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Definição de AVC

O Acidente vascular cerebral é uma doença grave e muito frequente. Estatísticas


brasileiras apontam o AVC como a principal causa de óbitos no nosso meio. Existem dois tipos
principais de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. Sendo Que o mais comum é o AVC isquêmico,
responsável por até 85% dos casos, já os outros 25% é causado pelo AVC hemorrágico.

É um quadro que atinge, na maioria das vezes, pessoas acima dos 50 anos de idade, às
pode ocorrer em jovens ou crianças que tenham alterações na coagulação sanguínea ou
doenças inflamatórias dos vasos, como por exemplo, anticorpo antifosfolipídio, fator V de
Leiden, lúpus ou vasculites.

Pode ter vários nomes como: Infarto Cerebral, Isquemia cerebral, Trombose cerebral ou
derrame cerebral.

Para entender o AVC, é preciso conhecer quatro conceitos básicos:

 Trombo: É um coágulo de sangue que se localiza dentro dos vasos sanguíneos, aderido
dentro da parede do mesmo, obstruindo a passagem de sangue. A obstrução pode ser
parcial ou total. Quando um vaso é obstruído por um trombo, damos o nome de
trombose.
 Êmbolo: É quando um trombo se solta e viaja pela corrente sanguínea até encontrar
um vaso com calibre menor do que o próprio êmbolo. Quando um vaso é destruído
por um êmbolo estamos diante de uma embolia.
 Isquemia: É a falta de suprimento de sangue para algum tecido orgânico. Toda vez que
a circulação de sangue não é suficiente para o funcionamento das células, ocorre a
isquemia. É um processo reversível se tratado a tempo.
 Infarto: É a morte das células por isquemia prolongada. Ocorre em geral por obstrução
da artéria por um trombo ou por um êmbolo.

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Sintomas do AVC

Os sintomas do AVC dependem da área do cérebro atingida. Quanto maior a área, em


geral mais grave é o quadro. Infartos pequenos em áreas nobres também são graves.

Os sintomas mais comuns são:

 Paralisias motoras, normalmente em apenas um lado do corpo.


 Diminuição da força em um membro ou em todo um lado do corpo.
 Perda de equilíbrio com incapacidade de se manter em pé
 Dificuldade para realizar tarefas simples como apertar um botão, ligar a luz ou
levar um copo ou garfo à boca.
 Alterações na marcha
 Dificuldades na fala e boca torta.
 Alterações na musculatura da face ou desvio dos olhos.
 Alterações visuais como visão dupla, cegueira parcial ou total
 Desorientação, comportamento estranho ou discurso incoerente de início
súbito
 Diminuição do estado de consciência
 Crise convulsiva

O acidente Vascular cerebral não causa dor, exceto por uma excruciante dor de cabeça
que pode ocorrer nos casos de AVC hemorrágico. Até 1/3 dos derrames ocorrem durante o
sono e o paciente só nota alteração ao acordar.

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AVCI (Acidente Vascular Isquêmico)

Definição:

O AVCI então, nada mais é que um infarto na região do cérebro, causado por um trombo
que se forma em uma artéria cerebral, ou por êmbolo formado em algum lugar do corpo que
viaja na corrente sanguínea até se alojar em uma artéria do cérebro.

O AVCI causado por um êmbolo normalmente tem origem do coração, mais


especificamente do átrio esquerdo. Uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial é a
principal causa de embolia cerebral. O átrio quando está fibrilando não bate corretamente.
Com isso, o sangue dele fica parado, o que favorece a coagulação e formação de trombos do
coração.

(Trombo tornando-se um êmbolo ao sair do coração, ganhar a carótida e se alojar em uma artéria cerebral,
obstruindo a chegada de sangue para uma região do cérebro)

Além da trombose e da embolia existe um terceiro tipo de infarto cerebral. É o


causado por uma parada cardíaca ou um estado de choque circulatório prolongado. Esse tipo
de AVC é o mais grave, pois a falta de circulação sanguínea apropriada faz com que todo o
cérebro sofra isquemia e não apenas uma região como nos AVCs causados por trombo ou
êmbolo.

Esses três tipos de infarto cerebral são chamados de AVC isquêmico, pois o mecanismo
que leva ao infarto é uma isquemia, seja por trombo, êmbolo ou choque circulatório.

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Os principais fatores de risco para o acidente vascular isquêmico são:

 Idade avançada
 Diabetes
 Cigarro
 Hipertensão
 Colesterol alto
 Obesidade
 Fibrilação atrial

Diagnóstico:

O diagnóstico e tratamento precoce dependem da rapidez com que o paciente procura o


serviço de emergência capacitado para o atendimento de AVC, que deve contar com equipe
treinada e tomografia disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O tempo recomendado para o diagnóstico do paciente com AVC, da entrada no setor de


emergência até a confirmação por exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética)
deve ser, no máximo, de 45 minutos. A tomografia é mais utilizada pela rapidez,
disponibilidade e falta de contraindicações para sua realização.

Devem ser realizados também exames complementares, como eletrocardiograma,


ecocardiograma, ultrassom Doppler de carótidas, Doppler transcraniano e exames de
laboratório, com a finalidade de identificar a causa da isquemia.

Tratamento:

O tratamento para a desobstrução das artérias consiste na administração de um tipo de


medicamento trombolítico, que dissolve o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo no cérebro.
Esse tratamento deve ser aplicado em até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas,
aumentando assim as chances de recuperação e minimizando as sequelas e taxa de
mortalidade.

O medicamento também pode ser injetado diretamente no interior do coágulo, para a


destruição do trombo, por cateterismo cerebral. O procedimento, realizado em uma sala de
hemodinâmica, deve ser feito em até 6 horas do início dos sintomas. Um cateter é introduzido
na artéria femural (localizada na virilha), seguindo o fluxo das artérias até chegar à obstrução
para aplicar o medicamento.

Existem cateteres que podem realizar a desobstrução da artéria sugando ou retirando


o trombo ou coágulo de dentro do vaso. Nestes casos, chamados de terapia combinada, o
medicamento pode ou não ser utilizado.

O tratamento com trombolíticos é uma realidade recente. Aprovado desde 1995, é o


único disponível para este tipo de acidente cerebral. Devido aos seus critérios de exclusão,

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sendo o principal o tempo de 4 horas e 30 minutos, somente pacientes selecionados recebem
este tratamento.

Independente da técnica, o fator fundamental para um bom resultado é o tempo.


Quanto menor o tempo entre os sintomas e o tratamento, maiores as chances de recuperação.

Os cuidados realizados nos pacientes pela equipe multiprofissional são os que trazem
mais benefícios para os pacientes. A prevenção de complicações como infecções e o início da
reabilitação precoce são os mais importantes para todos os pacientes, trombolisados ou não.

Prevenção:

É indispensável que haja o monitoramento da pressão arterial a qual deve estar


normalizada sempre (120 x 80 cmgh); Monitorar o colesterol ruim (LDL); Níveis de açúcar no
sangue. Praticar exercícios físicos reguladas por m profissional e manter uma alimentação
saudável.

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AVCH (Acidente Vascular Hemorrágico)

Definição:

O AVCH é causado pela ruptura de um vaso sanguíneo do cérebro e consequente


sangramento intracraniano. Em geral, o AVC hemorrágico ocorre por uma fraqueza da parede
de uma artéria cerebral.

É responsável por 25% dos casos de AVCs e costuma ser um quadro mais dramático
que o AVC isquêmico por atingir quase sempre uma maior área cerebral.

O crânio é como se fosse uma caixa fechada e não tem a capacidade de se expandir.
Quando há hemorragias grandes, o sangue que vaza para o cérebro começa a comprimi-lo em
direção à calota craniana, contribuindo ainda mais para lesão cerebral e risco de morte.

Existem dois tipos de AVC hemorrágico: hemorragia intraparenquimatosa ou


Intracerebral e hemorragia subaracnóide. A primeira ocorre quando o sangramento se localiza
dentro do cérebro. Já a hemorragia subaracnóide ocorre quando o sangramento se dá entre o
cérebro e a meninge subaracnóide.

Os principais fatores de risco para o acidente vascular hemorrágico são:

 Hipertensão
 Tabagismo
 Uso de Anticoagulantes como heparina e varfarina
 Traumas
 Aneurismas
 Má formação dos vasos cerebrais vasculites

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Diagnóstico:

O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como


tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou seja,
imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes exames demonstram
a localização e o tamanho da hemorragia.

Tratamento:

O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da


localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirurgicamente
recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.

O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos,


coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do
inchaço do cérebro após o sangramento.

Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido por esta medida e não


realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque alguns têm um novo
sangramento poucas horas depois do primeiro.

O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial, complicações


como crises convulsivas e infecções.

A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é uma parte
do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente, somente deve ser feita
quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico. Um bom programa de
reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia
ocupacional, que deverá traçar um plano terapêutico individualizado, baseado nas sequelas
neurológicas, garantindo a qualidade de vida do paciente.

Prevenção:

A prevenção deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão arterial, que deve ser
mantida a níveis inferiores a 12 X 8 cmHg, e evitando o consumo abusivo do álcooll, que
também é um importante fator de risco para esta doença.

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Referências

Texto de apoio ao curso de especialização:


Atividade Física Adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira

www.einstein.br

Vídeo-Aulas do Youtube

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