de risco forem identificados.
4. Síndrome Metabólica (SM): Diagnóstico: 3/+ dos seguintes critérios, de acordo ATP-III:
• aferição da cintura abdominal maior que 88 cm;
• HDL menor do que 50 mg/dL;
• triglicerídeos superior a 150 mg/dL;
• Pressão arterial sistêmica maior do que 135/85 mm Hg ou uso de anti-hipertensivos;
• glicose superior a 100 mg/dL.
- Mulheres com SOP e SM são consideradas de risco alto para doença cardiovascular e esteatose hepática
não alcoólica. Solicitar enzimas hepáticas e ultrassonografia de abdome superior, bem como avaliação
cardiológica.
# TRATAMENTO
Objetivos:
1. Restaurar a função ovulatória, a regularidade dos ciclos menstruais e a fertilidade.
2. Reduzir a produção excessiva dos androgênios e as manifestações clínicas de hiperandrogenismo.
3. Reduzir a resistência periférica à insulina e, a longo prazo, uma proteção ao sistema cardiovascular.
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B. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
1. CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS (CHC)
• São utilizados nas mulheres adultas ou adolescentes que não desejam engravidar, com o objetivo de
regular os ciclos menstruais e minimizar os sinais de hiperandrogenismo.
• Os níveis de testosterona podem ser reduzidos de forma eficaz com qualquer tipo de anticoncepcional
hormonal, inclusive os de baixa dosagem.
• Aumentam os níveis da proteína carreadora dos hormônios sexuais, o que resulta numa redução na
concentração de testosterona livre.
• CHC com 35 microgramas de etinilestradiol combinadas com o acetato de ciproterona não devem ser
considerados como tratamento de primeira escolha na SOP pelos efeitos adversos, sobretudo o maior
risco de tromboembolismo venoso, comparado aos demais.
• CHC de baixa dose (20 -30 mcg de etinilestradiol) e estrógeno natural são os de primeira escolha quando
se compara a eficácia, o perfil de riscos metabólicos, os efeitos colaterais, custo e disponibilidade.
• Recomenda-se não usar os CHC com progestágenos de elevada atividade androgênica, como o
levonorgestrel, quando comparada a do desogestrel, gestodene, acetato de ciproterona (progestágeno
antindrogênico) e drospirenona (progestágeno com ação antimineralocorticóide).
• O efeito benéfico dos CHC no hiperandrogenismo é negativamente influenciado pelo elevado índice de
massa corporal.
• Com a interrupção dos CHC, a recidiva ocorre em cerca de 80% das pacientes, cerca de 6 meses após o
término desse tratamento.
• Os CHC podem ser associados a outras drogas antiandrogênicas.
• CHC podem reduzir a sensibilidade à insulina, com possível incremento do risco de diabetes tipo II em
mulheres com SOP. Esses efeitos metabólicos dos CHC carecem de confirmação.
• Fatores de risco cardiovasculares comuns em pacientes com SOP devem ser considerados, individualmente,
para o uso dos CHC.
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2. ANTIANDROGÊNIOS
a. Acetato de ciproterona
- Progestágeno com potente ação antiandrogênica e antigonadotrófica, considerado de primeira escolha
dentre os antiandrogênicos.
- Recomenda-se administrar o acetato de ciproterona em associação com os estrógenos, já que,
isoladamente, pode causar atrofia endometrial e amenorréia.
- Pode causar masculinização incompleta da genitália, em fetos do sexo masculino, caso ocorra uma
gestação. Assim, recomenda-se associar a ciproterona aos anticoncepcionais hormonais orais, na
dose de 50 a 100 mg/dia do 1º ao 10º dia da cartela do CHC (esquema sequencial invertido), por pelo
menos 1 ano.
- Efeitos antiandrogênicos podem ser vistos nos primeiros 3 a 4 meses de tratamento.
- Efeitos colaterais mais comuns: fadiga, ganho de peso, diminuição da libido.
b. Espironolactona
- Antagonista da aldosterona com efeito antiandrogênico, atribuido à inibição da síntese ovariana de
androgênios, à competição com os receptores androgênicos na unidade pilosebácea, à inibição da 5
alfa redutase, e ao aumento do clearance hepático da testosterona.
- Recomenda-se doses de 100 a 200 mg/dia, podendo ser reduzidas a 25 a 50 mg/dia após algum
resultado terapêutico, geralmente conseguido cerca de 6 meses após o início do tratamento.
- Usar a espironolactona associada aos contraceptivos orais, já que, isoladamente, pode levar a
irregularidade menstrual.
- Espironolactona é superior à finasterida, à baixas doses de acetato de ciproterona e à metformina.
- Efeitos colaterais como aumento da diurese ou hipotensão são pouco frequentes.
c. Finasterida
- É um inibidor seletivo da 5 alfa redutase 2.
- Mais indicada para os casos de hipersensibilidade da unidade pilosebácea.
- Em doses de 5 mg/dia reduz em 80% os níveis de Di-hidrotestosterona, sem efeitos sobre a produção
de estrogênios. Parece ser similar a outros anti-androgênios, sem efeitos colaterais importantes.
- Recomenda-se cautela no uso dessa droga em mulheres durante o período fértil, sem práticas
contraceptivas, devido ao risco de masculinização imperfeita da genitália de fetos do sexo masculino.
d. Flutamina
- É um antiandrogênio não esteróide puro, pois atua apenas no receptor dos androgênios.
- Devido ao seu efeito hepatotóxico, em nosso país foi proibida para uso no tratamento do hirsutismo.
4. METFORMINA
• Parece melhorar da irregularidade menstrual não há indicação rotineira para esse fim .
• Reduz a concentração sérica de testosterona, mas não é recomendado o uso de metformina como
monoterapia para o tratamento de hirsutismo.
• Não há efeito significativo da metformina em peso, IMC, circunferência abdominal e relação cintura-
quadril, na pressão arterial, colesterol total, HDL, LDL, colesterol não-HDL.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
• Utilizar em mulheres adultas ou adolescentes portadoras da SOP com IMC> 25 kg/m2 para controle do
peso corporal e efeitos metabólicos adversos, quando as modificações de estilo de vida como dieta,
exercício físico e medidas comportamentais não foram suficientes para levar a perda de 5 a 10% do peso
corporal em 6 meses.
• Associada a MEV, pode beneficiar as portadoras de SOP, sobretudo aquelas com fenótipo clássico
hiperandrogênico e fatores de risco para diabete, intolerância a glicose e obesidade central.
• Posologia habitual: 1.000 a 1.500 mg/dia (2 ou 3 comprimidos de 500 mg de liberação normal ou prolongada)
divididos em 2 ou 3 tomadas, podendo chegar até a 2.000 mg . Aconselha-se iniciar o tratamento com
dose baixa (1 comprimido de 500 mg/dia) e aumentar gradualmente a dose (1 comprimido de 500 mg a
cada semana) até atingir a posologia desejada. O aumento gradual da dose e o comprimido de liberação
prolongada podem atenuar os efeitos colaterais.
• Uso crônico de metformina pode estar associado a menores níveis séricos de vitamina B12. Recomenda-
-se que as concentrações de vitamina B12 séricas sejam monitoradas.
6. DROGAS HIPOLIPEMIANTES
A tabela 4 resume as metas em pacientes portadoras de PCOS de acordo com o guideline da AE-PCOS Society.
Tabela 4: Metas para o perfil lipídico nas pacientes com PCOS segundo a AE-PCOS Society.
Metas para o perfil lipídico Meta para LDL (mg/dl) Meta para não HDL (mg/dl)
SOP sem Fatores de Risco (FR) ≤ 130 ≤ 160
SOP + pelo menos um FR A ≤ 130 ≤ 160
SOP + SM ≤ 100 ≤ 130
SOP + SM+ pelo menos um FR B ≤ 70 ≤ 100
SOP + pelo menos um FR C ≤ 70 ≤ 100
Obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, intolerância
Fatores de risco A
à glicose, doença vascular subclínica
Tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo, obesidade, doença
Fatores de risco B
vascular subclínica, história familiar de DCV prematura
Fatores de risco C DM2, doença renal estabelecida, doença vascular estabelecida
• Terapia farmacológica deve ser reservada àquelas pacientes que não atingiram as metas lipídicas após
3 meses de intervenção dietética e de atividade física.
• Estatinas: principal classe de drogas recomendadas para redução do LDL, podendo ter efeito discreto no
aumento de HDL e redução de triglicerídeos.
• Não usar a terapia farmacológica na prevenção primária de eventos cardiovasculares em pacientes com
SOP com menos de 40 anos.
• Devem ser usadas concomitantemente com métodos contraceptivos devido ao potencial teratogênico.
• Doses: sinvastatina 20-40 mg, atorvastatina 20 mg ou rosuvastatina 5-10 mg por dia. Para a maioria das
pacientes, esta dose é suficiente para atingir as metas lipídicas e reduzir o risco cardiovascular.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
• Estatinas com menor meia-vida, como é o caso da sinvastatina, devem ser administradas preferencialmente
à noite.
• Miopatia pode ocorrer com o uso de estatinas, estando relacionada à dose e ao tipo de estatina utilizada,
sendo maior com sinvastatina e menor com rosuvastatina.
• Uso de fibratos deve ser reservado especialmente para as pacientes com hipertrigliceridemia moderada
a severa (>500 mg/dL) pelo risco de pancreatite. O fenofibrato é preferível pelo menor índice de interação
medicamentosa e menor risco de miopatia, podendo ser iniciado com uma dose de 200 a 250 mg durante
o almoço ou jantar.
C. INDUTORES DA OVULAÇÃO
Perda de peso: primeira medida nos casos de SOP associada à obesidade, antes do tratamento farmacológico com
indutores da ovulação porque a resposta aos indutores da ovulação costumam ser melhores com prévia redução
do peso corporal.
a. Inibidores da Aromatase (IA)
- IA: primeira opção em mulheres portadoras de SOP com anovulação, sem outros fatores de infertilidade,
para melhorar as taxas de ovulação, gestação e nascidos vivos em tratamentos de baixa complexidade,
embora a indicação não conste em bula.
- O Letrozol (comprimidos de 2,5mg) é o IA mais estudado para esse fim.
- Se o Letrozol não puder ser utilizado, por indisponibilidade ou custo elevado, o citrato de clomifeno é a
próxima opção.
- Letrozol parece ser superior ao citrato de clomifeno em ao menos um dos seguintes aspectos: espessura
endometrial, taxa de ovulação, taxa de gravidez clínica e taxa nascidos vivos, mas sem diferenças nas
taxas de hiperestimulação ovariana, gravidez múltipla e perdas gestacionais.
- Esquema de indução da ovulação: a dose diária pode variar de 2,5mg a 7,5 mg/dia. Iniciar com 2,5mg
por dia, por 5 dias, a partir do 3º., 4º. ou 5º. dia de um ciclo natural ou induzido com progestágeno. Se a
ovulação não ocorrer, a dose pode ser aumentada até um máximo de 7,5 mg/dia. A ovulação em cerca
de 70% das mulheres em resposta ao tratamento com 5 mg/dia em protocolo semelhante ao utilizado
para o citrato de clomifeno (Figura 1).
- Doses maiores que 7,5 mg/dia podem associar-se a redução da espessura endometrial, a exemplo do
que pode ser observado em ciclos induzidos pelo citrato de clomifeno.
- Letrozol, como o citrato de clomifeno é contra-indicado na gestação.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
c. Metformina
- Quando usada isoladamente, aumenta a regularização dos ciclos menstruais, os índices de ovulação, mas
não aumenta os índices de gestação ou nascidos vivos, quando comparada ao citrato de clomifeno ou ao
letrozol isolados.
- Em situações de risco elevado metabólico, embora controverso, recomenda-se permanecer com a
metformina durante a gravidez para reduzir o risco de diabete gestacional
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e. Gonadotrofinas
- Segunda linha de tratamento da infertilidade anovulatória em pacientes com SOP, não responsivas às
medidas de perda de peso, CC ou Letrozol com ou sem metformina.
- Preparações disponíveis: compostos com quantidades semelhantes do LH e FSH, o FSH purificado, a
gonadotrofina coriônica humana (hCG), ou as gonadotrofinas recombinantes, FSH, LH e o hCG, aplicadas
via subcutânea, que tem maior bioatividade, resultando em ciclos de tratamento mais curtos e com
menores doses.
- Doses iniciais de FSH de 50 UI/dia a 75 UI/dia; na ausência de resposta após 14 dias, aumenta-se a dose
diária em 12,5 UI a 37,5 UI e, depois, a cada 7 dias (regime step-up).
- Monitorização rigorosa, devido aos riscos de gravidez múltipla e da síndrome da hiperestimulação.
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1. Abordagem do indivíduo pela equipe multidisciplinar integrada, ou seja, assistente social, profissionais de saúde
mental (psiquiatra e psicólogo) e, então encaminhada ao ambulatório de endocrinologia ginecológica, para
avaliação clínica e, posteriormente, a terapia hormonal androgênica para iniciar o processo de redesignação de
gênero. Será acompanhado durante todo o processo transsexualizador. Dois anos após o início da hormonioterapia,
se for de seu desejo, poderá submeter-se a mastectomia.
2. A androgenização será prescrita a homens transgêneros com idade ≥ 18 anos, após a avaliação pelos profissionais
da saúde mental, com capacidade plena de decidir pelo tratamento após os esclarecimentos, de forma
individualizada, baseada na relação risco/benefício, nas questões sociais e econômicas, e nas necessidades
específicas de cada um. O objetivo do tratamento hormonal é induzir o aparecimento de características sexuais
masculinas secundárias por administração da testosterona.
3. Antes de iniciar o tratamento, ele é informado sobre as limitações e possíveis efeitos adversos da androgenização,
como as alterações físicas irreversíveis e possível comprometimento da fertilidade. Uma avaliação clínica basal, é
feita, rigorosamente, em todos os indivíduos, antes de iniciar a hormonioterapia com testosterona. São realizadas
provas de função hepática (enzimas hepáticas, albumina), função renal (uréia, creatinina, ácido úrico), hemograma
completo, perfil lipídico, glicemia de jejum, função da tireóide (TSH, T4 livre), testosterona total e sorologias para
DST (HIV, hepatite B e Lues). A citologia oncótica é indicada nos casos onde houver práticas sexuais atuais ou
prévias com penetração peniana vaginal (relações geradoras de esperma).
4. A preparação mais utilizada no serviço são os ésteres da testosterona, o cipionato ou enantato de testosterona,
200mg em injeções intramusculares, aplicadas a cada duas ou três semanas (nome comercial mais encontrado:
Deposteron®). A monitorização dos homens transgênero durante o tratamento é feita a cada 3 meses durante
o 1º ano de acompanhamento e a seguir a cada 6 a 12 meses. Os níveis plasmáticos de testosterona devem
manter-se dentro dos limites fisiológicos para o sexo masculino (300 a 1000 ng/dl) durante a hormonização dos
homens transgênero.
5. Do ponto de vista clínico-metabólico, recomenda-se o exame das mamas a cada 06 meses, exame ginecológico
quando houver queixas, monitorização da pressão arterial e avaliação do perfil lipídico, glicemia de jejum,
do hematócrito, dos níveis de testosterona, estradiol e FSH. Os níveis de FSH e estradiol devem ser avaliados
nos primeiros seis meses de tratamento, a cada 3 meses, ou até a ocorrência da amenorreia, para comprovar
supressão hipotálamo-hipofisária. Valores compatíveis com hipoestrogenismo (Estradiol<50 pg/mL) e FSH menor
que 5 mUI/ml, na presença de amenorreia sugerem bloqueio do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano (HHO).
6. Reforça-se a importância da orientação anticoncepcional para os homens transgênero que praticam coito com
penetração peniana vaginal (relações geradoras de esperma), principalmente nos casos em que não se observar
bloqueio da atividade funcional do eixo HHO.
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• Não recomendados: dosagem sérica de Inibina B, Dosagem sérica de progesterona, Curva de temperatura
basal, Análise do muco cervical, Biópsia endometrial e Teste do Clomifeno.
(Podem ser utilizados de forma individualizada).
• Exames genéticos serão individualizados.
8. Valores de referência:
• FSH (3º ao 5º dia do ciclo): se <10 UI/L = Reserva ovariana adequada;
• Estradiol (3º ao 5º dia do ciclo): se 50 – 70 pg/ml = Reserva ovariana adequada;
• LH (3º ao 5º dia do ciclo): < 10 UI/L = Fase folicular adequada;
• Hormônio Antimulleriano (qualquer fase do ciclo): 1 – 2,8 ng/ml = reserva ovariana adequada;
• Progesterona: se > 3ng / mL = Provável ovulação; se >10 ng/mL = Fase lútea adequada;
• CFA (5º ao 8º dia do ciclo): se < 4 folículos antrais (2 a 10mm) entre o 5º e 8º dia de ciclo menstrual = baixa
reserva ovariana;
• Espermograma:
- Vol³ 1,5 ml;
- Ph³ 7,2;
- Concentração³ 15 milhões /ml;
- Total ejaculado³ 40 milhões;
- Motilidade progressiva A + B³ 32%;
- Vitalidade³ 58%;
- Morfologia Kruger³ 4%;
- Leucócitos < 1 milhão / ml (Se espermograma alterado, repetir em 3 meses; em casos de Azoospermia,
não precisa esperar 3 meses).
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CLIMATÉRIO
1. Abordagem clínica:
1.1. Anamnese: Interrogar: Sinais e sintomas relacionados ao hipoestrogenismo, DUM, ciclos menstruais,
paridade; interrogatório sobre os diversos aparelhos: cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, genito-
urinário neurológico, pele, hábitos alimentares e de vida (tabagismo, drogas, álcool, sedentarismo, parceiros
sexuais); antecedentes pessoais; antecedentes familiares.
1.3. Avaliação hormonal: Habitualmente, não há necessidade de dosagens hormonais para o diagnóstico do
climatério, tendo em vista que as manifestações clínicas, sobretudo as alterações menstruais e sintomas
vasomotores, são altamente sugestivos de falência ovariana. Quando a menopausa for cirúrgica e/ou houver
dúvidas em relação ao quadro hormonal, a dosagem do FSH é suficiente para o diagnóstico de hipofunção
ou falência ovariana, quando o resultado for maior do que 25 mUI/ml. A dosagem de TSH pode ser realizada
tanto para rastreio dos distúrbios tireoidianos, como para diagnóstico diferencial, caso as queixas sejam
inespecíficas.
- Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de 1º grau (mãe, irmã ou filha) com
diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade;
- Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de 1º grau (mãe, irmã ou filha) com
diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;
- Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino;
- Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia
lobular in situ.
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C. Câncer de endométrio
A indicação da investigação ultrassonográfica endometrial na rotina está relacionada a sintomas genitais como
sangramentos irregulares na pré, durante ou após a instalação da menopausa. A espessura do eco endometrial
normal em mulheres menopausadas com sangramento é de até 3mm. Para valores acima de 3,1mm encaminhar
para investigação através da videohisteroscopia. As mulheres menopausadas em utilização de terapia hormonal,
que estão em uso de tamoxifeno, as obesas (IMC>=30kg/m2) e as com antecedentes de hiperplasia endometrial
devem ser avaliadas através de ultra-sonografia da pelve anualmente.
D. Câncer de ovário:
O rastreio de patologias ovarianas é feito por meio da anamnese e do exame físico, e investigação de antecedentes
familiares. A presença dos critérios de Amsterdã, ou de parente de primeiro grau com câncer de ovário e/ou câncer
de mama, requerem avaliação anual com ultrassonografia transvaginal e a dosagem do CA 125 para identificação
precoce de casos de câncer de ovário e redução da mortalidade, havendo, portanto, mais benefícios que risco em
aplicar o rastreamento nessa população.
E. Câncer colorretal
A partir dos 50 anos, o rastreamento pode ser feito na população geral com pesquisa de sangue oculto nas fezes
(PSOF) anual com retossigmoidoscopia a cada 5 anos ou colonoscopia a cada 5 anos.
F. Avaliação tireoidiana
A avaliação da função tireoidiana é feita com dosagem de TSH recomendado a cada 5 anos em indivíduos a partir dos
35 anos e anualmente na presença de fatores de risco (história prévia de doença tireoidiana, bócio, história prévia
de cirurgia tireoidiana, radioterapia cervical, história pessoal de outras doenças auto-imunes, história familiar de
doenças tireoidianas ou auto-imunes, uso de medicações como lítio, amiodarona). Solicitar ultrassom de tireóide se
forem observadas alterações no exame físico da paciente, disfunção tireoidianas ou alto risco para câncer de tireoide.
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Maiores
Sexo feminino
Fratura anterior causada por pequeno trauma
Baixa massa óssea;
Raça branca ou asiática;
Idade avançada
História familiar de osteoporose ou fratura do colo do fêmur
Menopausa precoce (antes dos 40 anos) não tratada
Uso de corticoides
Baixa estatura e peso (IMC <19kg/m²)
Menores
Doenças que induzam à perda de massa óssea (heparina, ciclosporina, hormônios tireoidianos, anticonvulsivantes e lítio)
Baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de sódio
Alta ingestão de proteína animal
Pouca exposição ao sol
Imobilização prolongada
Quedas frequentes
Sedentarismo, Tabagismo e alcoolismo
Alto consumo de xantinas (café, refrigerantes à base de cola, chá preto)
Mulheres acima de 65 anos
Mulheres peri e pós-menopausa com fatores de risco (um maior ou dois menores)
Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos
Antecedente fratura por trauma mínimo ou atraumática
Mulheres com evidência radiológica de osteopenia ou fraturas vertebrais
Mulheres que apresentem perda de estatura (maior do que 2,5cm) ou hipercifose torácica
Mulheres em uso de corticosteróides, por três meses ou mais (doses superiores ao equivalente de 5mg de prednisona)
Mulheres com índice de massa corporal abaixo de 19kg/m2
Mulheres portadores de doenças ou uso de medicações associadas à perda de massa óssea
Monitoramento de tratamento da osteoporose.
Na maioria das vezes, a indicação da TRH deve ser individualizada a partir dos riscos relativos e benefícios
comprovados que o tratamento poderá oferecer à paciente. Reavaliações periódicas dos riscos e
benefícios devem ser realizadas para durante a TRH.
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Quando iniciar
• Em pacientes abaixo de 60 anos e que tiveram a menopausa < 10 anos (janela de oportunidade).
• Se acima desses limites, a TRH pode aumentar o risco de eventos coronarianos, TVP e de acidentes
vasculares cerebrais.
Até quando usar a TRH
• O tempo de uso da TRH deve ser individualizada e definida com base no desejo da paciente, na
persistência dos sintomas vasomotores, perda de qualidade de vida ou perda óssea, em decisão
compartilhada com a paciente.
• Interrupção da TRH deve ser sugerida, habitualmente, aos 60 anos de idade.
• Não é obrigatória a descontinuação da TRH após 60 anos de idade, desde que, baseados em
evidências científicas, sejam realizados um aconselhamento e uma reavaliação periódica dos riscos
e benefícios.
Esquemas de TRH: Consultar tabela para escolha do esquema de TRH mais adequado para paciente.
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** off label
Evidências atuais indicam que o esquema que proporciona benefícios comprovados e menor risco de
TVP, AVC e câncer de mama é o ESTRADIOL em baixas doses, via transdérmica, isolado em mulheres
histerectomizadas e associado a PROGESTERONA MICRONIZADA em mulheres com útero.
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Em pacientes com câncer de mama, tratadas com Tamoxifeno, a Fluoxetina e a Paroxetina NÃO devem
ser utilizadas porque inibem a eficácia do tamoxifeno (bloqueio enzimático) em reduzir a recorrência da
neoplasia mamária. Escitalopram, Venlafaxina, Desvenlafaxina são recomendados por não influenciarem o
metabolismo e a eficácia clínica do Tamoxifeno.
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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
1. DEFINIÇÃO: É a perda involuntária de qualquer volume de urina que ocorre com o aumento da pressão abdominal
na ausência de contração da bexiga. Habitualmente ocorre aos esforços de tosse, espirro, manobra de Valsalva
ou penetração durante ato sexual
2. CLASSIFICAÇÃO
a. IUE por hipermobilidade do colo vesical
b. IUE por deficiência esfincteriana intrínseca
3. DIAGNÓSTICO
3.1 Anamnese: Investigar especialmente:
a. Detalhes da queixa de perda urinária (circunstâncias e manobras em que ocorre a perda, quantidade
perdida de urina)
b. Comprometimento da qualidade de vida
c. Outras queixas urinárias (frequência, disúria, gotejamento pós-miccional, tenesmo, etc)
d. Idade, status menopausal e antecedentes obstétricos
e. Uso de medicações(alcool, bloqueadores α-adrenérgicos, inibidores da ECA, diuréticos),
f. fatores de risco (tosse crônica, constipação, cirurgias pélvicas)
3.2 Exame físico
a. avaliação da pele vulvar, trofismo genital e do meato uretral; avaliação neurológica detalhada do períneo;
presença de prolapso de órgãos pélvicos.
b. Teste de esforço:Manobras de tosse e Valsava: observa-se a perda urinária concomitante ao esforço
solicitado.
c. Toque bimanual: Pode revelar massa pélvica ou útero aumentado por leiomiomas ou adenomiomatose,
que podem causar incontinência em razão de aumento da pressão externa transmitida à bexiga.
3.3 Avaliação complementar:
a. sumário de urina e urocultura, para descartar infecção do trato urinário.
b. Exame urodinâmico: visa identificar, contrações não inibidas do músculo detrusor, alterações no
mecanismo de esvaziamento vesical, entre outros distúrbios urinários. Indicada quando o tratamento
conservador inicial não seja bem-sucedido e se esteja antecipando a necessidade de tratamento cirúrgico
ou, adicionalmente, se os sintomas e os achados físicos forem incongruentes.
No estudo urodinâmico, a IUE é definida pela cistometria como toda perda involuntária de urina pelo
meato externo da uretra , que ocorre quando a pressão intravesical excede a pressão máxima de
fechamento uretral, na ausência de contração do músculo detrusor.
• Defeito esfincteriano intrínseco: pressão de perda uretral < 60 cmH2O
• Hipermobilidade do colo vesical: pressão de perda uretral > 90 cmH2O
4. TRATAMENTO
• TRATAMENTO CONSERVADOR:
É a terapia inicial na maioria das pacientes:
a. Intervenções comportamentais, incluindo modificações do estilo de vida: que levem à perda ponderal
e treinamento vesical.
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BEXIGA HIPERATIVA
1. DEFINIÇÃO: síndrome da bexiga hiperativa caracteriza-se por urgência miccional, com ou sem urgeincontinência,
em geral acompanhada de noctúria e aumento da frequência urinária, na ausência de fatores infecciosos,
metabólicos ou locais. A hiperatividade do detrusor refere-se a uma observação urodinâmica caracterizada por
contrações involuntárias do detrusor durante a cistometria.
2. CLASSIFICAÇÃO
a. Idiopática: Contrações não inibidas do detrusor durante a fase de enchimento, sem que haja uma causa
definida. Representa a causa mais comum de bexiga hiperativa, responsável por cerca de 90% dos casos,
b. Neurogênica: Ocorrem contrações não inibidas do detrusor consequentes à lesão neurológica associada.
3. QUADRO CLINICO
Os sintomas da bexiga hiperativa são variados, sendo o aumento da frequência miccional o sintoma mais
frequente. Também são referidos outros sintomas, como urgência e urge incontinência, enurese noturna.
4. DIAGNÓSTICO
• O diagnostico da bexiga hiperativa é eminentemente clinico (Anamnese + exame físico)
• Estudo urodinâmico: Não é realizado em uma avaliação inicial. Tem papel nas pacientes em que os sintomas
persistem apesar da aderência à terapia inicial adequada ou para descartar outras condições. Permite
diagnosticar a hiperatividade do detrusor, caracterizada por contrações involuntárias durante o enchimento
vesical, de aparecimento espontâneo ou após manobras provocativas.
• Realizar sumário de urina e urocultura, de forma a descartar infecção do trato urinário.
5. TRATAMENTO
• TERAPIA COMPORTAMENTAL
A terapia comportamental com o Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico (TMAP) é considerada primeira
linha de tratamento para pacientes com Síndrome da Bexiga Hiperativa. Deve-se incluir, além das orientações
quanto a treinamento vesical e dos músculos do assoalho pélvico, orientações quanto ingesta hídrica,
diminuição do consumo de frutas cítricas, vinagre e bebidas alcoólicas em excesso.
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- Segunda escolha: Agonistas beta-3 adrenergicos. Reduzem a frequência das contrações rítmicas da
bexiga durante a fase de enchimento, sem suprimir a amplitude da contração vesical durante a micção.
Indicada em pacientes que não toleram os efeitos colaterais dos antimuscarínicos)
○ Mirabegrona: Dose inicial de 25 mg/dia, podendo ser aumentada até 50 mg/dia após duas a quatro
semanas.
• NEUROMODULAÇÃO
Indicado para Bexiga hiperativa refratária à terapia de primeira e segunda linha.
A neuromodulação é a prática de alterar os reflexos neurais que influenciam a bexiga, o esfíncter uretral e
a musculatura do assoalho pélvico.
Envolve a estimulação neural aferente que controla a função da bexiga através do plexo sacral, a fim de
restaurar o armazenamento normal e a função de esvaziamento.
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1. DEFINIÇÃO: Definida como IUE associada a urgência miccional, hiperatividade detrusora ou contração involuntária
do detrusor sem perda.
2. DIAGNÓSTICO
a. Anamnese: Investigar história de perda urinária relacionada aos esforços associada a sintomas irritativos,
como urgência, urgeincontinência, frequência miccional aumentada e/ou noctúria.
b. Exame físico: Inclui avaliação genital, teste de esforço, toque bimanual,
c. Estudo urodinâmico: Padrão-ouro na investigação diagnóstica. Na IUM é possível observar:
• Perda urinária em ortostatismo coincidente com manobras provocativas (Tosse, Valsalva) aos 200 ml ou
na capacidade cistométrica máxima, sem aumento de pressão detrusora; e
• Queixa de urgência miccional ou urgeincontinência provocada pelo enchimento vesical; ou
• Contrações involuntárias do detrusor durante fase de enchimento.
3. TRATAMENTO
• Primeira linha: tratamento clínico conservador, visando controle da urgência e/ou urgeincontinencia.
• Após reavaliação, indicar tratamento da incontinência urinária de esforço, que é principalmente cirúrgico.
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POP – Q
(Pelvic Organ Prolapse Quantification System)
1. O examinador deve observar qual o ponto de maior prolapso através de manobra de valsalva ou leve tração.
2. O hímen é o ponto de referência (0 cm). Todo valor dentro da vagina recebe sinal negativo e fora sinal positivo.
Aa Ba C
Parede anterior Parede anterior Cérvix ou cúpula
Cvt
hg cp
Comprimento
Hiato genital Corpo perineal
vaginal total
D
Ap Bp
Fundo de saco
Parece posterior Parede posterior
posterior
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4. TRATAMENTO: Realizado para pacientes sintomáticas com terapia expectante, conservadora ou cirúrgica. A
escolha do tipo de tratamento é individualizada, dependendo das preferências da paciente, condição clínica, o
impacto na qualidade de vida e grau de prolapso.
• TRATAMENTO EXPECTANTE: Opção para mulheres que toleram bem os sintomas e recusam o tratamento
ativo. Um acompanhamento periódico deve ser feito, principalmente para aquelas com estágio III ou IV,
avaliando agravamento do prolapso ou desenvolvimento de sintomas urinários ou evacuatórios associados.
• TRATAMENTO CONSERVADOR: Considerado de primeira linha para todas as mulheres com POP pelas
vantagens de ter baixo custo e menor índice de efeitos colaterais. Devem ser disponibilizadas a todas as
pacientes e incluem o uso de pessários, modificações do estilo de vida e exercícios do assoalho pélvico.
a. PESSÁRIOS: É a base da abordagem não cirúrgica. São dispositivos de silicone (mais comum) ou látex, que
variam de formas e tamanhos, introduzidos na vagina para fornecer suporte aos órgãos pélvicos. Os mais
comumente usados são o anel, anel com suporte, Gellhorn e donut. É aconselhado o preparo prévio da
mucosa vaginal antes de iniciar o uso de pessários com pomadas à base de estrogênio, principalmente
para as mulheres após a menopausa, com o intuito de melhorar o trofismo vaginal.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
Paciente não deseja tratamento cirúrgico Infecção local
Comorbidades que contraindicam procedimento cirúrgico Impossibilidade de seguimento
Incapacidade de manipulação do pessário durante
Necessidade de postergar a cirurgia em semanas ou meses
atividade sexual
Paciente que não deseja ser submetida à nova cirurgia após
Alergia ao látex (para pessário de látex)
recorrência de prolapso
Gestação
Desejo reprodutivo
b. EXERCÍCIOS DO ASSOALHO PÉLVICO: A fisioterapia dos músculos do assoalho pélvico ameniza os sintomas
e o grau do prolapso, principalmente se estágios I e II. Apesar de melhorar a função muscular do assoalho
pélvico, este treinamento não consegue diminuir anatomicamente o prolapso severo. Além disso, a adesão
ao treinamento é a principal razão para o sucesso do tratamento.
c. MODIFICAÇÕES DO ESTILO DE VIDA:
- Evitar constipação
- Perder peso
- Evitar levantamento de peso e treinamentos de alto impacto
- Suspender tabagismo
• TRATAMENTO CIRÚRGICO: Tem como finalidade reconstituir a anatomia normal da vagina e restaurar as
funções urinárias, intestinais e sexuais das pacientes. Indicado em mulheres sintomáticas que falharam
ou recusaram realizar o tratamento conservador. Geralmente reservado para prolapso igual ou maior que
estádio II.
a. Reparos sítios-específicos: utiliza a própria fáscia endopélvica para correção dos defeitos. Apresenta maior
taxa de recorrência.
b. Reparos com materiais sintéticos ou biológicos. Indica-se o uso telas quando há comprometimento grave
dos tecidos da própria paciente. No entanto, convém lembrar do risco de complicações com a utilização
de telas, como extrusão, erosão vesical, dor, dispaurenia e sangramento. O material sintético não pode
ser aplicado no reparo de compartimento posterior.
Tratamento reconstrutivo da parede vaginal anterior: Realizada quando suspeita de anormalidade central
ou de linha média da fáscia endopélvica.
○ Colporrafia anterior: recomendada na suspeita de anormalidade central da fáscia endopélvica. Realiza-se
plicatura da fáscia endopélvica na região central da vagina diminuindo a cistocele. Em defeitos complexos,
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o uso de telas pode ser vantajoso, porém esta conduta no reparo de compartimento anterior deve ser
individualizada.
○ Correção do defeito paravaginal: Caso haja suspeita de anormalidade lateral ou quando se verifica um
desgaste da fáscia endopélvica na inserção do arco tendíneo, pode ser realizado a correção do defeito
paravaginal. Este reparo baseia-se na reintrodução da fáscia pubocervical no arco tendíneo (linha branca),
que é um espessamento da fáscia do musculo obturador interno. Pode ser realizada tanto por via vaginal,
abdominal ou laparoscópica com taxas de sucesso semelhantes.
Tratamento reconstrutivo da parede vaginal posterior: Realizado quando as pacientes apresentam queixas
evacuatórias ou prolapso do compartimento posterior estádio III ou IV. Geralmente as técnicas são por via
vaginal ou transanal e as mais usadas são:
○ Colporrafia posterior: principal procedimento para reparo de retocele. Tem como intuito restaurar a fáscia
retovaginal por meio de plicatura fibromuscular em linha média. A taxa de cura anatômica varia entre
76 e 96%. Pode ser realizada uma plicatura do músculo elevador do ânus, concomitante com o reparo
posterior, para corrigir a rotura perineal e reduzir o hiato genital alargado. Porém, esta técnica traz a
maior taxa de dispaurenia.
○ Correção sítio específica: são identificadas malformações na linha média, laterais, distais ou superiores
da camada fibromuscular e assim feito os devidos reparos, refazendo a anatomia do septo retovaginal.
Esta técnica está com ampla aceitação, porém as taxas de cura anatômica variam de 56 a 100%.
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2. EXAMES LABORATORIAIS: De forma geral, os exames considerados normais são confiáveis por 6 meses, a menos
que haja uma alteração no estado clínico do paciente.Pacientes saudáveis e jovens poderiam dispensar exames
pré-operatório de rotina, porém considerando o perfil das usuárias do serviço, a natureza multiprofissional
do atendimento e questões medico-legais, são preconizados os seguintes exames de rotina, afora outras que
possam ser indicados em situações clínicas específicas.
• Hemoglobina / hematócrito - para pacientes com 65 anos ou mais, pacientes submetidos à cirurgia de grande
porte ou que resultem em perda significativa de sangue e para todas. as pacientes com história pregressa
de anemia. Pacientes com sangramento ativo deverão repetir o exame próximo à cirurgia, dependendo da
magnitude do sangramento. Pacientes com hemoglobina < 10 deverão ser encaminhadas ao ambulatório de
hematologia do CISAM. O nível hematimétrico deverá ser analisado em conjunto com o status performance,
o risco de sangramento intra-operatório e a urgência do procedimento para definir a necessidade de terapia
hematínica ou hemotransfusão prévia, especialmente em pacientes com níveis de hemoglobina abaixo de 8.
• Classificação sanguínea: Sem prazo de validade. Em procedimentos cirúrgicos de grande porte com
possibilidade de perda sangüínea elevada deve ser acompanhada de reserva de sangue compatível ou O
negativo
• Função renal - Dosagem sérica de creatinina em pacientes acima de 50 anos, hipertensas, nefropatas,
cardiopatas, diabéticas submetidos a cirurgia de risco intermediário ou alto,. Também deve ser solicitado
quando houver quadro de hipotensão aguda prévio à cirurgia ou quando foremutilizados medicamentos
nefrotóxicos.
• Eletrólitos - não são recomendadas de foma rotineira Indicado em hipertensas em uso de diurético, inibidores
da enzima conversora da angiotensina ou bloqueadores dos receptores de angiotensina, portadoras de
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
3. JEJUM: a aspiração pulmonar do conteúdo gástrico ou orofaríngeo durante a anestesia é um evento raro.
Os pacientes podem beber líquidos transparentes (água, sucos sem polpa, café ou chá sem leite e bebidas
com carboidratos) em pequenas quantidades até duas horas antes dos procedimentos eletivos que requerem
anestesia ou sedação. Os alimentos sólidos podem ser ingeridos até 8 horas antes do procedimento.
4. Profilaxia Antibiótica: devem ser administrados para prevenir infecção do sítio cirúrgico antes de cirurgias
ginecológicas ou procedimentos que entrem no trato reprodutivo ou que provavelmente contaminem a cavidade
peritoneal da vagina.
Não está indicada antibioticoprofilaxia nos seguintes procedimentos: Laparoscopia sem abertura da cavidade
vaginal, laqueadura tubárea, curetagem uterina não obstétrica, biópsia de endométrio, histeroscopia, inserção de
DIU, biópsia de colo.
Nesses procedimentos, a antibioticoprofilaxia deverá ser considerada em pacientes de risco como: idade superior
a 65 anos, desnutridas, obesas, diabéticas, tabagistas, infecções concomitantes em outro sítio, imunossuprimidas,
usuárias de corticóides, cirurgias recentes, internamento pré-operatório prolongado.
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
5. Preparação da Pele:
• Na enfermaria: Todo o corpo deve ser lavado com sabão e água ou com um agente anti-séptico na noite
anterior à cirurgia. No dia da cirurgia, a paciente deverá tomar outro banho antes do procedimento com
sabão antisséptico. Se a remoção de pêlos for absolutamente necessária, pode ser realizada uma tricotomia
de preferência até uma hora antes da cirurgia, pois resulta em menores taxas de infecção do sítio operatório.
Unhas postiças devem ser retiradas antes do procedimento e unhas longas devem ser aparadas.
• No bloco cirúrgico (Assepsia e Antissepsia): Tanto a pele das mãos e braços dos membros da equipe
cirúrgica como a pele da paciente deverão ser lavadas com sabão antisséptico (clorexidina tensoativa) e
posteriormente esfregados com solução de clorexidina alcoólica. A antissepsia cirúrgica das mãos deve durar
de 3 minutos a 5 minutos quando o médico for fazer a sua primeira cirurgia do dia. Se ele for fazer mais de
uma operação, a higienização cai para 2 minutos a 3 minutos para as cirurgias subsequentes.
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2. DIABETE MELLITUS
• A glicemia alvo que reduz as complicações no perioperatório situa-se entre 80 e 180 mg/dL.
• As cirurgias das pacientes diabéticas deverão ser agendadas para o primeiro horário da manhã
• O controle da glicemia deverá ser realizado da forma a seguir
○ DIABETE TIPO 2 em tratamento com dieta: Nenhuma terapia e correção de glicemia (2/2h) com insulina
rápida se necessário, conforme o esquema 1
○ DIABETE TIPO 2 em tratamento com hipoglicemiantes: suspender os hipoglicemiantes na manhã do
procedimento e controlar glicemia a cada 2 h e corrigir com insulina se necessário, conforme o esquema 1
○ DIABETE TIPO 1 com insulinoterapia:
a. Cirurgia pequenas no início da manhã (com provável reinicío da dieta no almoço), recomenda-se apenas
adiar a dose da insulina até o final da cirurgia e reinicio da dieta, controlando a glicemia a cada 2h e
corrigindo com insulina conforme o esquema 1:
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b. Cirurgias de médio porte (com provável cancelamento do café da manhã e almoço): suprimir qualquer
insulina de ação rápida (regular), administrar 1/3 a ½ da dose total de insulina sob a forma de insulina
de ação intermediária ou longa ação (NPH), iniciar soro glicosado a 5% a 125 mL/hora, controlando a
glicemia a cada 2 h e corrigindo com insulina. Preparar uma solução com 25 U de insulina regular +
250 mL de SF a 0,9% e infundir em bomba segundo o esquema:, conforme o esquema 2:
• AGENTES ENDOCRINOS
○ Contraceptivos Orais: Idealmente, se possível, devem ser descontinuados 3 meses antes da cirurgia.
Havendo necessidade de continuação dos ACO, deve-se fornecer tromboprofilaxia perioperatória
apropriada. Em pacientes com maior risco de TEV submetidos a cirurgia de alto risco, interromper 4
semanas antes da cirurgia. Retomar após a 1ª menstruação e não antes de 2 semanas. Orientar método
alternativo e teste de gravidez antes da cirurgia.
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CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
1. HIDRATAÇÃO:
• Tem como objetivo manter o estado de hidratação, eletrólitos e ácido-base dentro da normalidade e evitar o
catabolismo em pacientes no que não conseguem tolerar a ingestão oral ou enteral. Deve-se como compensar
déficits relacionados ao pré ou intraoperatório, perdas para o terceiro espaço, perdas gastrointestinais e
outros fluidos corporais, tendo o cuidado de evitar administração excessiva de líquidos no peri operatório
para não ocasionar complicações cardiopulmonares, de motilidade intestinal e cicatrização de feridas.
• Repor aproximadamente 30 ml / kg / dia (1 a 1,5 ml / kg / hora) de volume de líquidos de manutenção e
considerar o tipo e o volume de fluido que foi perdido para orientar a o tipo, o volume e a velocidade do
fluido de reposição. Em geral a reposição deve ser realizada com solução Ringer Lactato, adicionando-se soro
glicosado a 5% se a paciente não conseguir ingestão via oral após 24 horas da cirurgia.
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3. DEAMBULAÇÃO: Primeira deambulação assim que sentir as pernas firmes (geralmente depois de 6 horas da
anestesia regional) de preferência depois da alimentação.dentro de 3 horas de pós-operatório. Deambular pelo
menos 3 vezes por dia
Alto risco (04 fatores de risco): Preferir anestesia regional, ou venosa com propofol, analgesia sem opiódes e
dexametasona 4 a 8 mg IV após a indução e ondansetrona 4 mg IV no final da cirurgia.
Risco moderado (02 ou 03 fatores de risco): Administrar de rotina antiemético no final da cirurgia.
Baixo risco (zero ou nenhum fator de risco): Em cirurgias com anestesia regional, não administrar antiemético e
tratar imediatamente se houver náuseas ou vômitos. Em cirurgias com anestesia geral ou que envolvem opioides,
administrar ondansetrona 4 mg IV ao fim da cirurgia.
• Terapia de resgate: Incluir um medicamento de classe diferente daquela que já foi administrada, a menos que
o efeito do primeiro medicamento tenha diminuído ou uma dose potencialmente inadequada foi administrado.
Administrar Naloxona (0,25 mcg / kg / hora IV) caso tenha havido uso de opioides.
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6. ANALGESIA
• Analgesia preventiva: Reduz a dor e a necessidade de analgesia pós-operatória através de medidas no intra
ou pós-operatório imediato
a. Anestesia local – Nas cirurgias abdominais em que não seja possível o uso da morfina intratecal ou em
pacientes com múltiplas alergias a medicações analgésicas injetar anestésico local no subcutâneo no
fechamento da parede abdominal.
b. Analgésicos: anti-inflamatórios não hormonais (AINES), paracetamol ou dipirona
• Analgesia oral ou venosa: Em pacientes com dor leve a moderada, preferir a dipirona, AINES ou o paracetamol.
Os AINES não devem ser tomados por pacientes renais ou nas pacientes em geral por mais de 5 dias
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ESCORE DE CAPRINI
TOTAL DE PONTOS ( )
Risco de TEV PROFILAXIA SUGERIDA
Muito Baixo Risco (<0,5%) 0 ponto Deambulação precoce
Baixo Risco (1,5%) 1-2 pontos Profilaxia mecânica (compressão intermitente) *
Moderado Risco (3%) 3-4 pontos HBPM ou HNF + profilaxia mecânica
Alto Risco (6%) ≥ 5 pontos HBPM ou HNF + profilaxia mecânica
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Heparina não fracionada (HNF) - A dose baixa de HNF subcutânea para profilaxia de TEV é geralmente dada
como 5000 unidades a cada 12 horas, iniciando duas ou mais horas antes da cirurgia.
Obesos - UFH 5000 a 7500 unidades duas vezes ao dia
Não precisa ser ajustada para pacientes com insuficiência renal.
Pacientes com risco para sangramento maior e moderado a Alto risco para TEV:
Meias de compressão graduada (GCS) – solicitar a paciente. Realizar a troca ou a adição de HBPM assim que
o risco de sangramento se tornar aceitavelmente baixo, 48 a 72 horas após o procedimento ou a diátese
hemorrágica tiver sido revertida.
Os pacientes com contraindicações relativas: incluem aqueles com sangramento recorrente de múltiplas
telangiectasias gastrointestinais.
Obs: Epistaxe e sangramento menstrual não são contraindicações à tromboprofilaxia farmacológica*
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ENDOSCOPIA GINECOLÓGICA
HISTEROSCOPIA DIAGNÓSTICA
1. INDICAÇÕES
• Sangramento genital na pós-menopausa quando:
a. a espessura do eco endometrial for superior a 3 mm ou
b. houver outras alterações ecográficas endometriais.
• Infertilidade, quando:
a. Houver evidência, por exame de imagem, de patologia da cavidade endometrial (pólipo, mioma submucoso,
sinéquias)
b. Infertilidade sem causa aparente, após a investigação básica (espermograma, fator ovulatório e
histerosalpingografia).
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# TÉCNICA:
1) Explicação da necessidade do exame e da técnica do procedimento em linguagem compreensível pela
paciente
2) Assinatura de termo de consentimento.
3) Testagem e regulagem do equipamento. Usar soro fisiológico a 0,9% como meio distensor com pressão
de distensão inferior a 100 mmHg.
4) Posição de litotomia com as nádegas projetadas 3 dedos para fora da borda da mesa para permitir a báscula
do histeroscópio.
5) Toque vaginal combinado para definir posição e volume uterino
6) Antissepsia com clorexidina aquosa
7) Preferir técnica por vaginoscopia, se não for possível, colocar espéculo
8) Evitar o pinçamento do útero, realizando apenas quando houver acentuada flexão uterina ou estreitamento
do canal cervical.
9) Introdução do histeroscópio por 1 cm no canal cervical e esperar 10 segundos para observar distensão do
trajeto.
10) Negociar a progressão do histeroscópio pelo canal cervical, mantendo o trajeto às 12 h (anteflexão) ou 6
h (retroflexão) do campo de visão.
11) Entrada na cavidade endometrial evitando tocar as paredes.
12) Visualização do fundo uterino, óstios tubo-uterinos, paredes anterior, posterior e laterais girando a ótica
dentro da câmera. Anotar volume e forma da cavidade, coloração, vascularização, distribuição glandular
do endométrio e lesões volumétricas.
13) Testar a espessura do endométrio através do “cacifo” apenas se a ótica for de 4 mm ou mais e a visualização
não indique atrofia endometrial.
14) Retirar a ótica pelo canal cervical visualizando todas as suas paredes.
15) Realizar biópsia do endométrio com cureta de Novak ou cânula de Karmann.
16) Fazer relatório em duas vias, entregar o original à paciente e orientar sobre o resgate do exame histopatológico
se houver.
HISTEROSCOPIA CIRÚRGICA
A histeroscopia cirúrgica é um procedimento endoscópico com visualização direta da cavidade uterina para
tratamento das principais anomalias desta região. Após realização da histeroscopia diagnóstica, a nível ambulatorial,
as pacientes serão recrutadas para o tratamento cirúrgico. Esta triagem ambulatorial visa o diagnóstico seguro e
exclusão de neoplasias que contraindicam o procedimento. A época adequada para data da cirurgia nas pacientes
no menacme é na primeira fase do ciclo menstrual, onde o endométrio se encontra na fase proliferativa diminuindo
o risco de maiores sangramentos.
Momento importante antes da anestesia é a checagem de todo material a ser utilizado. Este procedimento exige três
condições para execução: boa imagem com iluminação, dilatação da cavidade uterina adequada e ressectoscopia
com corte e coagulação eficientes. Na falta de um desses tripés a técnica será prejudicada.
As pacientes deverão ser esclarecidas quanto a necessidade da cirurgia e sua técnica em linguagem compreensível,
assim como assinatura do termo de consentimento. Importante dizer que nos casos de miomas submucosos poderá
ser necessário mais de uma intervenção.
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- Pólipos cervicais sintomáticos ou suspeitos de atipia deverão ser retirados por torção, se a base for
visualizada ou por histeroscopia, se a base não for visualizada.
B. MIOMECTOMIA
- Apenas em mulheres sintomáticas ou com infertilidade.
- São critérios de ressecabilidade: Localização predominantemente submucosa (> de 50% submucoso ou
tipo 0 ou 1 da Classificação Européia); diâmetro inferior a 5cm; manto miometrial externo igual ou superior
a 5 mm.
C. ABLAÇÃO ENDOMETRIAL (ENDOMETRECTOMIA)
- Mulheres com idade superior a 40 anos, com sangramento uterino sem anomalia estrutural do útero
e sem alteração hormonal ou de coagulação, que não responde ou não tolera o tratamento hormonal
(incluindo, quando possível, o endoceptivo de levonogestrel).
D. SEPTOPLASTIA
- Septo uterino visualizado por histeroscopia e confirmado por ultrassonografia tridimensional, ressonância
ou laparoscopia.
E. METROPLASTIA
- Mulheres com infertilidade e sinéquias uterinas diagnosticadas por histeroscopia.
2. EQUIPAMENTOS COMUNS
1) Monitor;
2) Câmera;
3) Fonte de luz – (Alógena ou xênon) utilizamos o Xênon, mais indicada para cirurgias por vídeo;
4) Cabo de luz – utilizamos o de fibra ótica maleável;
5) Videogravador ou fotoprint – para registro das imagens;
6) Histeromat ou Histeroirrigador - equipamento para promover a distensão da cavidade uterina por infusão
de líquidos com pressão e fluxo contínuos, através de tubos (mangueira histeroscópica). Recomenda-se o
limite máximo de pressão intrauterina igual a pressão arterial média da paciente.
7) Óticas – angulação de 30° e diâmetros de 2,8 ou 4 mm. Para a histeroscopia cirúrgica utilizamos a de 4 mm;
8) Eletrocautério – Monopolar (utilizando-se como meio distensor a Glicina, Manitol e Sorbitol diminuindo a
dissipação de energia) e Bipolar (utilizando-se como meio distensor o Soro Fisiológico por dissipar menos
energia);
9) Ressectoscópio – formado pelo elemento de trabalho, camisas interna e externa com fluxo contínuo do
meio distensor e saída que drena da cavidade o liquido e sangue propiciando uma melhor imagem;
10) Instrumental histeroscópico acessório - camisa diagnóstica, alças de ressecção e coagulação, curetas de
Novak e AMIU para biópsias.
3. TÉCNICA CIRÚRGICA
1) A anestesia vai dependerá da avaliação do cirurgião e anestesista, optando-se na maioria das vezes por
uma sedação com bloqueio paracervical ou raquianestesia;
2) Paciente em posição de litotomia com as nádegas projetadas 3 dedos para fora da borda da mesa permitindo
a báscula do histeroscópio;
3) Antissepsia com clorexidina aquosa;
4) Sondagem vesical de demora nos procedimentos mais demorados como miomectomias e endometrectomias
e de alívio nas pacientes com bexiga repleta;
5) Montagem material cirúrgico com ajuste da imagem e sintonia do controle do branco;
6) Toque vaginal combinado para definir posição e volume uterino;
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7) Introdução do espéculo vaginal e pinçamento do colo uterino com Pozzi de ponta romba às 9 h (destros)
e 3 h (sinistros). Pegada firme entre o OCE e prega cérvico-vaginal;
8) Introdução do histeroscópio com nova avaliação do canal endocervical e cavidade endometrial para
orientação na dilatação e tática cirúrgica a ser empregada;
9) Histerometria;
10) Dilatação cervical cuidadosa com velas de Heggar, iniciando-se com as mais finas 3 ou 4 até número 9 (9
mm), diâmetro do calibre da camisa externa do ressectoscópio;
11) Introdução do ressectoscópio (mono ou bipolar) com técnica adequada de ressecção e cauterização para
cada patologia. Recolher todo material retirado para estudo histopatológico com identificação das peças;
12) Retirada de todo instrumental e tamponamento vaginal se necessário (sangramento no local do pinçamento
cervical). Corrigir lacerações de traumas no colo uterino ou vagina.
4. COMPLICAÇÕES
a. Traumáticas - Lesões no colo uterino e perfuração uterina. São as mais comuns e decorrem da tração do colo
uterino com Pinça de Allis, dilatação do colo uterino e ressecção na cavidade endometrial principalmente
de miomas. Suturas no colo uterino, laparoscopia e laparotomia poderão ser indicadas, mas pode-se tomar
conduta expectante observando-se sinais de hemorragias;
b. Complicações relacionadas ao meio de distensão - A passagem excessiva de líquido para o intravascular
é também conhecida como “overload” e ocorre em 1,1% das pacientes de alto risco, como nas ressecções
de miomas submucosos. É mais frequente quando se trabalha em regime de pressões elevadas mesmo
com superfície endometrial intacta. Durante a cirurgia deve-se ter um controle rígido do volume de líquido
infundido e do volume que retorna da paciente. Admite-se como limite tolerável o débito de 800 ml, acima
do qual deve-se interromper a cirurgia. A consequência da reabsorção é a hiponatremia e hiposmolaridade.
Casos mais graves podem levar ao edema agudo de pulmão, edema cerebral, coma e morte;
c. Complicações hemorrágicas – A hemorragia no transoperatório pode ser decorrente de lesão do miométrio.
Medidas como coagulação, tamponamento com balão de sonda de Folley e associação de medicamentos
que diminuem o sangramento podem ser utilizados. Medidas mais radicais são muito raramente tomadas,
mas a histerectomia poderá ser indicada;
d. Infecção – não são frequentes, mas nos procedimentos mais demorados indica-se o uso de antibiótico
profilático (cefazolina 2g EV);
e. Decorrentes do uso de corrente elétrica - Podem ocorrer com ou sem perfuração uterina, sendo a última
mais rara e geralmente acontecem na abordagem de miomas intramurais em úteros com paredes finas, nas
regiões dos óstios tubários e no local da histerotomia de cesáreas. Abordagem laparotômica ou laparoscópica
poderão ser aventadas;
f. Outras complicações mais raras – Sinéquias e hematometra pós-cirurgia, complicações obstétricas tais como
placenta de inserção baixa, acretismo placentário e abortamentos de repetição, adenomiose pós ablação
endometrial por fragmentos endometriais que pela pressão, penetrariam na musculatura uterina e quebra
de instrumental como alças elétricas dentro da cavidade uterina.
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VIDEOLAPAROSCOPIA GINECOLÓGICA
1. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
INDICAÇÕES
- Exploração da cavidade peritoneal para diagnóstico de patologia pélvica, especialmente em caso de
infertilidade ou de dor pélvica.
- Suspeita de endometriose
- Avaliação e tratamento de tumores pélvicos (hidrossalpinge, cistos paratubários, tumores de ovário de
baixo risco de malignidade
- Drilling ovariano
- Doença inflamatória pélvica / Abscesso tubo-ovariano ou tubário
- Aderências pélvicas
- Malformações Mullerianas complexas
- Suspeita de gestação ectópica
- Suspeita de torção anexial
- Suspeita de perfuração uterina
- suspeita de corpo estranho em cavidade abdominal
- Laqueadura tubária
- Miomectomia
- Histerectomia
- Sacrocolpopexia
- Second look após cirurgia e quimioterapia nos carcinomas ovarianos
CONTRAINDICAÇÕES
ABSOLUTAS RELATIVAS
Antecedentes cardiovasculares
- Arritmias Antecedentes de laparotomias
- Insuficiência cardíaca
Oclusões intestinais agudas Hemoperitôneo se < 500 cc
Obesidade
- Problemas anestésicos
Peritonite
- Problemas cardiorespiratorios
- Problemas técnicos
Hemoperitônio abundante ( > 500 cc) Patologia broncopulmonar
Perturbação da hemostasia não corrigida Tumores abdominopélvicos muito volumosos
Hipertensão intracraniana / glaucoma agudo de
Gravidez avançada
ângulo fechado
Abscesso da parede abdominal
2. MATERIAL
• Agulha de Veress - descartável ou reutilizável. Vários comprimentos ajustáveis ao biótipo das pacientes.
Dois componentes, um exterior com extremidade distal cortante, e outra interna com extremidade romba
e retrátil.
• Insuflador eletrônico de CO2 – capacidade máxima de insuflação de 15 a 30 l/min. e manutenção das pressões
abdominais, preferencialmente sem exceder 12 a 18 mm.
• Trocartes – primeiro trocarte ajustável ao diâmetro do laparoscópio, preferencialmente colocado na região
periumbilical. Os demais trocartes acessórios ajustáveis aos instrumentos selecionados.
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3. ANESTESIA – preferência pela geral. A posição de Trendelemburg e o pneumoperitônio podem levar a alterações
ventilatórias, hemodinâmicas e metabólicas.
5. TÉCNICA
1) Introdução da agulha de Veress – área preferencial – umbilical. Inserida em ângulo oblíquo de 450 em direção
ao fundo uterino. (variável de acordo com o IMC, poderá ser superior a 450 em relação ao plano horizontal
nas obesas, levar em consideração IMC de 25-30 e >30).
# Ponto de Palmer – Portal de entrada da laparoscopia no quadrante superior esquerdo 3 cm abaixo da
última costela esquerda na linha media clavicular.
# Zona de segurança – inferior ao promontório sacral, limitado anteriormente pela bifurcação da aorta,
posteriormente pelo sacro e lateralmente pelos vasos ilíacos.
2) Instalação do pneumoperitônio – quatro parâmetros de insuflação que devem ser observados: pressão de
insuflação limite, pressão intra-abdominal, fluxo de gás e volume total de gás insuflado.
3) Introdução do primeiro trocarte – região umbilical em direção crânio-caudal, com ângulo de inclinação
perpendicularmente entre 30 a 450, com decalagem no subcutâneo.
4) Introdução do laparoscópio conectado à endocamera e à fonte de luz fria, ambos envolvidos em capa plástica
esterilizada, com inspeção de toda a cavidade peritoneal.
5) Introdução dos trocartes acessórios sob visão direta e com transiluminação da parede abdominal, a 2 cm
da sínfise púbica na linha media ou lateralmente na área de segurança delimitada pelas artérias umbilicais
obliteradas.
6) Colocação da paciente em posição de Trendelemburg com avaliação meticulosa do abdome, e pélvis em
especial, realizando o procedimento cirúrgico necessário à resolução do caso clinico em questão.
7) Remoção dos instrumentos sob visualização laparoscópica, esvaziamento do pneumoperitônio, retirada do
trocarte umbilical com a ótica laparoscópica, e fechamento das incisões cirúrgicas.
# Recomendação de sonda nasogástrica e vesical previamente ao inicio do procedimento (instalação do
pneumoperitônio).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
6. COMPLICAÇÕES:
1- Relacionadas ao pneumoperitônio
• Insuflação extraperitoneal, enfisema mediastinico, pneumotórax e pneumo-omento
• Inserção da agulha de Verres com perfuração de órgãos e vasos, podendo levar a hemorragia e embolia
gasosa.
2- Relacionadas à inserção dos trocartes
• Perfuração de órgãos e vasos com hemorragias na parede abdominal e intra-abdominal (exemplo: aorta
abdominal, veia cava inferior e artérias ilíacas).
3- Relacionadas à anestesia
• Arritmias cardíacas ocasionadas pela compressão do diafragma e aumento da pressão intracraniana, devido
à posição de Trendelemburg, pelo aumento da pressão intra-abdominal e pela absorção excessiva de CO2
(hipercarbia).
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Abortamentos
1. Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. Protocolos Febrasgo. Obstetrícia. N 21. 2018
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3. Mosoprostolo sozinho. Regimes recomendados. 2017. www.figo.org
4. Método de aspiração manual intra uterina – AMIU.: quando e como fazer. Portal das boas práticas em saúde
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5. Safe abortion: technical and policy guidance for health systems. Second edition. WHO. 2012
Gravidez ectópica
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ectopic pregannacy. Obstet Gynecol. 2008; 111:1479
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or history indicated cerclage in the next pregnancy. Obstet Gynecol. 2015; 126:962
ATBprofilaxia Intraparto
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Corioaminionite
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
Hemorragia pós-parto
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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Protocolo de Urgências Ginecológicas e Obstétricas
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