JULHO DE 2022

OS
LUGARES MAIS SAGRADOS
QUE EXISTEM

TEMPLOS O EXEMPLO DE ESTER

Onde aprendemos o caminho da salvação, 4, 8 Como ser instrumentos nas mãos do Senhor, 40
 B E M - ­V I N D O A E S T A E D I Ç Ã O !

Templos: A pérola de grande valor

Que bênção maravilhosa é ver os templos sendo erguidos em

ritmo crescente mundo afora (ver página 12). Nós nos alegramos
com os membros da Igreja quando novos templos são dedicados em
suas áreas.
Esperamos que todas as pessoas valorizem o templo e não
sejam vítimas de um erro descrito pelo presidente Boyd K. Packer
(1924–2015), presidente do Quórum dos Doze Apóstolos. Em sua pará-
bola da pérola e da caixa, ele contou que um artesão fez uma bela caixa
para exibir uma pérola de grande valor. No entanto, quando as pessoas
apareceram para ver a pérola, elas admiraram a caixa (ver “Línguas
repartidas como que de fogo”, A Liahona, julho de 2000, p. 7).
Naturalmente, a pérola de grande valor no interior do templo
inclui as ordenanças, os convênios e as bênçãos prometidas que
podemos receber exclusivamente no templo. Como o élder David A.
Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensina nesta edição: “Tudo
THE DEDICATION OF THE TEMPLE IN JERUSALEM BUILT BY KING SOLOMON, DE WILLIAM BRASSEY HOLE, LEBRECHT HISTORY / BRIDGEMAN IMAGES

o que é aprendido e tudo o que é feito nos templos atuais enfatiza

o magnífico plano de felicidade do Pai Celestial, a divindade de Jesus
Cristo e Seu papel como nosso Salvador. Os convênios recebidos
“Santifiquei a casa que e as ordenanças realizadas nos templos são essenciais para a santifi-
◀
edificaste, a fim de pôr cação de nosso coração e para a definitiva exaltação dos filhos e das
ali o meu nome para filhas de Deus” (página 6).
sempre; e os meus olhos Ao ler o artigo do élder Bednar e o testemunho dos membros
e o meu coração estarão que o seguiram (página 8), nós o convidamos a se lembrar dos
ali todos os dias.” convênios que fez no templo. Se já faz algum tempo que você não vai
ao templo, nós o convidamos a voltar e sentir novamente a alegria
1 REIS 9:3
e a paz encontradas na casa do Senhor. Se ainda não foi ao templo,
nós o convidamos a se preparar para ser “[investido] de poder do
alto” (Doutrina e Convênios 38:32).

Élder Kevin R. Duncan

Dos setenta
Diretor executivo do Departamento de Templos

Julho de 2022 1
SUMÁRIO
Revista oficial de A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias
Julho de 2022
Vol. 75, Nº 7
Liahona 18298
C A PA
Fotografia da visitação
pública do Templo de
Mesa Arizona: Leslie
Nilsson
A Primeira Presidência: Russell M.
Nelson, Dallin H. Oaks, Henry B. Eyring
O Quórum dos Doze Apóstolos:
M. Russell Ballard, Jeffrey R. Holland,
Dieter F. Uchtdorf, David A. Bednar,
Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson,
Neil L. Andersen, Ronald A. Rasband,
Gary E. Stevenson, Dale G. Renlund,
Gerrit W. Gong e Ulisses Soares
Editor: Randy D. Funk
2 Liahona
liahona.ChurchofJesusChrist.org | facebook.com/liahona | aplicativo Biblioteca do Evangelho
SUMÁRIO
4 Ordenanças do templo: Preparar-­se
para retornar à presença de Deus
Élder David A. Bednar
O convite de um apóstolo para
aprender e desfrutar os convênios
do templo, as ordenanças do
templo e a adorar no templo.
8 Ver as tão aguardadas
bênçãos do templo
Os membros em todo o mundo
testificam da força que receberam
quando os templos ficaram
disponíveis em suas áreas.
12 Tornar as ordenanças do
templo mais acessíveis
Um gráfico ilustra o drástico aumento
dos templos em toda a Terra.
14 Nova esperança de cura
mais profunda para
a depressão e a ansiedade
Jacob Hess
Vários temas se destacam nas
experiências daqueles que
encontraram cura duradoura.
19 Para os pais
Achegar-­se a Jesus Cristo
Consultores: Sharon Eubank, Walter F. González,
Jan E. Newman, Michael T. Ringwood
Diretor administrativo: Richard I. Heaton
Diretor das revistas da Igreja: Aaron Johnston
Gerente comercial: Garff Cannon
Gerente editorial: Adam C. Olson
Gerentes editoriais assistentes: Brittany
Beattie, Ryan Carr, C. Matthew Flitton, Mindy Selu
Assistente de publicação: Nancy Sutton
Editores associados: Garrett H. Garff,
Chakell Wardleigh Herbert, Michael R. Morris,
Richard M. Romney, Margaret  Willes
“Cada um de nós
deve se esforçar
para aprender e
compreender melhor
o poder protetor dos
convênios e das orde-
nanças disponíveis na
casa do Senhor.”
Élder David A.
Bednar, página 7
RECURSO
20 A Igreja está aqui
Colúmbia Britânica, Canadá
22 Princípios do evangelho
Escrituras: A palavra de Deus
25 Retratos de fé
Shyam Kumar Lohat,
Nova Délhi, Índia
Destaques da vida de um
membro comum da Igreja.
26 Vozes da Igreja
Histórias inspiradoras de membros
da Igreja em todo o mundo.
36 Envelhecer com fé
Espaço para crescer
Deborah L. Dougal
Ainda sinto falta de meu marido
falecido, mas sei que o Senhor vai
cuidar de mim ao longo do caminho.
38 Princípios para ministrar
como o Salvador
Tenham coragem de
estender a mão
Estagiários editoriais: Molly Ogden Welch, Alison R. Wood Diretor de distribuição: Nelson Gonzalez
Diretor de arte: Tadd R. Peterson Diretor geral: Alex Dantas
Diagramação: Fay P. Andrus, David Green, Colleen Hinckley, Produção gráfica: Leni Jardim
Eric P. Johnsen, Scott M. Mooy
Editora-chefe: Patricia Corrêa
Estagiário de diagramação: Christopher White
Responsável pela tradução: Rafael Ferreira
Coordenadora de propriedade intelectual:
Priscilla Biehl da Silva Distribuição: Luis Felix
Gerente de produção: Ammon Harris Endereço para correspondência:
Produção: Ira Glen Adair, Julie Burdett, José Chavez, Bryan W. Gygi, Liahona, Fl. 23, 50 E. North Temple St.,
Marrissa M. Smith Salt Lake City, UT 84150-­0023, USA.
Diretor de impressão: Steven T. Lewis
 VEM, E SEGUE-M
­ E ARTIGOS APENAS EM
F O R M ATO D I G I TA L
40 Instrumento nas mãos do Senhor Na edição deste mês na Biblioteca do
Élder Ciro Schmeil Evangelho, encontre artigos sobre:
Aprenda a seguir o exemplo de Ester
• A força que advém do cumprimento
ao ouvir a vontade do Senhor.
dos convênios do templo
44 1 Reis a Ester • Receber e entender as respostas F I Q U E CO N E C TA D O
Artigos curtos que apoiam seu à oração Encontre outras edições da
estudo do Velho Testamento. revista em liahona
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.ChurchofJesusChrist.org.
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Utilize o link dessa página
J O V E N S A D U LTO S Evangelho para ler esses artigos e mais.
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30 Missionários de serviço: P U B L I C AÇ ÃO S E M A N A L experiências.
Edificar o reino por meio PA R A J O V E N S A D U LTO S
do serviço e do amor Além disso, você pode
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Kaytlin Jenks entrar em contato conosco
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Os missionários de serviço servem pelo e-­mail liahona@
jovens adultos, que se encontra na
de muitas maneiras diferentes, mas ChurchofJesusChrist.org
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a bondade amorosa do Salvador
endereço:
com as pessoas ao nosso redor.
Liahona, floor 23
50 E. North Temple Street
34 O que a parábola dos talentos Salt Lake City, Utah
tem a ver com meu chamado 84150-­0023, USA
como pianista da Primária
Alison Wood
Como uma estudante universitária
atarefada, recebi esse chamado quando
enfrentava conflitos de fé e muitas vezes
me sentia sobrecarregada com a vida.

A revista Liahona (termo do Livro de Mórmon que significa “bússola”
ou “guia”) é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro,
cambojano, cebuano, chinês, chinês (simplificado), coreano, croata,
dinamarquês, esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês,
grego, holandês, húngaro, indonésio, inglês, islandês, italiano, japonês,
letão, lituano, malgaxe, marshallês, mongol, norueguês, polonês,
português, quiribati, romeno, russo, samoano, suaíli, sueco, tagalo,
tailandês, taitiano, tcheco, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita.
(A periodicidade varia de um idioma para outro.)
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Julho de 2022 3
4 Liahona
 ORDENANÇAS
Élder David A.
Bednar
Do Quórum dos
Doze Apóstolos

DO TEMPLO
Preparar-­se para retornar à presença de Deus

Convido-­os a diligentemente aprender e avaliar a importância eterna dos convênios,

das ordenanças e da adoração no templo em seu esforço de se achegarem ao Salvador.

A
obra de Deus e Sua glória é “levar a efeito a imortalidade
e vida eterna do homem” (Moisés 1:39) a fim de nos preparar
para viver “de modo mais elevado e mais sagrado”1 para que
possamos retornar à Sua presença.
Em Sua infinita e eterna misericórdia, o Senhor, por meio de Seus
profetas e apóstolos, convidou, vezes seguidas, Seus filhos e Suas
filhas a se prepararem para Sua vinda e se tornarem um povo de
Sião, pronto a ser levantado para encontrá-­Lo (ver Alma 12:24; 34:32;
Doutrina e Convênios 45:45; 65:5; 88:96–97). O ponto central dessa
preparação sempre foi aprender a doutrina de Jesus Cristo, exercer fé
Nele, arrepender-­se e receber os sagrados convênios e ordenanças.
FOTOGRAFIA DA VISITAÇÃO PÚBLICA AO TEMPLO DE MESA ARIZONA: LESLIE NILSSON
no Monte Sinai, ficou com medo e pôs-­se de
longe; por fim, rebelou-­se contra Deus (ver
Êxodo 20:18–21; 32:1–6).
Um segundo exemplo no Velho Testa-
mento é o da construção de uma casa para o
Senhor pelo rei Salomão (ver 1 Reis 6:11–13).
A arca do convênio e outros utensílios sagra-
dos foram depositados no “lugar santíssimo”
(1 Reis 8:6) e “a glória do Senhor [encheu] a
casa do Senhor” (1 Reis 8:11). Salomão profe-
riu uma oração dedicatória e pediu bênçãos

temporais e espirituais para o arrependido

O Velho Testamento apresenta exemplos instrutivos para nós
e fervoroso povo de Israel. O Senhor ouviu
hoje em dia do convite feito por Deus a Seus filhos exortando-­os a se
suas orações de súplica e prometeu grandes
preparem para viver uma lei superior e receber os convênios e as
bênçãos aos israelitas se fossem obedientes.
ordenanças de salvação.
Entretanto, eles abandonaram o Senhor
Em Êxodo, Deus incentivou Israel a se tornar uma “propriedade
e adoraram falsos deuses (ver 1 Reis 9–11).
peculiar” e a se santificar em preparação para encontrar com Ele
Outros profetas do Velho Testamento
(ver Êxodo 19:4–6, 10–11, 17). Jeová deu a Israel “tábuas de pedra, e a
buscaram diligentemente ensinar e santificar
lei, e os mandamentos” (Êxodo 24:12), e eles firmaram o convênio com
os israelitas “para que contemplassem a face
Deus, dizendo: “Tudo o que o Senhor falou, faremos” (Êxodo 19:8; ver
de Deus; eles, porém, endureceram o cora-
também 24:3). O Senhor prometeu que, se fossem obedientes a seus
ção e não puderam suportar sua presença”
convênios, Ele habitaria no meio deles (ver Êxodo 29:45–46). Con-
(Doutrina e Convênios 84:23–24).
tudo, quando Israel testemunhou “a glória do Senhor” (Êxodo 24:16)

Julho de 2022 5
 Repetidas vezes, os filhos de Israel nós a nos prepararmos para retornar à Sua presença, algo hoje pos-
demonstraram descrença, medo ou indis- sível por meio de Seu sacrifício expiatório: “Eis que é meu desejo
posição em mudar; preferiram um caminho que todos os que invocam meu nome e me adoram, de acordo com
mais fácil; colocaram o coração nas coisas do meu evangelho eterno, se reúnam e permaneçam em lugares santos”
mundo; ou rebelaram-­se deliberadamente (Doutrina e Convênios 101:22).
contra o Senhor e Seus profetas. Toda vez
que Israel se afastava de Deus e abandonava Por que as ordenanças do templo são tão importantes?
Seus convênios e Suas ordenanças, a ira do Os templos são os locais mais sagrados dentre todos os lugares
Senhor se acendia contra eles (ver Doutrina de adoração. Tudo o que é aprendido e tudo o que é feito nos tem-
e Convênios 84:24), e eles não podiam rece- plos atuais enfatiza o magnífico plano de felicidade do Pai Celestial,
ber a plenitude de Sua glória. a divindade de Jesus Cristo e Seu papel como nosso Salvador. Os con-
vênios recebidos e as ordenanças realizadas nos templos são essen-
ciais para a santificação de nosso coração e para a definitiva exaltação
O propósito divino da coligação
dos filhos e das filhas de Deus.
Os esforços do Senhor para reunir Seu
“E esse sacerdócio maior administra o evangelho e contém a chave
povo e abençoá-­lo por meio dos convênios
dos mistérios do reino, sim, a chave do conhecimento de Deus.
e das ordenanças do templo também são
Portanto, em suas ordenanças manifesta-­se o poder da divindade.
narrados no Novo Testamento e no Livro de E sem suas ordenanças e a autoridade do sacerdócio, o poder da
Mórmon. O Salvador lamentou: “Quantas divindade não se manifesta aos homens na carne” (Doutrina e Con-
vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como vênios 84:19–21).
a galinha ajunta os seus pintos debaixo das As ordenanças sagradas que são recebidas dignamente e lem-
asas, e vós não quisestes!” (Mateus 23:37; ver bradas continuamente abrem os canais do céu por meio dos quais
também 3 Néfi 10:4–6.) o poder da divindade pode fluir para nossa vida. A realização
O profeta Joseph Smith explicou: “Que e o cumprimento de convênios sagrados nos vinculam ao jugo do
objetivo poderá ter a coligação (…) do povo Salvador (ver Mateus 11:28–30)3 e podemos ser abençoados com uma
de Deus, em qualquer época do mundo? (…) força além da nossa para vencer as tentações e os desafios da mortali-
dade enquanto nos preparamos para retornar à presença de Deus.
O objetivo principal foi edificar uma casa ao
Senhor, na qual revelaria a Seu povo as orde-
nanças de Sua casa e as glórias de Seu reino
e ensinaria às pessoas o caminho da salvação
(…) para que pudessem (…) receber revela-
ções dos céus e ser aperfeiçoados nas coisas
do reino de Deus — mas eles não quiseram”.2
O Senhor deseja reunir Seus filhos nesta
dispensação e revelou “coisas que têm sido
mantidas ocultas desde antes da fundação
do mundo, (…) todas as coisas relativas
a essa casa e a seu sacerdócio, assim como
o lugar onde será construída” (Doutrina
e Convênios 124:41–42). Ele incentiva todos

6 Liahona
 As bênçãos dos convênios e das ordenanças do templo
Duas das importantes bênçãos recebidas por intermédio dos con-
vênios e das ordenanças do templo são maior alegria e poder.
O Redentor é a fonte única e definitiva da alegria duradoura.
A genuína alegria advém de se exercer fé no Senhor Jesus Cristo,
DETALHE DE CHRIST AND THE YOUNG CHILD, DE CARL HEINRICH BLOCH

receber dignamente e honrar fielmente as ordenanças e os convênios

sagrados e se esforçar para se tornar profundamente convertido ao
Salvador e a Seus propósitos.
Alma ensinou a seu filho que a maior santidade e alegria de nossa
vida se torna possível à medida que somos purificados e santificados
por meio da Expiação de Jesus Cristo. Somente por meio da fé em
nosso Redentor, do arrependimento e de guardarmos os convênios
é que somos capazes de receber a felicidade duradoura que todos nós
desejamos vivenciar e preservar.4
Observe a promessa de alegria feita pelo presidente Russell M.
Nelson: “Convidamos todos os filhos de Deus em ambos os lados do
véu a se achegarem a seu Salvador, a receberem as bênçãos do tem- Convite e testemunho
plo sagrado, a desfrutarem de alegria duradoura e a se qualificarem Convido-­os a diligentemente aprender
para a vida eterna”.5 e avaliar a importância eterna dos convênios,
Diante da fúria dos poderes das trevas em nossos dias, “ameaçando das ordenanças e da adoração no templo em
destruir nossa paz”,6 todos nós podemos contar com o poder protetor seu esforço de se achegar ao Salvador e rece-
que nos é dado por meio dos convênios e das ordenanças do tem- ber as bênçãos que se tornaram possíveis por
plo (ver Doutrina e Convênios 38:32; 43:16; 76:39–42; 105:11–12, 33; meio de Sua Expiação. Testifico com alegria
138:12–15). Néfi contemplou em visão e “[viu] o poder do Cordeiro de que Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo,
Deus que descia (…) sobre o povo do convênio do Senhor, (…) e esta- vivem e Seu maior desejo é que retornemos
vam armados com retidão e com o poder de Deus, em grande glória” à presença Deles e partilhemos de Sua glória
A GLORIOUS LIGHT—KIRTLAND TEMPLE, DE GLEN S. HOPKINSON, REPRODUÇÃO PROIBIDA

(1 Néfi 14:14). (ver Doutrina e Convênios 97:16; 101:38). ◼

Na oração dedicatória do Templo de Kirtland, o profeta Joseph
Smith rogou ao Pai “que teus servos saiam desta casa armados de teu
poder” e que “nenhuma combinação iníqua (…) [levante-­se e preva-
leça] contra teu povo, sobre quem se colocará teu nome nesta casa”
(Doutrina e Convênios 109:22, 26).
Cada um de nós deve se esforçar para aprender e compreender
melhor o poder protetor dos convênios e das ordenanças disponíveis
na casa do Senhor, de modo que nós, discípulos, “[permaneçamos]
em lugares santos e não [sejamos] movidos” (Doutrina e Convê-
NOTAS
1. Russell M. Nelson, “Considerações finais”, Liahona,
novembro de 2019, p. 121.
2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007,
pp. 438–439.
3. Ver David A. Bednar, “Com o poder de Deus, em
grande glória”, Liahona, novembro de 2021, p. 28.
4. Ver Henry B. Eyring, “Santidade e o plano de
felicidade”, Liahona, novembro de 2019, p. 100;
ver também Alma 42:4–16.
5. Russell M. Nelson, “Trabalhemos hoje”, Liahona,
maio de 2018, p. 118.
6. “Graças damos, ó Deus, por um profeta”, Hinos, nº 9.

nios 45:32) e “[resistamos] no dia mau” (Efésios 6:13).

Julho de 2022 7
 VER AS TÃO
AGUARDADAS
BÊNÇÃOS DO TEMPLO
Membros do mundo inteiro compartilham as bênçãos que
receberam conforme os templos foram abrindo em sua área.

O
s templos são os lugares de adoração mais sagrados
na Terra. Lá, os membros da Igreja se aproximam de
Deus enquanto participam de ordenanças essenciais
e fazem convênios por si mesmos e por seus parentes faleci-
dos. É a casa do Senhor, onde a paz, o consolo e a revelação
fluem no interior daqueles que ali adentram.
No entanto, visto que a Igreja restaurada de Jesus Cristo
se espalhou pelos mais distantes cantos da Terra, ir ao tem-
plo se tornou um desafio para muitos. Nos últimos anos,
a pandemia da Covid-19 limitou o acesso aos templos a um
grande número de pessoas.
Na mesma conferência geral em que foi apoiado como
presidente da Igreja, o presidente Russell M. Nelson
afirmou: “Com a expansão do número de membros da
Igreja, queremos aproximar os templos desses membros”
(“Trabalhemos hoje”, Liahona, maio de 2018, p. 119).
Desde essa época, a cada conferência geral, os membros
da Igreja aguardam ansiosos o anúncio de novos templos
mundo afora, maravilhados com esse indicador de cres-
cimento rápido e esperançosos de receber a notícia sobre
a construção de um templo perto de sua casa.

8 Liahona
 Templo de Bruxelas Bélgica
Anúncio feito em abril de 2021
Ficamos totalmente surpresos quando ouvimos o presidente
Nelson anunciar a construção de um templo em Bruxelas, Bél-
gica. Minha esposa e eu presidimos a Missão Bélgica/Holanda
e muitas vezes trabalhamos no Templo de Haia Holanda,
situado a duas horas de nossa casa na Bélgica. Agora vamos
gastar apenas uma hora ou talvez menos para ir ao templo em Bruxelas.
Ao ouvirmos o anúncio, lágrimas rolaram de nossos olhos diante da profunda
gratidão que sentimos, e isso foi o suficiente para despertar em nossa família e
nos membros da estaca um sentimento crescente de consagração e amor pelo
templo. O anúncio do templo testifica que o Senhor conhece nosso pequeno
país e está ciente do trabalho e dos sacrifícios realizados pelos antigos e pelos
atuais pioneiros nessa área.
Johan Buysse e Linda Buysse-­Vergauwen, Ala St. Niklaas, Estaca Antuérpia Bélgica

Templo de Haia Holanda

Templo de Antofagasta Chile

Abertura de terra: novembro de 2020
É emocionante ver como o Salvador está acelerando Sua obra
no coração e na mente dos santos dos últimos dias. Nosso
desejo é estar preparados em todos os aspectos para realizar
o que o Senhor exigir de nós quando o Templo de Antofagasta
Chile for dedicado e entrar em operação.
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DO TEMPLO DE BRIGHAM CITY UTAH

O entusiasmo e a alegria de nossos filhos e jovens em servir no templo é uma

inspiração para nós, e eles já se imaginam indo ao templo. Eles estão apren-
dendo o significado da coligação de Israel, descobrindo que são parte funda-
mental dela e o quão importante será ter uma casa do Senhor bem perto de sua
própria casa.
Muitos santos do norte do Chile estão colocando a vida em ordem, sabendo
que o Redentor estará esperando por eles de braços abertos em Sua santa
casa. Eles querem fazer parte da grande bênção de ter um templo em Antofa-
gasta. Minha esposa, Patyta, e eu também estamos nos preparando para que
o Senhor possa contar conosco no serviço dessa causa da coligação, a qual Ilustração do Templo de Antofagasta Chile

tanto amamos.
Claudio González, Ala Angamos, Estaca Antofagasta Chile

Julho de 2022 9
 Templo de Cingapura República de
Cingapura
Anúncio feito em abril de 2021
Dezembro de 2018 foi a última vez que nós, como famí-
lia, pudemos visitar o Templo de Taipei Taiwan antes de a
pandemia da Covid-19 impor restrições de viagem e causar
o fechamento dos templos. Esperamos ansiosamente que
em breve possamos retornar à casa do Senhor para adorar.
Quando ouvimos o anúncio de um templo em Cingapura, todos ficamos
extremamente empolgados. O Pai Celestial está atento aos santos da Malá-
sia. Há muitos anos, os santos do Distrito de Kuala Lumpur tentam trabalhar
para se tornar uma estaca. Muitas vezes, esse objetivo parecia um tanto
distante, mas nunca deixamos de falar sobre esse assunto. O anúncio de um
templo em Cingapura mostra que o Senhor reconhece os esforços dos santos
da Malásia.
Templo de Campinas Brasil
Richard Kok Leong Ho e Chan Min Lian, Ramo Petaling Jaya, Distrito Kuala Lumpur, Malásia

Templo de Durban África do Sul

Dedicado em fevereiro de 2020
Temos um belo e novo templo em Durban, África do Sul,
que nos dá a oportunidade de “[permanecer] em lugares
santos e não [sermos movidos]” (Doutrina e Convênios
45:32). Ali, podemos reservar tempo longe das dificuldades
e dos ruídos do mundo para escutar e ouvir a voz mansa
e delicada do Espírito Santo.
O templo é um lugar onde podemos regularmente acrescentar gotas de
óleo às nossas lâmpadas para que brilhem mais intensamente e nos permi-
tam estar bem preparados para o dia do Senhor.
Mandy Swinburne (fotografada com sua filha), Ala Hillcrest, Estaca Hillcrest África do Sul

Templo de Durban África do Sul

UM FIRME ALICERCE ESPIRITUAL

“O templo encontra-­se no cerne do
fortalecimento de nossa fé e de nossa
força espiritual porque o Salvador
e Sua doutrina são a essência do tem-
plo. Tudo o que é ensinado no templo,
por meio de instrução e pelo Espírito,
amplia nossa compreensão a respeito
de Jesus Cristo. (…)
Sempre que ocorrer qualquer tipo de agitação em sua
vida, o lugar mais seguro para se estar espiritualmente
é dentro dos limites dos convênios do templo!
Por favor, acreditem em mim quando digo que,
quando seu alicerce espiritual é construído solida-
mente em Jesus Cristo, vocês não precisam temer. Ao
serem fiéis aos convênios que fizeram no templo, vocês
serão fortalecidos pelo poder de Jesus Cristo. Então,
quando ocorrerem terremotos espirituais, vocês serão
capazes de permanecer firmes porque seu alicerce
espiritual será sólido e inamovível.”
Presidente Russell M. Nelson, “O templo e o nosso alicerce
espiritual”, Liahona, novembro de 2021, pp. 93–94, 96.
 Templo de Port Vila Vanuatu
Anunciado em outubro de 2020
Como presidente de estaca, fiquei completamente extasiado quando o presidente Rus-
sell M. Nelson fez o anúncio do templo. Senti paz, alegria e esperança para minha famí-
lia, meus amigos e os membros queridos da estaca, bem como para tantos outros que
também poderão receber bênçãos por ter uma casa do Senhor na região de nossa ilha.
Com as notícias do templo em nosso litoral, estamos vivenciando mudanças no
coração. Os membros estão empenhados em guardar os mandamentos e se reunir regularmente com
os líderes da Igreja em preparação para as ordenanças e as bênçãos do templo. Mais membros estão
se comprometendo com o trabalho de história da família.
É de fato uma bênção não apenas para os membros da Igreja, mas para todo o país.
Yvon Basil, Ala Port Vila 2, Estaca Port Vila Vanuatu

Templo de Mesa Arizona

Rededicado em dezembro de 2021
Entrar novamente no Templo de Mesa Arizona após uma longa reforma foi um
momento do qual não me esquecerei tão cedo. A visitação pública me lembrou de
que estar no templo é um deleite. A importância da vida fica um pouco mais clara,
e o estresse e as pressões que pesam sobre mim são aliviados por um momento.
Isso me traz um alívio sereno com o qual sinto a paz e a esperança que nosso Pai
Celestial oferece.
Com cinco filhas, sinto urgência em ensiná-­las sobre o descanso que o serviço fiel no templo pode
proporcionar. Levá-­las a esse lugar sagrado durante a visitação pública deu a elas a oportunidade de
ter um vislumbre do que o templo lhes reserva. Isso estimulou muitas conversas valiosas sobre como
se preparar para entrar no templo, recomendações para o templo, padrões, fé, trabalho de história da
família, convênios, ordenanças, bondade, revelação e assim por diante.
Nossa vida foi abençoada e nosso testemunho fortalecido com a oportunidade de entrar na casa do
Senhor. Tão logo os horários foram disponibilizados, procurei rapidamente fazer meu primeiro agenda-
mento depois da dedicação. Tenho os nomes de meus antepassados!
Anaclea Whiting, Ala Lindsay, Estaca Mesa Arizona Hermosa Vista

Templo de Campinas Brasil

Dedicado em maio de 2002
Estamos muito felizes com a reabertura do Templo de Campinas, fechado devido
à pandemia da Covid-19. O templo foi reaberto bem a tempo de comemorarmos
nosso 20º aniversário. Amamos essa dádiva especial do Senhor.
Testifico que o templo é a casa do Senhor, um lugar cheio de amor, milagres, paz
e cura. Deus é literalmente nosso Pai Celestial e nos aguarda com alegria em Sua
santa casa de modo que possamos sentir Sua presença e obter vigor para vencer o mundo.
Isabel Bueno de Almeida, Ala Sumaré, Estaca Sumaré Brasil

Julho de 2022 11
 TORNAR AS ORDENANÇAS DO
TEMPLO MAIS ACESSÍVEIS
A
o longo da história, o Senhor tornou acessíveis as
ordenanças essenciais em Seus templos sagrados.
Por meio dessas ordenanças do sacerdócio e dos
convênios associados, o Senhor nos une a Ele e torna
possível a exaltação.
O profeta Joseph Smith recebeu uma revelação que
prenunciava a importância das ordenanças do templo
para os vivos e os mortos antes da organização oficial de
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em
1830 (ver Doutrina e Convênios 2).
A importância dessas ordenanças nos primeiros dias da
Restauração foi ressaltada pelo esforço de construir tem-
plos mesmo em circunstâncias difíceis. Desde essa época,
sua importância pode ser constatada na construção de
templos cada vez mais próximos aos membros da Igreja
em locais espalhados pelo mundo.

1831: O Senhor revelou aos
santos que havia designado
um templo para Indepen-
dence, Missouri (ver Doutrina
e Convênios 57:1–3). Em
1838, outro templo em Far
West, Missouri, também foi
designado (ver Doutrina
e Convênios 115:7–16).
Devido ao momento con-
turbado, esses templos não
foram construídos naquela
época. Eles não fazem parte
da lista atual de templos
anunciados nem estão sendo
efetivamente planejados.
1836: O Templo de 1846: O Templo de 1855: Entre o abandono do
Kirtland foi dedicado Nauvoo foi origi- Templo de Nauvoo em 1846
em março de 1836, ape- nalmente dedicado e a dedicação do Templo de
nas seis anos depois da em maio de 1846. St. George Utah em 1877, não
restauração e organiza- Grande parte do houve nenhum outro tem-
ção da Igreja em 1830. edifício foi destruída plo dedicado. Os santos dos
A posse da proprie- por um incêndio últimos puderam receber as
dade foi alterada após criminoso em ordenanças do templo na casa
a maioria dos membros 1848. O Templo de de investiduras até sua demoli-
deixar Kirtland em 1838, Nauvoo Illinois foi ção em 1889.
e o edifício não é mais reconstruído no local
contado entre os tem- original e dedicado
plos dedicados. em 2002.
1847: Apenas quatro dias depois de che-
gar ao vale, Brigham Young fez o anúncio
daquele que seria o Templo de Salt Lake.
O templo teria que aguardar até 1893 para
ser dedicado.

Templo de Nauvoo Illinois

(reconstruído)

Templo de St. Templo de Salt Lake

Templo de Kirtland Templo de Nauvoo George Utah

Número de templos anunciados (em 1º de janeiro)

12 L i a h o n a Número de templos em funcionamento (em 1º de janeiro)

1945: O Templo de Mesa
Arizona realizava orde-
nanças em espanhol e foi
o primeiro templo no qual
as ordenanças foram apre-
sentadas em um idioma
diferente do inglês.
1978: Com a dedicação do
Templo de São Paulo Brasil
em 1978, havia 17 templos
em funcionamento.
1985: Durante o serviço de
Spencer W. Kimball como
presidente da Igreja de 1973
a 1985, 31 templos foram
anunciados.
1997: O presidente Gordon
B. Hinckley anunciou pro-
jetos de templos menores.
Em 1998, ele anunciou
sua intenção de chegar
a um total de 100 templos
em funcionamento até
o ano 2000.
Templo de Mesa Arizona
2000: O presidente Hinckley
dedicou quatro templos em uma
semana (11 a 18 de junho): o Tem-
plo de Fukuoka Japão; o Templo
de Adelaide Austrália; o Templo de
Melbourne Austrália; e o Templo
de Suva Fiji.
2008: Durante o serviço do presi-
dente Hinckley como presidente
da Igreja de 1995 a 2008, 78 tem-
plos foram anunciados.
2018: Durante o serviço do
presidente Thomas S. Monson
como presidente da Igreja de
2008 a 2018, 45 templos foram
anunciados.
Templo de Arequipa Peru
Número de templos
2021: Nos primeiros quatro
anos de serviço do presidente
Russell M. Nelson como pre-
sidente da Igreja de 2018 até
o final de 2021, 83 templos
foram anunciados.
2022: Até 1º de janeiro de 2022,
265 templos foram anuncia-
dos, estavam em construção
ou foram dedicados.
Julho de 2022 13
 Nova esperança de
cura mais profunda
para a depressão
e a ansiedade

Os relatos de cura duradoura da depressão e da

ansiedade ilustram como as mudanças graduais
motivadas pelo evangelho contribuem de maneiras
significativas para uma cura que perdura.
Jacob Hess, PhD

J
esus Cristo não foi apenas um magnífico professor, mas também um
médico em Quem as pessoas encontraram alívio duradouro de suas
aflições. Isso porque o Salvador tomou sobre Si “as dores e as enfer-
midades de seu povo (…), para que saiba, segundo a carne, como socor-
rer seu povo” (Alma 7:11–12).
Para aprender mais sobre a cura duradoura da depressão e da ansie-
dade, li mais de cem relatos de pessoas que alcançaram alívio profundo
e duradouro para os desafios cada vez mais comuns em nossos dias.
Ao fazer isso, identifiquei diversos temas úteis presentes nos inúmeros
relatos de cura, dentre eles mudanças físicas, emocionais, relacionais
e espirituais.1
Mesmo antes de a pandemia da Covid-19 aumentar o estresse, o iso-
lamento e a dor, havia grande preocupação com a forma pela qual os
padrões de estilo de vida influenciam a angústia emocional. Como
afirmou o Dr. Stephen Ilardi: “Os seres humanos não foram criados,
de modo nenhum, para ter uma vida malnutrida, sedentária, reclusa,
insone, socialmente isolada e dominada pelo frenesi do século 21”.2
Que medidas podemos tomar em nossos lares para contra-­atacar
esses padrões de estilo de vida que nos tornam vulneráveis à angústia
emocional? Com base nos temas que identifiquei, apresento a seguir
uma série de ajustes específicos que as pessoas emocionalmente feridas
poderão adotar para aprofundar sua própria cura emocional.

1. Manter a esperança na possibilidade de uma cura mais profunda

“Se tendes fé, tendes esperança nas coisas que se não veem e que são verda-
deiras” (Alma 32:21).
Um dos temas mais comuns presente nos relatos de cura foi a espe-
rança de que seria possível melhorar o bem-­estar emocional por meio
FOTOGRAFIAS: GETTY IMAGES

14 L i a h o n a
de mudanças graduais. Como disse uma pessoa:
“Cura é uma questão de (…) manter a espe-
rança”.3 Muitas pessoas acometidas por doença
mental receberam diagnóstico de que sua
condição era permanente. Esse pensamento se
baseava na crença de que o cérebro adulto não
muda. Hoje sabemos que isso não é verdade.
Descobertas sobre a mutabilidade do cérebro
aumentaram a esperança de que mudanças
fundamentais são possíveis, o que se estende
a quem sofre de doenças mentais.
A possibilidade de mudanças profundas não
deve ser algo surpreendente para os que creem
em Cristo. Falando a pessoas afetadas por
doenças mentais, o élder Erich W. Kopischke,
dos setenta, ensinou: “Façam todas as coi-
sas que estiverem ao seu alcance e, depois,
‘[aguardem] (…) para ver a salvação de Deus
e a revelação de seu braço’ (Doutrina e Convê-
nios 123:17)”.4 Contar com quem não desiste de
nós pode ser uma grande ajuda, como consta-
tado pelo Dr. Daniel Fisher em entrevistas feitas
com pessoas recuperadas: “Muitas e muitas
vezes, ouvimos ‘Eu precisava de alguém para
acreditar em mim’”.5

2. Fazer pequenos e grandes ajustes na vida

“É por meio de coisas pequenas e simples que as
grandes são realizadas” (Alma 37:6).
Quase todo relato de cura envolveu pessoas
aprendendo coisas novas e crescendo de manei-
ras diferentes. Às vezes, grandes mudanças
foram feitas. Por exemplo, uma mulher disse:
“Descobri em meu coração outras mágoas,
hábitos e problemas emocionais com os quais

Julho de 2022 15

eu tinha de lidar. Vi em mim egoísmo,
controle, raiva (…) e tantas coisas para
as quais estava cega”.6
Em outras situações, as pessoas desco-
briam que ajustes menores faziam toda
a diferença, como manter um diário de
gratidão, adotar um animal de estimação
ou passar mais tempo à luz do sol. Uma
pessoa falou sobre o valor de um pouco
mais de quietude no dia a dia: “Acordo
bem cedo para não ter que correr pela
manhã. Pego sol recostado à janela por
alguns minutos”. Em seguida, ele se ajeita
à mesa para saborear um “calmo, quente
e tranquilo café da manhã” — sem ser inter-
rompido pelo telefone.7
3. Priorizar atividades físicas,
alimentação e sono
“Cessai de dormir mais do que o necessário;
recolhei-­vos cedo, para que não vos canseis;
levantai-­vos cedo, para que vosso corpo e vossa
mente sejam fortalecidos” (Doutrina e Convê-
nios 88:124; ver também 89:18–21).
Há muito se sabe que intensificar
a prática de atividades físicas aumenta
o humor. Ajustes alimentares também
16 L i a h o n a
podem fazer a diferença na redução da depressão.8 Como escre-
veu a Dra. Felice Jacka: “Comer salada não vai curar a depressão.
Mas você pode fazer muitas coisas para aumentar sua disposição
e melhorar a saúde mental, coisas tão simples como comer mais
vegetais e alimentos saudáveis”.9 Da mesma forma, os pesquisadores
descobriram que dormir uma hora mais cedo “é igual a reduzir em
23 por cento o risco de desenvolver um transtorno depressivo sério”,10
e isso também traz benefícios para os atuais males da depressão e da
ansiedade.
4. Ajustar sua dieta e suas atividades mentais
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti” (Isaías 26:3).
Os que estão experimentando uma cura mais profunda geral-
mente relatam como veem o desespero e o “conteúdo mental” escuro
não como um reflexo do que são, mas como algo pelo qual estão
passando. Um irmão relatou: “O que antes vivi, isto é, esse tipo de
tortura, essa escravidão causada pelo processo mental, consegui
superar e passei a encarar como algo mais inofensivo, como descan-
sar às margens de um rio e ficar olhando a correnteza”.11
Embora seja normal considerarmos nossos pensamentos como
“realidade”, é possível recorrer a práticas como oração, meditação ou
terapia para aprender a encarar os pensamentos e sentimentos de
maneira mais objetiva e menos pessoal. Isso, por sua vez, ajuda-nos
a avaliar nossa capacidade de escolher como reagir ao que está acon-
tecendo em nosso íntimo e a redirecionar a atenção ao que é verda-
deiro e bom.
Prestar mais atenção ao que colocamos em nossa mente também
pode fortalecer a cura. “Se a maioria das informações que vocês rece-
bem vier das mídias sociais ou de outras mídias, sua capacidade de
ouvir os sussurros do Espírito diminuirá”,12 disse o presidente Nelson
recentemente.
5. Buscar perdão e cura de traumas passados
“E Deus enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte,
nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passa-
das” (Apocalipse 21:4).
É comum que coisas dolorosas do passado (do abuso precoce ao
trauma posterior) influenciem o sofrimento emocional do tempo
presente. Um padrão comum nos relatos de cura é não ignorar essas
conexões e, em vez disso, levá-­las a sério. Uma mulher que encon-
trou a cura sugeriu que, em vez de nos concentrarmos no que está
errado com as pessoas, explorássemos mais o que aconteceu a elas.13
Felizmente, hoje há uma maior conscientização e apoio profissional
voltado ao trauma para ajudar as pessoas a encontrar a cura de episó-
dios dolorosos do passado.
6. Aprofundar suas conexões
com Deus e as pessoas
Jacó convidou seu povo a “ouvir a agradável
palavra de Deus, sim, a palavra que cura a alma
ferida” (Jacó 2:8).
Fiquei impressionado com o número de
relatos de um centro de cura emocional mais
profunda sobre a redescoberta de uma nova
conexão com Deus. Um homem mencionou
o “apegar-­se às promessas de Deus” nas escri-
turas quando ninguém mais ao redor parecia
ser capaz de ajudá-­lo.14 O élder Jeffrey R.
Holland deu o seguinte conselho a quem
enfrenta a depressão: “Com fé sigam as práti-
cas devocionais provadas pelo tempo que con-
vidam o Espírito do Senhor para sua vida”.15
Muitos outros afirmaram que descobrir o
real valor, propósito e significado de sua vida
foi parte importante da cura, assim como
se conectar com as pessoas de seu convívio.
Um membro da Igreja encontrou uma doce
conexão com familiares falecidos ao se apro-
fundar na história de sua família. Ele relata
que pouco a pouco começou a perceber o
quanto o aprofundamento dessas conexões o
fazia se “sentir mais leve”, a ponto de, ao fim,
“nem notar a presença da depressão”.16
vez menor com relação a recursos externos. As aulas de resiliên-
cia emocional da Igreja são um dos recursos que ajuda as pessoas
a desenvolver esse tipo de liberdade crescente.17
Pequenas mudanças fazem uma grande diferença
Nenhuma das mudanças descritas anteriormente, é claro, precisa
acontecer de uma só vez. O neurocientista Alex Korb escreveu:
“‘Uma pequena mudança por vez’ é capaz de reverter o avanço da
depressão criando uma ‘espiral ascendente’”. Certa vez, visitei uma
família cujo filho adolescente com quadro de depressão não se dis-
punha a fazer nada a não ser tomar um pouco mais de sol. Depois de
duas semanas praticando esportes com o pai com maior frequência,
esse jovem se sentiu motivado a mudar sua dieta, e isso trouxe outros
benefícios e uma nova disposição de cura gradual. Temos aqui a
constatação daquilo que o élder Michael A. Dunn, dos setenta, recen-
temente frisou como “agregar ganhos marginais”.18
Outro irmão contou como cuidar melhor da mente e dos pensa-
mentos o ajudou a colher benefícios em outras áreas da vida: “Come-
cei a ser mais seletivo com o tipo de [mídia] que consumia e com
quem eu saía, pois tinha um sentimento claro de como aquilo estava
me afetando. Isso influenciou meu ciclo de sono: comecei a descan-
sar mais e percebi como me sentia ótimo quando me exercitava.
Notei também quais alimentos me faziam bem e quais me faziam
mal”. Ele descreveu essas mudanças como um “efeito dominó (…)
que repercutiu em outras reviravoltas felizes”.19

7. Diminuir a dependência
“[Ajam] por si mesmos [em vez de] receberem
a ação” (2 Néfi 2:26).
É natural que qualquer pessoa enfren-
tando um quadro de depressão ou ansiedade
recorra a toda sorte de apoio externo, desde
terapeutas profissionais e familiares ou ami-
gos a medicamentos e alimentos. Alguns,
infelizmente, lançam mão de substâncias
ilegais e álcool ao tentar lidar com emoções
dolorosas. Enquanto muitas fontes de ajuda
oferecem alívio por curto período, quem
encontrou uma cura mais duradoura relata,
de maneira consistente, a dependência cada

Julho de 2022 17
 O Dr. Korb explica: “Em sistemas comple-
xos como o cérebro, mesmo uma pequena
mudança pode mudar a ressonância de todo
o sistema. Por exemplo, o exercício altera
a atividade elétrica do cérebro durante
o sono, reduzindo a ansiedade e aumentando
a disposição, o que confere mais energia
ao exercício [e a interação com as pessoas].
Da mesma forma, expressar gratidão ativa
a produção de serotonina, responsável por
melhorar nossa disposição e possibilitar
a superação de maus hábitos, aumentando
o senso de gratidão. Qualquer mudança,
mesmo ínfima, pode ser o estímulo que
o cérebro precisa para começar a girar em
uma espiral ascendente”.20
Veja então que a cura mais profunda não
envolve mudar tudo de maneira drástica.
Isso seria assustador, mesmo em condições
normais, sem mencionar as situações quando
nos sentimos emocionalmente afligidos. Até
mesmo ajustes simples podem produzir uma
diferença real e gradual. Então, não desista!
Compreender a forma como a mudança
gradual é essencial à cura duradoura me fez
valorizar ainda mais o fato de ser parte de
uma comunidade do evangelho dedicada ao
crescimento contínuo e ao progresso eterno.
A boa notícia é que essas oportunidades de
crescimento são pontos priorizáveis em nossa
vida e em nosso lar. Os profetas nos chama-
ram a atenção repetidas vezes para os poten-
ciais inexplorados em nossa própria família.
Nos últimos anos, o presidente Nelson vem
nos incentivando a “transformar [nosso] lar
em um santuário de fé”.21 Mediante a inspira-
ção do Espírito, creio que também podemos
tornar nossos lares um santuário de cura.
Nosso Senhor conhece a agonia da dor
emocional esmagadora e o que pode nos
ajudar a encontrar alívio mais profundo. Por
mais confusa que a doença mental seja para
18 L i a h o n a
todos nós, testifico que, no Senhor, não há
confusão. Ele sabe exatamente o que pode
nos ajudar a encontrar uma cura emocional
mais duradoura. ◼
NOTAS
1. Como minha inspiração para este projeto, recomendo
a leitura de Kelly Turner, Radical Remission: Surviving
Cancer Against All Odds, 2015.
2. Stephen S. Ilardi, The Depression Cure: The 6-­Step Program
to Beat Depression without Drugs, 2009, p. viii.
3. Nyla Verity, Survivor: A Courageous True Account of Perso-
nal Transformation from Victim to Survivor, 2017, p. 10.
4. Erich W. Kopischke, “Falar a respeito de saúde emocio-
nal”, Liahona, novembro de 2021, p. 38.
5. Daniel Fisher, em Kate Mulligan, “Psychiatrist Turns
Illness into Empowerment Tool”, Psychiatric News, 1º de
junho de 2001, psychnews.psychiatryonline.org.
6. Crystal Jeske, From Darkness to Light: Understand and
Overcome Depression in Yourself and Others, 2021, p. 60.
7. Witold Kozlowski, Depression Blueprint: The Physiological
Way through Depression and Out of All That Pain, 2017, p. 37.
8. Ver Felice N. Jacka e outros, “A Randomised Controlled
Trial of Dietary Improvement for Adults with Major
Depression”, BMC Med, vol. 15, nº 23, 2017.
9. Felice N. Jacka, em Anahad O’Connor, “How Food May
Improve Your Mood”, New York Times, 6 de maio de
2021, nytimes.com.
10. Iyas Daghlas e outros, “Genetically Proxied Diurnal
Preference, Sleep Timing, and Risk of Major Depressive
Disorder”, JAMA Psychiatry, 2021, E1.
11. Thomas McConkie, entrevista dada em Mindweather
101, mindweather.org.
12. Russell M. Nelson, “Reservar tempo para o Senhor”,
Liahona, novembro de 2021, p. 120.
13. Ver Eleanor Longden, “The Voices in My Head”
(palestra no TED), fevereiro de 2013, ted.com.
14. Aaron Kim, “Jesus Healed Me of Panic Attacks, Depres-
sion, Anxiety, Insomnia, Fearful/Suicidal Thoughts,
Testimony”, 21 de dezembro de 2018, youtube.com.
15. Jeffrey R. Holland, “Como um vaso quebrado”,
A Liahona, novembro de 2013, p. 41.
16. Grant Smith, comunicação pessoal, abril de 2019.
17. Ver Encontrar Forças no Senhor: Resiliência
Emocional (curso de autossuficiência, 2021),
ChurchofJesusChrist.org.
18. Michael A. Dunn, “Um por cento melhor”, Liahona,
novembro de 2021, p. 106.
19. McConkie, mindweather.org.
20. Alex Korb, The Upward Spiral: Using Neuroscience to
Reverse the Course of Depression, One Small Change at
a Time, 2021, p. 5.
21. Russell M. Nelson, “Tornar-­nos santos dos últimos dias
exemplares”, Liahona, novembro de 2018, p. 113.
PAR A OS PAIS
Achegar-­se
a Jesus Cristo
Prezados pais,
O Senhor nos deu Seu evangelho,
o sacerdócio, os templos e muitos
outros recursos para nos ajudar
a aprender com Ele e nos preparar
para retornar a Ele. Esta edição da
revista apresenta maneiras pelas
quais todos podemos nos achegar
a Cristo apesar dos desafios ao
nosso redor.
DEBATES SOBRE
O EVANGELHO
O templo: O lugar
santíssimo de adoração
Na página 4, vocês podem usar
os ensinamentos do élder David A.
Bednar para ensinar à sua família
a importância das ordenanças do
templo. Na sequência deste artigo,
há uma coletânea de testemunhos
prestados por membros do mundo
inteiro sobre novos templos em sua
área. Mostrem à sua família o gráfico
da página 12 para conferir o cres-
cimento do número de templos
anunciados recentemente. Como as
ordenanças do templo aproximam
pessoas e famílias do Pai Celestial
e de Jesus Cristo?
O que são as escrituras?
Você pode usar o artigo “Prin-
cípios do evangelho” na página 22
para ensinar o que são as escrituras
e por que é importante estudá-­las
e os ensinamentos dos profetas dos
dias atuais.
O Senhor vai nos guiar
Na página 40, o élder Ciro Schmeil
fala sobre exemplos de pessoas que
foram instrumentos nas mãos do
Senhor. Leia algumas citações do
artigo e debata com seus familiares
como eles podem ser abertos aos
sussurros do Espírito e se tornar
instrumentos nas mãos do Senhor.
MOMENTO DIVERTIDO —
ESTUDO FAMILIAR DO
VEM, E SEGUE-­ME
Para um tempo como este
Ester 4–7
Ester foi corajosa ao se dirigir
à presença do rei e salvar seu povo.
1. Sentem-­se em círculo e peça
a um membro da família que
cite um herói das escrituras que
foi corajoso, especificando uma
maneira pela qual essa pessoa
demonstrou coragem (exemplo:
Ester, coragem para falar).
2. A próxima pessoa do círculo
diz o nome do primeiro herói
e escolhe outra pessoa das escri-
turas que, para ela, foi corajosa
e explica por quê.
3. Continue percorrendo o círculo,
citando cada personagem das
escrituras selecionado e acrescen-
tando um novo. Vá jogando até
que todos os membros da família
participem pelo menos uma vez.
Debate: Como podemos ser cora-
josos em nossa época e em nossas
circunstâncias específicas? Como
podemos abençoar a vida de outras
pessoas quando agimos com cora-
gem e fazemos a coisa certa? 
Enviado por Lisa Thomas
Julho de 2022 19
A I G R E J A E S TÁ AQ U I

Colúmbia Britânica,
Canadá
Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi-
mos Dias estão na Ilha de Vancouver desde 1875. A Igreja foi
estabelecida na cidade de Vancouver em 1904. Hoje, a Igreja
na Colúmbia Britânica tem:

31.000 membros
(aproximadamente)

8 estacas, 79 alas e ramos,

1 missão

1 templo

Amor, fé, respeito e diversão

Na Ilha Vancouver, Brad e Michelle Harris e seus filhos
caminham na praia. “As famílias bem-­sucedidas são estabe-
lecidas sobre os princípios de amor, fé, respeito e diversão”,
diz Michelle (ver “A Família: Proclamação ao Mundo”,
ChurchofJesusChrist.org).
PRINCÍPIOS DO EVANGELHO

Escrituras: A palavra de Deus

Velho Testamento
O Velho Testamento é um registro dos
assuntos de Deus com Seu povo do
convênio em tempos antigos. Inclui
ensinamentos de profetas como
Moisés, Josué, Isaías, Jeremias e Daniel.
Apesar de escrito centenas de anos
antes do nascimento de Jesus Cristo,
muitos profetas do Velho Testamento
escreveram sobre Ele.

A
s escrituras são livros sagrados escritos principalmente pelos profe-
tas. As escrituras testificam de Jesus Cristo e trazem ensinamentos
sobre Seu evangelho. As escrituras aprovadas pela Igreja são a Bíblia
(o Velho Testamento e o Novo Testamento), o Livro de Mórmon, Doutrina
e Convênios e a Pérola de Grande Valor.

22 L i a h o n a
 Novo Testamento O Livro de Mórmon: Outro Doutrina e Convênios
OLD TESTAMENT PROPHET, DE JUDITH A. MEHR; MORONI BURYING THE PLATES, DE TOM LOVELL; JOSEPH SMITH JR. RECEIVING REVELATION, DE DANIEL A. LEWIS

O Novo Testamento registra o nasci-
mento, a vida mortal, os ensinamentos
e a Expiação de Jesus Cristo. Inclui
também os ensinamentos dos após-
tolos de Cristo e de outros discípulos.
O Novo Testamento nos ajuda a enten-
der como viver o evangelho de Jesus
Cristo nos dias de hoje.
Testamento de Jesus Cristo
O Livro de Mórmon é um registro de
parte do povo que viveu nas Américas
antigas. Inclui ensinamentos dos pro-
fetas e seu propósito principal é con-
vencer todas as pessoas de que Jesus
é o Cristo. O profeta Joseph Smith tra-
duziu seus escritos a partir de placas
de ouro pelo dom e poder de Deus.
Doutrina e Convênios contém revela-
ções dadas ao profeta Joseph Smith
e outros profetas da Igreja. As revela-
ções descrevem como a Igreja de Cristo
é organizada. Além disso, contêm
ensinamentos importantes do evange-
lho sobre o sacerdócio, as ordenanças
do evangelho e o que acontece depois
desta vida.

POR QUE LER AS ESCRITURAS?

Todas as escrituras testificam de Jesus Cristo (ver Jacó 7:10–11).
As escrituras são dadas pela inspiração de Deus (ver 2 Timóteo 3:15–16).
Podemos aplicar as escrituras à nossa vida (ver 1 Néfi 19:23).

Julho de 2022 23
Pérola de Grande Valor
A Pérola de Grande Valor inclui os livros
de Moisés e Abraão, o testemunho
de Joseph Smith e as Regras de Fé da
Igreja. Inclui também Joseph Smith—
Mateus, parte da tradução de Joseph
Smith do Novo Testamento.
MAIS DETALHES SOBRE A PÉROLA DE GRANDE VALOR
Livro de Moisés: A tradução inspirada
do profeta Joseph Smith dos primeiros
capítulos de Gênesis. Moisés capítulo
1 é exclusivo; o restante dos capítulos
se baseia em Gênesis 1:1–6:13.
24 L i a h o n a
O estudo das escrituras
Os profetas nos ensinaram a estudar
as escrituras diariamente. Essa prática
nos ajuda a aumentar nossa fé e a nos
achegar ao Pai Celestial e a Jesus
Cristo. Ao estudarmos as escrituras
em espírito de oração, o Espírito Santo
nos ajudará a encontrar respostas para
nossas dúvidas.
Livro de Abraão: A tradução inspirada
do profeta Joseph Smith dos escritos
de Abraão de pergaminhos de papiro
encontrados no Egito.
Profetas atuais
Quando os profetas e apóstolos atuais
falam pelo poder do Espírito Santo,
suas palavras são como as escrituras.
Um exemplo disso é a conferência
geral. Podemos estudar os ensinamen-
tos da conferência nas edições de maio
MOSES OVERCOMES SATAN, DE JOSEPH BRICKEY; AN ANGEL SAVES ABRAHAM, DE DEL PARSON; JOSEPH SMITH WRITING , DE DALE KILBOURN
e novembro da revista Liahona.
Regras de Fé: Treze declarações escri-
tas por Joseph Smith que relacionam
nossas principais crenças como mem-
bros da Igreja do Senhor.
 RETR ATOS DE FÉ
FOTOGRAFIA DE SHYAM, SUA ESPOSA, RADHIKA,

Shyam Kumar Lohat, Nova Délhi, Índia O restante da história

E SEU FILHO, DE RICHARD M. ROMNEY

A resposta à minha oração veio tarde da noite de uma forma indiscutível. Foi uma resposta
repleta de luz e paz. Senti-­me inspirado e renascido. Senti que desejava ser a pessoa mais
gentil do mundo. Deus sabia como me responder, e eu sabia o que fazer depois disso.
Na verdade, eu estava com medo do que aconteceria comigo se eu não fosse batizado.
VOZES DA IGREJA
Com a orientação do Senhor
Darrel Freeman, Maryland, EUA
Em meio à adversidade, aprendi que sou capaz de realizar coisas difíceis.
C omo enfermeiro anestesista a serviço da Reserva da
Marinha dos EUA durante a pandemia da Covid-19,
fui mobilizado e designado para um hospital de campa-
nha no Centro de Convenções Jacob K. Javits, cidade de
Nova York, prestando atendimento na linha de frente
durante o pico do surto de Covid-19 na cidade.
Ao iniciar meus deveres, minha mente se encheu de
inquietações. Estava particularmente preocupado com
o atendimento aos pacientes e o combate a esse vírus
debilitante.
Senti-­me como Néfi, “conduzido pelo Espírito, não
sabendo de antemão o que deveria fazer” (1 Néfi 4:6).
Esse pensamento me ajudou a confiar no Pai Celestial
e a orar o tempo todo para ouvir Sua voz, seguir Suas
instruções e prestar o melhor atendimento possível aos
meus pacientes.
Na minha primeira noite de atendimento, um
paciente foi internado em estado crítico. Quando meus
colegas e eu começamos a avaliar a situação, logo desco-
bri que ele só conseguia se comunicar em espanhol. Eu
era o único que falava espanhol, pois aprendi o idioma
em minha missão na Venezuela.
Quando comecei a falar com o paciente, ele me per-
guntou se tudo ficaria bem. Tranquilizei-­o dizendo-­lhe
que estava recebendo o melhor atendimento possível.
Senti um grau de confiança e consolo em seus olhos.
Durante o restante da noite, visitei-­o com frequência,
fazendo avaliações e fornecendo atualizações. Em pou-
cos dias, seu estado de saúde melhorou consideravel-
mente e ele recebeu alta.
Durante minha designação, conheci muitos pacientes
que se comunicavam basicamente em espanhol. Minha
capacidade de falar com eles lhes proporcionou alívio
e confiança durante a recuperação. 
Ao refletir sobre essa experiência de buscar orientação
celestial para prestar aos pacientes o melhor atendi-
mento possível, lembro-­me do conselho do élder Brook
P. Hales, dos setenta. Ele disse que o Pai Celestial está
envolvido “nos detalhes de nossa vida” e que “temos
direito a um fluxo constante de orientação divina por
meio da influência e inspiração do Espírito Santo”.1
Ficou extremamente claro para mim que minha capa-
cidade de falar espanhol era tão valiosa quanto meu
conhecimento médico. Ao cuidar de pessoas, também
ILUSTRAÇÃO: STEPHANIE HOCK
adquiri uma perspectiva clara de que, em meio à adversi-
dade e com a orientação do Senhor, posso realizar coi-
sas difíceis. ◼
NOTA
1. Brook P. Hales, “Respostas às orações”, Liahona, maio de 2019, p. 11.
O Senhor cumpriu Sua promessa
Jose Luis Scotland Palomino, Esmeraldas, Equador
As bênçãos do Senhor desceram sobre mim e minha família
depois de eu demonstrar obediência.
D ois meses depois de receber um
chamado para ser conselheiro
na presidência da estaca, perdi meu
emprego. Estava preocupado em
como iria sustentar minha esposa
e nossos dois filhos.
Enquanto procurava um novo
emprego, dediquei-­me ao chamado,
e isso me proporcionou inúmeras
oportunidades de servir a meus
irmãos e minhas irmãs. Na verdade,
estava tão envolvido com o chamado
que minha esposa começou a se per-
guntar se não haveria mais alguém
na estaca capaz de assumir algumas
de minhas responsabilidades.
Em uma noite chuvosa, pouco
antes da reunião familiar, o telefone
tocou. Um irmão da estaca, grave-
mente enfermo, carecia de uma bên-
ção, então me pediram para ir vê-­lo.
Sem perder tempo, dei um jeito de
levar comigo um amigo.
Ao chegarmos, imediatamente
reconheci o irmão doente e me senti
grato pelo telefonema. Alguns dias
antes, ele havia sido entrevistado
para um chamado na estaca. Depois
de ungi-­lo e abençoá-­lo, dissemos
que voltaríamos mais tarde para ver
como ele estaria.
Cheguei em casa tarde e molhado,
mas ainda tínhamos tempo para
uma rápida lição da reunião familiar.
Decidimos assistir a um vídeo sobre
Elias e a viúva de Sarepta.
Enquanto a viúva se preparava para
cozinhar uma última mísera refeição para
ela e seu filho, Elias lhe disse: “Não temas;
vai, faze conforme a tua palavra; porém
faze dele primeiro para mim um bolo
pequeno, e traze-­mo para fora; depois
farás para ti e para teu filho”. Por sua
obediência, “a farinha da panela não se
[acabou], e o azeite da botija não [faltou],
até o dia em que o Senhor [deu] chuva
sobre a terra” (1 Reis 17:13–14).
As palavras de Elias “faze dele primeiro”
penetraram meu coração. Com lágrimas
nos olhos, disse à minha esposa: “É isso!
Primeiro, precisamos fazer tudo o que o
Senhor ordena; depois, as bênçãos virão”.
Da mesma forma como a promessa de
Elias à viúva se cumpriu, nossa comida
e nosso azeite não faltaram enquanto
permaneci desempregado. O Senhor
conhecia nossa difícil situação financeira
e nos abençoou. Na manhã imediatamente
seguinte à reunião familiar, recebi uma
oferta de emprego.
Sei que o Senhor cumpre Suas
promessas. Diante dessa experiência,
minha fé se tornou grande, assim como
minha gratidão a Ele.  ◼
Julho de 2022 27
A terna misericórdia do Senhor
M. Gary Hadfield, Virgínia, EUA
Por anos, perguntei-­me se meu trabalho missionário na Riviera Francesa tinha sido em vão.
Q uando jovem, servi em uma missão de 30 meses
na França, de 1955 a 1958. Nos últimos oito meses
da missão, fui chamado a servir como presidente de
ramo em Cannes. O ramo em Cannes era pequeno, com
menos de dez membros ativos.
Nosso presidente de missão nos informou que plane-
java fechar o ramo em breve se não houvesse batismos.
Milagrosamente, três idosas logo solicitaram o batismo.
Após serem batizadas, uma delas mudou para Dijon,
onde não havia nenhum ramo da Igreja, e as outras
duas lutaram com dificuldades para permanecer ativas
na Igreja. Contudo, esses membros novos da Igreja nos
ajudaram a manter o ramo aberto.
Imaginem minha surpresa ao retornar a Cannes com
minha esposa, Kathleen, na década de 1990, e encontrar
uma nova capela da Igreja em Le Cannet, bairro seleto
localizado nas encostas, com vistas para Cannes. Existia
ali uma ala vibrante e transbordante que quase foi divi-
dida. Quando a congregação ouviu a singela história de
meus tempos em Cannes, fomos cercados por três avós
que haviam se filiado à Igreja na década de 1960.
28 L i a h o n a
“Se o ramo em Cannes não continuasse aberto”, disse-
ram elas, “jamais ficaríamos sabendo da Restauração da
Igreja de Cristo! Agora, todas nós temos netos servindo
no campo missionário”.
Enquanto nos alegrávamos com o feliz resultado de
manter o ramo aberto, um distinto senhor que ouvira
nossa conversa se juntou a nós.
“Sou o irmão Paya e também me filiei à Igreja em
Cannes na década de 1960”, afirmou ele. “Fui o antigo
bispo aqui, presidente da estaca em Nice e presidente
FOTOGRAFIA DE M. GARY HADFIELD E SUA ESPOSA GENTILMENTE CEDIDA PELO AUTOR
de missão na Espanha.”
Mais tarde, o irmão Paya se tornou presidente do Tem-
plo de Madri Espanha e setenta de área. Todos choramos
de alegria ao ouvir suas histórias.
Que terna misericórdia o Senhor dispensou a mim
ao descobrir que nosso trabalho missionário na Riviera
Francesa não foi em vão como supus durante tantos
anos. O Senhor acompanha cuidadosamente nossa
labuta e a abençoa com sucesso, embora não possamos
prever o resultado futuro como Ele o faz. ◼
 Estou cuidando de você
ReNae Cox, Utah, EUA

O forte sentimento que me acometeu foi muito intenso, a ponto de me colocar de joelhos.

L utei por anos com traumas e ansiedade associados

a um acidente de carro no qual meus pais e eu nos
envolvemos quando eu tinha 3 anos. Meu irmão não
nascido não sobreviveu.
Completados 25 anos do acidente, minha memória
reacendeu o passado. Vários meses depois, quando
eu ainda lutava com dificuldades, uma amiga sugeriu
que eu me voltasse para o Pai Celestial. Ri e perguntei:
“O que Ele vai fazer por mim?”
Minhas aflições persistiram. Depois de um ano ou
dois, eu estava cansada de sofrer, e a dor se transformava
em raiva. Aceitei o conselho de minha amiga e comecei a
me voltar para Deus.
“Se o Senhor estiver realmente me ouvindo, envie
alguém, qualquer pessoa”, orei. “Preciso de alguém!”
Os dias se passavam enquanto eu permanecia à porta,
esperando em vão.
“Deus, ninguém se importa!”, eu disse. “Ninguém
apareceu!”
Enquanto lágrimas rolavam por meu rosto, entrei
lentamente em casa e fechei a porta. Subi as escadas
tomada por um sentimento de derrota. Mas, ao chegar
ao topo, um forte sentimento me acometeu. Foi tão forte
que caí de joelhos.
Então, tive o seguinte pensamento: “ReNae, estou
cuidando de você”.
Com toda ternura, o Pai Celestial me enviou esse
poderoso pensamento no momento em que eu mais
precisava Dele. Dei-­me conta de que Ele de fato me
ama e me conhece. Seu amor por mim é tão intenso
que Ele me deu o arbítrio moral. O Pai não vai forçar
a mim ou a qualquer outra pessoa a segui-­Lo, mas Ele
e Seu Filho nos convidam a nos achegarmos a Eles
(ver Mateus 11:28–30).
Desde aquele dia, sei que posso confiar Nele. Hoje,
minha vida é bem melhor, pois me empenho para seguir
e ouvir o Pai Celestial todos os dias. Embora o Pai Celes-
tial e Jesus Cristo permitam que eu sinta dor, Eles tam-
bém me proporcionam paz, consolo, vigor e coragem
para que eu possa aprender por meio das dificuldades.
Sentir dor me ajuda a entender e apoiar as pessoas afligi-
das por dificuldades.
Talvez nunca saibamos completamente o que mui-
tos estão passando, mas podemos demonstrar amor às
pessoas ao nosso redor. Sou grata por saber que meu Pai
Celestial me ama e me ouve quando clamo a Ele. ◼

Eu tinha apenas
F OTOGRAFIA FORNECIDA PELA AUTORA; OUTRAS IMAGENS: GETTY IMAGES

3 anos e não queria

sair do hospital onde
meus pais estavam
se recuperando após
o acidente de carro.

29
JOV E N S A DULTOS

Missionários de serviço:
Edificar o reino por meio
do serviço e do amor

30
 Eu me perguntava se fazer missão de serviço
significava que eu não era “boa o suficiente”.
Kaytlin Jenks
Revistas da Igreja
Q
uando meu presidente de estaca me
perguntou pela primeira vez se eu
estaria disposta a trabalhar em uma
missão de serviço, imediatamente
pensei: “Sim!”
Certamente o Senhor tinha um trabalho
para mim e eu acreditava que, seja qual fosse
Sua vontade, Ele me proporcionaria cresci-
mento e alegria pelo fato de me amar e desejar
o melhor para mim.
Meu segundo pensamento foi: “O que é uma
missão de serviço?”
Meu presidente de estaca explicou a natureza
de uma missão de serviço quando nos encontra-
mos em seu escritório naquele domingo, mas eu
não a compreendi nem a sua importância, senão
bem depois. Na época, cheguei a me perguntar
se aquele chamado significava algo de errado em
mim, porque eu ainda não conseguia enxergar o
propósito maior por trás das missões de serviço.
Será que eu era
realmente necessária?
Recebi meu chamado para servir cerca de um
mês antes do início de minha missão. Em outras
palavras, encontrei com meus líderes de missão
de serviço, participei da conferência sobre a mis-
são em minha área e fui, inclusive, convidada
a conduzir um estudo com a companheira para
as duas outras irmãs de minha área antes de ser
designada.
Aproveitei o mês entre receber meu cha-
mado e ter minha conversa de “despedida”
(mesmo não tendo ido para nenhum lugar)
para saber mais sobre as missões de serviço
em minha região.
Na conferência da missão de serviço da qual
participei, descobri que muitos missionários de
serviço, quando recebem seu primeiro chamado,
não se sentem bons o suficiente para servir
uma missão de proselitismo. Lembrei-­me com
vergonha de minha própria primeira reação com
relação ao chamado.
No fim de tudo, entendi que não fui chamada
para uma missão de serviço por ser incapaz,
mas porque aquele era o direcionamento do Pai
Celestial para mim. Eu não era “inferior” aos mis-
sionários que faziam proselitismo; pelo contrá-
rio, Ele precisava de mim para edificar Seu reino
por meio de outras formas de serviço. Recebi um
forte testemunho de que todas as missões são
importantes para o Pai Celestial e para Sua obra,
pois todos os missionários desejam servi-­Lo
e a Seus filhos.
Após conhecer outros missionários de ser-
viço em minha área, encontrei-­me com eles,
ouvi suas histórias e soube que eram servos
do Senhor que eram maravilhosos e dignos.
Percebi que, embora muitos de nós tenhamos
nos lamentado no início de nossa missão, todos
chegamos à mesma conclusão: o Senhor ama
os missionários de serviço e o fato de estarmos
exatamente onde deseja que estejamos: apren-
dendo e crescendo enquanto O servimos como
Suas mãos na Terra.
Julho de 2022 31
 Como os missionários de
serviço edificam Sião
Os missionários são extremamente importantes em
qualquer função que exerçam. Precisamos de missionários
dispostos a deixar seu lar e sua família por até dois anos
para ensinar e pregar o evangelho a todo o mundo. Porém,
precisamos também edificar comunidades de Sião cheias de
amor pelas pessoas e desejo de servir e estender a mão aos
mais necessitados. Esse é o trabalho dos missionários de
serviço. Edificamos Sião criando uma cultura de amor e ser-
viço. Dessa forma, criamos uma comunidade acolhedora,
justa e edificante para todos os membros de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias: membros de longa data,
novos conversos, todos.
Minha missão de serviço com as revistas da Igreja me
ajudou a entender como sou de fato abençoada. Pude usar
o que aprendi sobre minhas provações ao longo da vida
para ajudar a fortalecer outras pessoas em suas lutas. Tento
compartilhar minhas experiências com as pessoas e, ao
fazer isso, eu as estimulo a contar suas histórias. Todos os
filhos de Deus são importantes. Minha missão de serviço me
ajudou a ser mais tolerante com as fraquezas das pessoas
e amá-­las do jeito que são, pois todos estamos empenhados
em nos achegar a Cristo.
Os missionários de serviço dedicam tempo e energia
empregando maneiras diferenciadas, porém úteis, de edificar
Sião. Alguns ajudam prestando serviços físicos em locais
como a Welfare Square em Utah ou em pontos de distribui-
ção de alimentos. Há missionários de serviço cujo trabalho
é cuidar dos jardins do templo, enquanto outros são ofician-
tes de ordenanças no templo. Alguns trabalham na distri-
buição de alimentos às crianças que não têm o que comer

32 L i a h o n a
quando a escola está fechada e as ajudam a se sentirem
mais fortes e confiantes. Outros pregam o evangelho e for-
talecem os membros que já o aceitaram e há até mesmo os
que ajudam na manutenção dos diferentes tipos de veículos
dos funcionários da Igreja.
Os missionários de serviço também realizam outros tipos
de tarefas, como confeccionar placas para os bispos nos
edifícios da Igreja, trabalhar no estúdio de vídeo da Igreja
e cuidar da limpeza de inúmeros itens a fim de manter todos
seguros em meio à Covid-19. Sejam quais forem nossas dife-
rentes tarefas e responsabilidades, ajudamos a edificar Sião
cultivando um ambiente de amor e serviço altruísta.
Todos nós, missionários, participamos do estudo diário
das escrituras, ministramos lições, participamos das aulas
e dos conselhos do distrito e encorajamos uns aos outros
e as pessoas ao nosso redor, independentemente de isso
fazer parte de nossas atribuições formais.
Uma das principais atividades que realizo tem menos
a ver com minhas atribuições oficiais na equipe de conteúdo
para jovens adultos e está mais voltada a servir outros
missionários de meu grupo no campus da Praça do Templo.
Sirvo esses missionários fazendo-­os saber que nenhum deles
é ignorado, pois me importo com todos, e todos têm seu
devido lugar.
Não é isso o que todos os missionários fazem? Não
é o papel de todos os missionários relembrar ao mundo
inteiro que aqui, no reino de Deus, há um lugar individual
e importante para Seus filhos, sem exceção? Os missionários
de proselitismo ajudam a ensinar ao mundo que o reino de
Deus está na Terra, e os missionários de serviço ajudam as
pessoas a entender como o reino deve ser enquanto nos pre-
paramos para a Segunda Vinda do Salvador, isto é, um lugar
onde nosso coração se volta para o próximo, onde servimos
sem restrições e onde ajudamos as pessoas a se sentirem
acolhidas.
Servir como o Salvador
serviria é alcançar alguém
Independentemente de como e onde servimos, há algo que
todos os missionários fazem, e é servir como Jesus Cristo serviu:
ministrando a alguém.
Mais do que cumprir responsabilidades individuais, “nosso
propósito é ajudar as pessoas a se achegarem a Cristo,
servindo-­as como o Salvador faria. Servimos voluntariamente em
organizações beneficentes, nas atividades da Igreja e na comu-
nidade. Ministraremos em nome do Salvador, individualmente,
assim como Ele fez, expressando Sua terna bondade”.1
Nós, missionários de serviço, valorizamos toda palavra dita,
pois sabemos que o Salvador ministra a cada um de nós, e todos
sentimos Sua terna bondade. Sinto a terna bondade do Salva-
dor em minha missão ao conhecê-­Lo melhor, ao sentir minhas
tribulações se tornarem mais leves, ao fortalecer meu testemu-
nho e ao sentir o amor e encorajamento de meus companheiros
missionários.
Os missionários de serviço procuram compartilhar a terna
bondade de Cristo com todos ao redor. Para isso, nós nos dedica-
mos exatamente a cumprir essa missão durante o curso de nossa
missão e por toda a vida. ◼
NOTA
1. Padrões Missionários para os Discípulos de Jesus Cristo — Missões de Serviço,
2021, primeira contracapa, ChurchofJesusChrist.org.
MAIS PARA VOCÊ!
Encontre mais artigos para jovens adultos na Publicação
semanal para jovens adultos, que se encontra na Biblioteca do
Evangelho, na seção Revistas ou em Adultos > Jovens adultos.
Julho de 2022 33
JOV E N S A DULTOS

O que a
parábola dos talentos
tem a ver com meu chamado como pianista
da Primária

Alison Palmer

V
Revistas da Igreja

“ ou pegar meus
aparelhos auditi-
vos e andar pelo
corredor até não
conseguir lhe
ouvir mais. Vamos ver até que
distância isso chega!”, exclama
a presidente da Primária, sina-
lizando para que eu comece.
O Senhor sabe Toco os primeiros acordes
como usar de “A Igreja de Jesus Cristo”
(Músicas para Crianças, p. 48)
nossos talentos no piano, e um coro de vozes

para abençoar infantis começa a cantar.

Quando não estamos
a nós e às medindo o volume de voz das
crianças da Primária, cantamos
pessoas a quem músicas em várias velocidades

servimos. e incorporamos gestos. É meu

primeiro retorno à Primária
desde o dia de meu aniversário
de 12 anos, e mal posso acre-
ditar como esse lugar é cheio
de alegria.

34 L i a h o n a
 Há alguns anos, jamais imaginaria que tocar músicas da
Primária semana após semana seria a principal forma de
eu usar minhas habilidades musicais. Durante boa parte de
minha vida, pratiquei piano e violino para competições, e, por
muito tempo, acreditei que sempre estaria extremamente
envolvida com a música.
Porém, nos últimos anos de faculdade, a realidade de
me formar e ter um emprego de tempo integral virou rotina.
Ensaiar com orquestras durante várias horas por semana
e praticar com afinco em meu próprio ritmo deixaram de
ser a grande prioridade. Eu ainda adorava música e tentava
encarar alguma partitura para não perder boa parte de
minhas habilidades, mas praticamente parei de tocar.
Recentemente, porém, comecei a aceitar melhor a situa-
ção. Usar meu talento na Primária é diferente de participar
das competições e apresentações estressantes que me
exigiam tanto empenho, mas, sob certos aspectos, foi melhor
para mim. Essa é uma das poucas ocasiões em que me
senti realmente capaz de usar meus talentos para o bem
das pessoas.
Compartilhar meus talentos
Na parábola dos talentos, o mestre espera de seus ser-
vos a realização de grandes coisas com os talentos que
lhes confiou. Apesar de terem recebido diferentes quan-
tias, de acordo com suas habilidades, cada servo deveria
usar os talentos de modo a multiplicar o valor inicial
(ver Mateus 25:15, 21).
Realmente levei essa parábola ao pé da letra quando
era jovem. Embora os talentos da parábola fossem somas
em dinheiro, é possível compará-­los às nossas habilidades
e capacidades pessoais, e meu desejo era trabalhar duro
para me aprimorar e multiplicar os talentos em meu poder.
Assim, quando me vi surpreendida pela vida e pelas respon-
sabilidades ainda nos tempos de universitária, sempre me
cobrava por não estar fazendo algo mais com toda a minha
formação musical. Eu me perguntava se eu não seria como
o homem atemorizado, que escondeu seu talento na terra,
com medo de perdê-­lo (Mateus 25:25).
Mas, quando iniciei meu novo chamado, aquele senti-
mento se foi. Embora eu não estivesse exigindo tanto de
mim quanto antes, sentia alegria sempre que me sentava ao
piano, no canto da sala da Primária, porque sabia que estava
servindo às crianças.
Quando contou como o homem dos cinco talentos mul-
tiplicou o valor recebido, Jesus Cristo disse: “[Ele partiu e]
negociou” (Mateus 25:16). Em outras palavras, o homem
deveria compartilhar os talentos em seu poder com outras
pessoas a fim de melhorar e multiplicar.
Comecei a entender que não estava desperdiçando meu
potencial ao gastar tempo, todos os domingos, tocando
piano para um grupo de crianças irrequietas. Tocar na
Primária foi uma negociação: forneci o acompanhamento
e recebi em troca o maravilhoso testemunho das crianças
da minha ala. Quanto mais tempo passo no canto da sala da
Primária, mais certeza tenho de que essa oportunidade está
me proporcionando algum “aumento”.
Abençoados por nossos
chamados
Creio que o chamado foi inspirado. Veio em uma época
em que eu lutava com minha fé e muitas vezes me sentia
oprimida pela vida. Esse chamado foi um lembrete para
fortalecer meu alicerce no evangelho e me concentrar na
simplicidade e beleza das verdades eternas. Pude fortalecer
meu testemunho com as crianças a quem eu servia, e esse
é um dos genuínos propósitos dos chamados.
Os chamados podem ser difíceis; às vezes, somos cha-
mados para fazer coisas para as quais não nos sentimos
qualificados e que tomam muito de nosso tempo. Em outras
ocasiões, é o oposto: podemos achar que nosso chamado
não explora totalmente nossas habilidades e que nossos
esforços seriam mais bem direcionados a outro lugar.
O Senhor, porém, sabe como usar nossos talentos de tal
forma a abençoar não apenas as pessoas a quem estamos
servindo, mas também a nós mesmos.
Aprendi com minha experiência que todo esforço
empreendido em servir ao Senhor proporciona algum tipo de
multiplicação à nossa própria vida. Se consagrarmos nosso
tempo e nossos talentos ao Senhor, Ele sempre os usará
para nosso bem. ◼
Julho de 2022 35
ENVELHECER COM FÉ
Espaço para crescer
Deborah L. Dougal
J á se passaram vários anos desde
a morte de meu marido, Jerold.
O câncer o acometeu de maneira
fulminante e agressiva e, em ape-
nas três meses, ele se foi. Estava
pensando agora mesmo em Jerold,
enquanto trabalhava no quintal e,
ao mudar uma planta de vaso, algo
me veio à mente. Antes de eu mexer
na plantinha, tudo corria bem com
ela. Ali estava ela, morando em seu
vaso, mas não florescia. Eu sabia
que, se não a replantasse, ela pro-
vavelmente deixaria de florescer e,
quem sabe, até mesmo de crescer.
A planta não conseguiria produzir
seu melhor.
Decidi, então, dar espaço à planta
para crescer ao transplantá-­la para
um vaso maior. Não precisava ser
um vaso muito grande. Bastava ter
uns cinco centímetros a mais de
36 L i a h o n a
O Senhor sabia que eu seria
revigorada e floresceria
novamente.
diâmetro. Se eu desse
espaço demais, a planta
poderia acabar enxarcada
de água e morrer por apo-
drecimento da raiz.
Eu esperava que
a planta sofresse um
pouco para se adaptar,
já que vivia confor-
tavelmente feliz
no vaso ao qual
estava acostumada.
Eu não estava muito
certa se a mudança
a ajudaria a continuar
crescendo e precisava
nutri-­la, dar-­lhe luz ade-
quada, água e os nutrientes
extras necessários nesse
período de adaptação. Eu sabia
que, ao fim, ela seria revigorada
e floresceria novamente.
 Ao refletir sobre minha vida de viúva, percebi que eu era
como aquela planta. Tinha uma situação confortável e tudo
corria muito bem. Mas, quando meu marido faleceu, ouvi
o Espírito sussurrar que eu estava entrando em uma nova
fase de crescimento, que eu ainda precisava aprender e fazer
certas coisas nesta vida.
Nos dois anos seguintes, sete outros homens de nossa ala
também faleceram. Comecei a convidar minhas amigas recém-­
viúvas para nos reunir, conversar, visitar e servir ao próximo.
Assim, nós nos sentiríamos um pouco menos sozinhas. Nenhuma
de nós faria a escolha de ser “replantada”, mas, ao me adaptar
à vida mortal sem meu marido, descobri que poderia dar apoio
a outras pessoas confrontadas por desafios semelhantes. Descobri
também inúmeras oportunidades de passar tempo com filhos
e netos e relembrá-­los de que, por meio da Expiação de Jesus
Cristo, nossa família poderá se reunir novamente na vida futura.
Eu jamais preveria que a perda de meu esposo me proporcionaria
tamanho crescimento. O Pai Celestial, porém, interviu e me “replantou”,
dando-­me espaço para crescer ao me transportar para um vaso ligeiramente
maior e me colocar diante de um novo desafio, que me proporcionou uma
oportunidade de crescimento.
Sinto falta de Jerold todos os dias. Mesmo depois de todos esses anos,
ainda tenho dificuldades para me adaptar à mudança de estar sem ele. Sei,
no entanto, que o Senhor me nutrirá ao longo do caminho. Com o tempo
e confiança Nele, florescerei novamente. ◼
A autora mora em Idaho, EUA.

Julho de 2022 37
PR INCÍPIOS PAR A MINIS TR AR COMO O S ALVADOR
Tenham coragem de estender a mão
Deus nos usará para fazer a diferença se superarmos o medo.
C omo fiéis, necessitamos grande-
mente de coragem nestes tem-
pos, mesmo em nossas experiências
com a ministração. João (os nomes
foram alterados) foi designado para
ministrar a Pedro, um membro que
jamais havia participado das reu-
niões da ala. João ficou apreensivo
para se aproximar de Pedro, pois não
o conhecia nem à sua história. Mas,
ao se lembrar do conselho “amar,
compartilhar e convidar”, João orou
pedindo orientação e decidiu pri-
meiro firmar uma amizade sincera
38 L i a h o n a
com Pedro. Ele passou algum tempo
conhecendo Pedro, fazendo visitas
frequentes, telefonando e marcando
uma saída ocasional para um desje-
jum. João acabou conhecendo bem
Pedro, e Pedro adquiriu confiança
em sua amizade. Quando precisava
de ajuda, era natural recorrer a João,
que respondia com alegria.
Certo dia, João teve a impressão
de que Pedro talvez estivesse
pronto para ser convidado a vol-
tar à Igreja. Durante uma de suas
visitas, ele apresentou a ideia bem
naturalmente. Pedro pensou por um
pouco. “Não vou à igreja há 17 anos”,
disse ele. “Mas, quer saber, acho
que vou.” Quando Pedro chegou
à ala, João estava lá para recebê-­lo
e se sentar com ele. João se sentiu
grato por ter conseguido superar
seu temor inicial. Graças a esses
esforços, ambos conquistaram uma
verdadeira amizade que abençoou
a vida deles.
 ESTHER BEFORE THE KING, DE MINERVA TEICHERT
Não deveis desanimar
A história de Ester no Velho Testamento (ver Ester 1–10)
ensina muitos princípios, mas talvez seja mais conhecida
como uma história de coragem. Ester, uma moça judia,
foi escolhida ainda muito jovem para ser rainha, mas
demonstrou extrema coragem ao arriscar a vida para salvar
seu povo.
Devido a uma farsa, o rei foi engodado a proclamar um
decreto por meio do qual todos os judeus do reino deveriam
ser mortos. Ester elaborou um plano que exigia grande fé O que podemos fazer?
e poderia ser a única chance de fazer o rei mudar de ideia. Tenham coragem de estender a mão.
Na tradição de sua cultura, comparecer perante o rei sem Seja para conhecer ou convidar alguém
ser convidada poderia resultar em uma sentença de morte. a fazer algo que abençoe sua vida, Deus
Entretanto, corajosamente, ela prosseguiu com o plano vai ajudá-­lo. ◼
e convidou seu povo a jejuar com ela (ver Ester 4:16). Por
meio das ações corajosas suas e de outras pessoas, ela pôde
convencer o rei a alterar o decreto. As orações de Ester e de
seu povo foram atendidas.
Podemos tomar Ester como exemplo de coragem —
mesmo ao ministrar — ao colocar de lado nossos temores
para conhecer e ajudar alguém em seus desafios.

DESCUBRA MAIS
• Encontre coragem nas promessas
feitas pelo Senhor aos que O per-
mitem prevalecer. Leia “Permita
Princípios a serem considerados
que Deus prevaleça”, do presidente
O que podemos fazer se nos virmos fora de nossa zona de
Russell M. Nelson (Liahona, novem-
conforto ao ministrar?
bro de 2020, p. 92).
• João orou pedindo a orientação de Deus. Com a ajuda de
• Leia como o evangelho transfor-
Deus, podemos vencer o temor (ver Salmos 34:4).
mou a família do élder Thierry K.
• Podemos também orar para sentir o amor do Senhor pelas Mutombo em “Sereis livres”, Liahona,
pessoas. “O perfeito amor lança fora o temor” (1 João 4:18). maio de 2021, p. 50.
• Assim como Ester, podemos adotar o jejum e a oração • Aprenda a aumentar a fé com a qual
como meio de fortalecer a fé para agirmos (ver Ester 4:3). superaremos qualquer obstáculo.
• Podemos confiar que há poder em guardar nossos con- Leia “Cristo ressuscitou; a fé que
vênios (ver Doutrina e Convênios 110:9). Cumprir nossos temos Nele moverá montanhas”,
convênios nos capacita a receber Sua ajuda. do presidente Russell M. Nelson
(Liahona, maio de 2021, p. 101).
• Podemos fortalecer nossa fé jejuando e confiando nas pro-
messas feitas pelo Senhor a nós. Reflita sobre as promessas
destes versículos: Deuteronômio 31:6; Isaías 41:10; 2 Timó-
teo 1:7; Doutrina e Convênios 6:33.

Julho de 2022 39
40 L i a h o n a
 Ester

Élder Ciro

INSTRUMENTO
Schmeil
Dos setenta

NAS MÃOS
DO SENHOR
Se seguirmos o Espírito e tivermos um coração
disposto, o Senhor nos guiará para fazer o que
Ele precisa que façamos.

S
er um instrumento nas mãos do Senhor é realmente muito
fácil. Precisamos apenas estar dispostos a permitir que
o Espírito nos guie e ter coragem de seguir Seus sussurros.
Foi o que aconteceu quando os pais de minha esposa se filiaram
à Igreja em 1968. Havia um jovem missionário desejoso de ser
instrumento nas mãos do Senhor e ele ajudou a trazer aquela
família para a Igreja.
Meus sogros se encontraram com os missionários uma vez,
mas, depois disso, meu sogro não quis continuar. Então, um
novo missionário, o élder Fetzer, foi transferido para a área, e esse
jovem missionário e seu companheiro se sentiram impelidos
a visitar a família e ministrar a eles. O élder Fetzer foi hábil em
tocar o coração dos membros da família de uma maneira que
outros missionários não conseguiram.
Nos seis meses seguintes, os missionários ministraram às
necessidades da família. Com o tempo, os pais de minha esposa
foram tocados pelo Espírito e se filiaram à Igreja. Eles receberam
as bênçãos concedidas quando fazemos e guardamos convênios.
Por meio deles, mais famílias se filiaram à Igreja e receberam as
bênçãos do evangelho.
ILUSTRAÇÃO: DILLEEN MARSH

Isso aconteceu, em parte, porque um rapaz de Utah estava

disposto a permitir que Deus prevalecesse em sua vida. Ele teve
a coragem de deixar o conforto do lar, aprender um novo idioma
e servir ao Senhor no Brasil.

Julho de 2022 41
 UMA CONVERSA SIMPLES
Há cerca de um ano, minha esposa, Ales-
sandra, recebeu no celular uma mensagem
de texto de uma irmã de nossa ala de origem
no Brasil. Já fazia mais de dois anos que elas
haviam se encontrado pela última vez. Essa
irmã escreveu: “Em um dos piores dias de
minha vida, não sei como cheguei à igreja.
Ao chegar lá, você me notou, segurou-me
pelo braço e disse para eu me sentar ao seu
lado. Conversamos. Você me ouviu e me
aconselhou”.
Assim como fez com Ester, o Senhor
nos coloca em situações nas quais
podemos ajudar a cumprir Seus
propósitos. Precisamos estar
prontos e dignos quando nos
depararmos com as oportunidades
que Ele nos apresenta.
Naquela ocasião, essa conversa pareceu ser
algo simples, mas acabou se transformando
em uma oportunidade de minha esposa ser
instrumento nas mãos do Senhor. Ela minis-
trou àquela querida irmã que passava por
momentos difíceis. Alessandra não planejou
nada daquilo. Ela simplesmente se sentiu
compelida a ouvir e oferecer consolo, e agiu
de acordo com a inspiração. Agora, mais de
dois anos depois, ela recebeu essa mensa-
gem de texto daquela irmã, expressando sua
gratidão.
Por meio desse episódio, aprendi que
não precisamos de um chamado para ser
instrumento nas mãos do Senhor. Basta
termos o desejo. “Se tendes desejo de servir
a Deus, sois chamados ao trabalho” (Doutrina
e Convênios 4:3).
42 L i a h o n a
“PARA TAL TEMPO COMO ESTE”
No Velho Testamento, lemos a respeito de
outra pessoa que serviu como instrumento
nas mãos de Deus. Ester era uma jovem que
perdeu os pais ainda muito pequena. Ela foi
criada por seu primo Mardoqueu.
Depois de o rei Assuero se divorciar da
rainha Vasti, ele escolheu Ester para ser sua
nova rainha. “E o rei amou Ester mais do que
todas as mulheres, e alcançou perante ele
graça e benevolência” (Ester 2:17). Ester era
judia, mas o rei não sabia disso.
Hamã, um dos conselheiros do rei, foi exal-
tado para se sentar acima de todos os prínci-
pes que estavam com ele (ver Ester 3:1). Hamã
planejava “[destruir, matar e fazer perecer]
todos os judeus, desde o moço até o velho”
(Ester 3:13).
Quando Ester tomou conhecimento do
plano de Hamã, Mardoqueu apressou Ester
a falar com o rei. Isso representava um grande
risco pessoal para ela, mas a moça se encheu
de coragem com as palavras de Mardoqueu.
Ele declarou: “E quem sabe se para tal tempo
como este chegaste a este reino?” (Ester 4:14.)
“Se [eu] perecer, pereci”, disse ela
(Ester 4:16), indo à presença do rei sem
ser chamada. Essa era uma ofensa puní-
vel com a morte. Por sua coragem, Ester
pôde influenciar o rei. Como resultado, ele
proclamou um decreto para poupar a vida
dos judeus. No decreto, o rei “concedia aos
judeus que havia em cada cidade, que se
ajuntassem, e se dispusessem para defender
as suas vidas” (Ester 8:11).
Não precisamos de um chamado
para ser instrumento nas mãos
do Senhor. Basta termos o desejo.
TODO PAPEL É IMPORTANTE
Ester estava disposta a ser instrumento
nas mãos do Senhor. Sua vida de obediência
e devoção a preparou. Quando penso em
Ester entrando no pátio interior da casa do
rei sem convite, fico maravilhado ante sua
coragem. Isso me lembra o convite feito pelo
presidente Russell M. Nelson a todos nós
de permitir que Deus prevaleça em nossa
vida.1 Ester estava disposta a permitir Deus
prevalecer.
Mardoqueu, primo de Ester, também foi
um instrumento nas mãos do Senhor e criou
Ester com muito cuidado. Ele deu a ela
apoio, coragem e inspiração. Todos temos
um papel a desempenhar, e todo papel
é igualmente importante e essencial.
O Senhor colocou Ester na casa do rei por
um motivo: salvar os judeus. Assim como fez
com Ester, o Senhor nos coloca em situações
nas quais podemos ajudar a cumprir Seus
propósitos. Por essa razão, precisamos estar
prontos e dignos quando nos depararmos
com as oportunidades que Ele nos apresenta.
OPORTUNIDADES POR TODA PARTE
As oportunidades de sermos instrumentos
nas mãos do Senhor nos cercam por todos os
lados. Nossa responsabilidade é estar prepa-
rados para agir. Muitas vezes, não sabemos
quando ou como essas oportunidades sur-
girão. Precisamos viver de maneira digna
da companhia do Espírito Santo e ter um
coração disposto. Assim, o Senhor nos guiará
para fazer o que Ele precisa que façamos.
Em Doutrina e Convênios 35:3, o Senhor
diz a Sidney Rigdon: “Tenho olhado para ti
e tuas obras. Ouvi tuas orações e preparei-­te
para uma obra maior”.
O Senhor nos conhece e tem um trabalho
para cada um de nós realizar. Às vezes, é um
trabalho que só nós podemos fazer. Esse
trabalho pode ser realizado em casa como
pais que ajudam um filho ou uma filha em
dificuldades ou pode fazer parte de nossas
responsabilidades na Igreja. Na verdade,
pode ser a qualquer momento, em qualquer
lugar e com qualquer pessoa.
O presidente Dieter F. Uchtdorf, na época
segundo conselheiro na Primeira Presi-
dência, disse: “O Senhor lhes deu suas res-
ponsabilidades por um motivo. Há pessoas
e corações que só vocês conseguem tocar
e influenciar. Talvez ninguém mais possa
fazê-­lo da mesma maneira que vocês”.2
O Senhor nos conhece e tem um
trabalho para cada um de nós
realizar. Às vezes, é um trabalho
que só nós podemos fazer.
O presidente Uchtdorf também afirmou:
“Ao seguirmos [o] exemplo perfeito [do Sal-
vador], nossas mãos podem tornar-­se Suas
mãos; nossos olhos, Seus olhos, e nosso
coração, Seu coração”.3
Assim como Ester, Mardoqueu, o élder
Fetzer, minha esposa e tantos outros, todos
nós também podemos ser instrumentos nas
mãos do Senhor. ◼
NOTAS
1. Ver Russell M. Nelson, “Permita que Deus prevaleça”,
Liahona, novembro de 2020, p. 92.
2. Dieter F. Uchtdorf, “Magnifique o chamado que tem”,
A Liahona, novembro de 2008, p. 56.
3. Dieter F. Uchtdorf, “Vós sois minhas mãos”, A Liahona,
maio de 2010, p. 68.
Julho de 2022 43
 Tipos de revelação pessoal
1 Reis 17–19

E
lias estava em um
Às vezes, a revelação pessoal traz
monte onde viu iluminação imediatamente, como quando
o vento fender as acendemos uma luz em uma sala escura.
rochas e também um
terremoto, “e depois
do terremoto, um fogo;
porém também o
Senhor não estava
no fogo; e depois do
fogo, uma voz mansa e
delicada” (1 Reis 19:12).
Aqui estão três maneiras
pelas quais a voz mansa
e delicada nos traz
revelação.

Às vezes, temos luz apenas para

dar alguns passos adiante.

“O Espírito diz pala-

vras que sentimos. Tais
sentimentos são sutis;
incentivam-­nos a fazer ou
dizer algo, a agir de deter-
minada maneira.”
Élder Ronald A. Rasband, do
Quórum dos Doze Apósto-
los, “Santo Espírito de Deus”,
A Liahona, maio de 2017, p. 94.

Às vezes, a revelação pessoal surge

gradualmente, como o nascer do sol.1
NOTA
1. Ver David A. Bednar,
“Padrões de Luz: O
Espírito de Revelação”, vídeo,
ChurchofJesusChrist.org.

44 L i a h o n a
 Você nunca está só
2 Reis 6

V
ocê já se sentiu sozi-
nho ou com medo do
futuro à sua frente?
O servo do profeta Eliseu
se sentiu exatamente
assim quando viu o exér-
cito de cavalos e carros
da Síria ao redor de Dotã,
a cidade natal de Eliseu.

Com medo, o servo clamou a Eliseu: “Ai,

meu senhor! Que faremos? ” (2 Reis 6:15.)

“Pode haver ocasiões em

que vocês, assim como
aquele servo, têm dificul-
dades de ver como Deus
está agindo em sua vida;
ocasiões em que se sen-
tem cercados pelas prova-
ções da mortalidade, que
parecem querer derrotá-­
los. Esperem e confiem
em Deus e no tempo
Dele, porque Ele sempre
nos protegerá. (…) Vocês
também podem orar para
que o Senhor abra seus
olhos de modo que vejam
o que normalmente não
veriam” (Michelle D. Craig,
“Olhos para ver”, Liahona,
novembro de 2020, p. 15).

Com fé, Eliseu respondeu: “Não temas;

DEBATE
Quem são as influências
ILUSTRAÇÕES: DENIS FREITAS
porque mais são os que estão conosco do
que os que estão com eles” (versículo 16).
Depois de Eliseu orar para que o Senhor
abrisse os olhos do servo, este viu “cava-
los e carros de fogo, em redor de Eliseu”
Talvez não os vejamos, mas o Senhor
e Seu exército de anjos estão ao nosso
redor (ver Doutrina e Convênios 84:88).
“Se Deus é por nós, quem será contra
nós?” (Romanos 8:31.)

(versículo 17).
positivas em sua vida?
Quem ou o que o ajuda
quando você se sente
sozinho?

Julho de 2022 45
 As escrituras convertem nosso
2 Reis 21–23
coração de volta a Deus

Como o rei Josias encontrou as escrituras

O
presidente Spencer Josias se tornou o rei de Judá com apenas 8 anos de
idade. Ele havia herdado um reino de pessoas crentes
W. Kimball disse em falsos deuses, mas queria seguir o Senhor. No
que o relato do oitavo ano de seu reinado, ordenou que os altares
rei Josias, encontrado em e ídolos de deuses falsos fossem destruídos em toda
2 Reis 21–23, “é uma das a terra de Judá.
melhores histórias de todas
as escrituras” (em Vem,
e Segue-­Me — Estudo Pessoal
e Familiar: Velho Testamento
2022, p. 129).

ESCRITURAS DO VELHO
TESTAMENTO PARA
OCASIÕES ESPECÍFICAS
Quando você:
• Sentir-­se sozinho:
2 Reis 6:16
• Precisar de força:
Isaías 40:31
• Não se sentir amado:
Salmos 130; Isaías 54:10
• Sentir medo:
Salmos 27:1; Isaías 41:10
• Esquecer-­se de quem você é:
Gênesis 1:26–27
• Sentir o desejo de
achegar-­se ao Salvador:
Isaías 53:3–5

46 L i a h o n a
 SUGESTÕES PARA
O ESTUDO DAS
ESCRITURAS
• Faça da oração parte
de sua leitura das
escrituras. Peça ao
Pai Celestial que
o abençoe com
o Espírito Santo
para sentir paz
e inspiração.
• Leia com a inten-
ção de fortalecer sua
fé em Jesus Cristo.
• Leia com a intenção
de aplicar as escrituras
à sua própria vida. Per-
gunte a si mesmo: O que
o Senhor está tentando
me ensinar nessas
escrituras?
• Reserve tempo para
RESTORES THE WORSHIP OF GOD IN HIS KINGDOM, DE UM ARTISTA DESCONHECIDO, FOTO DE STEFANO BIANCHETTI /

ponderar. Tente não

KING JOSIAH CLEANSING THE LAND OF IDOLS, DE © LOOK AND LEARN / BRIDGEMAN IMAGES; JOSIAH, KING OF JUDAH,

ler apressadamente.
Dez anos depois, Josias convocou seu • Peça ajuda. Ler com
povo a restaurar o templo em Jerusalém,
o cônjuge, um amigo
onde o sumo sacerdote Hilquias encontrou
as escrituras. Quando o rei Josias leu o livro, ou um colega de quarto
sentiu-­se inspirado a seguir seus ensinamen- pode render bons
tos. O rei reuniu então o povo e leu o livro debates e ajudar você a
para eles. lembrar todos os dias de
Por muito tempo, o povo havia endurecido
seu coração contra Deus, mas as escrituras realizar a leitura.
ajudaram a convertê-­los de volta a Deus.
O rei Josias prometeu ao povo que andaria
nos caminhos do Senhor e obedeceria aos
mandamentos.

DEBATE
Que escrituras impactaram
BRIDGEMAN IMAGES

sua vida? Que versículos

você poderia ler hoje para
obter inspiração?

47
 Cinco fatos a respeito de Ester
Ester

2. Ester viveu na Pérsia.

Ester viveu em Susã, Pérsia (atual Irã), mais
1. Ester era órfã. de cem anos após os judeus terem sido leva-
dos cativos para a Babilônia.
Ester era judia e, quando
os pais morreram, foi
criada por seu primo,
Mardoqueu, que
também era judeu
(ver Ester 2:7).
3. Ester teve que manter sua identidade
judaica em segredo.
A pedido de Mardoqueu, Ester não revelou sua
herança judaica a ninguém, por isso manteve
ESTHER APPROACHING THE KING, DE ROBERT T. BARRETT, REPRODUÇÃO PROIBIDA

sua identidade em segredo mesmo depois de

se tornar rainha (ver Ester 2:10, 20).

4. Ester arriscou a vida para

salvar seu povo.
Na época de Ester, os reis
corriam o risco frequente de
serem assassinados. Assim,
para protegê-­los, o costume
ditava que ninguém deveria
se aproximar do rei sem seu
convite. É por essa razão
que Ester estava arris-
cando a vida quando foi
até o rei convidá-­lo para
um banquete onde revela-
ria o plano de Hamã para
matar os judeus
(ver Ester 5; 7).

5. Ester confiou em Deus.

Ester convocou todos os judeus de Susã a jejuar por três
dias antes de ir à presença do rei (ver Ester 4:16). Devido
à coragem de Ester e às bênçãos do Senhor, os judeus
foram salvos.

48 L i a h o n a
 ARTE SOBRE O VELHO TES TAMENTO

Elias revive o filho da viúva

“[Elias suplicou ao
“SEE”, SAID ELIJAH, “THY SON LIVETH”, DE CHARLES EDMUND BROCK, LEBRECHT HISTORY / BRIDGEMAN IMAGES

senhor e disse:]
‘Ó Senhor meu Deus,
rogo-­te que torne
a alma deste menino
a entrar nele.
E o Senhor ouviu
a voz de Elias;
e a alma do menino
tornou a entrar
nele, e reviveu.
E Elias tomou
o menino, e o trouxe
do quarto à casa,
e o deu a sua mãe;
e disse Elias: Vê,
teu filho vive.”
1 Reis 17:21–23
 JOVENS ADULTOS

Compartilhar nosso tempo

e nossos talentos para
edificar o reino de Deus

30

DEPRESSÃO
PASSOS PEQUENOS E
SIMPLES PARA A CURA

14
PARA MEMBROS NOVOS
POR QUE PRECISAMOS
DAS ESCRITURAS

22, 46
VEM, E SEGUE-­M E
PERCEPÇÕES SOBRE
O ESTUDO DESTE MÊS

44