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1 OBESIDADE ........................................................................................................ 3
5.1 Adolescentes que apresentam maior IMC, mesmo dentro da faixa considerada
normal, têm maior risco de doença arterial coronariana na vida adulta. ............................. 9
5.2 Para cada 5 unidades a mais no IMC, o risco de fibrilação atrial aumenta 4%.
11
6 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS............................................................................ 11
9.1 A perda de 60% do excesso de peso, após cirurgia bariátrica, leva à resolução
de 84% de esteatose e 75% de fibrose em pacientes com doença hepática gordurosa não
alcoólica. 15
11 NEOPLASIAS ................................................................................................. 17
12 OSTEOARTROSE .......................................................................................... 19
19 SIBUTRAMINA ............................................................................................... 23
20 ORLISTATE.................................................................................................... 24
25 AVALIAÇÃO ................................................................................................... 34
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 42
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1 OBESIDADE
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disfunções endócrinas. Por isso, na hora de pensar em emagrecer, procure um
especialista.
Os resultados dos estudos epidemiológicos obtidos na última década apontam
a obesidade como importante condição que predispõe à maior morbidade e
mortalidade.
A prevalência da obesidade vem aumentando em praticamente em todos os
países desenvolvidos, com raras exceções, bem como nos países em
desenvolvimento.
No Brasil, se registrou um aumento na prevalência de obesidade entre 1975 e
1997 que predominou na região Nordeste e nas faixas da população de menor poder
aquisitivo.
O excesso de mortalidade condicionada pela obesidade decorre principalmente
da maior ocorrência de eventos cardiovasculares. De fato, a obesidade se associa
com grande frequência a condições tais como dislipidemia, diabetes, hipertensão e
hipertrofia ventricular esquerda, conhecidos fatores de risco coronariano.
Aumentos na frequência de câncer de cólon, reto e próstata tem sido
observados em homens obesos enquanto a obesidade em mulheres se associa à
maior frequência de câncer de vesícula, endométrio e mamas.
Além disso, a obesidade predispõe a outras condições mórbidas tais como
colelitíase, esteatose hepática, osteoartrite, osteoartrose, apneia obstrutiva do sono,
alterações da ventilação pulmonar, alterações dos ciclos menstruais e redução da
fertilidade, condições estas que experimentam melhora com a redução de peso.
Embora ainda não existam dados suficientes para afirmar que o tratamento
efetivo da obesidade reduz a mortalidade, não existem dúvidas de que a redução de
peso da ordem de 5% a 10% é uma medida efetiva no sentido de combater as
condições mórbidas que aumentam o risco.
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2 DOENÇAS DESENCADEADAS OU AGRAVADAS PELA OBESIDADE
A obesidade é uma doença cada vez mais comum, cuja prevalência já atinge
proporções epidêmicas. Uma grande preocupação médica é o risco elevado de
doenças associadas ao sobrepeso e à obesidade, tais como diabetes, doenças
cardiovasculares (DCV) e alguns cânceres.
É importante o conhecimento das comorbidades mais frequentes para permitir
o diagnóstico precoce e o tratamento destas condições, e para identificar os pacientes
que podem se beneficiar com a perda de peso.
Isso permitirá a identificação precoce e avaliação de risco, de forma que as
intervenções adequadas possam ser realizadas para reduzir a mortalidade associada.
Vários estudos têm demonstrado que a obesidade está fortemente associada
a um risco maior de desfechos, sejam cardiovasculares, câncer ou mortalidade.
No estudo National Health and Nutrition Examination Study III (NHANES III),
que envolveu mais de 16 mil participantes, a obesidade foi associada a um aumento
da prevalência de diabetes tipo 2 (DM2), doença da vesícula biliar, doença arterial
coronariana (DAC), hipertensão arterial sistêmica (HAS), osteoartrose (OA) e de
dislipidemia. Resultados de outros estudos, entre eles o Survey of Health, Ageing and
Retirement in Europe (SHARE) e o Swedish Obese Study (SOS), apontam para uma
forte associação entre obesidade e a prevalência de doenças associadas e queixas
de saúde física.
A obesidade é causa de incapacidade funcional, de redução da qualidade de
vida, redução da expectativa de vida e aumento da mortalidade. Condições crônicas,
como doença renal, osteoartrose, câncer, DM2, apneia do sono, doença hepática
gordurosa não alcoólica (DHGNA), HAS e, mais importante, DCV, estão diretamente
relacionadas com incapacidade funcional e com a obesidade.
Além disso, muitas dessas comorbidades também estão diretamente
associadas à DCV. Muitos estudos epidemiológicos têm confirmado que a perda de
peso leva à melhora dessas doenças, reduzindo os fatores de risco e a mortalidade.
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3 SÍNDROME METABÓLICA
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4 DIABETES MELITO TIPO 2
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encontrada com o controle do diabetes e redução nos fatores de risco
cardiovasculares e no uso de medicação.
5 DOENÇA CARDIOVASCULAR
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5.2 Para cada 5 unidades a mais no IMC, o risco de fibrilação atrial aumenta
4%.
6 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
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Um aumento de peso de 10% em 4 anos está associado a um aumento de seis
vezes no risco de desenvolver a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Além
disso, estudos epidemiológicos prospectivos demonstraram que doenças do sono
predispõem à obesidade.
Homens apresentam um risco maior de desenvolver a doença e a idade é um
fator de risco adicional. Durante o sono, interrupções no fluxo maiores que 8 segundos
em crianças e maiores que 10 segundos em adultos são consideradas anormais e
caracterizam a condição de apneia.
A SAOS é definida pela presença de pelo menos cinco episódios de apneia
e/ou hipopneia por hora de sono, associada à sonolência diurna. Por esses critérios,
SAOS ocorre em 4% dos homens e 2% das mulheres de 30 a 60 anos de idade.
Obesidade é o maior fator de risco para o desenvolvimento de apneia do sono,
que está presente em 40% dos obesos sem queixas sugestivas, em 55% dos
adolescentes submetidos à cirurgia bariátrica e em 71% a 98% dos obesos mórbidos.
Os principais critérios de gravidade baseiam-se no número de episódios por
hora de sono (índice apneiahipopneia, IAH): de 5 a 15 corresponde a leve, de 15 a 30
corresponde a moderada e de 31 ou mais corresponde a grave.
A SAOS potencialmente resulta em uma série de complicações, incluindo
hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca direita, hipertensão arterial sistêmica
resistente a drogas, acidente vascular cerebral e arritmias noturnas potencialmente
fatais.
O efeito do ganho de peso em distúrbios respiratórios do sono foi avaliado em
um estudo americano prospectivo de 2.968 homens e mulheres com IMC médio inicial
de cerca de 29 kg/m², com média de idade de 62 anos. Os participantes foram
examinados no início e depois de 5 anos.
Um aumento de 10 kg conferiu um risco de desenvolvimento de SAOS com IAH
> 15 de 5,2 vezes nos homens e de 2,5 vezes nas mulheres. O estudo SOS, que
avaliou 1.729 pacientes obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica e 1.748 à
terapia conservadora como grupo controle, documentou redução nos sintomas de
SAOS no grupo operado em 2 anos, incluindo apneia (24% para 8%), roncos (44,5%
para 10,8%) e sonolência diurna (25,8% para 12,7%).
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7 DOENÇAS DO TRATO DIGESTÓRIO E DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR
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8 PANCREATITE AGUDA
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DHGNA quando comparado à esteatose isolada e ao grupo com histologia normal.
Variáveis bioquímicas hepáticas foram normais em 92,3% dos casos, não havendo
diferença entre DHGNA e esteatose isolada, demonstrando que a maior parte dos
pacientes com DHGNA apresenta valor de transaminases normais.
A perda de peso após cirurgia bariátrica sobre a inflamação e fibrose
relacionadas com a DHGNA foi avaliada em 18 pacientes com DHGNA submetidos a
DGYR. Uma biópsia hepática foi obtida na operação e, após 2 anos, estes pacientes
foram submetidos à biópsia hepática percutânea.
Dos 67% que tinham esteato-hepatite (5,5% com cirrose) e dos 33% que
apresentavam esteatose hepática isolada, depois de uma perda média do excesso de
peso superior a 60%, a esteatose desapareceu em 84% e a fibrose desapareceu em
75% dos pacientes.
Em obesos não mórbidos, o aumento da atividade física, redução da ingestão
calórica e uso de medicações antiobesidade em casos selecionados podem ser uma
eficaz terapia para a DHGNA.
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10 DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS
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11 NEOPLASIAS
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Em outro estudo com 70 mil homens, o risco de câncer de próstata de alto grau
não metastático e metastático foi aumentado com a obesidade (1,2 e 1,5 vezes,
respectivamente), e o risco de câncer de alto grau não metastático foi reduzido para
0,58 com perda de peso superior a 5 kg.
No Health Professionals Follow-up Study, uma associação significativa entre
obesidade e câncer de cólon foi observada em homens. Este estudo prospectivo de
18 anos de duração, com 46.349 homens que estavam livres do câncer no início,
encontrou um risco multivariado para câncer de cólon aumentado a partir do IMC de
22,5 kg/m², mas mais elevado (risco de 2,29) a partir do IMC de 30 kg/m². Cerca de
30% dos casos de câncer de cólon foram atribuídos ao sobrepeso e à obesidade.
Na Investigação Prospectiva Europeia em Câncer e Nutrição (EPIC), foi
avaliada a associação entre o risco de câncer de cólon e reto e carcinoma de células
renais e o peso corporal em mais de 368 mil homens e mulheres livres de neoplasia,
que foram seguidos por uma média de 6,1 anos. O IMC maior ou igual a 29,4 kg/m²
foi significativamente associado ao risco de câncer de cólon em homens, mas não nas
mulheres (risco relativo [RR] = 1,55, p = 0,006).
O risco relativo para o carcinoma de células renais associado ao aumento do
IMC em mulheres foi 2,25 (p = 0,009; IMC > 29 kg/m²), mas nenhum aumento
significativo foi observado para os homens.
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12 OSTEOARTROSE
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foi de 1 a 9, para aqueles com IMC baixo (< 17 a 19 kg/m²), comparativamente com 9
a 13 para aqueles com um IMC elevado (≥35 kg/m²).
Para estes resultados contribuíram não apenas o peso atual, mas
principalmente a idade com que a obesidade foi iniciada. Recentemente, foi feita uma
subanálise do estudo prospectivo Nurses’ Health Study, em mulheres que
sobreviveram pelo menos até a idade de 70 anos.
O estudo analisou a sobrevivência saudável, ou seja, definida como ausência
de 11 das principais doenças crônicas e ausência de prejuízos mentais e cognitivos.
Das 17.065 mulheres que sobreviveram pelo menos até a idade de 70 anos, 1.686
(9,9%) preencheram os critérios de sobrevivência saudável.
O aumento do IMC na linha de base foi significativamente associado a uma
redução linear na razão de chances de sobrevivência saudável após ajustes para
diversos estilos de vida e variáveis dietéticas. Comparadas com as mulheres magras
(IMC 18,5 a 22,9 kg/m²), as mulheres obesas (IMC > 30 kg/m²) tinham 79% menos
chances de sobrevivência saudável.
Além disso, quanto maior o peso adquirido a partir dos 18 anos até a idade de
55 anos, menos provável foi ter uma sobrevivência saudável após a idade de 70 anos.
A menor probabilidade de sobrevivência saudável ocorreu entre as mulheres
que tinham sobrepeso com 18 anos e ganharam mais de dez quilos, em relação às
mulheres magras que mantiveram o peso estável. Esse estudo proveu evidência de
que a adiposidade na idade adulta é fortemente relacionada com a redução da
probabilidade de sobrevivência saudável entre as mulheres longevas, e enfatiza a
importância da manutenção de um peso saudável desde a idade adulta jovem.
Estudos de pacientes submetidos à cirurgia de DGYR para obesidade mórbida
têm demonstrado reduções significativas na mortalidade associadas à perda
substancial de peso.
Em um estudo retrospectivo avaliando mortalidade em 7.925 pacientes
cirúrgicos e 7.925 controles com obesidade grau III que foram pareados por idade,
sexo e IMC, seguidos por uma média de 7,1 anos, a mortalidade diminuiu em 40%
(57,1 para 37,6/10.000 doentes/ano), em 56% para mortalidade por DAC, 92% por
diabetes e 60% por câncer (p < 0,01 para todos).
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No estudo prospectivo SOS, uma redução da mortalidade geral foi relatada
após 10,9 anos de seguimento, onde a mudança de peso médio foi de 2% no grupo
controle e de 14% a 25% no grupo operado, dependendo do procedimento.
A taxa de risco ajustado para a mortalidade foi 29% menor no grupo cirúrgico
em relação ao grupo não operado.
Além das doenças acima, uma série de outras doenças, que podem acometer
qualquer órgão ou sistema, foi reconhecida como associada ao aumento de peso.
Podem ser citadas a doença do refluxo gastroesofágico, a asma brônquica,
insuficiência renal crônica, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil,
síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária,
hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebri), disfunção cognitiva e
demência.
Além da maior presença de doenças, a obesidade perturba o diagnóstico e o
tratamento devido à dificuldade oferecida a alguns procedimentos e limitação técnica
de alguns equipamentos para esses pacientes.
15 TRATAMENTO DA OBESIDADE
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individualmente, aumentando o conhecimento sobre o problema e a motivação para
agir contra os fatores obesogênicos ambientais.
O grau I de obesidade engloba indivíduos com IMC entre 30 e 34,9 kg/m2 .
Chama-se de obesidade;
grau II o IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 e
grau III, o IMC igual ou superior a 40 kg/m2 1,2(B). Embora se possa utilizar
medicamentos, dietas de valor calórico muito baixo e, às vezes, cirurgia nos graus II
e III, as mudanças de estilo de vida por meio de aumento do conhecimento e técnicas
cognitivocomportamentais são ainda fundamentais.
A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na
presença de complicações associadas.
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16 DURAÇÃO DO TRATAMENTO
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17 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
18 ANOREXÍGENOS CATECOLAMINÉRGICOS
19 SIBUTRAMINA
20 ORLISTATE
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22 O TRATAMENTO DIETÉTICO DA OBESIDADE
23 EFETIVIDADE DA DIETOTERAPIA
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Guidelines Network sugerem o seguinte, em relação à dieta e à perda de peso,
assumindo-se que o gasto energético não muda:
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Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal
deveria ser parte integrante de qualquer programa de perda de peso que objetive
diminuição de 0,5 a 1 kg por semana.
Dietas de baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média
8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal.
Estudos de longo prazo mostram perda média de 4% em três a cinco anos.
Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de
peso maior em curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto,
em longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar.
Dietas escassas em gorduras, sem redução do número total de calorias, não
levam à perda de peso. Entretanto, reduzir a quantidade de gordura, em uma dieta
hipocalórica, é uma maneira prática de diminuir a ingestão calórica e induzir a perda
de peso.
Dietas que contenham 1.400 a 1.500 kcal por dia, independentemente da
composição de macronutrientes, levam à perda de peso.
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Contato frequente entre o médico e o paciente e o tempo dispendido com o
paciente auxiliam muito a perda e a manutenção do peso perdido
Publicaram-se algumas metanálises sobre dietas induzindo a perda de peso.
Revisão sistemática de estudos randomizados e não randomizados, sobre a
efetividade em longo prazo de vários tratamentos dietéticos para a obesidade,
publicados entre 1931 e 1999, mostrou que, de 881 publicações revisadas, apenas 17
preencheram os critérios para inclusão.
A perda de peso inicial variou de 4 a 28 kg, média de 11 kg, mas apenas 15%
de 2.132 pacientes que foram seguidos por três a 14 anos, média de cinco anos,
preencheram pelo menos um dos critérios de sucesso, ou seja, manutenção de todo
o peso perdido ou, pelo menos, manutenção de 9 a 11 kg a menos que o peso inicial,
perda de peso associada à significativa melhora das comorbidades da obesidade.
A manutenção da perda de peso foi maior naqueles pacientes com
acompanhamento em longo prazo ou quando se combinou dieta com terapia de grupo.
Outra revisão sistemática com mais de 700 estudos randomizados e não
randomizados, realizados de 1972 a 1997, sobre os efeitos de diferentes dietas na
perda de peso, mostrou resultados muito semelhantes aos da anterior.
Programa de dieta de 15 semanas ocasionou perda de 11 kg e manutenção de
6,6 ± 0,5 kg do peso perdido após um ano. Estes e vários outros estudos
subsequentes indicam que os pacientes obesos perdem peso quando mantidos com
dieta restrita, mas que sua perda de peso tende a não se manter em longo prazo.
Grande porcentagem de pacientes recupera o peso perdido: 50% dos pacientes
recuperam o peso pré-tratamento em 12 meses e a maioria, em cinco anos. Apenas
11% mantêm perda de 5 kg ou mais. Algumas dietas de emagrecimento são
nutricionalmente corretas e consistentes, com bons hábitos alimentares.
Outras se apresentam como dietas milagrosas, que encorajam práticas
irracionais, algumas vezes perigosas, e passam a ser feitas pela população, devido à
promoção da mídia, ou porque celebridades as estão fazendo ou são consideradas
novidade.
Não há nenhuma evidência científica de longo prazo sobre a efetividade dessas
dietas, se não há balanço energético negativo. Na percepção popular, a velocidade e
a quantidade de perda de peso geralmente se confundem com o sucesso da dieta.
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Deve-se medir esse sucesso pela condição de se atingir e manter perda de peso
clinicamente significativa.
24 TIPOS DE DIETA
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As dietas escassas em carboidratos e ricas em gorduras, especialmente
saturadas em colesterol, são também ricas em proteínas animais e deficientes em
vitaminas A, B6 e E, folato, cálcio, magnésio, ferro, potássio e fibras. Portanto,
requerem suplementação.
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As dietas de baixíssimas calorias, usualmente, proveem 400 a 800 kcal por dia
e devem conter 0,8 a 1 g por quilo do peso ideal por dia de proteínas de boa qualidade
e quantidades diárias recomendadas de minerais, vitaminas e ácidos graxos
essenciais.
São utilizadas como única fonte de nutrição durante quatro a 16 semanas e,
em geral, são efetivas para pacientes que não obtiveram sucesso com outros
tratamentos ou que tenham comorbidades importantes, sendo necessária intensa
supervisão.
Podem ser pré-preparadas na forma de refeições líquidas vendidas em
farmácias ou também elaboradas de comidas normais, que contenham quantidade
adequada de proteínas, vitaminas e sais minerais.
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Essas dietas produzem maior perda de peso na fase inicial, quando
comparadas a outras formas de restrição energética, com redução de nove a 26 kg
em quatro a 20 semanas.
Mas, apesar dessa grande perda de peso na fase inicial, estudos randomizados
mostram, em um a dois anos, as mesmas perdas das dietas convencionais, com
nenhuma perda ou redução de até 14 quilos.
Entretanto, essa perda de peso pode ser de 11,8 kg, variando de 9,2 a 14,2 kg,
ou 11%, em um a dois anos, se à dieta de baixíssima caloria se adicionar terapêutica
com drogas ou modificação comportamental.
As dietas de baixíssimas calorias são úteis para induzir rápida perda de peso e
motivar o paciente muito obeso, mas deve-se utilizá-las por longos períodos. Devem
ser seguidas por outro tratamento para manter a perda de peso.
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24.6 Dietas com Gorduras Modificadas
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24.7 Dieta do Índice Glicêmico
O índice glicêmico é usado para medir o relativo aumento da glicemia após uma
quantidade-padrão de dieta de carboidratos. Comidas como vegetais não feculentos,
legumes, frutas e derivados do leite têm baixo índice glicêmico, enquanto produtos
com grãos refinados e batatas, um alto índice glicêmico.
Alimentos com alto índice glicêmico, calorias por calorias, elevam mais os
níveis de insulina do que os com baixo índice glicêmico, sugerindo que os que
possuem alto índice glicêmico podem promover ganho de peso por dirigirem
preferencialmente os nutrientes da oxidação no músculo para estocagem na gordura.
Propôs-se que dietas com baixo índice glicêmico podem auxiliar na perda de
peso. Realizou-se pequeno número de estudos de curto prazo com dietas com baixo
índice glicêmico em casos de obesidade infantil, diabetes tipos 242 e 143, mas
nenhum por períodos superiores a um ano, o que não valida essa dieta para
recomendação.
25 AVALIAÇÃO
Percentual de Gordura
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criação, pelos estudiosos do assunto, de diversas definições, cálculos, tabelas,
enfocando aspectos qualitativos e quantitativos.
Mas, qualquer que seja o parâmetro ou a definição empregada, não há como
separar o termo obesidade de excesso de gordura corporal.
IMC abaixo de 20: Seu peso está abaixo da faixa considerada normal. É
possível que seu biotipo seja do tipo longilíneo, e nesse caso seu percentual de
gordura corporal pode estar normal. Em todo caso, procure um Nutricionista para uma
orientação mais específica.
IMC entre 20 e 25: Seu peso está dentro da faixa considerada normal.
Normalmente isto corresponde às mais baixas taxas de mortalidade em relação ao
peso. Se você não sofre de diabetes, hipertensão arterial ou excesso de colesterol e
triglicerídeos e ainda assim deseja emagrecer, provavelmente o motivo é de ordem
estética. Cuidado, portanto, para não submeter-se a riscos desnecessários.
IMC entre 25 e 30 com cintura até 89 cm: Você está na faixa chamada de
"excesso de peso". Como sua medida de cintura está abaixo de 90 cm, você
provavelmente não apresenta um excesso de tecido adiposo no interior do abdome.
Este tecido adiposo, chamado de gordura visceral, é o que mais acarreta riscos para
a saúde. Portanto você se situa em um grupo de menor probabilidade de complicações
como diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia. Mesmo assim é
aconselhável que procure seu Nutricionista.
IMC entre 30 e 35: Você está na faixa chamada de obesidade leve. Você se
situa, portanto, em um grupo de maior probabilidade de complicações como diabetes,
hipertensão arterial e hipercolesterolemia. Procure seu Nutricionista para que ele o
ajude a perder peso. Mesmo perdas moderadas, como 10% do seu peso atual, podem
reduzir significativamente seu risco de complicações metabólicas.
IMC entre 35 e 40: Você está na faixa chamada de obesidade moderada. Seu
excesso de peso já pode estar provocando um risco muito elevado de complicações
metabólicas, como diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia, além de
predispor a doenças osteoarticulares diversas. Procure logo seu médico e inicie um
tratamento sério para emagrecer. Mesmo perdas moderadas, como 10% do seu peso
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atual, podem reduzir significativamente seu risco de complicações metabólicas. Se
você não conseguir emagrecer com uma orientação adequada sobre modificações
dietéticas e prática de atividades físicas, justifica-se o uso de medicamentos, desde
que devidamente supervisionado por um Nutricionista.
IMC maior que 40: Você está na faixa chamada de obesidade mórbida. Ela
corresponde a um risco muito aumentado de diversas doenças. Seu tratamento em
geral é muito difícil, mas assim mesmo qualquer esforço é válido. Mesmo perdas
moderadas, como 10% do seu peso atual, podem reduzir significativamente seu risco
de complicações metabólicas. Se você não conseguir emagrecer com uma orientação
adequada sobre modificações dietéticas e prática de atividades físicas, justifica-se o
uso de medicamentos, desde que devidamente supervisionado por um médico.
Procure urgentemente o seu Nutricionista ou seu médico.
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26 RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL
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Sedentarismo
Incapacidade obrigatória
Idade avançada
Síndromes hipotalâmicas
Síndrome de Cushing
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Hipotireoidismo
Ovários Policísticos
Pseudohipaparatireoidismo
Hipogonadismo
Déficit de hormônio de crescimento
Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina
Obesidades Secundárias
Sedentarismo
Drogas: psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio,
fenotiazinas,
Ciproheptadina, medroxiprogesterona
Cirurgia hipotalâmica
Autossômica recessiva
Ligada ao cromossomo X
Cromossômicas (Prader-Willi)
Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl
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Cabe salientar ainda que a avaliação médica do paciente obeso deve incluir
uma história e um exame clínico detalhados e, de acordo com essa avaliação, o
médico irá investigar ou não as diversas causas do distúrbio.
Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações.
Se o paciente apresentar "apenas" obesidade, o médico deverá proceder a uma
avaliação laboratorial mínima, incluindo hemograma, creatinina, glicemia de jejum,
ácido úrico, colesterol total e HDL, triglicerídeos e exame comum de urina.
Na eventual presença de hipertensão arterial ou suspeita de doença
cardiovascular associada, poderão ser realizados também exames específicos (Rx de
tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico) que serão úteis
principalmente pela perspectiva futura de recomendação de exercício para o paciente.
A partir dessa abordagem inicial, poderá ser identificada também uma situação
na qual o excesso de peso apresenta importante componente comportamental,
podendo ser necessária a avaliação e o tratamento psiquiátrico.
A partir das diversas considerações acima apresentadas, julgamos importante
salientar que um paciente obeso, antes de iniciar qualquer medida de tratamento,
deve realizar uma consulta médica no sentido de esclarecer todos os detalhes
referentes ao seu diagnóstico e as diversas repercussões do seu distúrbio.
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BIBLIOGRAFIA
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