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Revista Lições Bíblicas CPAD


3º Trimestre de 2020 – Classe dos Adultos
Título: Os princípios divinos em tempos de crise — A reconstrução de
Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
Comentarista da Lição: Eurico Bergstén
Autor dos Comentários (em azul): Ev Luiz Oliveira
Data da aula: 05 de Julho de 2020

LIÇÃO 1
DANIEL ORA POR UM DESPERTAMENTO
O título da revista é bem sugestivo, pois aponta para alguns princípios a serem
utilizados, não apenas, mas principalmente, em tempos de crise. Estudaremos hoje a
respeito do poder da oração de alguém que era considerado justo diante de Deus.
Despertamento significa sair de um estado de dormência espiritual e “acordar” para a
necessidade que temos de nos aproximarmos mais de Deus.

TEXTO ÁUREO

“Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis;
a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16)

Aqui vemos a menção a respeito do poder da oração de alguém considerado justo


diante de Deus.

VERDADE PRÁTICA

O crente dedicado à oração pode exercer influência no Céu, na Terra e até sobre os
poderes malignos.

A oração é a nossa ligação com o Deus infinito, pois é através dela que encontramos o
Deus Todo-Poderoso  Jr 29.13 – ARC: “E buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração”.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Lc 11.5-13
A certeza do atendimento à oração

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Terça – Dt 9.8-21
A oração de Moisés pelo povo

Quarta – 2Sm 7.18-29


Davi ora para edificar o templo

Quinta – 1Rs 8.22-61


A comovente oração de Salomão

Sexta – Ef 3.14-21
A oração de Paulo pelos Efésios

Sábado – HC 3.1-19
Habacuque ora pelo livramento

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Daniel 9.1-3; 6.10; 2.17-19; Esdras 1.1-5.

Daniel 9

1 – No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 – No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de
anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as
assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 – E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e rogos, com
jejum, e saco e cinza.

Daniel 6

10 – Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa
(ora havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia
se punha de joelhos e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes
costumava fazer.

Daniel 2

17 – Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Ananias, Misael e Azarias,
seus companheiros.
18 – Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este segredo, a fim de que
Daniel e seus companheiros não perecessem, com o resto dos sábios de Babilônia.
19 – Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite. Então Daniel louvou o
Deus do céu.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Esdras 1

1 – No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor,
por boca de Jeremias) despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez
passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
2 – Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da
terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
3 – Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém,
que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita
em Jerusalém.
4 – E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens
do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda, e com gados, afora as
dádivas voluntárias para a casa do Senhor, que habita em Jerusalém.
5 – Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim e os sacerdotes e os
levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa
do Senhor, que está em Jerusalém.

OBJETIVO GERAL

Conscientizar os alunos sobre a necessidade de estudar a Palavra e orar em busca


de um despertamento, proveniente de Deus, nesses dias trabalhosos.

A Bíblia diz que o povo de Deus foi destruído porque lhe faltou o conhecimento (Os 4.6
– ARC). Precisamos orar e buscar o conhecimento que provém das Escrituras
Sagradas, para que possamos vencer as batalhas espirituais que se nos apresentam.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Apresentar os motivos que levaram Daniel a ser despertado para a oração;


II. Pontuar a resposta divina às orações de Daniel;
III. Destacar o resultado de um despertamento proveniente de Deus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Vamos iniciar mais um trimestre com a graça do nosso Senhor Jesus.


Estudaremos “Os Princípios Divinos em Tempos de Crise: A Reconstrução de
Jerusalém e o Avivamento Espiritual como Exemplos para os nossos Dias”, um assunto
que não pode ser negligenciado e muito menos esquecido pela igreja do Senhor,
principalmente nos dias em que a perseguição sutil vem, de forma crescente, abatendo
sobre nós. Sempre que o povo ele Deus passava por momentos difíceis, o
despertamento mostrara-se o melhor caminho para a vitória dos servos de Deus sobre
os seus inimigos. Que o Senhor da Seara desperte sobre nós o avivamento puro e
genuíno, capaz de mudar o cativeiro dos servos fiéis, fortalecendo-os na Palavra,
incentivando-os a uma vida de oração e capacitando-os a levar o arrependimento a este
mundo que caminha em densas trevas.
Ao introduzir a lição, apresente o comentarista deste trimestre, o saudoso pastor
Eurico Bergstén, que comentou esta lição ainda na década de 90, cujo assunto
permanece tão atual e necessário para os crentes de todas as épocas. Eurico Bergstén
muito contribuiu com a literatura evangélica brasileira, sendo autor da Teologia

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Sistemática que leva o seu nome, bem como autor de diversos livros e comentarista de
lições bíblicas. Vale a pena citar que o pastor foi o comentador que teve mais
comentários publicadas pela CPAD, 35 ao todo. São comentários que, até hoje,
continuam abençoando e edificando vidas para a glória de Deus! É o que poderemos
confirmar neste trimestre.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Os crentes fiéis brilham como a luz (Mt 5.15) e resplandecem no meio de uma geração
corrompida e perversa (Fp 2.15).

O Senhor Jesus, durante a ministração do chamado “Sermão do Monte”, deixou claro


que nós, cristãos, precisamos ser luz neste mundo. Ser luz significa deixar que Deus, a
luz verdadeira, se manifeste através de nós, seja por palavras, por comportamentos,
por atitudes. Devemos irradiar das nossas vidas a presença do Espírito Santo em nós,
através da demonstração do fruto do Espírito.

Assim era Daniel. Quando no ano 606 a.C. foi levado cativo para a Babilônia (Dn 1.1-
4,6), era ainda muito jovem, tinha cerca de 15 anos. Muitos anos depois, Daniel gozava
de elevado conceito no reino da Babilônia.

Todos conhecemos a história de Daniel, um jovem que decidiu ser fiel ao seu Deus,
independente da situação em que ele se encontrasse. E, por conta da sua fidelidade,
tanto a Deus quanto no trabalho que desempenhava, Deus o exaltou grandemente na
terra do exílio.

PONTO CENTRAL

Precisamos estudar a Palavra e orar por despertamento espiritual.

I. DANIEL FOI DESPERTADO PARA ORAR

Ao ler o profeta Jeremias (Jr 29.10), ele observou que os 70 anos de cativeiro na
Babilônia estavam para findar.

Além de Jr 29.10, temos referência a essa questão dos 70 anos de cativeiro também
em Jr 25.11,12 – ARC: “E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas
nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se
cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o Senhor,
castigando a sua iniquidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo”.

Todavia, ainda não era possível notar qualquer sinal de que alguma coisa estivesse
acontecendo na direção de uma mudança radical (Dn 9.2). Assim, Daniel começou a
orar com jejum, cobrindo-se de saco e cinza, em sinal de profunda tristeza (Dn 9.1-3) e
orou com perseverança.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Segundo o Pr Hernandes Dias Lopes, quando Daniel entendeu a respeito da profecia
referente ao tempo de exílio de Israel, ainda faltavam dois anos para completar o
período de cativeiro vaticinado por Jeremias. 1 Ainda, segundo o Pr Hernandes, não se
via, no povo, sinal algum de quebrantamento para que essa promessa de livramento
pudesse se cumprir na vida deles. Por conta disso, Daniel se mobiliza para buscar o
favor e a misericórdia de Deus para com o Seu povo, mediante a súplica e o
arrependimento pelos pecados cometidos de forma coletiva.

1. Daniel vivia uma vida consagrada a Deus. Isto dava-lhe condições de orar. A Bíblia
diz: "A oração dos retos é o seu contentamento" (Pv 15.8) e Ele "escutará a oração dos
justos" (Pv 15.29).

É interessante notar que o próprio Deus deu testemunho de que Daniel era justo. Além
de ter recebido palavras como “és mui amado” em Dn 9.23 – ARC e “homem muito
desejado” em Dn 10.11 – ARC, Deus o incluiu numa lista de homens seletos, cuja
justiça agradou ao Criador. Leiamos Ez 14.14 – ARC: “[...] ainda que estivessem no
meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas
a sua alma, diz o Senhor Jeová”.

Daniel não se misturou com o paganismo, e vivia conforme sua consciência, no temor
do Senhor. Daniel é considerado como um exemplo e um modelo para os crentes de
todos os tempos (Dn 1.8).

Essa é uma questão muito importante a ser levada em consideração, pois Daniel estava
longe de todos aqueles que poderiam “supervisioná-lo”, humanamente falando. Dn 1
diz que os jovens foram deportados para a Babilônia e, por conta disso, fica
subentendido que eles foram separados de seus familiares, ou seja, não havia pais para
dizerem a Daniel o que ele deveria fazer. Ele estava por sua própria conta e, conforme
podemos ver por suas atitudes, o jovem tinha convicção a respeito do Deus que ele
servia. Em resumo, Daniel nos ensina que, independente de onde estivermos, temos
que ter consciência de que há um Deus nos céus que vê todas as coisas e que é perante
Ele que teremos que prestar contas a respeito dos nossos atos. Leiamos Rm 14.12 –
ARC: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.

2. A estatura espiritual de Daniel capacitava-o para enfrentar verdadeiros


combates em oração. Muitos crentes não conseguem servir de ajuda decisiva com as
suas orações, porque nunca chegaram a experimentar o que significa combater em
oração, o que significa perseverar firmemente em oração (Rm 12.12; Fp 1.30, Cl 2.1).
Somente "visitam", de vez em quando, o culto de oração.

Podemos dizer que essa questão de perseverança na oração é uma das coisas mais
difíceis de se encontrar, atualmente. São poucos aqueles que se propõe a orar até
receber sua resposta. Inclusive, essa questão a respeito da perseverança foi enfatizada
pelo Senhor Jesus, quando Ele contou a parábola chamada de “Parábola do Juiz
Iníquo”, que encontramos em Lc 18.1-8. Mas, o que nos chama muita atenção é o que
o Senhor falou no v.8: “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier
o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?”. Essa pergunta do Senhor Jesus
nos mostra que, para se desenvolver uma vida de oração, precisamos ter uma fé viva.

1 LOPES, Hernandes Dias. Daniel: um homem amado no céu. São Paulo: Hagnos, 2005, p112.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Sem uma fé vivificada pela ação do Espírito Santo, não conseguiremos desenvolver
uma vida de oração. Leiamos Ef 6.18 – ARC: “orando em todo tempo com toda oração
e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os
santos”.

Daniel, porém, tinha por hábito orar três vezes ao dia (Dn 6.10). Quando sua própria
vida, bem como a de seus amigos e a de todos os sábios da Babilônia estava em perigo,
Daniel alcançou o livramento e a vitória através da oração (Dn 2.18-20). Daniel era,
portanto, experiente na vida de oração.

Aqui, queridos irmãos, é necessário que mencionemos quais os propósitos de oração


que o crente pode ter. Segundo o Pr Claudionor de Andrade, são pelo menos 5 os
propósitos da oração:
a. Buscar a presença de Deus;
b. Agradecer a Deus pelos favores imerecidos;
c. Interceder pelo avanço do Reino de Deus;
d. Apresentar a Deus nossas necessidades;
e. Confessar a Deus nossos pecados e faltas. 2
Devemos orar por cada um desses propósitos, com o objetivo de desenvolver uma vida
de oração, como foi a de Daniel.

3. Coincidindo com o período de oração de Daniel, profundas mudanças estavam


para acontecer na Babilônia. O reino da Babilônia estava em guerra com os medos e
os persas. O rei da Babilônia era na época Nabonido. Seu filho Belsazar estava na
capital, a cidade de Babilônia, cuidando dos assuntos administrativos do governo.

Segundo o Pr Elienai Cabral, Após a morte de Nabucodonosor, em 562 a.C., Evil-


Merodaque, o seu filho, sucedeu-o ao trono babilônico. Entretanto, dois anos depois,
Evil Merodaque foi assassinado pelo seu cunhado, Neriglissar. Mas quem assumiu o
trono foi Nabonido, o genro de Nabucodonosor. Nabonido era o pai de Belsazar, o qual
se tornou corregente com o seu pai, três anos mais tarde. 3

Belsazar organizou uma festa para seus grandes. Estando já embriagado, mandou
trazer os vasos sagrados que o rei Nabucodonosor havia trazido do Templo de Deus
em Jerusalém, e havia colocado no templo pagão da Babilônia. Ele e todos os seus
convidados beberam vinho nestes vasos santos (Dn 5.2-4).

O Pr Elienai Cabral classifica Belsazar como devasso, cruel e profanador. O Pr


Hernandes Dias Lopes observa que Belsazar estava fazendo festa, enquanto Babilônia
estava sendo conquistada por Dario, rei do império Medo-Persa. 4 Outro ponto que o Pr
Hernandes mencionou foi a respeito da embriaguez. Segundo ele, quem bebe está
soltando os freios do domínio próprio à beira de um abismo. E foi isso que Belsazar fez
ao profanar os vasos sagrados do Deus de Israel.

2 Disponível em: <https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2008/2008_02_03.htm>. Acesso em


2706/2020.
3 Disponível em: < https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2014/2014-04-06.htm>. Acesso em

27/06/2020.
4
LOPES, Hernandes Dias. Daniel: um homem amado no céu. São Paulo: Hagnos, 2005, p71.

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Houve então uma intervenção divina. O rei viu que dedos de mão de homem escreviam
na parede, defronte do castiçal (Dn 5.5). Acabou-se a alegria da festa. Os joelhos do rei
tremiam. Sábios e astrólogos não puderam interpretar a mensagem escrita na parede.
Finalmente Daniel foi introduzido na festa (Dn 5.13) e interpretou o texto escrito na
parede. Entre outras coisas, estava escrito: "Dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos
e aos persas" (Dn 5.28). "Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus"
(Dn 5.30).

Segundo o próprio Daniel falou para Belsazar, este sabia de tudo o que havia
acontecido do Nabucodonosor, no episódio em que ele perdeu a mente e passou um
período entre os animais, comendo capim, até que ele reconheceu que o céu reina 
Dn 4.34 – ARC: “Mas, ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos
ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e
glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino
é de geração em geração”. Daniel disse a Belsazar: “Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a
Nabucodonosor, teu pai, o reino, e a grandeza, e a glória, e a magnificência. E, por
causa da grandeza que lhe deu, todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam
diante dele; a quem queria matava e a quem queria dava a vida; e a quem queria
engrandecia e a quem queria abatia. Mas, quando o seu coração se exalçou e o seu
espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua
glória. E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao
dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer erva
como os bois, e pelo orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que
Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui
sobre eles. E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste
de tudo isso” – Dn 5.18-22 – ARC. Deus não deu outra oportunidade para Belsazar. Ele
foi morto na mesma noite.

SÍNTESE DO TÓPICO I

Tudo o que aconteceu na vida de Daniel foi resultado de uma vida consagrada a
Deus. Era através da oração que Daniel alcançava livramento e vitória contra seus
inimigos.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Daniel foi um jovem hebreu da classe nobre, levado cativo à Babilônia por
Nabucodonosor, rei do Império. Acerca de sua genealogia não sabemos muita coisa,
apenas aquilo que é depreendido do livro que traz seu nome. Não era sacerdote, como
Jeremias e Ezequiel, mas era, como Isaías, da tribo de Judá e provavelmente da Casa
Real (cf. 1.3-6), isto é, da descendência de Davi.

Daniel foi um profeta de Deus cujos temas são de alcance muito vasto. Vaticinou
acontecimentos que ainda vão surgir na história do Planeta, os quais estamos
estudando à luz do contexto do seu próprio livro. Ele, naquela corte, ganhou muita
celebridade. O primeiro acontecimento pelo qual obteve influência na corte babilônica
foi a interpretação que deu ao sonho do rei. Ele foi, realmente, um homem escolhido
por Deus para tão grande tarefa espiritual" (SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo
por Versículo: As visões para esses últimos dias. 28ª impressão, RJ: CPAD, 2018,
p.12).

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
II. A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DE DANIEL

Daniel havia orado, lembrando-se da promessa de Deus registrada pelo profeta


Jeremias: "Vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a
trazer a este lugar" (Jr 29.10).

Conforme mencionado anteriormente.

Com a queda do reino babilônico, e com o início do governo do rei Ciro, as coisas
evoluíram com muita rapidez, deixando todos surpreendidos e admirados.
Isso mostra que, quando Deus quer operar, Ele usa a quem quer. Leiamos Is 43.13 –
ARC: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar
das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”.

1. A Bíblia relata o que realmente aconteceu. "No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia
(para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias), despertou o
SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino,
como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos
céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa
em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja Deus com
ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel;
ele é o Deus que habita em Jerusalém" (Ed 1.1-3).

Deus estava trabalhando no coração de Ciro, para que Sua Palavra fosse cumprida.
Deus disse a Jeremias que Ele vela por Sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12).

2. Conforme essa declaração de Ciro, estava cumprida a promessa divina dada


através do profeta Jeremias. Mas tudo foi como diz a Bíblia: “Tudo muito mais
abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20). Vejamos, pois, o
que estava para acontecer:

a. Todos os judeus seriam liberados para voltarem a Judá, caso quisessem (Ed 1.3);

b. Receberam permissão para reedificar o templo;

c. Todas as despesas da construção do Templo poderiam ser tiradas dos tributos de


além do rio;

d. Os vasos sagrados devem ser entregues aos cuidados de Zorobabel, nomeado


governador dos judeus pelo rei Ciro, para serem transportados de volta para Jerusalém
(Ed 1.7).

A bênção que Deus nos dá é completa. Salomão disse que a bênção do Senhor é que
enriquece e não acrescenta dores (Pv 10.22). Deus, no cumprimento da Sua promessa,
providencia tudo para que os judeus voltem a Jerusalém e reconstruam o Templo, para
a restauração da vida espiritual do povo de Israel. Deus é fiel às Suas promessas.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
SÍNTESE DO TÓPICO II

A resposta divina às orações de Daniel incluía levantar Ciro para abençoar o povo,
permitindo, entre outras ações, que o povo retornasse para Judá e reconstruísse o
Templo.

SUBSÍDIO BÍBLICO

“Oração

A terminologia da oração é rica e variada na Bíblia Sagrada. O termo geral hebraico é


tepilla, de uma forma do verbo palal; o termo grego é proseuchomai. A ideia básica da
palavra hebraica é a intercessão, e da palavra grega é o voto, mas essa etimologia não
é mais determinante de seu significado. As duas palavras devem ser usadas de forma
abrangente para qualquer tipo de solicitação, intercessão ou ação de graças. A oração
é descrita como o ato de ‘invocar o nome do Senhor’ desde os dias de Sete (Gn 4.26)
até a época em que o ‘Senhor’ se revelou como o Salvador, Jesus Cristo (cf. Jl 2.32,
com Rm 10.9,12,13). Os cristãos identificam-se com aqueles que invocam seu nome
(1Co 1.2). Outras expressões do AT são ‘suplicar’ ou ‘procurar favor’ de Jeová (pi'el de
hala, literalmente ‘tornar-se agradável à sua face’), ‘curvar-se em adoração’ (sasha),
'aproximar-se' (nagash), 'ver' ou 'encontrar' para suplicar (pagá), 'implorar' (za'aq) para
reparar uma falta, 'pedir' (sha'al), 'suplicar' ('athar) ou 'comparecer perante a face do
Senhor'. Além de proseuchomoai, os autores do NT usam os termos 'implorar' (deomai),
'solicitar' (aiteo) ou simplesmente 'pedir' (erotao) quando se referem à oração. Ao
contrário de proseuchomai, essas palavras não são caracteristicamente 'religiosas' e
podem denotar pedidos dirigidos tanto aos homens quanto a Deus. Entre as palavras
mais específicas para oração estão entygkano ('interceder'), proskyneo ('adorar'), e
eucharisteo ('dar graças')" (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, pp.1419,1420).

III. O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS

1. O rei Ciro foi despertado em seu espírito. “Despertou o Senhor o espírito do rei
Ciro” (Ed 1.1). Talvez por meio de seu contato com Daniel é que Ciro veio a conhecer
a Deus, e talvez até mesmo o adorasse.

Essa afirmação do comentarista nos faz meditar. Ed 1 diz que foi no primeiro ano do
reinado de Ciro que o Deus despertou o coração do rei. Se foi por seu contato com
Daniel que Ciro se converteu tão rapidamente, isso é mais um milagre de Deus.

Ciro teve uma experiência pessoal com Deus no seu coração, e passou a compreender
as realidades de Deus que ele antes ignorava.

A Bíblia não nos mostra como se deu isso, mas as declarações de Ciro nos mostram
que ele conhecia ao Deus dos Hebreus.

a. Ciro passou a ver a Deus como o SENHOR DOS CÉUS (Ed 1.2). O grande rei
Nabucodonosor demorou a aprender esta lição (Dn 4.30-37).

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Sim. Nabucodonosor precisou comer capim para reconhecer a soberania do Deus de
Israel, conforme mencionado anteriormente.

Cada despertamento verdadeiro faz com que o homem veja a majestade de Deus,
sentindo a sua própria pequenez, o seu pecado e a sua baixeza.

Esse despertamento mencionado refere-se à compreensão de quem é Deus e o que


Ele representa. A Bíblia diz que “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento
anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1 – ARC). Quando temos essa conscientização,
ou seja, esse despertamento, compreendemos claramente que somos totalmente
dependentes de Deus. O próprio Abraão reconheceu que era apenas pó e cinza diante
do Senhor (Gn 18.27 – ARC).

Saulo assolava, perseguia, fazia e desfazia, mas quando se encontrou Jesus, no


caminho de Damasco, caiu por terra e apenas pôde perguntar: "Quem és Senhor?" (At
9.5). A Bíblia diz que ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor se não for pelo Espírito
Santo (1Co 12.3).

Paulo precisou ser impactado pelo Senhor, para poder acreditar nEle. Aquela aparição
sobrenatural no caminho de Damasco fez com que Paulo reconhecesse o senhorio de
Cristo na sua vida. Ali ele foi despertado para a verdade de Deus, ou seja, acordou para
a realidade que, até então, ele tentava negar e perseguir.

b. Ciro teve uma experiência com Deus, que é Santo. Os vasos sagrados haviam sido
roubados do Templo de Jerusalém, por Nabucodonosor, e guardados no templo pagão
da Babilônia (2Cr 36.18).

Como parte do castigo de Deus impetrado sobre os judeus, o Pai permitiu que os vasos
sagrados do templo fossem levados para Babilônia, para posteriormente voltarem para
Jerusalém, por ocasião da libertação do povo judeu.

Ciro era, agora, o responsável por eles, e mesmo sendo esses vasos muito valiosos,
ele queria voluntariamente devolvê-los (Ed 1.7-11).

Por reconhecer o Deus de Israel como sendo o Senhor, Ciro não poderia reter os vasos
sagrados dEle, tendo em vista que eram separados para o uso exclusivo dos sacerdotes
na ministração do culto ao Deus Verdadeiro. Junto com o despertamento para que os
judeus fossem liberados para retornar a Jerusalém, a devolução dos vasos sagrados
também estaria incluída nesse plano.

Assim acontece sempre em cada despertamento verdadeiro. Quando Zaqueu teve um


encontro com Jesus, quis devolver o que havia ganho com usura (Lc 19.8).

Todos aqueles que temem a Deus devem evitar de reter aquilo que não é seu.

2. O rei Ciro recebeu bênçãos espirituais. O profeta Isaías, 200 anos antes,
profetizou acerca de Ciro, chamando-o de “ungido do Senhor” (Is 45.1). Isso nos permite
entender que o Espírito Santo deve ter-lhe proporcionado alguma bênção espiritual.
Cada despertamento traz bênçãos para o coração do crente.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Ungido significa separado para uma função especial. A Bíblia de Estudos Aplicação
Pessoal traz, na nota de Is 45.1, uma explicação de que Ciro havia sido “ungido” pois
ele tinha uma missão especial, relacionada a Israel, que seria permitir que o povo judeu
voltasse para sua terra e reconstruísse o templo destruído por Nabucodonosor. Em
relação a ser abençoado por trabalhar para Deus, isso é fato. Leiamos Ez 29.20 – NVT:
“Sim, eu lhe dei a terra do Egito como recompensa por seu esforço, diz o Senhor
Soberano, pois ele estava trabalhando para mim quando destruiu Tiro”.

SÍNTESE DO TÓPICO III

O rei Ciro veio a conhecer a soberania divina e ver Deus como o Senhor dos céus e
por isso foi muito abençoado pelo Todo-Poderoso.

SUBSÍDIO HISTÓRICO

“[...] Ciro, um general de inteligência estratégica admirável, passou parte de sua vida
desferindo ataques-relâmpago contra vários adversários, tanto próximos quanto
distantes. Com a experiência de guerra, Ciro cercou Babilônia, tornando-a praticamente
sem resistência em 539. O rei Nabonido tinha o hábito de ausentar-se da capital, e
fazia-o até mesmo (ou especialmente) nas comemorações de Ano Novo, quando como
de costume participava dos rituais tradicionais. Suas ausências eram cada vez mais
frequentes e demoradas, de forma que o real governo da cidade estava na mão de seu
filho Belsazar. Foi esse desafortunado vice-rei que presenciou o colapso da nação com
a chegada de Gubaru, o comandante persa e governador de Gutium. Parece que
Belsazar morreu durante ou pouco depois do conflito, enquanto seu pai Nabonido foi
capturado e em seguida solto condicionalmente. Duas semanas depois, Ciro marchou
triunfantemente pela cidade e celebrou com alegria a derrota de seu rival, tornando-se
o senhor absoluto do oriente.

Ciro pôs em prática uma política beneficente, permitindo a todos os exilados o retorno
para suas terras. Os judeus, é claro, também estavam incluídos, e viram nesse decreto
a bênção de Deus, como cumprimento da palavra profética. Para eles, esta libertação
não era menos significativa que aquela do êxodo sob a liderança de Moisés. Na
verdade, a linguagem dos profetas, por exemplo Isaías 40-66, está repleta de imagens
do êxodo. É verdade que a maioria dos judeus da dispersão preferiu permanecer em
suas casas, especialmente os que moravam em Babilônia, mas aqueles que tinham
seus olhos voltados para o propósito eterno de Deus viram no cativeiro um instrumento
de correção. E o retorno à pátria era o sinal de que ainda tinham um papel redentor a
desempenhar" (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino
de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª Edição. RJ: CPAD, 2007,
pp.503,504).

CONCLUSÃO

O comentarista enfatizou que o despertamento do rei Ciro foi motivado pela oração de
Daniel. O certo é que, segundo podemos ver nas Sagradas Escrituras, precisamos
batalhar com Deus para que as promessas se cumpram, quer seja na nossa vida, quer
seja na obra do Senhor.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira
Um exemplo muito claro a respeito desse princípio espiritual é o que aconteceu com
Isaque e Rebeca. Deus já havia prometido a Abraão que a sua descendência iria ser
como o pó da terra (Gn 13.16 – ARC). Foi o próprio Deus que indicou que Isaque
deveria casar-se com Rebeca, conforme vemos em Gn 24. Mas Rebeca era estéril. A
pergunta que deveríamos fazer é: se Deus tinha promessa de que a descendência de
Abraão seria tão numerosa quanto o pó da terra, por que Ele preparou uma esposa
estéril para Isaque? A resposta é que Deus espera que busquemos o cumprimento das
Suas promessas em oração fervorosa. Leiamos Gn 25.21 – NVI: “Isaque orou ao
Senhor em favor de sua mulher, porque era estéril. O Senhor respondeu à sua oração,
e Rebeca, sua mulher, engravidou”. Vejam que a promessa de Deus se cumpriu na vida
de Isaque, após ele ter se dedicado a buscá-la, com perseverança, pois ele orou por
vinte anos.
Que possamos entender esse princípio espiritual e nos dedicarmos à oração
perseverante, para que as promessas de Deus se cumpram na nossa vida.

PARA REFLETIR

A respeito de "Daniel ora por um despertamento", responda:

Com quantos anos, aproximadamente, foi Daniel levado à Babilônia?


Daniel era ainda muito jovem, tinha cerca de 15 anos de idade.

Que escritura profética levou Daniel a orar e jejuar?


A profecia de Jeremias (Jr 29.10).

O que a escritura dizia?


A escritura profética dizia estar chegando ao fim o cativeiro dos judeus.

O que aconteceu no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia?


O Senhor despertou o coração deste rei em favor do povo de Judá, favorecendo o
retorno deste à Terra Prometida.

Cite um exemplo bíblico de um despertamento verdadeiro.


Quando Zaqueu teve um encontro com Jesus.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

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