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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO

Manejo na Emergência

o Nível de consciência
PASSO 1 – 10 MINUTOS o Capacidade de deglutir e eficácia da tosse
• Avaliação dos Sinais Vitais ou como chamam B(BREATHING) →
popularmente “MOV”.
Há alterações na respiração e na ventilação do paciente?
• Dispneia ou taquipneiaa
M→ MONITORIZAÇÃO: • Hipoxemia
A monitorização é feita, pelo menos, com o cardioscópio. Nele, • Instabilidade da caixa torácica
terão informações que você irá adquirir, como:
• FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC) C(CIRCULATION) →
• AFERIÇÃO NÃO INVASIVA DA PRESSÃO ARTERIAL (PA) • Pulsos periféricos
• FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) • TEC <3seg
• SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO • Palidez cutânea, pele fria, úmida, cianose
• TEMPERATURA. • Estado mental
• Temperatura N= 35,3 – 37,7 ºC
GLICEMIA CAPILAR
• FC/ECG/SpO2 (MANTER > 94%)
Deve ser solicitada em todo caso de déficit neurológico focal • Aferição da PA em 4 membros (A assimetria
súbito!! significativa da PA entre membros superiores, ou
entre membros superiores e inferiores, pode sugerir
(No caso de uma hiperglicemia podemos pensar em causas dissecção aórtica.)
metabólicas e evitar uma intubação catastrófica em um paciente
com cetoacidose diabética. E podemos facilmente resolver um EXAME NEUROLÓGICO
rebaixamento do nível de consciência por hipoglicemia com 4
ampolas de glicose 50%.) • Reflexo Fotomotor
• ALVO DE 80 A 179 MG/DL • Escala de Coma de Glasgow
SE:
→ G: < 70 MG/DL
• Padrão respiratório:
➢ Corrija rapidamente com GLICOSE! o Respiração atáxica (respiração de Biot):
→ G: > 180 MG/DL padrão anormal de respiração caracterizada
➢ Corrija rapidamente com INSULINA! Alvo terapêutico por grupos de inspirações seguidas de
de 140 a 180mg/dl períodos regulares ou irregulares ou apneia
e indica lesão em regiões inferiores, como o
O→ OXIGENOTERAPIA: bulbo.
o Hiperventilação neurogênica central: padrão
A oxigenoterapia deve ser realizada apenas se necessário.
Cuidado! O oxigênio suplementar não deve ser administrado anormal de respiração profunda e rápida de
rotineiramente em pacientes não hipóxicos com acidente pelo menos 25 respirações por minuto e
vascular cerebral isquêmico agudo. Dessa maneira, tenham indica uma lesão na ponte ou no
como objetivo deixar a saturação de oxigênio > 94 %. mesencéfalo.

V→ ACESSO PERIFÉRICO : PASSO 2 – AINDA NOS 10 MINUT OS

Obter dois acessos venosos e calibrosos. Evitar o acesso venoso COLETE A HI STÓRIA
central em paciente que não está estabilizado.
• Saiba a hora de inicio dos sintomas do AVC, caso não
• Em relação ao “ABC”, é preciso atentar-se caso o seja possível, pergunte o ultimo horário que o
paciente tenha alguma alteração em: paciente estava normal.
• Pergunte ao paciente, familiares ou acompanhantes
A (AIRWAY) → confiáveis se o paciente toma insulina ou agentes
hipoglicemiantes orais, tem histórico de epilepsia,
• Checar se as vias aéreas estão pérvias: overdose ou abuso de drogas ou trauma recente. Essas
o Há obstrução? informações auxiliam a excluir diagnósticos
o Há sinais e sintomas que levantem a diferenciais desse quadro agudo.
suspeita de obstrução de VA? Como
hipersalivação, estridor laríngeo, guincho ou EXAME FÍSICO
disfonia.
• Checar capacidade de proteção de VA:
• MOV e ABC (já realizado)
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• Realize a ausculta das carótidas • Examine a cabeça (avalia-se sinais de trauma; em caso
• Palpe os pulsos no pescoço, MMSS e MMII de laceração de língua, investiga-se convulsão) e
extremidades (procura-se evidências de êmbolos
• Ausculte o coração e pulmão
arteriais sistêmicos, isquemia distal, celulite e
• Avalie a pele (em busca de sinais de endocardite, trombose venosa profunda).
êmbolos de colesterol, púrpura, equimoses ou
evidência de cirurgia recente ou outros
• Exame Neurológico (já realizado) + Calcule o NIHSS
procedimentos invasivos)

NIHSS
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 0 – Alerta
1 – Estímulo verbal
2 – Estímulo doloroso
3 – Sem resposta
ORIENTAÇÃO - Conteúdo 0 – Responde adequadamente as 2 questões
CONSCIÊNCIA (Idade e mês atual) 1 – Responde adequadamente 1 questão
3 – Não responde adequadamente ambas as questões
RESPOSTA A COMANDOS SIMPLES 0 – Realiza adequadamente os 2 comandos
(Abrir e fechar mão, abrir e fechar 1 – Realiza adequadamente 1 comando
olhos) 2 – Não realiza adequadamente ambos os comandos
OLHAR CONJUGADO HORIZONTAL 0 – Normal
(MOE) 1 – Desvio conjugado do olhar, suprimível pelo reflexo oculocefálico
E/OU paresia de 1 nervo da motricidade ocular extrínseca
2 – Desvio conjugado do olhar não suprimível pelo reflexo oculocefálico
OU oftalmoparesia de todos os movimentos do olhar
CAMPO VISUAL 0 – Normal
NERVOS CRANIANOS 1 – Hemianopsia incompleta ou quadrantoanopsia OU extinção visual
2 – Hemianopsia completa
3 – Cegueira
PARALISIA FACIAL 0 – Ausente
1 – Discreta
2 – Evidente, apenas em andar inferior da hemiface
3 – Evidente, em andares superior e inferior de hemiface
MOTRICIDADE DE MEMBRO 0 – Sem queda por 10 s
SUPERIOR 1 – Queda em menos de 10 s, sem encostar em suporte ou leito
2 – Queda em menos de 10 s, encostando em suporte ou leito
3 – Não vence gravidade
4 – Sem movimento
Não testável – se amputação ou fusão articular
MOTRICIDADE DE MEMBRO 0 – Sem queda por 5 s
INFERIOR 1 – Queda em menos de 5 s, sem encostar em suporte ou leito
2 – Queda em menos de 5 s, encostando em suporte ou leito
3 – Não vence gravidade
4 – Sem movimento
SOMÁTICO Não testável – se amputação ou fusão articular
ATAXIA DE MEMBRO 0 – Ausente
(Coordenação) 1 – Presente em 1 membro
2 – Presente em 2 membros
Não testável – amputação ou fusão articular
SENSIBILIDADE 0 – Normal
1 – Leve/Reconhece
2 – Grave/Reconhece
LINGUAGEM 0 – Normal (sem afasia)
1 – Leve. Presente, porém com limitação pequena à comunicação (afasia
leve ou moderada)
2 – Grave, com limitação importante à comunicação (afasia grave)
3 – Mutismo ou comunicação impossibilitada, ou paciente em coma
DISARTRIA 0 – Normal
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FUNÇÕES COGNITIVAS 1 – Presente, porém compreensível
2 – Comunicação não compreensível ou anartria
Não testável (presença de barreira à avaliação, p. ex., cânula
endotraqueal)
EXTINÇÃO OU HEMINEGLIGÊNCIA 0 – Ausente
1 – Extinção presente para 1 modalidade (visual, auditiva, somestésica)
2 – Extinção presente para mais de 1 modalidade, não reconhece parte
de próprio corpo ou orienta comportamento motor para apenas 1
hemimundo

Se o paciente com NIHSS: PASSO 4 – 20 MINUTOS


• < 5: AVC de LEVE intensidade
• 5 a 9: AVC MODERADO Tempo para realizar e interpretar a TC de Crânio!!!
• > 10: AVC GRAVE
• Veio NORMAL, SEM SAGRAMENTO OU SUSPEITA DE
→ OBS: Se, durante a avaliação, for observada escala de Coma AVC MALIGNO?
de Glasgow ≤ 8 ou risco de aspiração significativo (p.ex., por
disfagia), deve-se considerar a intubação orotraqueal. Então sobram 15 minutos para iniciar o rt-PA (ALTEPLASE) →
Para isso é preciso analisar!
PASSO 3 – 15 MINUTOS
PRESSÃO ARTERIAL
COLETA DE EXAMES:
Só trata se PAS > 220 mmHg ou PAD > 120 mmHg! Porém, só
• TC DE CRÂNIO S/ CONTRASTE pode reduzir 15% nas primeiras 24h!

– TC NORMAL ou COM SINAIS PRECOCES DE ISQUEMIA: • Para o CANDIDATO A TROMBÓLISE trata se:

o ACM Hiperdensa PAS ≥ 185 mmHg ou PAD ≥ 110 mmHg!


o A. Basilar Hiperdensa
o Apagamento do Núcleo Lentiforme • Como tratar?
o Perda de diferenciação entre Substância
Branca e Substância Cinzenta na ínsula NITROPRUSSIATO DE SÓ DIO: (1 frasco=50 mg) diluído em
o Apagamento dos sulcos corticais dextrose a 5%. Infusão IV: 0,5–8 μg/Kg/min. Ajuste a taxa a cada
10 min conforme necessário.
EXAMES CONSIDERADOS ANTES DA INFUSÃO DO
ATENÇÃO:
TROMBOLÍTICO
• Manter a PA < 185 x 110 mmHg até infusão do
trombolítico (+ pacientes com indicação de
• GLICEMIA CAPILAR
trombectomia mecânica) e mantê-la ≤ 180 x 105
• PLAQUETAS mmHg durante e por até 24h após a sua infusão!
• COAGULOGRAMA (TP, TTPA E INR)
PASSO 5 – 15 MINUTOS - TTO
Obs: Estes exames são apenas considerados, porém o único
obrigatório antes do início da trombólise intravenosa é a CRITÉRIOS PARA TROMB ÓLISE:
glicemia.
• Idade ≥ 18 anos
OUTROS EXAMES (NÃO A TRASAM O RTPA) • Diagnóstico de AVCi com NIHSS ≥ 5 ou AVCi com NIHSS
≤ 5 com déficit neurológico incapacitante
• HEMOGRAMA • 4,5h do início dos sintomas
• TROPONINA • PA < 185 x 110 mmHg
• ECG • Não estar anticoagulado
• UREIA E CREATININA
• RX DE TÓRAX
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CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA PARA TEV
a) Uso de anticoagulantes orais e tempo de protrombina (TP) > 15 s (INR>1,7);
b) Uso de heparina nas últimas 48 horas e TTPa prolongado;
c) História de acidente vascular cerebral isquêmico ou traumatismo craniano grave nos últimos 3 meses;
d) História de hemorragia intracraniana ou malformação cerebrovascular;
e) Hipodensidade de mais de um terço do território da artéria cerebral média na TC de crânio;
f) Pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 185 mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 110mmHg (em 3 medidas separadas obtidas
após 10 minutos de intervalo) refratária a anti-hipertensivos;
g) Resolução rápida e completa dos sinais e sintomas antes da administração do trombolítico;
h) Déficit neurológico leve (sem deterioração funcional significativa);
i) História de cirurgia de grande porte ou procedimento invasivo nas últimas 2 semanas;
j) História de sangramento geniturinário ou gastrointestinal nas últimas 3 semanas, ou história de varizes esofágicas;
k) Punção arterial em sítio não compressível nos últimos 7 dias;
l) Coagulopatia (PT prolongado [INR > 1,7], TTPa prolongado ou contagem de plaquetas <100.000/mm3);
m) Glicemia <50 mg/dL com resolução dos sintomas após tratamento da hipoglicemia;
n) Evidência de endocardite, êmbolo séptico ou gravidez;
o) Infarto do miocárdio recente (ocorrido nos últimos 3 meses);
p) Suspeita clínica de hemorragia subaracnóidea ou dissecção aguda de aorta

TRATAMENTO FASE AGUD A • ESTATINAS: iniciar após 48h do AVC (se o paciente já
faz uso deve manter)
TEV - ALTEPLASE o Sinvastatina 40mg/Atorvastatina 10mg 1x ao
dia
• Administrar uma dose de 0,9 mg/kg (no máximo
90mg), EV, sendo: CUIDADOS GERAIS
o 10% em BOLUS EM 1 MIN
o O restante em 1h • Avaliar o estado neurológico a cada 15 min durante a
• Nos casos de HAS durante ou após a infusão do rtPA, infusão do trombolítico e a cada 30 min nas primeiras
deve-se monitorar a PA nas primeiras 24h após a 6h após o AVC e após isso avaliar a cada 60min até as
instituição do tratamento. Então deve-se: 24h.
• AAS e Heparina só podem ser administrados após 24h
da infusão do trombolítico

A PA deve se manter entre 180 x • Nas primeiras 24h também não deve realizar
medir a cada 15
105 mmHg! Se aumentar, deve colocação de cateter venoso central, punção arterial,
min até 2h de
tratar com NPS conforme já foi infusão nem colocação de tubo nasoentérico
explicado anteriormente. • O cateterismo urinário só pode ser realizado após
30min do termino da infusão do rtPA
• Realizar TC de Crânio ou RNM nas primeiras 24h após
medir a cada 30 a infusão do rtPA
min de 2h a 6h

ATENÇÃO!
medir a cada
60min de 6h até Em caso de deterioração do estado neurológico, náuseas,
24h vômitos, cefaleia, diminuição do nível de consciência e elevação
abrupta da pressão arterial, é recomendado que :
MEDICAMENTOS
1. Seja interrompida a infusão ao primeiro sinal de
• AAS: dose 160 a 300mg 1X ao deterioração neurológica ou evidência de
sangramento significativo.
dia nas primeiras 48h e AGUARDAR 24H caso tenha
sido feita a trombólise!
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2. Assegurar que a ressuscitação volêmica seja
Avaliar a presença de • Angiotomografia
administrada, com infusão de cristalóides por meio de
patologia das computadorizada de
duas linhas intravenosas periféricas;
principais artérias artérias intracranianas
3. Realizar tomografia computadorizada de crânio para
encefálicas • Angiorressonância
confirmar sangramento;
intracranianas magnética de artérias
4. Solicitar os seguintes exames laboratoriais:
intracranianas
hematócrito, tempo de protrombina, TTPa,
contagem de plaquetas, fibrinogênio; • Ultrassom Doppler
5. Dê seis a oito unidades de crioprecipitado se transcraniano
disponível ou duas a três unidades de plasma fresco Avaliar a presença de • Ultrassom Doppler de
congelado caso contrário patologia das artérias carótidas e
6. Dar concentrado de hemácias conforme necessário principais artérias vertebrais
para manter o hematócrito dentro da faixa normal; cervicais que dão • Angiotomografia
7. Usar ressuscitação com fluidos e/ou agentes origem às artérias computadorizada de
vasoativos para tratar a hipotensão. Evite líquidos intracranianas artérias intracranianas
hipotônicos. • Angiorressonância
8. Em caso de sangramento do sistema nervoso central, magnética de artérias
considerar a consulta de neurocirurgia e hematologia; intracranianas
9. Considerar reiniciar a infusão trombolítica se a TC não
mostrar evidência de hemorragia intracraniana. Avaliar a presença de • Eletrocardiograma
alterações estruturais • Ecocardiograma
cardíacas e de
trombos
TRATAMENTO FASE AGUD A intracavitários,
identificar fibrilação
MANEJO CONSERVADOR atrial ou outra fonte
cardioembólica
E se o meu paciente não for candidato à trombólise?
Avaliar a presença de • Holter de ao menos 24
alterações de ritmo h
Nesses casos, deve-se pensar, além da terapia de suporte, no
cardíaco
uso de antitrombóticos, anticoagulantes ou estatina para o
paciente. Exames laboratoriais Todos os seguintes:
o AAS nas primeiras 24h na dose de 75mg a 300mg, via • Glicemia de jejum;
oral por 15 dias. hemoglobina glicada ou
teste de tolerância oral
o A dupla antiagregação se AVC menor (NIHSS <5)
a glicose
utilizando AAS + Clopidrogel
• Perfil lipídico
o Iniciar estatina de alta potência assim que for seguro • Hemograma
utilizar a via oral • Ureia e creatinina
• Enzimas hepáticas e
função hepática
BUSCA ETIOLÓGICA • VHS e PCR

Exames são necessários para realizar uma investigação pós


Acidente Vascular Cerebral, com o objetivo de identificar a
causa orgânica do quadro e prevenir um futuro episódio.

OBJETIVO DO EXAME EXAMES COMPLEMENTARES


Avaliar as • Ressonância magnética
características de encéfalo (de
morfológicas, número preferência)
e distribuição da(s) • Tomografia
área(s) isquêmica(s) computadorizada de
no parênquima crânio (após ao menos
encefálico, identificar 24 h do início dos
infarto e descartar sintomas)
causas não isquêmicas
ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO
Manejo na Emergência

DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO URGENTE


Primeiro você deve saber que o diagnóstico do AIT é Clínico!

Seus sintomas de ataque são mais provavelmente causados por


REALIZE
isquemia cerebral e são sintomas transitórios, altamente
variáveis e geralmente menores. MOV + ABCD
O AIT foi originalmente definido como um início súbito de um Se você está suspeitando de um AIT, SIGA:
sintoma e/ou sinal neurológico focal com duração inferior a 24
horas, porém, atualmente a literatura define o AIT como um P AC I E NT E A PR E S E NT A SI N T OM AS A G U D OS D E P OS SÍ V EL AIT ?
quadro isquêmico que não causa infarto cerebral, como
acontece no AVC.
1. AFASTE OS MIMETIZADO RES DO AIT
Além disso, é uma isquemia cerebral totalmente Apreensão
Aura de enxaqueca
R E V E R S Í V E L! Síncope
Amnésia global transitória
SOBRE O RISCO DE AVC Distúrbio desmielinizante do sistema nervoso central (por exemplo,
esclerose múltipla)
• O AIT é uma emergência neurológica porque os Vestibulopatia periférica
pacientes com AIT baseado no tempo (<24h) têm risco Distúrbio metabólico (por exemplo, hipoglicemia)
Miastenia grave
aumentado de AVC isquêmico recorrente e
Neuropatia craniana/periférica
potencialmente incapacitante, especialmente nos dias Angiopatia amilóide cerebral
seguintes ao evento, inclusive, o risco é maior nas Hematoma subdural
primeiras 48h pós AIT. Diante disso, evidências Hemorragia subaracnóidea ou intracerebral
sugerem que a intervenção imediata após um AIT Ataque neurológico transitório sem outra especificação
pode reduzir o risco de AVC recorrente em
TRATE APROPRIADAMENTE A PATOLOGIA IDENTIFICADA
comparação com a intervenção tardia.

RESUMINDO: a avaliação URGENTE é necessária para confirmar


o diagnóstico de AIT – excluindo mimetizadores de AVC e 2. PROVÁVEL AIT?
determinando o mecanismo isquêmico para iniciar a prevenção
secundária do AVC. AITs típicos: sintomas neurológicos transitórios e
focais que podem ser localizados em um único
território vascular dentro do cérebro, incluindo um
O ESCORE ABCD²
ou mais dos seguintes:
• ESCORE ABCD² foi projetada para identificar pacientes Cegueira monocular transitória (amaurose fugaz)
com alto risco de AVCi nos primeiros 7 dias após o AIT. Afasia ou disartria
No entanto, essas observações ressaltam o alto risco Hemianopsia
Hemiparesia e/ou perda hemissensorial (completa
precoce de desenvolver um déficit permanente após
ou parcial)
sintomas isquêmicos transitórios e a importância da
avaliação urgente,
estratificação de risco e AITs atípicos podem apresentar sintomas
ABCD² ≥ 4 → ALTO RISCO neurológicos isolados transitórios:
tratamento.
Vertigem isolada
ABCD² < 4 → BAIXO RISCO Ataxia isolada
diplopia isolada
• Pontuação de 6 a 7: alto risco de Distúrbio de fala isolado (fala arrastada) sem afasia
acidente vascular cerebral em dois Visão diminuída bilateral isolada
dias (8%) Perda sensorial unilateral isolada envolvendo apenas
• Pontuação 4 a 5: risco moderado de acidente uma parte do corpo
vascular cerebral em dois dias (4%)
• Pontuação de 0 a 3: Baixo risco de acidente
vascular cerebral em dois dias (1 %)
ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO
Manejo na Emergência
o PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥
90mmHg
ESTRATIFIQUE O RISCO DE AVC ➢ Incerteza que a investigação diagnostica
pode ser concluída dentro de 24 a 48 horas
• Aqui você irá saber qual o risco do paciente apresentar como paciente ambulatorial.
um AVC isquêmico, principalmente nas próximas 48h.
4. MEDIQUE!

ABCD² AGORA:

IDADE ≥ 60 anos 1 ponto o Procure saber se o paciente já faz uso de


< 60 anos 0 pontos anticoagulante, se sim, continue.
o Se não:
ELEVAÇÃO DA Sistólica ≥ 140mmHg ou 1 ponto
PRESSÃO diastólica ≥ 90mmHg
ARTERIAL
Sistólica < 140mmHg e 0 pontos
INICIE A TERAPIA ANTIPLAQUETÁRIA
QUANDO
AVALIADA PELA
diastólica < 90mmHg IMEDIATAMENTE ENQUANTO A
PRIMEIRA VEZ AVALIAÇÃO ESTÁ EM ANDAMENTO!
APÓS O AIT
CARACTERÍSTICAS Fraqueza unilateral 2 pontos TERAPIA ANTIPLAQUETÁ RIA DUPLA
CLÍNICAS
Distúrbio de fala isolado 1 ponto ➢ Aspirina dose de ataque de 160 a 325mg, seguida de
Outro 0 pontos 50 a 100mg por dia + Clopidogrel dose de ataque de
300 a 600mg seguida de 75mg por dia para os
DURAÇÃO DOS ≥ 60 minutos 2 pontos
SINTOMAS DO AIT primeiros 21 dias.
10 a 59 minutos 1 ponto ➢ Para pacientes não passíveis de terapia com
< 10 minutos 0 pontos Clopidogrel; Trocar pelo Ticagrelor (dose de ataque de
DIABETES Presente 1 ponto 180 mg seguida de 90 mg duas vezes ao dia).

Ausente 0 pontos o Inicie essa terapia para pacientes com um


dos seguintes:

3. QUANDO VAMOS HOSPITALIZAR? ▪ AIT de alto risco, definido por


uma pontuação ABCD 2 ≥ 4
SE:
▪ AIT baseado em tempo com uma estenose
• Alto risco de AVC precoce após AIT conforme sugerido
de grande artéria relevante ou lesão DWI na
por:
ressonância magnética (se a imagem estiver
➢ Presença de uma etiologia cardíaca, arterial
disponível neste estágio)
ou sistêmica conhecida de isquemia
▪ AVC isquêmico menor e não incapacitante,
cerebral que é passível de tratamento.
definido por uma pontuação NIHSS ≤5
➢ A presença de infarto agudo na RNM
ponderada em difusão. MONOTERAPIA COM ASPI RINA
➢ Outras características clínicas e de imagem:
o Lesões isquêmicas agudas ou • Iniciar monoterapia com aspirina (162 a 325 mg/dia)
crônicas na TC para pacientes que não atendem aos critérios acima
o Múltiplos infartos agudos (ou seja, AIT com pontuação ABCD 2 < 4 e sem
o Infartos agudos simultâneos em estenose relevante de grandes artérias ou lesão DWI
ambos os hemisférios ou nas na ressonância magnética [se a imagem estiver
circulações anterior e posterior disponível neste estágio]).
o Infartos múltiplos de diferentes
idades (combinação de infartos → OBS: Uma vez determinado o mecanismo isquêmico, a
agudos e subagudos) terapia antitrombótica pode ser modificada conforme
o Infartos corticais isolados (sem necessário.
acompanhar infartos profundos
ou subcorticais) APÓS ISSO, ATENÇÃO:
o Idade ≥60 anos
o História de AIT recorrente nos • Sintomas são contínuos e potencialmente
últimos 30 dias incapacitantes → Realize uma avaliação emergente
o História de Diabetes
para trombólise IV e/ou trombectomia mecânica.
ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO
Manejo na Emergência
• Sintomas foram resolvidos ou contínuos, mas não • Enzimas hepáticas e
incapacitantes → função hepática
• VHS e PCR
AVALIAÇÃO URGENTE
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO AVC

• Embolia cardiogênica por fibrilação atrial: Interrompa


Vamos procurar a etiologia desse ataque para iniciar a
os agentes antiplaquetários e inicie a anticoagulação
prevenção secundária do AVCi, que pode acontecer nos
de longo prazo
próximos 7 dias, com risco menor ou maior, de acordo com o
• Estenose sintomática da artéria carótida interna:
Score ABCD²!
revascularização carotídea com CEA ou CAS e terapia
antiplaquetária de longa duração
OBJETIVO DO EXAME EXAMES COMPLEMENTARES • Aterosclerose intracraniana de grandes artérias com
Avaliar as • Ressonância magnética estenose de 70 a 99%: Continuar DAPT por 21 a 90
características de encéfalo (de dias, depois mudar para terapia antiplaquetária de
morfológicas, número preferência) agente único de longo prazo
e distribuição da(s) • Tomografia
• Doença de pequenos vasos, estenose de artéria
área(s) isquêmica(s) no computadorizada de
parênquima encefálico, vertebral extracraniana, aterosclerose de grande
crânio (após ao menos
identificar infarto e 24 h do início dos artéria intracraniana com estenose de 50 a 69% ou
descartar causas não sintomas) criptogênica:
isquêmicas • Continuar o DAPT por 21 dias e, em seguida, mudar
Avaliar a presença de • Angiotomografia para terapia antiplaquetária de agente único de
patologia das principais computadorizada de longo prazo para:
artérias encefálicas artérias intracranianas o AIT de alto risco (escore ABCD 2 ≥4), ou AIT
intracranianas • Angiorressonância com lesão DWI relevante na RM ou
magnética de artérias estenose extracraniana não passível de
intracranianas
revascularização
• Ultrassom Doppler
o AVC isquêmico menor (NIHSS ≤5)
transcraniano
• Continuar a terapia antiplaquetária de agente único
Avaliar a presença de • Ultrassom Doppler de de longo prazo para AIT de baixo risco (escore
patologia das principais artérias carótidas e
ABCD 2 <4) e AIT sem estenose relevante de grandes
artérias cervicais que vertebrais
dão origem às artérias • Angiotomografia artérias ou lesão DWI na ressonância magnética
intracranianas computadorizada de
artérias intracranianas SEGUIMENTO COM GERENCIAMENTO INTENSIVO
• Angiorressonância DE FATORES DE RISCO
magnética de artérias
intracranianas
• Terapia anti-hipertensiva para pacientes com
Avaliar a presença de • Eletrocardiograma hipertensão conhecida ou recentemente
alterações estruturais • Ecocardiograma
estabelecida
cardíacas e de trombos
intracavitários, • Redução do colesterol LDL com terapia de estatina de
identificar fibrilação alta intensidade
atrial ou outra fonte • Controle da glicose para níveis próximos dos
cardioembólica normoglicêmicos para pacientes com diabetes
Avaliar a presença de • Holter de ao menos 24 • Modificação do estilo de vida conforme apropriado:
alterações de ritmo h o Exercício moderado a vigoroso na maioria
cardíaco dos dias da semana para aqueles capazes
Exames laboratoriais Todos os seguintes: o Cessação do tabagismo para usuários de
tabaco recentes ou atuais
• Glicemia de jejum;
hemoglobina glicada ou o dieta mediterrânea
teste de tolerância oral o Redução de peso para pacientes com
a glicose obesidade
• Perfil lipídico • Redução do consumo de álcool para bebedores
• Hemograma pesados.
• Ureia e creatinina

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