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Segunda Avaliação de Daniel

Conteúdo: Dn 4 - 6

1) Dn. 4.
a) Como explicar a autoria de Daniel no capítulo 4, diante do relato que o próprio
Nabucodonosor dá de si mesmo e de sua experiência?
A autoria do capítulo 4 é atribuída a Daniel. É perceptível que, ao longo da narrativa,
Daniel varia sua fala entre primeira ou terceira pessoa, isso é observado em Daniel 4:30:
“Falou o rei, dizendo”, Daniel 4:27: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho”. Quando
Daniel usa a fala de Nabucodonosor na primeira pessoa, nada mais é que uma transcrição
adaptada de um decreto real de Nabucodonosor. O decreto é dirigido “a todos os povos,
nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda terra”.

b) Como que o período dos “sete tempos” (Dn 4:16, 23 e 25) ajuda na
interpretação do cálculo profético de Dn 7:25?
A expressão usada por Daniel é “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. (Daniel
7:25; 12:7). Um “tempo” é modo hebreu de expressão para um ano. Daniel 4:16 usa a
expressão sete tempos: Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de
homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos. Em Daniel
11:13 fica claro a igualdade da palavra tempo e ano: Porque o rei do norte tornará, e porá
em campo uma multidão maior do que a primeira, e ao fim dos tempos, isto é, de ano.
Portanto, em Daniel 7:25, um “tempo” é um ano ou 360 dias, uma vez que um ano no
calendário judeu é composto por 360 dias e não 365 como nos dias atuais. Dois “tempos”
seriam iguais a dois anos” ou 720 dias, meio “tempo” igualaria a meio ano, ou 180 dias.
No total são 1260 dias. A expressão “42 meses” chama atenção. Um mês profético
consiste em 30 dias (proféticos), assim 42 meses multiplicado por 30, daria 1260 dias
(anos).

c) Qual importante doutrina cristã é enfatizada ao Daniel usar a frase “pela


justiça” em 4:27?
Um princípio divino é comunicado a Nabucodonosor. Os juízos de Deus podem ser
evitados mediante arrependimento e confissão (Is 38:1, 2, 5; Jr 18:7-10; Jn 3:1-10). Por
esta razão, Deus anunciou o juízo sobre Nabucodonosor, mas lhe deu um ano inteiro para
arrepender-se, e assim evitar a calamidade ( Dn 4:29). Porém, o rei não mudou seu modo
de vida e, como resultado, atraiu sobre si a execução do juízo. Já os Ninivitas, que tiveram
40 dias para arrependimento, aproveitaram a oportunidade; assim, eles e a cidade foram
poupados (Jn 3:4-10). A frase pela justiça em Daniel 4:27, foi a um dos textos base
utilizados para desenvolver a doutrina da justificação pela fé. Justiça é uma pessoa: Jesus,
segundo I coríntios 1:30-3, outro texto que embasa esta doutrina é Romanos 1:17 “o justo
viverá pela fé”.

2) Dn 5.
a) Como explicar Belsazar sendo apresentado como rei, sendo que o registro
histórico apresenta Nabonido como rei da Babilônia, nesta época?
Nabonido era filho adotivo de Nabucodonosor. Belsazar era filho de nabonido e neto de
Nabucodonosor. Belsazar era corregente com seu pai nabonido, que era o rei atual. No
contexto de Daniel 5:39, as forças da Babilónia foram derrotadas na batalha, Nabonido
fugiu e Belsazar como era o corregente, substituiu Nabonido na ausência, por isso, ele só
oferece a terceira posição do reino, isso está relatado em Daniel 5:7;29.

b) Dn 5:22 – exatamente/especificamente do que Belsazar sabia?


Belsazar tinha consciência que a ordem dos metais do sonho de seu avô já não é mais a
mesma de Daniel 5:4. Na lista de Daniel, o ouro vem primeiro, que era o reino da
Babilônia. Parece ter ficado claro para Belsazar que Deus havia julgado o seu reino, e o
estava transferindo para o reino que, na estátua de Nabucodonosor (Daniel 2), estava
representado pelo peitoral de prata, a Medo-Pérsia. Em Daniel 5:23, demonstra a decisão
de Belsazar: “Tu te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios
da casa dele perante ti […] Além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de
bronze, de ferro, de madeira e de pedra” (Daniel 5:23). Ele tinha consciência de tudo, por
isso Daniel usas estas palavras: “E tu, Belsazar, que és filho, não humilhaste o teu coração,
ainda que soubesse tudo isto”.

c) Como o relato de Dn 5 ajuda a entender os eventos da 6ª praga do Apocalipse?


Em Daniel 5, Belsazar zomba de Deus, tomando vinho nos utensílios da casa de Deus. A
sentença na parede é escrita, naquela mesma noite, o general medo Gubaru, que mais
tarde passou a se chamar “Dario, o medo”, invadiu Babilônia, a cidade foi tomada a partir
do leito seco do desviado rio Eufrates. A sentença de Belsazar foi executada naquela noite.
A sexta praga em Apocalipse 16, diz o seguinte: O sexto anjo derramou a sua taça no
grande rio Eufrates. O rio secou a fim de se abrir um caminho para os reis que vêm do
Oriente (Ap 16:12-14). Na linguagem apocalíptica, rio é identificado como povos, o
secamente do rio Eufrates em Apocalipse 16 tem ligação direta com a queda de Babilônia
espiritual, no período da sexta praga ninguém mais vai concordar com Babilônia, pelo
contrário, irão revoltar-se contra ela para destruir. O rio secará a fim de se abrir um
caminho para os reis que vêm do Oriente (Volta de Jesus).

3) Dn 6.
a) Como I Rs 8 e II Cr 7 ajudam a entender o contexto histórico de Dn 6?
Em I Reis 8, Salomão realiza uma oração falando sobre a possibilidade de Israel ser
levado para o cativeiro devido seu pecado. Nesta oração, Salomão pede para que Deus
ficasse atento à oração, que o ouvisse e perdoasse o pecado do povo:

1. Atenta:
a. Para ouvir a oração;
b. Pelo templo.

2. Ouve:
a. Para que Aquele que está nos céus, ouça a súplica e perdoe.

3. Perdoa:
O evento de II crônicas 6 é o mesmo evento de I Reis 8. É a mesma oração, mas a resposta
da parte de Deus, só é entregue em II crônicas 7:12-16, para que o povo fosse liberto do
cativeiro era necessário realizar estaa ações:

1. Humilhar-se;
2. Orar;
3. Buscar a Deus;
4. Converter-se.

Em Daniel 6, Daniel observa o decreto de morte e ora exatamente de acordo com a


orientação contida na oração de Salomão em I Reis 8 e II Crônicas 7. Observando estes
textos, fica mais fácil compreender o contexto histórico de Daniel 6.
b) O que a oração registrada em Dn 9 revela sobre o período que Daniel estava
vivendo no capítulo 6?
No capítulo 6, o contexto é de decreto de morte. Não pode orar, ele estava orando nestas
condições em 539 a. C., por ser exatamente o tempo em que os exilados deveriam buscar
a Deus nestas condições para retornarem
À Jerusalém – Jr 29:10-14. Já passados 66 anos desde o início do exílio, faltavam 4 anos
para o término do exílio. Neste período, a oração dos exilados deveria ser desta forma, de
acordo com II Cr 7:

1. Humilhar-se – v. 14;
2. Orar – v. 14;
3. Buscar a Deus – v. 14;
4. Converter-se – v. 14.

Foi exatamente isso que ele fez em Daniel 9, com o rolo de Jeremias aberto, começou
reclamando da promessa que Deus tinha feito de libertar o povo do cativeiro, utilizando
o passo a passo orientado em I Reis 8 e II Crônicas 7.

c) O que o capítulo 6:10 revela sobre a atitude e o caráter de Daniel diante do


cenário do decreto de morte?
A atitude de Daniel, após receber a notícia do decreto de ir para casa, para o seu quarto,
no andar de cima, cujas janelas davam para Jerusalém e ali fazer o que costumava fazer:
três vezes por dia ele ajoelhava-se e orava, agradecendo ao seu Deus, demonstra a
confiança que Daniel depositava em seu Deus. Perante o decreto de morte, o
posicionamento de Daniel demonstra que ele apresentava um caráter irrepreensível.
Daniel 6:4,22, diz que os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusá-lo em
sua administração gover-namental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta
alguma, pois ele era fiel, não era desonesto nem negligente. Eles não conseguiram fazer
mal algum, devido ter sido considerado inocente à vista de Deus.

d) Quais são as aplicações da história de Dn 6 com o remanescente do tempo do


fim?
Implicações teológicas de Dn 6 para o remanescente escatológico refere-sem ao caráter
irrepreensível e a perseguição enfrentada. Devido a lei de Deus, Daniel foi testado e
aprovado e agora será a vez do remanescente.

Daniel
1. Caráter irrepreensível – Dn 6:4, 22;

Remanescente
1. Caráter irrepreensível – Ap 14:5;

Daniel
2. Motivo de perseguição – a Lei de Deus – Dn 6:5;

Remanescente
3. Motivo de perseguição – a Lei de Deus – Ap 12:17;

Daniel
As experiências de Daniel e seus amigos na seção histórica do livro (caps. 1 -6), servem
como um tipo da experiência do povo de Deus na seção escatológica (caps. 7-12).
Daniel é um exemplo de como o remanescente deverá enfrentar a crise em oração, mesmo
diante de um decreto de morte (Dn 6:10) e o apego às promessas de Deus em Sua Palavra
(Dn 9:1-2).

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