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Prof: Enf.

Sabrina Nardi
URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS
NEUROLÓGICAS
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
NEUROLOGICAS
Urgência e emergência neurologica
Consiste em uma complicação neurológica grave, ou muito grave.

• TCE;
• Hemorragias subaracnoidea e subdural;
• Hematoma epidural;
• Vertigem
• Crises convulsivas
• síncope
Urgência e emergência neurologica
Traumatismo Cranioencefálico

O traumatismo cranioencefálico (TCE) é conceituado como qualquer


agressão que cause lesão anatômica ou comprometimento funcional,
crânio, meninges ou encéfalo. O TCE pode ser classificado de acordo
com o mecanismo (fechado ou penetrante), a gravidade (leve,
moderada ou grave), e a ocorrência de fraturas no crânio (deprimidas
ou não) ou de lesões intracranianas (focais ou difusas).
Urgência e emergência neurologica
Traumatismo Cranioencefálico
Urgência e emergência neurológica
Etiologia e patogênese
Os acidentes de trânsito são a principal causa de lesão
cerebral – correspondendo a aproximadamente 50%
dos casos, seguidos de violência pessoal e quedas. Ao
sofrer um trauma, o crânio é submetido a um impacto
direto, denominado golpe, e a um efeito de aceleração
e desaceleração, as lesões de contragolpe.
Urgência e emergência neurologica
• Sinais e sintomas
Ao avaliar pacientes com TCE, devem-se caracterizar as condições do trauma –
causa, intensidade do impacto, período decorrido entre o impacto e a chegada
ao atendimento –, bem como os antecedentes ao ocorrido – ingestão de álcool,
drogas, medicamentos, ocorrência de síncopes ou vertigens. É importante
questionar se houve alteração do nível de consciência, sonolencia, vômitos ou
convulsões desde o primeiro atendimento até a avaliação hospitalar.
Todos os ferimentos devem ser avaliados com a finalidade de buscar fraturas,
afundamentos, hematomas subgaleais, hematomas faciais e cranianos,
hemorragias ou fístulas de líquido cerebrospinal nasais e otológicas, laceração
da dura-máter e exposição de massa encefálica.
Urgência e emergência neurologica
• SINAIS E SINTOMAS
• Deve-se atentar para midríase ou miose, se as pupilas são isocóricas, e
também verificar a resposta delas ao reflexo luminoso 
• Deve-se avaliar a atividade musculoesquelética em busca de assimetrias,
posturas patológicas (descerebração ou decorticação) ou ausência de
resposta motora. Se o paciente estiver alerta e conseguir falar, é possível
determinar sua atenção, concentração 
•  É preciso atentar também para sinais de comprometimento discreto de
consciência, como sonolência, confusão mental e agitação psicomotora, pois
podem ser indícios de irritação meníngea, bem como de cefaleia, vômitos e
rigidez de nuca.
Urgência e emergência neurologica
• Diagnóstico
• A realização de imagens do crânio deve ser obtida em boa parte dos
casos de TCE. A tomografia computadorizada (TC) é o método de
escolha, pois pode ser obtida rapidamente e fornece informações
importantes. Não é necessária a investigação por imagem em
pacientes com TCE leve, Glasgow 15 e exame neurológico normal
• A monitoração da pressão intracraniana (PIC) é indicada para todos os
casos de TCE grave com suspeita de hipertensão intracraniana (HIC) e
que permanecerão em monitoração intensiva.
Urgência e emergência neurologica
TRATAMENTO
O tratamento primário de pacientes com TCE deve prevenir a lesão
secundária ao cérebro. Na fase aguda, deve-se atentar para os casos
que apresentam mais risco e que podem levar ao óbito, ou seja, casos
de TCE grave com risco de vida. Os casos de hematomas com aumento
da PIC devem ser manejados cirurgicamente de forma emergencial.
CASO CLINICO
• Paciente de 72 anos e 8 meses de idade, sexo masculino, hipertenso,
procedente do município de Sabinópolis, interior de Minas Gerais, é
encaminhado para a unidade de pronto atendimento da cidade de
Diamantina – MG, devido à queda que sofreu de escada, a uma altura de
2 metros. Acompanhantes relataram inconsciência de duração menor
que 3 minutos no local e negaram a ocorrência de uma crise convulsiva.
Paciente foi encaminhado para hospital local com alteração do nível de
consciência, confusão mental e vômitos. Deu entrada neste serviço em
regular estado geral, ainda com rebaixamento do nível de consciência e
em Glasgow 11 (AO: 3 – RV: 2 – RM: 6). Nega alergias medicamentosas e
não soube informar quais medicamentos faz uso contínuo.  
CASO CLINICO
• EXAME FÍSICO
ECTOSCOPIA: Hidratado, normocorado, anictérico, acianótico, afebril, eupneico e com boa
perfusão tissular.
DADOS VITAIS: FC: 80 bpm, FR: 18 irpm, Temperatura: 37°C; PA: 120×70 mmHg (deitado, em
membro superior direito).
CABEÇA: Sem achados dignos de nota em orelhas, olhos, nariz e cavidade oral. Ausência de
linfonodomegalias palpáveis e sopro carotídeo.
SISTEMA NEUROLÓGICO: Sonolento, hipoativo, acamado. Pupilas isocóricas e fotorreativas.
Hemiparesia braquiocrural a esquerda, densa, força grau 2+/5+ a esquerda, com predomínio em
MIE.
APARELHO RESPIRATÓRIO: Ao ar ambiente, eupneico, sem esforço respiratório com
expansibilidade preservada e murmúrio vesicular universalmente audível sem ruídos adventícios.
APARELHO CARDIOVASCULAR: Bulhas rítmicas e normofonéticas em 2 tempos, sem sopros.
APARELHO DIGESTÓRIO: flácido, normotenso, indolor à palpação e sem visceromegalias. Ruídos
hidroaéreos presentes.
APARELHO GENITO-URINÁRIO: Sem alterações.
CASO CLINICO
• EXAMES COMPLEMENTARES
TCC de crânio: Sinusopatia maxilar esquerda (A), hiperdensidade
intraparenquimatosa parietal direita (B), sem desvio de linha média. Cisternas
de base livres. Também apresenta pequena hemorragia subaracnóidea
traumática (HSAT) contralateral em região occipital esquerda (C). HSAT
temporal direito (D) e presença de leve hemorragia extradural frontal
esquerda (E)
CASO CLINICO
Respostas 
• Na abordagem de um paciente com TCE, é importante a descrição do evento que
gerou o trauma, o que pode indicar para o médico o mecanismo de lesão
neurológica que o paciente sofreu. Além disso também é necessário averiguar se
o trauma esteve associado ao uso de drogas, medicamentos, ou a episódios de
síncopes e vertigens. Durante o atendimento inicial deve-se priorizar a
estabilização hemodinâmica e respiratória do paciente.
            Devido a história clínica do paciente apresentado neste caso clínico,
podemos inferir que a lesão foi devida ao mecanismo de contragolpe, uma vez
que o contato da queda foi na região frontal esquerda e o sintoma acarretado
pela lesão (parestesia em membros superior e inferior), foi apresentado de forma
homolateral. Então, se houve uma lesão no sistema nervoso central superior, essa
lesão ocorreu contra-lateral ao dimidio sintomático, ou seja, ao lado direito.
CASO CLINICO
•  O exame neurológico deve ser feito cuidadosamente, para que oriente a
correta topografia da lesão, além de avaliar o estado geral, neurológico e o
nível de consciência do paciente, possibilitando assim uma conduta assertiva.
Uma ferramenta essencial para avaliar o nível de consciência de um indivíduo
que sofreu TCE, é a Escala de Coma de Glasgow, onde serão avaliados a sua
resposta motora, verbal e ocular, podendo o paciente pontuar de 3 a 15. Essa
escala pode orientar a tomada de determinadas condutas e ainda permite a
avaliação da gravidade do TCE: de 13 a 15 pontos o trauma é considerado
como leve; de 9 a 12 como moderado; de 6 a 8 como severo e de 3 a 5, muito
severo, sendo que a pontuação 3 é um indício de morte cerebral.
Outros aspectos importantes, é a avaliação das pupilas, da motricidade dos
olhos e do padrão da respiração praticada pelo paciente (quando espontânea).
CASO CLINICO
•  O grau de gravidade do paciente relatado no caso, portanto, é moderado,
uma vez que marcou 11 pontos na escala de Glasgow, apresentando uma
resposta motora, conseguindo obedecer a comandos, abrindo os olhos apenas
a comando e apresentando uma resposta verbal reproduzindo sons
incompreensíveis.
Os exames de imagem evidenciaram uma hiperdensidade
intraparenquimatosa parietal direita causada possivelmente por uma
hemorragia decorrente do trauma. A localidade da lesão (lobo parietal direito)
é compatível com a disfasia do paciente e a ausência do desvio da linha média
é um sinal que ameniza um pouco a gravidade do quadro.
Vertigem

A vertigem é uma falsa sensação de movimento ou de rotação


ou a impressão de que os objetos se movem ou rodam.
Geralmente, ela é acompanhada por náusea e perda do
equilíbrio. Somente a tontura verdadeira – a que os médicos
denominam vertigem – causa uma sensação de movimento ou
de rotação. A vertigem pode durar apenas alguns instantes ou
pode persistir por horas ou mesmo dias.
Vertigem

SINTOMAS

alterações da visão, dificuldade de andar, debilidade


passageira nas pernas, desorientação no espaço, alterações do
equilíbrio até a inconsciência completa. Essas alterações
poderão estar associadas a hipoglicemia, hipotensão, entre
outros problemas de saúde.
Vertigem

COMO PROCEDER – EXTRA HOSPITALAR

• Sentar a vítima, colocar sua cabeça entre as pernas, com os


braços caídos na lateral do corpo. Pedir a ele que empurre a
cabeça para cima, enquanto o socorrista a força para baixo.
Essa manobra aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro,
melhorando o quadro do paciente. Levar a vítima a procurar
atendimento médico ou orientá-la para isso.
Síncope (Desmaio)
Síncope, popularmente conhecida como desmaio, é uma perda
súbita e transitória da consciência. É um sinal de aporte
inadequado do oxigênio e de outros nutrientes ao cérebro, que
geralmente é provocado por uma diminuição temporária do
fluxo sanguíneo

Os indivíduos com esse tipo de problema podem sentir-se bem


em repouso, mas podem desmaiar durante o exercício, pois a
demanda de oxigênio pelo organismo aumenta subitamente
Síncope (Desmaio)
O fluxo também pode diminuir quando a pessoa está desidratada
em decorrência de problemas como a diarreia, a
sudorese ou a micção excessivas, o que, frequentemente, ocorre
em casos não tratados de diabetes.

Outras causas de desmaio também incluem a anemia, jejum


prolongado e hipoglicemia, arritmias cardíacas, hipotensão arterial,
ansiedade que leva à hiperventilação, estresse, alterações
emocionais, permanência em lugares abafados e quentes,
levantamento brusco da cama (síncope ortostática) etc.
SÍNCOPE
• Atenção! a síncope que ocorre subitamente
com perda da consciência e se repete com
frequência é sugestiva de arritmias cardíacas ou
alterações neurológicas (tipo pequeno mal
epilético).
SÍNCOPE

Sinais e sintomas
A síncope pode ser precedida de alguns sinais e
sintomas, antes do desmaio propriamente dito (perda
da consciência), como por exemplo: fraqueza, tontura,
relaxamento muscular, escurecimento da vista, palidez
e sudorese, pele fria, náuseas, pulso rápido e fraco.
SÍNCOPE
Como proceder?

• Impedir que o vítima caia, para que não se machuque;


• deitá-la em decúbito dorsal, elevando os membros inferiores cerca de 30 cm do
chão,
• monitorar os sinais vitais,
• afastar os curiosos, ventilar o ambiente e afrouxar as suas roupas se necessário;
• não dar tapas no rosto da vítima nem fazê-la cheirar amônia ou álcool. Se ela
não acordar em alguns minutos, chamar socorro. A síncope não é uma doença,
mas um sinal de que algo não está bem no organismo da pessoa. Portanto,
mesmo que ela recobre a consciência espontaneamente, oriente-a a procurar
um serviço médico.
CRISE CONVULSIVA
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Clínica bastante frequente, que se manifesta tanto em patologias
neurológicas como acidente vascular cerebral, traumatismo
cranioencefálico e encefalite. Pode ocorrer como evento isolado em
decorrência de doenças sistêmicas tais como distúrbios hidroeletrolíticos,
insuficiência renal, insuficiência hepática, septicemia, estado
hiperglicêmico, entre outros. Considerada uma condição multifatorial, a
crise convulsiva pode ser definida como uma desordem na transmissão dos
impulsos elétricos cerebrais, que se manifesta por espasmos involuntários
dos grupos musculares com ou sem perda da consciência, sendo limitada
em relação ao tempo.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
SINTOMAS
Devido à alteração paroxística da atividade cerebral, que se inicia
em um grupo de neurônios ou ainda se espalha por uma área
generalizada, as convulsões se caracterizam por movimentos
musculares involuntários e súbitos, de forma generalizada ou
acometendo um segmento do corpo.
O período de duração de uma crise convulsiva é de
aproximadamente de 2 a 5 minutos, podendo sobrevir a cefaleia,
confusão mental, dores musculares e fadiga.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva

A convulsão é uma resposta a uma descarga elétrica anormal no


cérebro. O termo crise convulsiva descreve várias experiências e
comportamentos e não é o mesmo que convulsão, embora
utilizados como sinônimos. Segundo Araújo (2006), esse termo é
usado para designar um episódio isolado.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Tratamento
O tratamento é baseado na manifestação clínica, com intuito de minimizar
as contrações musculares por meio da administração de medicamentos
miorrelaxante por via endovenosa. Por vezes, é necessária a infusão
contínua ou intermitente de medicamento anticonvulsivante para
prevenção de novos episódios. No estado pós-convulsivo podem ocorrer
injúrias como broncoaspiração, coma, hipóxia, acidose metabólica, entre
outras.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Atuação do técnico de enfermagem

• A atuação do técnico de enfermagem frente à convulsão se inicia com a


segurança do paciente, afastando os objetos e condições que representem
risco, orientando às pessoas que se mantenham afastadas, pois a
curiosidade provoca uma aglomeração de pessoas e pode dificultar o
atendimento inicial. É fundamental que você promova a proteção do
paciente a fim de reduzir danos em virtude dos espasmos musculares,
uma vez que a contenção física dos movimentos não é recomendada.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Atuação do técnico de enfermagem

Certifique-se de que esse indivíduo não sofreu uma queda, pois essa
condição modifica a sua ação na abordagem em situação de trauma,
visando, então, preservar a integridade da coluna cervical. Durante a crise
convulsiva, coloque algo macio sob a cabeça do paciente, se encontrado
deitado no chão, apoiando-a cuidadosamente a fim de evitar traumas. Se
possível, remova ou afrouxe a roupa apertada, observe se há adornos no
pescoço que possam dificultar a respiração.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Atuação do técnico de enfermagem
Avaliar o padrão respiratório e condições hemodinâmicas, permanecendo
atento durante o episódio convulsivo, inclusive em relação ao tipo de
contração (tônica, clônica ou ambas), horário de início e término do
episódio, frequência (um ou mais), liberação de esfíncter vesical e/ou
intestinal. Durante a convulsão, administrar a oxigênio e droga
miorrelaxante. A via de administração preferencial é a endovenosa.
Caso vomitos, lateralize a cabeça para que não haja broncoaspiração.
Não tente puxar lingua ou inserir objeto na cavidade oral.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Atuação do técnico de enfermagem

Após a cessação das contrações, reavaliar a permeabilidade das


vias aéreas e eventual necessidade de aspiração de secreções,
administração de outras medicações, controle da glicemia capilar
e realizar a higiene proporcionando o conforto. Em presença de
prótese dentária, remova assim que possível.
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Atuação do técnico de enfermagem

Em pacientes idosos, é importante considerar que a história


clínica, bem como a ocorrência do fato descrita por familiares ou
outrem que presenciaram a convulsão, seja considerada em
virtude da avaliação do evento. A hipótese da queda pela
fragilidade óssea ou vice-versa podem acarretar em danos
neurológicos tendo como manifestação a convulsão
URGENCIAS E EMERGENCIAS
NEUROLÓGICAS
Crise convulsiva
Caso clínico
A equipe de saúde da família foi chamada para socorrer um senhor de 67 anos
que caiu no bar vizinho ao centro de saúde. Testemunhas informam que ele
tem o hábito de ingerir bebida alcóolica diariamente e que o homem “caiu de
repente”. Ao examiná-lo, a equipe percebeu importante alteração no nível de
consciência (com desorientação e confusão mental), a fala estava arrastada e
as pupilas anisocóricas. Tendo por base as hipóteses do homem ter sofrido um
AVE, síncope seguida de queda, traumatismo craniano, ou ainda encontrar-se
em intoxicação alcóolica, elabore um plano de ação de cuidados. Quais as
medidas básicas de socorro você tomaria com esse paciente?
bibliografia
• Livro-curso especialização profissional tecnico deenfermagem-
Governo de são Paulo
• https://
docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883018/40-crises-convulsivas.pdf

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