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Inspeção Geral

Avaliação do estado geral


Bom estado geral; regular estado geral; ruim estado geral

Avaliação do estado de hidratação


Estado de hidratação normal: Boa elasticidade da pele, leve grau de umidade, sem alterações
oculares, sem perda de peso, fontanelas planas e normotensas (crianças)
Desidratação: sede, perda abrupta de peso, pele seca, mucosas secas, olhos fundos, estado geral
comprometido, oligúria e fontanelas deprimidas (crianças)

Respiração
Eupneico/dispneico

Antropometria
Altura/estatura: paciente em posição ortostática (Crianças de até 2 anos deitada)
Peso: balança mecânica (balança pediátrica para recém-nascidos)
IMC: magro ou baixo peso: <18,5; Normal: 18,5 – 24,9; sobrepeso: 24,9 – 29,9; obesidade grau I:
30 – 34,9; obesidade grau II: 35 – 39,9; obesidade grau III: >40
Circunferência da cintura: fita métrica entre a última costela e a crista ilíaca. Sexo masculino:
normal: <94cm; Aumentada: 94-102cm; Muito aumentada: >102cm. Sexo feminino: Normal < 80cm;
Aumentada: 80-88cm; muito aumentada: > 88cm

Avaliação do estado nutricional


Avaliação de sobrepeso e obesidade: IMC
Desnutrição: ingestão insuficiente de energia; perda de peso; perda de gordura subcutânea; perda
de massa muscular; acúmulo de líquido, capacidade funcional diminuída

Desenvolvimento físico
Descrição: Normal/nanismo/gigantismo
Compara-se a altura do paciente com os valores de referência: desenvolvimento normal;
hiperdesenvolvimento; hipodesenvolvimento; hábito grácil: constituição corporal frágil e delgada
(ossos finos, musculatura pouco desenvolvida, altura e peso baixos); infantilismo: presença de
traços infantis na idade adulta

Biotipo
Brevilíneo: pescoço curto e grosso; tórax alargado e volumoso; membros curtos; ângulos de
Charpy (costal) maior que 90°; baixa estatura
Mediolíneo: equilíbrio entre membros e tronco; desenvolvimento harmônico da musculatura; ângulo
de Charpy (costal) em torno de 90°
Longilíneo: pescoço longo e delgado; tórax afilado e chato; membros longos; ângulo de Charpy
(costal) menor que 90°; estatura elevada

Fácies
Descrição: Atípica: normal/ Típica: alterada
Acromegálica: Queixo proeminente; cristas supraorbitárias
Cushingoide: pletórica e gorda
Síndrome de Down: dobras epicantais; língua grande
Hipocrática: olhos fundos, têmporas colapsadas, nariz afilado, testa úmida
Marfanoide: palato fino, alto, arqueado
Miopática: calvície frontal; masseteres triangulares e atrofiados
Mixedematosa (hipotireoidismo): inchada; falta de expressão; espessamento da pele, cabelos
finos
Pagética: Crânio grande
Parkinsoniana: sem expressão; ato de piscar infrequente
Tireotóxica: Exoftalmia

Mucosas (olhos, labiobucal, lingual e gengival)


Coloração: mucosas coradas (róseo-avermelhada); muscosas descoradas; mucosas hipercoradas;
mucosas cianóticas; mucosas ictéricas
Umidade: úmidas; mucosas secas perdem o brilho e ficam ressecadas
Presença de lesões

Postura
Boa postura: cabeça ereta, peito erguido, abdome inferior achatado
Postura sofrível: cabeça levemente inclinada, peito achatado, curvas posteriores exageradas
Má postura: cabeça acentuadamente inclinada; peito deprimido; abdome saliente e relaxado,
curvas posteriores extremamente exageradas

Sinais vitais
Pressão arterial
Normal: 120/80 mmHg
1. Posicione o esfigmomanômetro e o braço a nível do coração; 2. Palpar a artéria radial,
insuflar a braçadeira até o pulso desaparecer e acrescentar 30 mmHg à pressão encontrada;
3. Posicionar a campânula do estetoscópio na artéria braquial; 4. Insuflar o
esfigmomanômetro e identifique a sistólica; 5 Comece a desinflar e identifique a pressão
diastólica com o desaparecimento do som

Frequência cardíaca/Ritmo
Palpar o pulso radial por um minuto
Normal: 60 a 100 bpm
Ritmo: Regular/irregular

Frequência respiratória
Conte o número de incursões por minuto
Normal: média de 20 ipm
Ritmo: regular/irregular

Temperatura
Pode ser: axilar, oral, retal, timpânico, arterial pulmonar, esofágico, nasofaringiano e vesical.
Axilar: 35,5 – 37°C
Exame do aparelho respiratório
Inspeção
1. Pede-se ao paciente para se sentar e retirar a camisa
2. Inspeção estática: presença de cicatrizes, lesões, abaulamentos, retrações e assimetrias;
tipos de tórax: infantil, enfisematoso, aplanamiento, pectus excavatum;
3. Inspeção dinâmica: avaliar origem do esforço respiratório (torácico, abdominal ou misto);
observar se existe uso de musculatura acessória
4. Ritmo respiratório: Bradipneia/taquipneia; suspirosa: respiração normal com momentos de
respiração profunda; obstrutiva: expiração prolongada; Cheyne-Stokes: aumento gradativo
da profundidade até um período de apneia; Kusmall: taquipneia profunda; Biot: não há
padrão de ritmo respiratório
Descrição normal: tórax simétrico, respiração torácica, com boa expansão, normopnéico

Palpação
1. Hipersensibilidade: perguntar se o paciente sente dor em algum local e palpar com a mão
espalmada buscando elevações ou depressões
2. Expansibilidade torácica: posicionar as mãos posteriormente nas bases pulmonares,
formar a prega cutânea e pedir para o paciente respirar. Da mesma forma para avaliar o
ápice pulmonar
3. Frêmito tóraco-vocal: solicitar que o paciente diga “trinta e três” e palpar a região posterior,
dividida em 4 pontos analisados simetricamente. Utilizar somente dedos e articulações.
Descrição: aumentado/reduzido

Percussão
1. É realizada com o paciente abraçando o próprio corpo
2. Realiza-se a percussão em “barra grega” na região posterior
3. Pulmões íntegros geram o som claro pulmonar
4. Se houver algum preenchimento, haverá algum nível de macicez (derrame
pleural/consolidação)
5. Se houver mais ar que o normal o som emitido será o timpânico (mais alto-pneumotórax)
Descrição: som claro pulmonar/macicez/timpânico

Ausculta
1. Auscultar regiões simétricas da parede torácica (barra grega), tanto anterior quanto posterior,
seguindo-se de superior para inferior
2. O som brônquico é auscultado sobre o manúbrio do esterno e brônquios principais.
3. O som broncovesicular é auscultado na região esternal e interescapular
4. O murmúrio vesicular é auscultado na periferia pulmonar.
5. Os sons adventícios indicam alteração e são divididos em descontínuos e contínuos:
descontínuo: estertores (fibrose/bronquite); contínuos: roncos (secreção nas vias aéreas) e
sibilos (estreitamento das VA/asma)
Descrição normal: Pulmões ressonantes. Murmúrio vesicular; ausência de estertores, sibilos ou
roncos.

Exame do aparelho cardíaco


Inspeção
1. Se posicionar à direita do paciente e avalia-lo em decúbito dorsal
2. Buscar por abaulamentos, cicatrizes e assimetrias
3. Observar se o ictus cordis é visível
Palpação
1. Palpar o ictus no 5º espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda
2. Estimar o tamanho (polpas digitais), localização e intensidade (normal:++)
3. Palpar os focos de ausculta com a mão espalmada em busca de frêmitos (que indicam
presença de sopros)
Descrição: Ictus não palpável/palpável (tamanho, localização e intensidade)

Ausculta
1. Foco pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo
2. Foco aórtico: contralateral ao foco pulmonar
3. Foco mitral: 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular (ictus)
4. Foco tricúspide: paraesternal, entre 5º e 6º espaço intercostal
5. B1: fechamento das valvas mitral e tricúspide (início da sístole)
6. B2: fechamento das valvas semilunares (diástole)
7. B3: corresponde ao fluxo de sangue que chega nos ventrículos durante a diástole, em idosos
uma sobrecarga de volume pode causar a B3 durante esse movimento
8. B4: corresponde à contração atrial e indica uma alteração patológica na complacência
ventricular (estenose aórtica, hipertensão arterial, hipertrofia e DAC)
Descrição: Bulhas rítmicas e normofonéticas em 2 tempos

Exame neurológico
Pescoço e coluna cervical
1. Avaliar limitação de movimentos
2. Rigidez de nunca (Brudzinski)

Coluna lombossacra
1. Avaliar limitação de movimentos
2. Estiramento de raiz nervoso: Lasègue (levantar a perna esticada até passar 30º) e Kernig
(levantar a perna fletida)

Marcha (equilíbrio dinâmico)


1. Tipos de marchas patológicas: parkinsoniana, ceifante ou hemiplégica (AVC), cerebelar (Sem
equilíbrio), escarvante (sem elevação do pé), anserina (fraqueza de musculatura pélvica)

Motricidade
1. Espontânea: pedia para o paciente realizar movimentos de flexão e extensão
2. Força muscular: realizar vários movimentos de flexão e extensão nos membros superiores e
inferiores impondo resistência ao movimento (5 – força máxima; 4 – movimento moderado
contra a resistência; 3 – vence gravidade mas não vence resistência; 2 – não vence a
gravidade; 1 – contração sem movimento; 0 – sem contração e sem movimento)
3. Tônus muscular: hipertônia/hipotonia (inspeção e palpação); resistência e extensibilidade
(movimente os membros do paciente para avaliar)
4. Coordenação: avalia o cerebelo e/ou propriocepção (realizar os movimentos com olhos
abertos e fechados); prova indicador-nariz, calcanhar-joelho, movimentos alternados
(diadococinesia)
5. Reflexos superficiais: flexão dos dedos (o paciente deve fletir os dedos, se ele estender é
sinal de Babinski positivo); reflexo cutâneo-abdominal
6. Reflexos profundos: supinador, biciptal, triciptal, patelar e aquileu (o – arreflexia, [+] -
normoreflexia, [++] – reflexo aumentado, [+++] – hiperreflexia, [-] - hiporeflexia

Sensibilidade
1. Subjetiva: parestesia, dormência, dor
2. Sensibilidade geral: profunda (vibratória, pressão, cinético-postural, dolorosa) e superficial
(tátil, térmica e dolorosa)

Nível de consciência (escala de Glasgow)

Pares cranianos
I – Olfatório: verificar se as narinas estão obstruídas; pedir o paciente para fechar o olho e
adivinhar algum cheiro; pode encontrar anosmia, hiposmia, hiperosmia ou parosmia
II – Óptico (campo visual): pede ao paciente para ler ou identificar algo no ambiente; testar os dois
olhos isoladamente (contagem de dedos); avaliar o campo visual (contagem de dedos em
movimento)
III, IV, VI – Oculomotor, Troclear e abducente (movimento do globo ocular): pede-se ao
paciente para fazer o movimento do “H” sem movimentar a cabeça; avaliar o reflexo fotomotor nas
pupilas
V – Trigêmeo (mastigação e sensibilidade facial): pedir para o paciente cerrar os dentes para
avaliar a parte motora da mastigação; utilizar algodão para testar a sensibilidade nas três regiões
(oftálmico, maxilar e mandibular); testar o reflexo córneo-palpebral aproximando um objeto da
córnea e esclerótica
VII – Facial (movimento facial): mímicas faciais para avaliar os movimentos dos músculos do rosto
VIII – Vestibulococlear (audição e equilíbrio): conversar com o paciente reduzindo o tom de voz;
avaliar o duto auditivo; sinal de Romberg para avaliar o equilíbrio
IX e X – Glossofaríngeo e Vago (palato e movimento da faringe): avalia o palato duro do
paciente; testar o reflexo da náusea
XI – Acessório (trapézio e esternocleidomastóideo): levantar os ombros com a resistência das
mãos do examinador
XII – Hipoglosso (movimento da língua): pedir ao paciente para colocar a língua para fora; pedir o
paciente para forçar a língua contra a bochecha e contra a força imposta pela mão do examinador

Exame do abdome
Inspeção
1. Observe a pele da região, à procura de manchas, lesões e cicatrizes, especialmente
cicatrizes cirúrgicas – a cicatriz umbilical também deve ser descrita, indicando se é
centralizada ou descentralizada e protrusa ou intrusa.
2. Identifique se o abdome é plano, escavado (desnutrição) ou globoso (acúmulo de gordura,
ascite, gases e tumores)
3. Descrever se o abdome é simétrico
4. Observar a presença de circulação colateral (hipertensão portal), peristalse e pulsações
visíveis.
5. Avaliar a presença de hérnias através da manobra de Valsava
6. Descrição normal: Abdome plano, simétrico, ausência de lesões, cicatrizes, circulação
colateral, peristalse e pulsações visíveis; cicatriz umbilical intrusa.

Percussão
1. A hepatimetria é feita utilizando os dedos como medida. Começando na região abaixo do
umbigo, deve-se percurtir em direção ao fígado até que o som mude de timpânico
(abdominal normal) para maciço, indicando a margem inferior do fígado. Após isso, deve-se
percurtir da região hemiclavicular direita na altura dos pulmões em direção ao fígado, até o
som mude de som claro pulmonar (atimpânico) para maciço, indicando o início do fígado.
2. Para verificar o sinal de percussão esplênica, deve percurtir o espaço intercostal mais abaixo
da linha axilar anterior esquerda (espaço de Traube), região que costuma ser timpânica. Em
seguida, é importante solicitar ao paciente que respire fundo e percutir novamente esta
região. Quando o tamanho do baço está normal, o som timpânico à percussão se mantém
mesmo com a respiração funda. Deve-se percutir em direção ao umbigo.
3. Descrição normal: Predomínio de som timpânico à percussão geral, hepatimetria 9 cm
na linha média clavicular (LMC) e 4 cm na linha médio esternal (LME = nível do
apêndice xifoide), espaço de Traube livre.

Palpação
1. Na palpação superficial, deve-se palpar todos os quadrantes, com apenas uma mão, sem
excluir as regiões laterais, buscando áreas sensíveis e/ou alteração de consistência durante
a palpação.
2. Na palpação profunda são palpados as mesmas regiões, também buscando áreas sensíveis
e alterações de consistência, mas nessa manobra devem se usar as duas mãos, uma
apoiada sob a outra, pesquisando a presença de massas.
3. Palpação do fígado: deve-se posicionar a mão por debaixo do paciente, paralela às 11ª e 12ª
costelas, apoiando-as. Com isso, faz-se a compressão da mão esquerda para frente,
palpando o fígado com a outra mão. A outra técnica para palpar o fígado é a mão em garra,
que é muito útil em pacientes obesos.
4. Palpação do baço: o médico deve segurar o paciente com a mão esquerda, apoiando e
comprimindo para frente a região inferior da caixa torácica e dos tecidos moles adjacentes;
com a mão direita, por baixo do rebordo costal esquerdo, faz-se pressão para dentro, na
direção do baço. Essa posição também é chamada de posição de Schust.
5. Palpação do rim: o médico deve posicionar a mão esquerda atrás do paciente, logo abaixo e
paralela à 12ª costela, com as pontas dos dedos no ângulo costovertebral. Com isso, deve-
se elevar a mão tentando deslocar o rim para a frente, e colocar a mão direita para devagar
no quadrante superior direito, lateral e paralelamente ao músculo reto.
6. Pesquisa de ascite: macicez móvel, semicírculo de Skoda e sinal de piparote
7. Sinal de Blumberg: descompressão rápida na fossa ilíaca direita. Ponto de Mcburny é o
ponto médio da linha entre umbigo e ápice do íleo.
8. Sinal de Murphy: hipocôndrio direito. Testa a presença de colescistite. Pede-se ao paciente
que inspire e aprofunda a mão durante a expiração. Após isso, pede-se ao paciente que que
inspire novamente e o médico aprofunda mais a mão.
9. Sinal de Giordano: é positivo quando se tem dor à punho percussão das lojas renais, o que
sugere pielonefrite.
10. Sinal do Psoas: é positivo quando o indivíduo sente dor ao realizar o movimento de extensão
do quadril, sendo um indicativo de apendicite.
11. Descrição normal: Indolor à palpação superficial e profunda, ausência de VCM,
Giordano negativo, Blumberg negativo, Murphy negativo.

Ausculta
1. A ausculta abdominal visa identificar dois principais sinais: ruídos hidroaéreos (RHA) e sopro
nas artérias abdominais
2. Para ouvir os RHA basta posicionar o estetoscópio em áreas difusas do abdome,
permanecendo por cerca de 2 minutos – ouvir um ruído já exclui a possibilidade de íleo
paralítico e não é necessário ficar os 2 minutos inteiros caso se ouça antes disso.
3. Descrição normal: RHA presentes, ausência de sopros.

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