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INSUFICIÊNCIA

RESPIRATÓRIA

Prof. ERICA SURAMA RIBEIRO CÉSAR ALVES

PATOS/PB
CLICLOS RESPIRATÓRIOS

PULMÃO

AR
AMBIENTE
Assistência de Enfermagem ao paciente com
Insuficiência respiratória

RESPIRAÇÃO

É a troca gasosa entre o organismo e o meio ambiente

A função do sistema respiratório é transferir o O2 da atmosfera


para o sangue e remover o CO2 do sangue
Insuficiência Respiratória

DEFINIÇÃO

É a incapacidade dos pulmões de exercerem


suas funções básicas de ventilação e oxigenação,
resultando em prejuízo das trocas gasosas, que leva
a hipoxemia e/ou hipercapnia.
Insuficiência Respiratória

EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA

Alterações pulmonares e vias aéreas

Alterações do SNC

Alterações cardiovasculares

Alterações neuromusculares

Disfunção da parede tórax e pleura


Insuficiência Respiratória

CLASSIFICAÇÃO DA IRpA

Insuficiência Respiratória
Hipoxêmica Aguda (tipo I)

Insuficiência Respiratória
Hipercápnica Aguda (tipo II)

Insuficiência Respiratória
Combinada Hipoxêmica e
Hipercápnica Aguda (tipo I e II)
Insuficiência Respiratória

CLASSIFICAÇÃO DA IRpA

IR Tipo I IR Tipo II

Hipoxêmica Hipercápnica

PO2 ≤ 60mmHg PCO2 > 50mmHg

Valor de referência PaO2 = 80 a Valor de referência PCO2 = 35 a


100 mmHg 45 mmHg
Insuficiência Respiratória

PROPEDÊUTICA
Insuficiência Respiratória

SINAIS E SINTOMAS

• Aumento da FR (>24 rpm) e alterações do padrão


respiratório
• Dispnéia
• Dificuldade para falar
• Cianose (labial e de extremidades)
• Diminuição da saturação de O2
• Alterações cardiocirculatórias: taquicardia, hipertensão ou
hipotensão, dor torácica e arritmias.
Insuficiência Respiratória

FATORES
APRESENTAÇÃO ALARMANTES

➢Nível de consciência diminuído (Glasgow < 8)


➢Síndrome da Insuficiência Respiratória Aguda
➢FR agônica ou muito baixa
➢Uso de musculatura acessória ou fadiga da musculatura
➢Cianose
➢Parada Respiratória iminente
Insuficiência Respiratória

PREVENÇÃO CLÍNICAS
MANIFESTAÇÕES

Hipoxemia PaO2 Hipercapnia PCO2

Agressividade, Manifestações
Sonolência, semelhantes,
Falta de concentração, Cefaleia
apatia, Distúrbio do sono
Fadiga Irritabilidade
Coma e morte. Coma e morte
Insuficiência Respiratória

ALGORITMO DE INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA AGUDA

D.O.D.O.

Decúbito: elevação;
Oximetria de pulso: instalar;
Desobstrução: abertura cavidade oral, elevação da língua
– cânula de guedel, aspirações;
Oxigenoterapia: catéter, máscara, VMNI ou VMI.
Insuficiência Respiratória
Insuficiência Respiratória
Ações do enfermeiro frente a IRpA

• Avaliar rapidamente sinais e sintomas indicativo de gravidade. Quanto


maior a exacerbação do quadro, maior os riscos de PCR iminente.
• Comunicar alterações ao médico e fisioterapeuta
• Manter decúbito elevado
• Providenciar oxigenoterapia ( cateter nasal, máscara venturi, máscara
reservatório ou de nebulização)
• Manter o oxímetro de pulso para o controle SPO2
• Monitorizar FR, nível de consciência e condições hemodinâmicas (PA e
FC)
• Providenciar material para coleta de gasometria arterial
• Providenciar material de intubação oro traqueal e ventilador pulmonar
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

CONCEITO
DEFINIÇÃO
A via aérea artificial consiste na inserção por via nasal, oral
ou transtraqueal de um tubo posicionado na traqueia que
possibilita a passagem dos gases respiratórios para que
complicações associadas a hipóxia ou hipoventilação sejam
evitadas.
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INDICAÇÕES

• Apneia
• Escala de Glasgow < 8
• Lesão de vias aéreas superiores que ofereça risco a ventilação
• Risco elevado de aspiração de conteúdos
• Traumatismo instável de face
• Incapacidade de proteger as vias aéreas ou incapacidade de manter
a oxigenação
• Falência respiratória: FR > 35irpm, volume corrente baixo, fadiga
muscular (ou retenção aguda de CO2) respiração paradoxal
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

Adequação do tamanho do tubo com o sexo e idade

• Homens adultos – 8 a 9,5mm


• Mulheres adultas – 7 a 8 mm
• Crianças ( 3 a 12 anos) – 4,5 a 7 mm
• Bebês – 2,5 a 3,5 mm
TUBOS OROTRAQUEAIS
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS
Complicações associadas a presença do tubo
orotraqueal
• Lesões orais – fixação inadequada, lesões nas comissuras
labiais e língua.
• Extubação acidental – falta de vigilância da equipe,
manuseio inadequado, fixação inadequada do tubo e
agitação do paciente
• Problemas relacionados ao cuff – A hiperinsuflação
ocasiona aumento da pressão interna do cuff que excede a
pressão de perfusão traqueal, ocasionando isquemia local
(estenose e traqueomalacia)
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS
Pressão do cuff

O objetivo principal é a manutenção da pressão abaixo da


pressão capilar da mucosa traqueal, estimada entre 20 a
25 cmH2O

CUFÔMETRO – Medidor
Quando a pressão do cuff ultrapassa a
da pressão do cuff
mucosa traqueal ocorre isquemia,
ulceração e necrose.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

MATERIAIS

• TOT 7,5 – 8 para mulheres


• EPI • TOT 8 – 9 para homens

• TOT com cuff


• Cabo de laringoscópio funcionando!!!
• Ambu com máscara conectado ao O2
• Fonte de O2 testada
• Ventilador Mecânico testado e funcionando
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

MATERIAIS

• Luvas estéreis
• Seringa 20 ml
• Xylocaína gel
• Sonda de aspiração conectada à rede de vácuo
• Estetoscópio
• Fio guia
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

MATERIAIS

• Cadarço ou fita adesiva para fixação do tubo


• Medicações sedativas ou tranquilizantes
(dormonid, pancurônio, quelicin, outros)
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

❖ Posicionamento do paciente:
• Suspeita de lesão cervical: manter cabeça em linha reta
durante IOT
• Sem lesão cervical: cabeça hiperestendida e pescoço
flexionado (permite visualizar cordas vocais e traqueia)
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

❖Ventilação com ambu (1 a cada 6 segundos)

❖Providenciar acesso venoso para o uso de drogas


sedativas, tranquilizantes ou outras

❖Monitorizar paciente
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

❖Separar o material de intubação


❖Lavar as mãos e colocar EPI
❖Conectar sonda de aspiração ao sistema de aspiração e
deixar ventilador preparado
❖Testar o cuff do TOT com seringa de 20 ml
❖Posicionar paciente
❖Retirar prótese dentária
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

❖Aspirar cavidade nasal e oral, s/n


❖Ventilar durante 3 a 5 minutos antes da intubação
(movimentos lentos e contínuos)
❖Administrar medicação
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

1. Confirmar local e oxigenar paciente:


• Ligar capnógrafo, se houver
• Auscultar epigástrio; bases e ápices (Intubação seletiva)
• Observar simetria e movimentação da caixa torácica
• Avaliar saturação de O2
2. Conectar tubo ao ventilador mecânico
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES E


DURANTE A INTUBAÇÃO

3. Fixar o tubo
4. Reconfirmar a posição do tubo após fixação
5. Observar e registrar posicionamento do tubo
5.Confirmar posição com raio x
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NO PACIENTE


INTUBADO

❖Realizar ausculta pulmonar


❖Manter fixação adequada do tubo
❖Monitorar posicionamento do tubo
❖Manter pressão do cuff em torno de 20 a 25 mmHg
(monitorar a cada 6 horas)
❖Aspirar o tubo sempre que necessário
❖Promover limpeza das narinas e cavidade oral 6/6 Hrs
❖Apoio emocional e psicológico ao paciente e família
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

COMUNICAÇÃO COM O PACIENTE INTUBADO

❖Utilizar comunicação não-verbal (sinais, gestos ou leitura


labial)
❖Lápis, papel
❖Figuras ou alfabeto
❖Computador
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

TRAQUEOSTOMIA
DEFINIÇÃO

Refere-se à criação de via aérea cirúrgica por meio


de abertura da traqueia cervical. E importante
salientar que a traqueostomia compreende um
procedimento eletivo, e não de urgência.
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

TRAQUEOSTOMIA

BENEFÍCIOS
• Diminui lesões orolabiais
• Facilita a higiene oral e a mobilização no leito
• Facilita a remoção de secreções brônquicas e a
comunicação com o paciente
• Facilita a alimentação e deglutição oral
• É mais segura e mais confortável
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

TRAQUEOSTOMIA

INDICAÇÕES

• Obstrução das vias aéreas superiores - lesões


traqueais ou laríngeas, aspiração de corpos estranhos,
tumores na via aérea superior, edema laríngeo recorrente,
apneia obstrutiva do sono
• Inabilidade do paciente garantir limpeza ou proteção das
vias aéreas
• Falências de extubação
• Paciente com mais de 14 dias de intubação endotraqueal
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

CUIDADOS IMEDIATOS

➢Observar sinais de sangramento, edema


e enfisema subcutâneo

➢Fixar a cânula adequadamente para


evitar seu deslocamento

➢Atentar para sinais de desconforto


respiratório
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

CUIDADOS DIÁRIOS

➢Manter decúbito elevado – 30 a 45º

➢Lavar as mãos antes de manusear a


cânula

➢Manusear a TQT com técnica asséptica


– curativo com SF a 0,9%

➢Trocar a fixação de acordo com a


necessidade
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS
CUIDADOS DIÁRIOS

➢Observar padrão e desconforto respiratório

➢Realizar ausculta pulmonar em busca de anormalidades

➢Verificar a pressão do cuff

➢Higiene oral rigorosa a cada 6 hrs


➢Aspiração traqueal quando necessário

➢Manter umidificação contínua

➢Observar deglutição, queixas de dor local, presença de


anormalidades (infecção, sangramento, obstrução)
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS

Vantagens
IOT X TQT

IOT:Inserção rápida e fácil, evita complicações cirúrgicas,


como o sangramento e a lesão da parede posterior da
traqueia, menor custo de instalação, risco de pneumonia
associada a ventilação mecânica

TQT: Facilidade de reinserção, facilidade para remoção de


secreção, mais conforto para o paciente, maior possibilidade
de desenvolver a fala, função da glote preservada, reflexo de
deglutição, menor trabalho respiratório em razão da
diminuição do espaço morto, reconexão rápida e fácil para a
VM
VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS
Aspiração da via aérea artificial

• Avaliar indicação e contraindicação


• Assegurar a oxigenação, assegurar PEEP
• Monitorizar SPO2
• Cobrir feridas próximas para evitar
contaminação cruzada
• Empregar técnica estéril
• Realizar sucção em um tempo de 10 a 15
segundos
• Interromper com sinais de melhora
• Reajustar parâmetros ventilatórios
• Registrar aspecto da secreção
Assistência de Enfermagem ao paciente com Insuficiência respiratória

“A cada caminho que traçarmos nas UTIS não


esqueçamos os preceitos que norteiam a dignidade
humana, ou seja, o amor ao próximo, o respeito à
pessoa e suas vontades”

OBRIGADA!!!!!!

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