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AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA

RESPIRATÓRIA
Profª Francielle Faedo Bortot
COLETA DE DADOS
• HISTÓRIA DA DOEÇA ATUAL (HDA): resume os problemas
atuais do paciente, informações clínicas relevantes;
• HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA (HDP): resume uma
lista de doenças, cirurgias a que o paciente foi
submetido;
• MEDICAMENTOS: medicamentos em uso.
• HISTÓRIA SOCIAL (HS): um quadro da situação social do
paciente, questionar quanto ao nível de apoio em casa,
ocupação, hobbies, tanto passados quanto atuais, fumo
e álcool são informações importantes.
COLETA DE DADOS
• EXAME DO PACIENTE: inclui todas as
informações coletadas na avaliação subjetiva e
objetiva do paciente;
• RESULTADOS DE TESTES: podem incluir
gasometria, espirometria, testes sanguíneos,
secreção, raio x, TC, e outros exames que
achar relevantes.
AVALIAÇÃO SUBJETIVA
• ENTREVISTA COM O PACIENTE.

• Qual sua queixa principal?

• Qual problema o afeta mais?

• CINCO PRINCIPAIS SINTOMAS NA DOENÇA RESPIRATÓRIA:

 Falta de ar;

 Tosse;
• DURAÇÃO
 Escarro e hemoptise; • GRAVIDADE
• PADRÃO (SAZONAL OU DIARIAS)
 Sibilos; • FATORES ASSOCIADOS
 Dor torácica.
DISPNÉIA
PRINCIPAL SINTOMA ASSOCIADO A INCAPACIDADE,
REDUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E PIOR PROGNÓSTICO.

GERALMENTE É PROGRESSIVA.

É caracterizada por uma ativação excessiva ou anormal do


centro respiratório.

Falta de ar , desconforto para respirar = sensação de respiração


incompleta.
DISPNÉIA

Descondicionamento, ansiedade, depressão

Dificuldade para atividade física ***

AGRAVA descondicionamento Piora da QV e


invalidez.
Dispnéia
CAUSAS  pulmonares - cardíacas – metabólicas
(obstrução das va, diminuição de o2 no ar ambiente,
anemia, diminuição da difusão).
Dependendo do tipo de exercício é classificada:
Pequenos esforços: ocorre ao fazer exercícios leves, como tomar
banho, trocar de roupa, mudar de posição na cama.

Médios esforços: surge durante a realização de exercícios físicos


de intensidade mediana, tais como andar em local plano a passo
normal ou subir alguns degraus, mesmo devagar.

Grandes esforços: não consegue andar depressa, subir uma


rampa, executar trabalhos costumeiros ou praticar um esporte
para o qual estava treinado 7
COMO QUANTIFICAR A DISPNÉIA?

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PERCEPCAO SUBJETIVA DO ESFORÇO
TIPOS DE DISPNÉIA

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AVALIAÇÃO SUBJETIVA
• TOSSE
 EFETIVIDADE
PRODUTIVA OU SECA
• ESCARRO
 100ml de secreção traqueobrônquica é
produzida diariamente;
 COR, CONSISTENCIA E QUANTIDADE
ESCARRO
• SALIVA – fluido aquoso e claro

• MUCÓIDE – opalescente ou branco

• MUCOPURULENTO – levemente descolorado, mas com pouca presença de

pus;

• PURULENTO – denso, viscoso – amarelo, verde-escuro/marrom, cor de

ferrugem/avermelhada, vermelho vivo;

• ESPUMOSO – rosado ou branco

• HEMOPTISE – placas de sangue, sangue vivo ou coágulos;

• PRETO – manchas pretas em secreções MUCÓIDES.


AVALIAÇÃO OBJETIVA

• OBSERVAÇÕES GERAIS
 Tipo de respiração
 Cabeceira
 Cansaço
 Pele
SINAIS VITAIS
INSPEÇÃO

• Estática -
 CICATRIZES
 INCISÕES CIRÚRGICAS
 COR DA PELE
 ALTERAÇÕES DO TÓRAX
 HIPERTROFIA DE MM ACESSÓRIA
 CURVATURAS DA COLUNA
 BAQUETEAMENTO
HIPOCRATISMO DIGITAL

• Hipertrofia das falanges distais dos dedos e unhas da mão.


• Doenças cardíacas e pulmonares ( hipoxemia crônica).
FISIOPATOLOGIA

Hipoxemia crônica + estase de plaquetas

Potencializam a liberação de fatores de crescimento vascular

Formação de novos capilares nas extremidades!!


• O edema é causado por plaquetas, que interagem com as
células endoteliais e produzem os fatores de crescimento
PDGF e VEGF, o que poderá explicar os fenômenos de
expansão tecidual.
• A vasodilatação e as numerosas anastomoses arterio-
venosas são os responsáveis pelo aumento de fluxo
sanguíneo periférico e um espessamento das paredes
vasculares por tecido conjuntivo.
• Se a circulação pulmonar se encontra alterada por qualquer
fator (Ex.: neoplasia pulmonar, fibrose pulmonar,
cardiopatia), eles não são fragmentados, atingindo
diretamente a circulação periférica, com consequente
aprisionamento desses microêmbolos plaquetários nos leitos
vasculares ungueais.
CIANOSE
• O oxigênio se liga a hemoglobina, formando a oxihemoglobina –
vermelho vivo.
• O oxigenio é entregue ao tecido e a hemoglobina é desoxigenada
(reduzida) coloração azul, que em condições normais não aparece
na pele.

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TIPOS
CENTRAL PERIFÉRICA

ORIGEM PULMONAR OU DIMINUIÇÃO DO FLUXO


CARDIOPULMONAR – SANGUINEO PARA AS
EXTREMIDADES
CAUSAS SANGUE SAI DESOXIGENADO DO AUMENTO DA DESOXIGENAÇÃO
CORAÇÃO PELOS TECIDOS
DÇAS PULMONARES,
COMUNICAÇAO ENTRE ÁTRIOS E
VENTRICULOS

SINTOMAS PELE QUENTE, mucosa, Pele úmida, fria, azulada, porém,


mucosa e língua não
língua e pele azulada
MELHORA Melhora com O2 se for de origem Melhora com calor – aquecer/
pulmonar. reposição volêmica

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MORFOLOGIA TORÁCICA

•  Tórax normal possui o diâmetro lateral duas vezes maior que


o ântero-posterior. A avaliação dos ângulos entre as costelas,
também se faz importante para a classificação do tórax
normal.
• Para definir os tipos, baseia-se de acordo com o ângulo de
Charpy que é formado pelo cruzamento das últimas costelas
inferiores, tendo como vértice a base do apêndice xifóide. A
classificação é a seguinte:
• Tórax normolíneo: O ângulo de Charpy é igual a 90 graus.
• Tórax longilíneo: O ângulo de Charpy é menor do que 90
graus.
• Tórax brevelíneo: O ângulo de Charpy é maior do que 90
graus.
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TIPOS DE TÓRAX PATOLÓGICOS
TÓRAX GLOBOSO OU EM TONEL: 
• O eixo ântero-posterior torna-se igual ou maior que o transversal, quando
o normal seria o inverso.
**obstrução do fluxo aéreo como o enfisema pulmonar, asma crônica e as
bronquiectasias.
Tórax em peito escarvatum:

• Depressão do esterno.
• Arcos costais anteriores se
projetam mais anteriormente.

• Campos e Campos (2001) -


“o repuxamento excessivo das fibras
anteriores do diafragma que se
prendem ao apêndice xifóide”.
TÓRAX EM PEITO DE POMBO OU QUILHA
DE NAVIO/ PECTOS CARINATUM
• “Protusão acentuada do osso esterno,
juntamente com as cartilagens costais”.
Congênito ou adquirido.

TÓRAX CHATO OU PLANO:


Diâmetro ântero - posterior
diminuído.
PADRÃO RESPIRATÓRIO
• KUSSMAUL
• CHEYNE-STOKES
• ATÁXICA
• APNÊUSTICA
CURVATURAS ANORMAIS DA COLUNA
 Nível!!
 Alterações:

Expansibilidade torácica

Complacência toracopulmonar e ventilação


alveolar

Capacidade vital.
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PERCUSSÃO

• Útil para rastreamento de áreas + AERADAS;

Sons:
 Atimpânico PULMÃO
 Timpânico ESTOMAGO
 Maciço FIGADO
 Sub maçico CORACÃO
AUSCULTA PULMONAR

 Diagnóstico apropriado à sua intervenção;


 Identificar a localização da obstrução nas vias aéreas
e as regiões pulmonares de ventilação reduzida ou
ausente;
 Identificar a provável causa da obstrução
 Permite selecionar a técnica adequada e avaliar os
resultados obtidos;
 Pós intubação

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AUSCULTA PULMONAR

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AUSCULTA PULMONAR

Difuso DVO

MV

Regional DVR
AUSCULTA PULMONAR
INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO DEFINIÇÃO

RONCOS +++ +++ Secreção em VAGC


Desidratada

SIBILOS +++ +++ Secreção em VAMC


Desidratada

SIBILOS - - - +++ BE e/ou


Secreção
SIBILOS EXPIRATÓRIOS
SIBILOS EXPIRATÓRIOS
AUSCULTA PULMONAR
INSPIRAÇÃO EXP. Definição
I M F
Grossas B + + + - Sec VAGC

Médias B - + + - Sec. VAMC

Finas B - - + - Liquido E.I.

Creptante - - + - Sec. VAPC


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TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS (TC6)

• Avaliar a resposta do indivíduo ao exercício;


• Análise global dos sistemas respiratório, cardíaco e
metabólico (DPOC e IC).
• Avaliações antes e após cirúrgicas.

Vantagens
• Simples
• Sinais e sintomas vitais podem ser medidos durante o teste.
• Ampla aplicabilidade.
• Reflete as limitações às atividades de vida diária.
• Mais sensível que testes em esteira.
• Testa, de maneira objetiva, a dessaturação de
oxigênio durante o exercício em pacientes com
DPOC.

• American Thoracic Society (ATS) INDICAÇÃO é a


presença de doença pulmonar ou cardíaca leve ou
moderada.

FÇ: medir a resposta ao tratamento


predizer a morbidade e mortalidade
Princípio básico!!

• Medir a maior distância que o indivíduo é capaz de percorrer num


intervalo de tempo fixo – no caso 6 minutos.
• O teste deverá ser realizado pelo menos duas horas após as refeições.
• Antes da realização do teste, os pacientes deverão fazer um período de
repouso de no mínimo 10 minutos.
• O teste deverá ser realizado em corredor com comprimento mínimo de 30
metros e que seja livre de circulação de pessoas
 FC PA
 FR DISPNÉIA
 FADIGA NAS PERNAS OXIGENAÇÃO DO SANGUE
- Repouso e logo após o término do teste.

• RITMO determinado para cada indivíduo e os mesmos não podem correr.


INTERRUPÇÃO!!
Dispnéia intolerável Tontura
Dor torácica Caimbras
Sudorese
Equações de referência para predição da distância no Teste de
Caminhadade 6 minutos segundo Enright e Sherrill, 1998

• imediatamente, caso durante a realização dele


o
• paciente apresente dor torácica, dispnéia
intolerável,
• sudorese, palidez, tontura e/ou câimbras (22).
Walk Test
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DOS
MM RESPIRATÓRIOS

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TESTE MUSCULAR DIAFRAGMÁTICO E
INTERCOSTAIS
 Teste subjetivo
 Pouco utilizado
 Permite avaliar isoladamente o diafragma -
detectar disfunções unilaterais.
 Sendo um teste fácil e de simples aplicação,
contribuindo para a avaliação fisioterapêutica
cotidiana.
DIAFRAGMA

www.inspirar.com.br
DIAFRAGMA
Consistência Expansão da Expulsão da
caixa mão

Grau III + + +
Grau II + + -
Grau I + - -
Prof. Dr. Alfredo F. Cuello
INTERCOSTAIS

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INTERCOSTAIS
Consistência Horizontaliz Expansão
a da cx
ção dos torácica
arcos
Grau III + + +
Grau II + + -
Grau I + - -
Prof. Dr. Alfredo F. Cuello
TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR

 Manovacuômetria
 Peak flow
 Ventilometria

Espirometria
MANOVACUÔMETRIA
• A mensuração da FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA
permite o diagnóstico da IpRA.

• Dependendo da força contrátil do mm:

 Fraqueza
 Fadiga
 Falência muscular respiratória.
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Pimáx e Pemáx

Relaçao de força e pressão!!


• Pressao e a forca gerada pelo gas na parede das vias
aereas.
• Conseguimos aferir a força, pq o que determina o valor
da pressão é a força gerada pela musculatura sobre a
parede das vias aéreas.
• Qto maior a pressão maior foi a força gerada pelos
mm.

• Manobra estática e voluntária


• NÃO mede músculos isolados;
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PI max
NORMAL > - 60 cm H2O
FRAQUEZA - 40 à -60 cm H2O
FADIGA -20 à -40 cm H2O
FALÊNCIA < - 20 cm H2O
Valores de normalidade

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Peak flow

• MAIOR fluxo gerado durante um


esforço expiratório.

 Não invasivo
 Baixo custo
 Fácil aplicação

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INDICAÇÕES
• Avaliar a gravidade de obstrução ( resistência ao fluxo aéreo) das va.
• Resposta e progresso no tratamento

TÉCNICA
Expiração FORÇADA máxima (curta e
Insp máxima explosiva).

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H: 295,79 x altura + (24,96 x idade) – 478,24

M:212,82 x altura + (5,93 x idade) – 131,81

• Homens: 500-700 l/m


Mulheres: 380-500 l/m

• A força da musculatura respiratória e motivação do paciente


interferem no resultado.
• Afetam o pfe: o grau de insuflaçao pulmonar, força da mm
abdominal e elasticidade toracica.
Ventilometria

• Técnica utilizada para mensurar os volumes pulmonares:


 VM
 VC

• INDICAÇÕES
• Avaliação da patência e resistência das VA.
• Capacidade de trabalho do diafragma e demais músculos
respiratórios.
• Desmame
• Controle ventilatório

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Técnica:
>45 graus.
Repetir 3x!!

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MÃOS À OBRA!

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