Você está na página 1de 25

INTERAÇÃO COMUNITÁRIA III

EXAME FÍSICO CABEÇA E PESCOÇO

1 ANAMNESE = significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e o paciente.
‘’ARTE DE OUVIR O PACIENTE’’
• Identificação: Perfil sociodemográfico que possibilita a interpretação dos dados individuais e coletivos
 Nome / nome social: Primeiro dado da identificação
 Data de nascimento
 Idade
 Sexo / gênero
 Cor / etnia / raça
 Estado civil, vida conjugal e relacionamento familiar
 Filhos
 Profissão
 Condições socioeconômicas
 Escolaridade
 Local e condições de trabalho: Faz-se necessário indagar sobre outras atividades já exercidas em épocas
anteriores. Por isso, nos prontuários, devem constar os itens profissão e local de trabalho na identificação, e
os itens ocupação atual e ocupações anteriores nos hábitos de vida
 Naturalidade: Local onde o paciente nasceu
 Procedência: refere-se à residência anterior do paciente
 Viagens recentes
 Residência (endereço) = procedência atual e condições de habitação
 Nome da mãe
 Nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante.
 Religião e condições culturais
 Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde
• Queixa Principal: o motivo que levou o paciente a procurar o médico = problema mais importante e duração.
Repetindo, se possível, as expressões / palavras usadas por ele
• História na Doença atual (HDA): é um registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a
procurar assistência médica, desde o seu início até a data atua
 Dor:
 Início
 Localização
 Tipo
 Evolução
 Frequência
 Duração
 Irradiação
 Intensidade
 Fator desencadeante
 Atenuantes = fatores que melhoram a dor
 Agravantes = fatores que pioram a dor
 Outros fatores (manifestações) associados: sensação de sincope (desmaio), mal-estar geral, ‘’suor
frio’’, náuseas e episódios de vômitos, empachamento (sensação de não digestão do alimento),
regurgitação (‘’alimento voltando’’), etc.
 Procura médica

 Dor intermitente = ‘’tem hora que dói e tem hora que passa’’

Mari Bacelar
• História Patológica Pregressa: lista das doenças da infância; lista das doenças do adulto. Práticas de
manutenção de saúde como: imunização, exames de rastreamento (mamografia, preventivo, etc) e
segurança domiciliar

• Hábitos de vida:
 Atividades físicas
 Alimentação: óleo, sal e açúcar
 Ingestão hídrica
 Diurese
 Evacuação
 Sono
 Lazer
 Consumo de tabaco
 Consumo de bebidas alcoólicas
 Uso de anabolizantes e anfetaminas
 Consumo de drogas ilícitas
 Vida sexual

• História familiar: esboça ou fornece um diagrama de idade e do estado de saúde (quando vivos) dos pais e
irmãos do paciente. Se for casado, inclui-se o cônjuge e, se tiver filhos, estes são referidos.
 Não se esquecer dos avós, tios e primos paternos e maternos do paciente. Se tiver algum doente na família,
esclarecer a natureza da enfermidade.
 Em caso de falecimento, indagar a causa do óbito e a idade em que ocorreu.
 Verificar a existência de enxaqueca, diabetes, tuberculose, hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas,
depressão, uso abusivo de drogas / álcool / tabaco (vícios em geral), doença arterial coronariana (infarto
agudo do miocárdio, angina de peito), acidente vascular cerebral, dislipidemias, insuficiências venosas
(varizes), úlcera péptica, colelitíase e varizes, que são as doenças com caráter familiar mais comuns.
 Quando o paciente é portador de uma doença de caráter hereditário (hemofilia, anemia falciforme, rins
policísticos, erros metabólicos), torna-se imprescindível um levantamento genealógico mais rigoroso e,
nesse caso, recorre-se às técnicas de investigação genética.

• História pessoal e social: Avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo fatores
pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde-doença
 Condições de moradia
 Animais
 Coleta de lixo
 Relações familiares, pessoais e profissionais
 Condições de trabalho
 Renda familiar
 Expectativas / sonhos
 Antecedentes pessoais fisiológicos: gestação e nascimento, desenvolvimento psicomotor e neural,
desenvolvimento sexual, menarca, sexarca, abortos e partos, DUM, uso de anticontraceptivel, data do
último preventivo, menopausa, climatério, mamografia.
 Antecedentes pessoais patológicos compreende os seguintes itens: doenças sofridas pelo paciente, alergia,
cirurgias, traumatismo, transfusões sanguíneas, história obstétrica, vacinas e medicamentos em uso.

Mari Bacelar
2 REVISÃO DE SISTEMAS = documenta a existência ou não de sintomas comuns relacionados com cada
um dos principais sistemas de órgãos
• Alteração na pele: Cor, textura, umidade, temperatura, sensibilidade, prurido, lesões
• Alterações dos fâneros: Queda de cabelos, pelos faciais em mulheres, alterações nas unhas.
• Cabeça:
 Dor: Localizar o mais corretamente possível a sensação dolorosa. A partir daí, indagase sobre as outras
características semiológicas da dor.
 Cefaleia.
 Traumatismo cranioencefálico (TCE).
 Tontura e sensação de ‘’vazio na cabeça’’.

• Olhos:
 Visão.
 Uso de óculos ou lente de contato.
 Último exame ocular.
 Borramento visual.
 Flocos.
 Luzes piscantes.
 Glaucoma.
 Catarata.
 Dor ocular e cefaleia: Bem localizada pelo paciente ou de localização imprecisa no globo ocular.
 Sensação de corpo estranho: Sensação desagradável quase sempre acompanhada de dor.
 Prurido: Sensação de coceira
 Queimação ou ardência: Acompanhando ou não a sensação dolorosa.
 Lacrimejamento: Eliminação de lágrimas, independentemente do choro.
 Sensação de olho seco: Sensação de secura, como se o olho não tivesse lágrimas.
 Xantopsia: Visão amarelada
 Iantopsia: Visão violeta
 Cloropsia: Visão verde
 Diminuição ou perda da visão: Uni ou bilateral, súbita ou gradual, relação com a intensidade da iluminação,
visão noturna, correção (parcial ou total) com óculos ou lentes de contato.
 Diplopia: Visão dupla, constante ou intermitente.
 Fotofobia: Hipersensibilidade à luz.
 Nistagmo: Movimentos repetitivos rítmicos dos olhos, tipo de nistagmo
 Escotomas: Manchas ou pontos escuros no campo visual, descritos como manchas, moscas que voam diante
dos olhos ou pontos luminosos
 Secreção: Líquido purulento que recobre as estruturas externas do olho.
 Vermelhidão = olhos vermelhos: Congestão de vasos na esclerótica.
 Alucinações visuais: Sensação de luz, cores ou reproduções de objetos.

• Ouvidos/ orelhas:
 Dor: Localizada ou irradiada de outra região.
 Otorreia: Saída de líquido pelo ouvido.
 Otorragia: Perda de sangue pelo canal auditivo, relação com traumatismo.
 Distúrbios da acuidade auditiva: Perda parcial ou total da audição, uni ou bilateral; início súbito ou
progressivo.
 Zumbidos / tinido: Sensação subjetiva de diferentes tipos de ruídos (campainha, grilos, apito, chiado,
cachoeira, jato de vapor, zunido).
 Vertigem e tontura: Sensação de estar girando em torno dos objetos (vertigem subjetiva) ou os objetos
girando em torno de si (vertigem objetiva)
 Audição, tinido, vertigem, otalgia, infecção e secreção.
 Se houver redução da audição, uso ou não de prótese auditiva.

Mari Bacelar
• Nariz / cavidades nasais e seios da face:
 Prurido: Pode resultar de doença local ou sistêmica.
 Dor: Localizada no nariz ou na face. Verificar todas as características semiológicas da dor.
 Espirros: Isolados ou em crises. Indagar em que condições ocorrem, procurando detectar substâncias ou
locais relacionados com os espirros.
 Obstrução nasal: Rinorreia; aspecto do corrimento (aquoso, purulento, sanguinolento); cheiro.
 Corrimento nasal: Aspecto do corrimento (aquoso, purulento, sanguinolento)
 Epistaxe: Hemorragia nasal.
 Dispneia: Falta de ar.
 Diminuição do olfato: Diminuição (hiposmia) ou perda total (anosmia).
 Aumento do olfato: Transitório ou permanente.
 Alterações do olfato: Percepção anormal de cheiros.
 Cacosmia: Consiste em sentir mau cheiro, sem razão para tal.
 Parosmia: Perversão do olfato.
 Alterações da fonação: Voz anasalada (rinolalia)
 Resfriados frequentes, congestão nasal (nariz entupido), secreção ou prurido nasal (nariz escorrendo),
febre do feno (rinite alérgica), epistaxe e problemas dos seios da face.

• Cavidade oral / bucal e anexos:


 Alterações do apetite: Polifagia ou hiperorexia; inapetência ou anorexia; perversão do apetite (geofagia ou
outros tipos).
 Sialose: Excessiva produção de secreção salivar.
 Halitose: Mau hálito.
 Dor: Dor de dente, nas glândulas salivares, na língua (glossalgia), na articulação temporomandibular. Trismo.
 Ulcerações/sangramento: Causa local ou doença do sistema hemopoético
 BOCA E FARINGE: situação de dentes e gengivas, sangramento gengival, prótese dentária (se houver) e seu
ajuste, último exame odontológico, feridas na língua, ressecamento na boca, dor de garganta frequente e
rouquidão

• Pescoço: Dor, tumorações, alterações dos movimentos, pulsações anormais, linfonodos aumentados
 ‘’Tem alguma íngua? ‘’

3 EXAME FÍSICO DA CABEÇA E CRÂNIO


Crânio = parte mais para cima da linha vermelha, perto do couro cabeludo passando em cima da
orelha
Face = parte abaixo da orelha, abaixo da linha vermelha

Mari Bacelar
CABEÇA
• Inspeção e palpação:
Inspeção do crânio: não coloca a mão do paciente
 Só de observar já vai identificar algo anormal
 Formato, simetria, tamanho, contorno, nódulos, depressões, deformidades, movimentos anormais
 Crânio estenose = estreitamento / fechamento precoce de alguma sutura do crânio, principalmente de
crianças
 ‘’Galo na testa’’ é muito comum
 Microcefalia = crânio menor que o normal
 Macrocefalia = crânio maior que o normal  hidrocefalia

 Acrocefalia: Crânio em torre


 Escafocefalia: Casco de navio invertido

 Dolicocefalia: aumento do diâmetro antero-posterior


 Braquicefalia: aumento do diâmetro do transverso
 Plagiocefaleia: assimetria, pode estar relacionado com a posição de dormi no neném

Mari Bacelar
COURO CABELUDO
• Inspeção e palpação: afastando os cabelos, procurando áreas de alopecia (queda de cabelo), verificar a
existência de colônias (piolhos, lendias, etc), descamações, seborreia, abaulamentos, cicatrizes, nódulos,
tumoração, palpação da tireoide com deglutição (abordagem posterior), palpação de cadeia de linfonodos

Inspeção:
 Ver distribuição, brilho, espessura, consistência, quantidade, coloração, implantação, perda de cabelo,
caspa, pediculose (piolhos)
 Alopecia areata= Lucas BBB, falhas de cabelo no couro cabeludo

Palpação = reparte o cabelo e vai palpando, sempre com luvas


 Descamação (Dermatites seborreica)
 Lesões
 Tumefações: aumento de uma parte do couro cabeludo que pode indicar: cisto intradérmico, tumor
intradérmico ou infecção
 Nevos (pintas / manchas): verificar bordas- definidas ou não, coloração- homogênea ou não, tamanho
 Bossa: acúmulo de secreção entre pele e ossos, pode ser sangue ou secreção serosa
 Tumores
 Depressões
 Nódulos: ‘’caroço’’ = elevações de consistência mais sólida, podem ser avermelhados, arroxeados ou da cor
normal do couro cabeludo, mais palpável do que visível // pode ser um cisto calcificado
 Hematoma: pode ser de trauma, com acumulo de sangue intradérmico  fica sensível/ doloroso à palpação
 Observar os pontos dolorosos

Mari Bacelar
FACE
• Inspeção e palpação:
Inspeção:
 Expressões, simetria, edema, fisionomia, contorno, pele, distribuição dos pelos, massas visíveis, tumores,
coloração (pálida ou não), cianose (falta de oxigenação), icterícia (pele e escleras amareladas), manchas.
 Boca caída: AVC, paralisia facial, lesões neurológicas

• Identificar o tipo de Fácies:


 Fácies normal ou atípica: comporta muitas variações,
facilmente reconhecidas por todos, mas é preciso ensinar o
olho a ver.
 Mesmo quando não há traços anatômicos ou expressão
fisionômica que caracterizem um dos tipos de fácies descrito a
seguir, é importante identificar, no rosto do paciente, sinais
indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença,
apreensão

 Fácies hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos


chamam logo a atenção do examinador.
 O nariz afilase (finos), e os lábios se tornam adelgaçados.
 “Batimentos das asas do nariz” também costumam ser
observados.
 Quase sempre o rosto está coberto de suor.
 Palidez cutânea e uma discreta cianose labial completam a
fácies hipocrática.
 Esse tipo de fácies indica doença grave e quase nunca falta nos
estados agônicos das afecções que evoluem de modo lento
 Desnutrição severa

Mari Bacelar
 Fácies renal: o elemento característico é o edema que predomina ao
redor dos olhos.
 Completa o quadro a palidez cutânea.
 É observada nas doenças renais, particularmente na síndrome nefrótica e
na glomerulonefrite aguda

 Fácies leonina: as alterações que a compõem são produzidas pelas


lesões da hanseníase (em diagnósticos tardios normalmente)
 A pele, além de espessa, é sede de grande número de lepromas de
tamanhos variados e confluentes, em maior número na fronte.
 Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga.
 Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes.
 As bochechas e o mento se deformam pelo aparecimento de nódulos.
 A barba escasseia ou desaparece.
 Essas alterações em conjunto conferem ao rosto do paciente um aspecto
de cara de leão, origem de sua denominação

 Fácies adenoidiana: os elementos fundamentais são o nariz pequeno


e afilado e a boca sempre entreaberta.
 Aparece nos indivíduos com hipertrofia das adenoides, as quais
dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores
das fossas nasais

 Fácies parkinsoniana: a cabeça inclina-se um pouco para frente e


permanece imóvel nesta posição.
 O olhar fixo, os supercílios elevados e a fronte enrugada conferem ao
paciente uma expressão de espanto.
 A fisionomia é impassível e costuma-se dizer que esses pacientes se
parecem com uma figura de máscara.
 Chama a atenção, também, a falta de expressividade facial.
 A fácies parkinsoniana é observada na síndrome ou na doença de
Parkinson

 Fácies basedowiana: seu traço mais característico reside nos olhos e


no olhar.
 Os olhos são salientes (exoftalmia) e brilhantes, destacandose
sobremaneira no rosto magro.
 A expressão fisionômica indica vivacidade.
 Contudo, às vezes, tem um aspecto de espanto e ansiedade. Outro
elemento que salienta as características da fácies basedowiana é o bócio.
 Indica hipertireoidismo

Mari Bacelar
 Fácies mixedematosa: é constituída por um rosto arredondado, nariz
e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus
sulcos.
 As pálpebras tornam-se infiltradas e enrugadas.
 Os supercílios são escassos e os cabelos secos e sem brilho. Além dessas
características morfológicas, destaca-se uma expressão fisionômica
indicativa de desânimo e apatia.
 Esse tipo de fácies aparece no hipotireoidismo ou mixedema

 Fácies acromegálica: caracteriza-se pela saliência das arcadas


supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior
desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do
nariz, lábios e orelhas.
 Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos parecem pequenos.
Parece o Shrek

 Fácies cushingoide ou de lua cheia: como a própria denominação


revela, chama a atenção de imediato o arredondamento do rosto, com
atenuação dos traços faciais.
 Secundariamente, deve ser assinalado o aparecimento de acne.
 Este tipo de fácies é observado nos casos de síndrome de Cushing por
hiperfunção do córtex suprarrenal.
 Pode ocorrer também nos pacientes que fazem uso prolongado de
corticosteroides.

 Fácies mongoloide: está na fenda palpebral seu elemento


característico, uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos
oblíquos, bem distantes um do outro, lembrando o tipo de olhos dos
chineses.
 Acessoriamente, nota-se um rosto redondo, boca quase sempre
entreaberta e uma expressão fisionômica de pouca inteligência ou mesmo
de completa idiotia.
 É observada no mongolismo, trissomia do par 21 ou síndrome de Down

 Fácies de depressão: as principais características estão na


expressividade do rosto.
 Cabisbaixo, os olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante.
 Muitas vezes o olhar permanece voltado para o chão.
 O sulco nasolabial se acentua e o canto da boca se rebaixa.
 O conjunto fisionômico denota indiferença, tristeza e sofrimento
emocional.
 É observada nos transtornos depressivos

Mari Bacelar
 Fácies pseudobulbar: tem como principal característica súbitas
crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, que levam o
paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico à
fácies.
 Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar

 Fácies da paralisia facial periférica: chama a atenção a assimetria


da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, além de
repuxamento da boca para o lado são e apagamento do sulco
nasolabial

 Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson: caracterizada por ptose


palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar
a cabeça.
 Ocorre na miastenia grave e em outras miopatias que comprometem os
músculos da pálpebra superior

 Fácies do deficiente mental: é muito característica, mas de difícil


descrição.
 Os traços faciais são apagados e grosseiros; a boca constantemente
entreaberta, às vezes com salivação. Hipertelorismo e estrabismo,
quando presentes, acentuam essas características morfológicas.
 Todavia, o elemento fundamental desse tipo de fácies está na expressão
fisionômica.
 O olhar é desprovido de objetivo, e os olhos se movimentam sem se
fixarem em nada, traduzindo um constante alheamento ao meio
ambiente.
 É comum que tais pacientes tenham sempre nos lábios um meio sorriso
sem motivação e que se acentua em resposta a qualquer solicitação.
 Acompanha tudo isso uma voz grave percebida por um falar de meias
palavras, às vezes substituído por um simples ronronar

 Fácies etílica: chamam a atenção os olhos avermelhados e certa


ruborização da face.
 O hálito etílico, a voz pastosa e um sorriso meio indefinido completam a
fácies etílica

 Fácies esclerodérmica: denominada também fácies de múmia,


justamente porque sua característica fundamental é a imobilidade
facial. Isso se deve às alterações da pele, que se torna
apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com
repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das
pálpebras.
 A fisionomia é inexpressiva, parada e imutável.
 Aspecto de múmia

Mari Bacelar
• Pele:
 Coloração, pigmentação, textura, espessura, distribuição de pelos, lesões na pele, acne, rosáceas, lesões
compatíveis com câncer de pele, psoríases (lesões descamativas), descamações, vermelhidão, tiques

• Posição e movimentos:
 Verificar torcicolo: região fica avermelhada
 Movimentos anormais no pescoço, contrações, tensões musculares

OLHOS
• Inspeção: tamanho, simetria, distância entre os olhos
 Hipertelorismo: má formação do crânio que ocorre na gestação e promove afastamento dos olhos

 Microftalmia: olho pequeno e diminuição da capacidade visual por má formação devido a medicamentos

 Exoftalmia: olho protuso, característica do hipertiroidismo

• Fâneros (pelos em geral)  Cílios e supercílios:


 Madarose: perda parcial de cílios ou supercílios
 Triquíase: direção anormal dos cílios, inversão do crescimento dos cílios que crescem para dentro
 Poliose: branqueamento precoce dos cílios por causas hereditárias, congênitas ou adquiridas
 Ectrópio/ lagoftalmo: pálpebra inferior está para fora  evertida
 Entrópio: pálpebra inferior para dentro e daí os cílios esfregando na córnea

• Reborda óssea: continuidade, fraturas, sensibilidade, deformidades

• Pálpebras: na palpação e inspeção: edemas e lesões


 Ptose: queda da pálpebra superior

Mari Bacelar
• Ducto nasolacrimal: aumento de volume, secreção, dor a palpação, obstruções (principalmente em
recém-nascidos), coloração

• Conjuntiva: coloração (normal é vermelhinha, sinais de hemorragia


 Conjuntiva branca: sinal de anemia  eversão da pálpebra inferior
 Faz eversão da pálpebra superior  hiperemia, hemorragia, corpo estranho
 Examinar conjuntivite  hiperemia, secreção, olho as vezes amanhece grudado

• Esclera: ‘’branco do olho’’, pedir para o paciente olhar para vários lados e ângulos para analisar a cor
 Amareladas: icterícia
 Hiperemia: vermelhidão
 Hipocoloração: branco / rosa pálido
 Hipercoloração: esclera entrando na córnea
 Pterígio: pele que cresce da parte interna do olho em direção a córnea
 Edema: inchaço
 Nódulo: caroço na região da esclera

Mari Bacelar
• Córnea: coloração, tamanho, alterações em geral
 Colocar lanterna, ambiente pouco iluminado
 Megalocórnea: córnea aumentada / alargada  compromete a visão, causando altos graus de miopia e
astigmatismo
 Microcórnea: diminuição do tamanho da córnea
 Leucoma: aspecto mais branco em toda a extensão da córnea
 Catarata: no alo da córnea (em volta)

• Pupilas: dilatação, reflexos como contração quando joga luz, simetria, tamanho, formato
 Isocóricas: pupilas normais e de mesmo tamanho
 Midriáticas: pupilas dilatadas  lesão neurológica
 Mióticas: pupilas contraídas, de diâmetro diminuído
 Anisocóricas: pupilas de tamanhos diferentes  diâmetro desigual

Mari Bacelar
• Diminuição e perda da visão:

TESTES:

 Avaliação da acuidade visual = SNELLEN


 Olhar a qualidade visual
 Sala bem iluminada para o paciente
 Testa um olho de cada vez
 Tampa um olho e fala as letras que estão no quadro somente usando um olho
 Lê de cima para baixo
 Não pode tampar o olho com muita pressão porque pode deixar a visão embaçada  É
indicado pedir para o paciente tampar levemente o olho com a mão ou tampão/ cartão
 Se o paciente usar óculos ele fica de óculos para realizar o exame: para ver se piorou a visão ou
não (aumentos de grau ou diminuição  encaminha para o oftalmologista)
 Fica 20 pés de distância do quadro
 DENOMINADOR: quanto maior o denominador, menor acuidade visual
 Ex.: leu até o Z  Leu a 20 pés de distância aquilo que um olho normal veria a 70 pés
 20 / 20 = olho normal  sem deficiência de visual

 Verificação dos movimentos extraoculares = Teste do H


 Paciente a distância de um braço
 Paciente tem que ir seguindo o dedo ou um objeto enquanto o médico vai desenhando um
H no ar
 Para identificar movimento descoordenado  caso o paciente olhe para outro lado
durante o ‘’desenho do H’’ significa que há alteração
 Nistagmo = Movimentos involuntários do olho

Mari Bacelar
 Verificação do reflexo de acomodação visual/ convergência:
 Toca o nariz do paciente com o dedo, fazendo o olho acompanhar
 Normal = o olho deve convergir

 Verificação campo visual (4 quadrantes):


 Teste estático:
▪ O paciente tampa o olho e o médico cobre o olho
oposto
▪ Um fica de frente para o outro com distancia de
mais ou menos um braço
▪ Medico faz movimento com os dedos nos 4
quadrantes, perguntando para ele a hora que
ele enxerga ele
 Teste cinético:
▪ O paciente tampa o olho e o médico cobre o olho
oposto
▪ Um fica de frente para o outro com distancia de
mais ou menos um braço (60 cm0
▪ Pega o alfinete com a ponta vermelha (5 mm) e vai mexendo em torno do paciente
e pedindo para ele avisar a hora que ele enxergar a cor vermelha pela primeira vez
▪ Glaucoma pode alterar esse campo visual

 Técnica de eversão da pálpebra superior:


 Verificação da presença de um corpo estranho.
 Paciente olha para baixo, utiliza o cotonete para apoiar a pálpebra e depois faz a eversão da
pálpebra superior (‘’enrolando no cotonete’’)

 Técnica da eversão da pálpebra inferior:


 Verificação de anemia  pálpebra brancas

 Conjuntivite: da sensação de corpo estranho, mas não tem, há secreção e hiperemia

 Verificação do teste do reflexo fotomotor direto e


consensual: colocar o feixe de luz mais oblíquo para
não causar tanto incomodo
 DIRETO: Luz direto no olho a ser avaliado 
Contração pupilar no olho que vai o feixe de
luz
 CONSENSUAL: luz em um olho e analisa o
outro olho, vai com a luz de lado até chegar
no olho  Contração pupilar no olho oposto
ao feixe de luz

Mari Bacelar
OFTALMOSCOPIA:
 Avaliar o fundo de olho
 O certo é fazer com pupila dilatada
 Quando não dilata é mais difícil de ver em olhos de coloração mais escuras
 Paciente sentado e medico na mesma altura
 OLHO DO MESMO LADO = Com o meu olho direito e oftamoscópio na mão direita, eu olho o olho direito do
paciente e vice-versa
 Observar: reflexo vermelho, mácula (vasos da retina) disco óptico, nervo óptico
 Teste do olhinho = teste do reflexo vermelho: para descartar catarata congênita do recém-
nascido

OUVIDOS / ORELHAS
• Inspeção:
Inspeção das orelhas externa e média:
 Forma, tamanho e cor do pavilhão auricular, com o objetivo de detectar malformações, como agenesia de
pavilhão auricular; microtia do pavilhão auricular; aplasia ou hipoplasia do meato acústico externo; orelhas
proeminentes; fístulas ou cistos préauriculares.
 Meato acústico externo: pesquisar edema, secreções, descamações, sangue ou cerume, corpo estranho,
escoriações ou alterações na estrutura (estreitamento, abaulamento, deformidades).
 O cabo do martelo, disposto em sentido vertical, e sua porção inferior fica ligeiramente inclinada para trás,
terminando no umbus ou umbigo, parte mais côncava da membrana timpânica.
 Inspeção do pavilhão auricular: cor, formato, lesões, tamanho e se há secreções, corpos estranhos,
tumorações.
 Palpação do pavilhão auricular: processo inflamatório, sensibilidade, dor.

• OTOSCOPIA/ OTOMICROSCOPIA: visualização da membrana timpânica, que deve estar integra e


translucida
 Comum a presença de cera não obstrutiva que não permite a visualização da membrana timpânica
 Membrana timpânica, quando normal, tem formato arredondado, coloração perlácea com uma região
anterior que reflete a luz do otoscópio, chamada triângulo luminoso de Politzer
 Se tiver infecção a membrana estará opaca
 Alterações mais frequentes da membrana timpânica
 Otite média aguda: Observa-se membrana timpânica íntegra e abaulada
 Membrana timpânica com perfuração central
 Membrana timpânica íntegra com áreas de esclerose
 Otorreia: secreção no ouvido
 Otalgia: dor no ouvido

• Palpação:
 Palpação da orelha externa: palpação do pavilhão auricular e da região retroauricular é útil para avaliação de
tumorações, identificação de linfonodos, cistos, abscessos ou hematomas.
 Indispensável para identificar áreas de flutuação quando houver suspeita de abscesso.
 Observar também a presença de orifícios (fístulas), malformações dos arcos branquiais, como o coloboma
auricular
 Palpação do tragus para ver se tem dor.

• Antes de iniciar os testes auditivos pergunte ao paciente: Percebeu perda auditiva ou maior
dificuldade para ouvir? Qual lado escuta melhor?
• Ausculta:
 Importante ser feita nas regiões retroauricular, periauricular e cervical em pacientes com zumbido pulsátil
para investigar a possibilidade de aneurisma, fístula ou malformações arteriovenosas

Mari Bacelar
TESTES:
Voz sussurrada: fico atrás do paciente (para não ter leitura labial) a uma distância de 1 braço, avaliando
uma orelha de cada vez.
A orelha que não está sendo testada deve ser tampada pressionando o tragus e sussurrar na outra
orelha uma combinação de números ou letras.

Teste com diapasão:


 Estes testes são realizados com diapasão, instrumento de aço ou alumínio, com formato semelhante à letra
“Y”, que emite um tom puro ao ser percutido.
 Cada diapasão emite som de acordo com o número de ciclos por segundo
 Para realizar o teste segura-se o diapasão pela haste rígida e batem-se as hastes livres na palma da mão ou
dorso da mão, para fazê-lo vibrar.

1) TESTE DE WEBER:
 O diapasão é colocado na linha média do crânio do paciente, na testa, glabela ou incisivos centrais
superiores ou inferiores.
 O paciente deve informar se escutou o som na linha média, na orelha direita ou na esquerda
 Teste normal o paciente não tem laterização.
 Teste positivo: perda condutiva (orelha externa e média, ouve
melhor na orelha afetada) e perda neurosensorial (orelha
interna, ouve melhor na orelha normal)
 A: Ilustração de perda condutiva em orelha esquerda, ou seja,
paciente com queixa de hipoacusia em orelha esquerda e Weber
lateralizando para a esquerda.
 B: Teste sem lateralização.
 C: Ilustração de perda neurossensorial em orelha esquerda, ou seja,
queixa de hipoacusia em orelha esquerda e teste de Weber
lateralizando para orelha direita.
 Weber indiferente: vibração percebida igualmente em ambos os
ouvidos
Weber lateralizado:
 Surdez unilateral por lesão de orelha interna (neurossensorial)
vibração sonora é melhor percebida pelo ouvido normal
 Surdez unilateral por lesão de orelha media ou do ouvido externo
(surdez de transmissão)  vibração mais audível pelo ouvido surdo

2) TESTE DE RINNE:
 Permite comparar a audição por vias óssea e aérea.
 O diapasão é colocado na apófise da mastoide do paciente até o
desaparecimento da percepção sonora
 Em seguida é colocado na região anterior ao trago, sem tocá-lo
 Em indivíduos com audição normal a via respiratória é mais sensível
à percepção sonora do que a via óssea, ou seja, a percepção do som ainda ocorre quando o diapasão estiver
localizado à frente do trago (Rinne positivo).
 A: Rinne positivo, ou seja, condução aérea (respiratória) melhor que a condução óssea.
 B: Rinne positivo na perda neurossensorial, a condução óssea e a condução aérea são igualmente
diminuídas.
 C: Rinne negativo na perda condutiva, condução óssea melhor que a aérea.

Mari Bacelar
Avaliação de perda auditiva pelo Teste de Rinne:
 Perdas neurossensoriais: teste de Rinne positivo significa que há rebaixamento tanto na via respiratória
quanto na via óssea.
 Perda condutiva: teste de Rinne negativo, ou seja, a percepção na via óssea é melhor que na via respiratória.
Paciente escuta melhor o som do diapasão quando estiver apoiado na mastoide.

HIPOACUSIA: perda parcial de audição


ANACUSIA: perda total de audição

Teste de função vestibular: Compreendem testes estáticos e dinâmicos.

 Estático: Teste de Romberg:


 Utilizado para avaliar o reflexo vestibulospinal, as conexões do tronco encefálico e o cerebelo
 Para sua execução coloca-se o paciente em pé com os calcanhares juntos e as pontas dos pés
separadas a 30º, braços ao longo do corpo ou estendidos anteriormente na altura dos ombros e
olhos fechados durante cerca de 1 min.
 Teste normal: indivíduo permanece na posição inicial, sem oscilações que ocasionem queda ou
deslocamento do pé
 Queda para a frente ou para trás durante o teste relaciona-se com o comprometimento do sistema
nervoso central
 Oscilações ou queda para as laterais sugerem alterações no sistema vestibular.

SIMPLIFICADO: Pés com afastamento de 30 graus, abrir os braços, fechar os olhos e ficar na posição durante 1
minuto. Se cair para frente e para trás indica alguma alteração do sistema nervoso central e se cair para os lados
indica lesão vestibular

 Dinâmicos:
 Marcha: nas lesões unilaterais do sistema vestibular periférico, a marcha é insegura, e o paciente
apresenta desvio ou queda para o lado comprometido.
 De modo característico, observa-se piora da qualidade da marcha com os olhos fechados,
ocorrendo melhora, quando o paciente abre os olhos e tem o auxílio da fixação visual.
 Teste de Fukuda: solicita-se que o paciente execute 60 passos, elevando os joelhos como se
estivesse marchando sem sair do lugar, com os olhos fechados e os braços estendidos
anteriormente na altura dos ombros.
 Quando o paciente tem alguma alteração o paciente tende a ir para o lado lesado
 Consideram-se normais os desvios laterais de até 30° e deslocamentos anteriores de um
metro.
 O ideal é realizar o teste em uma sala com marcação circular no chão, representada por
três círculos concêntricos com 50 cm de diâmetro cada e 12 divisões radiais de 30°
 A alteração mais frequente no teste é o desvio lateral progressivo ao longo do teste, em
geral para o lado do déficit vestibular.
Nistagmo
 Pode ser espontâneo ou de posição:

1) Nistagmo espontâneo:
 Movimento ocular observado no paciente sentado, com os olhos na posição primária do olhar (olhar
frontal), sem fixação ocular.
 Nas labirintopatias periféricas o nistagmo espontâneo está presente apenas na fase aguda e
coincide com o relato de vertigem.
 Na fase aguda, o nistagmo tem o componente rápido no sentido oposto ao da lesão e diminui
progressivamente até desaparecer

Mari Bacelar
2) Nistagmo de posição:
 A manobra de DixHallpike é a mais utilizada para investigação do nistagmo de posição.
 Testa-se o canal semicircular posterior, o mais acometido nos casos de desprendimento de otólitos
 Semiotécnica:
 Paciente inicialmente sentado com as pernas estendidas sobre a maca
 Com o paciente sentado, vira-se sua cabeça passivamente em um ângulo de 45° com o
plano sagital para o lado testado
 Faz-se movimento rápido e contínuo, deitando o paciente e finalizando a manobra com
a cabeça do paciente ultrapassando a borda da maca e pendurada para trás em torno
de 15°

Manobra de DixHallpike: paciente inicialmente sentado, com a


cabeça rodada lateralmente (direita ou esquerda, conforme o lado a
ser testado), em aproximadamente 45°.
Com o examinador segurando a cabeça do paciente, promove-se
movimento para decúbito dorsal horizontal com cabeça pendente
para trás, em aproximadamente 30°.
 Paciente deve permanecer com a
cabeça pendente por cerca de 30 s com
os olhos abertos
 Canal posterior testado em cada lado é aquele que está em posição mais inferior ao fim
da manobra.
 O nistagmo que aparece alguns segundos é:
 Geotrópico (componente rápido em direção ao solo)
 Torcional
 Desaparece com a repetição da manobra (fatigável).

NARIZ E SEIOS PARANASAIS


• Sinais e sintomas:
• Inspeção: Analisa-se a pirâmide nasal, para detectar dismorfias, distúrbios de desenvolvimento, desvios,
assimetria, corrimentos, sinais infecciosos, inchaço
 Sinais sugestivos de processos infecciosos: hiperemia, edema e abaulamento
 Presença de traço sobre o dorso nasal denominado “saudação alérgica” que pode estar presente em
pacientes com rinite.
 Durante a inspeção, pode-se observar a fáceis característica do respirador bucal (ausência de vedamento
labial, encurtamento de lábio superior, eversão de lábio inferior, narinas estreitas, olheiras evidentes)

A: Fácies de respirador bucal sem vedamento labial, hipodesenvolvimento de lábio superior e eversão do lábio
inferior.

Mari Bacelar
Palpação: ver se tem diferenças de tamanhos, inchaço, assimetrias, abaulamentos, pontos dolorosos de
sensibilidade, desnivelamento.

• Palpação dos seios paranasais: importante para detecção de sinusite porque os sinos ficam
infeccionados, o paciente sente dor a palpação devido a inflamação da região.
• Palpação de baixo para cima: seios frontais, maxilares e paranasais

Rinoscopia anterior: O exame das cavidades nasais é realizado


com iluminação obtida por uma fonte de luz externa.
 Com um espéculo nasal apropriado e de tamanho adequado
para cada paciente, promove-se a lateralização da asa do nasal
para permitir melhor visão do interior da cavidade nasal abre
as narinas para visualização interna
 Importante usar especulo e lanterna para melhor visualização
 Rinoscopia anterior de fossa nasal esquerda, em que é possível
visualizar conchas nasais inferior e média:

Observar:
1) Inferiormente: o assoalho da cavidade nasal e se há secreções ou
lesões
2) Lateralmente:
 Cabeça da concha inferior  coloração da mucosa, hipertrofia, degenerações polipoides
 Cabeça da concha média e meato médio  local em que ocorre drenagem das secreções
provenientes dos seios frontal, maxilar e etmoidal anterior
3) Medialmente: septo nasal  deformidades, perfurações, ulcerações, feridas e abaulamentos. Para ver se o
septo nasal está integro colocar a lanterna em uma narina e se tiver luz do outro lado (na outra narina) tem
perfuração nesse septo.

Rinoscopia posterior:
 Com a língua relaxada, apoiada no assoalho da boca e assim mantida com
auxílio de abaixador de língua, introduz-se o espelho de laringe pequeno,
previamente aquecido, em direção à parede posterior da orofaringe até
ultrapassar os limites do palato mole
 Avaliar as paredes da rinofaringe, as cóanas, a cauda da concha inferior, a
porção posterior do septo nasal, o tamanho das tonsilas faríngeas e as
tubas auditivas bilateralmente (exame de difícil realização em crianças e
pacientes não colaborativos, agitados).

BOCA

B: Palato ogival
Oroscopia: Durante a oroscopia no paciente com obstrução nasal, observar o
palato e avaliar características da mordida. Comum palato atrésico (ogival).
 Tirar a prótese dentaria caso houver
 Abaixadores de língua, geralmente causam reflexo de vomito, não precisa colocar a língua para fora, põe
com a língua dentro da boca e relaxada e põe no terço médio da língua para fora. Pedir para o paciente falar
‘’ahhhhh’’ ‘’ehhhhhh’’
 Avaliar as tonsilas (amigdalas)

Mari Bacelar
• Sinais e sintomas:
 Dor de garganta: dor espontânea ou à deglutição é encontrada em quase todas as enfermidades da
faringe, inflamatórias ou neoplásicas. Com frequência, acompanha-se de dor reflexa nos ouvidos. Pode
ocorrer também na neuralgia do glossofaríngeo, associada à dor periauricular.
 Dispneia: é sintoma pouco comum nas doenças da faringe. Ocorre na hiperplasia exagerada das
amígdalas palatinas, que podem chegar ao ponto de desencadear, da mesma maneira que a hipertrofia
das vegetações adenoides, a síndrome de apneia do sono.
 Os volumosos cistos da face faríngea da epiglote e as neoplasias malignas avançadas da orofaringe,
principalmente da hipofaringe, também podem provocar dispneia.
 Disfagia: é a dificuldade de deglutir, decorrente de processos inflamatórios, neoplásicos e paralíticos do
véu palatino e dos músculos constritores da faringe. Pode ocorrer em certos estados emocionais.
 Tosse: a hiperplasia amigdaliana pode desencadear tosse reflexa. As secreções oriundas das tonsilas
palatinas e aspiradas durante o sono são causas importantes de traqueítes e traqueobronquites
“descendentes”, manifestadas por crises de tosse.
 Halitose: determinadas tonsilas palatinas podem transformar-se em depósito de detritos alimentares e
produtos de descamação do próprio epitélio das tonsilas, dando origem às “massas caseosas” que são
pequenas formações esbranquiçadas ou branco-amareladas. Devido a um processo fermentativo,
tornam-se fétidas, sendo uma das causas de intenso mau hálito, que pode constituir fator social de
indicação de tonsilectomia.

• Inspeção: coloração dos lábios, mucosa oral, simetria, língua, palato, gengivas, dentes, assoalho da
boca, úvula (campainha), tonsilas
• Avaliar a região bucomaxilofacial
• Intrabucal:
 Avaliar os palatos mole e duro.
 Observar os dentes.
 No assoalho da boca: língua e tonsilas
 Língua: coloração e se há lesões, fazer a lateralizarão da língua
 Tonsilas:
Classificação de Brodsky: verificar o tamanho e a posição das tonsilas (amigdalas)

Grau 1 = 25%: amígdalas pequenas


Grau 4 = mais de 75%: amigdalas muito grande  amígdalas caseosas que as vezes fica resto de alimentos
(fazer gargarejo para não dar mal hálito bucal)

Classificação de Mallampati: avaliar a úvula

Classe 1: visualização completa


Classe 4 = não tem visualização

Mari Bacelar
• Palpação: avaliar os músculos da mastigação, lateralização da língua, alterações, nódulos, palpar a
região das glândulas parótidas.

• Avaliar articulação temporomandibular: ATM


 Amplitude de movimento
 Extensão de mandíbula
 Manobras
 Ver se tem lateralização da mandíbula
 Protrusão de mandíbula
 Retração (para dentro) da mandíbula
 Estalidos: colocar os dedos sobre o trago bilateral e pede para o paciente abrir e fechar a boca
 Músculos da mastigação

 Avaliar as glândulas salivares:


 Faz a palpação da parte inferior da mandíbula
 Verificar: Forma, volume, se há tumorações, inchaço
 As glândulas salivares são mais fáceis de visualização, pede para o paciente colocar a língua para
trás
 Glândulas parótidas dá para ver a partir do segundo molar posteiror

PESCOÇO
• Inspeção: Pele, cicatriz, nódulos, sinais flogísticos (inflamatórios), edema, calor, rubor, dor, lesões
 Movimentos anormais
 Forma e volume

Mari Bacelar
PULSO CAROTÍDEO
• Examine o pulso carotídeo: paciente deitado (decúbito dorsal), cabeceira em mais ou menos 30 graus
até 45.
• Localiza a tireoide e a cartilagem, deslizar/ escorregar os dedos lateralmente para perto do másculo
esternocleidomastoideo
• Auscultar para ver se há algum sopro, que pode estar relacionado a placas de ateromas que obstruem
o vaso.  turbilhonamento sanguíneo
• É importante que o paciente prenda a respiração para não confundir com os barulhos da respiração e o
médico prende a respiração para lembrar de fazer o paciente respirar depois (kkkk)
• Palpação: bilateral, palpar um lado de cada vez
• O pulso carotídeo direito é palpado com a polpa do indicador e médio esquerdo, que afasta a borda
anterior do músculo esternocleidomastóideo, ao mesmo tempo que procura as pulsações, perceptíveis
um pouco mais profundamente. As polpas dos dedos médio e indicador fixam--se sobre as últimas
vértebras cervicais
• Verificar a presença de frêmitos e ruídos da artéria carótida

EXAME DA TIREOIDE  glândula que parece uma borboletinha


• Inspeção: forma e tamanho. Pedir para o paciente fazer deglutições a seco e ver se tem algum
aumento da tireoide ou alterações

• Palpação: identificar presença de nódulos, definir as formas e os limites da glândula. Tem a


consistência da ponta do nariz quando em condições normais.
 Fazer a palpação com movimentos circulares
• Localizar o ‘’pomo de adão’’ imediatamente abaixo está a tireoide
• Fica a critério do médico escolher a abordagem
• Abordagem anterior (medico de frente para a paciente): se o paciente tiver sentado, o examinador
também fica sentado, ou ambos em pe. Palpar com o indicador e o médio (sensibilidade maior), na foto
está com o polegar mas não é indicado
• Abordagem posterior (médico em pé atrás do paciente): polegar fixo na ponta de nuca e usa indicador
e médio para palpar a tireoide  acho que é melhor de palpar, além de ser mais confortável para o
médico e para o paciente

Mari Bacelar
LINFONODOS
• Inspeção: observa essa região do pescoço e dos linfonodos, se há tumerações, edemas, colorações
anormais, manchas.
• Palpação: exame do sistema linfático. Usar a polpa digital para palpar e sempre bilateralmente
1) Cadeias pré auriculares que ficam na frente da orelha
2) Auriculares posteriores que ficam sobre o processo mastoide atrás da orelha
3) Occipitais ficam na região da base do crânio
4) Submandibulares que ficam abaixo da mandíbula
5) Tosilares na região do ângulo da mandíbula
6) Submentais abaixo do queixo (mento)
7) Cervicais superficiais são superficiais ao musculo esternocleidomastóideo
8) Cervicais posteriores ao longa da borda anterior do músculo trapézio
9) Cervical profunda são mais profundos em relação ao esternocleidomastóideo  cadeia muito difícil de
palpar daí faz um ‘’gancho’’ em torno do musculo para tentar palpar
10) Supraclaviculares que ficam no ângulo superior da clavícula

• Características a se analisar: linfonodomegalias, localização, tamanho, consistência, mobilidade,


coalescência (junção de dois linfonodos), mobilidade, sensibilidade e sinais inflamatórios (edema, rubor
(vermelhidão), dor, calor, tumorações, etc)
• Observar características de malignidades nesses linfonodos
• Fistula  abertura anormal (como se tivesse rompido, estourado)

Mari Bacelar
Mari Bacelar

Você também pode gostar