Saúde do Adulto
Acidente Vascular Encefálico - AVE/AVC
O que ?
Os Acidentes Vasculares Encefálicos
(AVE) são caracterizados pela
diminuição ou completa interrupção do
aporte sanguíneo para uma determinada
área do cérebro, podendo causar
importantes déficits neurológicos.
Causas
As causas se dividem em 2 categorias,
as:
● isquêmica (gerada a partir de
um trombo ou êmbolo) e a
hemorrágica (gerada pelo
rompimento de um vaso do
encéfalo, acarretando
extravasamento de sangue no
parênquima cerebral.
De maneira geral o AVE apresenta
sintomas súbitos e facilmente
reconhecíveis. Os principais sinais de
alerta são: cefaleia; dormência,
fraqueza ou paralisia dos membros e da
face (geralmente unilateral), entre
outros; A avaliação de um quadro
suspeito de AVE deve ser feita de
maneira cuidadosa, de acordo com os
protocolos instituídos em seu território.
Etiologia
No que diz respeito aos mecanismos de
lesão, os AVE isquémicos ocasionam
diminuição da perfusão de sangue ao
encéfalo, lesionando as células por falta
de suprimento, enquanto nos AVE
Hemorrágicos, a lesão cerebral é
oriunda tanto do contato direto das
estruturas sanguíneas com as células
encefálicas quanto do aumento da
pressão intracraniana ocasionada pelo
acúmulo de sangue.
Os principais fatores de risco
são:
● Hipertensão
● Tabagismo
● Dislipidemia
● Diabetes
● Obesidade Abdominal
● Alcoolismo
● Distúrbios de Coagulação
● Doenças Cardíacas
● entre outros.
Sinais e Sintomas
De maneira geral o AVE apresenta
sintomas súbitos e facilmente
reconhecíveis.
● Os principais sinais de alerta são:
cefaleia; dormência, fraqueza ou
paralisia dos membros e da face
(geralmente unilateral); afasia;
confusão; distúrbios visuais em
um ou ambos os olhos (p. ex.,
cegueira monocular transitória);
tontura ou perda de equilíbrio e
de coordenação.
● A escala de Cincinnati pode ser
utilizada para uma avaliação
rápida de um quadro suspeito.
 ● A ferramenta se baseia em três
achados:
1. Queda facial;
2. Debilidade dos braços;
3. Fala anormal.
● Paciente com aparecimento
súbito de 1 destes 3 achados tem
72% de probabilidade de um AVC
isquêmico, se os 3 achados
estiverem presentes a
probabilidade é maior que 85%.
Avaliação
A avaliação de um quadro suspeito de
AVE deve ser feita de maneira
cuidadosa, de acordo com os
protocolos instituídos em seu território.
● Após verificar a glicemia,
monitorar os sinais vitais do
paciente e excluir possíveis
diagnósticos diferenciais, é
necessário registrar o horário
de início dos sintomas e
certificar-se do tipo de AVE
(isquêmico ou hemorrágico),
desta forma as intervenções
terapêuticas podem seguir de
maneira segura e direcionada.
● Esta diferenciação é comumente
realizada através de
neuroimagens, ação tida como
prioritária em diversos
protocolos de atendimento.
Após o atendimento de urgência, é
necessário avaliar o grau de
acometimento do AVE através de
escalas clínicas (Glasgow), anamnese e
do exame físico neurológico, locomotor,
respiratório e de cabeça e pescoço,
preferencialmente.
● Também é importante analisar a
capacidade de deglutição do
paciente, identificando se há ou
não risco para aspiração
(Sondas de alimentação podem
ser indicadas).
Tratamento
O tratamento varia de acordo com o
tipo e o grau de acometimento do AVE.
● Após a estabilização e
monitoramento do paciente (sinais
vitais, saturação, pressão
intracraniana...), é possível dar
início a intervenções que podem
incluir: Se Isquêmico -
desobstrução do vaso,
reperfusão e/ou uso de
trombolíticos (alteplasa); Se
Hemorrágico - Controle rígido da
PA, controle da Pressão
Intracraniana e tratamento
cirúrgico.
Lembrando sempre que o
serviço hospitalar e de
urgência devem possuir
um protocolo clínico bem
estabelecido para o
manejo deste tipo de
ocorrência, com revisões
periódicas e um
fluxograma de
atendimento claro,
facilitando a tomada de
decisões e promovendo
uma maior segurança ao
paciente.
Diagnósticos de Enfermagem
Com base na fisiopatologia do Acidente
Vascular Encefálico e suas
manifestações clínicas, elencamos os
principais diagnósticos de enfermagem
de acordo com a classificação da
NANDA-1 2018-2020.
● Capacidade Adaptativa
Intracraniana Diminuída:
1. Monitorar o estado
neurológico atentamente e
comparar com os dados
iniciais;
2. Monitorar a pressão
intracraniana (PIC) e a
pressão de perfusão
cerebral (PPC);
3. Manter a cabeceira da
cama a 30° ou mais, caso
não exista
contraindicação.
● Mobilidade Física Prejudicada:
1. Determinar o nível de
consciência, mobilidade e o
grau de limitação dos
movimentos;
2. Proteger proeminências
ósseas com uso de coxins;
3. Realizar mudança de
decúbito a cada 2h;
4. Realizar exercícios
passivos, orientar
paciente e acompanhante
quanto a realização dos
mesmos;
● Risco de Aspiração:
1. Monitorar nível de
consciência, reflexo de
tosse, náusea e
capacidade de deglutir,
2. Manter aspirador
disponível e realizar a
aspiração caso
necessário;
3. Avaliar necessidade de
uso de sondagem
nasogástrica/enteral.
● Risco de Perfusão Tissular
Cerebral Comprometida:
1. Manter e monitorar os
parâmetros
hemodinâmicos para
otimizar a pressão de
perfusão cerebral;
(geralmente com
expansores de volume)
2. Evitar flexão do
pescoço ou flexão
exagerada do
quadril/joelho;
3. Monitorar a condição
respiratória e atentar
para sinais de hipóxia;
(frequência, ritmo e
profundidade das
respirações e saturação)