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FABRÍCIA RAFAELLE DE MOURA RODRIGUES

O USO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ACUPUNTURA NAS


DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: revisão de literatura.

2022
FABRÍCIA RAFAELLE DE MOURA RODRIGUES

O USO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE E ACUPUNTURA NAS


DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: revisão de literatura.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ciência e Tecnologia,


Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de São José dos Campos, como parte
das exigências para a obtenção do grau de CIRURGIÃO-DENTISTA.

Orientador: Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode


Coorientadora: Profa. Dra. Andréa Maselli

São José dos Campos


2022
BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode (Orientador)


Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Instituto de Ciência e Tecnologia
Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese

Profa. Dra. Taciana Marco Ferraz Caneppele


Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Instituto de Ciência e Tecnologia
Departamento de Odontologia Restauradora

Prof. Dr. Eduardo Bresciani


Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Instituto de Ciência e Tecnologia
Departamento de Odontologia Restauradora

São José dos Campos, 08 de julho de 2022.


DEDICATÓRIA

À Laura Maria, minha deusa, minha vida, filha amada, por ser minha
fortaleza e me inspirar a ser melhor todos os dias, minha razão de viver. Ela que
foi o divisor de águas em minha vida e me deu forças para chegar até aqui.
Minha melhor amiga e companheira, que tanto admiro, dedico o esforço
realizado ao longo dessa caminhada. Obrigada ter crescido comigo e me
compreendido tanto por todos esses anos. Sem você, eu não seria eu.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à Deus, por me permitir fazer o que eu amo e


chegar até aqui mesmo diante das adversidades. Sem Ele nada seria possível.

Ao Leonardo, meu noivo amado, que tanto me apoiou na realização


deste trabalho e contribuiu para que meu sonho se tornasse realidade. Obrigada
por sempre estar ao meu lado, por ressignificar família em minha vida e por ser
meu maior incentivador.

À minha mãe, Wanderly, que sozinha não mediu esforços todos esses
anos, desde a minha criação até a minha trajetória acadêmica. Obrigada por ter
feito do meu sonho o seu sonho.

Ao meu filho do coração, Daniel, por me amar do tamanho de três


prédios e me ensinar sobre compreensão e amor.

Aos meus amigos, muito obrigada pelo apoio, amor e incentivo. Por
terem tornado essa caminhada mais leve, especialmente às minhas duplas Ítza
e Laura, com quem dividi os fardos e multipliquei as alegrias. Ao Fábio, Bruno
e Bruna, minhas pessoas, que mesmo longe estão perto, cuidam de mim e me
acompanham desde o início.

Obrigada, Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode, professor e orientador.


Agradeço por sua confiança, compreensão e disponibilidade. Serei eternamente
grata pela contribuição em minha trajetória acadêmica.

À Dra. Andréa Maselli, minha coorientadora tão querida, pela amizade,


confiança e compreensão. Deixo expressa a minha gratidão por ter
compartilhado sua sabedoria, o seu tempo e a sua experiencia, mas, mais do
que isso, por ter sido atenciosa e paciente nesses anos.
A todos os professores, especialmente a Prof. Dra. Taciana Marcos
Ferraz Caneppele e Prof. Dr. Eduardo Bresciani, que de pronto aceitaram
meu convite para a banca examinadora. Agradeço por me inspirarem e serem
exemplo de pessoa e profissional, por terem doado seu conhecimento e por me
fazerem amar ainda mais a odontologia.

Ao programa CNPq/PIBIC pelo financiamento do projeto de pesquisa, à


UNESP pela concessão da bolsa de iniciação científica.
"Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria
substância, já que viver é ser livre.". Simone de Beauvoir
RESUMO

Rodrigues FRM. O Uso do Laser de Baixa Intensidade e da Acupuntura nas


Disfunções Temporomandibulares: revisão de literatura. São José dos Campos (SP):
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Ciência e Tecnologia; 2022.

O desequilíbrio no Sistema Estomatognático pode levar a alterações em funções


vitais, como mastigação, deglutição e fonação. Essa ultrapassagem de tolerância
fisiológica do indivíduo, pode desenvolver uma patologia conhecida como Disfunção
Temporomandibular (DTM). Apresenta uma dor nos músculos da mastigação, nas
articulações temporomandibulares (ATM) e podem estar associados também a
outras estruturas (musculatura do pescoço e das costas). A DTM é a principal causa
não dental de dor na região orofacial, sendo sintoma a principal busca pelo
tratamento. O tratamento abrange um grande número de recursos, incluindo
fármacos, psicoterapia, eletroterapia, mobilização articular, entre outros. A
investigação clínica da DTM é feita pelo DC/TMD (Diagnostic Criteria for TMD), que
considera o eixo I como eixo físico e o eixo II como os fatores psicológicos. O
protocolo clínico de DTM varia de acordo com a particularidade de cada caso,
visando melhorar a função da unidade maxilomandibular, levando o paciente a
retomar suas atividades diárias. O uso da terapia a laser de baixa intensidade (LBI)
tem sido amplamente discutido devido seus efeitos antiálgicos que provém da
energia luminosa depositada nos tecidos. A popularidade da acupuntura no
tratamento da dor decorre da sua efetividade sobre o sintoma da dor, sua ação
imediata e ausência de efeitos colaterais e, por isso, grande adesão do paciente.
Esse estudo tem como objetivo revisar a literatura no uso da terapia a laser de baixa
intensidade e da acupuntura.

Palavras-chave: acupuntura; disfunção temporomandibular; laser de baixa


intensidade.
ABSTRACT

Rodrigues FRM. The Use of Low-level Laser and Acunpunture in


Temporomandibular Disorders: literature review. São José dos Campos (SP): São
Paulo State University (Unesp), Institute of Science and Technology; 2022.

Disorders in the stomatognathic system can lead to changes in vital functions,


such as chewing, swallowing and phonation. This overcoming of the individual’s
physiological tolerance may develop a pathology know as Temporomandibular
Dysfunction (TMD). It presents pain in the chewing muscles, in the
temporomandibular joints (TMJ) and may also be associated with other structures
(mucles of the neck and back). TMD is the main non-dental cause of pain in the
orofacial region, and this symptom is the main cause for treatment. The treatment
covers a large number of resources, including drugs, psychotherapy, electrotherapu,
joint mobilization, among others. The clinical investigation of TMD is carried out by
the DC/TMD (Diagnostic Criteria for TMD), which considers axis I as a physical axis
and axis II as psychological factors. The TMD clinical protocol varies according to the
particularity of each case, aiming to improve the function of the maxillomandibular
unit, leading the patient to resume their activities of daily living. The use of low-level
laser therapy (LLLT) has been widely discussed due to its anti-pain effects that come
from the light energy deposited in the tissues. The popularity of acupuncture in the
treatment of pain stems from its effectiveness oh the pain symptom, its immediate
action and absence of side effects, and therefore, great patient compliance. This
study aims to review the literature on the use of low-level laser therapy.

Keywords: Acupunture; Low-level Laser Therapy; Temporomandibular Dysfunction.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 9
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................12
2.1 Laser de Baixa Intensidade..........................................................................12
2.2 Acupuntura.....................................................................................................19
3 DISCUSSÃO...................................................................................................... 28
3.1 Laser de Baixa Intensidade..........................................................................28
3.1.1 Dose.............................................................................................................28
3.1.2 Tempo, frequência e número de sessões................................................29
3.1.2 Resultados.................................................................................................. 29
3.2 Acupuntura.....................................................................................................30
3.2.1 Pontos de aplicação...................................................................................30
3.2.2 Tempo, frequência e número de sessões................................................31
3.2.3 Resultados.................................................................................................. 31
4 RESULTADOS...................................................................................................32
4 CONCLUSÃO.....................................................................................................33
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 34
9

1 INTRODUÇÃO

O sistema estomatognático é o único sistema que realiza funções vitais,


como mastigação, deglutição e fonação. Quando se perde a homeostase desse
sistema, os músculos orofaciais têm grandes chances de desenvolver problemas
clínicos (Dermirkol et al., 2015). Como as Disfunções Temporomandibulares (DTM)
que compreende um grupo de condições clínicas que envolve a musculatura da
mastigação e ou articulações temporomandibulares que podem ser associadas a
outras estruturas (Çetiner et al, 2006).
A dor característica da DTM é apresentada nos músculos da mastigação,
nas articulações temporomandibulares e na área pré-auricular. Sons articulares
(crepitação, estalos), limitação dos movimentos da mandíbula, fadiga muscular, dor
de cabeça, tontura, dor no pescoço, dor no ombro, zumbido no ouvido e dor de
ouvido, e dor que inclui bloqueio na posição aberta ou fechada. São sinais e
sintomas também referidos pelos pacientes (Çetiner et al, 2006; Cavalcanti et al,
2016; Ferreira et al, 2013).
Os problemas oclusais podem afetar a função, assim como o sistema
estomatognático nos pacientes com DTM. A avaliação dos padrões de contração
muscular usando eletromiografia e palpação na mastigação, mostra que pacientes
com oclusão adequada exibem atividades simétricas entre masseter e temporal
anterior, entre direita e esquerda. Já os pacientes com mordida cruzada e
interferências oclusais exibem padrão de contração muscular assimétrica (Godoy et
al., 2013).
As repercussões de fatores biopsicossociais desfavoráveis, tais como a
depressão e a somatização, está presente em 75% dos pacientes que sofrem com
sintomas crônicos de DTM. A teoria do desenvolvimento de origem psicofisiológica
está relacionada ao estresse emocional, o qual é importante nos estágios iniciais do
desenvolvimento da patologia (Cavalcanti et al, 2016; Ferreira et al, 2013).
A DTM é identificada como a principal causa não dental de dor na região
orofacial e é classificada como uma subclasse das desordens musculoesqueléticas
(Carli et al., 2013). Contudo, a etiologia dessa patologia não é bem estabelecida.
Sabe-se que fatores psicológicos, e somáticos causam ou mantêm a patologia
10

(Çetiner et al, 2006). Sua causa também tem sido discutida e associada a mudança
postural, alterações hormonais, macrotrauma orofacial, hábitos parafuncionais e
fatores predisponentes (Çetiner et al, 2006; Ferreira et al, 2013).
A investigação clínica da DTM é feita pelo Research Diagnostic Criteria
(RDC/TMD), com a finalidade de fornecer informações sobre os pacientes com DTM
(Rodrigues, 2017).
O RDC/TMD segue critérios de eixos diagnósticos, o eixo I compreende um
eixo físico e o eixo II compreende a avaliação de fatores psicológicos. O eixo I
podem ainda ser classificado em três grupos: grupo I, dor miofascial; grupo II,
descolamento de disco; grupo III, artralgia, osteoartrite, osteoartrose. O RDC foi
traduzido em várias línguas, sendo utilizado por vários pesquisadores, contribuindo
para uma padronização da avaliação, tornando a pesquisa mais fidedigna
(Rodrigues, 2017).
O diagnóstico correto deve nortear o tratamento, baseado nos possíveis
fatores etiológicos, sinais e sintomas de cada paciente. O protocolo clínico de DTM
varia de acordo com nível de deterioração nas articulações temporomandibulares
(ATM) e nos músculos, sintomas e duração do problema (Abreu Venancio et al,
2005). Portanto os objetivos são reduzir a intensidade dos sintomas, melhorar a
função da unidade maxilomandibular levando-o a retomar suas atividades de vida
diária (Abreu Venâncio et al., 2005).
O tratamento para DTM abrange um número grande de recursos. As
terapias farmacológicas incluem injeção local de anestésico, tramadol,
benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, toxina botulínica, anti-inflamatórios não
estoreoidais, agonistas adrenérgicos, entre outros. Como recursos não
farmacológicos temos eletroterapia, ultrassom, acupuntura, placas oclusais, técnicas
de relaxamento, massoterapia, treino de postura, mobilização da articulação,
kinesioterapia, exercícios de alongamento, psicoterapia, terapia laser de baixa
intensidade (LBI), entre outros. Os tratamentos irreversíveis e as cirurgias devem ser
evitados. Pois os sinais e sintomas de DTM seguem um curso natural, podem ser
transitórios e autolimitantes, com a tendência de resolução sem que ocorra efeitos
sérios (Cavalcanti et al, 2016; Carli et al, 2013; Abreu Venâncio et al, 2005).
O uso da terapia a Laser de Baixa Intensidade (LBI) para o tratamento de
DTM, atualmente tem sido amplamente discutido, devido aos efeitos antinflamatórios
11

e antiálgicos que o laser pode oferecer (Rodrigues). Os efeitos provêm da energia


luminosa, a qual é depositada nos tecidos produzindo os efeitos antinflamatório e
analgésico (Cavalcanti).
A popularidade da acupuntura no tratamento da dor decorre da sua
efetividade sobre o sintoma dor, sua ação imediata e ausência de efeitos colaterais,
e, por isso, a grande adesão do paciente (AL-Moraissi et al., 2020).
12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Laser de Baixa Intensidade

Em estudo clínico, a efetividade do LBI foi avaliada em 30 pacientes com dor


articular e disfunção em estudo duplo cego. A amostra foi dividida entre grupo 1, que
recebeu laserterapia com aplicação de 780 nm, 30 mW, 10s, 6.3 J/cm² em três
pontos da ATM e grupo 2, que recebeu tratamento placebo. O tratamento ocorreu
em 6 sessões e as avaliações nos períodos de 15, 30 e 60 dias após o término do
tratamento. Os resultados da análise de variância (ANOVA) não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas para a dor, assim como as médias entre os
diferentes tempos de avaliação e interação entre os grupos. Concluíram, portanto,
que não houve diferença entre a aplicação do laser de baixa intensidade em relação
ao placebo. Porém, consideraram que outros estudos podem comprovar a
efetividade do laser de baixa intensidade diante da alteração da dose e aumento do
tempo de aplicação (Abreu Venancio et al., 2005).
A partir de 15 pacientes de 19 a 29 anos de ambos os sexos com dor no
músculo masseter, realizaram pesquisa clínica que mostrou que a aplicação do LBI
é uma ferramenta eficaz para o tratamento de pacientes com dor orofacial, uma vez
que todos os pacientes apresentaram melhora na força de contração muscular, tanto
no músculo masseter direito quanto esquerdo, após a aplicação do laser a 2mm de
distância com dose de 670nm, 2J/cm³, 55s, 15mW em sessão única (Medeiros et al.,
2005).
A eficácia do LBI no tratamento de disfunções temporomandibulares de
origem muscular foi o objeto de estudo realizado em 39 pacientes com dor muscular
na região orofacial associadas a DTM, movimentos mandibulares limitados,
dificuldades de mastigação e pontos gatilhos. No grupo 1, 24 deles foram tratados
com LBI, com aplicação de 830 nm, por 162 s, com dose de 7 J/cm² e frequência
diária, por 10 dias, excluindo finais de semana. No grupo 2, 15 pacientes receberam
o tratamento com laser placebo seguindo o mesmo protocolo de frequência. Os
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pacientes foram avaliados imediatamente antes, logo após e 1 mês após o


tratamento. A melhora da máxima abertura bucal e a redução da dor, da dificuldade
de mastigação e pontos gatilhos foram estatisticamente significantes no grupo 1
quando comparado ao 2. Portanto, concluiu-se, nesse estudo, que o laser de baixa
intensidade é um tratamento adequado para DTM e deve ser considerada uma
alternativa a outros métodos (Çetiner et al 2006).
Em estudo duplo-cego controlado por placebo, a eficácia do LBI foi avaliada
em pacientes com dor miofascial associadas ou não a DTM, para isso 16 pacientes
foram divididos aleatoriamente em dois grupos. O grupo 1 recebeu, nos músculos
doloridos, tratamento com laser de baixa intensidade em dois comprimentos de onda
diferentes para atingirem profundidades distintas, o protocolo para irradiação
vermelha contínua foi de 660 nm, 6,2 J/cm2, 6 min e para irradiação infravermelha
pulsada foi de 890 nm, 1 J/cm2 e 10 min. Ainda segundo o estudo, a irradiação
vermelha contínua é a mais eficaz para o tratamento da dor, inflamação e distúrbios
funcionais nos músculos, tendões e articulações e para distúrbios profundos,
enquanto que a irradiação infravermelha pulsada é usada para tratar a dor na pele e
distúrbios superficiais. O grupo 2 recebeu tratamento placebo, com protocolo
semelhante ao primeiro grupo, porém os pacientes não foram irradiados. A terapia
teve frequência de duas vezes por semana durante 3 semanas. A quantidade de dor
do paciente foi registrada em quatro períodos, sendo eles antes e imediatamente
após o tratamento, 1 semana após e no dia do alívio completo da dor. Em cada
grupo a redução da dor antes e após o tratamento foi significativa, mas, entre os
dois grupos, a laserterapia de baixa intensidade foi mais efetiva. De acordo com o
estudo, o laser de baixa intensidade foi mais eficaz no tratamento da dor de
pacientes com dor miofascial (Shirani et al., 2009).
A comparação dos efeitos do laser de baixa intensidade com os de placas
oclusais foi o objeto de estudo em 40 pacientes com sinais e sintomas de dor
miofascial associada à DTM. A amostra foi dividida aleatoriamente em 2 grupos:
grupo 1 foi tratado com laser de baixa intensidade 2 vezes por semana, por 5
semanas com aplicação de 820 nm, 3 J/cm² e 300 mW e o grupo 2 foi instruído a
usar placa oclusal 24 horas/dia por 3 meses. As comparações foram feitas dentro e
entre os grupos antes e após o tratamento. Os movimentos verticais mostraram
melhoras estatisticamente significativas após os tratamentos em ambos os grupos,
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mas quando os grupos foram comparados entre si, não houve diferença significativa
entre eles. Em ambos os grupos, a sensibilidade à palpação dos músculos diminuiu
significativamente. As avaliações do limiar de dor à pressão e os escores da escala
analógica visual também revelaram resultados semelhantes. Concluíram que este
tipo específico de terapia a laser de baixa intensidade mostrou-se tão eficaz quanto
a placa oclusal no tratamento da dor e na melhora do movimento mandibular em
pacientes com sinais e sintomas de dor miofascial associada à DTM (Oz et al.,
2010).
Em estudo clínico duplo cego, a eficácia do piroxicam associado à terapia
com laser de baixa intensidade foi avaliada em comparação às mesmas sem
associação em 32 pacientes com artralgia da ATM que foram divididos em três
grupos. Grupo 1 - laser de baixa intensidade + piroxicam, grupo 2 - laser de baixa
intensidade + piroxicam placebo e grupo 3 - laser placebo + piroxicam. O protocolo
usado para aplicação do laser foi de 830 nm, 100 mW, 28 s, 100J/cm², 2 vezes por
semana, e para o piroxicam foi de 1 cápsula de 20mg no mesmo dia da aplicação do
laser, a totalizar 10 dias. O tratamento foi avaliado ao longo de 4 sessões e 30 dias
após, os parâmetros avaliados foram máxima abertura bucal e dor, tanto articular
quanto muscular, à palpação. Os resultados mostraram que todos os grupos tiveram
uma melhora significativa, porém não houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos. Concluíram que a combinação de terapia com laser de baixa
intensidade e piroxicam não foi mais eficaz do que as terapias isoladas no
tratamento da dor em pacientes com artralgia da articulação temporomandibular,
porém o piroxicam se mostrou mais eficaz depois de 30 dias (De Carli et al., 2012).
A eficácia do laser de baixa intensidade foi avaliada em estudo clínico
randomizado duplo-cego a partir de 20 pacientes com DTM muscular que foram
divididos em dois grupos. O grupo 1 foi submetido ao tratamento com laser de baixa
intensidade com dose de 810 nm, média de 50 mW, 80 W, 120s, 6J e 3.4 J/cm² por
ponto, durante 4 semanas com 3 aplicações semanais. No grupo 2 recebeu
tratamento placebo, foi realizado o mesmo protocolo, porém sem aplicação de
energia. Os pacientes foram avaliados antes da aplicação do laser, após 6 sessões,
no final do tratamento e 1 mês após a última aplicação, sendo mensurada a dor
mediante abertura bucal. Houve diferença estatisticamente significativa para os
critérios de dor e abertura de boca entre os períodos de avaliação no grupo 1,
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enquanto no grupo 2 não foi observada essa mesma diferença. Entre os grupos, não
houve diferença estatisticamente significativa. Concluíram que o laser de baixa
intensidade produz significante melhora no nível de dor e abertura de boca nos
pacientes com DTM muscular e justificaram tal resultado pela pequena amostragem
e grande variação de sintomas entre os pacientes (Ahrari et al., 2013).
Com o objetivo de verificar a eficácia analgésica do laser de baixa
intensidade aplicado a pontos de acupuntura, um estudo selecionou 40 mulheres
com idade entre 20 e 40 anos com diagnóstico de dor miofascial crônica e artralgia e
as dividiu aleatoriamente em dois grupos. Grupo 1 recebeu a aplicação do laser de
baixa intensidade nos pontos de acupuntura associada à terapia com placa oclusal,
enquanto o grupo 2 recebeu um laser placebo associado a terapia com placa
oclusal. O protocolo do laser seguiu os seguintes parâmetros 50mW, 90s, 4,5 J,
1250 W/cm² e 112,5 J/cm², a frequência foi de 1x por semana durante 3 meses. A
redução da dor foi significativa em ambos os grupos, porém houve maior proporção
de pacientes com remissão de sintomas relacionados à ação do laser. Portanto,
concluiu-se que quando se trata da dor associada à DTM, o tratamento com laser de
baixa intensidade mostra-se conservador, seguro, não invasivo, sem efeitos
colaterais e eficaz no tratamento (Ferreira et al., 2013).
Quando comparado o tratamento com laser de baixa intensidade ao uso de
placas oclusais, o laser se mostrou tão eficaz quanto a placa para o alívio da dor
miofascial em pacientes com DTM. Estudo selecionou 30 pacientes, que foram
divididos em três grupos. No grupo 1 instruíram o uso da placa oclusal por 12
horas/dia por três semanas, no grupo 2 fizeram o tratamento com laser de baixa
intensidade com protocolo de 1064 nm, 8 J/cm², 250 mW, uma vez ao dia durante 10
dias e o grupo 3 recebeu o placebo com o mesmo protocolo de frequência do
segundo grupo, porém sem irradiação. Tanto o grupo 1 quanto o grupo 2 tiveram
diminuição da dor estatisticamente significativas quando foram comparados ao
grupo 3, porém quando compararam os grupos entre si, o grupo 1 e 2 não mostrou
diferença estatisticamente significativa após o tratamento, demonstraram, assim,
que ambos os tratamentos foram eficazes (Demirkol et al 2014).
Em estudo clínico envolvendo 70 pacientes com mialgia dos músculos
mastigatórios para avaliar a eficácia do tratamento com laser de baixa intensidade
na redução da dor. Os pacientes foram divididos de maneira aleatória em Grupo 1,
16

onde foram submetidos a tratamento com laser de baixa intensidade ativo na


primeira fase e placebo na segunda fase, e Grupo 2 que receberam placebo na
primeira fase e tratamento com laser de baixa intensidade ativo na segunda fase.
Usaram como protocolo 830 mn, por 28 s e 100 J/cm², além de aplicação única em
cada fase. Avaliaram cada paciente num único dia em duas fases com intervalo de
20 minutos entre elas, avaliaram dor espontânea, máxima abertura bucal e dor à
palpação. Concluíram, então, que laser de baixa intensidade foi eficaz na analgesia
dos músculos mastigatórios, porém não foi efetivo estatisticamente no critério de
máxima abertura bucal (Costa, 2015).
Em estudo clínico envolvendo 70 pacientes com mialgia dos músculos
mastigatórios para avaliar a eficácia do tratamento com laser de baixa intensidade
na redução da dor. Os pacientes foram divididos de maneira aleatória em Grupo 1,
onde foram submetidos a tratamento com laser de baixa intensidade ativo na
primeira fase e placebo na segunda fase, e Grupo 2 que receberam placebo na
primeira fase e tratamento com laser de baixa intensidade ativo na segunda fase.
Usaram como protocolo 830 mn, por 28 s e 100 J/cm², além de aplicação única em
cada fase. Avaliaram cada paciente num único dia em duas fases com intervalo de
20 minutos entre elas, avaliaram dor espontânea, máxima abertura bucal e dor à
palpação. Concluíram, então, que laser de baixa intensidade foi eficaz na analgesia
dos músculos mastigatórios, porém não foi efetivo estatisticamente no critério de
máxima abertura bucal (Costa, 2015).
O protocolo fisioterapêutico foi comparado ao protocolo medicamentoso na
terapia com laser de baixa intensidade no tratamento da dor associada à DTM numa
amostragem de 60 pacientes do sexo feminino com idade entre 20 e 50 anos
divididas aleatoriamente em três grupos: grupo 1 - laser de baixa intensidade 780
nm, dose 35 J/cm², por 20s, três vezes por semana, grupo 2 - bolsa de água quente
três vezes ao dia (manhã, tarde e noite), por 15 minutos, exercício de abrir e fechar
a boca duas vezes ao dia associado a MIOFLEX-A três vezes ao dia e MOVATEC
7,5MG uma vez ao dia, grupo 3 - placebo, lâmpada halógena de 450nm, Max LD
Gnatus, fotopolimerizador. Os pacientes foram avaliados a cada retorno quanto à
presença ou ausência de dor por 4 semanas. Primeira semana 60% do grupo 1,
100% do grupo 2 e 70% do grupo 3 relatou dor, na segunda semana 55% do grupo
1, 15% do grupo 2 e 100% do grupo 3 relatou dor, na terceira semana 10% do grupo
17

1, 15% do grupo 2 e 85% do grupo 3 relatou dor e, por fim, na quarta semana
somente no grupo 3 houve relato de dor. Concluiu-se que quando comparado ao
protocolo fisioterapêutico e medicamentoso, o laser de baixa intensidade é eficaz no
controle da dor associada à DTM. Houve melhora estatisticamente significativa nos
fatores de dor a palpação e dor espontânea (Cavalcanti et al, 2016).
A partir de uma amostragem de 82 pacientes com DTM crônica e 20
pacientes saudáveis, avaliou-se a eficácia da combinação da terapia com laser de
baixa intensidade com exercícios motores orais. Para isso, os pacientes foram
divididos aleatoriamente em grupos, grupo 1 - laser de baixa intensidade +
exercícios motores orais, grupo 2 - terapia miofuncional orofacial, grupo 3 - laser
placebo + exercícios motores orais e grupo 4 - laser de baixa intensidade. O
protocolo usado para o laser de baixa intensidade foi de 780 nm, 60mW, 40s e1
J/cm² com o objetivo de promover analgesia, já os exercícios motores orais foram
exercícios para língua, lábios, bochechas e músculos da mandíbula além de
treinamento de função orofacial, com objetivo de restabelecer tais funções, assim
como a terapia miofuncional orofacial que consistiu em orientações aos pacientes
sobre DTM e cuidados necessários, estratégias de alívio da dor como termoterapia,
massagem e treinamento para relaxamento, incluindo os exercícios motores orais.
Avaliou-se a sensibilidade muscular e articular à palpação, gravidade da DTM e
estado miofuncional orofacial, as avaliações aconteceram no início do tratamento,
imediatamente após e no acompanhamento. Os resultados apresentados mostraram
que o laser de baixa intensidade combinado com exercícios motores orais foi mais
eficaz no tratamento da DTM do que o laser sozinho, ao combinar o laser de baixa
intensidade com a terapia miofuncional orofacial foi obtido resultado semelhante
(Machado et al., 2016).
O efeito do laser de baixa intensidade na intensidade da dor e sensibilidade
à dor em pontos orofaciais (limiar de dor à pressão) em mulheres foi o objeto de
estudo de estudo com amostragem foi de 91 mulheres, dentre as quais 61 foram
diagnosticadas com dor miofascial. As pacientes sem dor miofascial fizeram parte do
grupo controle, enquanto o restante foi dividido aleatoriamente em grupo 1- laser de
baixa intensidade e grupo 2 - placebo. O protocolo do laser foi de 780nm, 5 J/cm²,
20 mW e 10s nos músculos masseter e temporal, e 780nm, 7,5 J/cm², 30 mW, 10s
na área da ATM, a frequência foi de duas vezes por semana durante quatro
18

semanas. As avaliações aconteceram durante as sessões e após 30 dias do


tratamento. Houve redução da intensidade da dor em ambos os grupos, porém não
houve diminuição do limiar de dor à pressão. Tanto o laser ativo quanto o placebo
reduziram os índices de dor sensorial e mantiveram os resultados por 30 dias. O
estudo concluiu que o laser de baixa intensidade ativo ou placebo são eficazes na
redução da percepção subjetiva da dor miofasciais, porém, não apresentam eficácia
na redução da sensibilidade dolorosa em pontos orofaciais e corporais.
Em estudo clínico com uma amostragem de 89 pacientes do sexo feminino,
das quais 30 não tinham sinais e sintomas de DTM e 59 foram diagnosticadas com
DTM dolorosa, a fim de analisar o efeito do laser de baixa intensidade na redução da
intensidade e sensibilidade à dor entre as sessões de laser e durante teste funcional
específico, e avaliar o comportamento eletromiográfico antes e após o tratamento.
As pacientes foram divididas em três grupos, sendo eles grupo 1 - controle,
indivíduos sem sinais e sintomas de DTM, grupo 2 - laser ativo e grupo 3 - placebo.
As avaliações aconteceram antes, após o término do tratamento e 30 dias depois. O
tratamento foi realizado sob dois protocolos: ATM - 60 mW/50 segundos, 75 J/cm² e
para Masseter e Temporal 60 mW/20 segundos, 30 J/cm², com frequência de 2
vezes por semana por 4 semanas. Os resultados mostraram que tanto o laser de
baixa intensidade ativo quanto o placebo foram eficazes na diminuição da
intensidade da dor. O estudo conclui que o tratamento com laser de baixa
intensidade é eficaz para melhora da dor e a diferença entre o tratamento laser ativo
e placebo ocorreu apenas nas variáveis de dor mensuradas durante um exercício
funcional (Rodrigues, 2017).
Em ensaio clínico randomizado comparou-se a eficácia da terapia com laser
de baixa intensidade aplicado em varredura e em pontos de acupuntura em
pacientes com DTM. 45 pacientes com DTM foram divididos aleatoriamente em três
grupos. No grupo 1, o laser de baixa intensidade foi aplicado nos músculos
mastigatórios e ATMs (810 nm, 200 mW, 30 s, 21 J/cm2) duas vezes por semana
durante 5 semanas. No grupo 2, o laser foi aplicado bilateralmente nos pontos de
acupuntura (ST6, ST7, LI4) com os mesmos parâmetros e frequência do grupo 1. O
grupo 3 foi submetido ao tratamento com laser placebo. Os pacientes foram
avaliados antes do tratamento, após 5 e 10 aplicações de laser e depois de 1 mês. A
amplitude de movimento mandibular, bem como a intensidade da dor no sistema
19

mastigatório, foi registrada em cada intervalo. Não houve diferença significativa na


abertura da boca entre os grupos, mas a quantidade de movimentos laterais
excursivos e protrusivos foi significativamente maior nos grupos tratados com laser
de baixa intensidade do que no grupo placebo. A intensidade geral da dor e o grau
de dor nos músculos mastigatórios (exceto no músculo temporal) e nas ATMs foram
significativamente menores em ambos os grupos experimentais do que no grupo
placebo após a terapia. Tanto a terapia com laser de baixa intensidade aplicada em
varredura quanto nos pontos de acupuntura foram eficazes na redução da dor e no
aumento do movimento mandibular excursivo e protrusivo em pacientes com DTM. A
aplicação nos pontos de acupuntura pode ser sugerida como uma alternativa
adequada ao tratamento com laser de baixa intensidade, pois fornece resultados
eficazes com menos tempo na cadeira (Madani et al., 2019).

2.2 Acupuntura

As evidências clínicas a favor ou contra a acupuntura e terapias


semelhantes à acupuntura como tratamentos da DTM foram objeto de estudo de
metanálise em 7 ensaios clínicos randomizados. Incluíram estudos de acupuntura
como tratamento para DTM em comparação com acupuntura simulada, denominada
Sham. Concluíram nessa revisão sistemática e metanálise que as evidências da
acupuntura como tratamento sintomático da DTM são limitadas. No entanto, são
necessários mais estudos rigorosos para estabelecer, sem dúvida, se a acupuntura
tem valor terapêutico para essa indicação (Jung et al., 2011).
Os efeitos da acupuntura de ponto-gatilho com os tratamentos de
acupuntura Sham (simulado) na dor e na função oral foram comparados em 16
pacientes com queixa de dor miofascial crônica, há pelo menos 6 meses,
relacionada à DTM. Os pacientes foram divididos em dois grupos, cada um recebeu
cinco sessões de tratamento com acupuntura uma vez por semana. O grupo 1
recebeu tratamento com acupuntura em pontos-gatilho dos músculos masseter,
temporal, pterigoideo lateral, digástrico, esternocleidomastóideo e trapézio enquanto
o outro grupo de acupuntura recebeu tratamento simulado nos pontos-gatilho. Após
20

o tratamento, a intensidade da dor foi menor no grupo 1 do que no grupo 2, mas a


função oral permaneceu inalterada em ambos os grupos. Concluíram que em
comparação com a terapia de acupuntura Sham, a terapia de acupuntura de ponto-
gatilho pode ser mais eficaz para a dor miofascial crônica da articulação
temporomandibular (Itoh et al., 2012).
Em estudo, investigou se o agulhamento seco profundo de pontos-gatilho no
músculo pterigoideo lateral reduziria significativamente a dor e melhoraria a função,
em comparação com a medicação metocarbamol/paracetamol em 48 pacientes com
dor miofascial crônica localizada no músculo pterigoideo lateral. Dividiram a amostra
em dois grupos, grupo 1 recebeu três aplicações de agulhamento seco, uma vez por
semana durante três semanas, enquanto os pacientes do grupo controle receberam
dois comprimidos de uma combinação de metocarbamol/paracetamol a cada seis
horas por três semanas. As avaliações foram realizadas antes do tratamento, 2 e 8
semanas após o término do tratamento. Houve diferença estatisticamente
significativa para ambos os grupos em relação à redução da dor em repouso e com
a mastigação, mas o grupo 1 apresentou níveis significativamente melhores de
redução da dor. Além disso, diferenças estatisticamente significativas até o dia 70 no
grupo 1 foram observadas em relação à abertura máxima da boca, lateralidade e
movimentos de protrusão em comparação com os valores pré-tratamento. 41% dos
pacientes que receberam o tratamento combinado com drogas descreveram efeitos
colaterais desagradáveis (principalmente sonolência). O agulhamento seco profundo
dos pontos-gatilho no músculo pterigoideo lateral mostrou melhor eficácia na
redução da dor e na melhora da abertura máxima da boca, lateralidade e
movimentos de protrusão em comparação com o tratamento com
metocarbamol/paracetamol. Nenhuma reação adversa foi observada em relação ao
agulhamento seco (Gonzalez Perez et al., 2015).
Os efeitos da acupuntura em comparação à placa oclusal foram estudados
em 40 pacientes mulheres com DTM muscular. As pacientes foram divididas
aleatoriamente em grupo 1 -acupuntura e grupo 2 - placa oclusal. O protocolo para
acupuntura foi de 1 vez por semana, durante 4 semanas, com agulhamento dos
pontos LI4, LI11, SI19, LR2, GB20, GB21, GB34, BL2, VC23 e TE23. O protocolo
para placa oclusal foi de instrução dos pacientes quanto a dieta e possíveis hábitos
parafuncionais, assim como a importância do uso da placa e orientaram que deveria
21

ser colocada antes de dormir e retirada quando acordassem. Todas as avaliações


foram realizadas no início e no final do tratamento, o efeito dos tratamentos nos
músculos masseter e temporal anterior foi avaliado após 4 semanas de tratamento.
A sintomatologia dolorosa foi reduzida nos dois grupos, e o aumento na amplitude
de abertura da boca foi significativo também. Uma diferença significativa foi
detectada apenas no limiar de pressão da dor do masseter esquerdo no grupo
acupuntura. Ambos os tratamentos reduziram a intensidade da dor da DTM
muscular em curto prazo e podem ser considerados estratégias para o controle da
dor crônica relacionada à DTM (Grillo et al., 2015).
Em ensaio clínico avaliou-se a ação da acupuntura auricular na evolução
dos sintomas da DTM em 20 pacientes que foram divididos em dois grupos: grupo 1
- acupuntura auricular associada à placa oclusal e grupo 2 - o uso da placa oclusal
sozinha. Orientaram que a placa oclusal fosse usada no sono noturno. A acupuntura
foi feita nos pontos auriculares com retenção das agulhas por 5 dias, em média, as
sessões aconteceram com frequência de uma vez por semana durante 5 semanas.
Os sintomas foram avaliados semanalmente nos dois grupos. A palpação muscular
e articular orofacial foi usada para mensurar a intensidade da dor. Ambos os grupos
apresentaram diminuição estatisticamente significativa dos sintomas musculares e
articulares. No entanto, as comparações entre os grupos mostraram uma redução
expressiva e significativa da sintomatologia no grupo 1 já na primeira semana de
terapia. Concluiu-se que a terapia com acupuntura auricular é eficaz na redução dos
sintomas da DTM a curto prazo (Ferreira et al., 2015).
A percepção de 78 pacientes com DTM muscular ou mista (articular e
muscular) em relação aos sinais e sintomas antes e após o tratamento com
acupuntura foi avaliada utilizando dois protocolos, pontos locais e pontos distantes.
Os pontos locais foram GB20 (depressão entre as inserções do músculo
esternocleidomastóideo e o músculo trapézio na margem inferior do occipital), TE21
(depressão formada na abertura bucal, em frente ao tragos), ST6 (abaixo do lóbulo
da orelha, sob a saliência do masseter) e ST7 (depressão logo abaixo do arco
zigomático, em frente a cabeça da mandíbula). Os pontos distantes foram LI4 (na
mão, na metade do segundo osso metacarpal) e EX-HN3 (glabela), sendo o último
ponto localizado na face, porém sem interferências nos músculos da mastigação.
Dividiram a amostra em quatro grupos, grupo 1 - DTM muscular tratada com
22

acupuntura em pontos locais, grupo 2 - DTM muscular tratada com acupuntura em


pontos distantes, grupo 3 - DTM mista tratada com acupuntura em pontos locais e
grupo 4 - DTM mista tratada com acupuntura em pontos distantes. As avaliações
foram realizadas em quatro momentos: inicial (na entrada do paciente no estudo),
controle (4 semanas após a inicial, ainda sem intervenção), final (após seis sessões
de acupuntura) e acompanhamento (quatro sessões após o término do tratamento).
Os melhores resultados foram observados nos grupos 2 e 3, nos quais as
percepções dos sinais e sintomas foram estatisticamente menores na avaliação final
do que na avaliação inicial. Em todos os grupos, as avaliações finais e de
acompanhamento foram semelhantes, portanto, sugeriu-se que os resultados
alcançados com o uso da acupuntura permaneceram mesmo após o término das
sessões. Portanto, concluíram que pacientes com DTM que envolve componentes
articulares, o melhor tratamento de acupuntura envolve pontos locais e para
indivíduos com DTM que envolve componentes musculares, o melhor tratamento de
acupuntura envolve pontos à distância (Branco et al., 2016).
Os efeitos do agulhamento seco profundo dos pontos-gatilho miofasciais do
masseter e temporal foi investigado em 17 indivíduos com bruxismo do sono e DTM
muscular, em relação a dor, limiar de dor à pressão, abertura máxima bucal sem dor
e incapacidade relacionada à DTM. O tratamento foi feito em sessão única. Os
pacientes foram avaliados antes do tratamento, imediatamente após e em 1 semana
de acompanhamento. Os resultados mostraram melhorias significativas na
intensidade da dor, limiar de dor à pressão e abertura bucal, assim como no
funcionamento da mandíbula. Concluíram, então, que o agulhamento seco profundo
de pontos gatilhos ativos no masseter e temporal em pacientes com DTM muscular
e bruxismo do sono foi associado a melhorias imediatas e de 1 semana na dor,
sensibilidade, abertura da mandíbula e incapacidade relacionada à DTM (Blasco
Bonara, Martín-Pintado-Zugasti, 2016).
Em revisão sistemática de ensaios clínicos foi analisada a eficácia da
acupuntura no tratamento da dor miofascial em pacientes com DTM. Incluíram
estudos publicados em inglês, português ou espanhol, ensaios clínicos controlados,
pacientes com DTM de origem muscular e estudos que utilizaram acupuntura ou
acupuntura a laser apenas para tratamento. Um total de quatro ensaios clínicos
randomizados usando acupuntura (tradicional, ponto-gatilho e laser) para tratamento
23

de DTM atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos. Embora os


estudos tenham apresentado amostras pequenas e períodos de acompanhamento
de curto prazo, a acupuntura produziu resultados semelhantes aos observados nos
grupos tratados com placas oclusais e foram significativamente superior aos obtidos
nos grupos tratados com acupuntura placebo. Apesar das fracas evidências,
concluíram que o tratamento com acupuntura parece aliviar os sinais e sintomas de
dor na DTM muscular e ensaios clínicos mais controlados e randomizados com
tamanhos de amostra maiores são necessários neste campo de pesquisa para
verificar esses achados iniciais (Fernandes et al., 2017).
A terapia convencional de acupuntura no manejo de resultados clínicos para
DTM em adultos foi estudada em estudo de metanálise que envolveu nove estudos
elegíveis de 8 publicações envolvendo 231 pacientes foram incluídos. Os autores
fizeram uma comparação do resultado principal dos valores da escala analógica
visual (EVA) de dor entre o grupo de acupuntura e o grupo controle mostrou uma
diminuição significativa após o tratamento com acupuntura. No entanto, a análise de
subgrupos de acordo com o tipo de placebo usado no grupo controle indicou que
houve diferenças significativas nos resultados quando a acupuntura simulada foi
usada como grupo controle, bem como quando o tratamento com laser simulado foi
usado como grupo controle. Porém, não houve diferença significativa quando o
grupo de tratamento com placa oclusal foi usado como grupo controle. Os resultados
indicaram que a terapia de acupuntura convencional é eficaz na redução da
intensidade de dor em pacientes com DTM, especialmente aqueles com sintomas de
dor miofascial (Wu et al., 2017).
A eficácia da acupuntura no tratamento da dor, limitação de abertura bucal e
energia circulante nos meridianos foi avaliada em 43 pacientes com DTM de origem
muscular ou mista. O Grupo 1 recebeu acupuntura ativa e o Grupo 2 recebeu
tratamento simulado sem penetração, agulha Sham. Os pontos de acupuntura
utilizados foram ST6, ST7, SI18, GV20, GB20, BL10 e LI4, o tratamento foi realizado
em quatro sessões semanais. As avaliações foram realizadas antes e após a
acupuntura em todas as sessões em ambos os grupos. Os resultados não
mostraram diminuição da dor ou aumento da limitação de abertura bucal no Grupo 1
quando comparado com o Grupo 2. Em relação aos níveis de energia, após a
acupuntura, houve diminuição da energia Yang em todas as sessões, em ambos os
24

grupos, porém, apenas a acupuntura ativa foi efetiva em manter a média de energia
Yin ao longo das quatro sessões, com diferença significativa entre grupos. Concluiu-
se que os pontos de acupuntura utilizados foram igualmente eficazes na redução da
dor em ambos os grupos, aumentando a limitação de abertura bucal não assistida
sem dor no Grupo 1, e foram eficazes na preservação da energia Yin no Grupo 1. A
energia Yang diminuiu igualmente em ambos os grupos (Zotelli et al., 2017).
Sessenta pacientes com diagnóstico de dor miofascial crônica no músculo
pterigoideo lateral foram selecionados e distribuídos aleatoriamente em 3 grupos
para verificar se técnicas de eletrólise percutânea com agulha e agulhamento seco
profundo utilizadas nos pontos gatilho poderiam reduzir a dor e melhorar a função
em comparação com o agulhamento Sham (simulado). O grupo 1 recebeu
tratamento com eletrólise percutânea, o grupo 2 recebeu agulhamento seco
profundo, sem introdução de qualquer substância e o grupo 3 recebeu agulhamento
Sham, a pressão foi aplicada na pele sem penetração. Os procedimentos foram
realizados uma vez por semana durante 3 semanas. A avaliação clínica foi realizada
antes do tratamento e nos dias 28, 42 e 70 após o tratamento. Diferenças
estatisticamente significativas foram medidas para os grupos 1 e 2 em relação à
redução da dor em repouso, durante a mastigação e para máxima abertura bucal.
Nenhum evento adverso foi observado para nenhuma das técnicas. Concluíram que
eletrólise percutânea e agulhamento seco profundo do músculo pterigoideo lateral
mostraram maior eficácia na redução da dor e melhora na máxima abertura bucal
em comparação com agulhamento Sham. A melhora foi observada mais cedo no
grupo 1 do que no grupo 2 (Lopez Martos et al., 2018).
O Deqi é descrito como uma sensação de dor profunda, mas pode envolver
uma ampla gama de sensações como calor e formigamento e foi descrito como um
requisito importante para alcançar uma resposta terapêutica. A sensação de Deqi foi
avaliada em 40 pacientes, com DTM muscular ou mista, tratados com acupuntura e
acupuntura Sham. Grupo 1 foi tratado com acupuntura. O grupo 2 foi tratado com
acupuntura Sham (simulada). Realizaram 4 sessões para ambos os grupos, uma
vez por semana. Os pontos usados foram ST6, ST7, SI18, GB20, BL10 e LI4. Os
pacientes foram avaliados na primeira e última sessão. No grupo 2 foi relatada a
sensação de "picada" mesmo que não houvesse penetração da pele. O ponto LI4
forneceu o maior número de sensações em ambos os grupos, sendo o único onde
25

uma sensação de choque elétrico foi descrita no grupo 1. No ponto SI18, no grupo 2,
observaram ampla gama de sensações Deqi. O grupo 1 experimentou maior
intensidade de dor no agulhamento. Concluíram que a sensação Deqi se comporta
de forma semelhante em ambos os tratamentos, assim, pode-se inferir que uma
agulha placebo foi capaz de induzir a resposta Deqi (Maria Grillo et al, 2018).
Em revisão sistemática os efeitos do agulhamento seco na dor orofacial de
origem miofascial foram avaliação em pacientes com DTM. A principal variável
considerada foi a intensidade da dor. Sete estudos foram considerados elegíveis.
Houve discrepância entre os protocolos de tratamento com agulhamento seco. A
metanálise mostrou que o agulhamento seco é melhor do que outras intervenções
para a intensidade da dor, bem como a terapia simulada no limiar da dor à pressão,
mas há evidências de qualidade muito baixa e um tamanho de efeito pequeno. Não
houve diferenças estatisticamente significativas em outros resultados. Concluíram
que devido à baixa qualidade das evidências e alto risco de viés de alguns estudos,
são necessários ensaios maiores e de baixo risco de viés para avaliar os efeitos do
agulhamento seco na dor orofacial associada à DTM (Vier et al., 2018).
A eficácia da injeção de toxina botulínica A foi comparada com o
agulhamento seco no tratamento de 40 pacientes com dor miofascial associada à
DTM. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em grupo 1, tratados com injeção
de toxina botulínica A e grupo 2, tratados com agulhamento seco. As aplicações de
ambos os tratamentos foram feitas nos pontos-gatilho que foram identificados
através da palpação no músculo com sintomatologia dolorosa. As injeções de toxina
botulínica foram feitas em volumes que variaram de 25U a 150U. As variáveis
avaliadas foram dor, crepitação, limitação funcional, abertura máxima da boca e
força da mandíbula, as avaliações foram feitas no início do tratamento e em 6
semanas. Houve uma diferença expressiva entre os grupos em relação à dor na
ATM em repouso que foi aliviada de forma mais eficaz no Grupo 2 ao final de 6
semanas. Houve alívio significativo da dor e melhora funcional após o tratamento em
ambos os grupos. No Grupo 2, a recuperação da função da ATM foi mais evidente
em 6 semanas após o agulhamento seco. Os autores sugeriram que a injeção de
toxina botulínica A e agulhamento seco produzem resultados terapêuticos
satisfatórios em relação ao alívio da dor e restauração da função em pacientes com
dor miofascial associada à DTM, porém ensaios clínicos randomizados e
26

controlados com maior amostragem precisam ser feitos para obter informações mais
precisas e confiáveis (Kutuk et al., 2019).
Com o objetivo de comparar o resultado do tratamento de agulhamento
seco, acupuntura ou agulhamento úmido usando diferentes substâncias no manejo
da dor miofascial dos músculos mastigatórios, DTM muscular, foi realizada
metanálise de estudos clínicos que atenderam aos critérios de inclusão e foram
estratificados de acordo com o tempo de acompanhamento: pós-tratamento imediato
até 3 semanas e 1 a 6 meses pós-tratamento. As variáveis foram intensidade da dor
pós-tratamento, aumento da abertura bucal e dor no limiar de pressão. Foram
incluídos 21 estudos clínicos randomizados comparando agulhamento seco,
acupuntura ou agulhamento úmido com anestesia local, toxina botulínica-A,
granisetron, plasma rico em plaquetas ou placebo passivo e placebo ativo
envolvendo 959 pacientes com DTM muscular. Houve uma melhora significativa de
aumento de abertura de boca após agulhamento úmido com anestesia local e
terapia de agulhamento seco versus placebo. Os três tratamentos melhor
classificados para redução da dor pós-tratamento de curto prazo em DTM muscular
foram plasma rico em plaquetas, seguido por agulhamento úmido com anestesia
local e agulhamento seco. Plasma rico em plaquetas foi o tratamento mais eficaz em
relação ao aumento de abertura bucal seguido de agulhamento seco. Foi concluído
que a eficácia da terapia de agulhamento não dependeu do tipo de agulhamento
(seco ou úmido) ou substância do agulhamento (Al-Moraisse et al., 2020).
A eficácia da acupuntura foi comparada à aplicação em pontos específicos e
não específicos entre pacientes com DTM dolorosas não crônicas. Selecionaram 41
pacientes diagnosticados com DTM dolorosa não crônica e divididos em dois
grupos: Grupo 1 - acupuntura em pontos específicos e grupo 2 - acupuntura em
pontos não específicos. Ambos os tratamentos tiveram frequência de uma vez por
semana durante quatro semanas. Os pontos específicos foram BL2, BL3, SI19, ST7,
TE21, BL34 e SI3. Os pontos não específicos estavam localizados 1cm abaixo da
última costela em intervalos de 1cm na linha axilar do tronco, no tecido adiposo
lateral na cintura (NS1-3). A intensidade da dor característica foi avaliada como
principal critério. Os critérios secundários compreenderam máxima abertura bucal
sem dor, expectativas dos pacientes em relação ao tratamento com acupuntura e
desenvolvimento da dor, estado depressivo e qualidade de vida relacionada à saúde
27

bucal. As avaliações aconteceram antes do tratamento e depois de 5 semanas. A


intensidade da dor foi significativamente menor na última avaliação do que na
primeira para ambos os grupos. Um aumento na máxima abertura bucal foi
observado para ambos os grupos, mas foi significativo apenas para o grupo 2.
Todos os pacientes tinham expectativas positivas da terapia de acupuntura, e os
dois grupos não diferiram significativamente, as expectativas foram atendidas pelo
tratamento. A comparação da primeira avaliação para a última mostrou uma redução
estatisticamente significativa do estado depressivo para o grupo 1, mas nenhuma
mudança significativa para o grupo 2. Concluíram que a acupuntura em pontos
específicos e inespecíficos reduz a dor não disfuncional de pacientes com DTM. O
efeito da acupuntura na DTM dolorosa não pode ser atribuído à seleção do ponto
específico (Sen et al 2020).
28

3 DISCUSSÃO

3.1 Laser de Baixa Intensidade

Há grande variação na determinação da dose aplicada no emprego do laser


de baixa intensidade, sem concordância de autores na literatura, com variação do
comprimento de onda de 1,064 (Demirkol) a 830 (Çetiner, De Carli e Costa).
O comprimento de onda de 780 nm foi o mais empregado na literatura,
entretanto a densidade de energia variou de 6,3J/cm² (Abreu) até 112J/cm²
(Ferreira), enquanto o tempo de aplicação por ponto variou desde 2 segundos (De
Godoy) até 90 segundos (Ferreira), sendo a aplicação por 10 segundos a mais
prevalente entre os autores (citar todos os autores). A potência variou de 20 a 60
mW com média de 45 mW. Dentre os 6 autores dessa faixa de comprimento de
onda, 3 deles concluíram não haver diferença na aplicação do laser (Magri, De
Godoy, Abreu), enquanto os demais observaram redução da dor com a aplicação
(Rodrigues, Machado e Ferreira). Ainda que haja concordância na potência do
aparelho de 50 mW entre trabalhos (citar de Godoy 2015 e Ferreira 2013), há
variação entre eles nas demais variáveis. Quando os autores concordam no tempo
de aplicação de 10 segundos por ponto (Magri e Abreu), há variação de potência e
frequência, sendo duas aplicações semanais a mais utilizada (Rodrigues, 2017;
Magri, 2017, Machado, 2016; De Godoy; Abreu).
Com o comprimento de onda de 830 nm o tempo de aplicação variou desde o
mínimo de 28 segundos (De Carli, Costa) até 164 segundos (Çetiner), entretanto, a
densidade de energia variou de 7 até 100J/cm², assim como a frequência entre as
sessões que variou entre intervalos diários até 2x na semana. A potência foi comum
entre esses autores com valor de 100 mW e, a partir dos resultados obtidos,
concluíram que o LBI é eficaz na diminuição da dor.
Já com o comprimento de onda de 810 nm o tempo de aplicação variou entre
30 (Madani) e 120 segundos (Ahari), enquanto a densidade de energia variou entre
3,4 (Ahari) a 21 J/cm² (Madani), além do número de sessões e intervalo entre elas.
Desse modo, apesar da vasta gama de variáveis na utilização do laser e
29

ausência de protocolo idênticos, a laserterapia se mostrou eficaz ou, ao menos, não


prejudicial com o mesmo efeito que o placebo, sendo, portanto, benéfica aos
pacientes.
O tempo do tratamento alcançou até 3 meses (Ferreira), porém o tempo de 4
semanas foi o mais utilizado dentre os autores (Ahari;Cavalcanti; Magri;Rodrigues),
seguido de 5 semanas (Oz;De Carli;Madani), 3 semanas (Abreu, Shirani) , 10 dias
(Çetiner;Demirkol) e 6 semanas (De godoy). Dentre os 4 autores que usaram o
tempo de 4 semanas, 2 foram efetivos na redução da dor (Cavalcanti e Rodrigues) e
2 tiveram resultados semelhantes ao placebo (Magri e Ahari).
A frequência de aplicação de 2x/semana mostrou-se mais prevalente
(Abreu;Shirani;Oz;De Carli;De Godoy;Magri;Rodrigues;Madani). Cinco, dentre os 8
autores que utilizaram essa frequência, tiveram eficácia na redução da dor, um teve
resultado semelhante ao placebo e dois não tiveram diferença significativa. Os
protocolos de aplicação diária (Çetiner;Demirkol;), 1x/semana (Ferreira) e
3x/semana (Ahari;Cavalcanti) foram empregados por poucos autores na literatura.
O número de sessões variou desde aplicação sessão única (Medeiros, 2005;
Costa, 2015) até 12 sessões (Ahari;Ferreira;De Godoy;Cavalcanti;), o mais
frequente foi de 10 sessões (Çetiner; Oz;De Carli;Demirkol;Madani), sem
concordância nas outras variáveis.
Dentre os 16 autores, 11 tiveram resultados positivos na diminuição da
intensidade da dor com o uso da laserterapia (Medeiros, Çetiner, shirani, De Carli,
Ferreira, Demirkol, Costa, Cavalcanti, Machado, Rodrigues, Madani), porém com
ausência de protocolos idênticos. Dois estudos demonstraram que o LBI tem a
mesma eficácia que a placa oclusal (Ferreira e Demirkol), assim como mostrou ter o
mesmo êxito no controle da dor que a farmacoterapia (De Carli). Três autores
tiveram resultados semelhantes ao placebo (Oz, Ahari, Magri). Por fim, 2 autores
não tiveram diferenças significativas na diminuição da dor, contudo, não houve
malefícios aos pacientes estudados (Abreu e De godoy).

3.2 Acupuntura
30

3.2.1 Pontos de aplicação

Houve variação nos pontos utilizados na acupuntura, tendo sido realizada


em pontos-gatilho (itoh, gonzalez, blasco, lopez. kutuk) ou em acupontos (Grillo,
branco, zotelli, maria grillo, sen, ferreira).
Não houve concordância entre os 5 autores que utilizaram os pontos-gatilho.
Dentre os músculos empregados, o pterigóideo lateral é o mais prevalente (itoh,
gonzalez, lopez), seguido do masseter e temporal (itoh e blasco). O agulhamento
deu-se, em sua maioria, em apenas um músculo (Kutuk, lopez, gonzalez) chegando
a até 6 músculos (itoh). Houve discrepância na frequência, sendo que a mais
utilizada foi 1x/semana (itoh, gonzales, lopez). O número de sessões variou desde
sessão única (blasco) até 5 sessões semanais (itoh).
O acuponto foi utilizado por 6 autores e não houve concordância dos pontos
utilizados ou na quantidade deles. A maioria dos autores empregaram 6 pontos de
acupuntura no tratamento (branco, zotelli, maria grillo), entretanto foram
encontrados, ao todo, 17 acupontos diferentes. Todos utilizaram frequência
semanal, sendo a mais frequente 1x/semana (grillo, branco, zotelli, maria grillo,
ferreira). Desta forma, apesar das variações e inexistência de protocolos idênticos,
todos os autores tiveram resultados positivos e sem efeitos colaterais.
O tempo de tratamento chegou a 5 semanas (itoh, ferreira, branco), contudo
o mais observado foi de 4 semanas (grillo, zotelli, maria grillo, sen). Enquanto a
frequência de 1x/semana mostrou-se mais prevalente (Itoh, Gonzalez, Ferreira,
Zotelli, Lopez, Maria Grillo, Sen), observou-se também, sem claras evidências,
aplicação única (blasco) e 2x/semana (branco).
O número de sessões variou desde sessão única (blasco) até 10 sessões
(branco), sendo o protocolo de 4 sessões o mais utilizado (sen, grillo, zotelli, m.
grillo).
Dentre os 17 autores, 11 fizeram estudos clínicos e obtiveram resultados
favoráveis para a acupuntura como tratamento para a DTM (itoh, gonzalez, blasco,
lopez, kutuk, grillo, branco, zotelli, m. grillo, ferreira). Apesar das variações e
ausência de protocolos idênticos, não houve registro de reações adversas e/ou
malefícios aos pacientes.
31

Quando comparada à farmacoterapia, a acupuntura se mostrou tão eficaz


para o controle da dor, contudo a farmacoterapia apresentou reações adversas
(gonzalez). Assim como quando confrontada com a placa oclusal, a acupuntura se
mostrou igualmente eficiente (grillo,ferreira).
Entre revisão sistemática e metanálise, 3 autores concluíram que apesar dos
resultados positivos, o tratamento da DTM com acupuntura necessita de mais
estudos controlados com maiores amostragens (citação).
Portanto, mesmo com as variações de protocolo, a acupuntura se mostra
segura, eficaz e sem malefícios para o tratamento da DTM.
32

4 CONCLUSÃO

Independente das variáveis e protocolos adotados, o laser de baixa


intensidade e a acupuntura se mostraram eficazes para diminuição da dor, seguros,
minimamente invasivos e sem prejuízos aos pacientes com DTM. Contudo, mais
estudos randomizados controlados devem ser feitos para padronização do protocolo
de aplicação.
33

REFERÊNCIAS

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2. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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Referências devem ser numeradas conforme o


texto e usar estilo Vancouver

Normas
http://bds.ict.unesp.br/index.php/cob/about/submissi
ons#authorGuidelines

Para aqueles que usam o gerenciador de


referencias Mendeley, veja o tutorial de uso e o link
para baixar o estilo de referências correto no link
abaixo:

https://www.ict.unesp.br/#!/sobre-o-ict/biblioteca/ref
erencias/modelos-de-referencias/

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