JHENYFFER DOURADO, JÚLIA SILVA, MARÍLIA EDUARDA E VITÓRIA LORRAYNE. O QUE É?
• O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é
decorrente de alterações do fluxo sanguíneo que irriga o cérebro. Essa situação acarreta lesões irreversíveis nas células da região cerebral atingida, basicamente essa região sofre uma paralisia e fica inutilizável. TIPOS DE AVC
Existem dois tipos de AVC: hemorrágico e
isquêmico. • AVC hemorrágico: geralmente ocorre quando há o rompimento de um vaso cerebral. Ele pode acontecer em dois lugares: dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, porém, é mais mortal que o isquêmico. • AVC Isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria, o que impede a passagem de O2 para as células. Ele é subdividido em 4 tipos: • AVC Isquêmico Aterotrombótico: é quando alguma doença provoca a formação de placas nos vasos sanguíneos, provocando a oclusão dos vasos ou a formação de êmbolos. Ex: aterosclerose; • AVC Isquêmico Cardioembólico: quando o êmbolo causador da obstrução sai do coração; • AVC Isquêmico de outra Etiologia: pode estar relacionado com distúrbios de coagulação, é mais comum em jovens; • AVC Isquêmico Criptogênico: quando, mesmo após investigação, não foi possível identificar aa causa ado AVC; O AVC isquêmico é o mais comum, representando 85% de todos os casos. SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA
Muitos sintomas são comuns aos
acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como: • Dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômito; • Desvio de rima labial (sorriso torto); • Perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos; • Alterações na sensibilidade (tato reduzido, sensação de formigamento); • Paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar); • Fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; • Perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz; • Confusão mental; • Tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação. Podem manifestar-se também com alterações na memória e na capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal. FATORES DE RISCO • Hipertensão; • Diabetes (TIPO 2); • Tabagismo; • Consumo frequente de álcool e drogas; • Estresse; • Colesterol elevado; • Doenças cardiovasculares (sobretudo as que produzem arritmias); • Sedentarismo; • Histórico familiar; • Obesidade; • Sobrepeso; • Existem fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes. DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico do AVC é feito através de exames de
imagem, no qual permite uma maior visualização do cérebro do paciente; • A Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para avaliação inicial do AVC isquêmico agudo; • A ressonância nuclear magnética também é útil para o diagnóstico; • Quando o paciente chega ao hospital é necessário seguir alguns cuidados clínicos de emergência; TRATAMENTO DO AVC • O tratamento é feito em Centros de Atendimento de Urgência, no qual são estabelecimentos hospitalares que vão ser referência de atendimento; • Nessas unidades de saúde disponibilizam e realizam procedimentos com o uso de trombolítico; • Em caso de AVC isquêmico é administrado trombolíticos, no qual dissolve os trombos, êmbolos e restaura a circulação cerebral. É importante dizer que a pressão arterial sistêmica deve ser monitorada durante o tratamento; • Em caso de AVC hemorrágico é necessário fazer uma cirurgia de urgência. No qual consiste na retirada do coágulo-hematoma e de parte da calota craniana para que o cérebro possa se expandir sem ficar comprimido; • Além disso, pode-se realizar o tratamento com anti-hipertensivos e transfusão de plaquetas uma vez que visa evitar o aumento da pressão intracraniana; • Exemplos de medicamentos: Alteplase e AAS (Acetilsalicílico). CUIDADOS DE EMERGÊNCIA • Verificar os sinais vitais; • Checar glicemia (É importante checar a glicemia do paciente pois a hiperglicemia pode ser uma das causas do AVC no individuo, uma vez que esse excesso de açúcar no sangue pode gerar um acúmulo de gordura nos vasos, o que impossibilita a passagem do sangue para o cérebro); • Colocar a pessoa deitada, exceto se houver vômitos; • Colocar acesso venoso no braço que não estiver paralisado; • Determinar o horário de inícios e dos sintomas do paciente. REABILITAÇÃO DO AVC
• A reabilitação é uma peça fundamental
para recuperação do paciente. O processo de reabilitação deve se iniciar ainda na fase hospitalar, a partir do momento que o paciente estiver estabilizado; • A equipe responsável pela reabilitação do paciente é composta por fisioterapeuta, neurologista, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, psicóloga e nutricionista; • Fisioterapeuta: É responsável por trabalhar a parte motora e funcional do paciente; • Neurologista: Auxilia no diagnóstico e evolução do caso; • Terapeuta Ocupacional: Atua auxiliando o paciente a reaprender a realizar as atividades cotidianas. • Fonoaudióloga: Auxilia o paciente a retomar a fala e desenvolver as habilidades de comunicação. • Psicóloga: Cuida da parte emocional e psicológica do paciente. • Nutricionista: É responsável por auxiliar o paciente a recuperar sua função nutricional. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• O monitoramento da saúde da população é importante, posto que pode identificar
as pessoas com perfil suscetível ao AVC. • O enfermeiro e sua equipe devem realizar ações individuais e coletivas para toda comunidade, promovendo hábitos saudáveis de vida, para prevenção das doenças cardiovasculares. • O enfermeiro tem grande importância nos primeiros socorros prestados à pessoa acometida por AVC, determinando o prognóstico do paciente. • O mapeamento dos pacientes de risco, para monitoramento de sinais de alerta para AVC, garante o acesso aos serviços de saúde, possibilita o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. O uso de uma escala pré-hospitalar para avaliação de AVC, que deve ser aplicada para reconhecer os sinais mais frequentes: • Avaliação da face (pedindo ao paciente que dê um sorriso e assim observar se há algum desvio da boca); • Avaliação da força (solicitando que o paciente erga os dois braços e observando se consegue manter elevado, ou não devida perda da força); • Observar a fala (solicitando ao paciente que repita alguma frase, como “O céu é azul” e observar se há alteração na fala). Na assistência pré-hospitalar inicial o enfermeiro deve: • Prestar atendimento clínico (pressão arterial, pulso, saturação, temperatura axilar); • Posicionar a cabeceira a 0 grau; • Realizar acesso venoso periférico em membro superior; • Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara). Cabe ao enfermeiro também: • Notificar o hospital de destino; • Levar o acompanhante para o hospital; • Seguir protocolo em pacientes não candidatos à terapia trombolítica, enquanto aguardam nas UPA • Suspender dieta até avaliação da capacidade adequada de deglutição; realizar teste de triagem. Outras intervenções assistenciais também devem ser realizadas, como, manter hidratação venosa com venóclise de solução fisiológica. Durante o período de internação do paciente na unidade hospitalar, o enfermeiro é responsável por prevenir complicações relacionadas ao AVC. O paciente deve ser estimulado a movimentar os membros oito a cinco vezes por dia, mantendo a mobilidade articular. Durante o processo de reabilitação da vítima de AVC, o enfermeiro é o responsável por: desenvolver um processo interacional e transdisciplinar que favoreça o planejamento de recuperação do paciente. CASO CLÍNICO Paciente masculino, 66 anos, apresentando dificuldade para falar e mexer o lado do corpo direito há meia hora. Negava cefaleia, convulsão ou outros déficits neurológicos. • Antecedentes patológicos: tabagismo, etilismo, HAS (Losartana) e DMII (Metformina+Glicazida), Lasix e Carvedilol. • Exame: PA: 180x105 mmH; FC: 89 bpm arrítmico; Consciência e Linguagem: lúcido, não falava espontaneamente, não repetia, não lia e nem escrevia, mas compreensão preservada; Déficit: Hemiparesia completa e desproporcionada com predomínio braquio-facial Sistema Nervoso Central, acometendo o encéfalo. • Diagnóstico: Acidente Vascular Cerebral isquêmico, provavelmente cardioembólico (Fibrilação Atrial Crônica) CURIOSIDADES
Filme: O Escanfro e a Borboleta
• Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. PERGUNTAS • O QUE É UM AVC? É um acidente vascular cerebral e ocorre quando de alguma forma de altera o fornecimento de sangue para o cérebro. Como resultado, as células do cérebro são privadas de oxigênio, o que faz com que algumas morram e outras sejam danificadas. • O QUE É UM ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (TIA)? É um curso curto, que dura menos de 24 horas. O fornecimento de oxigênio para o cérebro é restaurado rapidamente e os sintomas do derrame desaparecem completamente. Um acidente transitório requer avaliação médica inicial e é um aviso de que há um sério risco de um acidente grave. PERGUNTAS • COMO REAGIR EM CASO DE AVC? Na suspeita de AVC, o primeiro passo, como em qualquer emergência médica, é chamar logo ajuda. O contacto com os serviços de emergência (192) deve ser imediato, para assegurar rapidamente o transporte ao hospital em ambulância. Todos os minutos contam no AVC e é importante agir rapidamente a partir do momento que são detectados os sintomas de alteração da fala, boca ao lado ou perda de força num braço/perna. Deve ser anotada a hora a que começaram os sintomas ou a última vez que a pessoa foi vista bem, assim como toda a medicação da pessoa. A pessoa deve ser deitada de lado, com a cabeça ligeiramente elevada. Não deve ser dado nenhum alimento ou medicamento, incluindo aspirina. Também não devem ser colocados dedos ou qualquer outro material na boca. • PREVENIR É O MELHOR REMÉDIO? Sim. A mortalidade provocada pelo AVC tem vindo a diminuir, mas o número de pessoas afetadas pela doença, e as suas consequências, continuam a aumentar. Prevenir a ocorrência de AVC é prevenir a incapacidade futura, com perda de qualidade de vida, capacidade laboral e participação familiar. E prevenir é fácil. Nove em cada dez AVC podiam ser evitados, ao controlar os seguintes fatores de risco modificáveis: hipertensão arterial, sedentarismo, dislipidemia, maus hábitos alimentares, obesidade, tabagismo, doenças cardíacas, consumo de álcool, stress e diabetes mellitus. Para reduzir em 75% as consequências do AVC bastaria ter uma dieta equilibrada, não fumar e praticar exercício físico REFERÊNCIAS